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1. OBJETIVO GERAL Demonstrar a importância do Plano de contas que é o elenco de contas com funções previamente determinadas, destinado a conduzir o registro sintético e analítico dos fatos contábeis ocorridos no Patrimônio da entidade. Dentro da teoria patrimonialista, as contas são divididas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas de Resultado (ou Redituais ou diferenciais). 2. UTILIZAÇÃO O Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil. É com sua utilização que se estabelece o banco de dados com informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis. Diário, Razão, Balanço Patrimonial, Balancete, Demonstração do Resultado, Análises Contábeis, dentre outros. 3 - DESENVOLVIMENTO 3.0 CONCEITO DE PLANO DE CONTAS 3.1 CONCEITOS DE CONTA - CLÁSSICO E MODERNO Para que se possa ter perfeira noção do que seja um Plano de Contas e bem conhecer sua técnica ou forma de elaboração, é preciso que primeiramente se tenha um sólido conceito de conta. A ausência desta noção tem levado muitos profissionais a um caminho pouco conveniente em seus trabalhos, assim como criado embaraços mültiplos na construção da estrutura e análise dos planos. Não basta, portanto, partir-se de um padrão ou copia aproximandamente outro plano conhecido. O importante é entender, na essência, o problema, porque assim se pode resolver com um bom padrão técnico qualquer dificuldade. O ponto de partida é ter um noção sólida de conta. Modernamente, o conceito de conta pode ser tomado como: Expressão qualitativa e quantitativa, estática e dinâmica, de fatos patrimoniais da mesma natureza, ocorridos ou por ocorrer, em uma empresa ou em uma entidade. Ela é, portanto, o instrumento que se adota para guardar memória, reunindo acontecimentos patrimoniais, de natureza idêntica, possuindo, por esta razão, um objeto certo. O autor italiano Vicenzo Mais, uma das maiores autoridades doutrinárias em todo o mundo, um dos clássicos contábeis, assim define: “Conta é um conjunto de levantamentos, refletindo um elemento ou componente formado ou em formação, efetivo ou potencial, de um patrimônio aziendal ou de terceiros, do qual exprime, geralmente, a variável gandeza em uma dada medida, quase sempre monetária.” (Vincenzo Mais. Rilevazione patrimoniale. 2. ed. Padova: Cedam 1942. p. 359). 3.2 O QUE É UM PLANO DE CONTAS Plano de Contas é uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição das contas em seus títulos, funções, fucionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e reduções. É um conjunto de normas e intitulação de contas, previamente estabalecido, destinado a orientar os trabalhos da escrituração contábil. Um plano de contas deve, assim, ser entendido como um conjunto de normas, como um sistema, como uma grande peça contábil, visando estabelecer, previamente, tudo o que diz respeito às contas a serem adotadas nos registros contábeis de uma empresa ou de uma entidade. O plano deve abranger, portanto, toda a extensão do conceito, função, funcionamento e relações e relações das contas, a fim de que se possa realmente ter uma peça que preencha suas finalidades. Por isto: 1. Oferece princípios contábeis gerais para registros e demonstrações; 2. Apresenta o título das contas; 3. Apresenta a classificação das contas; 4. Apresenta a função das contas; 5. Explica o funcionamento das contas; 6. Aponta a relação entre os grupos ou mesmo entre as contas; 7. Regula o registro das constas; 8. Estabelece a análise e os códigos das contas; 9. Prevê as derivações das contas; 10. Indica critérios de avaliação; 11. Oferece modelos de demonstração. Embora possam variar os critérios nas elaborações dos planos, permanece imutável a característica essencial quanto as suas finalidades e objetivos. O plano de contas deve ser uma bússola, um roteiro completo, um guia para as tarefas da escrituração contábil. Pode referir-se a sistemas distintos de fenômenos, isoladamente, e por na prática, encontramos, habitualmente: 1. Plano da escrituração contábil GERAL e FINANCEIRA; e 2. Plano da escrituração contábil de CUSTOS. Funcionam em plena correlação, porém independentemente; atualmente, o Plano Geral é uma peça distinta do Plano de Custos; sinteticamente, as contas gerais daquele envolvem as contas que formam grupos neste. O Plano de Custos visa apresentar as contas que se destinam à reunião dos fatos que dizem respeito aos investimentos aplicados na produção; o Plano Geral visa apresentar o patrimônio e o resultado final do exercício. 3.3 PARTES DE QUE SE COMPÕE O PLANO DE CONTAS Um plano de contas tem partes essenciais que estruturam sua composição. São elas: 1. Princípios gerais; 2. Elenco das contas; 3. Função das contas; 4. Funcionamento das contas; 5. Normas de avaliação e apuração; 6. Demonstrativos; 7. Explicações adicionais. Como explicamos, nem sempre todas elas são apresentadas; entretanto, são de valor relevante para o trabalho. 3.4 ELENCO DAS CONTAS – CONCEITO Em um plano de Contas o elenco é a relação dos títulos das contas. Costuma-se denominá-lo também “Quadro de Contas”. Existem elencos que apresentam, simplesmente, a relação dos títulos, como, por exemplo: CAIXA BANCO CLIENTES ESTOQUES CRÉDITOS DIVERSOS BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS CAPITAL SOCIAL FORNECEDORES, etc. Já no século XVI, Angelo Pietra oferecia um elenco desse gênero. Outros apresentam as constas grupadas e j´codificadas, como, por exemplo: PLANO DE CONTAS ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL 01 – CAIXA 02 – BANCOS REALIZÁVEL 20 – ESTOQUES 21 – CRÉDITOS DIVERSOS 22 – CLIENTES ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO 40 – BENS IMÓVEIS 41 – BENS MÓVEIS 42 – BENS INTANGÍVEIS PATRIMÔNIO LÍQUIDO 10 – CAPITAL SOCIAL 11 – RESERVAS PASSIVO EXIGÍVEL 30 – FORNECEDORES 31 – FINANCIADORES 32 – OBRIGAÇÕES COMPULSÓRIAS 33 – DÉBITOS DIVERSOS Por isto podemos estabelecer dois tipos de apresentação principais: 1 – Tipo simples, com apenas a descrição das contas; 2 – Tipo complexo, com o grupamento e condificação das contas. O tipo semples é o estado natural ou típico e foi o primeiro a ser adotado, há séculos, segundo explicamos. O tipo complexo, entretanto por ser mais racional, é o mais técnico e adotado modernamente. 3.5 FUNÇÃO DAS CONTAS – CONCEITO Funcão de um conta é sua ação, ou ainda, para que serve, qual o papel que desempenha na escrituração; pode ainda ser conceituada como sendo a explicação do objeto da conta, ou então, a expressa descritiva da naturaza dos fatos registraveis na conta. Exemplo: FUNÇÃO DA CONTA: FORNECEDORES Esta conta destina-se ao registro de todas as transações realizadas com as firmas ou pessoas que realizem fornecimentos para a empresa. Nela registram- se, normalmente, as faturas ou notas de fornecimento e os seus resgastes. Tem ainda por função o registro das antecipações sobre fornecimentos quando estes forem feitos a prazo curto e quando não se relacionarem com transações que se prolonguem, necessitando de acertos especiais. É uma conta que centraliza as compras a prazo, porém, apenas do aspecto da transação pessoal, como origem dos estoques. 3.6 FUNCIONAMENTO DAS CONTAS – CONCEITO O funcionamento das constas estabelece a relação da conta com as demais outras e evidencia como se comporta diante de seu objeto. Demonstra como se debita a conta, como se credita, qual a natureza de seu saldo, quais as outras contas que normalmente com ela estabelecem contato. Admitamos um exemplo: FUNCIONAMENTO DA CONTA: CLIENTES Esta conta é debitada pelas faturas ou notas de vendas feitas a clientes d empresa; é creditada, quando o cliente resgata sua dívida. A natureza do saldo desta conta é DEVEDOR,integrando o sistema de aplicações da empresa. Relaciona-se em seu DÉBITO com as contas de VENDAS e similares. Relaciona-se em seu CRÉDITO com as contas de CAIXA, BANCOS e DEVOLUÇÕES. 3.7 QUANTIDADE DE CONTAS QUE DEVE TER UM PLANO Um plano de contas deve ter tantas contas quantas forem necessárias para expressar, com a devida clareza, os fatos ocorridos na vida de um patrimônio. Entretanto, não se deve ser prolixo e entrar em detalhes que muitas vezes não interessam à orientação patrimonial. Isto não endossa, entretanto, o princípio de que se deva ser eminentemente sintético. É preciso ter noção da justa medida, o que se pode adquirir com grande base através dos estudos dos principais Planos Internaconais, das obras dos grandes mestres e especialmente através da prática. Um plano deve conter um número de contas que realmente esclareça bem os fatos sucedidos em um patrimônio em um período do tempo. O desejo de usar contas demasiadamente gerais é um dos mais graves erros que se podem cometer contra a técnica. A conta de Conta Corrente, por exemplo, usada por alguns profissionais, com reminiscência de um século passado, englobando nela Bancos, Fornecedores, Clientes, Débitos Diversos, Créditos Diversos e às vezes até contas do Transitório, dá uma falsa idéia dos acontecimentos sucedidos e torna a escrituração contábil antitécnica. 3.8 UTILIDADE DO PLANO DE CONTAS A principal utilidade do plano de contas é a de servir de meio de orientação na escrituração contábil, possibilitando a unidade de trabalho e protegendo a empresa contra os erros naturais motivados pela ausência de sistematização. Uma empresa que não possuir um Plano de Contas facilmente dará lugar à abertura de contas indevidas, com objetos confusos, com funções em plena colisão etc. Um escritório de Contabilidade ou uma empresa que não possuem Normas para a Direção de seus Registros Contábeis não podem ser considerados como bem orientados e pode-se mesmo afirmar que fogem aos pincípios da técnica. A ausência de um Plano de Contas facilita a alteração permanente de critérios, colaborando eficientemente para a plena desorganização contábil. O plano é uma peça básica de orientação, um roteiro de grande valor, hoje indispensável e de uso generalizado. Possui ainda a grande virtude de facilitar a transmissão de serviços e o controle deles. Os elementos variáveis desse evento são apenas: a data, o nome do fornecedor, o número do documento fiscal e o valor da operação. A utilização desse procedimento minimiza erros de classificação contábil e agiliza a escrituração, principalmente quando o volume de transações é numeroso e, principalmente, se a escrituração contábil é importada de outros aplicativos, tais como: compras, produção, fiscal, pessoal, etc. 5.2 ESTRUTURA BÁSICA DO PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO DÉBITO CRÉDITO ATIVO CIRCULANTE → Disponível → Contas a Receber → Estoques → Outros Créditos → Despesas do Exercício Seguinte REALIZÁVEL A LONGO PRAZO → Contas a Receber → Estoques PERMANENTE → Investimentos → Imobilizado → Intangível → Diferido → (-) Depreciação Acumulada → (-) Amortização Acumulada PASSIVO CIRCULANTE → Obrigações Sociais e Fiscais → Contas a Pagar → Lucros a Distribuir → Empréstimos Bancários → Outras Contas a Pagar EXIGÍVEL A LONGO PRAZO → Financiamentos Bancários RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS → Receitas Diferidas → (-) Custos e Despesas Diferidas PATRIMÔNIO LÍQUIDO → Capital Social → Reservas → Ajustes de Avaliação Patrimonial → (-) Ações em Tesouraria → Lucros ou Prejuízos Acumulados CUSTOS → Insumos → Mão-de-Obra Direta → Outros Custos Diretos → Custos Indiretos de Produção PRODUÇÃO → Industrial → De Serviços DESPESAS → Custo das Vendas → Despesas com Pessoal → Despesas Administrativas → Despesas de Comercialização → Despesas Tributárias → Despesas Financeiras → Depreciação e Amortização → Perdas Diversas → Despesas Não Operacionais RECEITAS → Receita Bruta de Vendas → (-) Deduções da Receita Bruta → Receitas Financeiras → Receitas Diversas → Receitas Não Operacionais CONTAS DE APURAÇÃO DE RESULTADO → Balanço de Abertura → Balanço de Encerramento → Resultado do Exercício