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1- A maioria dos diagnósticos podem ser preditos com uma boa anamnese (idade, mecanismo e energia do trauma). Na ortopedia, o foco é mais o trauma, então a anamnese é mais direta e não focada na história patológica pregressa. 2- A anamnese e o exame físico são suficientes para a suspeita do diagnóstico, que deve ser complementado com demais exames. 3- Pacientes com sintomas sugestivos de fratura sem alteração no exame radiográfico devem ser tratados com imobilização (a fratura pode estar lá e o médico não perceber, ou é uma fratura mínima e depois de uns dias vai piorar...). 4- Exames radiográficos DEVEM ter um bom padrão (conseguir visualizar toda a região que se pretende examinar. Por exemplo: em uma suspeita de fratura de fêmur, a radiografia deve pegar o quadril e o joelho também). 5- Estudos radiográficos DEVEM ser realizados antes de qualquer procedimento terapêutico (realmente só tinha uma luxação? Será se não tinha alguma fratura associada? Uma redução de luxação pode piorar muito o tratamento de uma fratura que não foi visualizada). 6- A viabilidade neuro-vascular deve ser documentada antes de qualquer procedimento terapêutico (analisar se a fratura não pegou em nenhum nervo ou vaso importante antes de tratar a fratura). 7- Em pacientes com traumas em membro inferior, a capacidade de deambular deve ser checada antes da liberação da carga total. 8- Os pacientes devem receber instruções explícitas de cuidados posteriores antes de deixar o pronto-socorro (monitoramento de sinais neurovasculares ou aumento da pressão do compartimento, cuidados com o gesso, suporte de peso, uso de muleta e tempo de seguimento). 9- Cuidado com o diagnóstico de lesões menos letais em politraumatizados (sempre dar atenção a todas as fraturas, por menores que sejam). 10- Todas as lesões ortopédicas devem ser descritas com precisão no prontuário. Descrevendo uma Fratura: Giovanna Lopes - Exposta (a pele sobrejacente rompe-se e o osso fraturado se comunica com o ambiente por meio da ferida na pele) ou fechada (a pele sobrejacente permanece intacta) - O tratamento muda. - Localização anatômica (os ossos longos possuem 3 regiões: epífise – extremidades distais e proximais, diáfise – corpo do osso, e metáfise – região de transição da epífise para a diáfise). - Direção do traço (mecanismo do trauma). - Número de fragmentos (energia do trauma). - Completa (a fratura vai de uma margem até a outra, separa completamente os fragmentos) ou incompleta (a fratura sai de uma margem, mas não chega à outra). - Reduzida (são fraturas incompletas) ou desviada (geralmente são fraturas completas, mas também podem ser incompletas). - Cisalhamento, avulsão, impacção. - Patológica (resultam de aplicação de força leve ou mínima ao osso enfraquecido em decorrência de uma doença (por exemplo: câncer, cistos, infecções ou osteoporose). Quando a doença é osteoporose, essas fraturas costumam ser chamadas fraturas por insuficiência ou fragilidade) ou estresse (resultam da aplicação repetitiva de força moderada, como pode ocorrer entre os corredores de longa distância ou soldados marchando e carregando muito peso. Normalmente, o osso danificado por microtraumas de força moderada se autocicatriza durante os períodos de repouso, mas a aplicação repetida de força no mesmo local predispõe a outras lesões e faz o microtrauma se propagar). A = fratura com traço transverso (mecanismo de cisalhamento). B = fratura com traço oblíquo (mecanismo torcional leve). C = fratura com traço espiral (fratura devido à queda de braço, por exemplo). D = fratura em avulsão. Diferença de Desvio e Angulação: - DESVIO: leva-se em consideração sempre o fragmento distal da fratura. A fratura pode estar desviada para dorsal ou para volar (radiografia em perfil) ou para lateral ou para medial (radiografia em AP). Fratura de rádio visto em perfil, com desvio para dorsal (para trás). É uma fratura clássica de idosos. - ANGULAÇÃO: É quando a fratura não tem um ponto de apoio e acaba dobrando no seu eixo. A fratura pode estar angulada para dorsal ou para volar (radiografia em perfil) ou para lateral ou para medial (radiografia em AP). A fratura vai estar angulada para onde o fragmento distal aponta. Fratura em perfil, com angulação dorsal. Fraturas por Avulsão: - São fraturas onde há uma inserção ligamentar e, ao fazer um determinado movimento, o músculo puxa o osso e, ao invés de romper o ligamento ou rasgar o músculo, ocorre uma avulsão óssea, o ligamento arranca o fragmento ósseo no qual ele está inserido. A grande tuberosidade está inserida nos rotadores externos (manguito rotador – supra e infraespinal, subescapular e redondo menor). Na imagem, o músculo arrancou a grande tuberosidade, o paciente rodou externamente o braço e ele não foi. Há uma fratura em 3 partes: cabeça, grande e pequena tuberosidade. Fraturas por Impactação: O paciente flete o tronco para frente, a vértebra de cima e a de baixo achatam a fratura. Fraturas por Estresse: - São fraturas que “explodem” o osso normalmente. - As crianças possuem uma ductilidade óssea maior do que os adultos (consiste no grau de deformação que um material pode ter até o rompimento completo da sua estrutura, é o grau que o material volta à sua conformação original sem deformar). Por conta disso, o osso da criança deforma e causa maior número de fraturas incompletas. - Os ossos das crianças possuem uma metáfise separada da epífise pela linha epifisária ou linha de crescimento. Portanto, se há trauma nessa região, é mais fácil a cartilagem rasgar do que o osso. Fratura em Galho Verde. A fratura está desviada e dobrou no seu próprio eixo, há fratura em uma parte da cortical e em outra parte não. Um lado quebra e o outro lado dobra. Necessário redução. Fratura em deformidade plástica. O osso dobra no seu eixo. São microfraturas que fazem com que o osso dobre e fique nessa posição, ele vence a ductilidade, ele não volta ao seu estado original. É necessário reduzir (anestesiar a criança e desentortar o osso). Fratura em torus. O osso entra dentro do osso e tem essa proeminência na metáfise. Fratura estável e passível de tratamento conservador com imobilização. - Os ossos das crianças possuem uma metáfise separada da epífise pela linha epifisária ou linha de crescimento. Portanto, se há trauma nessa região, é mais fácil a cartilagem rasgar do que o osso. Isso leva a padrões diferentes de lesões da cartilagem. Classificação de Salter-Harris: Fraturas que comprometem a placa de crescimento em pacientes pediátricos. - Tipo I = Rasga toda a linha epifisária. - Tipo II = Rasga metade da linha epifisária e a outra sobe pela metáfise. - Tipo III = Fratura da epífise com deslocamento da linha epifisária. - Tipo IV = O traço vai da epífise para a metáfise. - Tipo V = Fratura por achatamento. Tipo III Tipo II Tipo II Tipo IV - As fraturas são de tratamento ortopédico obrigatório, seja ele clínico ou cirúrgico. - Existem complicações mais comuns do tratamento clínico conservador (por exemplo, uma fratura viciosamente consolidada -> punho saiu do lugar, colocou no lugar de volta e colocou o gesso, o paciente só voltou 1 mês depois e por algum motivo a redução perdeu e volta com o osso consolidado). Infecções Ósseas: Osteomielites (dividida em aguda, subaguda e crônica). Comum em idosos, crianças e em jovens com algum grau de imunossupressão. Raro em paciente saudável. Aguda. Tem cara e cheiro de infecção (paciente prostrado, com febre), mas não aparece o pus na radiografia. Se não for feito o diagnóstico na fase aguda, vai cronificar. VHS e PCR alterados. Clínica e Laboratorial alterados, mas com radiografia normal. Crônica. O quadro agudo já foi tratado, o pacientenão tem mais febre, VHS e PCR normal, mas há destruição óssea. Clínica e Laboratório normais, mas com alteração radiográfica. Subaguda. Fase intermediária. Tem um pouco de clínica (paciente com dor, com vermelhidão, às vezes tem PCR aumentado...) e um pouco de alteração radiográfica (abscesso de Brodie – caracteriza a infecção contida). É uma infecção no hospedeiro que é imunologicamente competente. Pode chegar a agudizar ou a cronificar. É necessário remover o abscesso. Hemorragia/ Lesão Vascular (são lesões de estruturas próximas das fraturas e ocorrem com mais frequência durante o trauma ou durante o tratamento clínico ou cirúrgico – mais raro). São mais fáceis de serem detectadas no quadro agudo. Lesão Nervosa (são de 3 tipos): o Neuropraxia = Preservação da estrutura do nervo. O nervo toma uma pontada e desliga, mas volta a funcionar depois (recuperação de 100%). É um bloqueio fisiológico de condução nervosa dentro de um axônio, sem nenhuma interrupção anatômica. Muitos bebês com lesão de parto do plexo braquial apresentam neuropraxia, mas se recuperam espontaneamente, porque a neuropraxia tende a desaparecer em 4 a 6 semanas. o Axoniotmese = Lesão na fibra da bainha de mielina (recuperação tende a ser parcial). Consiste de interrupção anatômica do axônio, sem interrupção, ou com uma interrupção parcial somente da estrutura do tecido conetivo. Este tipo de lesão nervosa requer um novo desenvolvimento do axônio até o músculo alvo, o que leva um tempo considerável. Este desenvolvimento novo pode ser inibido pela formação de cicatriz. Se os pacientes com axoniotmese vão requerer tratamento cirúrgico, vai depender do número de axônios destruídos e da extensão da cicatriz formada no local da lesão nervosa. o Neurotmese = Secção nervosa (se fizer tratamento, dificilmente volta a 100%. Se não fizer nada, não volta a ter função). Consiste de completa destruição anatômica tanto do axônio como de todo o tecido conetivo ao redor (ruptura do nervo). Síndrome Compartimental (consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta na isquemia do tecido. Diagnóstico feito pelo clínico. Se tratado no tempo certo, o paciente fica com o membro viável. Se houver demora no tratamento, o paciente perde o membro. Se demorar demais, o paciente morre). o Diagnóstico dos 5 Ps: - Pain (dor excruciante sem fratura) – o mais importante - Parthesias (parestesia) - Pallor (palidez) - Pulsselessnes (ausência de pulso) - Paralyses (paralisia) o Tratamento = Fasciotomia (alivia a pressão nos músculos) Necrose avascular Distrofia simpático-reflexa Embolia gordurosa Flictenas (bolhas) Pseudoartrose (falha na consolidação) - As complicações graves das fraturas são incomuns, mas podem ameaçar a viabilidade do membro ou causar disfunção permanente do membro. O risco de complicações é alto nas fraturas expostas (que predispõem a infecção) e nas fraturas que comprometem os vasos sanguíneos, a perfusão tecidual e/ou os nervos. Fraturas fechadas que não envolvem os vasos sanguíneos ou os nervos, em particular aquelas que são rapidamente reduzidas, são menos propensas a resultar em complicações graves. - As complicações agudas (lesões associadas) incluem: Sangramento: o sangramento acompanha todas as fraturas (e lesões de tecidos moles). Raramente, o sangramento interno ou externo é grave o suficiente para causar choque hemorrágico (p. ex., nas fraturas da pelve, fêmur e algumas fraturas expostas). Lesões vasculares: algumas fraturas expostas rompem vasos sanguíneos. Algumas fraturas fechadas, particularmente fraturas supracondilares do úmero com deslocamento posterior, comprometem suprimento vascular o suficiente para causar isquemia distal; essa ruptura vascular pode permanecer clinicamente oculta horas após a lesão. Lesões neurais: os nervos podem ser lesados quando estirados por partes deslocadas de um osso fraturado, quando feridos por um golpe rombo, quando esmagados em uma lesão grave por esmagamento ou quando lacerado por fragmentos ósseos penetrantes. Quando há contusão neural (chamada neurapraxia), a condução neural é interrompida, mas sem ruptura do nervo. A neurapraxia causa deficits motores e/ou sensoriais temporários; a função neurológica retorna completamente em cerca de 6 a 8 semanas. Quando os nervos são esmagados (chamada axonotmese), o axônio sofre a lesão, mas não a bainha de mielina. Essa lesão é mais grave do que a neurapraxia. Dependendo da extensão do dano, o nervo pode se regenerar ao longo de semanas a anos. Normalmente, os nervos se rompem (chamada neurotmese) nas lesões abertas. Os nervos rompidos não cicatrizam espontaneamente e podem necessitar de correção cirúrgica. Embolia pulmonar: em pacientes com fratura de quadril ou pélvica, o risco de embolia pulmonar é alto. Embolia pulmonar é a complicação fatal mais comum das graves fraturas do quadril ou da pelve. Embolia gordurosa: as fraturas nos ossos longos (mais comumente, fraturas do fêmur) podem liberar gordura (e outros conteúdos medulares) que emboliza nos pulmões e causa embolia pulmonar com suas complicações respiratórias. Síndrome compartimental: pressão aumentada do tecido dentro do compartimento fascial da coxa, dificultando o abastecimento vascular e a perfusão do tecido. Lesões por esmagamento ou fraturas múltiplas são uma causa comum, aumentando a pressão ao tecido à medida que o edema se desenvolve. O risco é alto nas fraturas do antebraço que envolvem tanto o rádio como a ulna, nas fraturas do platô tibial (fraturas proximais da tíbia que se estendem ao espaço articular) ou fraturas do eixo tibial (1). A síndrome compartimental não tratada pode levar à rabdomiólise, hiperpotassemia e infecção. A longo prazo, também pode causar contraturas, deficits sensoriais e paralisia. A síndrome compartimental coloca em risco a viabilidade (possivelmente exigindo amputação) e sobrevivência do membro. Infecção: qualquer fratura pode infectar, mas o risco é maior nas fraturas expostas ou nas tratadas cirurgicamente. Infecção aguda pode causar osteomielite, cuja cura é difícil. As complicações a longo prazo das fraturas são: Instabilidade: várias fraturas podem levar à instabilidade articular. A instabilidade pode ser incapacitante e aumentar o risco de osteoartrite. Rigidez e comprometimento da amplitude de movimentos: fraturas que se estendem dentro das articulações normalmente rompem a cartilagem articular; a cartilagem articular desalinhada tende a criar cicatriz, causando osteoartrite e prejudicando o movimento articular. A rigidez é mais provável se houver necessidade de imobilização prolongada. Joelho, cotovelo e ombro são particularmente propensos à rigidez pós-traumática, especialmente em idosos. Não união ou união tardia: ocasionalmente, as fraturas não se consolidam (denominado não união) ou a união ocorre tardiamente. Os principais fatores que contribuem são a imobilização incompleta, a ruptura parcial do suprimento vascular e os fatores do paciente que prejudicam a cicatrização (p. ex., uso de corticoides ou de hormônios tireoidianos). Má união: é a consolidação com deformidade residual. É mais provável se uma fratura não for reduzida e estabilizada de forma adequada. Osteonecrose: parte de um fragmento da fratura pode necrosar, principalmente quando o fornecimento vascular estiver danificado. Fraturas fechadas propensas à osteonecrose incluem fratura do escafoide, fraturas com deslocamento do colo do fêmur e fraturas com deslocamento do colo do tálus. Osteoartrite: fraturas que rompem as superfícies articulares que sustentam peso ou que resultam em desalinhamento articular e instabilidade predispõem a osteoartrite e degeneração da cartilagem articular. Discrepância do comprimento do membro: se uma fratura em crianças atingir a placa de crescimento, o crescimento podeser afetado, resultando em um membro mais curto do que o outro. Nos adultos, a correção cirúrgica de uma fratura, especialmente fraturas de fêmur, pode resultar em discrepância no comprimento das pernas (2), o que pode levar à dificuldade de andar e à necessidade de elevação do calçado para o membro inferior mais curta. Conservador: - Uso de gesso (aparelho gessado) – feito pelo ortopedista, tala gessada (só apoia uma das faces, imobiliza até o ortopedista chegar). - A imobilização diminui a dor e facilita a cicatrização ao prevenir futuras lesões, mantendo as extremidades da fratura alinhadas. As articulações proximais e distais devem ser imobilizadas à lesão. - Imobiliza-se a maioria das fraturas durante semanas com um molde ortopédico (um dispositivo circunferencial rígido). Algumas fraturas estáveis que cicatrizam rapidamente (p. ex., fraturas de punho em toro nas crianças) não são engessadas; a mobilização precoce tem os melhores resultados. - Normalmente, aplica-se gesso para fraturas que requerem semanas de imobilização. Raramente, o edema sob o gesso é grave o suficiente para contribuir para a síndrome compartimental. Se o médico suspeitar de edema grave sob o gesso, este (e todo o enchimento) deve ser cortado de um lado a outro, medial e lateralmente. - Aos pacientes com gesso devem ser dadas instruções escritas, incluindo as seguintes: Manter o gesso seco. Nunca colocar um objeto dentro do gesso. Inspecionar as bordas do gesso e pele ao redor do gesso diariamente e relatar qualquer área vermelha ou dolorida. Proteger qualquer borda áspera com fita adesiva macia, pano ou outro tecido macio para prevenir que a pele fique machucada. Quando em repouso, posicionar o gesso com cuidado, possivelmente usando um pequeno travesseiro ou coxim, para evitar que a borda aperte ou penetre na pele. Sempre que possível, elevar o gesso para controlar o edema. Procurar assistência médica imediatamente se a dor persistir ou se o gesso parecer excessivamente apertado. Buscar atendimento médico imediatamente se qualquer odor emanar de dentro do gesso ou se houver febre, que pode indicar infecção. Procurar atendimento imediato se a dor piorar progressivamente ou ocorrer nova parestesia ou fraqueza, que pode indicar síndrome compartimental. Boa higiene é importante. - Pode-se usar uma tala para imobilizar algumas lesões estáveis, incluindo algumas fraturas suspeitas, mas não comprovadas, e fraturas rapidamente consolidadas que requerem imobilização por alguns dias ou menos. A calha gessada é não circunferencial; assim, ela permite que os pacientes apliquem gelo e se movimentem mais do que com o gesso. Além disso, permite algum edema, de modo que não contribui para a síndrome compartimental. Algumas lesões que essencialmente exigem a colocação de gesso são inicialmente imobilizadas com calha gessada até que boa parte do edema desapareça. - Uma tala fornece algum grau de suporte e conforto, mas limita a mobilidade; pode ser útil para certas fraturas [p. ex., fraturas da clavícula minimamente deslocada, certas fraturas do úmero proximal) sobretudo se a imobilização completa não é desejável (p. ex. lesões do ombro que, se o ombro for totalmente imobilizado, podem rapidamente resultar em capsulite adesiva (ombro congelado)] - As ataduras (um pedaço de pano ou faixa) podem ser usadas para fazer uma tipoia a fim de evitar que o membro superior gire para fora, especialmente à noite. A faixa é colocada em torno das costas e ao longo da parte lesada. Às vezes, usa-se tala e tipoia para imobilizar fraturas de uma parte do úmero proximal. Cirúrgico: - É a perda total ou parcial (subluxação) da congruência articular (a articulação deslocou). - Características Clínicas: dor, edema, impotência funcional, deformidade... - É um tratamento de emergência (não se espera o jejum do paciente para poder reduzir). - O paciente não vai morrer, mas vai evoluir com uma artrose e vai perder a função do membro. - É uma lesão provocada por força atuante em uma articulação, forçando-a a um movimento acima do fisiologicamente permitido, levando a um estiramento ligamentar. - Esses graus variam para cada pessoa, visto que há pacientes com maior elasticidade nas articulações do que outros. - Em casos agudos, o grau III pode até mesmo aparecer no pronto-socorro sem equimose, depende muito do tempo de evolução da torção. - Só se faz diagnóstico de luxação quando o paciente chega luxado (articulação fora do lugar) no pronto-socorro, ao contrário disso será uma entorse (paciente “luxou” o tornozelo andando de bicicleta, mas chegou ao PS com a luxação reduzida espontaneamente e no lugar = tratar como entorse). - Grau I = Ocorre estiramento ou uma pequena rotura das fibras ligamentares com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Vai ter edema, mas não terá equimose, pois o ligamento não rasgou, apenas estirou. - Grau II = Ocorre alguma rotura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da articulação. Fica com mais edema e começa a aparecer a equimose. - Grau III = Ocorre rompimento total e separação das fibras ligamentares e grande instabilidade da articulação. Muito edemaciado, equimose muito grande. O paciente só vai luxar o tornozelo se ele fizer uma entorse de grau III, por exemplo. - É um tratamento conservador em geral através da imobilização gessada (não dá pra usar tala), só se faz tratamento cirúrgico de entorses em atletas de alta performance. o Protection = Proteção (ajuda a evitar outras lesões. Pode envolver a limitação do uso de uma parte lesionada, aplicar tala ou gesso ou usar muletas) o Rest = Repouso (previne lesão posterior e acelera a consolidação) o Ice = Gelo (podem minimizar edema e dor. O gelo deve ser envolvido em um saco plástico ou toalha e aplicado intermitentemente durante as primeiras 24 a 48 horas (de 15 a 20 minutos, com a maior frequência possível). o Compression = Compressão (por meio de uma tala, bandagem elástica ou, para certas lesões que provavelmente possam causar grave edema, bandagens Jones (bandagem elástica múltipla separada por tecido). As bandagens Jones tem 4 camadas; as camada 1 (a mais profunda) e 3 são de algodão batido e as camadas 2 e 4 são bandagens elásticas) o Elevation = Elevação (A elevação do membro lesado acima do coração nos primeiros 2 dias em uma posição que proporcione um fluxo descendente ininterrupto; tal posição permite que a gravidade ajude a drenar o líquido edematoso, minimizando o edema.) - Não dá pra fazer todos, mas sempre fazer de 2 a 3. Por exemplo, em uma entorse de punho eu imobilizei, então eu irei fazer uma proteção e repouso com elevação e compressão. Se for uma entorse de grau I, eu faço um repouso com elevação e gelo. Laceração Muscular: São traumas indiretos (não bateu no músculo, ele foi estirado por um determinado movimento e rompeu). - Grau I (estiramento das fibras musculares – edema, sem equimose) - Grau II (ruptura parcial – edema e pequena equimose. Tratamento conservador na maioria das pessoas) - Grau III (ruptura total – muito edema e muita equimose) Sinal de Popeye (laceração muscular de grau III) Tratamento da Laceração Muscular: - Conservador (repouso, gelo, compressão e elevação - PRICE) – maioria dos casos. - Cirúrgico (principalmente quando a lesão é no tendão e quando é em atletas de alta performance). Contusão Muscular: São lesões diretas. A classificação é feita de acordo com o tanto de edema que é observado. - Grau I = Leve - Grau II = Moderada - Grau III = Grave (com edema) - Vale a pena investigar o tipo de lesão e o mecanismo de trauma (direto ou indireto) do paciente para saber como tratar. Tratamento da Contusão Muscular: - Não se imobiliza, pois pode causar a Síndrome Compartimental (repouso, gelo, compressãoe elevação – RICE). Cãimbras: Deficiência de Íons de Magnésio, Cálcio e Potássio, podem ser causadas por atividades físicas muito intensas (acúmulo de H+ na musculatura) e desidratação. Tratamento das Cãimbras: - Gelo, repouso, alongamento (durante a crise de espasmo) e hidratação. Dores Musculares Tardias (DMTs): São microlesões de fibras musculares, causadas por atividade física intensa em musculatura flácida, conhecidas como “dor do começo do ano”. A partir dessas microlesões, ocorrerá a cicatrização das fibras musculares que irão aceitar a hipertrofia. Tratamento das DMTs: - Gelo, repouso, alongamento e hidratação. Trabalhos sérios mostram que a suplementação proteica não ajuda na cicatrização. - É uma dor que não é traumática. - É uma inflamação. O diagnóstico é clínico, mas é confirmável pela USG. - É causada por alguma sobrecarga (overuse) – trabalhadores de fábricas, por exemplo. Fatores que ajudam a ter tendinite: - Diminuição do suprimento sanguíneo (quando o músculo supraespinhal é acometido). - Desbalanço muscular. - Diminuição da elasticidade. - Diminuição do arco de movimento. - Obesidade. - Tabagismo. Diagnóstico Diferencial: - Tendinose (degeneração): é uma tendinite (está inflamado), mas o tendão já está degenerado. Pode fazer uma ruptura a qualquer momento -> cirurgia. - Tendinite Calcárea: é a calcificação do tendão. Dá pra ver na radiografia. Tratamento da Tendinite: - Repouso, gelo, AINE e reabilitação.
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