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123 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 4.2 NORMATIZAÇÃO Neste tópico, iremos tratar da normatização regida pelas normas ISO da série 9000 e da NBR ISO/IEC 17025. Iremos separar essa normatização em 3 subtópicos. 4.2.1 ISO 9001:2015 Sobre o monitoramento e a medição, o item 7.1.5 trata, em suas generalidades, que a organização deve determinar e prover os recursos necessários que assegurem resultados válidos e confiáveis quando o monitoramento ou medição for usado para verificar a conformidade dos produtos e servições como requisitos. Assegurando que os recursos providos: • Sejam adequados para o tipos específico de atividades de monitoramento e medição assumidas. • Sejam mantidos para assegurar que estejam continua- mente apopriados aos seus propósitos. A organização tem por dever reter informação documen- tada apropriada como evidência de que os recursos de monito- ramento e de medição sejam apropriados para seus propósitos. O item 7.1.5.2 trata da rastreabilidade da medição, que quando for um requisito ou for considerada pela organização uma parte essencial da provisão de confiança na validade de resultados de medição, há de se garantir que os equipamentos de medição sejam: • Verificados, calibrados ou ambos, a intervalos espe- cificados ou antes do uso contra padrões de medição rastreáveis a padrões de medição internacionais ou 124 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO nacionais; quando tais padrões não existirem, a base usada para calibração ou verificação deve ser retida como informação documentada; • Identificados para determinar sua situação; • Salvaguardados contra ajustes, danos ou deteriorações que invalidariam a situação de calibração e os resultados de medições subsequentes. Sobre a rastreabilidade de item, a norma diz, em seu item 8.5.2, que é responsabilidade da organização usar meios ade- quados para identificar saídas quando isso for necessário e assegurar a conformidade dos produtos e serviços. A organização também deve identificar a situação das saídas com relação aos requisitos de monitoramento e medição ao longo da produção e provisão de serviço, além de controlar a identificação única das saídas quando a rastreabilidade for um requisito e reter a in- formação documentada necessária para possibilitar a rastreabilidade. Sobre as medições, o item 9, avaliação e desempenho, trata no item 9. 1 do monitoramento da medição, análise e avaliação, que tem como 9.1.1 as generalidades que indicam que a organização deve determinar: • O que precisa ser monitorado e medido; • Os métodos para monitoramento, medição, análise e avaliação necessários para assegurar resultados válidos; • Quando o monitoramento e a medição devem ser realizados; • Quando os resultados de monitoramentoe e medição devem ser analisados e avaliados, além de avaliar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão de qua- lidade e reter informação documentada apropriada como evidência dos resultados. 125 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 4.2.2 NBR ISO/IEC 17025 O crescimento do uso de sistemas de gestão direcionados para a qualidade fez com que surgisse a necessidade de assegu- rar que laboratórios que fazem parte de organizações maiores ou que oferecem serviçoes com cadastro no INMETRO possam operar de acordo com um sistema de gestão em conformidade com a ABNT ISO 9001. Essa necessidade surge por se perceber que apenas a operação de acordo com os requisitos da norma 9001 não demonstra a competência do laboratório para produzir dados e resultados teoricamente válidos. O objetivo da norma é especificar os requisitos gerais para a competência em realizar ensaios e/ou calibrações incluindo a amostragem, cobrindo os método normalizados, não normalizados e métodos desenvolvidos pelo laboratório, sendo uma norma aplicá- vel a todas as organizações que realizam ensaios e/ou calibrações. Essa norma se aplica a laboratórios independetemente do número de pessoas ou extensão do escopo das atividades de ensaio e/ou calibração. Uma observação é que se o laboratório não realiza uma ou mais das atividades cobertas por esta norma, tais como amostragem e projeto/desenvolvimento de novos mé- todos, os requisitos referentes a estas seções não são aplicáveis. A norma trata os aspectos relacionados à gestão, organi- zação e método em um laboratório, mas iremos dar ênfase do item 5.4 ao item 5.9, que são específicos ao assunto abordado no livro. A íntegra desses itens encontra-se no anexo 1, que normatiza, em resumo: • Métodos de ensaio e calibração e validação de métodos e suas generalidades. • A seleção de métodos. 126 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO • Métodos desenvolvidos pelo laboratório. • Métodos não normalizados. • Validação de métodos. • Estimativa de incerteza e medição. • Controle de dados. • Equipamentos. • Rastreabilidade de medição e suas generalidades. • Requisitos específicos para calibração. • Ensaios. • Padrões de referência. • Materiais de referência. • Verificações intermediárias. • Transporte e armazenamento. • Amostragem. • Manuseio de itens no ensaio e calibração. • Garantia de qualidade de resultados de en- saio e calibração. 4.2.3 NBR ISO 9004:2010 A norma fornece orientação de apoio para qualquer or- ganização que opere dentro de um abiente de complexidade e exigência, ambiente este que deve estar sempre em mudança, de forma a alcançar o sucesso sustentado por meio de uma abordagem de gestão da qualidade. A ferramenta mais relevante é a análise critíca do nível de maturidade da organização, identificando pontos fortes e fracos, bem como oportunidades de melhoria de processos. O item 8 trata especificamente do monitoramento, me- dição, análise e análise crítica pela direção, sendo o item 8.3 específico para a medição que afirma: 127 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO Convém a alta direção avaliar os progressos na realização dos resultados planejados, comparando-os com a missao, visão, políticas, estratégias e objetivos em todos os níveis e em todos os processos e funções relevantes na organizaçao. Convém que a medição e análise do processo sejam utilizadas para monitorar es- se progresso, coletando e fornecendo as informações necessárias para as avaliações do desempenho e a tomada eficaz de decisão. A seleção de indicadores chave de desempenho e a me- todologia de monitoramento adequados são críticas para o sucesso do processo de medição e análise. Os métodos utili- zados para a coleta de informações relativas aos indicadores chave de desempenho devem ser praticáveis e adequados para a organização, seguem exemplos: • Avaliações de riscos e controle de riscos; • Entrevistas, questionários e pesquisas sobre satisfação de clientes de outras partes interessadas; • Benchmarking; • Análise crítica do desempenho, incluindo fornecedo- res e parceiros; • Monitoramento e registro das variáveis do processo e das caracetrísticas do produto. Sobre os indicadores chave, convém que esses fatores que estão sob controle da organização e que são críticos para o su- cesso sustentável estejam sujeitos à avaliação de desempenho e identificados como indicadores chave de desempenho. Eles devem ser quantificáveis, se possível, possibilitando que a organização estabeleça objetivos mensuráveis, identificando, monitorando e tendo a capacidade de tomar ações corretivas. As informações fornecidas pelos indicadores chaves devem considerar: 128 4 • Aspectos Metrológicos Do Sistema Da Qualidade • As necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes interessadas. • A importância de cada um dos produtos para a organi- zação, tanto no momento atual como no futuro. • A eficácia e a eficiência dos processos. • A utilização eficaz e eficiente dos recursos. • A lucratividadee o desempenho financeiro. • Requisitos estatutários e regulamentares, quando aplicável. A priori, a análise é realizada pela alta direção segundo a norma, com base nas informações coletadas no monitoramento do ambiente da organização, identificando riscos e oportunida- des. A análise da informação deve permitir decisões efetivas a serem feitas sobre estratégia e política. A análise crítica deve ser abordada de maneira sistemá- tica, assegurando que a informação é utilizada na tomada de decisão, e convém que as análises críticas avaliem os resutados alcançados em relação aos objetivos aplicáveis. A norma ainda estabelece que as análises críticas sejam planejadas e realizadas em intervalos periódicos, para possi- bilitar determinar tendências, bem como avaliar o progresso da organização no sentido de atingir seus objetivos. EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 132 Exercícios ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 1) Defina o que siginica o termo rastreabilidade em metrologia: Resposta: pode ser entendida como a capacidade de traçar um histórico, aplicação ou mesmo a localização de um item por meio de informações previamente registradas. 2) Qual a principal função do órgão INMETRO? Resposta: sua função é explicada em sua missão, que é prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformi- dade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do país. 3) Qual a diferença entre repetitividade e reprodutibilidade? Resposta: enquanto repetitividade é o grau de concordân- cia entre os resultados das medições de uma mesma peça nas mesmas condições de medição, a reprodutibilidade, representa o grau de concordância dos valores das medições. 4) Entre as normas abordadas nesse capítulo, qual delas é específica para laboratórios cadastrados no Inmetro? Resposta: NBR ISO/IEC 17025 133 Exercícios ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA 136 Bibliografia� ANÁLISE�DOS�SISTEMAS�DE�PRODUÇÃO ALBANO, Felipe de Medeiros. Engenharia da qualidade. Apresentação de slides, 2012. ALBERTAZZI, A. G. J.; SOUSA, A. R. Fundamentos de Metrologia Científica e industrial. São Paulo: Manole, 200. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001:2015: Informação e documentação. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 17025: Requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/9004:2010: Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – Uma abordagem da gestão da qualidade. Rio de Janeiro, 2010. BECKERT, Suelí Fischer. Análise dos sistemas de medição – MSA – Apresentação. BIPM. BUREAU INTERNATIONAL DE POIDS ET ME- SURES. The role and objectives of tha BIPM. Paris, 2017. Disponível em: <http://www.bipm.org/en/about-us/>. Acesso em: 18 dezembro.2017. BORCHARDT, Mirian. Implantação de um sistema de con- firmação metrológica. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999. 137 Bibliografia� ANÁLISE�DOS�SISTEMAS�DE�PRODUÇÃO CAVACO, M. A. M.; Metrologia II. Laboratório de Metrologia e automação. Santa Catarina, 2002. CERCAL, Alcione José; ZVIRTES, Leandro; CORTIVO, Nél- vio Dal. Sistemática para a análise de sistemas de medição (MAS): Estudo aplicado em uma empresa fornecedora de produtos para a indústria automotiva. Abepro, 2009. FERNANDES, Wilson Donizeti; NETO, Pedro Luiz Oliveira Costa. SILVA, José Ricardo. Metrologia e qualidade – sua importância como fatores de competitividade nos processos produtivos. Abepro, 2009. INMETRO. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUA- LIDADE E TECNOLOGIA. O que é o INMETRO. Brasília, 2012. INMETRO. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. V872 Vocabulário Inter- nacional de Metrologia: Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). Rio de Janeiro: INMETRO, 2012. KOBAYOSHI, Marcelo. Calibração de instrumentos de medição. SENAI – SP – 2012. LIRA, F. A. de. Metrologia na indústria. São Paulo: Ed. Erica, 2015. MENEZES, Felipe Morais. MSA: Análise dos sistemas de medição. ABDI – Produttare, 2013. 138 Bibliografia� ANÁLISE�DOS�SISTEMAS�DE�PRODUÇÃO MINITAB. Estudos de medição para dados contínuos. Material complementar disponível em https://www.minitab.com/uploaded Files/Documents/sample-materials/FuelInjectorNozzles-PT.pdf. Monico, João Francisco Galera; et al. Acurácia e Precisão: Revendo os conceitos de forma acurada. Bol. Ciênc. Geod., sec. Comunicações, Curitiba, v. 15, no 3, p.469-483, jul-set, 2009. Portal Action. Disponível em: http://www.portalaction.com.br/ manual-metrologia. Acesso em: 18 de dezembro.2017. TABACNIKS, M, H,; Conceitos Básicos da Teoria de Erros. Universidade de São Paulo, Instituto de Física, 2009. 139 Bibliografia� ANÁLISE�DOS�SISTEMAS�DE�PRODUÇÃO ANEXO I ANEXO I 142 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 143 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 144 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 145 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 146 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 147 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 148 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 149 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 150 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 151 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO 152 Anexo I ANÁLISE DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO
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