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Biologia celular e genética Citologia A Citologia ou Biologia Celular é o ramo da Biologia que estuda as células. A palavra citologia deriva do grego kytos, célula e logos, estudo. A citologia foca-se no estudo das células, abrangendo a sua estrutura e metabolismo. O nascimento da citologia e a invenção do microscópio são fatos relacionados. Em 1663, Robert Hooke cortou um pedaço de cortiça e a observou no microscópio. Ele notou que existiam compartimentos, os quais ele denominou de células e acabou sendo considerado o pai da citologia. A partir daí, a citologia começou a desenvolver-se como ciência. O avanço dos microscópios contribuiu para que as estruturas das células fossem observadas e estudadas. Porém, tudo indica que o primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos foi o neerlandês Antonie Van Leeuwenhoek, dessa forma, ele acabou sendo considerado o pai da microbiologia. Célula A célula é a menor unidade funcional e estrutural dos seres vivos. Teoria celular A Teoria Celular foi criada por Matthias Schleiden e Theodor Schwann e afirma que todos os seres vivos são formados por células. O estabelecimento da Teoria Celular foi possível graças ao desenvolvimento da microscopia. A Teoria Celular apresenta postulados importantes para o estudo da Citologia: ➔ Todos os organismos são compostos por células. ➔ A célula é a unidade estrutural da vida. ➔ As células podem surgir somente por divisão de uma célula pré existente. ➔ Toda célula tem estrutura e funcionamento. 2 Biologia celular e genética Os vírus e a Teoria Celular Um primeiro ponto importante a ser considerado é que os vírus não são considerados seres vivos, uma vez que eles não possuem uma estrutura de célula. Eles são parasitas intracelulares obrigatórios, o que significa que são completamente dependentes de outras células para se reproduzir. Apesar de não possuírem células, eles dependem de células vivas para realizarem suas atividades vitais. Isso comprova que atividades essenciais à vida só ocorrem no interior de células vivas, conforme postulado pela Teoria Celular. Vírus ➔ Não possui célula ➔ Não possuem metabolismo próprio ➔ Possui DNA ou RNA ➔ É um parasita intracelular obrigatório Ou seja, fora de uma célula, o vírus é apenas uma partícula viral. É importante ressaltar que o corpo humano tem cerca de 200 tipos de células diferentes. Classificação celular As células podem ser divididas em dois tipos: as procariontes e eucariontes. Procariontes A principal característica da célula procarionte é a ausência de carioteca delimitando o núcleo celular. O núcleo da célula procarionte não é individualizado. As células procariontes são as mais primitivas e possuem estruturas celulares mais simples. Esse tipo celular pode ser encontrado nas bactérias. Eucariontes As células eucariontes são mais complexas. Essas possuem carioteca individualizando o núcleo, além de vários tipos de organelas. Além disso, as células eucariontes ainda podem ser divididas em dois grandes grupos, as células vegetais e as células animais. 3 Biologia celular e genética Bioquímica celular Composição química da célula Substâncias inorgânicas Substâncias orgânicas Água Carboidratos Sais minerais Lipídios Proteínas Enzimas Vitaminas Ácidos nucleicos Água Características ➔ Molécula polarizada → Possui carga elétrica ➔ É considerada solvente universal ➔ Possui alta tensão superficial ➔ Possui alto calor específico O calor específico é definido como a quantidade de energia necessária para que 1 g de uma substância sofra aumento ou diminuição de temperatura de 1°C. Funções da água ➔ Transporte de substâncias ➔ Lubrificação ➔ Manutenção da temperatura Água como reagente Quando a água participa de uma reação como reagente, o processo recebe o nome de reação de hidrólise (do grego, lise = quebra). Isso acontece porque a água promove a quebra da molécula que está reagindo com ela. Água como produto Quando a água participa de uma reação como produto, o processo recebe o nome de reação de síntese por desidratação, pois são retirados átomos de H e O da molécula, que se unem, formando uma molécula de água. isso ocorre nas ligações entre aminoácidos para formar as proteínas. 4 Biologia celular e genética Partes básicas da célula As células apresentam partes morfológicas diferenciadas. As partes principais da célula são: membrana plasmática, citoplasma e núcleo celular. Membrana plasmática É uma estrutura semipermeável, responsável pelo transporte e seleção de substâncias que entram e saem da célula. Reveste as células dos seres procariontes e eucariontes. Apenas com o desenvolvimento do microscópio eletrônico foi possível a observação da membrana plasmática. Funções As funções da membrana plasmática são: ➔ Permeabilidade Seletiva, controle da entrada e saída de substâncias da célula; ➔ Proteção das estruturas celulares; ➔ Delimitação do conteúdo intracelular e extracelular, garantindo a integridade da célula; ➔ Transporte de substâncias essenciais ao metabolismo celular; ➔ Reconhecimento de substâncias, graças a presença de receptores específicos na membrana. Estrutura e constituição A membrana plasmática apresenta o denominado "modelo do mosaico fluido”. Ele foi desvendado pelos biólogos estadunidenses Seymour Jonathan Singer e Garth L. Nicolson, em 1972. 5 Biologia celular e genética O nome "mosaico fluido" deve-se pela presença de estruturas flexíveis e fluidas, com grande poder de regeneração. A membrana plasmática é quimicamente constituída por lipídios (glicolipídeos e os fosfolipídeos) e proteínas. Por isso, é reconhecida por sua composição lipoproteica. Além disso, nas células eucariontes animais há também a presença de colesterol e carboidratos. Os fosfolipídios estão dispostos em uma camada dupla, a bicamada fosfolipídica. Eles estão conectados às gorduras e proteínas que compõem as membranas celulares. Os fosfolipídios apresentam uma porção polar e outra apolar. A porção polar é hidrofílica e volta-se para o exterior. A porção apolar é hidrofóbica e voltada para o interior da membrana. Os fosfolipídios movem-se, porém, sem perder o contato. Isso permite a flexibilidade e elasticidade da membrana. As proteínas são representadas por enzimas, glicoproteínas, proteínas transportadoras e antígenos. As proteínas podem ser integrais ou carreadoras. Proteínas integrais: atravessam a bicamada lipídica lado a lado. Proteínas carreadoras: situam-se em apenas um dos lados da bicamada. Características da membrana plasmática ➔ Possui uma espessura muito fina (8Nm) ➔ A sua composição é lipoproteica ➔ Possui carboidratos e colesterol (células animais) O colesterol ajuda a manter a maleabilidade da célula, mantendo sempre constante a temperatura corporal. 6 Biologia celular e genética Membrana plasmática - especializações Microvilosidades ➔ Intestino e rins dos mamíferos. ➔ Serve para aumentar a superfície de contato → melhor absorção dos nutrientes. Junção aderente ➔ Impede a passagem de líquidos pela barreira. Desmossomo ➔ Une fortemente uma célula a outra. ➔ Presente principalmente na célula epitelial. Junção GAP ou comunicante ➔ Permite a comunicação e a troca de substâncias entre duas células. Membrana plasmática - Transporte Soluto ➔ Tudo o que vai ser dissolvido Solvente ➔ Água → aquilo que vai dissolver Transporte passivo ➔ Não gasta energia → ATP Transporte ativo ➔ Há gasto de energia Transporte passivo - sem gasto de ATP O transporte passivo é o tipo de transporte de substâncias através da membrana plasmática que ocorre sem gasto de energia. Não há gasto de energia porque as substâncias deslocam-se naturalmente do meio mais concentrado para o menos 7 Biologia celular e genética concentrado, ou seja, a favor do gradiente de concentração. Otransporte de substâncias ocorre até que as concentrações dentro e fora da célula sejam igualadas. Tipos de Transporte Passivo Existem três tipos de transporte passivo: a difusão simples, a difusão facilitada e a osmose. Difusão Simples A difusão simples consiste no transporte de solutos lipofílicos através da membrana plasmática. A difusão é um processo lento. Entretanto, quando as diferenças de concentração são muito altas, o processo é acelerado. Um exemplo de difusão é a troca de gases durante a respiração, pois o gás oxigênio e o gás carbônico estão em concentrações diferentes nos alvéolos pulmonares. Difusão Facilitada A difusão facilitada é o transporte de substâncias que não se dissolvem em lipídios. Assim, as substâncias contam com o auxílio de proteínas, as permeases, para atravessar a membrana plasmática. As permeases capturam substâncias como glicose e aminoácidos e facilitam a sua entrada na célula. 8 Biologia celular e genética Osmose A osmose é um tipo especial de difusão. Consiste apenas na passagem de água através da membrana plasmática. A osmose é a passagem de água de um meio menos concentrado (hipotônico) para outro mais concentrado (hipertônico). Transporte ativo - com gasto de ATP O transporte ativo é o que ocorre através da membrana celular com gasto de energia. Nesse caso, o transporte de substâncias ocorre do local de menor para o de maior concentração. Ou seja, contra um gradiente de concentração. Dentre as substâncias que podem ser transportadas ativamente através da membrana estão: íons de sódio, potássio, ferro, hidrogênio, cálcio e alguns tipos de açúcares e de aminoácidos. Tipos de Transporte Ativo O transporte ativo pode ser classificado conforme a fonte de energia utilizada para a realização do processo. Transporte Ativo Primário Nesse tipo de transporte, a energia é derivada da quebra do ATP ou de outro composto de fosfato com energia. Um exemplo é a Bomba de Sódio e Potássio, que ocorre em todas as células do corpo. O processo ocorre devido às diferenças de concentrações dos íons sódio (Na+) e potássio (K+) dentro e fora da célula. Para manter a diferença de concentração dos dois íons no meio interno e externo da célula, é preciso utilizar energia na forma de ATP. Assim, a bomba de sódio e 9 Biologia celular e genética potássio é um tipo de transporte ativo. A bomba de sódio e potássio está diretamente relacionada com a transmissão de impulsos nervosos e contração muscular. Funcionamento da Bomba de Sódio e Potássio Em condições normais, a concentração de Na+ é mais baixa dentro da célula do que no ambiente extracelular. Enquanto isso, a concentração de K+ é mais alta dentro da célula do que no ambiente extracelular. Nessa situação, naturalmente, o Na+ entra na célula e o K+ sai da célula, por difusão. Isso porque os solutos tendem a se manter em equilíbrio de concentração. Entretanto, para realizar o seu metabolismo, a célula precisa manter as diferenças de concentração entre os dois íons. Isso quer dizer que o Na+ precisa se manter em baixa concentração dentro da célula e o K+ em alta concentração. O funcionamento da bomba de sódio e potássio é possível devido duas condições básicas: (1) - A presença de proteínas transmembranas ao longo de toda a membrana plasmática. Essas proteínas contém sítios específicos para ligação dos íons Na+ e K+; (2) - O gasto de ATP, já que a célula precisa manter a diferença de concentração entre os íons. Por isso, a bomba de sódio e potássio é um tipo de Transporte Ativo. As proteínas transmembranas expulsam o Na+ que entra na célula e buscam o K+ que sai da célula. A cada acionamento da bomba de sódio e potássio, 3 Na+ se ligam 10 Biologia celular e genética aos seus sítios específicos na proteína. O ATP também liga-se à proteína e perde um radical fosfato, transformando-se em ADP. Isso provoca a alteração da conformação da proteína que libera os íons de Na+ no meio extracelular. No mesmo momento, os 2 K+ se ligam à proteína em seus sítios específicos. O fosfato é liberado e a proteína retoma sua conformação original, liberando os íons de K+ no interior da célula. Transporte Ativo Secundário Também denominado de transporte acoplado. Esse tipo de transporte chama-se secundário por não utilizar diretamente a energia metabólica do ATP e depende de proteínas transportadoras encontradas na membrana. A energia para a realização desse tipo de transporte depende da energia gasta pela bomba de sódio e potássio. A bomba de sódio e potássio gera diferentes concentrações destes íons entre os dois lados da membrana. O sódio ao ser transportado para fora da célula durante o transporte primário, concentra-se nesta região. Esse gradiente representa o armazenamento de energia. Assim, o sódio estará sempre se deslocando para dentro da célula, pois seguirá a favor do seu gradiente de concentração. Outras substâncias podem se aproveitar desse gradiente de concentração e serem transportadas juntamente com o sódio. Quando forem transportadas na mesma direção, chama-se co-transporte ou simporte. Quando ocorre na direção oposta, denomina-se contra-transporte ou anti transporte. 11 Biologia celular e genética Transporte em Bloco Esse tipo de transporte ocorre quando as células transferem grande quantidade de substâncias para dentro ou para fora do meio intracelular. É característico por envolver alterações morfológicas na célula. Podem ser por Endocitose ou Exocitose: A endocitose e a exocitose são dois processos de transporte de substâncias, que envolvem a entrada e a saída de grandes partículas da célula. Endocitose: é o processo de entrada de partículas na célula por meio de vesículas chamadas endossomos. Pode ocorrer de três formas: fagocitose, endocitose mediada e pinocitose. Exocitose: é o processo de eliminação das partículas digeridas para fora da célula. A endocitose e a exocitose são dois tipos de transporte ativo, ou seja, há gasto de energia durante os processos. O lisossomo é a organela envolvida nesses processos, pois é a responsável pela digestão intracelular. Sais minerais ➔ Elementos traços, oligoelementos ➔ São pequenos elementos químicos, eletricamente carregados (íons) Cálcio (Ca) É o sal mineral mais abundante nos organismos vertebrados. FUNÇÕES: ➔ Formação e manutenção dos ossos e dentes ➔ Contração muscular 12 Biologia celular e genética ➔ Coagulação sanguínea ➔ Transmissão de impulsos nervosos (participa ativamente do processo de memorização) ALIMENTOS: laticínios, sardinha, sementes de gergelim. Fósforo O cálcio se encontra no nosso organismo como fosfato de cálcio. FUNÇÕES: ➔ Formação e manutenção dos ossos e dentes ➔ Formação dos ácidos nucleicos e ATP ➔ Constituição do fosfolipídios ➔ Indispensável para o sistema nervoso ALIMENTOS: sementes de abóbora, sardinhas e castanhas Potássio FUNÇÕES: ➔ Permite a contração da musculatura ➔ Transmissão de impulsos nervosos (bomba de sódio e potássio) ➔ Metabolismo energético (ATP) ➔ Equilíbrio hídrico ALIMENTOS: banana, tomate, peixe Sódio FUNÇÕES: ➔ Relaxamento muscular ➔ Transmissão de impulso nervoso (bomba de sódio e potássio) ➔ Equilíbrio hídrico ALIMENTOS: carnes, queijos e frutos do mar Obs: Sódio em excesso causa distúrbios cardíacos Cloro FUNÇÕES: ➔ Equilíbrio hídrico ➔ Composição do suco gástrico ALIMENTOS: espinafre, laranja e ovo 13 Biologia celular e genética Magnésio FUNÇÕES: ➔ Contração muscular ➔ Formação e manutenção de ossos e dentes ➔ Está envolvido no metabolismos dos carboidratos ➔ Composição da clorofila ALIMENTOS: abacate, banana e magnésio Ferro FUNÇÕES: ➔ Composição da hemoglobina (proteína sanguínea) ➔ Carência de ferro causa anemia ➔ Responsável por fixar o oxigênio ALIMENTOS: farinha de peixe, vegetais verdes escuros e fígado Zinco FUNÇÕES: ➔ Metabolismode carboidratos e proteínas ➔ Cicatrização ➔ Memorização ALIMENTOS: tomate, beterraba e nozes Cobre FUNÇÕES: ➔ Formação da hemoglobina ALIMENTOS: nozes, carne vermelha e ostras Iodo FUNÇÕES: ➔ Essencial para o crescimento ➔ Funcionamento da tireoide ➔ Carência: doença de bócio – quando falta iodo para a tireoide, ela produz menos hormônios T4 e assim a hipófise manda uma sinalização para que as células da tireóide aumentem ALIMENTOS: nozes, sal de cozinha iodado e ovos 14 Biologia celular e genética Citoplasma O citoplasma é a região da célula onde se encontra o núcleo e as organelas, além de outras estruturas com funções específicas. É constituído de substância fluida denominada citosol. A membrana é o que delimita a substância fluida e viscosa, chamada citoplasma, onde ficam as organelas e o núcleo, que por sua vez contém o material genético (DNA e RNA). Não devemos esquecer que nas células procariontes, típicas de bactérias e arqueas, não há núcleo e o material genético fica espalhado pelo citoplasma. Citosol e Citoesqueleto Atualmente, com a evolução da biologia molecular, já se sabe que o citoplasma de células eucariontes pode conter diversas estruturas com funções específicas. Desse modo, sabemos que há duas regiões no citoplasma: o citosol e o citoesqueleto. A região que é mais fluida chamada hialoplasma, é onde ficam mergulhadas muitas estruturas membranosas chamadas organelas citoplasmáticas, além de grânulos compostos de RNA e proteínas, os ribossomos. E na região denominada citoesqueleto, está presente uma complexa estrutura de redes formadas por microtúbulos e microfilamentos, que podem ser compostos de moléculas de proteína ou de actina (como no caso dos músculos). Funções No citosol acontece a maior parte das atividades celulares, sempre associado às organelas. A 15 Biologia celular e genética síntese de proteínas, por exemplo, é uma das reações mais importantes. No processo de produção da cadeia polipeptídica, participam o ribossomo e as moléculas de DNA e RNA. Outra atividade essencial é a respiração celular que produz a energia que será utilizada pelas células do corpo, parte desse processo ocorre no citoplasma e outra parte dentro das mitocôndrias, como no Ciclo de Krebs. Os filamentos do citoesqueleto são uma espécie de armação ou esqueleto que tem como funções dar forma à célula e permitir movimentos tanto de organelas como da célula como um todo. Composição Química O citoplasma é composto em grande parte por água, mas também por moléculas orgânicas, em especial macromoléculas como proteínas e enzimas. Além disso, também estão presentes lipídios e polissacarídeos. O citoplasma é a região da célula que mais possui água devido a quantidade de reações metabólicas que ali ocorrem. Núcleo Celular O núcleo é a região da célula onde se encontra o material genético (DNA) dos organismos tanto unicelulares como multicelulares. O núcleo é o que caracteriza os organismos eucariontes e os diferencia dos procariontes que não possuem núcleo. Função O núcleo é como o "cérebro" da célula, pois é a partir dele que 16 Biologia celular e genética partem as "decisões". É onde se localizam os cromossomos compostos de moléculas de ácido desoxirribonucleico, DNA, que carrega toda a informação sobre as características da espécie e participa dos mecanismos hereditários. Bioquímica das substâncias orgânicas Biomoléculas As biomoléculas são compostos sintetizados pelos seres vivos e que estão envolvidas em seu metabolismo. São em geral moléculas orgânicas, compostas principalmente de carbono, além de hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. As principais biomoléculas são: Lipídeos ➔ Moléculas apolares ➔ Insoluveis em agua Funções ➔ Maleabilidade da membrana ➔ Promove elasticidade ➔ Atua como reserva de energia ➔ É um isolante térmico Proteínas As proteínas são as substâncias orgânicas mais abundantes nos animais, além disso são macromoléculas formadas por uma sequência de aminoácidos. Aminoácidos Os aminoácidos são moléculas orgânicas que possuem, pelo menos, um grupo amina - NH2 e um grupo carboxila - COOH em sua estrutura. Estrutura de um aminoácido: O grupo radical R pode ser de 20 tipos diferentes. 17 Biologia celular e genética Função das proteínas ➔ Estrutura/sustentação → Colágeno ➔ Transporte → hemoglobina ➔ Defesa → Anticorpos ➔ Hormonal → Insulina e dopamina ➔ Enzimática ➔ Absorção de luz solar Ligação peptídica As proteínas são polímeros de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH2) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido. É importante ressaltar que durante esse processo, ocorre a perda de uma molécula de água. Forma estrutural das proteínas Estrutura primária das proteínas A estrutura primária corresponde à sequência linear dos aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Em algumas proteínas, a substituição de um aminoácido por outro pode causar doenças e até mesmo levar à morte. Estrutura Secundária A estrutura secundária corresponde ao primeiro nível de enrolamento helicoidal. É caracterizada por padrões regulares e repetitivos que ocorrem localmente, causada pela atração 18 Biologia celular e genética entre certos átomos de aminoácidos próximos. Estrutura Terciária A estrutura terciária corresponde ao dobramento da cadeia polipeptídica sobre si mesma. Na estrutura terciária, a proteína assume uma forma tridimensional específica devido o enovelamento global de toda a cadeia polipeptídica. Estrutura Quaternária Enquanto muitas proteínas são formadas por uma única cadeia polipeptídica. Outras, são constituídas por mais de uma cadeia polipeptídica. A estrutura quaternária corresponde a duas ou mais cadeias polipeptídicas, idênticas ou não, que se agrupam e se ajustam para formar a estrutura total da proteína. Estruturas espaciais das proteínas As estruturas espaciais das proteínas são resultantes do enrolamento e dobramento do filamento protéico sobre si mesmo. As propriedades funcionais das proteínas dependem da sua estrutura espacial. Somente a estrutura terciária e quaternária são funcionais. Uma proteína pode mudar a sua conformação com base em alguns fatores como a temperatura. Desnaturação proteica Para que possam desempenhar suas funções biológicas, as proteínas precisam apresentar sua conformação natural. O calor, acidez, concentração de sais, a radiação, entre outras condições ambientais podem alterar a estrutura espacial das proteínas. Com isso, suas cadeias polipeptídicas desenrolam e perdem a conformação natural. Quando isso ocorre, chamamos de desnaturação proteica. O resultado da desnaturação é a perda da função biológica característica daquela proteína. Entretanto, a sequência de aminoácidos não é alterada. A desnaturação corresponde apenas a 19 Biologia celular e genética perda de conformação espacial das proteínas. Enzimas As enzimas são proteínas que catalisam reações químicas as quais ocorrem em seres vivos. Elas aceleram a velocidade das reações, o que contribui para o metabolismo. Sem as enzimas, muitas reações seriam extremamente lentas. Além disso, elas gastam menos energia durante a reação. A maioria das enzimas são proteínas de conformação terciária. Durante a reação, as enzimas não mudam sua composição e também não são consumidas. Assim, elas podem participar várias vezes do mesmo tipo de reação, em um intervalo de tempo pequeno. Como funcionam? Cada enzima é específica para um tipo de reação. Ou seja, elas atuam somente em um determinado composto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. O composto sobre o qual a enzima age é genericamente denominado substrato. A grande especificidade enzima-substrato está relacionada à forma tridimensional de ambos. A enzima se liga a uma moléculade substrato em uma região específica denominada sítio de ligação. Para isso, tanto a enzima quanto o substrato sofrem mudança de conformação para o encaixe. Eles se encaixam perfeitamente como chaves em fechaduras. A esse comportamento damos o nome de Teoria da Chave-Fechadura. Entre os fatores que alteram a atividade das enzimas estão: Temperatura: A temperatura condiciona a velocidade da reação. 20 Biologia celular e genética Temperaturas extremamente altas podem desnaturar as enzimas. Cada enzima atua sob uma temperatura ideal que é chamada de temperatura ótima. PH: Cada enzima possui uma faixa de pH considerada ideal. Dentro desses valores a atividade é máxima. Tempo: Quanto mais tempo a enzima tiver contato com o substrato, mais produtos serão produzidos. Concentração da enzima e do substrato: Quanto maior a concentração da enzima e do substrato, maior será a velocidade da reação. Classificação das enzimas Simples São aquelas formadas apenas por uma parte proteica, isto é, não há associações com substâncias de outra natureza química. Enzimas Conjugadas São enzimas formadas pela associação de uma parte proteica com outra parte não protéica, denominada, grupo prostético. Cofator ➔ Enzima + Sais minerais Coenzima ➔ Enzima + Vitaminas Carboidratos ➔ Açúcares ➔ Glicidos ➔ Sacarídeos ➔ Fonte de energia primária ➔ Na membrana plasmática, participam do reconhecimento celular É um composto formado basicamente por carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Por isso, quimicamente, recebe o nome de hidrato de carbono, cuja fórmula geral é Cx(H2O)y. Funções Energética 21 Biologia celular e genética ➔ Respiração celular pelo mecanismo de síntese de ATP. Nos organismos eucariontes a respiração celular ocorre na mitocôndria. Nas células, a energia é obtida a partir da glicose, conforme a equação global a seguir. C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia Reserva de energia Amido ➔ Reserva de energia de algas e algumas plantas Glicogênio ➔ Reserva de energia de fungos e animais Função estrutural A célula vegetal é a unidade formadora do tecido das plantas, sendo constituída de organelas e material genético, delimitados por uma parede celular. O principal componente da parede celular é a celulose, um polissacarídeo composto por inúmeras moléculas de glicose. A celulose faz com que as células dos vegetais possuam uma estrutura fixa, que é responsável pela proteção, sustentação e resistência. Esse carboidrato também regula o acesso de água na célula e a interação entre células vizinhas. Parede celular ➔ Plantas, algas e bactérias Quitina ➔ Encontrada no exoesqueleto de artrópodes (insetos). Celulose ➔ Parede celular das plantas Classificação dos carboidratos Monossacarídeos São carboidratos constituídos por aldoses, que possuem o grupo aldeído (-CHO) na cadeia, e cetoses, que possuem o grupo funcional cetona (C=O). 22 Biologia celular e genética De acordo com o número de carbonos, os monossacarídeos são classificados em trioses (3C), tetroses (4C), pentoses (5C), hexoses (6C) e heptoses (7C). Exemplo de hexose A glicose é uma hexose produzida na fotossíntese. Já a frutose é uma hexose encontrada nas frutas. Exemplo de pentose Dissacarídeos Os dissacarídeos correspondem aos carboidratos solúveis formados por mais de um monossacarídeo unidos por ligações O-glicosídicas. Fazem parte desse grupo os dissacarídeos, junção de dois monossacarídeos, e os trissacarídeos, que correspondem à união de três monossacarídeos em uma molécula. Exemplos: 23 Biologia celular e genética A união entre monossacarídeos tem como produto a água, logo, ocorre a síntese por desidratação. Além disso, a quebra de monossacarídeos ocorre por hidrólise. Polissacarídeos Os polissacarídeos são vários monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas em uma longa cadeia polimérica. Exemplo: Amido: reserva energética dos vegetais. Glicogênio: reserva energética dos animais. Celulose: componente estrutural da parede celular dos vegetais. Os três polissacarídeos acima são polímeros que possuem fórmula molecular (C6H10O6)n, pois são formados pela união de várias moléculas de glicose. 24 Biologia celular e genética Galeria de imagens Modelo mosaico fluído - Membrana Plasmática Célula procarionte 25 Biologia celular e genética Célula eucarionte Citoplasma - Citoesqueleto 26 Biologia celular e genética Desnaturação proteica Transporte ativo em bloco Endocitose 27 Biologia celular e genética Exocitose Concentração de soluto 28
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