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1 GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 LEI N° 4.320/64 ................................................................................................... 4 A LC FEDERAL Nº 101, DE 04.05.00 (LRF) ....................................................... 5 O ORÇAMENTO PÚBLICO .................................................................................... 6 ESTRUTURA PROGRAMÁTICA ............................................................................ 8 O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ......................................................................... 9 FASE DE ELABORAÇÃO DAS EMENDAS AO ORÇAMENTO ........................... 10 EXECUÇÃO ORÇAMENTARIA E FINANCEIRA .................................................. 12 PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA .......................................................................... 14 INDICADORES DE DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA .............................. 15 O CONTROLE COMO PARTE INTEGRANTE DA GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ................................................................................................. 18 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 23 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO O Orçamento Público é um instrumento que teve a sua origem histórica derivada da necessidade de impor um limite à arrecadação de impostos. Posteriormente, o ideário liberal, presente na primeira revolução industrial na Inglaterra, formulou um princípio de equilíbrio entre as receitas e as despesas públicas. Esse princípio, que propunha a busca permanente de um controle de restrição financeira dos governos, passou a ser o principal fundamento à existência de orçamentos públicos, aprovados, desde então, na forma de lei. A condição de instrumento de restrição de valores das contas governamentais acabou por atribuir também ao Orçamento Público, com o decorrer do tempo, outra condição, a de meio efetivo de controle das ações pretendidas pelos governantes. Isso se deu devido ao fato de que os valores associados a itens de gasto e de receita permitiam vislumbrar o que se pretendia realizar dadas as bases do financiamento estatal. Foi então essa condição, enquanto instrumento de controle mais abrangente, que permitiu, nas últimas décadas, acrescer ao Orçamento a finalidade de instrumento de integração das diversas políticas públicas, dentro de um processo coordenado de planejamento. Com o acréscimo dessa última finalidade, completou-se um ciclo histórico, interpretado como “revolução orçamentária”, em que se pretendeu atribuir ao Orçamento Público um ilimitado poder disciplinador da ação do estado. As implicações percebidas pelos teóricos do Orçamento Público, de tão profundas, permitiriam à época que alguns autores entendessem ser até prescindível a necessidade de o poder legislativo participar de muitas das decisões do poder executivo (BURKHEAD, 1971: 38). Duas normas essenciais são a base da gestão orçamentária e financeira de políticas públicas no Brasil que é a Lei Complementar no 101/2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Lei no 4.320/1964, que estabeleceu regras gerais de direito financeiro e orçamentário para os entes da Federação. A partir dessas leis apresenta-se os dispositivos constitucionais e diversas outras normas, entre leis e decretos, relacionados ao assunto. 4 No Brasil, em sintonia com a concepção de “revolução orçamentária”, foi introduzida, durante a década de 60, a técnica de orçamento por programas recomendada pela Organização das Nações Unidas, ONU. Essa técnica seria uma forma de possibilitar, simultaneamente, disciplina fiscal, objetividade na hierarquia dos gastos públicos e, por conseqüência, desenvolvimento econômico. Segue ilustrado abaixo, uma visão sistémica da gestão orçamentária e financeira pública: ( Fonte: https://esesp.es.gov.br/Media/esesp/Apostilas/gof%20completo%20site.pdf ) LEI N° 4.320/64 É a mais importante lei disciplinadora dos orçamentos e contabilidade dos entes públicos. (Será substituída por lei complementar exigida pela constituição): ART.165 9º Cabe à lei complementar: I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. 5 A LC FEDERAL Nº 101, DE 04.05.00 (LRF) Tem por objetivo disciplinar a gestão dos recursos públicos atrelando maior responsabilidade aos seus gestores. Limites e condições para: Renúncia de receita Despesas com pessoal Dívidas Consolidada e Mobiliária Operações de Crédito Concessão de garantias Inscrição em Restos a Pagar. PRESUPOSTOS: Ação planejada e transparente Busca do equilíbrio das contas públicas Cumprimento de metas de resultado entre receitas e despesas 6 O ORÇAMENTO PÚBLICO O orçamento público é o compromisso do governante com a sociedade para a execução de políticas públicas. Por meio dele, todos os cidadãos podem visualizar onde, quando, como e por quanto será realizada uma obra ou fornecido um serviço. Por exemplo, para que um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) seja construído, os técnicos remunerados e a limpeza realizada, é preciso que haja antes a previsão detalhada do que será feito e de quanto será gasto. Esta previsão é expressa no texto do orçamento público. De acordo com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), o orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e provavelmente o mais antigo da administração pública. É um instrumento que os governos usam para organizar os seus recursos financeiros. Partindo da intenção inicial de controle, o orçamento público tem evoluído e vem incorporando novas instrumentalidades. No Brasil, o orçamento reveste-se também de formalidades legais. Existe uma lei constitucionalmente prevista que estima a receita e fixa despesa para um exercício (Lei Orçamentária Anual). Desta forma, as despesas só poderão ser realizadas se forem previstas ou incorporadas ao orçamento. Ainda que seja formalizado por meio de lei, o orçamento público é um instrumento de planejamento das ações estatais, de ação política e de intervenção econômica que deve abarcar todas as políticas públicas a serem executadasno período de um ano. Além disso, o orçamento público pode ser considerado como instrumento de organização das ações do Estado, espelho das opções políticas dos governantes, referência inicial para a construção de políticas públicas e instrumento de controle por parte do Poder Legislativo. O orçamento público é, ainda, uma forma da administração pública orientar suas estratégias de intervenção dentro e fora dos governos. Todos os governantes brasileiros, conforme veremos, deverão inserir em suas peças orçamentárias as 7 políticas públicas para a área de Assistência Social, conforme previsto em seus principais normativos (PNAS, NOBSUAS 2012). Importa, assim, para os profissionais que atuam no SUAS compreender quais são os procedimentos, atores sociais e políticos envolvidos na elaboração e aprovação dos instrumentos de planejamento orçamentário, garantindo de forma qualificada a inserção da política de assistência social em cada instrumento. É um instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias na busca de soluções dos problemas existentes e no atendimento das demandas apresentadas pela sociedade, em face à escassez de recursos. O orçamento é um instrumento de planejamento e execução, de um lado, e uma mecanismo de acompanhamento e fiscalização, de outro. É uma previsão de quanto dinheiro o Governo vai arrecadar no ano, especificando- se no mesmo documento onde esses recursos serão gastos. O orçamento público é um Instrumento capaz de: orientar as decisões; alcançar os objetivos pretendidos; materializar ações pensadas e programadas; identificar previamente os recursos disponíveis e mobilizáveis; priorizar ações em função das políticas públicas de governo. 8 ESTRUTURA PROGRAMÁTICA A partir do orçamento para o ano 2000, algumas modificações foram estabelecidas na classificação da despesa até então vigente. A chamada reforma gerencial do orçamento trouxe algumas práticas simplificadoras e descentralizadoras que foram adotadas para privilegiar o aspecto gerencial dos orçamentos. Essa reforma prevê que cada nível de governo passará a ter a sua estrutura programática própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária do seu Plano Plurianual (PPA). Os programas servem de elo entre o planejamento e o orçamento, evidenciando, por intermédio das ações que o constituem, os bens e serviços que dele resultam. Vale destacar que as ações orçamentárias que compõem os programas são classificadas em projetos, atividades e operações especiais. 9 O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO O orçamento público percorre diversas etapas: inicia com a apresentação de uma proposta que se transformará em projeto de lei a ser apreciado, emendado, aprovado, sancionado e publicado, após isso passa para sua execução, quando se observa a arrecadação de receita e a realização da despesa dentro do ano civil, até o acompanhamento e avaliação da execução. A figura a seguir apresenta as principais etapas do ciclo orçamentário: (Fonte: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/apostilas/Caderno_de_Gestao_Financeira_e _orcamentaria_do_SUAS.pdf ) 10 FASE DE ELABORAÇÃO DAS EMENDAS AO ORÇAMENTO As emendas feitas ao orçamento federal são propostas por meio das quais os parlamentares podem opinar ou influir na alocação de recursos públicos em função de compromissos políticos que assumiram durante seu mandato junto aos estados, municípios e instituições. Tais emendas podem acrescentar, suprimir ou modificar determinados itens (rubricas) do projeto de LOA enviado pelo Executivo. Existem quatro tipos de emendas feitas ao orçamento: individual, de bancada, de comissão e da relatoria. Emendas individuais são de autoria de cada parlamentar. Emendas de bancada são coletivas, de autoria das bancadas estaduais ou regionais. Emendas de comissão são as apresentadas pelas comissões técnicas da Câmara e do Senado e são também coletivas, bem como as propostas pelas mesas diretoras das duas Casas. Emendas do relator são feitas pelo deputado ou senador que, naquele determinado ano, foi escolhido para produzir o parecer final sobre o orçamento, o chamado relatório geral. Todas as emendas são submetidas à votação da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) De acordo com as regras estabelecidas nos atos específicos do Poder Legislativo de cada ente, cada parlamentar pode apresentar certo número de emendas individuais no valor total definido pelo parecer preliminar do relator. Há também regras específicas sobre a apresentação de tais emendas, como identificar a entidade beneficiária que receberá os recursos, com endereço e nome dos responsáveis pela sua direção, bem como as metas que essa entidade deverá cumprir, demonstrando sua compatibilidade com o valor da verba fixada na emenda. No caso da Política de Assistência Social, é importante acompanhar se há alguma aprovação de emenda que venha modificar a proposta inicial da LOA encaminhada pelo Poder Executivo ao Legislativo, e, consequentemente quais os impactos das modificações da emenda para a execução da Política Pública de Assistência Social. 11 A imagem abaixo ilustra a função de cada um no sistema orçamentário ( Fonte : https://esesp.es.gov.br/Media/esesp/Apostilas/gof%20completo%20site.pdf ) 12 EXECUÇÃO ORÇAMENTARIA E FINANCEIRA A execução orçamentária é o processo de arrecadação das receitas e de realização das despesas autorizadas nos instrumentos de planejamento e orçamento do Estado. A execução orçamentária se divide em execução orçamentária da receita, quando se trata da obtenção de recursos pelos governos, e em execução orçamentária da despesa, quando se trata da realização de gastos. Destaque-se que a execução orçamentária é a fase posterior à de planejamento e orçamento, quando são estimadas as receitas e quando é definida a forma de sua alocação. Após a aprovação pelo Poder Legislativo e a sanção do chefe do Poder Executivo, o orçamento passa a ter validade para o exercício ao qual se refere. Inicia-se, então, a fase de execução da receita e da despesa orçamentária. Para que não se prejudique a prestação dos serviços públicos, se o orçamento não for aprovado no prazo definido pela Constituição, caso autorizado na Lei de Diretrizes Orçamentárias — LDO —, os órgãos poderão executar, em cada mês do exercício financeiro, para sua manutenção, 1/12 (um doze avos) do total da despesa autorizada na lei orçamentária do ano anterior. Aprovada a lei orçamentária, até 30 dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso, conforme expectativa de arrecadação. A execução do orçamento fiscal e da seguridade social é realizada em três estágios: empenho, liquidação e pagamento. A partir das dotações autorizadas na lei orçamentária (dotação inicial mais/menos créditos adicionais), o gestor irá iniciar a execução das despesas por meio do empenho, que é a reserva de recursos para uma determinada despesa. Empenhada a despesa, é feita a aquisição do bem ou contratação do serviço objeto da dotação orçamentária. Uma vez entregue o bem ou prestado o serviço, processa- se a liquidação da despesa, que consiste na verificação do direito adquirido pelo 13 credor junto ao Estado, pela comparação entre o que foi contratado e o que foi efetivamente entregue ou realizado. Após a liquidação da despesa, é feito o pagamento ao credor pela autoridade competente, por meio da emissão de ordem bancária ou outro instrumento financeiro. Finaliza-se, assim, a realização da despesa. As despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembrosão inscritas em restos a pagar, o que permite que sua realização continue a ocorrer normalmente no curso do exercício seguinte. As despesas são apresentadas na lei orçamentária sob diversas classificações, principalmente as classificações funcional, programática, institucional e por natureza, como foi abordado na seção 1.3 desta unidade. 14 PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA A programação orçamentária e financeira da lei orçamentária foi instituída, inicialmente, como forma de controlar os fluxos de caixa do governo em relação às necessidades de pagamento. A partir da LRF e da obrigatoriedade de se cumprir as metas fiscais fixadas na LDO, essa prática passou a ser regulada e acompanhada bimestralmente. O Executivo encaminha à CMO relatório bimestral de acompanhamento da execução da receita e da despesa, mesmo no caso de não haver alteração nos limites de empenho e pagamento fixados anteriormente. Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Executivo deve, ainda, demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na CMO. Segundo a LRF, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização de receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, limitação de empenho e movimentação financeira das dotações disponíveis (contingenciamento de dotações), segundo os critérios fixados pela LDO. Se a receita prevista inicialmente for restabelecida, ainda que parcialmente, haverá recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados de forma proporcional às reduções feitas. O contingenciamento das dotações não incide sobre as despesas que constituem obrigações constitucionais e legais do ente, como pessoal, transferências a estados e municípios, sentenças judiciais, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e sobre aquelas protegidas pela LDO. 15 INDICADORES DE DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA Medir os resultados obtidos é um processo essencial para o sucesso de um projeto. Adotar indicadores de desempenho pode trazer efeitos muito positivos para a gestão pública, no controle de atividades, na identificação de problemas e até para medir a satisfação dos serviços prestados à população. Um bom exemplo do benefício da avaliação de desempenho é a identificação de causas de uma performance ruim. Além disso, a avaliação indica uma nova perspectiva para o desenvolvimento da gestão. Com a mensuração de resultados é possível monitorar o desempenho dos gestores, diagnosticar falhas e estimular a conquista de objetivos. No mundo privado, a competitividade é a palavra de ordem e uma das formas de se tornar e se manter competitivo é através de indicadores de desempenho. Já no setor público, a competitividade não é o fator mais importante, mesmo assim os indicadores são muito úteis. Os órgão públicos têm a necessidade de medir sua eficiência operacional, avaliar a credibilidade dos serviços prestados, e disponibilizar informações exigidas à partir da lei da transparência, por exemplo. Os indicadores ajudam a monitorar a execução de contratos, identificar desvios sobre operações públicas e, assim como na iniciativa privada, auxiliam os gestores a fazer seus planejamentos. Alguns órgãos também são monitorados e regulados por outros, como os Tribunais de Justiça, que possuem o CNJ, e têm a obrigação de passar as informações relativas aos indicadores exigidos pelo órgão regulador. No entanto, muitos órgãos públicos têm dificuldade na construção e avaliação dos indicadores de desempenho. O processo de construção, na sua essência, é elaborado de forma Top Dow, onde, a partir de um plano estratégico, derivam-se objetivos estratégicos e suas respectivas ações. Os indicadores entram justamente para acompanhar o atendimento destes objetivos estratégicos. Um indicador pode atender aos níveis operacional, tático e estratégico de um órgão ou instituição. A construção de um indicador se baseia em 6 etapas: 16 1. Identificar o que medir 2. Como Medir? 3. Coletar as informações 4. Medir 5. Analisar os dados 6. Comunicar o resultado Os indicadores de desempenho apresentam informações úteis para o processo decisório. Para utilizar as informações com foco na melhoria dos resultados da gestão, é fundamental apoiar a construção de índices no conceito das dimensões que constituem os 6 Es do desempenho: Eficiência, Eficácia, Efetividade, Economicidade, Excelência e Execução. Para cada uma destas dimensões podem existir um conjunto de indicadores. A gestão destes indicadores permite: mensurar os resultados e gerir o desempenho; embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada de decisão; contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais; facilitar o planejamento e o controle do desempenho; viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes. A tecnologia é uma aliada na avaliação e no monitoramento destes indicadores e deve ser algo que faça parte da rotina dos administradores públicos. Cada indicador tem um objetivo e uma frequência de monitoramento e isso é definido pela natureza do negócio e pela necessidade de consumo de quem analisa. O fato é: seja diário, mensal ou anual, o processo de análise depende das pessoas, sendo as tecnologias os suportes para interpretar ou encurtar o caminho na hora da tomada de decisão. A imagem abaixo ilustra alguns indicadores de desempenho em uma gestão municipal 17 ( Fonte: https://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/indicadores-de-desempenho-da-gestao-municipal- controle-social-controle-social/286281 ) 18 O CONTROLE COMO PARTE INTEGRANTE DA GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Em virtude da relevância das finanças públicas, o controle é uma das atividades primordiais da administração de qualquer organização, seja pública ou privada, sendo iniciado pelas funções administrativas de planejamento, organização, coordenação e, posteriormente, o controle. Devido à grande importância da gestão financeira e orçamentária na administração pública, o controle é a função é mais ampla e fundamental em decorrência da obrigação da prestação de contas a que todas as organizações estatais estão submetidas. A Constituição Federal de 1988 demonstra, em seus arts. 70 a 75, as normas gerais para a efetuação do controle pelos poderes administrativos e pelos órgãos específicos formados para atender a esta função administrativa. O art. 70 e seu parágrafo único afirmam que: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder. Parágrafo único. Prestarão contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pela qual a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Segundo Calado (2012) a expressão “finanças públicas” indica os meios, origens e processos financeiros por meio dos quais os governos federal, estadual, distrital e municipal desenvolvem suas atividades de alocação, distribuição e estabilização. A função alocativa é a metodologia pela qual o governo fraciona os recursos para aproveitamento no setor público e privado, disponibilizando bens públicos, semipúblicos ou por mérito, como rodovias, segurança, educação,saúde, dentre outros, aos cidadãos. A função distributiva diz respeito a distribuição, por parte do 19 governo, de rendas e capital, procurando manter uma adaptação àquilo que a sociedade considera como justo, como a dedicação de elementos dos recursos advindos de tributos ao serviço público de saúde, bem como os serviços essenciais mais utilizados por pessoas que possuem menor renda. A função estabilizadora refere-se à destinação das várias políticas econômicas pelo governo, para que se promova a geração de emprego e renda, o crescimento e a estabilidade, frente à falta de capacidade do mercado em certificar o alcance desses objetivos. Dessa forma, Calado (2012) afirma que a composição político-administrativa do Estado designa quem são as entidades públicas e suas responsabilidades, e as finanças públicas mostram a forma como estas entidades poderão trabalhar para atingir seus objetivos, através do planejamento e execução, da prestação de contas das receitas e das despesas realizadas pelo Estado. Assim, o Estado oferece dispositivos de planejamento, como o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) que auxiliam na tomada de decisões. Calado (2012) diz que o Plano Plurianual (PPA) é uma ferramenta de planejamento de vasto alcance pelos governos, pois seu objetivo e aplicação se referem ao estabelecimento de programas e metas de governo com a finalidade do longo prazo. A sua duração, hoje, é de quatro anos, e uma das suas peculiaridades é a regionalização, pois serve de dispositivo para conter as desigualdades entre as diferentes regiões existentes. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento intermediário entre o PPA e a LOA, que prevê as diretrizes, as necessidades e prioridades de despesas, as regras e os critérios que devem aconselhar a criação do Projeto de Lei Orçamentária para o exercício seguinte. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o plano de trabalho para o exercício vigente, explicitado por um conjunto de desempenhos a realizar, a fim de atender às solicitações da sociedade e designar os recursos imprescindíveis à sua execução. No Brasil, as finanças públicas são orientadas, dentre outros, pela Constituição Federal, pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n° 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas normas delimitam as formas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, especificamente quanto ao planejamento das receitas e despesas públicas que compõem o orçamento público. 20 Segundo Dezordi (2012), a política fiscal engloba o controle do orçamento público, enfatizando as fontes de arrecadação e os gastos do governo. Também abrange as atividades econômicas da União, dos Estados e municípios correspondentes ao exercício fiscal, e seus meios primordiais são representados pela tributação direta e indireta, bem como seus gastos, que são aproveitados para promover o crescimento da economia, combater a inflação e beneficiar a ordenação da renda em nível regional e nacional. A grande participação do governo na economia foi vista a partir da Grande Depressão, em meados de 1930, e assim, desde a Segunda Guerra Mundial, as finanças públicas repercutiram grande valor na ação das economias capitalistas. A organização econômica e financeira é um fundamento garantido pela Constituição de 1988, em que o Brasil utiliza o sistema capitalista como instrumento de norteamento da atividade produtiva. O desempenho do sistema de preços de mercado deve estimular os agentes da economia nas deliberações de o que, como e para quem se deverá produzir. De acordo com Dezordi (2012 apud SZEZERBICKI, 2010), o Estado tem como atribuições oferecer regras e regulamentos para as atividades econômicas por meio de fiscalização, incentivos e planejamentos, em conjunto com leis específicas que orientam o sistema da economia nacional, pois o ordenamento econômico está fundamentado na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa de todos. Dezordi (2012) coloca que o Brasil é um país que utiliza a economia de mercado, porém efetiva sua atribuição no controle da atividade econômica, promovendo intervenções em caso de excessos, cumprindo a atribuição do Estado na contenção e no planejamento da economia, pois um dos requisitos básicos da atuação do Estado na economia do cenário nacional demonstra que o mesmo atue direta ou indiretamente em posições de destaque, nas quais requeira a segurança do Estado e o interesse da população. Ainda segundo Dezordi (2012), a Constituição Federal de 1988 concedeu uma grande autonomia fiscal dos estados e municípios, bem com a descentralização dos meios de tributação disponibilizados. Dezordi (2012) elenca os dez princípios básicos a que são fundamentados o orçamento público, a saber: Unidade, atribui que cada ente federativo deve expor apenas um orçamento, um único documento orçamentário para a União, e outro para 21 cada Estado e município, vale salientar que o orçamento geral da União possui três enfoques (Orçamento Fiscal, Orçamento da Seguridade Social e Orçamento de Investimento), válido para os três poderes, não rompendo ao princípio da unidade. O princípio da Universalidade afirma que nenhum gasto deve ser feito sem estar previamente determinado pelo orçamento, e as despesas devem estar atreladas às receitas em uma classificação vasta e minuciosa. O princípio da Anualidade/ Periodicidade demonstra que no Brasil o exercício fiscal refere-se ao período de primeiro de janeiro à trinta e um de dezembro do ano corrente, pois há um limite específico de duração para o estabelecimento das receitas e despesas no devido ano fiscal. O princípio da Legalidade afirma que o Poder Executivo designa o orçamento e envia ao Poder Legislativo o projeto de lei ordinária, que se trata do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), e depois da votação realizada no Congresso Nacional, tal projeto vira o próprio orçamento. O princípio da Exclusividade refere-se ao desenvolvimento do conteúdo estar ligado diretamente ao orçamento, tributos, receitas, despesas e investimentos. O princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização se refere ao efetivo controle do orçamento, das despesas públicas, correntes e de capital, que devem estar bem discriminadas. O princípio da Publicidade afirma que assim que o orçamento for aprovado, deve ser publicado e divulgado no Diário Oficial da União (DOU). O princípio do Equilíbrio está vinculado à estabilidade das contas públicas, pois se devem evitar os desequilíbrios orçamentários, bem como as receitas e despesas devem estar em equilíbrio no ano corrente. O princípio do Orçamento Bruto afirma que receitas e despesas devem ser assinaladas por seus valores brutos, sem deduções. O princípio da Não Afetação ou Não Vinculação demonstra que é imprescindível à vedação da vinculação da receita de impostos a órgão, fundos ou despesas, com exceção às próprias transferências autorizadas para conservação, continuidade e progressão do ensino, bem como as garantias da proteção às operações de crédito por adiantamento da receita. De acordo com Matias-Pereira (2010), a declaração anual das despesas e receitas com os impostos do governo, juntamente com as leis e as regras que comprovam e sustentam tais despesas e tributos, elaboram o orçamento da União. Este orçamento tem dois destinos declarados: o de custear as operações do governo federal e consolidar a economia. A aplicação do orçamento da União para conseguir finalidades 22 macroeconômicas, como crescimento econômico apoiado, estabilidade nos preços de mercado e emprego rentável, é chamada de política fiscal. A fim de que cumpra seus objetivos, a política orçamentária precisa que sejam abordadas várias decisões políticas, em virtude do vasto índice de possibilidades que são dispostas àsautoridades do governo, no que se refere à destinação de recursos orçamentários. Por isto, é necessário produzir informações aprofundadas e resistentes que serão utilizadas nas decisões de distribuição de recursos. O autor afirma ainda que se mostra, hoje, a relevância da sociedade aglomerada nas políticas públicas que permitam melhorar a vida de cada pessoa, no que se refere à prestação de serviços de saúde, educação, reforma agrária, emprego e renda, habitação, etc. Matias-Pereira (2010) salienta que o processo orçamentário é elucidado como um meio de características contínuas e simultâneas, pelo qual é elaborado, aprovado, executado, controlado e avaliado o planejamento de consumos do setor público nos aspectos físicos e financeiros, pois o processo orçamentário se refere ao espaço de tempo em que se acionam as atividades peculiares do orçamento público, desde seu início até sua finalização. Devido sua importância e dificuldade, é primordial a atividade de identificar e controlar o destino final da despesa pública, de acordo com as imposições da coletividade. Em um lado oposto, está a competência e coordenação da população em deslocar partes de seu patrimônio particular para os cofres públicos, como forma de fomento às atividades do governo destinadas a ordenar e divulgar o atendimento das demandas do povo. É necessário relembrar que política orçamentária possui três objetivos, como a promoção de acordos na destinação de recursos, estimulando ajustes na ordenação da renda e do capital, mantendo a segurança da economia. Ainda para Matias-Pereira (2010), a responsabilidade pela confecção da proposta orçamentária é da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que é o órgão central do sistema orçamentário da União, com o apoio técnico dos órgãos e repartições nos Ministérios e da Presidência da República. Assim, o orçamento é de grande importância para o país, pois é uma lei especial, que tem por finalidade a aferição das receitas e aprovação das despesas, recebendo claramente, titulação bastante destacada no mundo constitucional. 23 REFERÊNCIAS http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/apostilas/Caderno_de_Gest ao_Financeira_e_orcamentaria_do_SUAS.pdf http://www.profiap.org.br/profiap/sobre-o-curso/guias-didaticos/profiap-financas- publicas-e-gesto-orcamentaria-final.pdf https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529744/gestao_orcamentaria_p ublica_1ed.pdf https://www.e-gestaopublica.com.br/por-que-adotar-indicadores-de-desempenho-na- gestao-publica/ https://administradores.com.br/artigos/gestao-financeira-e-orcamentaria https://politicaspublicas.almg.gov.br/temas/execucao_orcamentaria/entenda/informa coes_gerais.html?tagNivel1=176&tagAtual=10250 https://esesp.es.gov.br/Media/esesp/Apostilas/gof%20completo%20site.pdf
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