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2 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO ............................................................................. 3 DIETA MODIFICADA E DIETOTERAPIA ........................................................... 6 NUTRIÇÃO HOSPITALAR .............................................................................. 11 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ............................................................... 15 TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL ........................................................ 22 CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS .............................................................. 27 SISTEMA ENDÓCRINO ................................................................................... 45 COMPOSTOS BIOATIVOS .............................................................................. 51 DIETAS ............................................................................................................ 54 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ............................................................................ 67 OBESIDADE .................................................................................................... 70 RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM ALIMENTOS ESPECÍFICOS ..................... 84 GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ............................................................................ 124 NUTRIÇÃO INFANTIL .................................................................................... 130 NUTRIÇÃO GERIÁTRICA .............................................................................. 134 PRODUTOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS ......................................... 139 TABELAS DE NUTRIENTES ....................................................................... 147 SUPLEMENTOS ............................................................................................ 151 CÁLCULO DE DIETAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA.......................................... 154 3 PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO Nutrição é a ciência que estuda os alimentos quanto a sua composição química e o seu aproveitamento no organismo humano. É um processo involuntário e inconsciente que abrange a digestão, absorção, utilização dos nutrientes e a excreção. Nutrição é o processo de obtenção de alimentos em seu corpo e usá-lo como matéria-prima para o crescimento, o combustível para a energia, e vitaminas e minerais que manter seu corpo saudável e funcionando adequadamente. Nutrição é a ingestão de alimentos, considerada em relação às necessidades nutricionais do corpo. Uma boa nutrição – uma dieta adequada, bem equilibrada combinada com atividade física regular – é um dos pilares da boa saúde. A má nutrição pode levar a imunidade reduzida, aumento da suscetibilidade a doenças, desenvolvimento físico e mental prejudicada, e redução da produtividade. Em geral, a nutrição está associada com a tomada em alimentos que seu corpo precisa para se manter saudável. Nutrientes básicos incluem água, minerais, hidratos de carbono, gorduras e proteínas. Definições mais modernas incluem suplementos e atividade física como parte de manter-se com uma boa nutrição. Grande parte deste estudo gira em torno de determinar quanto de cada um desses itens que o corpo precisa para tomar em uma base regular, a fim de funcionar no nível ideal. De forma mais ampla, a nutrição é a ciência de alimentos, e determinam que os nutrientes estão em diferentes produtos. Essa ciência também vai determinar como seu 4 corpo ingere, digere, absorve, metaboliza, transporta, armazena e excreta diferentes produtos alimentares para determinar quais os efeitos em geral estes nutrientes têm sobre o corpo. Cientistas nutricionais também estudar o ambiente, psicologia e comportamento que está associado com a alimentação e como esses fatores desempenham um papel na forma como o corpo processa os alimentos e quais os alimentos que as pessoas escolhem para consumir. Conceito de Nutrição Clínica O recebimento das quantidades ideais de alimentos e nutrientes proporciona ao corpo humano um funcionamento correto, resultando em uma boa saúde e um organismo resistente às enfermidades. Quando, por qualquer motivo, uma pessoa necessita ficar internada em uma unidade hospitalar é fundamental uma ingestão nutricional específica para ajudar no processo de recuperação. A nutrição clínica é a responsável pelo gerenciamento do balanço energético dos pacientes, assegurando que eles ingiram quantidades suficientes de líquidos e nutrientes como vitaminas, lipídios, minerais, glicose e proteínas. Um cardápio hospitalar de boa qualidade garante que a maioria das pessoas internadas tenham as suas necessidades nutricionais atendidas. O Profissional de Nutrição O profissional nutricionista que atua em nutrição clínica pode realizar seu trabalho em consultórios particulares ou públicos, clínicas, creches, asilos ou SPAs, e também em enfermarias, lactários ou bancos de leite humano. A nutrição clínica tem o intuito de combater os problemas de saúde causados por uma alimentação inadequada e insuficiente em vitaminas, nutrientes e proteínas. No 5 caso de pacientes clínicos ou hospitalares, uma alimentação balanceada garante uma série de benefícios para os indivíduos, por exemplo: • Melhoria na cicatrização de ferimentos; • Redução na incidência de complicações clínicas; • Diminuição do tempo de uso de ventilação mecânica; • Redução na taxa de infecções; • Diminuição do tempo de internação hospitalar; • Elevação da mobilização e convalescência; • Aumento da taxa de sobrevivência; • Melhoria na qualidade de vida do paciente. Depois que são submetidos aos tratamentos utilizados por meio da nutrição clínica, os pacientes apresentam uma melhora considerável. Para ilustrar, depois que os enfermos recebem nutrição parenteral suplementar para preencher a lacuna nutricional deixada pela nutrição enteral, há uma diminuição média de 11% no número de infecções hospitalares, em comparação com aqueles que são tratados apenas via nutrição enteral. O atendimento clínico é realizado individualmente. O nutricionista faz um diagnóstico nutricional para elaborar uma dieta que atenda às necessidades do paciente. Para isso, investiga o estado de saúde do paciente, seus hábitos alimentares e seu estilo de vida. A análise de saúde é feita através de medições de peso, altura, quantidade de gordura e massa muscular. O nutricionista solicita exames bioquímicos, como exames de sangue e urina, para complementar sua análise. Além disso, o nutricionista faz uma série de perguntas ao paciente para investigar o histórico familiar de doenças, seus hábitos alimentares e qual é o seu estilo de vida (se costuma se exercitar, se trabalha em escritório, se o trabalho exige força física, etc.). Através desta análise, o nutricionista pode estabelecer uma dieta específica para cada paciente, seja para fins estéticos ou para adequar a alimentação em função de algum problema de saúde (diabetes, obesidade, cardiopatias etc.). Caso o paciente esteja fazendo algum tratamento de saúde (seja em casa ou internado em hospital), o nutricionista acompanha este paciente, prescrevendo e adequando sua dieta para cada fase do tratamento. O nutricionista promove a educação alimentar, orienta o paciente sobre como combinar os alimentos, o que deve ser priorizado na alimentação e o que 6 deve ser evitado. Esta educação alimentar permite ao paciente fazer suas próprias escolhas e montar seu cardápio conforme suas necessidades. Como nutricionista clínico, o profissional pode trabalhar em hospitais, clínicas, ambulatórios, consultórios ou realizando atendimento domiciliar. DIETA MODIFICADA E DIETOTERAPIA Dieta é o conjunto de alimentos e bebidas ingeridosusualmente por uma pessoa. A palavra "dieta" tem origem no latim diaeta, que vem do grego “díaita”, que significa "modo de vida". As dietas podem ser modificadas e adaptadas com diferentes objetivos, de acordo com as necessidades nutricionais ou restrições alimentares de cada um. Uma dieta alimentar balanceada ou equilibrada é aquela que contém a quantidade adequada de alimentos necessários para garantir os requerimentos nutricionais. Contudo, sabe-se que uma dieta pode satisfazer as necessidades calóricas e nutricionais, mas, ao mesmo tempo, ser inadequada, por conter um determinado nutriente em excesso. Assim, uma dieta equilibrada ou balanceada deve ser: • Suficiente, para assegurar as necessidades energéticas; • Completa, para assegurar os requerimentos nutricionais; • Harmônica, de modo que os diferentes nutrientes tenham uma relação correta entre si; • Adequada à situação biológica do indivíduo. Dieta modificada Dieta modificada é aquela que, em qualquer de suas características físico-químicas, necessita ser ajustada a uma alteração do processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo, 7 sendo modificada a partir da dieta normal. Sob esse aspecto, as dietas hospitalares são divididas em duas categorias: Dietas de Rotina Apresentam mudanças físicas nas suas características e são conhecidas pelas modificações de consistência. Além disso, podem ser usadas de forma sequencial na progressão da alimentação de um indivíduo doente. São elas: dieta geral ou normal, branda (leve), pastosa, semilíquida e líquida (geral e restrita). Dietas Especiais ou Terapêuticas Caracterizam-se pelas mudanças na sua estrutura química (modificação de nutrientes) com finalidades terapêuticas, podendo também incorporar as alterações de consistência. Assim, temos dietas com manipulação proteica para mais (hiperproteica) ou para menos (hipoproteica), rica em fibras, sem lactose, hipossódica, dentre outras. Dieta semilíquida Fornecer uma alimentação que dê repouso digestivo ou quando os alimentos sólidos não são bem tolerados. Exclui a fase de mastigação. É constituída de preparações mistas, as quais contém líquidos mais substâncias sólidas, que formarão um líquido mais espesso, com pouca fibra. VET: em torno de 1600 kcal. Alimentos permitidos: água e infusos, sucos coados, purê de vegetais, caldos de carnes e vegetais, sopas espessadas, liquidificadas ou cremes, leite ou coalhada, creme de leite, queijos cremosos, margarina, frutas em papas ou liquidificadas, sorvetes, gelatinas, pudins, cremes, farinhas. Volume e horário: normal. Número de refeições: 4 a 6 por dia. Observações: Pode-se enriquecer as preparações com farinha (15%), clara e gema de ovos, hidrolisados protéicos, óleo vegetal, creme de leite ou leite em pó e outros. 8 Dieta líquida completa Facilitar o trabalho digestivo, a mastigação e a deglutição. Proporcionar repouso gastrointestinal maior do que nos casos anteriores. É constituída de alimentos líquidos espessos, fracionada e pobre em fibras. Apresenta temperatura corporal. VET: em torno de 900 kcal. Alimentos permitidos: sucos de frutas coados ou diluídos, caldos de vegetais e sopas coadas, maisena a 3%, leite, iogurte, ovos, gelatina, cremes e sorvetes, café, sustagem, novomilke, soymilke, sustacal e outros suplementos. Volume da refeição: 50 a 200 ml. Horário: 2/2h ou de 3/3h. Número de refeições: 6 a 8 por dia. Observações: deve ser oferecida durante um curto período de tempo, atenção aos pacientes com intolerância à lactose. Dieta líquida clara ou restritiva Promover hidratação no primeiro dia pós-operatório aos pacientes submetidos à intervenção cirúrgica, sem comprometimento do trato gastrointestinal. Insuficiente em todos os nutrientes, exceto água e alguns eletrólitos. Dieta fracionada e constituída de líquidos claros. VET: em torno de 550 kcal. Alimentos permitidos: chá e caldo de frutas coados (maçã, limão e pêra), caldos apurínicos (arroz e cenoura) e purínicos (carne), açúcar, mel ou dextrose (5 a 10%), sal em torno de 2 a 4g/dia, gelatina clara 5%, picolé de frutas. Volume da refeição: 50 a 200 ml Horário: 1/1h até de 4/4h Número de refeições: 6 a 8 por dia. 9 Observações: é muito restrita, portanto deve ser rapidamente evoluída à dieta líquida completa. Líquidos Claros Seu objetivo é fornecer líquidos para prevenir a desidratação, minimizar o trabalho do trato gastrointestinal para o preparo de exames ou cirurgias. Por ser uma dieta muito restritiva em nutrientes e em calorias não deve ser utilizada por mais de três dias. Sua composição é alimentos translúcidos: caldos líquidos de hortaliças, sucos coados, chá de ervas, gelatina. Normal (Geral) É a consistência dos alimentos mais comum à alimentação humana. Alimentos tanto cozidos como crua em uma mesma refeição. Utilizada quando não há restrições de consistênc ia. Fornece todos os nutrientes e calorias de maneira mais completa. Não há restrição nos alimentos e nas consistências oferecidas. Dietoterapia É o tratamento de pacientes doentes por meio da alimentação – intolerantes ao glúten e lactose, e a fenilcetonúria (mal caracterizado pela falta da enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina, podendo levar a deficiência mental), por exemplo. Ela ajuda a diminuir ou excluir as substâncias que causam mal-estar ao organismo. A dietoterapia também é fundamental para pacientes que sofrem de doenças como obesidade, diabetes, AIDS, alterações gastrointestinais, câncer, doenças renais e cardiovasculares. Nestes casos, a dietoterapia é coadjuvante, ou seja, colabora para a melhoria dos pacientes, mas, eventualmente, pode ser indicado tratamento medicamentoso e/ou cirúrgico. Em todo caso é importante o acompanhamento de um nutricionista, que indicará a alimentação mais adequada. 10 A dietoterapia tem como base o que Hipócrates, um dos pais da medicina da Grécia Antiga afirmou “que o seu remédio seja o seu alimento, e que o seu alimento seja também o seu remédio”. Sendo assim, é possível afirmar que a dietoterapia nada mais é do que um conjunto de métodos utilizados pelo profissional da saúde – principalmente o fisioterapeuta – com base em alimentos tanto para a prevenção, como também para o tratamento de diversas enfermidades. Dessa forma, o seu principal intuito é oferecer para o organismo, que possivelmente estará debilitado, todos os nutrientes capazes de melhorar e manter a saúde do paciente bem. Tais nutrientes são oferecidos então por meio dos alimentos que mais se adéquem com base na condição patológica do paciente, levando também em consideração as suas características psicológicas, físicas e sociais. Para que a dietoterapia dê certo, ela deve estabelecer como base todas as necessidades da pessoa em questão, seja de recuperação ou então da própria manutenção da saúde. Existem dietoterapias específicas para diabéticos, para pessoas com pressão alta ou colesterol ruim alto, para pessoas que carecem de proteínas ou as tem demais e assim por diante. Conheceremos um pouco sobre as mais conhecidas a seguir. A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os nutrientes adequados da forma que melhor se adapte ao tipo de condição patológica e características físicas, nutricionais, psicológicas e sociais do indivíduo, recuperando-o. Para isso, é necessário que se estabeleça se as necessidades do indivíduo são de manutenção ou de recuperação. De uma forma mais didática apresentaremos abaixo os objetivos da dietoterapia melhor visualizados: ➢ Recuperar e/ou manter o estado de saúde, levando o paciente às suas atividades 11 normais➢ Ajustar a dieta à capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar determinados alimentos, bem como à capacidade em metabolizar os nutrientes. ➢ Contribuir para compensar estados específicos de deficiência nutricional. ➢ Estimular e/ou dar repouso a um determinado órgão. ➢ Educar pacientes e familiares para aquisição de hábitos alimentares compatíveis com a saúde e com seu estilo de vida. ➢ É conveniente manter o peso corporal adequado. ➢ Para manter uma boa saúde é aconselhável consumir alimentos variados. ➢ As dietas com pouco gordura são usadas para prevenir doenças cardiovasculares. ➢ O consumo de açúcar deve ser feito com moderação. ➢ Os alimentos fritos, defumados e curados devem ser limitados. ➢ A ingestão de sal deve ser moderada. ➢ Alguns hábitos não são recomendados para a saúde, tais como o consumo excessivo de álcool, tabaco e bebidas adoçantes artificiais. NUTRIÇÃO HOSPITALAR Manter uma boa saúde e ter um corpo resistente a doenças se dá por meio de uma alimentação adequada e com todos os nutrientes necessários. Dentro do ambiente hospitalar, a nutrição clínica atua no gerenciamento e balanço energético de todos os pacientes. É ela que garante que todos recebam as quantidades necessárias de proteínas, vitaminas, minerais, lipídios e glicose. Essa ingestão acontece por meio da alimentação hospitalar — esta, quando é de alta qualidade, atende às necessidades nutricionais da maioria dos pacientes do hospital. Tendo em vista que nem todos os pacientes ingerem toda as refeições que lhes são servidas, uma maior deterioração do estado nutricional deles pode ocorrer por conta de uma ingestão dietética insuficiente. Por esse motivo, o papel do nutricionista atuando dentro da nutrição clínica é fundamental para a rotina hospitalar e a manutenção da saúde de seus pacientes. 12 A desnutrição é uma doença que não discrimina ninguém. A enfermidade atinge pessoas de todas as faixas etárias, gêneros e raça. Segundo o relatório Índice Global da Fome, divulgado pelo Instituto Internacional sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês), cerca de 1,6% da população brasileira enfrenta situação de privação de alimentos. O cenário piora quando se relaciona a desnutrição com pacientes internados em clínicas ou unidades hospitalares. O risco de desnutrição é maior em alguns setores dos hospitais, como: a geriatria, a oncologia, a cirurgia, a medicina interna e a gastroenterologia. A desnutrição traz sérias consequências para a saúde das pessoas, como má cicatrização de feridas, infecções, complicações e falência múltipla dos órgãos. Para combater essa doença é necessária uma ágil e completa análise do quadro nutricional do paciente e o início imediato de um eficiente tratamento clínico, que incluem: • Verificação da condição nutricional do paciente; • Análise completa das necessidades e exigências nutricionais do paciente; • Criação de uma estratégia nutricional; • Análise correta das necessidades de energia e nutrientes do paciente; • Escolha pela forma de aplicação; • Acompanhamento constante e rigoroso da terapia nutricional; • Adequação para uma nova condição clínica do paciente, incluindo, calorias, tipo de nutrição, forma de aplicação. Para tratar da desnutrição, a escolha de suporte de nutrição clínica dependerá do estado clínico em que se encontra a pessoa enferma. De acordo com o resultado de uma análise nutricional formal, o nutricionista poderá optar por fazer o tratamento 13 por meio da nutrição enteral, da nutrição parenteral ou por uma combinação de ambas. Os principais tipos de suporte nutricional clínico A nutrição enteral, incluindo suplementos nutricionais orais e alimentação enteral por meio de sonda nasogástrica, nasoenteral ou percutânea; A nutrição enteral fornece nutrientes e energia para as células mucosas, estimulando o metabolismo da célula epitelial, secreções pancreáticas e fluxo de bile, bem como liberando hormônios gastrointestinais enterotróficos e elevando o fluxo sanguíneo da mucosa. A avaliação nutricional permite a identificação dos pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição e a prescrição da terapia nutricional adequada, visando a recuperação do estado nutricional e prevenindo complicações relacionadas à desnutrição. Este curso pretende conceituar aspectos importantes frente à conduta nutricional e dietética, com o intuito de esclarecer o impacto da nutrição na manutenção e/ou recuperação dos pacientes hospitalizados, com o propósito de amenizar as possíveis complicações associadas e melhorar os desfechos dos pacientes internados. Serão discutidos estudos de caso para consolidação do conhecimento teórico, auxiliando o profissional na determinação da hipótese diagnóstica, no diagnóstico e na conduta nutricional, além de abordar a importância da educação do paciente durante o período de hospitalização. Serviço de Nutrição e Dietética Hospitalar O serviço de nutrição e dietética hospitalar “é um subsistema do sistema hospitalar, devendo estar situado em área técnica, quanto à subordinação junto à organização hospitalar, para que haja a possibilidade de um pleno desenvolvimento do processo de assistência nutricional”. A dieta hospitalar é 14 importante para prover o aporte de nutrientes para o paciente internado e, assim, preservar seu estado nutricional pelo seu papel coterapêutico em enfermidades agudas e crônicas. Agrega-se às suas atividades o desenvolvimento de ensino e pesquisa. O serviço de nutrição e dietética hospitalar é formado pelas seguintes áreas: Área de administração Com um nutricionista responsável técnico (RT) pelo setor, gerenciando e coordenando a unidade. Com relação a esta coordenação, pode haver um coordenador de nutrição clínica e outro coordenador da unidade de alimentação e nutrição, ambos, obrigatoriamente nutricionistas. • Área de recebimento e estocagem de gêneros perecíveis e não- perecíveis. • Área de pré-preparo e preparo das refeições normais (dietas gerais) e modificadas (dietas especiais). • Áreas de produção especializada Lactário, Bancos de Leite Humano, Sala de Manipulação de Dietas Enterais: podendo estar presentes, ou não, dependendo do porte do hospital. • Área de distribuição das refeições (refeitório) para funcionários e acompanhantes autorizados: Alguns serviços dispõem de área para distribuição de refeições e lanches para visitantes e acompanhantes (lanchonete, restaurante próprio), estando subordinada ao serviço de nutrição do hospital. • Área para a distribuição das refeições dos clientes internados nas várias unidades de atendimento da instituição hospitalar. Dois tipos de fornecimento (entrega) de refeições são usados para entregá-las aos pacientes: centralizado e descentralizado. No serviço centralizado a refeição é confeccionada e porcionada completamente na área de produção dos alimentos ou próximo a ela, sendo entregue pelos copeiros por um sistema de transporte adequado (carrinhos térmicos) com elevador de uso exclusivo para tal (quando for o caso). O serviço descentralizado refere-se ao método no qual o alimento ou refeição seja transportado para uma copa de serviços localizada na ala de atendimento ao 15 paciente e só então é confeccionada a refeição (normalmente pequenas refeições como lanches) e levada ao paciente pelo copeiro hospitalar. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Nutrição enteral é o nome que se dá a um tipo de tratamento destinado a indivíduos que não podem ou não conseguem se alimentar totalmente pela boca, a despeito de contarem com a integridade do aparelho digestivo. Assim, esses pacientes recebem a alimentação por meio de um tubo ou sonda flexível. Essa viaalternativa de alimentação pode ser introduzida pelo nariz e posicionada no estômago (a sonda nasogástrica) ou no intestino delgado (a sonda nasoentérica). Também pode ser acoplada direto no abdômen com uma punção ou pequeno corte e direcionada ao estômago (gastrostomia) ou ao intestino (jejunostomia). Por conta disso, os alimentos são administrados em forma líquida para fornecer todos os nutrientes de modo similar ao que se obteria pelo consumo de comida — tanto em qualidade como em quantidade. A nutrição enteral visa, portanto, oferecer tudo de que uma pessoa necessita diariamente: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. O Ministério da Saúde define nutrição enteral como todo e qualquer “alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” 16 Tal terapia é muito comum em hospitais, principalmente nas unidades de pacientes críticos ou que tenham passado por cirurgia, mas também é disponibilizada nas unidades clínicas. Hoje, muitos pacientes recebem alta do hospital e continuam com a nutrição enteral em casa. Essa opção tem a finalidade de proporcionar maior conforto e convívio familiar. Tudo para auxiliar na recuperação. A dieta usada na nutrição enteral pode ser industrializada ou não. As fórmulas de nutrição enteral que não são industrializadas são chamadas de artesanais, pois são aquelas preparadas manualmente pelo próprio paciente ou cuidador por meio da liquidificação de alimentos in natura. Entretanto, muitos são os problemas relacionados a esse preparo, tais como contaminações microbiológicas, falta de estabilidade, incerteza sobre a composição de nutrientes e sua absorção. As fórmulas de nutrição enteral industrializadas levam vantagem na medida em que apresentam estabilidade, composição nutricional e osmolaridade definidas e controle microbiológico. Isso permite que seu uso seja feito com maior segurança. O manejo da dieta enteral em casa não é fácil, principalmente quando em uso de nutrição enteral artesanal e, por isso, o paciente ou cuidador pode acabar desistindo dessa terapia, agravando o quadro clínico e nutricional. É importante lembrar que quando a nutrição enteral está de acordo com as necessidades do paciente e atende aos critérios de segurança alimentar tende a ocorrer uma redução no risco de complicações, internações e mortalidade. A dieta enteral não termina com a escolha dos ingredientes e o preparo da dieta. Outros cuidados, como a conservação da fórmula, higiene dos frascos e dos equipamentos de administração, são indispensáveis. Além disso, deve- se ter atenção com a manutenção da sonda de modo a evitar a interrupção do tratamento, sofrimento e prejuízo na recuperação do paciente. A água tem duplo papel na terapia de nutrição enteral. Além da hidratação, item de máxima atenção em idosos por sua propensão à desidratação, é responsável também pela permeabilidade da sonda, devendo ser administrada rigorosamente após a infusão da dieta ou de medicamentos, evitando, assim, sua obstrução. Outro ponto de grande relevância é observar a troca frequente da fixação da sonda, mantendo-a limpa e segura. A medida reduz o risco de deslocamento do tubo, o que contribuiria para a infusão da dieta na traquéia e 17 nos pulmões do paciente, podendo causar pneumonia e morte. Também com o objetivo de diminuir esse risco indica-se que o paciente receba sua dieta em posição sentada ou com a cabeceira da cama elevada entre 45 e 90º, buscando evitar o refluxo e a aspiração do alimento. A manutenção ou recuperação do estado nutricional é fundamental para que o indivíduo reaja adequadamente às agressões de doenças, traumas e tratamentos. E a nutrição enteral constitui uma estratégia eficiente e segura nesse processo, principalmente se contar com o envolvimento e o compromisso do próprio paciente e de seus familiares e cuidadores. A terapia nutricional enteral (TNE) e a sua importância A impossibilidade de fornecer nutrientes necessários para atender às exigências metabólicas é uma preocupação séria em se tratando de pacientes clínicos e cirúrgicos. Pessoas com doenças crônicas, como acidente vascular cerebral e câncer ou ferimentos traumáticos estão particularmente em risco, assim como os idosos, que são especialmente vulneráveis às complicações decorrentes da desnutrição. Quando o trato gastrintestinal está em funcionamento, a nutrição enteral é uma forma de recuperar ou, em casos de danos repentinos, de manter um estado nutricional ótimo. A terapia nutricional enteral (TNE) se refere à provisão de nutrientes via trato digestório, por meio de uma sonda ou cateter, quando a quantidade de ingestão oral é inadequada ou impossibilitada. Em certas circunstâncias, a nutrição enteral pode incluir o uso de fórmulas, como suplementação oral ou como via exclusiva de alimentação. A TNE é reconhecida como uma forma bastante segura e satisfatória de prover nutrição para pacientes que apresentam a capacidade de via oral parcial ou totalmente comprometida. Para a intervenção nutricional, a via enteral é o acesso de escolha devido à manutenção dos efeitos fisiológicos de digestão e absorção, capacidade imune local e sistêmica, segurança bacteriológica e economia, além de ser facilmente manipulada em ambiente domiciliar, contribuindo para melhora da qualidade de vida do paciente. Uma vez que o paciente tenha sido avaliado como candidato à nutrição enteral, os membros 18 da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, o médico e o nutricionista clínico, selecionam a sonda e a via de acesso apropriada. A seleção do acesso enteral depende de: previsão da duração da alimentação enteral, grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda, presença ou não de digestão e absorção normais, previsão de intervenção cirúrgica e aspectos que interferem na administração como viscosidade e volume da fórmula. Vias e métodos de administração da TNE O suporte nutricional enteral pode ser ofertado por sondas introduzidas pela via nasogástrica, nasoduodenal ou nasojejunal, para terapia em curto prazo (três a quatro semanas), ou, então, por procedimentos cirúrgicos – gastrostomia ou jejunostomia, como a endoscopia percutânea, para alimentação em longo prazo (período superior a quatro semanas). Observa-se que esses períodos de uso da sonda podem ser prolongados na prática diária, dependendo das condições de manuseio e de cuidados com a sonda. A administração da nutrição enteral pelas sondas pode ser feita por três métodos: bolus, gotejamento intermitente e gotejamento contínuo. A seleção do método é baseada no estado clínico do paciente e na qualidade de vida. Administração de medicamentos pela sonda de Nutrição Enteral Quando os pacientes que fazem uso de sondas de alimentação enteral não apresentam deglutição eficaz e correm riscos de aspiração pulmonar, as sondas de nutrição também são utilizadas para a administração de medicamentos, sendo este um procedimento de rotina na prática hospitalar. A via enteral tem vantagens evidentes, como a ampla disponibilidade de medicamentos 19 para uso oral, baixo custo e ausência dos riscos associados à administração intravenosa, intramuscular, subcutânea ou intradérmica. A administração de medicamentos por meio de sondas de nutrição enteral é uma práticacomum e ocorre predominantemente nas unidades de clínica médica (51,5%), cuidados intensivos (24%), internação (16,5%), pediatria (8%) e em cuidado domiciliar (8%). A forma farmacêutica preferida e de maior facilidade para administrar medicamentos por meio da sonda são as preparações líquidas, que se apresentam como suspensões e soluções orais, xaropes ou elixires. Informações sobre os fármacos disponíveis comercialmente como líquidos ou sobre preparações extemporâneas podem ser encontradas em formulários pediátricos. Em pacientes recebendo nutrição enteral intermitente, os medicamentos devem ser administrados nos intervalos de infusão. Se a alimentação enteral é contínua, para administrar o medicamento pode ser necessário interromper a infusão. O medicamento só deve ser ministrado após a lavagem adequada da sonda, com cerca de 50mL de água. O principal problema relatado quando se opta por essa via de administração de medicamentos é a obstrução das sondas. A oclusão das sondas de nutrição enteral pode ocorrer em mais de 15% dos usuários. A Classificação das dietas enterais ➢ Dietas Poliméricas: nutrientes íntegros, com ou sem lactose, baixa osmolaridade, menor custo, hiperprotéica, hipercalóricas suplementadas com fibra, etc. ➢ Dietas Oligoméricas: hidrólise enzimática das proteínas, suplementação de aminoácidos cristalinos, osmolaridade mais alta, digestão facilitada, absorção intestinal alta. ➢ Dietas Monoméricas ou elementares: nutrientes na forma mais simples, isenção de resíduos, hiperosmolares, alto custo. ➢ Dietas Especiais: formulações específicas para atender as necessidades nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base. ➢ Módulos: predominância de um dos nutrientes. 20 Pacientes com trato gastrointestinal (TGI) íntegro ou parcialmente funcionante, com apetite diminuído a ponto de não ingerirem um mínimo de nutrientes necessários ou aqueles que se encontram impossibilitados de alimentar-se por via oral, devem receber NE. Nos últimos anos, os contínuos avanços tecnológicos e nos conhecimentos da fisiopatologia gastrointestinal permitiram estender os benefícios da alimentação enteral a pacientes criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo. Em várias situações clínicas está indicada a Nutrição Enteral: • Disfagia grave por obstrução ou disfunção da orofaringe ou do esôfago, como megaesôfago chagásico, neoplasias de orofaringe e esofágicas; • Coma ou estado confusional, por trauma crânio-encefálico, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, entre outros; • Anorexia persistente, por neoplasias, doenças infecciosas crônicas, depressão, etc; • Náuseas ou vômitos, em pacientes com gastroparesia ou obstrução do estômago ou do intestino delgado proximal; Fístulas do intestino delgado distal ou do cólon; • Má-absorção secundária à diminuição da capacidade absortiva, como no caso de síndrome do intestino curto; • Broncoaspiração recorrente em pacientes com deglutição incoordenada; • Aumentos dos requerimentos nutricionais, por exemplo, em pacientes com grandes queimaduras; • Doenças ou desordens que requerem administração de dietas específicas: Quilotórax e pancreatite aguda, insuficiência hepática, insuficiência renal, doença de Crohn em atividade e outras. Uma indicação geral para a NE é a manutenção da integridade da mucosa do TGI e a prevenção de sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós- cirúrgicos ou pós-trauma, ou naqueles com jejum prolongado associado com doenças crônicas. A hipotrofia da mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente após o estresse orgânico grave. A presença de nutrientes no TGI pode servir como fator trófico tanto para no caso da síndrome do intestino curto quanto na 21 presença de trauma grave. Assim, a alimentação enteral precoce no curso do trauma ou doença grave pode ser sugerida não somente para promover nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa gastrointestinal e prevenir a translocação bacteriana e sepse. Esses são importantes componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e outras macromoléculas antigênicas. A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal completa e o "íleo paralítico". Em pacientes com fístula intestinal proximal, a NE somente deve ser empregada se a extremidade da sonda estiver posicionada distal à fístula. Mesmo nessas condições, a NE poderá aumentar a quantidade de fluídos secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o pertuito da fístula. A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal completa, necessidade repouso intestinal, hemorragia digestiva alta, perfuração intestinal e em certos tipos de fístulas e no "íleo paralítico". Em pacientes com fístula intestinal proximal, a NE somente deve ser empregada se a extremidade da sonda estiver posicionada distal à fístula. Mesmo nessas condições, a NE poderá aumentar a quantidade de fluídos secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o pertuito da fístula. As fórmulas enterais, geralmente são classificadas baseadas na sua composição proteica ou de todos macronutrientes. Deve-se determinar o tempo de nutrição enteral para escolher a via de acesso: • Nasogástrica: inserida no nariz até o estômago; • Nasoduodenal: para pacientes com alto risco de aspiração, refluxo, retardo no esvaziamento gástrico, náuseas e vômitos; • Gastrostomia/ Jejunostomia: as sondas são colocadas sem procedimento cirúrgico no estômago ou jejuno e trazidas para fora através da parede abdominal para permitir a via de acesso para a alimentação, tudo isso por via endoscópica; • Enterostomia por cirurgia: para pacientes que requerem algum suporte nutricional e submetidos a algum procedimento cirúrgico. Formulações de NE 22 As formulações de NE utilizadas no HC são padronizadas, facilitando a atuação do nutricionista clínico que não precisa estabelecer a composição quantitativa e qualitativa de cada formulação. Se necessário, o nutricionista deve modular as formulações para satisfazer as necessidades individualizadas do paciente. TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL A Nutrição Parenteral pode ser utilizada tanto como terapia exclusiva quanto como de apoio, dependendo basicamente da capacidade fisiológica de digestão e/ou absorção de cada paciente. Defini-se pela administração endovenosa de macro e micronutrientes, por meio da via periférica ou central. As principais indicações são depleção das proteínas plasmáticas, perda significativa ou incapacidade de manutenção do peso corpóreo, traumas e cirurgias. A indicação adequada, a manutenção dos controles bioquímicos, clínicos e antropométricos permitem diminuir as complicações infecciosas, metabólicas ou de infusão. O retorno gradual e o mais precoce possível à alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda terapia de nutrição parenteral. Entende-se por Nutrição Parenteral a administração de nutrientes como glicose e proteínas, além de água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas através da via endovenosa, permitindo assim a manutenção da homeostase, já que as calorias e os aminoácidos necessários são supridos. Tal método pôde ser observado já no século XIV, porém seus primeiros resultados não se mostraram satisfatórios. As primeiras soluções glicosadas e hidrossalinas apareceram no início do século XVII, mas somente no século XX, mais especificamente 1968, houve a sistematização da Nutrição Parenteral através da proposta de Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método. A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como terapia de apoio (complementando as necessidades nutricionaisde pacientes em que via enteral não consegue suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é 23 proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater desnutrição, podendo até reverter quadro imunológico. Vias de Administração As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são através das veias periféricas dos membros superiores e a central com a Introdução do cateter na cava, jugular ou femural. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas entre outros. A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter acesso à veia cava superior. O catéter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser verificado através de RX. Estipulada a via de administração, a solução pode ser instalada, respeitando sempre as condições estabelecidas quanto ao volume e as calorias, situação esta controlada através da velocidade do gotejamento. As soluções base são hipertônicas, logo necessitam ser infundidas em veia central.Estas soluções são compostas por 500 ml de solução de glicose 50% (fornece aproximadamente1000kcal) adicionados em 500ml solução de aminoácido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há ainda o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função das quantidades insuficientes de ácido fólico e vitamina B12 nos polivitamínicos, há necessidade de aplicação intramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas sob forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente 450 kcal) por meio da via periférica, não havendo risco de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu elevado aporte energético em volumes reduzidos, além de fornecer os ácidos graxos essenciais. Indicações A Nutrição Parenteral pode ser usada como apoio ou exclusivamente, para aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indicada, a seguir os mesmos serão 24 expostos: • Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético), logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é a parenteral. Isto é possível através do fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico. • Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacientes. Estudos apontam que o tratamento convencional de fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e fechamento precoces. • Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo (consequente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa concentração de aromáticos. • Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar desnutrição energético proteica. A solução proteica fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos. • Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico. • Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia sejam satisfatórios. Portanto, após expostas as indicações, pode-se afirmar novamente que a Nutrição Parenteral é destinada àqueles pacientes que possuem a via oral e/ou 25 gastrointestinal impossibilitadas de serem usadas (3,4,5), com gasto metabólico elevado, decorrente de doença/trauma e que apresentam aporte calórico proteico insuficiente, além de ser usado como preparo de pacientes no pré operatório. Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de risco (1,5), os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são eles: • Perda de 10% ou mais peso corpóreo; • Albumina sérica abaixo de 3g/dL; • Transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL. Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem ser citados: Avaliação nutricional: • Curva de peso: antes de iniciar e, posteriormente de 3/3 dias • Circunferência do braço: antes de iniciar e, posteriormente semanalmente • Prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal • Contagem linfocitária • Testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada semana Exames laboratoriais: • Hemograma completo: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e depois semanalmente • Glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e posteriormente uma vez por semana • Colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes • Triglicerídeos: idem acima • Hemocultura: semanalmente 26 • Glicosúria: 6/6 horas • Dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de iniciar; em dias alternados e depois semanalmente • Balanço hídrico: diariamente Complicações Quanto às complicações observadas relacionadas à Nutrição Parenteral, valem ser ressaltadas as: • Infecciosas (septicemia): são as mais graves, já que os pacientes usuários da Nutrição Parenteral estão, geralmente, debilitados previamente. São decorrentes de contaminação, seja das soluções ( o que é mais raro) , do catéter ou do momento de inserção do mesmo. • Não Infecciosas: estão relacionadas a problemas na introdução do catéter, podendo ocorrer: pneumotórax, hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose, hidrotórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (subclávica), perfuração miocárdica, laceração da veia, etc. • Metabólicas: são decorrentes de alterações do metabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infundidas. Estas podem se dar quanto: • Aos carboidratos: hiperglicemia e coma hiperosmolar não cetônico (decorrentes de intolerância à glicose), diurese osmótica, hipoglicemia (decorrente de aumento da produção insulínica endógena associada a insulina exógena); • Aos lipídeos: deficiência de ácidos graxos essenciais, hipertrigliceridemia; • Aos aminoácidos: hiperamoniemia, acidose metabólica hiperclorêmica (resultante da liberação de ácido clorídrico por parte dos aminoácidos cristalinos utilizados); • Aos eletrólitos: hipofosfatemia (leva diminuição do transporte de oxigênio e da capacidade de coagulação sangüínea), hipo/hiperpotassemia e hipo/hipernatremia; 27 • Às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem lipossolúveis têm tendência ao acúmulo no organismo), hipovitaminose K, B12 e de ácido fólico; • Aos oligoelementos: deficiência principalmente de Cobre, Selênio e Zinco; • Ao excesso de oferta hídrica. Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa. Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importânciana manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito hospitalar quanto domiciliar. A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos pacientes. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Os alimentos podem ser classificados em energéticos, plásticos ou construtores e reguladores. Alimentos energéticos quando consumidos são convertidos em água e CO2 , proporcionando energia ao organismo (ex. carboidratos). Os alimentos plásticos fornecem materiais anabólicos e de manutenção (ex. proteínas), enquanto que os alimentos reguladores são os responsáveis pela regulação do metabolismo corporal (ex. vitaminas e minerais) Os alimentos são classificados em cinco grupos: • Alimentos do grupo 1: representado pelo leite e derivados, com exceção da manteiga e da nata; são os alimentos ricos em proteínas, cálcio, magnésio e vitaminas B2. • Alimentos grupo 2: a carne, as aves, os peixes, os embutidos, os miúdos, os ovos e as leguminosas secas fazem parte do grupo dos alimentos ricos em proteínas, ferro, zinco e vitaminas B, B2 e B3. 28 • Alimentos grupo 3: no grupo das frutas e hortaliças, encontram-se as vitaminas, os sais minerais, a água e a fibra, que atuam no organismo regulando as sua funções. • Alimentos grupo 4: no grupo dos amidos, estão os cereais, as massas, os feculentos, o mel e os pães. • Alimento grupo 5: as gorduras animais e vegetais formam o quinto grupo que, juntamente com o amido e os açúcares fornecem a energia para o organismo. Para manter-se saudável, é preciso consumir uma variedade de alimentos dentro dos grupos. Macronutrientes São nutrientes necessários ao organismo diariamente e em grandes quantidades. Constituem a maior parte na dieta. Fornecem energia e componentes fundamentais para o crescimento e manutenção do corpo. O equilíbrio alimentar depende da proporção ideal entre eles. A unidade de medida é o grama. Fazem parte do grupo dos macronutrientes: Carboidratos, proteínas e gorduras Os macronutrientes são componentes presentes na alimentação de fundamental importância para o organismo. Este grupo compreende os carboidratos, proteínas e lipídeos (ou gorduras) e são responsáveis por fornecer 90% do peso seco da dieta e 100% de sua energia. Por serem estruturas grandes, necessitam ser quebradas em partes menores para que sejam absorvidas pelo organismo. Sua digestão ocorre no intestino, dissociando-se nas suas unidades básicas: açúcares dos carboidratos, ácidos graxos e glicerol das gorduras e aminoácidos das proteínas. Os lipídeos fornecem maior energia para o organismo, quando comparado com os carboidratos e proteínas, sendo que 1g de lipídeo possui aproximadamente 9 kcal, enquanto que a mesma quantidade de carboidratos e proteínas apresentam cerca de 4 kcal. Os macronutrientes são nutrientes necessários e fundamentais para o desenvolvimento do nosso organismo. Devemos ingeri-los em maior quantidade para proporcionar o melhor funcionamento do nosso organismo. Os 29 macronutrientes são os carboidratos, proteínas e lipídios. Cada uma delas possui papel fundamental. Devemos ingerir alimentos que contenham carboidratos, já que atua como combustível para o nosso organismo. Sem a ingestão de carboidratos não conseguiríamos realizar nenhuma atividade, pois ele fornece energia para as células; proteínas, que podem ser de origem animal e vegetal, e formam a estrutura do nosso organismo; e os lipídios, que são as gorduras e os óleos. Na alimentação podemos encontrá-los nas frutas (maçã, frutas cítricas); cereais (aveia); leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha); carne vermelha, ovos, aves, carne de porco, leite e derivados, soja, peixes, mandioca, batata, mandioca, inhame, doces em geral, pães, bolos, biscoitos, macarrão, legumes (cenoura) e azeite. Toda essa alimentação deve ser bem balanceada, pois o excesso desses alimentos pode causar mal ao nosso organismo. Procure um médico especialista em conjunto com um nutricionista para indicar uma dieta balanceada. São classificados em: • Monossacarídeos: compreende a glicose, frutose e galactose; • Dissacarídeos: dos quais fazem parte a sacarose, maltose e lactose; • Polissacarídeos: dentre estes são encontrados o amido, a dextrina, o glicogênio e a celulose. As principais fontes de carboidratos são os pães, as massas, os grãos, vegetais, melado e açúcares. São responsáveis por propiciarem energia para o cérebro, medula óssea, nervos periféricos e eritrócitos (glóbulos vermelhos). Deste modo, a baixa ingestão desses macronutrientes resulta em problemas para o sistema nervoso central e outros. 30 Proteínas As proteínas apresentam funções e estruturas diversificadas e são sintetizadas a partir de apenas 20 aminoácidos diferentes. São formadas por conjuntos de 100 ou mais aminoácidos, que podem repetir entre si. Formam os hormônios, anticorpos, as enzimas (catalisam reações químicas) e os componentes estruturais das células. Estrutura química As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e quase todas apresentam enxofre. Algumas apresentam elementos adicionais, como fósforo, ferro, zinco e cobre. Seu peso molecular é extremante elevado, devido ao número elevado de aminoácidos. Já os aminoácidos, apresentam na sua molécula, um grupo amino (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH). A única exceção é o aminoácido prolina que contem um grupo imino (- NH-) no lugar do grupo amino. As proteínas possuem função estrutural no organismo e são fabricadas a partir de somente 20 aminoácidos distintos. Este macronutriente é composto por grupos de 100 ou mais aminoácidos, que podem repetir entre si. São responsáveis por formar os hormônios, as enzimas, os anticorpos e os componentes estruturais das células. Além disso, também atuam na restauração de proteínas corpóreas, constroem novos tecidos, contribuem com vários fluídos corpóreos (leite materno, esperma e muco), além de representarem uma fonte de energia. Este macronutriente é classificado como: Proteínas de alto valor biológico: apresentam em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas, como é o caso da carne vermelha, peixe e ovos. 31 Proteínas de baixo valor biológico: em sua composição, não estão presentes, em proporções adequadas, aminoácidos essenciais. Neste grupo, estão inclusos os cereais integrais e as leguminosas. Proteínas de referências: neste grupo, estão incluídos os alimentos que apresentam os aminoácidos essenciais em quantidades elevadas, como é o caso do ovo, leite humano e leite de vaca. Carboidratos Os carboidratos (glicídios ou hidratos de carbono) são considerados as principais fontes alimentares para a produção de energia, além de exercer inúmeras funções metabólicas e estruturais no organismo. As principais fontes de carboidratos são grãos, os vegetais, o melado e açúcares. Fornecem combustível para o cérebro, medula, nervos periféricos e células vermelhas para o sangue. A ingestão insuficiente desse macronutriente traz prejuízos ao sistema nervoso central e outros. Estão presentes, na maioria das vezes, nos alimentos de origem vegetal. Estrutura química São poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas. Apresentam inúmeras cadeias de carbonos, ricos em hidrogênio e oxigênio, na proporção de 1:2:1, respectivamente. Sua fórmula geral é (CH2O)n, onde n indica o número das proporções repetidas. Podem apresentar em sua estrutura átomos de nitrogênio,enxofre ou fósforo. Gorduras ou lipídeos Os lipídeos são substância de origem animal ou vegetal, compostos quase que exclusivamente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos, denominados triacilgliceróis. 32 São classificados em: Lipídeos simples: são triglicerídeos que dão origem a ácidos graxos e glicerol quando decompostos. Podem apresentar- se na forma sólida ou líquida, sendo que os sólidos à temperatura ambiente recebem o nome de gordura, enquanto que os líquidos recebem o nome de óleos. A maior parte dos triglicerídeos oriundos de vegetais são líquidos à temperatura ambiente e apresentam elevada proporção de ácidos graxos insaturados. Já os de origem animal, possuem elevadas proporções de ácidos graxos saturados sólidos ou semi-sólidos quando em temperatura ambiente. Lipídeos compostos: estes são formados pela combinação de gorduras e outros componentes, como fósforo, glicídios, nitrogênio e enxofre, originando os fosfolipídeos, glicolipídeos e lipoproteínas. Lipídeos derivados: estes são sintetizados durante a hidrólise ou decomposição dos lipídeos. Compreendem os ácidos graxos saturados e insaturados, o glicerol e os esteróides. Os lipídeos apresentam como função: • Principal fonte energética do organismo; • Compõem estruturas celulares; • Importante isolante térmico; • Sintetizam hormônio s e sais biliares; • Veículos de vitaminas lipossolúveis; • Conferem maior palatabilidade aos alimentos. As principais fontes desse macronutriente são: Origem animal: manteiga, creme de leite, banha, óleo de fígado de bacalhau, toucinho, queijos, carnes, leite integral, gema de ovo, entre outros. Origem vegetal: margarina, gordura hidrogenada, azeitona, óleos (soja, canola, girassol, oliva, algodão, etc), abacate, nozes, chocolate, coco, castanhas, entre outros. Ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados O grau de saturação de um ácido graxo é definido pelo número de ligações duplas entre os átomos de carbono nas cadeias. A cadeia que não apresentar ligações duplas é um ácido graxo saturado. Já a cadeia que 33 apresentar é um ácido graxo monoinsaturado ou pode ser um ácido graxo polinsaturado se contiver várias duplas ligações. Saturados Presentes em carnes gordas, banha, manteiga, palma, cacau, laticínios, coco, etc. Deve ser limitada a menos de 10% do total de ingestão calórica. Aumentam o colesterol total e a LDL. Monoinsaturados Presentes no azeite de oliva, canola, açaí, abacate e frutas oleaginosas (amendoim, castanhas, etc.). Diminui o LDL e o colesterol total. Polinsaturados Presentes nos peixes, óleos vegetais (girassol, soja, milho, canola, açafrão, algodão, gergelim, etc.) e nas frutas oleaginosas (castanhas, nozes, avelãs, etc.). Diminuem a concentração de colesterol na LDL, possuem efeito antiinflamatório sobre as células vasculares, inibindo a expressão de proteínas endoteliais pró-inflamatórias. São os ácidos graxos essenciais, que o organismo não produz, necessitando serem incorporados na dieta. Têm papel importante no transporte de gorduras e na manutenção da integridade das membranas celulares. 34 Ômega 6 (ácido linoleico) Carnes, prímula, girassol, semente de abóbora, milho, cânhamo, soja, gergelim, borage, canola, linhaça, groselha negra, oliva e leite humano. Reduz o colesterol total, LDL e o HDL. Ômega 3 (ácido alfa-linolênico) Óleo de peixe (salmão, atum, arenque, sardinha, etc.), linhaça, cânhamo, semente de abóbora, groselha negra, gema de ovo, canola e soja. Reduz os triglicerídeos e o colesterol total. São formadas a partir do processo de hidrogenação industrial ou natural (rumem dos animais) dos ácidos graxos. Encontram-se nos alimentos industrializados. Alimentos de origem animal (carnes gordas e leites integrais) apresentam pequenas quantidades dessas gorduras. Possuem a finalidade de melhorar a consistência, sabor dos alimentos e aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. O consumo excessivo aumenta a concentração de LDL e diminuem a concentração de HDL plasmático. É chamada de inimiga oculta, porque nem sempre está presente nos rótulos dos alimentos. Deve-se verificar nos ingredientes dos produtos se há a indicação "gordura hidrogenada" ou "parcialmente hidrogenada" ou "óleo vegetal hidrogenado" ou "parcialmente hidrogenado". Se houver, é porque o alimento apresenta gordura trans na sua composição. 35 Micronutrientes Os micronutrientes são vitaminas e minerais que são essenciais para o perfeito funcionamento do nosso organismo. Eles devem ser ingeridos em pequenas quantidades! Alguns deles são: cálcio (atua na formação dos ossos e dos dentes); cobre (ajuda na formação dos glóbulos vermelhos aumentando a imunidade); ferro (grande quantidade no sangue e possui a função de transportar o oxigênio); fósforo (participa na produção de energia); magnésio (podemos encontrá-lo nos ossos, músculos proporcionando reações de energia, coagulação sanguínea e aumento no sistema imunológico); potássio (atua sobre as células); no sódio (atua no metabolismo) e no zinco (atua na formação dos ossos e músculos). Na alimentação podemos encontrá-los nas leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico), carnes vermelhas, frutos do mar, aves, beterraba, batata, mandioca, folhas verdes (salsa, couve, almeirão), rabanete, cereais (aveia, gérmen de trigo); frutas (abacate, melão, maracujá), leite e seus derivados. São nutrientes necessários para a manutenção do organismo, embora sejam requeridos em pequenas quantidades, de miligramas a microgramas. Por serem nutrientes essenciais, devem estar presentes na alimentação diariamente. O déficit pode provocar doenças ou disfunções e, o excesso, intoxicações. Por isso, a dieta deve ser sempre equilibrada e variada. Existe uma grande variedade de vitaminas, como A, C, D, E, K e vitaminas do complexo B, e minerais como cálcio, fósforo, potássio, ferro e zinco. Quando comparadas aos macronutrientes, as quantidades necessárias dessas substâncias são muito pequenas, embora sejam responsáveis por diversas reações importantes ao organismo. 36 A importância dos Micronutrientes A água, vitaminas e sais minerais são essenciais para garantir a produção de proteínas, hormônios, enzimas e outros componentes importantes para corpo. Os micronutrientes ainda comprovam sua importância por apoiarem na associação dos macronutrientes. Para garantir as porções recomendadas, o ideal é seguir um cardápio balanceado com carnes magras, leguminosas, frutas, legumes e verduras. A identificação da quantidade adequada de micronutrientes diários deve ser feita a partir das necessidades individuais e rotina de cada um. O resultado pode ser relativo, já que leva em consideração informações particulares, tais como idade, altura, gênero, peso e até mesmo grau e frequência de atividades físicas. Veja abaixo alguns valores referenciais diários, mas que podem ser relativos, se analisadas informações de cada um. ➢ Vitamina A: 900 mcg ➢ Vitamina B12: 3 a 5 mcg ➢ Vitamina C: 90 mg ➢ Vitamina D: 5 até 50 mcg ➢ Vitamina E: 15 mg ➢ Cálcio: 1000 mg ➢ Ferro: 150 mcg ➢ Iodo: 150 mcg ➢ Zinco: 11 mg Vitaminas Elas podem atuar para o bem-estar de formas diversificadas, por isso é importante sabermos que nosso metabolismo é incapaz de produzi-las o que requer suplementação delas a partir da alimentação ou suplementação, já que a deficiência pode levar 37 ao quadro de avitaminose. São chamadas lipossolúveis aquelas vitaminas que são solúveis em gordura, tais como a vitamina A, D, E, K e muitas outras, enquanto as solúveis em águasão denominadas hidrossolúveis, sendo elas as vitaminas C e aquelas de complexo B. A vitamina C e E atuam diretamente para o fortalecimento do sistema imunológico. Ambas promovem o bem-estar, garantindo os benefícios ao corpo, com efeitos antioxidantes, desde a saúde e preservação dos vasos sanguíneos, até a beleza de cabelos e unhas, já que a vitamina C está ligada à produção de colágeno. A vitamina K pode ser importante para melhorar a circulação sanguínea, induzindo à uma melhor coagulação. Ela pode ser obtida por meio de vegetais verdes como a couve, brócolis, salsa, e muito mais. As vitaminas de complexo B possuem diferentes funções no corpo, destacando-se não só para a prevenção de doenças como osteoporose, doenças cardíacas, nervosas, depressão e até mesmo o câncer, mas também por reduzir as evidências e sinais de envelhecimento. Minerais São substâncias inorgânicas e que apóiam na saúde de ossos, tecidos, sistema cardiovascular e até mesmo no metabolismo. São eles: Cobre, Ferro, Fluoreto, Iodo, Manganês, Molibdênio, Selênio e Zinco. Vale destacar que as deficiências de minerais são incomuns, exceto quando falamos de Iodo e Ferro, e em contrapartida, a sobrecarga de alguns desses minerais pode causar intoxicação. São substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos duros do organismo, como ossos e dentes. Também encontrados nos tecidos moles como músculos, células sanguíneas e sistema nervoso. 38 Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica, equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. Macroelementos Os macroelementos são aqueles essenciais para a vida, ou seja, precisam estar em quantidades satisfatórias em nosso corpo para termos uma vida saudável. Sódio (Na), Potássio (K), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Fósforo (P), Enxofre (S), Cloro (Cl), todos eles são considerados macroelementos. Enxofre É o elemento mais encontrado nos cabelos, nas unhas e na pele, tornando-os saudáveis. Faz parte de alguns aminoácidos essenciais, assim como de muitas enzimas e proteínas dos tecidos. Possui ação antimicrobiana. Os alimentos mais ricos em enxofre são: germe de trigo, lentilha, feijão, aveia, amêndoas, arroz integral, couve-flor, cebola, repolho e milho. Cálcio O cálcio é o macro elemento mais abundante no corpo humano. Desempenha muitas funções importantes no organismo, de duas maneiras: mecânica, na sustentação e mobilização, por ser constituinte importante no tecido ósseo; e metabólica, por participar de muitos processos fisiológicos, tais como transmissão nervosa, contração muscular, coagulação sanguínea, 39 permeabilidade das membranas, entre outras. São necessárias quantidades adequadas de vitamina D para que haja uma melhor absorção de cálcio. As necessidades diárias de cálcio variam muito, sendo de aproximadamente 500 mg para um adulto normal. Estas necessidades são maiores em crianças em fase de crescimento, desportistas, durante a gravidez, na lactação, quando se consome muito açúcar branco (ação descalcificante), na osteoporose e etc. Sua deficiência causa raquitismo, osteoporose, cáries dentárias e perda de sono. Está presente nas algas marinhas, em derivados de leite e em vegetais como: couve, nabo, salsa e beterraba. Magnésio O magnésio ocupa, na clorofila das plantas, às quais confere a cor verde, o mesmo papel que o ferro desempenha na hemoglobina do sangue. É essencial à vida, pois participa de todos os processos biológicos como o metabolismo da glicose, a produção de energia celular, e a síntese de ácidos nucléicos e proteínas. Ainda, alcaliniza o sangue e retarda o envelhecimento. Atua na manutenção da função nervosa e como parte integrante de algumas enzimas. O organismo humano normalmente possui de 20 a 25g de magnésio, dos quais 50-60% se encontram nos ossos. Sódio Partícula de carga positiva mais importante e indispensável no processo biológico. Auxilia na manutenção da pressão osmótica dos líquidos teciduais. Regula a ação de absorção de água através das células. Atua na manutenção da acidez do líquido celular. A ingestão de sódio em excesso provoca retenção de líquidos, anemia, reumatismo, redução do potássio no organismo e aumento de ácido úrico. 40 Potássio É o íon mais importante do espaço intracelular. Está envolvido com inúmeras reações enzimáticas e processos fisiológicos, incluindo condução nervosa, contração muscular e metabolismo de carboidratos. Associado ao sódio, o potássio regula o equilíbrio de água no organismo, evita a hipertensão, regula o ritmo do coração, melhora o raciocínio e os reflexos. Fósforo O fósforo é necessário aos dentes e aos ossos, mas intervém em todas as células, armazenando energia, auxiliando a absorção das vitaminas do complexo B e ativando vários sistemas de enzimas vitais. Encontrado no leite, no levedo, no germe de trigo, na soja, na gema do ovo e em nozes e amêndoas. A falta de vitamina D impede a absorção de fósforo pelo organismo. Fraqueza, perda de peso, dores ósseas, falhas na memória e raquitismo são sintomas da deficiência de fósforo. Em excesso, faz baixar o cálcio no organismo, podendo causar até degeneração gordurosa do fígado. Microelementos ou oligoelementos Microelementos também são importantes para a manutenção da vida, só que em quantidade menores. Também conhecidos como elementos-traço, são considerados tão essenciais como as vitaminas. Entre eles podemos citar: Selênio (Se), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Flúor (F), Manganês (Mn). 41 Ferro Atua na formação da hemoglobina, na oxidação celular e nas reações enzimáticas. A falta dele provoca diminuição dos glóbulos vermelhos, anemia hipocrômica e macrocística, dor de cabeça, palidez, fraqueza, fadiga e falta de ar. Por isso, não deixe faltar no seu menu fígado, vegetais verdes e folhosos, legumes, gema de ovo, fígado, carnes e vísceras de cor vermelha. A necessidade diária de ferro é de 10mg para homens e 15mg para mulheres. Em quantidade acima do recomendado, esse Mineral causa vômito, hipotensão, náuseas, convulsões e paladar metálico. É reconhecido com um nutriente essencial para a vida a mais de um século. Homens adultos saudáveis possuem cerca de 3,6g de ferro corporal, enquanto as mulheres têm cerca de 2,4g. Funções: Formação da hemoglobina, oxidação celular e participa de reações enzimáticas. Carência: Anemia hipocrômica e macrocística, glóbulos vermelhos diminuídos, palidez, fraqueza, fadiga, falta de ar e cefaléia. Excesso: Convulsões, náuseas, vômito, hipotensão e paladar metálico. Fontes alimentares: Gema de ovo, fígado, carnes e vísceras de cor vermelha, leguminosas, vegetais verdes e folhosos. Necessidades diárias: 10mg para homens e 15mg para mulheres. Cobre Forma sangue e ossos; libera energia dos alimentos, faz parte da enzima antioxidante superóxido dismutase e da produção de melanina. Neutropenia, leucopenia, desmineralização óssea e anemia hemocrômica microcítica são causadas pela deficiência de ferro. Para evitar esses problemas, é necessário consumir produtos como cereais integrais, frutos do mar, fígado, gérmen de trigo e curry – sempre atento à necessidade diária de 1,5 a 3mg de cobre para homens e mulheres. Quanto ao abuso desse microelemento, ele provoca náusea, vômito, hemorragia gastrointestinal, icterícia e anemia hemolítica. É um constituinte normal do sangue. Maiores concentrações são encontra-se no fígado, cérebro, coração e rim. 42 Funções: Formação do sangue e dos ossos, liberação de energia dos alimentos, produção de melanina e faz parte da enzima antioxidante superóxido dismutase.Carência: Leucopenia, neutropenia, desmineralização óssea e anemia hemocrômica microcítica. Excesso: Hemorragia gastrointestinal, anemia hemolítica, icterícia, náusea e vômito. Fontes alimentares: Frutos do mar, cereais integrais, curry, fígado e gérmen de trigo. Necessidade diárias: 1,5 a 3mg para homens e mulheres. Iodo Encontrado em todos os frutos do mar e nas algas marinhas. Dois terços do iodo do corpo estão na glândula tireoide, que controla o metabolismo. Sem o iodo, esta glândula para de funcionar e tem seu tamanho aumentado (bócio). Além disso, a falta de iodo pode resultar em lentidão das reações mentais, excesso de peso e falta de energia. Os cabelos, as unhas, a pele e os dentes se beneficiam com o iodo, assim como o sistema imunológico. É absorvida na forma de iodeto. Na circulação é encontrado livre e ligado à proteína, o iodo ligado predomina. Funções: Necessário para a produção do hormônio da tireóide. Envolvido na taxa de metabolismo, crescimento e reprodução. Carência: Perturbações no crescimento, desenvolvimento sexual e intelectual, levando ao cretinismo. Excesso: Suprimir a atividade tireoidiana. Fontes alimentares: Frutos do mar, como peixes, moluscos e crustáceos, leite, verduras folhosas e frutas. Necessidades diárias: 150mcg para homens e mulheres. 43 Manganês É integrante de várias enzimas e estimula o trabalho de muitas outras, inclusive antioxidantes e processos de geração de energia. Os alimentos ricos em manganês são os chás, as nozes, os cereais integrais, as castanhas, a avelã, o tofu e os vegetais verdes folhosos. Homens e mulheres precisam de 2,5 a 5mcg desse Mineral para evitar perda de peso, dermatite, vômito e prejuízos ao metabolismo dos carboidratos e à capacidade de reproduzir. Em quantidades elevadas, o manganês é acumulado no fígado e no sistema nervoso central, podendo levar ao mal de Parkinson. O manganês é absorvido no intestino delgado. O ferro e o cobalto competem pelos mesmos locais de ligação para a absorção. Funções: É parte de diversas enzimas e estimula a atividade de muitas outras, incluindo antioxidantes e processos de produção de energia. Carência: Dermatite, perda de peso, náusea, vômito, prejudica capacidade reprodutiva e o metabolismo dos carboidratos. Excesso: Acumula-se no fígado e no sistema nervoso central, podendo levar a Parkinson. Fontes alimentares: Cereais integrais, castanhas, nozes, chás, avelã, soja, tofu e vegetais verdes folhosos. Zinco A ação das enzimas, a formação dos tecidos, a saúde do sistema imunológico, o crescimento e a maturação sexual masculina dependem diretamente dessa substância.Para evitar distúrbios nessas áreas, podemos recorrer a alimentos como frutos do mar, feijão, pão integral, carne magra, nozes, leite, iogurte, queijo e semente abóbora. 44 15mg para homens e 12mg para mulheres por dia de zinco são necessários para manter o bom nível dele em nosso organismo. O abuso desse Mineral provoca anemia, febre e enfermidades no sistema nervoso central. Molibdênio Faz parte de várias enzimas, dos processos de eliminação do ácido úrico e do metabolismo do DNA. A carência dele provoca vômitos, taquicardia, desorientação e náuseas. Já o excesso, causa uma síndrome similar à Gota. Então, mantenha a dose diária 75 a 250mcg (para homens e mulheres) desse Mineral. Aposte em produtos como fígado, feijão, cereais integrais, vegetais verde folhosos e gérmen de trigo. Cromo É atuante no metabolismo das gorduras e glicose. Intolerância à glicose, neuropatia periférica, encefalopatia e estado de hiperlipidemia estão entre os males causados pela carência de cromo. O excesso dele, por sua vez, pode estimular o surgimento de dermatite idiopática e aumentar a predisposição ao câncer. Inclua frutos do mar, cereais integrais, carne, nozes e grãos em sua dieta para manter os níveis adequados (de 50 a 200mcg) desse Mineral. Selênio É parte vital do sistema antioxidante do corpo, colaborando com a prevenção do câncer. Em baixa quantidade, influencia o aparecimento de distúrbios como sensibilidade muscular, mialgia e degeneração pancreática. 45 As necessidades diárias de selênio para homens são 70mcg e para mulheres, 55mcg . Castanha-do- pará, cereais integrais, semente de girassol, frutos do mar, carne e algas são boas fontes desse microelemento. A ingestão excessiva de selênio provoca congestão vascular, dermatite, fraqueza nas unhas, vômito e mudança no esmalte dos dentes. Flúor Encontrado na água potável e nos solos, esse elemento natural dá resistência aos dentes, evitando a cárie. Precisamos de 3 a 4mg de flúor diariamente para manter seu nível adequado. Ultrapassar esse valor pode causar lascas nos dentes. O flúor também está presente em alimentos processados que foram preparados ou reconstituídos com água fluoretada. SISTEMA ENDÓCRINO Sistema endócrino é um conjunto de glândulas que possuem como ação a produção dos hormônios. O sistema endócrino, em conjunto com o sistema nervoso, regula e controla todas as funções de nosso organismo. Só para citar alguns poucos exemplos, o sistema endócrino atua no crescimento de tecidos, no equilíbrio hídrico do corpo, na reprodução e no 46 metabolismo de carboidratos. Ele é formado por uma série de glândulas, chamadas de glândulas endócrinas. As glândulas endócrinas secretam os hormônios, substâncias que são lançadas na corrente sanguínea, atingindo as células dos diversos tecidos do corpo humano. Os hormônios podem estimular ou inibir as funções metabólicas. Cada hormônio atua apenas sobre algumas células específicas, são as chamadas células-alvo. Alguns hormônios também atuam em conjunto ou em oposição a outros. As principais glândulas endócrinas humanas são: a pineal, a hipófise, a tireóide, as paratireoides, as suprarrenais, o pâncreas, os ovários (nas mulheres) e os testículos (nos homens). Tireóide A tiróide, elemento mais importante do sistema endócrino, está situada na parte superior e anterior do pescoço, aos lados da traquéia, vizinha da cartilagem tiróide. Consiste em dois lobos ovais ligados entre si por um istmo, ficando o órgão com a aparência de um H. A largura da tiróide é de 6 a 7 centímetros; a altura, de 3 centímetros, sendo o seu volume, em conjunto, um pouco maior na mulher que no homem. Envolvida por uma cápsula conjuntiva, a tiróide está constituída pela reunião de pequeninas vesículas, atapetadas por uma camada de células epiteliais prismáticas. O conteúdo de cada vesícula é uma substância amorfa, amarelada, mole e transparente, a substância colóide, que encerra o hormônio da glândula, a tiroidina, particularmente rica em iodo. Hipotiroidismo Observa-se o hipotiroidismo na espécie humana em diversas circunstâncias: por insuficiência congênita da tiróide, por extirpação acidental ou operatória da glândula, por crescimento tumoral (bócio), com prejuízo do seu tecido 47 secretor, por lesão infecciosa (tuberculose, sífilis da tiróide). Uma das consequências do hipotiroidismo é o mixedema. Progressiva diminuição da capacidade mental: a palavra se torna demorada e incolor; a fisionomia exprime apatia, estupidez. Ao mesmo tempo, a pele toma uma consistência gelatinosa, pastosa ou mucosa, sem infiltrar-se de água (mixedema). Caem os cabelos, o pulso é lento, a temperatura baixa. Se praticar, então, a determinação do metabolismo basal do paciente, encontra-se resultado muito inferior ao normal, revelando que as oxidações do organismo se reduziram. Se a atrofia da tiróide ocorre na infância, o crescimento do esqueleto se suspende, podendo os ossos longos aumentar de grossura,
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