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Anatomia, histologia e fisiologia do duodeno, fígado e pâncreas

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VITOR PIVOTTO MT103 
DUODENO, FÍGADO E PÂNCREAS 
 
1 – EXPLIQUE A ORIGEM EMBRIONÁRIA DO DUODENO, FÍGADO E 
PÂNCREAS 
DESENVOLVIMENTO DO DUODENO 
 No início da quarta semana, o duodeno começa a 
se desenvolver da parte caudal do intestino anterior, da 
parte cranial do intestino médio e do mesênquima 
esplâncnico associado a essas partes do intestino 
primitivo. 
 Duodeno cresce rapidamente e forma uma alça 
em C que se projeta ventralmente. 
 Com a rotação do estômago, a alça duodenal gira 
para a direita e é pressionada contra a parede posterior 
da cavidade abdominal. 
 Durante a quinta e sextas semanas, a luz do 
duodeno diminui progressivamente e fica temporaria-
mente obstruída pela proliferação de células epiteliais. 
Usualmente ocorre vacuolização (formação de vacúolo) 
conforme células epiteliais degeneram, como resultado, o 
duodeno se torna recanalizado ao fim do período 
embrionário. 
 
DESENVOLVIMENTO DO FÍGADO E APARELHO BILIAR 
 Fígado, vesícula biliar e ductos biliares surgem 
como um crescimento ventral – o divertículo hepático – 
a partir da porção distal do intestino anterior no início 
da quarta semana. 
 Divertículo hepático se estende para o septo 
transverso, massa de mesoderma esplâncnico que separa 
cavidade pericárdica e peritoneal. O septo forma o 
mesogástrio ventral nessa região. Divertículo cresce 
rapidamente e se divide em duas partes: porção cranial é 
o primórdio do fígado, enquanto a porção caudal é o 
primórdio da vesícula biliar. 
 Células endodérmicas em desenvolvimento dão 
origem a cordões entrelaçados de hepatócitos e ao 
epitélio que reveste a porção intra-hepática da vesícula 
biliar. 
 Os cordões hepáticos se anastomosam ao redor 
dos espaços revestidos por endotélios, os primórdios dos 
sinusoides hepáticos. 
 Fígado cresce rapidamente da quinta até décima 
semana e preenche grande parte da cavidade abdominal. 
 Hematopoiese (formação de células sanguíneas) 
começa no fígado na sexta semana, dando a ele um 
aspecto avermelhado. A formação da bile começa na 
décima segunda semana. 
 Porção caudal do divertículo forma vesícula biliar 
e pedúnculo do divertículo forma o ducto cístico. De início, 
o sistema biliar extra-hepático é obstruído por células 
epiteliais, mas depois recanaliza pela vacuolização. 
 Pedúnculo do divertículo que liga ductos 
hepáticos e cístico ao duodeno se torna o ducto biliar. 
De início, esse ducto liga-se à face ventral da alça do 
duodeno, mas à medida que o duodeno cresce e gira, a 
entrada vai para a face dorsal. 
 Mesentério ventral dá origem ao omento menor, 
que vai do fígado à pequena curvatura do estômago 
(ligamento hepatogástrico) e do fígado ao duodeno 
(ligamento hepatoduodenal). 
 Ainda, dá origem ao ligamento falciforme, que vai 
do fígado à parede abdominal ventral. 
 Veia umbilical passa na margem livre do ligamento 
falciforme no seu campinho do cordão umbilical para o 
fígado. 
 Além disso, o mesentério ventral (derivado do 
mesogástrio) forma o peritônio visceral do fígado. 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO PÂNCREAS 
 O pâncreas se desenvolve entra as camadas do 
mesentério a partir dos brotos pancreáticos dorsal e 
ventral de células endodérmicas, que surgem da porção 
caudal do intestino anterior. 
 A maior parte deriva do broto pancreático dorsal 
maior, que aparece primeiro e se desenvolve a uma 
distância cranial ao broto ventral. 
 Broto pancreático ventral menor desenvolve-se 
próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce 
entre as camadas do mesentério ventral. Após giro do 
duodeno, o broto se posiciona posterior ao broto 
pancreático dorsal e depois se funde com ele. 
 Broto pancreático ventral forma processo 
uncinado e parte da cabeça do pâncreas. 
 Ducto pancreático se forma a partir do ducto do 
broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal. 
 Parte proximal do ducto do broto dorsal em geral 
persiste como ducto pancreático acessório, que se abre 
na papila duodenal menor. 
 
 
 
 
2 – DESCREVA A ANATOMIA E A HISTOLOGIA DO DUODENO, 
FÍGADO, VESÍCULA BILIAR E PÂNCREAS 
DUODENO 
 
 
ANATOMIA 
É a primeira e mais curta parte do intestino 
delgado, tem cerca de 25 cm, também é mais larga e fixa. 
O duodeno segue um formato de C ao redor da cabeça do 
pâncreas. Começa no piloro ao lado direito e termina na 
junção duodenojejunal no lado esquerdo. Essa junção 
assume um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. 
O duodeno é dividido em quatro partes: 
• Parte superior (primeira): possui 5 cm, os 
primeiros 2 cm superiores têm mesentério e são 
 
 
móveis, essa parte livre se chama ampola. O 
restante, é retroperitoneal e é imóvel. 
A parte superior ascende a partir do piloro e é 
superposta pelo fígado e vesícula biliar. Peritônio 
recobre a parte anterior, mas não a posterior, 
exceto na ampola. Parte proximal tem ligamento 
hepatoduodenal (parte do omento menor) fixado 
superiormente e omento maior fixado 
inferiormente. 
• Parte descendente (segunda): 7 a 10 cm. Segue 
inferiormente, curvando a cabeça do pâncreas. 
Ductos colédoco e pancreático principal entram 
em sua parede posteromedial. Esses ductos se 
unem e formam a ampola hepatopancreática, que 
se abre na papila maior do duodeno. 
• Parte inferior (terceira): 6 a 8 cm. Segue 
transversalmente para a esquerda, passa por 
cima da aorta. É cruzada pela artéria e veia 
mesentérica superior e pela raiz do mesentério 
do jejuno e íleo. Superior a ela está a cabeça do 
pâncreas. Face anterior coberta por peritônio, 
exceto onde é cruzada pelos vasos mesentérico 
superiores e pela raiz do mesentério. 
Posteriormente está o músculo psoas maior 
direito, veia cava inferior, aorta e vasos 
testiculares ou ovários direitos, que a separam 
da coluna vertebral. 
• Parte ascendente: 5 cm. Segue superiormente ao 
lado esquerdo da aorta para alcançar a margem 
inferior do pâncreas. Então, se curva 
anteriormente para se unir ao jejuno na flexura 
duodenojejunal, sustentada pela inserção do 
músculo suspensor do duodeno (ligamento de 
Treitz). 
Soluções-tampão e enzimas advindas do fígado e 
pâncreas entram no duodeno na metade de sua extensão. 
Ducto colédoco origina-se a partir do fígado e vesícula 
biliar e o ducto pancreático com origem no pâncreas 
unem-se em uma câmara muscular, a ampola 
hepatopancreática. Essa câmara se abre na papila do 
duodeno. 
Artérias do duodeno originam-se do tronco 
celíaco e da artéria mesentérica superior. 
Tronco celíaco, por intermédio da artéria 
gastroduodenal e seu ramo, a artéria pancreaticaduode-
nal superior, supre a parte duodenal proximal à entrada 
do ducto colédoco na parte descendente do duodeno. 
A artéria pancreaticoduodenal inferior, supre o 
duodeno distal à entrada do ducto colédoco. 
Veias do duodeno acompanham as artérias e 
drenam para a veia porta, algumas diretamente e outras 
indiretamente pelas veias mesentéricas superior e 
esplênica. 
 Nervos do duodeno derivam do vago e dos nervos 
esplâncnicos maior e menor por meio dos plexos celíaco e 
mesentérico superior. Os nervos seguem para o duodeno 
via plexos periarteriais que vão até as artérias 
pancreaticoduodenais. 
HISTOLOGIA 
 A túnica mucosa do intestino delgado apresenta 
projeções digitiformes, as vilosidades intestinais, que se 
projetam para o interior da cavidade. Essas vilosidades 
são revestidas por epitélio colunar simples. Superfícies 
apicais cobertas por microvilosidades e são 
frequentemente descritas como apresentando “margem 
em escova”. 
 O epitélio contem pregas circulares, cada uma 
delas sustenta um conjunto de vilosidades, e cada 
vilosidade é coberta por células epiteliais cujas 
superfícies expostas apresentam microvilosidades. Essa 
organização amplia a superfície de absorção para mais 
de 200 m². 
 Glândulas (criptas) intestinais: entre as células 
colunares dos epitélios, as células caliciformes ejetam 
mucina. Na base das vilosidades estão as entradas para 
as glândulas (criptas) intestinais ou criptas de 
Lieberkuhn. Estas bolsas estendem-seprofundamente 
para o interior da lâmina própria subjacente. Próximo a 
base de cada glândula, células-tronco dividem-se 
continuamente, produzindo novas gerações de células 
 
 
epiteliais. Essas, se deslocam para a superfície intestinal 
e vão para a cavidade, tal processo renova a superfície 
epitelial e adiciona enzimas intracelulares ao quimo. 
 
 Lâmina própria: a lâmina própria de cada 
vilosidade intestinal possui extensa rede de vasos 
capilares que absorve e conduz nutrientes para a 
circulação porta-hepática. Ainda, possuem um terminal 
linfática chamado vaso lactífero, que transportam 
materiais que não penetram nos capilares locais. Esses 
materiais atingem a circulação venosa pelo ducto 
torácico. 
 No duodeno: apresenta numerosas glândulas 
mucosas. A tela submucosa do duodeno possui glândulas 
submucosas duodenais ou de Brunner. Essas, produzem 
grandes quantidades de muco. O muco das glândulas 
intestinais e das submucosas protegem o epitélio contra 
a ação corrosiva do quimo ácido. Além disso, o muco 
contém soluções-tampão que auxiliam no aumento do pH 
do quimo. Durante o trajeto, o pH do quimo passa de 1 a 
2 para 7 a 8, já na região do jejuno não é mais necessária 
a produção de muco extra. 
 
 
 
 
FÍGADO 
 
 
ANATOMIA 
 Maior órgão peritonizado. Subjacente ao peritônio 
visceral, está uma resistente cápsula fibrosa. Na 
superfície anterior, derivado do mesentério ventral 
primitivo, está o ligamento falciforme, marcando a divisão 
entre lobos hepáticos direito e esquerdo. Um 
espessamento da margem inferior do ligamento 
falciforme, forma o ligamento redondo do fígado, um 
cordão fibroso que representa a veia umbilical fetal 
degenerada e oclusa. 
 O órgão é sustentado a partir do inferior do 
diafragma pelo ligamento coronário. 
 Superfície súpero-anterior do fígado acompanha 
a curvatura da parede do corpo. Superfície ínfero-
posterior apresenta as impressões do estômago, 
intestino delgado, rim direito e intestino grosso. 
 Superfícies anterior, superior e posterior 
constituem a face diafragmática pela relação com o 
diafragma. A superfície ínfero-posterior é a face visceral. 
 É dividido em quatro lobos. Impressão esquerda 
pela veia cava inferior marca a divisão entre lobo direito 
 
 
e o pequeno lobo caudado. Inferiormente ao lobo caudado, 
está o lobo quadrado, entre o lobo esquerdo e a vesícula 
biliar. 
 
Lobo caudado do fígado. 
 
Lobo quadrado do fígado. 
 Vasos sanguíneos aferentes e outras estruturas 
atingem o fígado fazendo trajeto no interior do tecido 
conectivo do omento menor, então, convergem na região 
da porta do fígado. 
 Artéria hepática própria e veia porta do fígado 
suprem o órgão. Um terço do fluxo sanguíneo hepático é 
suprido pela A. hepática própria, o restante é pela V. 
porta. O sangue retorna à circulação sistêmica pelas 
veias hepáticas que desembocam na cava inferior. 
Suprimento arterial fornece sangue oxigenado e a veia 
porta oferece nutrientes e substancias químicas 
absorvidas do intestino. 
 
Porta hepática. 
 
 
Veia porta do fígado. 
 O suprimento nervoso vem do plexo hepático, que 
segue ao longo da artéria hepática e da veia porta. Ainda, 
o fígado recebe fibras simpáticas do plexo celíaco e 
parassimpáticas dos troncos vagais anterior e posterior. 
HISTOLOGIA 
 Cada lobo hepático é dividido por tecido conectivo 
em aproximadamente 100.000 lóbulos hepáticos. 
 O lóbulo hepático: 
 Os hepatócitos, em um lóbulo hepático, formam 
uma serie de placas ou colunas irregulares dispostas 
como aros de uma roda. 
 Essas placas apresentam espessura de uma única 
célula e superfícies expostas do hepatócito são cobertas 
por microvilosidades curtas. 
 Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles 
delimitam um espaço tubular, o canalículo biliar. Os 
canalículos, que constituem a primeira porção do sistema 
de ductos biliares, são espaços tubulares delimitados 
apenas pela membrana plasmática de dois hepatócitos e 
contem poucos microvilos em seu interior. Membranas 
celulares próximas desse canalículo estão unidas por 
junções de oclusão. Junções gap são frequentes entre 
hepatócitos e importantes na comunicação intercelular. 
 
 
 
 Tem funções endócrinas e exócrinas, e também 
acumula, destoxifica e transporta diversas substâncias. 
Além de sintetizar proteínas para a sua própria 
manutenção, o hepatócito produz várias proteínas 
plasmáticas para exportação, essas proteínas são 
sintetizadas em polirribossomos aderidos ao REG. 
 Hepatócito também é responsável pela 
gliconeogênese, que converte aminoácidos em glicose. 
Além de ser local de desaminação de aminoácidos, 
processo que resulta na produção de ureia, que é 
transportada para os rins e excretada na urina. 
Vasos sinusoides hepáticos entre placas esvaziam 
em uma veia central. As paredes fenestradas desses 
vasos possuem aberturas que permitem passagem de 
substâncias para fora da circulação e em direção aos 
espaços que circundam os hepatócitos. O revestimento 
dos sinusoides possuem células de Kupffer ou células 
reticuloendoteliais estelares. Essas são fagocitárias e 
são capazes de fagocitar patógenos, fragmentos 
celulares e glóbulos vermelhos danificados, além de metais 
pesados como estanho e mercúrio, absorvidos no trato 
digestório. Ainda, podem secretar proteínas relacionadas 
com processos imunológicos. 
Células endoteliais são separadas dos 
hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua 
e um espaço subendotelial, o espaço de Disse (espaço 
perissinusoidal), que contem microvilos dos hepatócitos. 
No espaço de Disse também existem células armazenado-
ras de lipídios, as células de Ito, que contêm inclusões 
lipídicas ricas em vitamina A. No fígado saudável, essas 
células desempenham funções como captação, 
armazenamento e liberação de retinoides, síntese e 
secreção de proteínas de matriz extracelular e 
proteoglicanos, secreção de fatores de crescimento e 
citocinas, e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal. 
Existem tríades portais, ou áreas portais 
(espaços-porta), uma em cada um dos seis vértices do 
lóbulo. Contém: um ramo da veia porta do fígado, um ramo 
da artéria hepática própria e um pequeno ducto bilífero 
interlobular. 
Conforme o sangue flui pelos vasos sinusóides, 
os hepatócitos absorvem e secretam materiais na 
corrente sanguínea. O sangue deixa os sinusóides e atinge 
a veia central do lóbulo, que convergem e formam as veias 
hepáticas que desembocam na cava inferior. 
 
 
 
 
 
VESÍCULA BILIAR 
 
ANATOMIA 
Órgão muscular oco e piriforme. É um saco 
muscular que armazena e concentra bile antes da 
excreção no intestino delgado. Está localizada em um 
recesso, a fossa da vesícula biliar na face visceral do 
lobo hepático direito. Revestida por peritônio. 
 Dividida em três regiões: fundo, corpo e colo. 
 O ducto cístico parte da vesícula biliar e vai até 
a porta do fígado, onde se une ao ducto hepático comum 
para formar o ducto colédoco. 
 No duodeno, o músculo esfíncter da ampola 
hematopancreática circunda o ducto colédoco e a 
referida ampola. A ampola abre-se no interior do duodeno, 
na papila do duodeno, uma elevação na túnica mucosa. 
Contração nesse músculo oclui a via e evita entrada de 
bile no intestino delgado. 
 Inervação pelo plexo nervoso celíaco. 
Mucosa contem pregas que diminuem na medida 
que expande. 
HISTOLOGIA 
 Parede da vesícula consiste em uma camada 
mucosa composta de epitélio colunar simples e lâmina 
própria, uma camada de músculo liso, uma de tecido 
conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa. 
 Todas essas células podem secretar muco. 
Glândulas mucosas tubulocinosas situam-se próximas ao 
ducto cístico e são responsáveis pela secreção da maior 
parte do muco na bile. 
PÂNCREAS 
 
ANATOMIA 
 Posterior ao estômago, estendendo-se 
lateralmente a partir do duodeno em direção ao baço. É 
um órgão alongado, cor rósea-acinzentado, cerca de 15 
cm de comprimento e 80g. 
 Cabeça do pâncreas encaixa-se na alço do 
duodeno, conforme estese distancia do piloro. 
 Corpo do pâncreas estende-se transversalmente 
em direção ao baço. 
 Cauda do pâncreas é curta e romba. 
 O pâncreas é secundariamente retroperitoneal e 
está firmemente fixo na parede posterior da cavidade 
abdominal. 
 Possui superfície nodular irregular. Envolto por 
uma cápsula delgada e transparente de tecido conectivo. 
 É um órgão exócrino produtor de enzimas 
digestivas e soluções-tampão, apesar de desempenhar 
função endócrina. 
 O ducto pancreático (de Wirsung) conduz essas 
substâncias até a ampola hepatopancreática. Um ducto 
pancreático acessório (de Santorini) pode ramificar a 
partir do ducto pancreático antes de deixar o pâncreas. 
 Quando presente, o ducto acessório esvazia-se 
no duodeno pela papila menor do duodeno, que está 
superior à papila maior. 
 Irrigado pelos ramos das artérias esplênica, 
mesentérica superior e hepática comum. As artérias 
pancreáticas e pancreaticoduodenais (superior e inferior) 
são os maiores ramos desses vasos. 
 
 
 Quanto a drenagem, a veia pancreaticoduodenal 
anterior superior desemboca na veia mesentérica 
superior, enquanto a veia pancreaticoduodenal anterior 
posterior desemboca na veia porta hepática. Ambas 
drenam na veia mesentérica superior, já as veias 
pancreáticas drenam corpo e cauda na veia esplênica. 
 Inervação parassimpática provém do nervo vago e 
a inervação simpática dos nervos esplâncnicos maior e 
menor. Ambas as fibras autônomas seguem até o gânglio 
celíaco e plexo mesentérico superior. 
HISTOLOGIA 
 Septos de tecido conectivo dividem o pâncreas 
em lóbulos distintos. Vasos são encontrados no interior 
desses septos de tecido conectivo. 
 Pâncreas é um exemplo de glândula túbulo-acinar 
composta. No interior de cada lóbulo, os ductos 
ramificam-se e terminam em bolsas de fundo cego, os 
ácinos pancreáticos. Cada ácino pancreático é revestido 
por epitélio cuboide simples. Ilhotas pancreáticas 
encontram-se esparsas entre os ácinas, são responsáveis 
por 1% da população celular. 
 Ácinos secretam mistura de água, íons e enzimas 
digestivas para o duodeno. Essa secreção é o suco 
pancreático. 
 Os ductos pancreáticos secretam soluções-
tampão (bicarbonato de sódio) em solução aquosa. Estas 
secreções são importantes para estabilizar pH intestinal. 
 
 
3 – EXPLIQUE A FISIOLOGIA DO DUODENO, FÍGADO, VESÍCULA 
BILIAR E PÂNCREAS 
FUNÇÃO MOTORA 
 Esvaziamento gástrico é inibido pelo reflexo 
enterogástrico. Quando o quimo penetra no duodeno, 
reflexos nervosos iniciam em sua parede, passam de volta 
ao estômago e reduzem ou cessam o esvaziamento 
gástrico conforme o volume do quimo no duodeno se torna 
grande. 
 Fatores que estimulam os reflexos enterogástri-
cos: 
 - Grau de distensão do duodeno; 
 - Presença de irritação da mucosa duodenal; 
 - Grau de acidez do quimo duodenal; 
 - Grau de osmolaridade do quimo; 
 - Presença de produtos de degradação de proteí-
nas. 
 Colecistocinina é liberada pela mucosa do 
duodeno e jejuno em resposta a gordura do quimo. Então, 
o conteúdo gástrico esvazia lentamente pós refeição rica 
em gorduras. 
 Distensões do intestino delgado desencadeiam as 
contrações segmentares. Essas contrações concêntricas 
possuem aspecto de fileira de salsichas. Normalmente 
fragmentam o quimo em duas a três vezes por minuto, 
promovendo mistura do sólido com secreções. 
 Ondas peristálticas se movem em direção ao ânus 
de 0,5 a 2 cm/seg. Movimentos do quimo são 
aproximadamente 1 cm/min. 3 a 5 horas são necessárias 
para o quimo ir do piloro à válvula ileocecal. 
 A atividade peristáltica no intestino delgado 
aumenta após a refeição, devido a: 
 - Sinais nervosos, causados em parte pela 
entrada do quimo no duodeno e em parte pelo reflexo 
gastroentérico, iniciado pela distensão do estômago e 
 
 
conduzido pelo plexo mioentérico ao longo da parede do 
delgado; 
 - Sinais hormonais. A gastrina, colecistocinina e 
insulina são liberadas após a refeição e podem aumentar 
a motilidade intestinal. Secretina e glucagon inibem a 
motilidade do intestino delgado. 
FUNÇÃO SECRETORA 
SECREÇÃO PANCREÁTICA 
 Enzimas digestivas são secretadas pelo ácino 
pancreático. 
 - As enzimas mais importantes para a digestão 
de proteínas são tripsina, quimiotripsina e a carboxipoli-
peptidase; 
 - Enzima digestiva pancreática para carboidratos 
é a amilase pancreática, que hidrolisa amidos, glicogênio 
e maioria dos outros carboidratos (exceto celulose) para 
formar dissacarídeos e alguns trissacarídeos; 
 - Enzimas principais para digestão de gorduras 
são lipase pancreática, que hidrolisa triglicerídeos em 
ácidos graxos e monoglicerídeos; a colesterol esterase, 
que provoca hidrolise dos ésteres de colesterol; e a 
fosfolipase, que separa os ácidos graxos dos 
fosfolipídios. 
 Íons bicarbonato e água são secretados por 
glândulas epiteliais dos túbulos e dutos. O bicarbonato no 
suco pancreático tem função de neutralizar o ácido 
recebido do estômago no duodeno. 
 Secreção pancreática é estimulada por 
Acetilcolina, Colecistocinina e Secretina. 
 - Acetilcolina é liberada das terminações 
nervosas, estimula principalmente secreção de enzimas 
digestivas; 
 - Colecistocinina é secretada pela mucosa 
duodenal e jejunal, estimula secreção de enzimas 
digestivas; 
 - Secretina, secretada pela mucosa duodenal e 
jejunal, quando alimentos ácidos penetram intestino 
delgado, estimula secreção de bicarbonato de sódio. 
 A secreção pancreática ocorre em três fases: 
 - Fase cefálica: sinal nervoso causa secreção de 
gastrina e ocasiona liberação de acetilcolina por 
terminações vagais no pâncreas. Representa 20% das 
secreções pancreáticas pós refeição; 
 - Fase gástrica: estimulação nervosa de secreção 
de enzima continua, 5 a 10% da secreção enzimática pós 
refeição; 
 - Fase intestinal: pós penetração do quimo no 
duodeno, secreção pancreática se torna abundante, 
principalmente em resposta à secreção hormonal. 
Colecistocinina ainda determina um aumento maior na 
secreção de enzimas. 
 Secretina – estimula liberação de bicarbonato de 
sódio. HCl no duodeno causa liberação de pró-secretina e 
ativação da secretina, que é absorvida pelo sangue. Por 
sua vez, a secretina estimula pâncreas a secretar fluidos 
com íon bicarbonato. 
SECREÇÃO DA BILE PELO FÍGADO 
 Bile é importante para digestão e absorção de 
gorduras e remoção de produtos residuais do sangue. 
 - Digestão e absorção de gorduras: sais biliares 
ajudam a emulsificar grandes partículas de gordura em 
pequenas, que podem ser atacadas pelas lipases 
pancreáticas. Ainda, ajudam no transporte e absorção de 
gordura digerida e produtos finais para e através da 
mucosa intestinal; 
 - Remoção de produtos residuais: bile serve como 
meio de excreção para produtos residuais do sangue, 
especialmente bilirrubina, produto final da destruição de 
hemoglobina, e o excesso de colesterol sintetizado pelas 
células do fígado. 
 A bile é secretada em dois estágios: 
 
 
 - Porção inicial, secretada pelos hepatócitos, 
possui grandes quantidades de ácidos biliares, colesterol 
e constituintes orgânicos. Secretada para canalículos 
biliares entre as células hepáticas nas lâminas hepáticas; 
 - Solução de íons sódio e bicarbonato adicionados 
à bile conforme ela flui pelos dutos biliares. Essa 
secreção secundária é estimulada pela secretina, 
causando aumento dos íons bicarbonato. 
 A bile fica concentrada na vesícula biliar. 
 Colecistocinina estimula contração da vesícula 
biliar. Após entrada de quimo gorduroso, ocorre liberação 
de colecistocinina pelas células I locais. Ela causa 
contrações rítmicas na vesícula biliar e relaxamento 
simultâneo do esfíncter de Oddi, que protege a passagem 
do ducto colédoco ao duodeno. 
SECREÇÕES NO INTESTINO DELGADO 
 Glândulas de Brunner secretam muco alcalino, 
estimulado por: 
 - Estímulos táteis ou irritantes da mucosa 
sobrejacente; 
 - Estímulo vagal, que causa secreção 
concomitante com aumento de secreção gástrica; 
 - Hormônios gastrointestinais,em especial, 
secretina. 
 Muco protege parede duodenal da digestão pelo 
suco gástrico. Quantidade de bicarbonato recebidos pelas 
glândulas e secreções neutralizam o ácido. 
 Criptas de Lieberkuhn, localizadas entre 
vilosidades intestinais e a superfície intestinal são 
cobertas por epitélio de dois tipos de células: 
 - Células calciformes, que secretam muco e 
fornecem lubrificação e proteção; 
 - Enterócitos, que secretam água e eletrólitos 
na cripta, além de reabsorver água e eletrólitos com os 
produtos finais da digestão. 
 
FUNÇÃO DIGESTIVA 
CARBOIDRATOS 
A função da alfa amilase pancreática é quase 
idêntica a da alfa amilase na saliva, mas é muito mais 
potente; assim, logo após o quimo entrar no duodeno e 
misturado ao suco pancreático, todos os amidos são 
digeridos. 
 Borda estriada das microvilosidades intestinais 
contém enzimas que separam dissacarídeos lactose, 
sacarose e maltose. 
 - Lactose = galactose + glicose 
 - Sacarose = frutose + glicose 
 - Maltose = moléculas de glicose 
PROTEÍNAS 
 A maior parte da digestão protéica vem de ações 
de enzimas proteolíticas pancreáticas. 
 Proteínas deixam o estômago como proteoses, 
peptonas e grandes polipeptídeos e são digeridas em 
dipeptídeos, tripeptídeos e peptídeos maiores pelas 
enzimas proteolíticas pancreáticas. 
 - Tripsina e quimiotripsina dividem proteína em 
pequenos polipetídeos; 
 - Carboxipolipeptidase racha aminoácidos das 
terminações carboxi dos polipeptídeos; 
 - Proelastase faz surgir elastase, que digere 
fibras de elastina da carne. 
 Digestão final de proteínas é feita por 
enterócitos nas vilosidades: 
 - Digestão na borda estriada: aminopolipeptidase 
e dipeptidases conseguem dividir polipeptídeos em tri e 
dipeptídeos e em aminoácidos. Assim, são transportados 
para dentro dos enterócitos. 
 - Digestão dentro do enterócito: peptidases 
especificas para ligações entre aminoácidos estão 
presentes. Em minutos, dipeptídeos e tripeptídeos são 
 
 
digeridos e formam aminoácidos, que então vão para o 
sangue. 
GORDURAS 
 A primeira etapa da digestão de gorduras é a 
emulsificação pelos ácidos biliares e lecitina. 
 Na emulsificação, glóbulos de gordura são 
quebrados em pedaços menores pela ação detergente dos 
sais biliares e pela lecitina. As lipases são enzimas 
solúveis em água e podem atacar glóbulos de gordura 
apenas em sua superfície, assim, pós emulsificação a área 
da superfície da gordura é maior e favorece digestão. 
 Lipase pancreática digere triglicerídeos. Essa 
enzima esta presente no suco pancreático e transforma 
os triglicerídeos em ácidos graxos livres e 2-
monoglicerídeos. 
 Sais biliares formam micelas que aceleram a 
digestão de gordura. A hidrolise de triglicerídeos é 
reversível; portanto, acúmulo de monoglicerídeos e ácidos 
graxos livres próximos às gorduras digeridas bloqueia 
maiores digestões. As micelas nos sais removem os 
monoglicerídeos e ácidos graxos das proximidades dos 
glóbulos de gordura com moléculas de sal da bile. 
FUNÇÃO ABSORTIVA 
 A área da mucosa do delgado é de 250 m² ou 
mais. 
 - Dobras de Kerckring aumentam a área de 
superfície em três vezes; 
 - Vilosidades se projetam a cerca de 1 mm pela 
superfície da mucosa, aumentando a área em 10 vezes; 
 - Microvilosidades que cobrem superfície vilosa 
(borda estriada) aumentam área em 20 vezes. 
 A água é transportada pela membrana intestinal 
por difusão. É absorvida a partir do estômago quando o 
quimo é diluído e se move para o duodeno quando soluções 
hiperosmóticas entram no intestino. Substâncias 
dissolvidas são absorvidas e a pressão osmótica diminui. 
 ÍONS 
 Sódio é transportado ativamente para dentro das 
células epiteliais intestinais por paredes basal e lateral 
dessas células para os espaços paracelulares, que 
reduzem a concentração intracelular de sódio. 
 Essa baixa concentração de sódio proporciona 
acentuado gradiente eletroquímico para o movimento do 
sódio a partir do quimo através da borda estriada. O 
gradiente osmótico faz com que a água se mova por 
osmose através das junções entre as bordas apicais das 
células epiteliais. 
 Aldosterona aumenta absorção de sódio. A 
desidratação provoca secreção de aldosterona pelas 
adrenais. Ocorre aumento da absorção de sódio no 
intestino e esse aumento causa aumento da absorção de 
cloro, água e outras substâncias. 
 Cálcio, ferro, potássio, magnésio e fosfato são 
absorvidos ativamente. 
 - Íons cálcio absorvidos ativamente em relação a 
necessidade de cálcio do corpo. Absorção controlada pelo 
hormônio da paratireoide e vitamina D. Hormônio da 
paratireoide ativa a vitamina D nos rins. 
CARBOIDRATOS 
São absorvidos na forma de monossacarídeos. O 
mais abundante é a glicose. 
Glicose é transportada por mecanismo de 
cotransporte com o sódio. 
Transporte ativo de sódio pelas membranas 
basolaterais para os espaços paracelulares tiram sódio 
das células. Essa redução faz que sódio se mova através 
da borda estriado do enterócito para seu interior por 
transporte ativo secundário. O sódio associa-se a uma 
proteína de transporte que precisa de outra substancia, 
como a glicose para se ligar. Quando a glicose se liga a 
proteína, ambos são transportados para dentro da célula. 
Galactose transportada da mesma forma que a 
glicose. Frutose por difusão facilitada. 
 
 
 
PROTEÍNAS 
A maioria delas são absorvidas pelas membranas 
luminais das células intestinais como dipeptídeos, 
tripeptídeos e aminoácidos. 
A energia para a maior parte desse transporte 
é fornecida por mecanismos de cotransporte de sódio, da 
mesma forma que ocorre com a glicose e galactose. 
Alguns aminoácidos são transportados por difusão 
facilitada. 
GORDURAS 
Monoglicerídeos e ácidos graxos se difundem 
passivamente pela membrana celular do enterócito para 
o interior dele. 
Lipídeos são solúveis na membrana do enterócito. 
Após penetrá-lo, ácidos graxos e monoglicerídeos são 
recombinados para formar novos triglicerídios. Alguns são 
mais digeridos e formam glicerol e ácidos graxos. 
Triglicerídeos não passam pela membrana do enterócito. 
Quilomícrons são excretados dos enterócitos por 
exocitose. Triglicerídeos se acumulam no aparelho de golgi 
e formam glóbulos com colesterol e fosfolipídios. 
Fosfolipídios se arrumam no centro com porções de 
gordura e polares na superfície, proporcionando 
superfície eletricamente carregada que tornam os 
glóbulos miscíveis em água. Esses glóbulos são liberados 
por exocitose nos espaços basolaterais. 
Quilomícrons vão para as ninfas através dos 
vasos lacteais centrais das vilosidades e são esvaziados 
nas grandes veias do pescoço. 
 
Quilomícron. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
• Fisiologia – Guyton e Hall 
• Anatomia Humana – Martini 
• Anatomia Humana – Moore 
• Embriologia Clínica – Moore 
• Histologia – Junqueira & Carneiro

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