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Princípios Gerais de Lesões Traumato-Ortopédicas

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1- A maioria dos diagnósticos podem ser preditos com uma boa anamnese 
(idade, mecanismo e energia do trauma). Na ortopedia, o foco é mais o 
trauma, então a anamnese é mais direta e não focada na história patológica 
pregressa. 
2- A anamnese e o exame físico são suficientes para a suspeita do 
diagnóstico, que deve ser complementado com demais exames. 
3- Pacientes com sintomas sugestivos de fratura sem alteração no exame 
radiográfico devem ser tratados com imobilização (a fratura pode estar lá e 
o médico não perceber, ou é uma fratura mínima e depois de uns dias vai 
piorar...). 
4- Exames radiográficos DEVEM ter um bom padrão (conseguir visualizar 
toda a região que se pretende examinar. Por exemplo: em uma suspeita de 
fratura de fêmur, a radiografia deve pegar o quadril e o joelho também). 
5- Estudos radiográficos DEVEM ser realizados antes de qualquer 
procedimento terapêutico (realmente só tinha uma luxação? Será se não 
tinha alguma fratura associada? Uma redução de luxação pode piorar muito 
o tratamento de uma fratura que não foi visualizada). 
6- A viabilidade neuro-vascular deve ser documentada antes de qualquer 
procedimento terapêutico (analisar se a fratura não pegou em nenhum nervo 
ou vaso importante antes de tratar a fratura). 
7- Em pacientes com traumas em membro inferior, a capacidade de 
deambular deve ser checada antes da liberação da carga total. 
8- Os pacientes devem receber instruções explícitas de cuidados 
posteriores antes de deixar o pronto-socorro (monitoramento de sinais 
neurovasculares ou aumento da pressão do compartimento, cuidados com o 
gesso, suporte de peso, uso de muleta e tempo de seguimento). 
9- Cuidado com o diagnóstico de lesões menos letais em politraumatizados 
(sempre dar atenção a todas as fraturas, por menores que sejam). 
10- Todas as lesões ortopédicas devem ser descritas com precisão no 
prontuário. 
 
 Descrevendo uma Fratura: 
Giovanna Lopes 
- Exposta (a pele sobrejacente rompe-se e o osso fraturado se comunica 
com o ambiente por meio da ferida na pele) ou fechada (a pele 
sobrejacente permanece intacta) - O tratamento muda. 
- Localização anatômica (os ossos longos possuem 3 regiões: epífise – 
extremidades distais e proximais, diáfise – corpo do osso, e metáfise – 
região de transição da epífise para a diáfise). 
- Direção do traço (mecanismo do trauma). 
- Número de fragmentos (energia do trauma). 
- Completa (a fratura vai de uma margem até a outra, separa 
completamente os fragmentos) ou incompleta (a fratura sai de uma 
margem, mas não chega à outra). 
- Reduzida (são fraturas incompletas) ou desviada (geralmente são 
fraturas completas, mas também podem ser incompletas). 
- Cisalhamento, avulsão, impacção. 
- Patológica (resultam de aplicação de força leve ou mínima ao osso 
enfraquecido em decorrência de uma doença (por exemplo: câncer, cistos, 
infecções ou osteoporose). Quando a doença é osteoporose, essas fraturas 
costumam ser chamadas fraturas por insuficiência ou fragilidade) ou 
estresse (resultam da aplicação repetitiva de força moderada, como pode 
ocorrer entre os corredores de longa distância ou soldados marchando e 
carregando muito peso. Normalmente, o osso danificado por microtraumas 
de força moderada se autocicatriza durante os períodos de repouso, mas a 
aplicação repetida de força no mesmo local predispõe a outras lesões e faz 
o microtrauma se propagar). 
A = fratura com traço transverso (mecanismo de cisalhamento). B = fratura 
com traço oblíquo (mecanismo torcional leve). C = fratura com traço espiral 
(fratura devido à queda de braço, por exemplo). D = fratura em avulsão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Diferença de Desvio e Angulação: 
- DESVIO: leva-se em consideração sempre o fragmento distal da fratura. 
A fratura pode estar desviada para dorsal ou para volar (radiografia em 
perfil) ou para lateral ou para medial (radiografia em AP). 
Fratura de rádio visto em perfil, com desvio para dorsal (para trás). É uma 
fratura clássica de idosos. 
 
- ANGULAÇÃO: É quando a fratura não tem um ponto de apoio e acaba 
dobrando no seu eixo. A fratura pode estar angulada para dorsal ou para 
volar (radiografia em perfil) ou para lateral ou para medial (radiografia 
em AP). A fratura vai estar angulada para onde o fragmento distal aponta. 
 
Fratura em perfil, com angulação dorsal. 
 
 
 
 
 
 Fraturas por Avulsão: 
- São fraturas onde há uma inserção ligamentar e, ao fazer um determinado 
movimento, o músculo puxa o osso e, ao invés de romper o ligamento ou 
rasgar o músculo, ocorre uma avulsão óssea, o ligamento arranca o 
fragmento ósseo no qual ele está inserido. 
A grande tuberosidade está inserida nos rotadores externos (manguito 
rotador – supra e infraespinal, subescapular e redondo menor). Na imagem, 
o músculo arrancou a grande tuberosidade, o paciente rodou externamente 
o braço e ele não foi. Há uma fratura em 3 partes: cabeça, grande e pequena 
tuberosidade. 
 
 Fraturas por Impactação: 
 
 
O paciente flete o tronco para frente, a vértebra de cima e a de baixo 
achatam a fratura. 
 
 Fraturas por Estresse: 
- São fraturas que “explodem” o osso normalmente. 
 
 
 
- As crianças possuem uma ductilidade óssea maior do que os adultos 
(consiste no grau de deformação que um material pode ter até o 
rompimento completo da sua estrutura, é o grau que o material volta à sua 
conformação original sem deformar). Por conta disso, o osso da criança 
deforma e causa maior número de fraturas incompletas. 
- Os ossos das crianças possuem uma metáfise separada da epífise pela 
linha epifisária ou linha de crescimento. Portanto, se há trauma nessa 
região, é mais fácil a cartilagem rasgar do que o osso. 
Fratura em Galho Verde. A fratura está desviada e dobrou no seu próprio 
eixo, há fratura em uma parte da cortical e em outra parte não. Um lado 
quebra e o outro lado dobra. Necessário redução. 
Fratura em deformidade plástica. O osso dobra no seu eixo. São 
microfraturas que fazem com que o osso dobre e fique nessa posição, ele 
vence a ductilidade, ele não volta ao seu estado original. É necessário 
reduzir (anestesiar a criança e desentortar o osso). 
Fratura em torus. O osso entra dentro do osso e tem essa proeminência na 
metáfise. Fratura estável e passível de tratamento conservador com 
imobilização. 
 
- Os ossos das crianças possuem uma metáfise separada da epífise pela 
linha epifisária ou linha de crescimento. Portanto, se há trauma nessa 
região, é mais fácil a cartilagem rasgar do que o osso. Isso leva a padrões 
diferentes de lesões da cartilagem. 
 
 Classificação de Salter-Harris: Fraturas que comprometem a placa de 
crescimento em pacientes pediátricos. 
 
- Tipo I = Rasga toda a linha epifisária. 
- Tipo II = Rasga metade da linha epifisária e a outra sobe pela metáfise. 
- Tipo III = Fratura da epífise com deslocamento da linha epifisária. 
- Tipo IV = O traço vai da epífise para a metáfise. 
- Tipo V = Fratura por achatamento. 
 
Tipo III Tipo II Tipo II Tipo IV 
 
 
- As fraturas são de tratamento ortopédico obrigatório, seja ele clínico ou 
cirúrgico. 
- Existem complicações mais comuns do tratamento clínico conservador 
(por exemplo, uma fratura viciosamente consolidada -> punho saiu do lugar, 
colocou no lugar de volta e colocou o gesso, o paciente só voltou 1 mês 
depois e por algum motivo a redução perdeu e volta com o osso consolidado). 
 Infecções Ósseas: Osteomielites (dividida em aguda, subaguda e 
crônica). Comum em idosos, crianças e em jovens com algum grau de 
imunossupressão. Raro em paciente saudável. 
 
 
 
 
 Aguda. Tem cara e cheiro de infecção (paciente prostrado, com febre), 
mas não aparece o pus na radiografia. Se não for feito o diagnóstico na 
fase aguda, vai cronificar. VHS e PCR alterados. Clínica e Laboratorial 
alterados, mas com radiografia normal. 
Crônica. O quadro agudo já foi tratado, o pacientenão tem mais febre, 
VHS e PCR normal, mas há destruição óssea. Clínica e Laboratório normais, 
mas com alteração radiográfica. 
Subaguda. Fase intermediária. Tem um pouco de clínica (paciente com dor, 
com vermelhidão, às vezes tem PCR aumentado...) e um pouco de alteração 
radiográfica (abscesso de Brodie – caracteriza a infecção contida). É uma 
infecção no hospedeiro que é imunologicamente competente. Pode chegar a 
agudizar ou a cronificar. É necessário remover o abscesso. 
 Hemorragia/ Lesão Vascular (são lesões de estruturas próximas das 
fraturas e ocorrem com mais frequência durante o trauma ou durante o 
tratamento clínico ou cirúrgico – mais raro). São mais fáceis de serem 
detectadas no quadro agudo. 
 Lesão Nervosa (são de 3 tipos): 
o Neuropraxia = Preservação da estrutura do nervo. O nervo toma 
uma pontada e desliga, mas volta a funcionar depois (recuperação de 
100%). É um bloqueio fisiológico de condução nervosa dentro de 
um axônio, sem nenhuma interrupção anatômica. Muitos bebês com 
lesão de parto do plexo braquial apresentam neuropraxia, mas se 
recuperam espontaneamente, porque a neuropraxia tende a 
desaparecer em 4 a 6 semanas. 
o Axoniotmese = Lesão na fibra da bainha de mielina (recuperação 
tende a ser parcial). Consiste de interrupção anatômica do axônio, sem 
interrupção, ou com uma interrupção parcial somente da estrutura 
do tecido conetivo. Este tipo de lesão nervosa requer um novo 
desenvolvimento do axônio até o músculo alvo, o que leva um tempo 
considerável. Este desenvolvimento novo pode ser inibido pela 
formação de cicatriz. Se os pacientes com axoniotmese vão requerer 
tratamento cirúrgico, vai depender do número de axônios destruídos e 
da extensão da cicatriz formada no local da lesão nervosa. 
o Neurotmese = Secção nervosa (se fizer tratamento, dificilmente 
volta a 100%. Se não fizer nada, não volta a ter função). Consiste de 
completa destruição anatômica tanto do axônio como de todo o tecido 
conetivo ao redor (ruptura do nervo). 
 
 
 Síndrome Compartimental (consiste na pressão aumentada do tecido 
dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta na isquemia do 
tecido. Diagnóstico feito pelo clínico. Se tratado no tempo certo, o 
paciente fica com o membro viável. Se houver demora no tratamento, o 
paciente perde o membro. Se demorar demais, o paciente morre). 
o Diagnóstico dos 5 Ps: 
- Pain (dor excruciante sem fratura) – o mais importante 
- Parthesias (parestesia) 
- Pallor (palidez) 
- Pulsselessnes (ausência de pulso) 
- Paralyses (paralisia) 
o Tratamento = Fasciotomia (alivia a pressão nos músculos) 
 
 Necrose avascular 
 Distrofia simpático-reflexa 
 Embolia gordurosa 
 Flictenas (bolhas) 
 Pseudoartrose (falha na consolidação) 
- As complicações graves das fraturas são incomuns, mas podem ameaçar a 
viabilidade do membro ou causar disfunção permanente do membro. O 
risco de complicações é alto nas fraturas expostas (que predispõem a 
infecção) e nas fraturas que comprometem os vasos sanguíneos, a perfusão 
tecidual e/ou os nervos. Fraturas fechadas que não envolvem os vasos 
sanguíneos ou os nervos, em particular aquelas que são rapidamente 
reduzidas, são menos propensas a resultar em complicações graves. 
- As complicações agudas (lesões associadas) incluem: 
 Sangramento: o sangramento acompanha todas as fraturas (e lesões de 
tecidos moles). Raramente, o sangramento interno ou externo é grave o 
suficiente para causar choque hemorrágico (p. ex., nas fraturas da pelve, 
fêmur e algumas fraturas expostas). 
 Lesões vasculares: algumas fraturas expostas rompem vasos sanguíneos. 
Algumas fraturas fechadas, particularmente fraturas supracondilares do 
úmero com deslocamento posterior, comprometem suprimento vascular o 
suficiente para causar isquemia distal; essa ruptura vascular pode 
permanecer clinicamente oculta horas após a lesão. 
 Lesões neurais: os nervos podem ser lesados quando estirados por partes 
deslocadas de um osso fraturado, quando feridos por um golpe rombo, 
quando esmagados em uma lesão grave por esmagamento ou quando 
lacerado por fragmentos ósseos penetrantes. Quando há contusão neural 
(chamada neurapraxia), a condução neural é interrompida, mas sem ruptura 
do nervo. A neurapraxia causa deficits motores e/ou sensoriais 
temporários; a função neurológica retorna completamente em cerca de 6 a 
8 semanas. Quando os nervos são esmagados (chamada axonotmese), o 
axônio sofre a lesão, mas não a bainha de mielina. Essa lesão é mais grave 
do que a neurapraxia. Dependendo da extensão do dano, o nervo pode se 
regenerar ao longo de semanas a anos. Normalmente, os nervos se rompem 
(chamada neurotmese) nas lesões abertas. Os nervos rompidos não 
cicatrizam espontaneamente e podem necessitar de correção cirúrgica. 
 Embolia pulmonar: em pacientes com fratura de quadril ou pélvica, o risco 
de embolia pulmonar é alto. Embolia pulmonar é a complicação fatal mais 
comum das graves fraturas do quadril ou da pelve. 
 Embolia gordurosa: as fraturas nos ossos longos (mais comumente, 
fraturas do fêmur) podem liberar gordura (e outros conteúdos medulares) 
que emboliza nos pulmões e causa embolia pulmonar com suas complicações 
respiratórias. 
 Síndrome compartimental: pressão aumentada do tecido dentro do 
compartimento fascial da coxa, dificultando o abastecimento vascular e a 
perfusão do tecido. Lesões por esmagamento ou fraturas múltiplas são uma 
causa comum, aumentando a pressão ao tecido à medida que o edema se 
desenvolve. O risco é alto nas fraturas do antebraço que envolvem tanto o 
rádio como a ulna, nas fraturas do platô tibial (fraturas proximais da tíbia 
que se estendem ao espaço articular) ou fraturas do eixo tibial (1). A 
síndrome compartimental não tratada pode levar à rabdomiólise, 
hiperpotassemia e infecção. A longo prazo, também pode causar 
contraturas, deficits sensoriais e paralisia. A síndrome compartimental 
coloca em risco a viabilidade (possivelmente exigindo amputação) e 
sobrevivência do membro. 
 Infecção: qualquer fratura pode infectar, mas o risco é maior nas 
fraturas expostas ou nas tratadas cirurgicamente. Infecção aguda pode 
causar osteomielite, cuja cura é difícil. 
As complicações a longo prazo das fraturas são: 
 Instabilidade: várias fraturas podem levar à instabilidade articular. A 
instabilidade pode ser incapacitante e aumentar o risco de osteoartrite. 
 Rigidez e comprometimento da amplitude de movimentos: fraturas que 
se estendem dentro das articulações normalmente rompem a cartilagem 
articular; a cartilagem articular desalinhada tende a criar cicatriz, 
causando osteoartrite e prejudicando o movimento articular. A rigidez é 
mais provável se houver necessidade de imobilização prolongada. Joelho, 
cotovelo e ombro são particularmente propensos à rigidez pós-traumática, 
especialmente em idosos. 
 Não união ou união tardia: ocasionalmente, as fraturas não se 
consolidam (denominado não união) ou a união ocorre tardiamente. Os 
principais fatores que contribuem são a imobilização incompleta, a ruptura 
parcial do suprimento vascular e os fatores do paciente que prejudicam a 
cicatrização (p. ex., uso de corticoides ou de hormônios tireoidianos). 
 Má união: é a consolidação com deformidade residual. É mais provável se 
uma fratura não for reduzida e estabilizada de forma adequada. 
 Osteonecrose: parte de um fragmento da fratura pode necrosar, 
principalmente quando o fornecimento vascular estiver danificado. 
Fraturas fechadas propensas à osteonecrose incluem fratura do 
escafoide, fraturas com deslocamento do colo do fêmur e fraturas com 
deslocamento do colo do tálus. 
 Osteoartrite: fraturas que rompem as superfícies articulares que 
sustentam peso ou que resultam em desalinhamento articular e 
instabilidade predispõem a osteoartrite e degeneração da cartilagem 
articular. 
 Discrepância do comprimento do membro: se uma fratura em crianças 
atingir a placa de crescimento, o crescimento podeser afetado, resultando 
em um membro mais curto do que o outro. Nos adultos, a correção 
cirúrgica de uma fratura, especialmente fraturas de fêmur, pode resultar 
em discrepância no comprimento das pernas (2), o que pode levar à 
dificuldade de andar e à necessidade de elevação do calçado para o 
membro inferior mais curta. 
 
 
 Conservador: 
- Uso de gesso (aparelho gessado) – feito pelo ortopedista, tala gessada (só 
apoia uma das faces, imobiliza até o ortopedista chegar). 
 
- A imobilização diminui a dor e facilita a cicatrização ao prevenir futuras 
lesões, mantendo as extremidades da fratura alinhadas. As articulações 
proximais e distais devem ser imobilizadas à lesão. 
- Imobiliza-se a maioria das fraturas durante semanas com um molde 
ortopédico (um dispositivo circunferencial rígido). Algumas fraturas 
estáveis que cicatrizam rapidamente (p. ex., fraturas de punho em toro nas 
crianças) não são engessadas; a mobilização precoce tem os melhores 
resultados. 
- Normalmente, aplica-se gesso para fraturas que requerem semanas de 
imobilização. Raramente, o edema sob o gesso é grave o suficiente para 
contribuir para a síndrome compartimental. Se o médico suspeitar de 
edema grave sob o gesso, este (e todo o enchimento) deve ser cortado de 
um lado a outro, medial e lateralmente. 
 
- Aos pacientes com gesso devem ser dadas instruções escritas, incluindo 
as seguintes: 
 Manter o gesso seco. 
 Nunca colocar um objeto dentro do gesso. 
 Inspecionar as bordas do gesso e pele ao redor do gesso 
diariamente e relatar qualquer área vermelha ou dolorida. 
 Proteger qualquer borda áspera com fita adesiva macia, pano 
ou outro tecido macio para prevenir que a pele fique 
machucada. 
 Quando em repouso, posicionar o gesso com cuidado, 
possivelmente usando um pequeno travesseiro ou coxim, para 
evitar que a borda aperte ou penetre na pele. 
 Sempre que possível, elevar o gesso para controlar o edema. 
 Procurar assistência médica imediatamente se a dor persistir 
ou se o gesso parecer excessivamente apertado. 
 Buscar atendimento médico imediatamente se qualquer odor 
emanar de dentro do gesso ou se houver febre, que pode 
indicar infecção. 
 Procurar atendimento imediato se a dor piorar 
progressivamente ou ocorrer nova parestesia ou fraqueza, que 
pode indicar síndrome compartimental. 
Boa higiene é importante. 
- Pode-se usar uma tala para imobilizar algumas lesões estáveis, incluindo 
algumas fraturas suspeitas, mas não comprovadas, e fraturas rapidamente 
consolidadas que requerem imobilização por alguns dias ou menos. A calha 
gessada é não circunferencial; assim, ela permite que os pacientes 
apliquem gelo e se movimentem mais do que com o gesso. Além disso, 
permite algum edema, de modo que não contribui para a síndrome 
compartimental. Algumas lesões que essencialmente exigem a colocação de 
gesso são inicialmente imobilizadas com calha gessada até que boa parte 
do edema desapareça. 
 
- Uma tala fornece algum grau de suporte e conforto, mas limita a 
mobilidade; pode ser útil para certas fraturas [p. ex., fraturas da clavícula 
minimamente deslocada, certas fraturas do úmero proximal) sobretudo se 
a imobilização completa não é desejável (p. ex. lesões do ombro que, se o 
ombro for totalmente imobilizado, podem rapidamente resultar em 
capsulite adesiva (ombro congelado)] 
 
- As ataduras (um pedaço de pano ou faixa) podem ser usadas para fazer 
uma tipoia a fim de evitar que o membro superior gire para fora, 
especialmente à noite. A faixa é colocada em torno das costas e ao longo 
da parte lesada. Às vezes, usa-se tala e tipoia para imobilizar fraturas de 
uma parte do úmero proximal. 
 
 
 
 Cirúrgico: 
 
 
- É a perda total ou parcial (subluxação) da congruência articular (a 
articulação deslocou). 
- Características Clínicas: dor, edema, impotência funcional, 
deformidade... 
 
 
 
- É um tratamento de emergência (não se espera o jejum do paciente para 
poder reduzir). 
- O paciente não vai morrer, mas vai evoluir com uma artrose e vai perder a 
função do membro. 
 
 
- É uma lesão provocada por força atuante em uma articulação, forçando-a a 
um movimento acima do fisiologicamente permitido, levando a um 
estiramento ligamentar. 
- Esses graus variam para cada pessoa, visto que há pacientes com maior 
elasticidade nas articulações do que outros. 
- Em casos agudos, o grau III pode até mesmo aparecer no pronto-socorro 
sem equimose, depende muito do tempo de evolução da torção. 
- Só se faz diagnóstico de luxação quando o paciente chega luxado 
(articulação fora do lugar) no pronto-socorro, ao contrário disso será uma 
entorse (paciente “luxou” o tornozelo andando de bicicleta, mas chegou ao 
PS com a luxação reduzida espontaneamente e no lugar = tratar como 
entorse). 
 
- Grau I = Ocorre estiramento ou uma pequena rotura das fibras 
ligamentares com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Vai ter edema, 
mas não terá equimose, pois o ligamento não rasgou, apenas estirou. 
 
- Grau II = Ocorre alguma rotura e separação das fibras ligamentares e 
instabilidade moderada da articulação. Fica com mais edema e começa a 
aparecer a equimose. 
 
- Grau III = Ocorre rompimento total e separação das fibras 
ligamentares e grande instabilidade da articulação. Muito edemaciado, 
equimose muito grande. O paciente só vai luxar o tornozelo se ele fizer uma 
entorse de grau III, por exemplo. 
 
- É um tratamento conservador em geral através da imobilização gessada 
(não dá pra usar tala), só se faz tratamento cirúrgico de entorses em 
atletas de alta performance. 
o Protection = Proteção (ajuda a evitar outras lesões. Pode envolver 
a limitação do uso de uma parte lesionada, aplicar tala ou gesso ou 
usar muletas) 
o Rest = Repouso (previne lesão posterior e acelera a consolidação) 
o Ice = Gelo (podem minimizar edema e dor. O gelo deve ser 
envolvido em um saco plástico ou toalha e aplicado intermitentemente 
durante as primeiras 24 a 48 horas (de 15 a 20 minutos, com a maior 
frequência possível). 
o Compression = Compressão (por meio de uma tala, bandagem 
elástica ou, para certas lesões que provavelmente possam causar 
grave edema, bandagens Jones (bandagem elástica múltipla separada 
por tecido). As bandagens Jones tem 4 camadas; as camada 1 (a mais 
profunda) e 3 são de algodão batido e as camadas 2 e 4 são 
bandagens elásticas) 
o Elevation = Elevação (A elevação do membro lesado acima do 
coração nos primeiros 2 dias em uma posição que proporcione um 
fluxo descendente ininterrupto; tal posição permite que a gravidade 
ajude a drenar o líquido edematoso, minimizando o edema.) 
- Não dá pra fazer todos, mas sempre fazer de 2 a 3. Por exemplo, em uma 
entorse de punho eu imobilizei, então eu irei fazer uma proteção e repouso 
com elevação e compressão. Se for uma entorse de grau I, eu faço um 
repouso com elevação e gelo. 
 
 
 
 Laceração Muscular: São traumas indiretos (não bateu no músculo, ele 
foi estirado por um determinado movimento e rompeu). 
- Grau I (estiramento das fibras musculares – edema, sem equimose) 
- Grau II (ruptura parcial – edema e pequena equimose. Tratamento 
conservador na maioria das pessoas) 
- Grau III (ruptura total – muito edema e muita equimose) 
Sinal de Popeye (laceração muscular de grau III) 
 
 
 Tratamento da Laceração Muscular: 
- Conservador (repouso, gelo, compressão e elevação - PRICE) – maioria dos 
casos. 
- Cirúrgico (principalmente quando a lesão é no tendão e quando é em 
atletas de alta performance). 
 
 Contusão Muscular: São lesões diretas. A classificação é feita de acordo 
com o tanto de edema que é observado. 
- Grau I = Leve 
- Grau II = Moderada 
- Grau III = Grave (com edema) 
 
- Vale a pena investigar o tipo de lesão e o mecanismo de trauma (direto ou 
indireto) do paciente para saber como tratar. 
 
 Tratamento da Contusão Muscular: 
- Não se imobiliza, pois pode causar a Síndrome Compartimental 
(repouso, gelo, compressãoe elevação – RICE). 
 
 
 
 Cãimbras: Deficiência de Íons de Magnésio, Cálcio e Potássio, podem ser 
causadas por atividades físicas muito intensas (acúmulo de H+ na 
musculatura) e desidratação. 
 
 Tratamento das Cãimbras: 
- Gelo, repouso, alongamento (durante a crise de espasmo) e hidratação. 
 
 
 Dores Musculares Tardias (DMTs): São microlesões de fibras 
musculares, causadas por atividade física intensa em musculatura flácida, 
conhecidas como “dor do começo do ano”. A partir dessas microlesões, 
ocorrerá a cicatrização das fibras musculares que irão aceitar a 
hipertrofia. 
 
 
 
 Tratamento das DMTs: 
- Gelo, repouso, alongamento e hidratação. Trabalhos sérios mostram que a 
suplementação proteica não ajuda na cicatrização. 
 
 
- É uma dor que não é traumática. 
- É uma inflamação. O diagnóstico é clínico, mas é confirmável pela USG. 
- É causada por alguma sobrecarga (overuse) – trabalhadores de fábricas, 
por exemplo. 
 
 Fatores que ajudam a ter tendinite: 
- Diminuição do suprimento sanguíneo (quando o músculo supraespinhal é 
acometido). 
- Desbalanço muscular. 
- Diminuição da elasticidade. 
- Diminuição do arco de movimento. 
- Obesidade. 
- Tabagismo. 
 
 Diagnóstico Diferencial: 
- Tendinose (degeneração): é uma tendinite (está inflamado), mas o tendão 
já está degenerado. Pode fazer uma ruptura a qualquer momento -> cirurgia. 
- Tendinite Calcárea: é a calcificação do tendão. Dá pra ver na radiografia. 
 
 Tratamento da Tendinite: 
- Repouso, gelo, AINE e reabilitação.

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