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FORMALISMO RUSSO- LITERARIEDADE .1917 E TEVE SEU ÁPICE EM 1920; . DESEJO DE SEPARAR, ISOLAR OBJETOS DO CONHECIMENTO E A LITERATURA (NA SUA PUREZA); A PARTIR DA FORMA; . VIKTOR SHKLOVSKY; ROMAN JAKOBSON; BORIS TOMASHEVSKY; BORIS EIKHENBAUM; .AQUI A LITERATURA NÃO PODERIA SER USADA PARA ESTUDAR ASPECTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS. ELA DEVERIA SER VISTA EM SUA FORMA ( MOLDURA/ HORNAMENTO) QUE DELINEIAM SUA ESTRUTURA E QUE DEFINEM- SE COMO OBRA LITERÁRIA. .OU SEJA, OS ESTUDOS DA FORMA SE IMPÕEM SOBRE O ESTUDO DO CONTEÚDO, ABORDAGEM DA MATERIALIZAÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO. DESSA MANEIRA, ELES BUSCAM MOSTRAR AS RAZÕES PELAS QUAIS AQUELE TEXTO ERA UMA OBRA LITERÁRIA. . OBJETO CENTRAL DE ESTUDOS: LITERARIEDADE . OBSERVAVAM: ASPECTOS FORMAIS ->IMAGEM, RITMO E METRICA; ESTRATÉGIA NARRATIVA -> MEIOS PARA SE CONSTRUIR A NARRATIVA, OU SEJA, A LINGUAGEM NÃO SERIA A COTIDIANA. . OS FORMALISTAS ACREDITAVAM QUE A LINGUAGEM LITERÁRIA ERA UMA MODIFICAÇÃO/ DESVIO DA NORMA. . ESSES ASPECTOS SÃO CONSTRUÍDOS NA PROSA E POESIA. .PROSA = PODE SER ESTUDADA PELA HISTÓRIA (SEQUÊNCIA NARRATIVA DOS FATOS) E O ENREDO. . POESIA= ASPECTOS FORMAIS, USO DE ALITERACÃO, RITMO, METRICA; . EVOLUÇÃO LITERÁRIA: AUTONOMA; EX: ROMANCE, ELE NÃO OCORREU DEVIDO A ASCENÇÃO DA BURGUESIA, MAS PORQUE ROMPEU COM A FORMA LITERÁRIA ATE ENTÃO. OCORRENDO UMA EVOLUÇÃO ROMANESCA DE SE FAZER LITERATURA. APROXIMAÇÕES: RITMO, ESTRUTURA O formalismo russo, também conhecido por crítica formalista, foi uma influente escola de crítica literária que existiu na Rússia de 1910 até 1930. Teve como objetivo o estudo da linguagem poética enquanto tal. Dela fazem parte as obras de um grande número de acadêmicos russos e soviéticos de grande influência como (Viktor Chklovsky, Vladimir Propp, Yuri Tynianov, Boris Eichenbaum, Roman Jakobson e Grigory Vinokur) que revolucionaram a crítica literária entre 1914 e a década de 30, estabelecendo o estudo da especificidade e da autonomia da linguagem poética e literária. PODE-SE OBSERVAR QUE OS FORMALISTAS RUSSOS NÃO CONSIDERAVAM TEORICAMENTE A LITERATURA COMO OBJETO DE CIÊNCIA LITERÁRIA, E SIM Á LITERARIEDADE, CONCEITO QUE JAKOBSON DEFINE EM 1921, COMO: “QUER DIZER AQUILO QUE FAZ UMA DADA OBRA UMA OBRA LITERÁRIA” (JAKOBSON, 1973: 15). A SABER, OUTRAS AFIRMAÇÕES DE JAKOBSON POSSIBILITOU, AO LEITOR A TAREFA DE DECIDIR SE UM TEXTO DEVE SER CONSIDERADO LITERÁRIO. AS SUAS PESQUISAS - E DOS DEMAIS FORMALISTAS RUSSOS- PONTUVAM EM PRIMEIRO PLANO, SOBRE OS ELEMENTOS TEXTUAIS E A FUNÇÃO QUE DESEMPENHAM NO CONJUNTO DO TEXTO. DESENVOLVERAM CARACTÉRISTICAS PARA A DISTINÇÃO DOS ELEMENTOS TEXTUAIS E A SUA FUNÇÃO ALÉM DE SUAS FORMAS, TAIS COMO: METRO, IMAGEM, RITMO E SUAS ESTRUTURAS NARRATIVAS (COMO É ORGANIZADA NO TEXTO); OS AUTORES TAMBÉM concordaram sobre a natureza autônoma da linguagem poética e sua especificidade como um objeto de estudo da crítica literária. Seu principal empenho consistia em definir um conjunto de propriedades características da linguagem poética (seja ela poesia ou prosa) que pudesse ser reconhecida por sua "articidade" (artfulness) e consequentemente assim analisá-la. Logo nas páginas iniciais da Poética Aristotélica, verifica-se que já observava esta sequencialidade metodológica para a formação de um texto. Aristóteles propusera para a formação do texto literário elementos que comungam com as características formalistas a exemplo de: metro, objeto analítico dos formalistas que se tornou característico nos textos aristotélicos. Parafraseando o autor “Aconteceu denominarem-se uns de poetas “elegíacos”, a outros “poetas épicos”, designando-os assim, não pela imitação praticada, mas unicamente pelo metro usado” (Aristóteles, 1999:13). Inferi-se, visivelmente, que para os ambos os autores o metro,a rima etc caracterizavam alguns textos literários. Mas, mesmo que discretamente Aristóteles que há uma preocupação rigorosa quanto ao objeto literário. Aristóteles faz uma diferenciação dos gêneros artísticos pela inferência do autor; para ele o interesse deste é pelo objeto em si, suas manifestações como comportamentos inerentes de sua existência. Assemelha-se, a este, os formalistas russos, para os quais, o signo era o único interesse que havia para esta “escola de arte”. O destinatário não era importante para o formalismo, mas tão somente a obra de arte. Os estudos analíticos sobre poesia tornaram-se bases de estudos de todos os subsequentes, suas pesquisas serviram de alicerce de certa forma para construir a academia do formalismo russo. Para os autores, o corpo literário possui os seus próprios métodos científicos e suas evoluções. Porém, não asseguraram uma rigorosidade metódica para a formação de qualquer gênero literário, mas evidenciaram na construção anatômica do texto. Na análise de Aristóteles sobre “Poética” sobre a formação histórica do gênero poesia, contempla-se á uma visão voltada aos fatos que compõem as diversidades literárias em suas singularidades. Paralelo a isso, os formalistas rememoraram esta visão e propuseram na autonomia da literatura, enquanto ciência. Enquanto os formalistas contemplam a forma e sua plenitude, Aristóteles observa a imitação como uma das características fundamentais da poesia, sendo ela natural para os homens e do progresso daqueles mais bem dotados para as artes. Parafraseando Aristóteles “imitar é natural ao homem desde a infância”. Na “Poética”, Aristóteles, descreve toda estrutura interna da comédia e da tragédia da ênfase aos elementos constitutivos destas e os fatos pela conjuntura de seus elementos. Durante a primeira fase do formalismo russo, o texto literário era considerado um contexto isolado da história literária. Na Poética, nota-se que a arte e a percepção é um fim em si mesmo e com isso tudo contribui para torná-lo interessante na leitura. As variações dos elementos lexicais, as mudanças rítmicas tendem a anular o automatismo. Roman Jakobson tentou estabelecer a alma da “literariedade” (objeto central de estudos dos formalistas) através de uma firme análise dos recursos utilizados pelo escritor. Posto que, essa ação Aristóteles já pontuava na “Poética”. Por outro lado, Jakobson busca meticulosamente diferenciar a linguagem poética a da linguagem informativa, emotiva com a qual eram demasiadamente identificadas: a poesia possui traços formais, com uso de aliteração, ritmo e metrica, ou seja, as palavras com os seus significados adquirem peso e valor por si próprio. Todas as hipóteses de Aristóteles sobre os elementos formadores, tanto da comédia quanto da tragédia foram preocupações bases dos autores. Ao mergulhar na “Poética” Aristotélica compreenderemos que, o texto literário é ao mesmo tempo um signo, e, uma estrutura de signos, e que, além disso, representa um valor histórico-cultural contrapondo a visão formalista que não acreditava na composição primordial de cultura, pois para eles a literatura não poderia ser utilizada para estudos de aspectos filosóficos e sociológicos ela deveria ser vista em sua forma (“moldura”). Aqui, para os formalistas as características das estruturas se impõem sobre os estudos dos conteúdos. Aristóteles esmiúça a estrutura do corpo literário. A saber: “poesia é imitação Espécies de poesia imitativa, classificada segundo meio de imitação”. Neste sentido, o autor disserta os elementos que poderão estruturar o texto como um todo na comédia: evolução do gênero. Comparação da tragédia com a epopeia. Partes essenciais, o autor individualiza os elementos, mostrando suas funcionalidades na interioridade do texto. O ponto de vista de Aristóteles é nitidamente funcionalista tanto na sua teoria quanto na análise da poesia. A ótica aristotélica propõe que a arte manifestasse por si mesma e cria a sua linguagem e é por ela que suas manifestações são explicadas, sua existência tornasse o processo de transformação. Obviamente, não havia na época a noção de literatura tal qual conhecemos na atualidade. Mas, Aristóteles já indicara os primeiros critérios da Poética, a mimese do “real”. Por outrolado, baseou-se na prática grega e historicamente “Poética” foi á primeira critica literária e definição para a compreensão do fenômeno literário na sociedade. Juntamente com Jakobson e o funcionamento linguístico da poesia o qual propôs uma reflexão sobre as diferentes funções da linguagem. Por mim, o formalismo russo e a Poética aristotélica têm grandes contribuições para o que se entendo por crítica literária, de fato através de leituras tentamos relacioná-las através de suas aproximações e seus distanciamentos acerca de mimesis e literariedade. Os formalistas beberam da fonte aristotélica, mas diante de tantos ensinamentos e concordâncias também mostraram seus pontos de vista, não deixando de cumprir um papel importantíssimo na compreensão dos diversos gêneros de produção artístico-literário, na contemporaneidade.