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Gabarito - Direito Empresarial - Temas 05 e 06

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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Turma: CPII A 22022
Disciplina/Matéria: DIREITO EMPRESARIAL 
Sessão: 05 - Dia 16/11/2022 - 08:00 às 09:50
Professor: ALEXANDRE FERREIRA DE ASSUMPCAO ALVES
05 Tema: RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A UM SÓCIO. Hipóteses. 
Falecimento de sócio. Direito de retirada. Sócio dissidente. Exclusão de sócio. Apuração de 
haveres. Ação de dissolução parcial da sociedade.
1ª QUESTÃO:
Espólio de Alexandre Maia propôs ação de dissolução parcial de sociedade em face de Francisco 
Maia e Álvaro Maia Administradora de Imóveis Ltda. - EPP, na qual alega como causa de pedir a 
quebra da affectio societatis e a prática de concorrência desleal pelo sócio administrador (Francisco), 
impedindo, inclusive, que os demais sócios - herdeiros de Alexandre Maia - participassem da 
administração da sociedade. 
O Juiz de Direito da 2ª Vara Empresarial julgou procedente o pedido formulado na inicial para excluir 
o sócio Francisco Maia do quadro societário da sociedade, postergando a apuração de haveres para a 
fase de liquidação de sentença. 
Irresignado, Francisco Maia recorreu da decisão, sob o argumento de que somente se admite a 
exclusão de sócio por falta grave no cumprimento de suas obrigações e por maioria dos demais sócios 
integrantes da sociedade, desde que também possuam a maioria do capital social, o que não ocorreu 
na presente hipótese, visto que o recorrente é o sócio majoritário da sociedade. 
Pergunta-se: é possível a exclusão judicial de sócio majoritário de sociedade limitada por falta grave 
no cumprimento de suas obrigações, mediante a iniciativa da maioria dos demais sócios? Responda, 
de forma fundamentada.
RESPOSTA:
Sim, é possível a exclusão judicial de sócio majoritário por descumprimento de falta grave em suas 
obrigações. 
O art. 1.030 do Código Civil prevê que, ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, 
pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta 
grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. 
Nos termos do Enunciado nº 216 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil, "o quórum de 
deliberação previsto no art. 1.004, parágrafo único e no art. 1.030 é de maioria absoluta do capital 
representado pelas quotas dos demais sócios consoante a regra geral fixada no art. 999 para as 
deliberações na sociedade simples."
Na apuração desse quórum, todavia, como deixa claro o enunciado e a própria lei, consideram-se 
apenas as quotas dos demais sócios, excluídas aquelas pertencentes ao sócio que se pretende excluir.
Assim, na exclusão judicial de sócio em virtude da pratica de falta grave não incide a condicionante 
do art. 1.085 do Código Civil, somente aplicável na hipótese de exclusão extrajudicial de sócio por 
deliberação da maioria representativa de mais da metade do capital social, mediante alteração do 
contrato social.
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
2ª QUESTÃO:
Alfonso, sócio de uma sociedade limitada constituída em 2004, titular de 76% do capital social, em 
reunião de sócios, aprovou, contra o voto dos demais presentes, a alteração do objeto para substituir a 
atividade social, até então voltada para a comercialização de artigos infantis, pela comercialização de 
artigos militares, inclusive uniformes. Dois sócios se opuseram à alteração da atividade social, sob a 
alegação de ilegalidade na deliberação por parte do sócio Alfonso, hipótese em que, exerceram o 
direito de retirada e com pedido de liquidação de quotas com o respectivo pagamento.
Com base nos dados do problema, analise com a devida justificativa se a alteração do objeto, nos 
termos descritos no enunciado, autoriza o recesso. Resposta justificada.
RESPOSTA:
Alfonso pode sozinho aprovar a alteração do objeto social, porque é titular de mais de 3/4 do capital 
social (art. 1.076, I). Não há ilegalidade na deliberação. A alteração do objeto social implica, 
necessariamente, alteração do contrato social (art. 1.054 c/c 997, II) e o sócio que dissentir da 
modificação tem o direito de retirar-se da sociedade, nos 30 (trinta) dias subsequentes à reunião (art. 
1.077).
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Turma: CPII A 22022
Disciplina/Matéria: DIREITO EMPRESARIAL 
Sessão: 06 - Dia 16/11/2022 - 10:10 às 12:00
Professor: ALEXANDRE FERREIRA DE ASSUMPCAO ALVES
06 Tema: ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE. A figura do administrador. Investidura e 
destituição do administrador sócio e do não sócio. Impedimentos. Delegação de poderes. 
Administração conjuntiva e disjuntiva. Responsabilidade do administrador.
1ª QUESTÃO:
Savoy Indústria e Comércio Ltda. sociedade limitada composta por 13 sócios, cujo contrato social 
prever a regência supletiva das normas da sociedade anônima, pretende instituir o Conselho de 
Administração.
Pergunta-se: é possível a criação de Conselho de Administração na sociedade limitada, nos moldes 
previstos na Lei 6.404/76, sujeitando-se também as regras e determinações especificas da LSA 
aplicáveis a esse órgão deliberativo? Responda, de forma fundamentada.
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESPOSTA:
O art. 1.053 do Código Civil prevê que, quando omisso o Código Civil, a disciplina supletiva poderá 
ser a da sociedade simples ou da sociedade anônima. Assim, pela leitura da norma, fica evidente que, 
para a aplicação supletiva da Lei 6.404/76 (LSA), o contrato social da respectiva sociedade deverá 
conter cláusula expressa nesse sentido.
Diferentemente das sociedades anônimas, a sociedade limitada é marcada por uma flexível estrutura 
administrativa. Nesse sentido, apesar de muitas vezes ser administrada por um único órgão, conhecido 
como Diretoria, não há quaisquer impeditivos para previsão no contrato social de dois órgãos 
administrativos, com competências distintas, facilitando a existência de um conselho de 
administração com competência deliberativa interna.
Arnold Wald corrobora esse entendimento, ao afirmar que o conselho de administração "(...) em nada 
contraria as normas societárias, apenas reforça a flexibilidade da estrutura das limitadas".
Além disso, o Código Civil, em nenhuma ocasião instituiu um conselho de administração obrigatório 
para a sociedade limitada, deixando a cargo dos sócios a decisão pela regência supletiva da LSA, no 
que tange à matéria de administração. 
Ao observar o art. 139 da Lei 6.404/76, bem como o art. 1.018 do Código Civil, nota-se que os 
dispositivos legais apenas vedam a delegação de funções de administração para órgãos ou pessoas 
distintas. Nesse sentido, entende-se que os dispositivos em questão não ensejam dúvidas no que se 
refere, p. ex. à possibilidade ou não de delegação das competências relacionadas à nomeação e 
destituição de administradores. Isso ocorre, pois, considerando que o próprio art. 1.071 do Código 
Civil confere aos sócios da limitada a competência para designar e destituir os administradores da 
sociedade, há de se presumir, naturalmente, que estes teriam a faculdade de definir de que forma se 
daria esse processo, podendo, entre outras alternativas, criar um conselho de administração com 
poderes, para, dentre outros, eleger e destituir diretores. 
A IN 81/2020, reforça e valida a presunção acima mencionada, ao determinar, em seu item 5.3 que: 
"(...) 5.3. REGÊNCIA SUPLETIVA DA LEI Nº 6.404, DE 1976
O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade 
anônima, conforme art. 1.053, parágrafo único, do Código Civil.
Para fins de registro na Junta Comercial, a regência supletiva:
I - poderá ser prevista de forma expressa; ou
II - presumir-se-á pela adoção de qualquer instituto próprio das sociedades anônimas, desde quecompatível com a natureza da sociedade limitada, tais como:
a) quotas em tesouraria;
b) quotas preferenciais;
c) conselho de administração; e
d) conselho fiscal."
Além disso, o manual de registro da sociedade limitada do DREI (IN 81/2020), em seu item 1.2.13.5 
dispõe que: "
2ª QUESTÃO:
VALDECIR administrador de uma sociedade limitada, não autorizado pelo contrato social, vendeu 
um bem móvel da sociedade deixando de entregá-lo ao comprador, Orlon Hernon. O credor 
demandou a sociedade devedora para receber o bem. Citada, a ré alega, em preliminar, que é parte 
ilegítima no feito, pelo fato de o administrador não ter poderes para realizar a operação. 
Examine a contestação da sociedade, sob os seguintes aspectos:
a) restrição de poderes do administrador consta do contrato social arquivado no registro competente;
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b) restrição de poderes do administrador consta de documento em separado, não arquivado no registro 
competente.
Respostas fundamentadas.
RESPOSTA:
a) O uso da firma na sociedade compete aos administradores que tenham os necessários poderes (art. 
1064). Se a restrição consta do contrato e este está arquivado, aplica-se o art. 1015, parágrafo único, I, 
para considerar válida a alegação da sociedade em face de Orlon Hernon (uso indevido da razão 
social) e a eficaz erga omnes o conteúdo do contrato diante do arquivamento (art. 1154, par. único); 
b) Se a restrição consta de documento em separado e não está arquivado, a sociedade deve responder 
pelo ato irregular, por força do art. 997, parágrafo único.
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