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MICROECONOMIA: LEITURAS 
Amanda Lua Administração INSPER 
CURVAS DE DEMANDA INDIVIDUAL E DE MERCADO 
Curva de Demanda Individual 
• A curva de Demanda Individual representa as escolhas ótimas de um consumidor sobre 
quantas unidades consumir de um bem em resposta a mudanças apenas no nível de preço 
daquele bem. 
• Logo, como todos os pontos da Curva de Demanda Individual são escolhas ótimas, a origem 
desta curva de demanda está na teoria da escolha ótima que vimos anteriormente. 
• Selecionando apenas os preços e quantidades ótimos de y, temos: 
o Considerando que a utilidade é gastar metade da renda igual em cada bem. 
 
- Q do bem y = (Utilidade de y) * (Renda) / (Preço do bem y) 
Curva de Demanda de Mercado 
• Variáveis que podem afetar (deslocar) a Curva de Demanda: 
o Renda 
o Preços de bens relacionados 
o Preferências (gostos) 
o Número de compradores 
o Expectativas 
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o OBS.: a Curva de Demanda se desloca quando ocorre alteração de alguma variável 
relevante que não é medida em algum dos dois eixos do gráfico de demanda. Isto é, 
mudanças no Preço do próprio bem e mudanças na Quantidade do próprio bem não 
deslocam a curva de demanda, apenas mudam a posição ao longo de uma mesma 
curva de demanda. 
 
ELASTICIDADE 
• Elasticidade nada mais é que a medida para a sensibilidade/responsividade. Pode até 
facilitar o entendimento ler elasticidade sempre como sensibilidade, para que o conceito 
fique um pouco mais intuitivo. 
• Em microeconomia, existem várias elasticidades importantes de se medir: 
o Elasticidade da Demanda 
▪ Elasticidade Preço da Demanda: sensibilidade da demanda a variações de 
preço 
▪ Elasticidade Renda da Demanda: sensibilidade da demanda a variações de 
renda 
▪ Elasticidade Preço Cruzada da Demanda: sensibilidade da demanda a 
variações de outros preços 
o Elasticidade da Oferta 
- Em Micro1, focaremos quase exclusivamente na Elasticidade Preço da Demanda. 
 
Elasticidade 
• Conceito: é uma medida do quanto a quantidade demandada ou da quantidade ofertada de 
um bem reage a variações em algum dos seus determinantes. 
• Mensuração: a elasticidade é calculada como a variação percentual da quantidade do bem, 
dividida pela variação percentual do seu determinante de interesse. 
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o Por exemplo, a Elasticidade Preço da Demanda é calculada como a variação 
percentual da quantidade demandada, dividida pela variação percentual do preço do 
bem. 
 
• Fatores que afetam a elasticidade preço da demanda: 
o Disponibilidade de bens substitutos 
▪ Muitos e/ou adequados substitutos (mais sensível) 
▪ Poucos e/ou inadequados substitutos (menos sensível) 
o Necessidade 
▪ Bem supérfluo ou do qual não se dependa (mais sensível) 
▪ Bem altamente necessário ou do qual se dependa (menos sensível) 
o Participação no orçamento 
▪ Alta participação no orçamento (mais sensível) 
▪ Baixa participação no orçamento (menos sensível) 
o Prazo 
▪ Longo prazo (mais sensível) 
▪ Curto prazo (menos sensível) 
o Concorrência 
▪ Concorrentes são muito e/ou próximos (mais sensível) 
▪ Concorrentes são poucos e/ou distantes (menos sensível) 
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• A sensibilidade da quantidade demandada aos preços decorre do comportamento da curva de 
demanda do produto sob análise. A elasticidade dependerá da inclinação da curva de 
demanda e, também, do trecho da curva de demanda relevante. 
o Um dos erros mais comuns sobre o tema é esquecer que o trecho da curva de 
demanda também faz parte da elasticidade, isto é, apenas a inclinação não é 
suficiente para determinarmos a elasticidade. 
o Para exemplificar, vamos analisar uma curva de demanda linear, que por definição 
tem a mesma inclinação em todos os pontos. No entanto, não terá a mesma 
elasticidade em todos os pontos. 
 
• Elasticidade preço da demanda também é chamada de elasticidade da demanda. 
 
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TEORIA DA FIRMA 
Assim como a Teoria do Consumidor busca entender e modelar de forma clara os determinantes 
da escolha de um consumidor individual, a Teoria da Firma busca criar um modelo da escolha de 
uma firma individual. 
Também como no caso da Teoria do Consumidor, este modelo da escolha de um agente 
individual não precisa ser aplicado para entender uma pessoa específica ou uma empresa 
específica. São modelos que permitirão generalizarmos o comportamento de centenas, 
milhares, milhões de agentes tomadores de decisão que fazem parte de um mesmo mercado. 
A Teoria do Consumidor gera a Curva de Demanda. A Teoria da Firma gera a Curva de Oferta. 
Há duas formas de apresentar a Teoria da Firma. O livro do Core prefere começar pela relação 
entre a Curva de Demanda e a escolha ótima da empresa. Nas aulas nós optaremos por 
apresentá-la olhando para os Custos de Produção. Não se preocupe, ambas chegam nos mesmos 
resultados! 
Quais fatores afetam os custos de produção? 
• Determinantes dos custos de produção: 
o Produtividade 
o Organização 
o Tecnologia 
o Custo dos recursos utilizados na produção 
o Regulações, impostos, subsídios 
 
• Tipos de Custo 
Para efeito de Micro I, consideraremos apenas dois tipos de custo de produção: 
• Custos Fixos (CF): são custos que não têm variação significativa em função da 
quantidade produzida pela empresa. Sendo rigoroso, não têm variação significativa 
nos intervalos de tempo e quantidade considerados na análise. Por exemplo, o custo 
da empresa com o pagamento de aluguéis ao longo de um mês não depende da 
quantidade produzida. 
• Custos Variáveis (CV): São todos os custos que apresentam variação relevante mesmo 
com pequenas variações na quantidade produzida. Por exemplo, produzir uma unidade 
a mais de um livro sempre exigirá gastar com o papel e impressão daquele livro. Os 
custos com insumos da produção em geral são custos variáveis 
CustoTotal = CustoFixo + CustoVariável 
 
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Como vimos no começo do curso, praticamente sempre podemos olhar para as variáveis 
econômicas de pelo menos três perspectivas: no todo, na média e na margem. Isso se aplica 
também aos Custos de Produção. 
• Custo Total (CT): É o valor total de todos os custos (renúncias) feitas pela empresa para 
produzir uma determinada quantidade Q. Este valor inclui todos os custos fixos e todos os 
custos variáveis. 
• Custo Total Médio (CTMe): É o Custo Total dividido pela quantidade produzida, CMe = 
𝐶𝑇
𝑄
 
• Custo Marginal (CMg): É o custo de se produzir apenas a unidade adicional, a última 
unidade produzida. Pode ser calculado a partir da derivada da função de Custo Total, ou 
pegando o Custo Total produzindo Qn unidades e subtraindo do Custo Total produzindo 
Q(n-1) unidades. CMg = 
𝑑𝐶𝑇(𝑄)
𝑑𝑄
 ou CMg = CT(Qn) – CT(Qn-1). 
Há uma certa escala de produção (nível de quantidade Q) na qual a empresa consegue produzir 
ao menor custo médio possível. Chamamos essa escala de Escala Eficiente. Ela ocorre quando 
CTMe = CMg. 
• A Escala Eficiente divide a função custo da emrpesa em dois trechos: 
o Economia de Escala: Ocorre quando a empresa é capaz de reduzir seu Custo Total 
Médio conforme aumenta a quantidade produzida. 
o Deseconomias de Escala: Ocorre quando o aumento da quantidade produzida leva 
ao aumento do Custo Total Médio. 
Basicamente todas as empresas apresentarão um trecho da curva de custos no qual operam com 
Economia de Escala e um outro trecho no qual operam com Deseconomias de Escala. 
 
 
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EQUILÍBRIO DE MERCADO 
 
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CHOQUES DE MERCADO 
No longo prazo, o lucro econômico no mercado concorrencial tende azero. Esse é o equilíbrio 
estável de longo prazo. Essa empresa que tem lucro econômico igual a zero, tem um lucro 
contábil. Se o lucro econômico fosse negativo, empresas sairiam desse mercado porque tem 
atividades atrativas fora desse empreendimento. 
• Choque é o nome de qualquer perturbação externa ao mercado que é capaz de afetar o 
comportamento da oferta ou da demanda. 
o Por exemplo: pandemia da Covid-19; auxílio Brasil; Rússia invade a Ucrânia; 
variações do clima; mudanças de leis e regulações. 
• Choques podem ser... 
o Positivos, quando expande a oferta ou a demanda. Deslocam a respectiva curva 
para a direita. 
o Negativos, quando contraem a oferta ou a demanda. Deslocam a respectiva curva 
para a esquerda. 
 
• Identificamos se um choque é de expansão ou contração, de oferta ou de demanda, 
analisando: 
o Se ele altera um componente determinante da curva de oferta ou da curva de 
demanda. 
▪ Por exemplo, uma mudança que aumente o desejo dos consumidores é uma 
alteração de preferências, que por sua vez só são parte dos determinantes 
da Curva de Demanda. Logo, trata-se de um choque de demanda. 
o Se esta alteração aumenta ou diminui a capacidade de produzir (oferta) ou se 
aumenta ou diminui a capacidade de comprar (demanda). 
▪ Por exemplo, se o choque de preferências anterior aumentou o desejo dos 
consumidores pelo produtivo, é um Choque Positivo de Demanda. Se 
diminuiu, é um Choque Negativo de Demanda. 
 
• Podem causar Choques na Demanda de um bem as alterações de... 
o Preferência do Consumidor 
▪ Preferência -> Demanda expande 
o Renda do Consumidor 
▪ Renda -> Demanda expande 
o Preço de Bens Substitutos 
▪ Preço de Bens Substitutos -> Demanda expande 
o Preço de Bens Complementares 
▪ Preço de Bens Complementares -> Demanda contrai 
o Número de Consumidores do Mercado 
▪ Número de Consumidores do Mercado -> Demanda expande 
 
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• Podem causar Choques na Oferta de um bem as alterações de... 
o Produtividade do trabalho 
▪ Produtividade -> Oferta expande 
o Tecnologia ou eficiência 
▪ Tecnologia -> Oferta expande 
o Preço de insumos 
▪ Preço de insumos -> Oferta contrai 
o Leis, Regulações e Impostos 
▪ Custos de produção -> Oferta contrai 
o Número de Firmas do Mercado 
▪ Número de firmas do mercado -> Oferta expande 
 
 
 
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IMPOSTOS, PREÇO MÍNIMO E PREÇO MÁXIMO 
• Chamamos de “intervenção” alguma ação externa ao mercado com o objetivo de afetá-lo 
de alguma forma. 
• Por exemplo: 
o Impostos 
o Preços mínimos 
o Preços máximos 
o Regulação 
o Limites de quantidade (não são matéria de Micro I) 
 
• Representação gráfica 
o No modelo de oferta e demanda sem intervenções, dois grupos de agentes estão 
representados: o grupo dos consumidores (agregados na curva de demanda) e o 
grupo das firmas produtoras (agregadas na curva de oferta). 
o Intervenções políticas podem adicionar um terceiro agente no modelo de oferta e 
demanda, o governo. 
 
• Impostos 
o Para efeito da disciplina de Micro I, estudaremos apenas os impostos indiretos. 
Impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a compra e venda de bens e 
serviços. 
o Incidência de impostos (muito importante): 
▪ Incidência jurídica: define quem é o responsável por pagar o imposto. Por 
exemplo, a responsabilidade por pagar o imposto sobre operações 
financeiras (IOF) é das empresas financeiras quando vendem um bem. Logo, 
dizemos que juridicamente o imposto incide sobre as empresas. 
▪ Incidência econômica: diz respeito a quem é mais onerado pelo imposto, 
podem ser os consumidores ou as empresas. 
o Importante: incidência econômica e incidência jurídica não têm relação necessária 
uma com a outra. Juridicamente, o imposto pode estar sendo cobrado das 
empresas, mas economicamente quem está sendo onerado são os consumidores. 
Ou vice-versa. 
 
• Incidência dos impostos 
o A maioria das pessoas não têm conhecimento sobre microeconomia e tendem a 
olhar apenas a incidência jurídica dos tributos. É comum vermos afirmações que 
supõem que as empresas pagam todos os impostos, ou o contrário, que no fundo é 
o consumidor quem paga todos os impostos, pois é do bolso dele que sai o dinheiro 
que a empresa usa para pagar os impostos. 
o Apesar de intuitivos, esses raciocínios não têm respaldo na teoria econômica. Em 
geral, qualquer imposto indireto terá sua incidência econômica (também chamada 
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de fardo ou ônus dos impostos) repartida entre empresas e consumidores. O lado 
mais inelástico entre oferta e demanda pagará fatia maior da conta. 
o A incidência jurídica de um imposto indireto é irrelevante para a consequência de 
quem pagará a maior parte da conta. 
Impacto dos Impostos e como calcular 
Em Micro I, lidaremos apenas com tributos de valor absoluto por unidade transicionada. Neste 
caso, sobre o mercado abaixo o governo aplicará um tributo de R$30 por transação. Podemos 
modelar o impacto do imposto incorporando-o à curva de demanda (reduzindo o poder de 
compra do consumidor) ou sobre a curva de oferta (encarecendo a produção). Neste exemplo, 
colocaremos o imposto sobre a oferta, que ficará mais custosa. 
Oferta com imposto: Po = 20 + 2Q + 30 
 
Na oferta com imposto, há um novo 
equilíbrio. No caso, Po = Pd. Deste modo, o 
igualando a nova curva de oferta com a de 
demanda, teremos um preço de equilíbrio 
de 150. 
Ou seja, com o imposto a quantidade 
transacionada no mercado encolherá de 60 
unidades para 50 unidades. O preço ao 
consumidor aumentará de 140 para 150 
reais. 
Sobre qual grupo recaiu a maior parte da 
incidência econômica do imposto? Os produtores. Note que o imposto foi de 30 reais, mas o 
preço ao consumidor aumento apenas 10 reais. 
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Este imposto está arrecadando: 
R$30 por unidade * 50 unidades = R$1.500. Graficamente, este valor da arrecadação 
corresponde à área cinza destacada no gráfico. 
Note que ao compararmos a área de receita Fiscal com a linha de preços no equilíbrio anterior, 
a receita fiscal está ocupando um espaço que antes pertencia ao excedente do produtor ou do 
consumidor. 
 
A maior parte dessa área está sob onde antes era excedente do produtor. Essa é a forma visual 
de entendermos a incidência econômica ou fardo/ônus dos impostos. Produtores e consumidores 
estão arcando com parte da conta desse imposto, porém a maior parte da conta está ficando 
para as empresas. 
Após os impostos, podemos recalcular os excedentes dos produtores e consumidores (áreas 
destacadas no gráfico): 
Excedente do consumidor -> 1250 reais 
Excedente do produtor -> 2500 reais 
Notes que antes dos impostos os 
excedentes do consumidor e do produto 
somavam 5400. Agora, somam apenas 
3750. Parte do excedente anterior foi 
transferido para o governo na forma de 
impostos (1500). Anda assim, ficam 
faltando 150 que não é excedente de 
ninguém, nem arrecadação fiscal. Este 
valor que é perdido chamamos de Peso 
Morto. 
 
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No caso dos impostos, o Peso Morto é uma consequência do encolhimento do tamanho do 
mercado. Os impostos fizeram com que a quantidade de equilíbrio fosse reduzida de 60 
unidades por período para 50 unidades por período. Isto é, a sociedade deixa de usufruir dos 
ganhos de troca associados a estas 10 unidades. O Peso Morto é o custo de oportunidade do 
imposto. 
Analisar o Peso Morto de um tributo é importantepara avaliarmos a eficiência de um imposto. 
Um imposto eficiente é um imposto que tem elevada capacidade de arrecadação, porém com 
peso morto pequeno. 
O Peso Morto de um imposto será tanto maior quanto... 
• Maior o valor do imposto. 
• Mais elástica a elasticidade-preço da demanda. 
Conforme o valor do Peso Morto aumenta, ele vai se tornando também um incentivo para 
formação de mercados paralelos (mercado ilegal, mercado informal, contrabando, pirataria) ou 
de incentivos para crimes de colarinho branco (sonegação, corrupção); 
 Subsídios 
• Subsídio é quando o governo transfere recursos para um mercado de forma a expandi-lo e 
reduzir os preços ao consumidor. Enquanto o imposto encarece um produto no mercado 
para transferir recursos ao governo, o subsídio barateia um produto no mercado usando 
recursos transferidos pelo governo. 
• Nos nossos modelos microeconômicos, o subsídio é modelado praticamente da mesma 
forma que um imposto, exceto que enquanto o imposto aumenta o custo de produção ou 
tira poder de compra do consumidor, o subsídio reduzirá o custo de produção ou 
aumentará o poder de compra do consumidor. 
Assim como os impostos, todo subsídio têm um Peso Morto – um custo de oportunidade. 
No caso dos impostos, o Peso Morto vem da sociedade abrir mão de produzir unidades de bens 
ou serviços que gerariam ganhos na troca (BMg > CMg) 
No caso dos subsídios, o Peso Morto vem da sociedade dedicar recursos adicionais para produzir 
unidades de bens ou serviços que não geram ganho na troca (Bmg < CMg). 
 Preços Máximos e Preços Mínimos 
A adoção de políticas de Preço Máximo ou Preço Mínimo pelo governo é prática recorrente em 
diversos mercados. 
• Preço Mínimo: política que estabelece um valor mínimo obrigatório para o preço de 
mercado. Por exemplo, no Brasil o governo adota política de preços mínimos sobre a 
produção de diversos bens agrícolas. 
• Preço Máximo: política que estabelece um valor máximo obrigatório além do qual o 
preço de mercado não pode passar. Por exemplo, em praticamente todas as democracias 
modernas adota-se algum tipo de política de preços máximos sobre o preço da energia 
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elétrica para domicílios e sobre o preço da água para domicílios. No Brasil, adota-se uma 
política de preços máximos para uma ampla gama de remédios. 
Vamos supor uma política de Preço Máximo que estabelece R$ 100 como o preço máximo para o 
produto: 
 
• Produtores passarão a responder 
ao Preço Máximo, produzindo 
apenas até a unidade que CMg = 
R$100. Os produtores produzem 
40 unidades. 
• Consumidores também 
respondem ao Preço Máximo 
demandando unidades como se o 
preço estivesse em R$ 100. Os 
consumidores demandam 100 
unidades. 
• Resultado: Q ofertada < Q 
demandada. 
• Isto é, os consumidores 
demandarão mais unidades do 
que os produtores produzem por 
período. Mercado em desequilíbrio. 
• Consequências: prateleiras vazias, filas, lista de espera. Se o peso morto for grande, pode 
gerar um mercado paralelo. 
 
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Quais benefícios podem vir de uma política de preço máximo? Para os consumidores que 
conseguem encontrar um produto à venda, eles terão um excedente do consumidor maior do 
que teriam no equilíbrio sem a política (área azul), em detrimento do excedente do produtor. 
Políticas de preço máximo costumam ser desastrosas quando aplicadas em mercados 
concorrenciais. Geram peso morto e a desorganização do desequilíbrio apenas para transferir 
bem-estar do produtor para o consumidor. 
Por isso, em democracias modernas vemos o Preço Máximo aplicado em mercados que possuem 
poder de mercado significativo, como eletricidade, água e remédios. Nesse caso, é possível que 
uma política de preço máximo consiga até reduzir o peso morto do monopólio – se ela for 
apoiada em boas evidências e for bem desenhada, claro! 
 
 Preço Mínimo 
Vamos supor uma política de Preço Mínimo que estabelece R$ 180 como o preço mínimo para o 
produto. 
Em resposta a essa política, o nível de preço deixará o preço de equilíbrio e passará para R$180. 
A este preço, os consumidores só têm interesse em comprar 20 unidades por período. Já os 
produtores desejam produzir bastante, 80 unidades. 
Q demanda = 20 / Q oferta = 80 
Vemos que Qoferta > Qdemanda, o mercado está em desequilíbrio. 
 
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Como consequência dessa política, temos a formação de um Peso Morto. Além disso, devido ao 
desequilíbrio com mais pessoas ofertando do que demandando, veríamos acúmulos de estoques 
nas empresas, ociosidade, desperdício de recursos, dentre outros. Em mercados concorrenciais 
essa política pode ser desastrosa. Por que um país a adotaria? 
Destaco duas situações relevantes que podem justificar a política de preço mínimo: 
1. Poder de mercado do lado da demanda. O grande exemplo deste caso é o mercado de 
trabalho, onde as empresas demandam trabalho e os trabalhadores ofertam. Se há poder 
de mercado do lado da demanda, esperamos salários artificialmente baixos. Não lidamos 
com modelos de poder de mercado da demanda em Micro I. 
2. O Brasil adota preços mínimos na agricultura em conjunto com subsídios ao produtor. A 
ideia é garantir renda ao produtor rural e sobre-produção de alimentos para diminuir o 
risco de faltar comida no mercado brasileiro. 
Regulações de Mercado 
Regulações de mercado podem tanto contrair a oferta, encarecendo-a, quanto expandir a 
oferta, baranteando-a. 
 
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PODER DE MERCADO: DA CONCORRÊNCIA PERFEITA AO MONOPÓLIO 
Até aqui na disciplina, nós trabalhamos dentro do pressuposto de que analisamos um mercado 
de concorrência perfeita. 
Características da concorrência perfeita: 
• Baixas barreiras à entrada e à saída de empresas 
• Produto homogêneo (sem diferenças relevantes de marca ou qualidade) 
• Empresas não têm capacidade de discriminar preços 
• Oferta composta por grande número de firmas 
• Demanda composta por grande número de consumidores 
Como consequência destes pressupostos, firmas em concorrência perfeita são tomadoras de 
preço (price takers). Significa que aceitam preço de mercado e não tem poder de formar preço 
próprio. 
 Poder de Mercado 
Poder de mercado não é binário (tem/não tem), mas sim uma gradação que vai do maior ao 
menor poder de mercado. A área de organização industrial é a área da economia que estuda as 
diferentes estruturas de mercado. 
De forma geral, do maior ao menor poder de mercado, temos: 
1. Monopólio Natural (uma firma produtora sem ameaça de entrada) 
2. Monopólio (uma firma produtora sem ameaça de entrada) 
3. Monopsônio (apenas um consumidor) 
4. Cartel (várias firmas que combinam preços para atuarem como monopolista) 
5. Oligopólio (poucas firmas produtoras) 
6. Concorrência imperfeita ou monopolística (muitas firmas produtoras concorrendo por 
diferenciação do produto, marca, fidelização) 
7. Concorrência perfeita 
 
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 Poder de Mercado vs. Concorrência 
Para entendermos melhor o poder de mercado, é importante antes termos claro por que as 
firmas na concorrência perfeita não têm poder de mercado relevante. 
No exemplo a seguir, colocamos lado a lado uma visualização do que está acontecendo no 
mercado (gráfico à esquerda) e o que a firma na concorrência perfeita enxerga (gráfico à 
direita). 
 
Nos gráficos acima, temos um mercado de concorrência perfeita em equilíbrio e como esse 
equilíbrio aparece para uma firma individual que faz parte deste mercado. 
Estamos pressupondo que todas as firmas individuais deste mercado têm a mesma estrutura de 
custos marginais. Na concorrência perfeita, esse pressuposto é razoável devido à dinâmica de 
ajuste do mercado que vimos em aulas passadas. 
Note que a demanda que a firma individualpercebe se comporta na prática como perfeitamente 
elástica. Isso ocorre por conta da escala. Preste atenção na escala dos eixos nos dois gráficos, 
ela muda! 
Se uma firma individual reduzir sozinha sua produção para Q = 0, as outras firmas do mercado 
continuarão produzindo. Assim, o preço ficará praticamente inalterado. 
Essa incapacidade da firma individual de influenciar os preços produzindo menos se torna 
também a razão para que ela não consiga praticar preços acima do preço de mercado. 
Neste exemplo, se a firma individual resolver cobrar R$90 por unidade produzida por ela, ela 
não encontrará demanda por uma unidade sequer. Isso ocorre porque os consumidores vão 
simplesmente comprar do concorrente mais barato. Logo, a firma na concorrência perfeita é 
tomadora de preço! 
 
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Quantas empresas existem nesse mercado? 
Para responder esta pergunta, precisaremos (1) do pressuposto que todas as firmas deste 
mercado têm a mesma estrutura de custos marginais e (2) prestar atenção na escala dos eixos. 
Quando o mercado está em equilíbrio (Peq = 80), estão sendo ofertadas 60 unidades. Porém, 
neste preço a firma individual está produzindo 3 unidades. Ou seja, existem 60/3 = 20 firmas 
iguais ao todo neste mercado. 
Último ponto importante -> 
A produção de uma unidade a mais ou a menos pela firma individual praticamente não impacta 
o preço de mercado. Logo, o produtor pode tratar a receita que ele obtém por unidade 
adicional produzida como igual ao preço de mercado (P=RMg). 
Em outras palavras, a receita marginal (RMg) da firma individual na concorrência perfeita é 
praticamente constante e igual ao preço de mercado. 
Note que o modelo microeconômico do que ocorre com a firma individual na concorrência 
perfeita não assume que a firma é tomadora de preços por alguma diferença pessoal dos 
pequenos empresários ou de comportamento das firmas pequenas. 
É o contexto de ter muitos concorrentes e da escala pequena da produção da firma individual 
ante o tamanho do mercado que limitam as possibilidades que o empresário encontra de 
influenciar o preço de mercado ou de ser atrativo cobrar mais caro por seu produto. 
Já a firma monopolista não enfrenta nenhuma destas restrições. 
 A Firma Monopolista 
Para facilitar nossa comparação com a concorrência 
perfeita, vamos manter a mesma curva de demanda 
e a mesma curva de oferta, porém agora a oferta é 
composta por apenas 1 firma monopolista ao invés 
de 20 firmas concorrentes. 
Importante ter claro que no caso da firma 
monopolista, não precisamos fazer a diferenciação 
anterior entre a visão do mercado e da firma 
individual, pois se trata da mesma visão. A firma 
monopolista é a oferta inteira deste mercado e é 
também o olhar da firma individual. 
Ou seja, na escala que a firma monopolista opera, 
ela consegue potencialmente observar toda a curva 
de demanda do mercado. A demanda não aparece 
para ela como perfeitamente elástica! Logo, pode haver uma margem para fixar preços mais 
altos ou reduzir a produção para aumentar preços. 
Notem que a firma monopolista é capaz de produzir a quantidade do equilíbrio concorrencial e 
vende-la ao preço de equilíbrio concorrencial. Se ela fizer isso, o resultado para ela em termos 
de excedentes do produtor também será igual o da concorrência perfeita: 
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Excedente do Consumidor = R$3.600 
Excedente do Produtor = R$1.800 
Excedente Total = R$5.400 
O monopolista não produzirá no preço e quantidade da concorrência. Ele não fará isso não 
porque ele não consiga produzir nessa quantidade e preço, mas porque o monopolista tem 
alternativas melhores. Sem concorrentes, ele pode cobrar mais caro e produzir menos sem ser 
punido por isso. Basta avaliar se compensa aumentar o preço diante da elasticidade-preço da 
demanda de mercado. 
O monopolista pode cobrar o preço que quiser, mas não consegue forçar o consumidor comprar 
o produto. Assim, ele buscará maximizar o lucro sujeito à restrição de demanda que ele 
encontra. 
LucroTotal = ReceitaTotal – CustoTotal 
LucroTotal = P.Q – CustoTotal 
Para restringir a função de lucro total ao espalho da demanda do consumidor, substituímos P 
pela equação de demanda. 
LucroTotal = (200-2Q).Q – CustoTotal 
Para achar a quantidade a ser produzida para maximizar o lucro, podemos derivar a função 
lucro em relação à quantidade e igualar à zero 
LucroMarginal = 200 – 4Q – CMg 
0 = 200 – 4Q –(20+Q) 
5Q = 180 -> Qmonopólio = 36 
Outra forma de chegar no mesmo resultado é construir a curva de Receita Marginal (RMg) do 
monopolista. 
 
A firma maximiza o lucro com RMg = CMg. No caso do monopolista, a curva de oferta de 
mercado é diretamente a curva de custo marginal dele. 
Condição de maximização do lucro: 
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A firma monopolista produzirá 36 unidades e cobrará o preço de R$128 por unidade. 
Com o poder de mercado do monopólio, a firma consegue aumentar o seu excedente do 
produtor. Porém, ela faz isso reduzindo o excedente do consumidor e trazendo ineficiência para 
o mercado (peso morto). 
Cálculo dos excedentes (área das regiões destacadas): 
 
MICROECONOMIA: LEITURAS 
Amanda Lua Administração INSPER 
Ou seja, o poder de mercado do monopolista fez ele quase duplicar seu excedente do produtor. 
Na concorrência perfeita, o excedente dele seria de R$1.800. Já os consumidores perderam 
muito excedente do consumidor, que na concorrência perfeita era de R$3.600. O monopólio 
introduzir uma ineficiência no mercado no valor de R$864. A sociedade dispõe de meio para 
produzir e os consumidores teriam disposição a comprar mais unidades, mas não serão 
produzidas para não diminuir o lucro do monopolista. 
 Falha de Mercado: Monopólio 
• É por conta da ineficiência gerada pelo poder de mercado (peso morto) que o monopólio 
é entendido como uma falha de mercado. Ele gera um equilíbrio (resultado estável) que 
deixa de aproveitar todas as oportunidades de ganhos nas trocas. 
• As democracias modernas dispõem de leis e organizações governamentais que tentam 
diminuir as chances de abuso de poder de mercado. A prática do cartel é criminalizada, 
fusões e aquisições que geraria monopólio são avaliadas e precisam de aprovação prévia, 
firmas com forte poder de mercado podem sofrer denúncia por práticas de abuso de 
poder de mercado. 
• No Brasil, essa fiscalização é feita pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica).

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