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Microeconomia I Módulo - A Módulo A – O que é Economia? Macroeconomia e Microeconomia A Ciência Econômica tem como objetivo estudar a forma como os homens decidem empregar recursos produtivos escassos, que podem ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias, ao longo do tempo, distribuí-las para consumo, agora e no futuro, por pessoas e grupos da sociedade. (Paul Samuelson, 1972) Em síntese: a Economia é o estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos. Na maioria das sociedades os recursos não são alocados por um único planejador central, mas pela ação combinada de milhões de famílias, empresas e governos. O que é Economia? 5 A Economia como Ciência A Economia, como outros campos da ciência, é estudada em vários níveis, dividindo-se em dois ramos principais: a Microeconomia e a Macroeconomia. A Microeconomia trata do comportamento das unidades econômicas individuais, como trabalhadores, famílias, investidores, proprietários de terras, empresas e quaisquer indivíduos ou entidades que desempenhem um papel no funcionamento de nossa economia. A Microeconomia explica como e porque essas unidades econômicas tomam decisões, e de que maneira interagem em mercados específicos. A Macroeconomia trata do comportamento da economia como um todo. Trata da produção total de bens e serviços, do crescimento do produto, das taxas de inflação e do desemprego, do balanço de pagamentos, das taxas de câmbio, do orçamento do governo e das taxas de juros. Em síntese, a Macroeconomia lida com as principais variáveis econômicas e com os problemas do dia-a-dia. Fonte: MANKIW (2002); DORNBUSCH & FISCHER (1991); PINDYCK & RUBINFELD (2002). 6 O que é um Mercado? O conjunto de vendedores e compradores que interagem entre si, resultando na possibilidade de trocas, constitui um Mercado. Ex. unidades produtoras (empresas) e unidades consumidoras (famílias). A extensão de um mercado é determinada tanto geograficamente quanto em termos de faixas de produtos que nele estão inseridos. Os mercados assumem ainda algumas formas (estruturas) que serão estudadas mais adiante, e que apresentam graus variados de competitividade. Inicialmente analisaremos a estrutura de um mercado competitivo (em concorrência perfeita). 7 Mercado competitivo (em concorrência perfeita): possui muitos vendedores e compradores, de modo que nenhum comprador ou vendedor individualmente consiga exercer um impacto significativo sobre os preços. Nesse mercado, pressupõe-se que os bens e serviços ofertados sejam todos iguais (qualidade, marca, rótulo, etc.). Não há barreiras de acesso para esse mercado aos novos empresários. A interação entre Demanda e Oferta que estudaremos a seguir ilustra perfeitamente o funcionamento de um mercado competitivo. O que é um Mercado? 8 O professor deverá dividir a sala em pequenos grupos que representarão o mercado e estimular a troca de “mercadorias, valores financeiros e informações” entre esses players, o objetivo é vivenciar o fluxo do mercado e a sua composição. Dinâmica sobre Mercado 9 MÓDULO – A ITEM – 1.4 MOMENTO – PBL Módulo - B Módulo B – Formação e determinantes das curvas de demanda e de oferta, e preço de equilíbrio Interação entre Oferta e Demanda O lado da Demanda A demanda (procura) de uma pessoa ou grupo de pessoas por um determinado bem qualquer indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir deste bem num determinado período de tempo. Há uma série de fatores determinantes da demanda de um bem: Preço do bem. Lei da demanda: tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada cai. Renda. Se a demanda por um bem cai quando a renda cai, chamamos esse bem de bem normal. Por outro lado, se a demanda por um bem aumenta quando a renda cai chamamos esse bem de bem inferior. Preço de outros bens relacionados com o bem procurado. Quando a queda no preço de um bem reduz a demanda por outro bem, dizemos que se trata de bens substitutos. Quando a queda no preço de um bem aumenta a demanda por outro bem, os bens são chamados complementares. Gostos / Expectativas. O gosto é um dos fatores determinantes da formação da demanda. Já as expectativas em relação ao futuro também podem afetar a demanda por um bem ou serviço. 13 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Demanda Como vimos, são muito os fatores determinantes (Preço, Renda, Preço de produtos relacionados, Gostos e Expectativas) da demanda. Imagine agora que para a formação da demanda todos esses determinantes permaneçam constantes, exceto o preço do bem. Para isso, usaremos a expressão latina ceteris paribus, que serve para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está sendo estudada, são mantidas constantes. Assim, temos: Esquema de demanda: tabela que mostra a relação entre preço de um bem e quantidade demandada. Curva de demanda: gráfico da relação entre preço de um bem e quantidade demandada. Esquema de demanda individual (Exemplo) Preço do sorvete R$ Quantidade demandada de sorvete 0,00 12 1,50 6 3,00 0 14 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Demanda Curva de demanda individual (exemplo) 06 12 0 3,00 1,50 Preço do sorvete (R$) Quantidade demandada de sorvete Essa curva de demanda individual representa graficamente o esquema de demanda apresentado no slide anterior, e mostra como a quantidade demandada do bem (sorvete) varia à medida que seu preço se altera. Observa-se a lei da demanda em operação: tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada cai. 15 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Demanda Esquema de demanda de mercado: mostra a demanda de mercado, que é o somatório de todas as demandas individuais por um dado bem ou serviço. Esquema de demanda individual e de mercado (Exemplo) Preço do sorvete (R$) Quantidade demandada de sorvete Consumidor A Quantidade demandada de sorvete Consumidor B Quantidade demandada de sorvete Mercado 0,00 12 7 19 1,50 6 4 10 3,00 0 1 1 Preço do sorvete (R$) Quantidade demandada de sorvete 0 3,00 1,50 Curva de demanda de mercado (exemplo) 10 19 1 16 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Demanda Deslocamentos da curva de demanda Variáveis que afetam a quantidade demandada Uma alteração nesta variável... Preço Representa um movimento ao longo da curva de demanda Renda Desloca a curva de demanda Preço dos bens relacionados Desloca a curva de demanda Gostos / Expectativas Desloca a curva de demanda Número de compradores Desloca a curva de demanda Preço do sorvete Quantidade demandada de sorvete D3 D1 D2 Aumento da demanda Redução da demanda 17 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Oferta A Oferta: a quantidade oferecida de qualquer bem ou serviço é a quantidade que os vendedores querem e podem vender. Há uma série de fatores determinantes da oferta de um bem ou serviço: Preço do bem. Lei da oferta: tudo o mais mantido constante, a quantidade oferecida do bem aumenta quando seu preço aumenta. Preço dos insumos. A quantidade de um bem oferecida por uma empresa se relaciona negativamente com os preços dos insumos usados em sua fabricação. Tecnologia. Ao reduzir os custos da empresa, os avanços tecnológicos aumentam a quantidade oferecida de um bem. Expectativas. Se a empresa espera que o preço de um bem aumente no futuro próximo, ela poderá estocar parte da produção desse bem para vende-lá no futuro. 18 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Oferta Vejamos agora como a quantidade oferecida de um bem varia com o preço, mantendo constantes os preços dos insumos, a tecnologia e as expectativas. Esquema de oferta: tabela que mostra a quantidade fornecida pela empresa a cada preço. Curva de oferta: gráfico que representa a relação entre o preço de uma mercadoria e a quantidade oferecida Esquema de oferta de um bem (Exemplo) Preço do sorvete (R$) Quantidade ofertada de sorvete 0,00 0 1,50 2 3,00 5 19Interação entre Oferta e Demanda O lado da Oferta Curva de oferta de um bem (exemplo) 02 05 0 3,00 1,50 Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete Essa curva de oferta de um bem representa graficamente o esquema de oferta apresentado no slide anterior, e mostra como a quantidade ofertada do bem (sorvete) varia à medida que seu preço se altera. Observa-se a lei da oferta em operação: tudo o mais mantido constante, a quantidade oferecida do bem aumenta quando seu o preço aumenta. 20 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Oferta Esquema de Oferta de mercado: a quantidade oferecida no mercado é a soma das quantidades fornecidas por todos os produtores. Esquema de oferta demanda individual e de mercado (Exemplo) Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete Produtor A Quantidade de sorvete Produtor B Quantidade de sorvete Mercado 0,00 0 0 0 1,50 2 2 4 3,00 5 8 13 Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete 0 3,00 1,50 Curva de oferta de mercado (exemplo) 13 4 21 Interação entre Oferta e Demanda O lado da Oferta Deslocamentos da curva de oferta Variáveis que afetam a quantidade ofertada Uma alteração nesta variável... Preço Representa um movimento ao longo da curva de oferta Preço dos insumos Desloca a curva de oferta Tecnologia Desloca a curva de oferta Expectativas Desloca a curva de oferta Número de produtores Desloca a curva de oferta Preço do sorvete Quantidade de sorvete S1 Aumento da oferta Redução da oferta S2 S3 22 Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta Equilíbrio: situação em que demanda e oferta coincidem. O preço no qual as curvas se cruzam é o preço de equilíbrio e a quantidade, a quantidade de equilíbrio. Excesso de oferta: situação em que a quantidade ofertada é maior do que a quantidade demandada. Escassez: situação em que a quantidade demandada é maior do que a quantidade ofertada. 2,00 1,50 2,50 4 7 10 Excesso Escassez Ponto de Equilíbrio (entre preço e quantidade) Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete Oferta Demanda 23 Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta Um aumento na demanda desloca a curva de demanda para a direita (de D1 para D2). O preço e quantidade de equilíbrio aumentam (novo equilíbrio). 2,00 2,50 4 7 10 Equilíbrio inicial Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete Oferta D1 D2 Novo Equilíbrio 24 Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta Um fato que provoque uma redução na quantidade ofertada a qualquer preço dado desloca a curva de oferta para a esquerda (de S1 para S2). O preço de equilíbrio aumenta e a quantidade de equilíbrio cai. 2,00 2,50 4 7 10 Equilíbrio inicial Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvete S1 Demanda Novo Equilíbrio S2 25 O preço dos ovos nos EUA caiu 59% entre 1970 e 1998. A oferta aumentou devido ao crescimento da mecanização na criação de aves e à redução no custo de produção. A demanda diminuiu em razão da crescente preocupação do consumidor com a saúde (colesterol, etc. ). Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta: o caso dos preços dos ovos nos EUA 26 US$ 0,26 US$ 0,61 5.500 Equilíbrio inicial Preço por dúzia Quantidade (milhões de dúzias) S 1998 Novo Equilíbrio S 1970 Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta: o caso dos preços dos ovos nos EUA 5.300 D 1970 D 1998 Nesse caso, os preços caíram até um novo equilíbrio ser atingido ao preço de US$ 0,26 e uma quantidade de 5.300 milhões de dúzias. 27 O preço do ensino universitário nos EUA aumentou 68% entre 1970 e 1995. A oferta diminuiu em razão de custos mais elevados com equipamentos e manutenção das salas de aula, laboratórios e bibliotecas, além de salários mais altos do corpo docente. A demanda aumentou em razão do maior número de estudantes que ingressam na universidade após concluir o ensino médio. Interação entre Oferta e Demanda Equilíbrio entre demanda e oferta: o caso do preço do ensino universitário nos EUA 28 US$ 2.530 US$ 4.573 12,3 Equilíbrio inicial Preço (Custo anual) Quantidade (milhões de alunos matriculados) S 1970 Novo Equilíbrio S 1995 Interação entre Oferta e Demanda 7,4 D 1995 D 1970 Equilíbrio entre demanda e oferta: o caso do preço do ensino universitário nos EUA Nesse caso, os preços aumentaram até um novo ponto de equilíbrio ser atingido ao preço de US$ 4.573 e uma quantidade de 12,3 milhões de alunos matriculados 29 MÓDULO – B ITEM – 2.5 MOMENTO – PBL Módulo - C Módulo C – Elasticidades da Demanda e da Oferta Elasticidade e suas aplicações Os compradores em geral demandam maiores quantidades de um bem quando seu preço é baixo, quando suas rendas são maiores ou quando os preços dos bens complementares são menores. Para medir a resposta da demanda às alterações nesses determinantes, usamos o conceito de Elasticidade. Elasticidade: resposta (sensibilidade) da quantidade demandada ou da quantidade ofertada a variações em seus determinantes. Tipos de elasticidades: Elasticidade-preço da demanda; Elasticidade-renda da demanda; Elasticidade-cruzada da demanda; Elasticidade-preço da oferta. 33 Elasticidade e suas aplicações Fonte: MANKIW (2002). Elasticidade-preço da demanda Elasticidade-preço da demanda (EPD) = (Q2 – Q1) / [(Q2 + Q1) / 2] (P2 – P1) / [(P2 + P1) / 2] Quadro Resumo: Elasticidade-Preço da Demanda (EPD) EPD = 1 Demanda com elasticidade unitária. EPD > 1 Demanda elástica. EPD tende ao infinito Demanda perfeitamente elástica EPD < 1 Demanda inelástica EPD = 0 Demanda perfeitamente inelástica 34 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da demanda Determinantes da elasticidade-preço da demanda: bens cujo consumo é essencial para a vida das pessoas tendem a ter sua demanda pouco sensível a alterações nos preços. Desta forma, os bens de primeira necessidade (alimentos básicos, remédios, por exemplo) tendem a ter Demanda inelástica, enquanto os chamados bens supérfluos (joias, roupas finas, etc.) tendem a ter Demanda elástica. a elevação do preço da manteiga provocará uma queda do consumo de manteiga que poderá ser substituída pela margarina. Neste caso, pequenas variações no preço da manteiga tendem a provocar um grande impacto sobre a quantidade demandada de manteiga. Por outro lado, como os ovos não tem substitutos muito próximos, a demanda por ovos é provavelmente menos elástica do que a demanda por manteiga. Assim, quanto maior o número de substitutos de um bem mais este bem tende a ter Demanda elástica. quando o peso relativo de um bem no orçamento total do consumidor é muito pequeno a tendência é que sua demanda seja pouco sensível as alterações nos preços, e tenha, portanto, Demanda inelástica. Por outro lado, caso o bem represente uma parcela significativa do orçamento, sua Demanda tende a ser elástica. 35 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da demanda: alguns exemplos nos anos 90 Produto Elasticidade-preço Automóveis 1,58 (Brasil) e 1,2 (EUA) Cerveja 1,13 (Brasil) Eletricidade 1,6 (Brasil) e 0,88 (EUA) Açúcar 0,30 (Brasil) Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Demanda Demanda Demanda Demanda inelástica: elasticidade menor do que 1 Demanda com elasticidade unitária: elasticidade = 1 Demanda elástica: elasticidade maior do que 1 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da demanda: representação gráfica 100 80 5 4 100 50 4 5 100 90 4 5 37 Preço Quantidade Preço Quantidade Demanda Demanda Demanda perfeitamente inelástica: elasticidade = 0 Demanda perfeitamente elástica: elasticidade infinita Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da demanda: representação gráfica 100 5 4 100 30 4 38 2,50 100 Preço do sorvete (R$) Quantidade de sorvetes Demanda Elasticidade e suas aplicações Receita Total e Elasticidade-preço da demanda Receita Total:é a quantidade paga pelos compradores e recebida pelos vendedores do bem, calculada pelo preço do bem multiplicado pela quantidade vendida (P X Q). P X Q = R$ 250 Área do retângulo sob a curva de demanda = Receita Total 39 2,50 100 Preço do Medicamento (R$) Q Demanda Elasticidade e suas aplicações Receita Total e Elasticidade-preço da demanda Comportamento da Receita Total com Demanda Inelástica: com uma curva de demanda inelástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente menor na quantidade demandada. Portanto, a Receita Total aumentará. P X Q = R$ 250 6,00 P X Q = R$ 480 80 Q Demanda Preço do Medicamento (R$) No caso abaixo, um aumento no preço de um remédio de R$ 2,50 para R$ 6,00 provoca uma queda na quantidade demandada de 100 para 80 e um aumento na Receita Total de R$ 250,00 para R$ 480,00 40 3,00 50 Preço do Sorvete (R$) Q Demanda Elasticidade e suas aplicações Receita Total e Elasticidade-preço da demanda Comportamento da Receita Total com Demanda Elástica: com uma curva de demanda elástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente maior na quantidade demandada. Portanto, a Receita Total diminuirá. P X Q = R$ 150 4,00 P X Q = R$ 80 20 Q No caso abaixo, um aumento no preço do sorvete de R$ 3,00 para R$ 4,00 provoca uma queda na quantidade demandada de 50 para 20 e uma diminuição na Receita Total de R$ 150,00 para R$ 80,00 Preço do Sorvete (R$) Demanda 41 Elasticidade e suas aplicações A teoria econômica (neoclássica) parte da premissa de que as empresas têm como meta principal a Maximização dos Lucros, no curto e no longo prazos. O Lucro Total é definido como a diferença entre a Receita Total (RT) de vendas da empresa e seu Custo Total (CT) de produção. O Custo Total de produção pode ser subdividido em Custo Fixo (parcela dos custos que independe da produção) e Custo Variável (parcela dos custos que depende da produção, e por isso varia). A empresa maximizará o Lucro no momento em que a diferença entre RT e CT for a maior possível Maximização do Lucro: Receita Total, Lucro Total e Custo Total 42 Elasticidade e suas aplicações Temos então as seguintes definições: Receita Total (RT) = Preço (P) X Quantidade (Q) Lucro Total (LT) = Receita Total (RT) – Custo Total (CT) Custo Total (CT) = Custo Fixo (CF) + Custo Variável (CV) Podemos, portanto, observar que a decisão de elevar preços com o intuito de aumentar o Lucro Total (LT) em uma determinada empresa deverá, em princípio, atender: (a) ao conhecimento prévio da elasticidade-preço da demanda (que condiciona a Receita Total) para o produto ou serviço dessa empresa; e (b) à estrutura de custos de produção nessa empresa. Maximização do Lucro: Receita Total, Lucro Total e Custo Total 43 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-renda da demanda A elasticidade-renda da demanda é usada para descrever como a quantidade demandada varia quando a renda dos consumidores sofre uma alteração. Elasticidade-renda da demanda (ERD) = variação percentual da quantidade demandada variação percentual da renda Quadro Resumo: Elasticidade-Renda da Demanda (ERD) ERD < 0 Bem inferior ERD > 0 Bem normal 44 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-cruzada da demanda A elasticidade-cruzada da demanda é usada para descrever como a quantidade demandada de um bem varia quando o preço de outro bem sofre uma alteração. Elasticidade-cruzada da demanda (ECD) = variação percentual da quantidade demandada do bem 1 variação percentual no preço do bem 2 Quadro Resumo: Elasticidade-Cruzada da Demanda (ERD) ECD > 0 Bem substituto ECD < 0 Bem complementar 45 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da Oferta A elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade oferecida responde às alterações no preço do bem. Elasticidade-preço da Oferta (EPO) = variação percentual da quantidade ofertada variação percentual do preço Quadro Resumo: Elasticidade-Preço da oferta (EPO) EPO = 1 Oferta com elasticidade unitária. EPO > 1 Oferta elástica. EPO tende ao infinito Oferta perfeitamente elástica EPO < 1 Oferta inelástica EPO = 0 Oferta perfeitamente inelástica 46 Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Oferta Oferta Oferta Oferta inelástica: elasticidade menor do que 1 Oferta com elasticidade unitária: elasticidade = 1 Oferta elástica: elasticidade maior do que 1 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da Oferta: representação gráfica 125 100 5 4 200 100 4 5 110 100 4 5 47 Preço Quantidade Preço Quantidade Oferta Oferta Oferta perfeitamente inelástica: elasticidade = 0 Oferta perfeitamente elástica: elasticidade infinita Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da Oferta: representação gráfica 100 5 4 100 30 4 48 Elasticidade e suas aplicações Elasticidade-preço da Oferta: representação gráfica A elasticidade-preço da Oferta pode variar numa empresa: uma vez que as empresas têm uma capacidade máxima de produção, a elasticidade da oferta pode ser bastante alta quando a quantidade oferecida é pequena e muito baixa quando a quantidade oferecida é grande. 0 100 200 500 525 3 4 12 15 Preço Quantidade Grande elasticidade: maior do que 1 Oferta Pequena elasticidade: menor do que 1 49 MÓDULO – C ITEM – 3.4 MOMENTO – PBL Módulo - D Módulo D – Eficiência de Mercados Os mercados costumam ser uma boa maneira de organizar as atividades econômicas, desta forma é necessário o entendimento sobre o excedente do consumidor e o excedente do produtor. Eficiência dos mercados O excedente do consumidor equivale a quantia que o comprador está disposto a pagar por um bem menos a quantia que ele efetivamente paga. Excedente do consumidor Comprador Disposição para Pagar John $ 100 Paul $80 George $ 70 Ringo $50 Em um leilão, por exemplo, Paul tem vantagem sobre os demais, pois possui maior disposição para pagar e com isso possui a possibilidade de um excedente do consumidor maior. O excedente do consumidor mede o benefício que os compradores obtém por sua participação no mercado. Excedente do consumidor Excedente do consumidor Você possui para leiloar um disco raro de um artista famoso, e as pessoas interessadas no seu leilão são John, Paul, e George (já conhecemos a disposição para pagar de cada um deles). Em um determinado momento do leilão John decide arrematar e propõem um lance de $85, este lance está acima da disposição para pagar dos demais possíveis compradores, sendo assim, John compra o disco. O excedente do consumidor será o valor de $15, pois é a disposição para pagar de John menos a diferença do lance dado. Observe os exemplos abaixo: Agora você possui para leiloar dois discos raros e idênticos do mesmo artista famoso, e as pessoas interessadas no seu leilão continuam sendo John, Paul, e George. Em um determinado momento do leilão John e Paul decidem arrematar e propõem um lance de $75, este lance está acima da disposição para pagar de George, mas atende bem aos que efetuaram o lance, sendo assim, John e Paul compram os discos. Neste caso o excedente do consumidor do mercado será a diferença do valor da disposição para pagar de John Paul menos o valor do lance dado, totalizando em $30. A altura da curva da demanda reflete a disposição para pagar dos compradores. Curva da Demanda para medir o excedente do consumidor O preço baixo sempre eleva o excedente do consumidor, já que todos os compradores desejam pagar o menor preço. Com isso, o excedente do consumidor mede os benefícios que os compradores obtém de um bem tal como percebido pelos próprios compradores. Assim, o excedente do consumidor é uma boa medida do bem-estar econômico. Excedente do consumidor O excedente do produtor se refere a quanto o produtor/prestador do serviço está disposto receber pelo serviço menos o valor que equivale ao custo de realizar o serviço. Entendemos custos aqui como “o valor de tudo aquilo que o produtor precisa abrirmão para produzir um bem.” Excedente do produtor Sendo assim, o excedente do produtor mede o benefício que os vendedores extraem de sua participação do mercado. Quanto maior os custos, maior será o valor do produto final e a concorrência poderá “tirar” vantagem desta situação, quanto menor os custos maior poder no excedente do produtor. Excedente do produtor Curva da Oferta para medir o excedente do produtor Preços mais altos permitem um maior excedente do produtor. Para identificar um bem-estar econômico no mercado é necessário analisar os dois excedentes e realizar as suas devidas somas (excedente do consumidor + excedente do produtor), este valor é denominado de excedente total. Excedente total = Valor para os compradores – Custo para os vendedores Eficiência de Mercado Objetivo do excedente total é analisar a eficiência do mercado e apontar o equilíbrio de mercado. Eficiência de Mercado Conclusões sobre os resultados de mercado: Os mercados livres alocam a oferta de bens aos compradores que lhes atribuem maior valor, tal como medido por sua disposição para pagar. Os mercados livres alocam a demanda por bens aos vendedores que podem produzi-los ao menor custo. Os mercados livres produzem a quantidade de bens que maximiza a soma dos excedentes do consumidor e do produtor Eficiência de Mercado MÓDULO – D ITEM – 4.4 MOMENTO – PBL Módulo - E Módulo E – Estruturas de Mercado: concorrência perfeita, concorrência monopolista, monopólio, e oligopólio Monopólio Oligopólio Concorrência monopolista Concorrência Perfeita Grau de concorrência aumenta Grau de concorrência diminui Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Principais estruturas de Mercado: As estruturas de mercado dependem essencialmente de três características: Número de empresas (fornecedores) e consumidores (vendedores) que compõem o mercado; Tipo de produto (grau de diferenciação); Existência de barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 69 Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Mercado em Concorrência Perfeita (já estudado): Existência de um grande número de vendedores e compradores; O produto transacionado é homogêneo: Há livre mobilidade de empresas no mercado (em termos técnicos isso significa que não existem barreiras para entrada e saída de empresas no mercado). Pleno conhecimento (todos os agentes conhecem todas as condições do mercado todo o tempo). Mercados em Concorrência perfeita 70 Concorrência monopolista: trata-se de um mercado em que, apesar de haver um grande número de produtores (portanto concorrencial), cada um deles é como se fosse monopolista em seu produto, já que este é relativamente diferenciado dos demais. Essa diferenciação dos produtos ocorre por meio de algumas características dos mesmos, como marca (griffe), qualidade, existência ou não de assistência técnica, acabamento, etc. Ex. marcas de roupas (confecções), restaurantes, etc. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 71 Ganhos e Perdas da concorrência monopolista para a sociedade: Preço tende a ser mais baixo (ganho); Maior variedade de produtos (ganho); Custo de produção tende a ser mais alto (perda). Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Concorrência monopolista 72 Monopólio: no lado oposto ao mercado competitivo está o mercado com fornecedor único ou monopolista. No limite, o fornecedor monopolista não enfrenta concorrência alguma, já que não há outros produtores dos mesmos bens ou serviços, ou similares. No entanto, é um pouco raro encontrar um monopólio tão “puro”, já que geralmente há algum substituto para produtos e serviços. Nos casos em que a possibilidade de substituição (dos produtos ou serviços) é extremamente distante, a empresa terá ampla oportunidade de manipular os preços dos produtos, sua qualidade e quantidade oferecidas. Em síntese: o monopólio se configura quando a empresa produz algo para o qual não há substituto próximo. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 73 Para que os monopólios existam, devem existir barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas empresas no mercado. Essas barreiras podem ser geradas pelas seguintes condições básicas: Monopólio Natural: as características do mercado exigem elevado volume de capital. A empresa já instalada opera com grandes plantas industriais, com elevadas economias de escala e custos unitários bastante baixos; Patentes: enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para a produção de certo bem; Controle de matérias-primas: por exemplo, o controle de minas de bauxita por uma empresa produtora de alumínio. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Monopólio 74 Os Monopólios podem ainda ser classificados como Monopólios Legais ou Técnicos. O Monopólio Legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a primazia no mercado. Ex. até 1995, no Brasil, temos o caso da Petrobrás. Já o Monopólio Técnico ocorre quando a produção de uma única empresa é a forma mais barata (ganhos de escala) de fabricação do produto. Ex. geração e distribuição de energia em um país. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 75 Preço Quantidade Demanda de mercado = Demanda da empresa monopolista No monopólio, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa monopolista determina o preço de equilíbrio, de acordo com sua capacidade de produção: se ela aumentar a oferta, o preço de mercado diminuirá, se ela reduzir a oferta, o preço de mercado subirá. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Monopólio Curva de demanda no Monopólio 76 No caso dos mercados organizados em monopólios, a inexistência de bens substitutos perfeitos determina que a demanda desse mercado seja classificada, via de regra, como inelástica. No entanto, isso não significará que o monopolista poderá aumentar preços indefinidamente. Se o preço do produto ou serviço se elevar em demasia, pesará muito no orçamento dos consumidores, que tenderão a consumir menos. Nesse caso, a demanda pelo bem ou serviço deixará ser inelástica para tornar-se elástica. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Monopólio 77 Oligopólio: é um mercado em que existe um pequeno número de produtores ou em que, apesar de existir um grande número de produtores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado. É uma estrutura relativamente comum em muitos países. Exemplos: indústria automobilística; e indústria de refrigerantes. Embora nessa estrutura não haja necessariamente barreiras explícitas, o poderio das grandes empresas que a controlam é um fator bloqueador à entrada de novas empresas no mercado. Podem ainda ocorrer os oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) ou os oligopólios com produtos homogêneos (alumínio, cimento, etc.). Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 78 Três razões comuns para a existência de Oligopólios: Economias de escala na produção: um oligopólio natural surge quando há economias de escala relativamente grandes na produção, ou seja, quando poucas empresas de grande porte podem produzir a um custo muito mais baixo que as demais empresas do setor. Barreiras do governo à entrada: o governo pode limitar o número de empresas em um mercado, emitindo patentes ou controlando licenças para o negócio. Campanhas publicitárias: em alguns mercados uma empresa não consegue entrar sem investimentos substanciais em propaganda. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 79 Nos Oligopólios, geralmente há uma empresa líder que, via de regra, fixa preços, respeitando as estruturas de custos das demais empresas de seu ramo. Nesse sentido, há também as empresas satélites que seguem as regras ditadas pela líder. Trata-se do modelode liderança de preços nos oligopólios. Como exemplo, temos a indústria de bebidas no Brasil. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações Oligopólios: empresa líder 80 Duas ou mais empresas podem se unir formando um Cartel. O Cartel se caracteriza por um grupos de empresas que coordena suas decisões de determinação de preços, freqüentemente cobrando preços muito similares por determinado bem ou serviço. Já o Truste é uma arranjo sob o qual os proprietários de várias empresas transferem seus poderes de tomada de decisão a um pequeno grupo de agentes, que tomam decisões em nome de todas as empresas participantes. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 81 No intuito de promover a concorrência em mercados dominados por empresas grandes e organizadas entre si (em trustes e cartéis, por exemplo) surgem as políticas governamentais antitruste. Essas políticas determinam punições (multas, fechamentos de empresa, prisões, etc.) para os empresários que descumprem a legislação local. No caso do Brasil, as políticas antitruste são praticadas pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Ministério da Justiça) que age no intuito de regulamentar as operações das empresas no mercado. Exemplo de ação do CADE: a recente anulação da fusão entre a Nestlé e a Garoto. Estruturas de Mercado: principais conceitos e aplicações 82 MÓDULO – E ITEM – 5.4 MOMENTO – PBL