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Barbara Ellen

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Medicina de conservação 
de aniMais silvestres
Elaboração
Rafael Prange Bonorino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
ASPECTOS GERAIS ................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO E AMPLITUDE DE AÇÃO ................................................................................. 9
CAPÍTULO 2 
TÉCNICAS DE ESTUDO DE CAMPO ......................................................................................... 17
CAPÍTULO 3
MUDANÇAS CLIMÁTICAS ........................................................................................................ 23
UNIDADE II
IMPACTOS À FAUNA ............................................................................................................................. 26
CAPÍTULO 1
EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS .................................................................................................... 26
CAPÍTULO 2
AÇÕES DE REDUÇÃO DE IMPACTO ........................................................................................ 35
UNIDADE III
AÇÕES PARA A FAUNA......................................................................................................................... 38
CAPÍTULO 1
AÇÕES PARA A FAUNA AMAZÔNICA ....................................................................................... 38
UNIDADE IV
FAUNA BRASILEIRA ............................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS ............................................................................................. 49
CAPÍTULO 2
PERSPECTIVAS PARA CONSERVAÇÃO ...................................................................................... 59
UNIDADE V
PLANOS DE MANEJO DE ESPÉCIES ....................................................................................................... 66
CAPÍTULO 1
MANEJO DOS RECURSOS PESQUEIROS EM RESERVATÓRIOS .................................................... 66
CAPÍTULO 2 
MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS RÉPTEIS .............................................................................. 76
CAPÍTULO 3
MANEJO E CONSERVAÇÃO DE MAMÍFEROS CARNÍVOROS, ANFÍBIOS E AVES ......................... 87
UNIDADE VI
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO .......................................................................................................... 104
CAPÍTULO 1
FELÍDEOS ............................................................................................................................. 104
CAPÍTULO 2
MOVIMENTAÇÃO DA FAUNA E IMPLICAÇÕES ....................................................................... 112
CAPÍTULO 3
ESTRUTURA POPULACIONAL, FLUXO GÊNICO E CONSERVAÇÃO ............................................ 123
UNIDADE VII
PLANO DE MANEJO DE BIOMAS ....................................................................................................... 128
CAPÍTULO 1
CERRADO ........................................................................................................................... 128
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 134
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Na medida em que as questões ambientais ganham relevância para a sociedade, a 
proteção à natureza assume status de lei e passa a integrar as políticas públicas. O 
campo da conservação da biodiversidade é hoje um setor em franca expansão, no qual 
começam a surgir boas e novas oportunidades de trabalho para muitas profissões 
voltadas às áreas ambientais. 
A medicina da conservação constitui, entre outras finalidades, uma nova ciência voltada 
a enfrentar a ameaça crescente de agentes etiológicos que possam afligir a riqueza 
biológica do planeta.
Essa ciência é composta por profissionais multidisciplinares das mais diversas áreas: 
ecologia, epidemiologia, zoologia, botânica, microbiologia, parasitologia, patologia, 
biologia da conservação e medicina veterinária.
Há pouco tempo, pela bandeira da sobrevivência e a necessidade da conservação 
ambiental, abriu-se um novo campo de trabalho para vários profissionais, principalmente 
médicos veterinários que já trabalham com animais silvestres e intercambiam 
conhecimentos de outras áreas, além das suas. 
Há um desafio: buscar o equilíbrio entre crescimento econômico mundial e conservação 
da natureza. O que se consegue hoje, ponderando que há nítido crescimento populacional 
atrelado às necessidades alimentares e econômicas, é a discussãode sustentabilidade, 
em que se possa manejar a flora e a fauna de forma sustentável.
Hoje não há mais espaço para se pensar no homem enquanto visão antropocêntrica e 
dominadora, pois tudo faz parte de um equilíbrio ecológico que precisa ser mantido 
para a necessidade da sobrevivência de todas as espécies, inclusive a humana.
O Brasil tem grande responsabilidade sobre sua conservação, uma vez que é detentor 
das maiores biodiversidades faunísticas e florística. Nele concentra por volta de 15 a 
20% de toda a diversidade biológica mundial. Nosso país também concentra o maior 
número de espécies endêmicas, porém ainda temos um paradoxo: como conservar sem 
conhecer o real quantitativo das espécies?
Deve-se conservar até mesmo o que não se conhece. Como forma de precaução e para 
justificar a conservação, nasceu a economia ambiental, que busca valorar o ambiente 
objetivamente, direta e indiretamente, com o propósito de receber atenção daqueles 
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Nota
dê mais espaço entre as palavras
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Nota
dê mais espaço entre as palavras
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que buscam se beneficiar, de forma sustentável, das potencialidades econômicas que o 
meio ambiente pode trazer. 
Nesta apostila, serão abordados: manejo de conservação e reprodução de determinadas 
espécies mais vulneráveis, ações para redução dos impactos à fauna e técnicas de 
pesquisa a campo entre outros assuntos.
Bem-vindas(os)! Espero que o assunto abordado, além de ser mais uma disciplina, 
produza uma análise reflexiva sobre nosso papel enquanto seres pensantes e, por isso, 
responsáveis pela manutenção das espécies e do ambiente para o equilíbrio do clima, 
fundamental à sobrevivência de todos neste planeta! 
Objetivos 
Esta apostila tem o objetivo de:
 » Mostrar à(ao) aluna(o) a transdisciplinaridade que envolve a medicina 
da conservação.
 » Demonstrar a inter-relação entre as espécies, os ecossistemas e a saúde 
ambiental. 
 » Explicar que muitas das causas das zoonoses têm como origem o 
desequilíbrio ecológico.
 » Por fim, fazer a(o) aluna(o) perceber a interferência das ações humanas 
como fator de distúrbio e assim poder frear desenvolvimentos predatórios. 
 » Apontar as possibilidades de mercado, além da clínica como perícia 
criminal, projetos de preservação da fauna. 
Dell
Nota
coloque como último objetivo
10
11
UNIDADE IASPECTOS GERAIS
O objetivo desta unidade é trazer conceitos sobre a medicina da conservação, os atores 
envolvidos e a sua amplitude de atuação.
CAPÍTULO 1
Conceituação e amplitude de ação
Conceitos
A medicina da conservação é um campo de atuação expressiva para médicos veterinários, 
biólogos e várias outras disciplinas que trocam informação para se atingir o mesmo 
objetivo. 
O incessante impacto promovido pela humanidade nos quatro cantos do mundo em 
meados do século passado, com maior relevância a partir da década de 90, gerou 
problemas na saúde ambiental sem precedentes. 
Essa crise ambiental e seus diversos efeitos alarmaram os cientistas na busca de elucidar 
a origem de tais perturbações e as formas que poderiam ser utilizadas para reverter esse 
preocupante panorama.
A ciência reuniu especialistas na área de ecologia, epidemiologia, zoologia, botânica, 
microbiologia, parasitologia, patologias humana, animal e vegetal, e no amadurecimento 
dessas ideias e seus intercâmbios, nasceu a Medicina da Conservação (MANGINI; 
SILVA, 2007). 
Ela também é conhecida como a “ciência da crise” (OSTFELD, 2002), pois, nesse 
contexto, a principal ameaça identificada é a destruição de ciclos biológicos complexos, 
responsáveis pela manutenção da saúde das espécies e dos ecossistemas.
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1990
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
Visto que ela não pode ser considerada um tema isolado e sim a soma de todos, ao 
se somar todo o conhecimento sobre animais selvagens, pode-se inferir que todo esse 
conhecimento é apenas uma parte contributiva do universo da biologia da conservação, 
no qual situações complexas se intercambiam para tentar buscar explicações e soluções 
para os efeitos encontrados. 
 Ciência para crise da saúde ambiental e a consequente perda da biodiversidade, 
desenvolvida por meio da transdisciplinaridade na execução de pesquisas, 
ações de manejo e políticas públicas ambientais voltadas à manutenção da 
saúde de todas as comunidades biológicas e seus ecossistemas. (MANGINI; 
SILVA, 2007). 
A finalidade é, entre outras, o meio ambiente sadio e a manutenção do equilíbrio 
ecológico. 
Vê-se por esse conceito a amplitude de ação deste tema tão complexo e diverso, em que 
atuam muitos atores de várias ciências. 
Observou-se por esses estudos que processos naturais estavam sendo alterados em 
ritmo sem precedentes e que perturbações populacionais eram decorrentes de fatores 
complexos e diversos interligados. O “ruflar de asas de uma borboleta em uma região 
pode causar tempestade em outro local distante”. Essa representação não é exagerada 
quando se discute ecologia, quando um determinado prejuízo ambiental decorre de um 
desencadear de fatos muitas vezes banais para nós, mas que podem se transformar em 
problemas maiores porque não temos a percepção conjunta do problema.
Isso pode explicar, algumas vezes, por que o planeta padece de determinadas epidemias, 
(que no presente momento parece cada vez mais frequente), como surtos de zoonoses. 
Epidemias por diversos micro-organismos têm recebido atenção mundial, visto seus 
efeitos catastróficos humanos, sociais e econômicos. Muitos desses agentes estão latentes 
ou permanecem em determinadas espécies animais de forma endêmica, produzindo 
baixa patogenicidade e morbidade. Embora saibamos da existência desses agentes (são 
os habitantes mais antigos!), essa “onda invisível” tem sido mais corriqueira e mais 
avassaladora, saindo de seu equilíbrio ecológico. É impossível erradicá-los, sabemos 
disso, o objetivo é mantê-los dentro de valores aceitáveis e de forma endêmica na 
população de origem.
Autores citam, como exemplo, os primeiros problemas de saúde populacional que 
originaram a necessidade de se conhecer um pouco mais sobre a medicina da conservação 
e aproximaram médicos veterinários de silvestres com biólogos da conservação, são 
eles:
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ASPECTOS GERAIS │ UNIDADE I
Morbiliviroses em mamíferos marinhos 
Nas décadas de 80 e 90, diversas mortes em massa, registradas na América do Norte 
e Europa atingiram focas (Phoca sp) de diversas espécies, além de golfinhos. Todas 
as mortes foram atribuídas ao morbilivirus sp, e a sua entrada ao ambiente aquático 
ocorreu por agentes virais como o vírus da cinomose canina, o que foi atribuído ao 
contato estreito entre animais domésticos e silvestres (DUIGNAN, 1999).
Declínio global de anfíbios 
Populações de anfíbios, como o Bufo periglenes (sapo-dourado), tornaram-se extintas 
logo depois da sua descoberta. Isso aconteceu em vários continentes como Europa, 
Ásia, América, inclusive países como o Brasil, tendo como causas mais prováveis a 
perda e a modificação de habitats, tanto aquático quanto terrestre, além de alterações 
na qualidade da água e ar, com agentes químicos e pesticidas usados em lavouras. 
São atribuídas outras causas que afetam vários outros vertebrados: chuva ácida, 
aquecimento global, introdução de espécies invasoras e predadoras, as quais não 
encontram seus próprios predadores naturais. Muitos desses animais trazem consigo 
agentes fúngicos, bacterianos, virais e parasitários que não lhes causam enfermidades, 
mas em contato com animais nativos os transmitem, desencadeando a patologia 
(DASZAK, 1999).
Os anfíbios, entre outros, são marcadores ambientais. Quando há um desequilíbrio 
ambiental, são umdos primeiros animais a sofrerem alterações em suas populações. 
Surgimento de pneumonia asiática e outros 
No ano 2000, o mundo recaiu com a Síndrome Respiratória Aguda Severa – SARS, que 
despontava como uma nova doença fatal e de rápida disseminação. Tal doença surgiu 
na China, em Guangdong, e logo se disseminou para vários outros países do Oriente e 
Canadá.
Esse coronavírus foi isolado em espécies selvagens como os canídeos, viverídeos 
e mustelídeos. O contato próximo entre comerciantes de animais vivos e abatidos 
ajudou a disseminar o agente. O uso intensificado dos recursos naturais multiplica a 
possibilidade de que agentes etiológicos, já adaptados a seus hospedeiros, transponham 
seus nichos ecológicos originais e assumam o caráter patogênico (MANGINI; SILVA, 
2007).
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sem itálico
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coloque em itálico
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tire o traço
coloque entre parênteses
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
O processo de globalização não mantém mais o agente concentrado em determinada 
região e sim promove a sua distribuição pelo mundo. Isso é bem caracterizado com 
epidemias que costuma ficar restritas a determinada região, mas que ganham velocidade 
de disseminação para outros continentes, como está sendo noticiado com o coronavírus 
respiratório.
A chegada da febre do Nilo à América do Norte foi outro fator de alerta aos perigos 
atribuídos ao distúrbio ecológico. Essa patologia foi descoberta inicialmente em 1930, 
na África, causada por um flavivírus e transmitida por um vetor hematófago. Afeta 
vários vertebrados e os humanos. Os equinos e aves migratórias são os disseminadores e 
reservatórios do vírus. Deve-se, entre outras causas, ao trânsito de animais sem histórico 
e à ameaça a ecossistemas equilibrados como fatores importantes de disseminação viral 
(MANGINI; SILVA, 2007).
O vírus da cinomose é um exemplo contundente da migração viral entre as espécies da 
aproximação da vida selvagem com animais domésticos, até então conhecida entre os 
cães. O rastreamento da doença demonstrou que os cães estavam tendo contato com 
as hienas, e estas com os leões, possibilitando aos felinos o contato com o vírus, o que 
dizimou cerca de 30% de leões em reservas como no Serengeti. A doença já foi isolada 
em felídeos exóticos, como o leão e tigre, assim como em furão e quati. Como o vírus 
atinge diversas espécies, inclusive felídeos exóticos, seria possível ocorrer também no 
gato doméstico? 
Em 1993, nos Estados Unidos, várias pessoas morreram de uma doença respiratória 
aguda chamada hantavirose. A causa das mortes foi devido ao contato que a população 
teve com secreções de ratos infectados em suas casas ou na vizinhança. Essas mortes, 
de acordo com os epidemiologistas, ocorriam sempre após períodos de fortes chuvas, 
que não costumavam ocorrer no passado. Os cientistas então confirmaram que a chuva, 
induzida pelo El Niño, foi muito forte durante o inverno e a primavera, justamente 
antes de os surtos ocorrerem. 
2.Objetivos da medicina da conservação
Promover a saúde dos ecossistemas, a saúde ambiental, uma vez que o surgimento das 
enfermidades é algo dinâmico. A interconexão entre a saúde animal e a saúde humana, 
decorrentes das interações entre os patógenos nas espécies, é fundamental (TABOR, 
2002), por isso considera-se que a saúde ambiental é dependente da conjunção das 
saúdes: humana, animal, vegetal e ecossistemas que estão intrinsecamente relacionadas.
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apagar traço e deixar espaço
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apagar
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dê um pouco mais de espaço
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ASPECTOS GERAIS │ UNIDADE I
Alguns exemplos de trabalho de pesquisa já são implementados, como prática na 
conservação de algumas espécies. São elas: Projeto Tamar, implementado na costa 
marítima brasileira, com tartarugas marinhas de várias espécies; Instituto baleia 
Jubarte, no parque nacional de Abrolhos (BA); Fundação SOS Mata Atlântica, que 
trabalha com diversas espécies selvagens, Pró-carnívoros, Fundação de mamíferos 
aquáticos etc. Institutos, como o Horus, no Paraná, que trabalha na prevenção de 
espécies invasoras (importante causa de perda de biodiversidade). 
Figura 1. Projeto Tamar.
Fonte:https://noticias.r7.com/bahia/projeto-tamar-comemora-soltura-de-35-milhoes-de-tartarugas-07042018.
Causas das enfermidades 
Mudanças nas condições ambientais podem facilitar o trânsito e a capacidade de 
adaptação de micro-organismos a novos hospedeiros, e até mesmo o aumento da 
capacidade patogênica para um antigo hospedeiro, é o caso da SARS, que demonstrou 
a capacidade de adaptação dos agentes infecciosos a novos hospedeiros, assim como 
tem ocorrido recentemente com outros coronavírus respiratórios, ou seja, o agente 
etiológico infecta um novo hospedeiro e se torna adaptado a ele. Isso acontece nos 
tempos atuais pela quebra de barreiras ambientais naturais, o que proporciona uma 
maior proximidade entre diferentes hospedeiros, sendo, portanto, um dos fatores 
predisponentes à adaptação do agente infeccioso a um novo nicho. Nele, segue 
adaptando-se a novos hospedeiros sucessivamente. Essa sequência de adaptações pode 
trazer consequências imprevisíveis para os hospedeiros, pois a patogenicidade poderá 
ser alterada e até agravada (MANGINI; SILVA, 2007).
https://noticias.r7.com/bahia/projeto-tamar-comemora-soltura-de-35-milhoes-de-tartarugas-07042018
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
Mudanças climáticas globais influenciam a dinâmica de dispersão e reprodução de 
artrópodes e ou outros vetores, e essa tem sido a principal causa da incidência de 
doenças infecciosas mediadas por esses invertebrados, a exemplo do El Niño, como 
fator predisponente da leishmaniose. 
A expansão de áreas agrícolas/pecuarista afeta habitats selvagens e os deslocam para 
as áreas urbanas e com isso acidentes e risco zoonótico. A destruição dos habitats é a 
principal causa da extinção das espécies (DASZAK, 1999).
Especificamente em relação à vida silvestre, o animal silvestre retirado do ambiente 
natural não desempenha o seu papel biológico e, assim, representa uma perda genética, 
porém devemos lembrar que está em jogo um grande mercado lucrativo e ilegal, pois o 
tráfico de animais silvestres é a 3° maior atividade ilícita econômica mundial.
Figura 2. Tríade de elementos, componentes da saúde ambiental com base conceitual ampliada para 
implantação da medicina da conservação.
 
 
Saúde do 
ecossistema
Saúde 
humana 
Saúde 
animal 
Saúde 
ecológica 
Fonte: CUBAS,2007.
Papel dos animais silvestres na manutenção de 
patógenos em um ambiente
A pesquisa sobre a contribuição dos animais demonstrou que eles podem atuar 
como sentinelas na epidemiologia de certas doenças ou infecções. Mediante seu 
monitoramento, percorre-se a atividade e a circulação de específicos agentes biológicos 
ameaçadores do meio ambiente, como, por exemplo, os anfíbios. 
Essas espécies silvestres sentinelas são indicadoras da saúde ambiental. Fornecem 
informações sobre um determinado ecossistema, o que auxilia a detecção precoce de 
perturbações ambientais com a possibilidade de intervenção .
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Realce
coloque em itálico
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coloque em itálico
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coloque assim
3o
17
ASPECTOS GERAIS │ UNIDADE I
Entre alguns exemplos de sentinelas, estão aqueles que exercem a função de 
hospedeiros de um patógeno transmitido por vetor, mas não desenvolvem a doença 
crônica, sendo improvável fonte de infecção para novos vetores. É o exemplo da 
suçuarana (Puma concolor) em relação ao agente (Anaplasma phagocytophilum) 
transmitido por carrapato e responsável pela anaplasmose granulocítica, considerada 
uma zoonose (CARO; O’DOHERTY, 1999).
Leva-se em consideração que a relação entre os patógenos e as espécies susceptíveis 
apresenta um caráter dinâmico devido às pressões seletivas. Essas interações entre 
parasito e hospedeiro podem provocar mudanças no perfil epidemiológico de 
diversas parasitoses, além daemergência de novas doenças ou de outras consideradas 
controladas.
Um reservatório deve ter as seguintes características: acumular evidências 
epidemiológicas que associam o potencial reservatório à população-alvo, à evidência da 
infecção natural na população não alvo (por meio da identificação prévia da infecção por 
detecção de anticorpos, pelo isolamento do agente infeccioso ou, ainda, pela detecção 
do seu gene no hospedeiro), somada à transmissão para a população-alvo (por meio 
de infecção experimental); além da caracterização genética do patógeno em diferentes 
populações e a delimitação da população-alvo (MANGINI; SILVA, 2006). 
O papel do médico veterinário na medicina da 
conservação 
Os veterinários em complementariedade aos trabalhos biológicos são fundamentais 
na investigação e no manejo da saúde animal, sendo importantes na manutenção do 
equilíbrio do ecossistema, principalmente quando há um intercâmbio entre a saúde dos 
animais domésticos e dos silvestres. 
As aplicações abrangem a epidemiologia das doenças nas espécies selvagens in-situ e ex-
situ; impactos de agentes etiológicos nas populações de animais selvagens; importância 
do trânsito de doenças entre espécies domésticas e selvagens; impactos de zoonoses 
e agentes estressantes nas populações animais; doenças prevalentes que afetam as 
populações animais; saúde pública veterinária e vigilância epidemiológica. 
Ferramentas de metodologia 
Estudo de espécies selvagens 
Esse método é justificado, pois é um balizador a demonstrar alterações significativas 
ambientais e do ecossistema. Elegem-se espécies nativas como sentinelas, pois possuem 
Dell
Realce
coloque na mesma linha
18
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
uma capacidade de refletir alterações ambientais precocemente e proporcionar maior 
eficiência no monitoramento ambiental. A espécie sentinela deve ser acessível e 
monitorada constantemente (TABOR, 2001).
Métodos de captura e coleta de material são fundamentais para o estudo de campo. 
Conta, para isso, com modelos como o sistema de Global Positioning System (GPS) e 
o Sistema de Informação Geográfica (SIS), que são úteis para levantamento de longo 
prazo, porém os poucos estudos são de iniciativas particulares de países europeus, 
ainda com poucos relatos sobre morbidade e mortalidade causadas por doenças 
tropicais nas espécies silvestres, mesmo sabendo que muitas dessas são reservatórios 
para importantes zoonoses.
Estudo das características ambientais 
Na determinação do grau de conservação, fatores antrópicos podem influenciar 
diretamente o perfil sanitário das espécies selvagens. Presença de fragmentos 
florestais, pecuária, extrativismo, caça, proximidade com núcleos urbanos podem 
ser determinantes na ecologia das populações e na história da evolução das doenças 
(MANGINI; VIDOLIN; VELASTIN, 2003).
Os métodos clássicos de produção animal também são impactantes, pois poderiam 
visar, além da produtividade, o uso racional dos recursos e as medidas efetivas de 
saneamento ambiental, seja pelo destino adequado dos dejetos, assim como pelas 
carcaças e fetos abortados, por isso a relevância do papel do zootecnista na promoção 
da saúde ambiental atrelada a produção.
Hoje se sabe o potencial desses dejetos na produção de energia (metano) e na produção 
de compostos por compostagem na produção de adubos: uma solução econômica 
resolve um problema ambiental!
Quadro 1. Fatores que contribuem para a emergência ou reemergência de algumas doenças infecciosas.
Fatores predisponentes Doenças infecciosas
Comportamento e demografia humana Dengue, DST, giárdia
Indústria e tecnologia Infecção nosocomial (hospitalar), síndrome da uremia hemolítica
Desenvolvimento econômico e uso da terra
Doença de Lyme, malária, raiva, febre amarela, leishmania, esquistossomose, doença de 
Chagas, filariose , hantavirose
Comércio e viagens internacionais Malária, cólera, pneumonia pneumocócica, SARS
Não atendimento de medidas de saúde pública Raiva, tuberculose, difteria, coqueluche, cólera, leptospirose
Mudanças e adaptação microbial Influenza, AIDS, malária, estafilococose
Mudanças climáticas Malária, dengue, cólera, febra amarela, leishmaniose
 
Fonte: (MANGINI; SILVA, 2007).
19
CAPÍTULO 2 
Técnicas de estudo de campo
Introdução
Os estudos da fauna silvestres têm várias finalidades: obter dados biológicos de uma 
espécie ou população em um determinado local, examinar alterações entre as espécies, 
monitorar e estudar doenças, determinar mudanças fisiológicas e comportamentais 
relacionadas às mudanças ambientais, determinar a distribuição de populações e seu 
padrão de deslocamento e monitorar a qualidade ambiental (PAULA; FERREIRA, 
2007).
Antes de iniciar ao estudo, é preciso definir a técnica e seu planejamento. Determinar: 
custos, logística e viabilidade do projeto.
Pela dificuldade de captura dos animais e de se obter o conhecimento quantitativo e 
qualitativo das espécies, trabalha-se com a amostra, na qual a captura e coleta de dados 
são extrapoladas para a população (desde que seja uma amostra razoável para evitar 
vícios de análise). Pode-se inferir dados biológicos para produzir recomendações para 
o manejo dessa espécie.
Técnicas
Estimativa de densidade populacional 
Como é raramente possível conhecer o censo de uma determinada espécie, essa técnica 
visa estimar uma população com base na captura de alguns indivíduos da mesma 
espécie. Para isso, lança-se mão de levantamentos de amostragem.
Os levantamentos podem ser divididos em categorias: contagens que incluem todos 
os indivíduos amostrados (que pode ser um quadrante) ou contagens incompletas na 
unidade de amostra em função da impossibilidade de apurar alguns indivíduos (PAULA; 
FERREIRA, 2007).
Umm método simples para estimar a população de vida livre (N) é o de captura- 
marcação e recaptura, e que pode ser dividida em dois tipos de procedimentos: direta 
e inversa.
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Na amostragem direta, toma-se uma primeira amostra aleatória (t) da população, 
efetua-se a marcação dos animais amostrados e a soltura e, algum tempo depois, em 
uma segunda amostragem, captura-se uma quantidade predeterminada de animais (n) 
e observa-se o número de animais marcados (s).
Já na amostragem inversa, toma-se uma primeira amostra aleatória (t) da população, 
efetua-se a marcação dos animais amostrados e a soltura, algum tempo depois, 
captura-se até atingir um número predeterminado de animais a serem observados (s), 
independentemente do número total de capturados. O cálculo do tamanho da população 
é:
N = nt/s
Essas metodologias têm como pressuposto o fato de que os animais marcados misturar-
se-ão de modo homogêneo na população; o processo de marcação não deve alterar a 
sobrevida dos indivíduos; e a população deve ser fechada – não sofrendo a introdução 
ou perda de indivíduos entre dois procedimentos de amostragem (PAULA; FERREIRA, 
2007).
Captura de animais selvagens 
O método de captura dependerá da pesquisa e da espécie a ser estudada. Em primeiro 
lugar, deve-se priorizar a integridade física da equipe e dos animais a serem estudados. 
Sendo a sua captura realizada por métodos humanitários e com o mínimo de dor ou 
estresse. 
Para isso, deve-se proceder a protocolos de segurança e de situações inesperadas que 
possam acontecer durante os procedimentos.
Deve-se determinar um número mínimo de animais a ser estudado para não 
comprometer o estudo, ter validade estatística e poder extrapolar a população.
Principais formas de captura 
Pitfalls
São buracos feitos no solo que devem ter o tamanho de acordo com a espécie a ser 
estudada. Usado para invertebrados e pequenos vertebrados, com 40 a 50 cm de 
profundidade e 20 a 40 cm de diâmetro. Os animais serão direcionados ao se colocar 
aparatos que conduzam ao local. Devem ser checadas periodicamente, principalmente 
para espécies sensíveis que não possam ficam muito tempo sem se alimentar.
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ASPECTOS GERAIS │ UNIDADEI
Figura 3. Pitfall.
Fonte: https://www.flickr.com/photos/132045252@N08/19016955010.
Armadilhas Sherman e Tomahawk 
As armadilhas podem ser gaiolas, caixas ou currais confeccionados de diversos materiais 
(madeira ou ferro) e a depender do tamanho e resistência. As armadilhas Sherman e 
Tomahawk devem ser colocadas em ambiente de trânsito animal.
Essas armadilhas possuem um sistema de gatilho que é disparado quando o animal 
entra na armadilha ao buscar as iscas que ali estão, ou para algumas espécies, usar 
odores para atrair o indivíduo. 
Qualquer das armadilhas deve ser checada periodicamente e camuflada ao ambiente 
com o mínimo de manipulação possível (melhor com luvas) para evitar a desconfiança 
do animal e seu afastamento.
Figura 4. Armadilhas Tomahawk e Sherman.
 
 
A B 
Legenda: A – armadilha Tomahawk; B – armadilha Sherman.
Fonte A: http://www.sogorb.com.br/index.php/portfolio/armadilha-para-captura-de-gatos-modelo-tomahawk/. 
Fonte B: http://zoomamiferos.blogspot.com/2013/05/armadilhas-sherman-e-tomahawk.html.
https://www.flickr.com/photos/132045252@N08/19016955010
http://www.sogorb.com.br/index.php/portfolio/armadilha-para-captura-de-gatos-modelo-tomahawk/
http://zoomamiferos.blogspot.com/2013/05/armadilhas-sherman-e-tomahawk.html
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
Currais
Os currais são usados para animais maiores como cervídeos, suídeos, grandes roedores, 
antas, entre outros. O tamanho e a altura devem ser compatíveis com a espécie. O 
espaço não pode permitir muita movimentação, e a altura não pode permitir o animal 
transpassar. 
No local, realiza-se uma ceva (ambiente familiar para o animal e que ajude a aproximá-
lo). Depois de um tempo de habituação, constrói-se um curral com uma porta automática 
manualmente.
Figura 5. Ceva com curral para capivaras.
Fonte: https://bragancaempauta.com.br/capivaras-sao-removidas-do-lago-do-taboao-e-portal-de-braganca/
Outro método é a captura por redes com tamanhos e calibres diferentes. Redes de 
neblina, muito finas, são usadas para morcegos e aves. São checadas a cada 10 minutos. 
Outras mais grossas e resistentes são usadas para ungulados e cervídeos. As redes 
devem ser colocadas em um ponto, e os animais devem ser conduzidos e ali capturados. 
As net guns são redes disparadas por armas adaptadas. 
Obs: Evitar a perseguição excessiva, pois alguns animais sofrem a miopatia de 
captura, exemplo clássico é o cervídeo que, ao ser submetido ao estresse agudo, 
pode vir a óbito! 
Laços fixados no solo podem ser úteis para aves, mamíferos e répteis. Esses laços são 
presos aos membros. A desvantagem desse método é a pouca área de abrangência 
e a possibilidade de causar traumas ou estresse nos animais, principalmente se ele 
ficar muito tempo preso, por isso deve-se fazer constante monitoramento.
https://bragancaempauta.com.br/capivaras-sao-removidas-do-lago-do-taboao-e-portal-de-braganca/
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ASPECTOS GERAIS │ UNIDADE I
Figura 6: A. net gun; B: disparo da rede.
 
 
A B 
Fontes A: https://www.animal-care.com/product/coda-all-purpose-net-gun/.
Fonte B: https://www.wpr.org/emergency-responders-simulate-massive-oil-spill-mississippi.
Por experiência, depois de o animal “cair em alguma das armadilhas”, proceder à 
contenção física ou química propriamente dita. Para casos em que o animal esteja 
muito estressado ou seja perigoso, ou mesmo para procedimentos longos, sugere-se 
a contenção química, que pode ser uma sedação ou uma anestesia mais profunda a 
depender do caso. Ter sempre à mão os antagonistas reversores quando existentes.
Identificação dos animais 
Após a captura e contenção, procede-se à marcação do animal para posteriormente 
identificá-lo a distância ou em uma recaptura. 
As marcas podem ser permanentes ou temporárias. Entre as primeiras, temos: cicatrizes 
dérmicas causadas por metal quente ou congelamento; tatuagens, alterações cirúrgicas, 
(ex.: picotes na orelha, amputações). Essas são técnicas que permitem que o animal 
seja identificado a distância.
A técnica do transponder (microship) é uma das mais usadas, permanente e pouco 
traumática, porém não permite identificar a distância e sim com um leitor de microschip 
em contato ao animal. 
As marcações semipermanentes são: colares, brincos e anilhas confeccionadas em 
metal ou plástico. São usadas para estudos a longo prazo. Já as marcações temporárias 
duram pouco tempo e incluem produtos químicos, como tintas que vão desaparecendo 
com o tempo (PAULA; FERREIRA, 2007). 
Radiotelemetria 
Essa técnica permite ao pesquisador localizar e acompanhar o animal a distância, 
monitorar sinais vitais e fisiológicos, assim como os padrões de atividade e deambulação. 
Técnica usada em canídeos e felídeos, quelônios e aves.
O sistema consiste em um computador para visualização dos resultados, um módulo de 
radiofrequência e um GPS. O transmissor acoplável ao animal estudado (colar) emite 
sinais de rádio captados por um receptor por meio de uma antena se possível.
https://www.animal-care.com/product/coda-all-purpose-net-gun/
https://www.wpr.org/emergency-responders-simulate-massive-oil-spill-mississippi
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
As técnicas de radiotelemetria buscam, em geral, elucidar padrões de movimentação, 
territorialidade e utilização de recursos, bem como avaliar parâmetros demográficos, 
tais como: densidade, sobrevivência e dispersão de uma determinada espécie, além de 
parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca e temperatura retal. 
O sistema GPS é empregado para espécies que utilizam grandes áreas, como a jaguatirica 
(Leopardus pardalis), a onça-pintada (Panthera onca), mas o relevo e a vegetação 
podem interferir no sinal via satélite (JACOB, 2003).
Algumas das desvantagens são: equipamento caro, a bateria deve ser trocada 
periodicamente, por isso o animal deve ser recapturado, pode haver corrosão da bateria 
e afetar o animal.
Figura 7. Colar radiotelemétrico em onça-pintada, antena e colar.
Fonte: https://www.acritica.com/channels/governo/news/instituto-mamiraua-monitora-onca-pintada-em-gestacao-na-
amazonia
Quadro 2. Tipo e locais recomendados para cada classe animal.
Tipo Principais classes Local de marcação
Transponder Mamíferos Região dorsal cervical subcutâneo
Aves Musculatura peitoral, musculatura da coxa
Répteis Região umeral em quelônios
Porção dorsal da base da cauda em serpentes e lacertílios
Anfíbios Cavidade celomática
Peixes Base direita ou esquerda da nadadeira dorsal
tatuagem Mamíferos, alguns répteis e anfíbios Orelhas, parte interna da coxa
Marcas dérmicas Mamíferos Diversos locais
Picotes Mamíferos Pavilhão auditivo
Répteis Escamas marginais da carapaça, em quelônios
Escamas dorsais da cauda, em crocodilianos
Brincos Mamíferos aves, répteis e anfíbios Orelhas, patas, asa em aves e morcegos
Colares Mamíferos Pescoço
Anilhas Aves e morcegos Patas ou asas
Pinturas Mamíferos aves, répteis e anfíbios Locais de fácil localização
 
Fonte: Adaptado de Paula e Ferreira (2007).
https://www.acritica.com/channels/governo/news/instituto-mamiraua-monitora-onca-pintada-em-gestacao-na-amazonia
https://www.acritica.com/channels/governo/news/instituto-mamiraua-monitora-onca-pintada-em-gestacao-na-amazonia
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CAPÍTULO 3
Mudanças climáticas
Introdução 
O principal fator de mudança climática global é de origem antrópica, pela emissão de 
gases de efeito estufa por gases de metano e CO2 que também promovem mudanças nos 
ecossistemas e, consequentemente, perda da diversidade biológica.
Os países tropicais, os maiores detentores de cobertura natural de floresta, são os 
mais afetados. As consequências não se limitam somente a questões ambientais, mas 
também aos deslocamentos de agentes parasitários e infecciosos. 
Especificamente em relação às doenças infecciosas de caráter zoonótico, há a existência 
de quatro mecanismos pelos quais a mudança climáticapoderá influenciar a ocorrência 
desses processos infecciosos: efeitos sobre a distribuição geográfica; A densidade de 
população; A prevalência das infecções e a carga patogênica em hospedeiros e vetores 
(MILLS, 2010). Esses impactos poderão ocorrer sobre vetores e reservatórios silvestres 
das infecções por conta das interações ecológicas complexas. 
O IPCC, painel intergovernamental sobre mudanças climáticas, é o fórum privilegiado 
para a análise periódica do sistema climático global e suas anomalias, bem como os 
impactos decorrentes e a vulnerabilidade dos sistemas naturais e sociais.
Verificou-se que aproximadamente 20 a 30% das espécies de plantas e animais estarão 
em alto risco de extinção se a temperatura média global exceder em 2 a 3°C em relação 
aos níveis pré-industriais. Do mesmo modo, o aumento médio de temperatura de 2 a 
3°C causaria mudanças substanciais na estrutura e funcionamento dos ecossistemas 
terrestres e marinhos. São considerados como mais vulneráveis os seguintes 
ecossistemas: Recifes de corais; Geleiras; Ecossistemas de altas latitudes (p. ex., 
florestas boreais) ; Ecossistemas de montanha e os de clima mediterrâneo (FISCHLIN, 
2008).
Mudanças nos ecossistemas 
O ecossistema é definido como complexo dinâmico de plantas, animais e micro-
organismos associado ao ambiente físico que interage como uma unidade funcional. 
Com o grau de interferência humana, ele pode ser classificado em:
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UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS
 » Ecossistemas naturais: interferência humana desprezível, sendo que sua 
estrutura e funcionamento estão preservados.
 » Sistemas cultivados: dominados por espécies cultivadas, em que pelo 
menos 30 % da paisagem é modificada para cultivo de culturas. 
 » Sistemas construídos: são os ambientes urbano e suburbano com alta 
densidade populacional (CONFALONIERI, 2014).
Os serviços ambientais (ou ecossistêmicos) são uma das partes estudadas pela 
economia ambiental e, entre alguns dos benefícios trazidos, listam-se: regulação 
climática, manutenção do ciclo hidrológico com disponibilidade de água doce, ar 
isento de impurezas, solo fértil e diversos produtos naturais essenciais à sobrevivência 
humana e animal. Como também a manutenção de um equilíbrio epidemiológico, 
pois ecossistemas intactos equilibrados impedem a invasão de outra espécie envolvida 
no ciclo de transmissão dos patógenos, de acordo com estudos realizados por alguns 
autores como “efeito diluição” (BEGON, 2008). 
Várias doenças infecciosas endêmicas no Brasil e que afetam a população humana 
são zoonoses com focos naturais. As mais importantes são a doença de Chagas; As 
leishmanioses visceral e tegumentar; A síndrome da hantavirose pulmonar; A febre 
amarela e várias outras arboviroses presentes principalmente nos ecossistemas 
amazônicos. Todas usam mamíferos e aves silvestres como hospedeiros naturais.
Há muitos exemplos de modificações em ecossistemas naturais, especialmente 
aquelas decorrentes de desmatamento, afetando a dinâmica de processos infecciosos 
com focos naturais em todo o mundo. Na América do Sul, há surtos de leishmaniose 
tegumentar, cuja ocorrência foi facilitada pela abertura de estradas e ferrovias, sendo 
que este fenômeno já era reconhecido há um século; E infecções humanas causadas por 
diferentes tipos de arenavírus, que provocam febres hemorrágicas (BRUMPT, 1913).
A hantavirose é um caso emblemático que afetou os norte-americanos. Depois, houve 
casos no Brasil. No ser humano, a infecção ocorre por inalação de partículas virais 
presentes em aerossóis eliminados dos roedores que são reservatórios. Os eventos 
da transmissão são: seca prolongada, redução da população de roedores, migração de 
carnívoros. Chuvas intensas que regeneraram o ecossistema e permitem crescimento 
rápido da população de roedores e lento dos carnívoros, favorecendo uma explosão de 
roedores. 
Os problemas recaem com maior intensidade em países da América do Sul, 
principalmente para regiões tropicais, pois, embora haja maior biodiversidade, há 
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coloque o .
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ASPECTOS GERAIS │ UNIDADE I
também grandes lacunas de conhecimento no campo da flora e fauna. Um estudo 
apontou que dos 335 episódios mundiais de surgimento de patógenos humanos, entre 
1940 e 2004, 60,3% eram de caráter zoonótico e, entre estes, 71,8% se originaram da 
fauna silvestre (JONES, 2008). Além do que, o risco de surgimento de novos processos 
infecciosos por efeito de modificações ecossistêmicas é maior nos trópicos por sua 
grande riqueza biológica, pela maior exposição da população humana e por deficiências 
nos sistemas de vigilância epidemiológica.
Figura 8. Bolomys lasiurus – transmissor do hantavírus.
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/02/rato.jpg.
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/02/rato.jpg
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UNIDADE IIIMPACTOS À FAUNA
CAPÍTULO 1
Emergências ambientais
Introdução 
Emergência ambiental é uma ameaça súbita à saúde pública e à integridade do 
meio ambiente, com risco de perdas humanas e graves danos ambientais, além de 
grandes perdas econômicas. Isso demanda medidas imediatas para minimizar suas 
consequências adversas. As emergências podem ser resultantes de eventos naturais ou 
induzidos pelo homem e podem ser classificadas como:
 » Desastres naturais: inundações, secas, ciclones e furacões, terremotos, 
deslizamentos de terra, avalanches, incêndios florestais, tsunamis e 
erupções vulcânicas.
 » Desastres provocados pelo homem: explosões, vazamentos de gás, 
incêndios estruturais, envenenamento, acidentes com radiação e 
derramamentos de produtos químicos.
Esse tipo de situação tem sido cada vez mais frequente devido à mudança climática, 
por isso as catástrofes naturais ocorrem com maior frequência, sendo os desastres 
relacionados à agua os mais abundantes. Esses desastres representaram 56,1% da 
ocorrência total e juntamente com os desastres meteorológicos, o segundo mais 
frequente, foram responsáveis por 79% da ocorrência total de desastres no mundo 
(GUHASAPIR, 2010).
A Ásia é o continente mais afetado, seguido pelas Américas, os quais tiveram a maior 
parte dos prejuízos econômicos globais (45,9%), e a maioria desses foi causada pelos 
terremotos no Chile e no Haiti. Acidentes tecnológicos como os incêndios industriais 
29
 IMPACTOS À FAUNA │ UNIDADE II
e vazamentos químicos na Europa também contribuíram para produzir vítimas e 
prejuízos econômicos (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters – CRED).
Quadro 3. Desastres naturais, de acordo com o Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres (CRED)
Geofísicos Hidrológicos Biológicos Meteorológicos Climatológicos
terremotos Inundações, aluviões Epidemias: virais e 
bacterianas
Tempestades: ciclones Temperaturas extremas
Erupções vulcânicas Ressacas e inundações 
costeiras
Fúngicas, parasitárias, 
príons
Tropicais e extratropicais Secas
Deslizamentos de massas Deslizamentos de massas Insetos Incêndios florestais
Secos: rochas, terra, 
avalanche
(Molhados)
rochas, terra
Sedimentação Sedimentação e avalanches
 
Fonte: CUBAS, 2014 (CRED).
Medicina veterinária em desastres e no impacto 
à fauna 
No Brasil, o planejamento obrigatório ainda é um conceito novo e está voltado 
principalmente às emergências com derramamentos de petróleo e seus derivados, por 
meio da Resolução Conama nº 398, de 11 de junho de 2008. Nessa resolução, está 
registrado que o empreendedor que realiza atividades relacionadas com exploração, 
transporte e estocagem de hidrocarbonetos deve elaborar um plano de emergência 
específico para o empreendimento e, com relação à fauna, esse plano deve incluir: 
diagnóstico da fauna regional, descrição da forma de impacto, detalhamento das 
medidas de proteção da fauna, detalhamento dos procedimentos a serem adotados 
para socorro e proteção dos indivíduos afetados (RUOPPOLO; ROBINSON, 2014).
Na esfera federal do IBAMA, o Centro de Gerenciamento de Emergências Ambientais 
(CGEMA)atua apoiando estados e municípios em casos que comprometam a integridade 
ambiental.
Também, no IBAMA, setores como o Centro e Triagem de Animais Silvestres (CETAS) 
e o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) contam com a atuação de 
médicos veterinários. O primeiro, para triar e destinar os animais (oriundos de resgate, 
apreensão ilegal ou doação voluntária) para cativeiro, por alguma deformidade que 
impossibilite a soltura, e, caso não haja restrições, o animal poderá ser solto em áreas 
de ocorrência da espécie. O CRAS tem uma atuação mais técnica no atendimento 
veterinário em animais resgatados que necessitam de intervenção médica.
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tire o traço
coloque entre parênteses
30
UNIDADE II │ IMPACTOS À FAUNA
Alguns órgãos públicos possuem setores específicos para isso devido ao impacto que eles 
proporcionam. É o caso da Companhia Ambiental de São Paulo (CETESB), responsável 
pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de 
sujeira com a preocupação fundamental de preservar e recuperar a qualidade das águas, 
do ar e do solo. Possui um setor de atendimento a emergências dedicado exclusivamente 
às emergências químicas.
Médicos veterinários têm desempenhado um papel cada vez mais importante no resgate 
e na reabilitação de animais durante contingências, criando uma nova disciplina: a 
medicina veterinária em desastres (WINGFIELD, 2009).
Derramamento de petróleo
Derramamento de óleo é um constante problema que aflige o Brasil e outros países 
produtores de petróleo. Algumas universidades federais gaúchas, como a de Rio 
Grande, atuam no atendimento a esses animais atingidos, como as tartarugas marinhas, 
pinguins de Magalhães, mamíferos marinhos e outros. 
A contaminação crônica por meio da descarga ilegal de petróleo e produtos derivados, 
da lavagem de tanques de embarcações cargueiras ou ainda do descarte deliberado de 
conteúdo contaminado, é o maior de todos os problemas da contaminação ambiental 
por hidrocarbonetos. Essa contaminação leva vários milhares de pinguins à morte 
anualmente em todo o mundo e ocorre de modo muito mais insidioso e perigoso que os 
derramamentos catastróficos (FUNDACIÓN PATAGONIA NATURAL, 2008).
O óleo afeta as aves em geral por dois mecanismos: a perda de impermeabilidade e 
a intoxicação. O óleo interfere na organização das barbas e bárbulas, criando uma 
desorganização que prejudica a impermeabilidade. Mesmo que a mancha de óleo afete 
apenas uma pequena região do corpo, a água se infiltrará rapidamente entre a pele e 
as penas por todo o corpo. O contato da pele com a água causa grande desconforto e 
frio, de modo que o animal ficará incomodado e não conseguirá nadar adequadamente, 
deixando de alimentar-se. Por consequência, o animal entrará em um quadro de 
debilitação geral (CRANFIELD, 2003).
Secundariamente, durante seus esforços desesperados de remover o óleo com o bico, 
devido ao desconforto por sentirem-se molhadas, as aves podem inalar e/ou ingerir 
óleo e sofrer intoxicações. O óleo causa edema e hemorragias pulmonares, anemia 
hemolítica, além de irritação, inflamação do trato gastrintestinal e hemorragias 
intestinais, sendo que essas intercorrências pioram o quadro anêmico e a dispneia. 
A ingestão do óleo, mesmo em pequenas quantidades, pode interferir na produção e 
31
 IMPACTOS À FAUNA │ UNIDADE II
secreção de uma variedade de glândulas endócrinas, incluindo, hormônios hipofisários, 
gonadais e adrenocorticais.
A técnica consiste em estabilizar o animal: a manutenção da temperatura corporal, 
a hidratação e alimentação, a ambientação e o manejo adequado para cada espécie. 
É realizado acompanhamento rotineiro do estado de saúde dos animais, por meio de 
exames clínicos que avaliam a evolução da recuperação de cada exemplar em tratamento.
Na resposta aos derramamentos de petróleo, é necessário registrar o grau de petrolização 
do indivíduo, colher amostras de penas e fazer o registro fotográfico do animal afetado, 
já que cada animal faz parte da coleção de evidências do impacto ambiental do evento, 
e as correspondentes informações poderão ser utilizadas em ações judiciais.
A limpeza para remoção do óleo do corpo conta com a lavagem, o enxágue e a secagem 
dos animais. Animais que dependem da pelagem ou plumagem para a manutenção da 
temperatura corpórea sofrem de hipotermia quando contaminadas por hidrocarbonetos 
e seus derivados, portanto o aquecimento é fundamental (CANABARRO, 2014). 
A limpeza é realizada basicamente de forma manual, com animal emerso em solução 
de detergente e água em temperatura ideal para cada espécie. Após, os animais são 
mantidos em ambientes aquecidos com secadores. Os animais devem ser hidratados 
com 120 mℓ de água mineral ou soro fisiológico por via oral e tratado com complexo B 
por via intramuscular.
Caso o animal tenha ingerido carvão ativado (3,7 g/kg VO, 24 h): o subsalicilato 
de bismuto (2 mℓ/kg VO, 12 h) é um protetor de mucosa que pode ajudar a reduzir 
hemorragias intestinais (FILHO; RUOPPOLO, 2014).
Antes da liberação, os animais passam por uma avaliação para escolha daqueles aptos a 
serem liberados. Aqueles que apresentarem boa condição corporal, valores sanguíneos 
normais e corpo impermeável, poderão ser reintroduzidos ao ambiente natural. Todos 
os animais, antes de serem liberados, recebem marcação definitiva, adequada para a 
espécie. A escolha do local de soltura é tomada em conjunto com o órgão governamental 
(CANABARRO, 2014).
32
UNIDADE II │ IMPACTOS À FAUNA
Figura 9. Retirada de óleo com solução detergente no Centro de Recuperação de Animais Marinhos 
(CRAM/ RS).
Fonte:https://portosmercados.com.br/wp-content/uploads/2011/07/pinguim1.png
Figura 10. A. Técnica apropriada para a administração segura de líquidos e alimentação pastosa por 
sondagem gástrica. B. Observar a localização da glote para a colocação correta da sonda gástrica. Centro de 
Recuperação de Animais Marinhos da Fundação Universidade Federal do Rio Grande [CRAMFURG]
 
 
Fonte: https://io.furg.br/unidades-e-centros-associados/cram.
Inalação de fumaça e queimaduras 
Comum em incêndios florestais, a fumaça costuma ser o causador de óbito por 
falência respiratória, pela afinidade que as hemácias possuem com CO2 e CO, e, 
consequentemente, anóxia por não condução de oxigênio às células. 
Pode afetar um grande grupo de vertebrados, sendo que o tratamento é o mesmo para 
qualquer animal. 
Manter o protocolo ABC: (A) via aérea patente, (B) estabelecimento de boa ventilação, 
(C) suporte circulatório. Pacientes comatosos devem ser entubados 
https://portosmercados.com.br/wp-content/uploads/2011/07/pinguim1.png
https://io.furg.br/unidades-e-centros-associados/cram
33
 IMPACTOS À FAUNA │ UNIDADE II
Com oxigenação. Uso de oxigênio a 100% em máscara também deve ser feito.
Quanto às queimaduras térmicas associadas aos incêndios florestais, as perdas de 
líquidos podem levar a choque hipovolêmico, como também a alterações hematológicas 
por hemoconcentração e alterações cardiovasculares e respiratórias por lesão da 
mucosa, além de edema: bronquial, laríngeo e faríngeo. A vasoconstrição pode induzir 
à insuficiência renal aguda caso haja choque por perda de líquido.
A terapia inicial consiste no controle da dor e com aplicação de frio nas regiões 
queimadas: compressas frias, toalhas molhadas. Uso de oximorfona ou associada 
à acetilpromazina. Fluidoterapia com cristaloides e cloreto de potássio, a depender 
das perdas. Assim como proteínas plasmáticas, débito urinário; eletrólitos devem ser 
monitorados.
Curativo com solução antisséptica à base de clorexidine, remoção de tecidos necróticos 
e bandagens se for necessário. Uso de cremes antibióticos e de aloe vera tem sido efetivo 
(TELLO, 2012).
Animais em emergências ambientais 
Em situação de desastre, há de se atender aos animais, e para cada grupo um determinado 
procedimento.
Animais domésticos: considerar a organização prévia de albergues para os animais 
de companhia,para que, no momento da necessidade de evacuação de pessoas, haja 
um local seguro para suas mascotes, até sua retirada depois da emergência. Esses 
albergues também podem ser utilizados para recepção e manejo sanitário de animais 
de rua e abandonados, para programas massivos de imunoprofilaxia, desverminação e 
esterilização com vistas à posterior adoção. Por outro lado, é importante ter em mente 
que, em algumas situações, a eutanásia pode ser o procedimento indicado.
Para animais selvagens em cativeiro (ex situ): considerar medidas para a proteção das 
instalações, evitando a fuga de animais, proteção do alimento dos animais em casos 
de inundações, estocagem de equipamentos dedicados a emergências, iluminação de 
emergência, planos de evacuação com rotas e destinação tanto para os animais quanto 
para o público, opções para o transporte de animais de grande porte e treinamento 
de funcionários para a contenção dos animais; e locais adequados para a disposição 
de cadáveres nos casos de mortalidade em massa ou de animais de grande porte 
(RUOPPOLO; ROBINSON, 2014).
34
UNIDADE II │ IMPACTOS À FAUNA
Obs: Para a realidade brasileira, como não existem os albergues previamente 
construídos ou legislação que contemplem uma situação de proteção animal em casos 
de catástrofes, os esforços devem ser movidos por aqueles que possuem a expertise e 
que participam de atendimento à fauna, como: universidades, zoológicos e centros de 
triagem de animais silvestres. 
Como exemplo desse processo, desastres recentes ocorridos nos EUA, como o furacão 
Katrina (2005), forçaram a comunidade de zoológicos a se organizar de maneira 
significativa, levando à criação do grupo de trabalho de boas práticas em zoológicos 
para o planejamento e preparação para desastres e contingências (ZBPWG).
Figura 11: Os incêndios florestais e a perda de habitat são grandes ameaças aos orangotangos (Pongo 
pygmaeus) na Indonésia. B. Durante os incêndios em Bornéu, em 2006, diversos orangotangos foram resgatados 
e tratados pela Borneo Orangutan Survival Foundation (BOS) com o apoio do IFAW.
 
 
Fonte: CUBAS, 2014 (IFAW/W. Baktiantoro).
Recepção e atendimento dos animais 
A captura e o acondicionamento devem priorizar, em primeiro lugar, a segurança da 
equipe e depois a do animal. Caixas de transporte devem ser ventiladas, principalmente 
para animais vítimas de incêndios. Levar em consideração o fator hipertermia e 
hipotermia. Portanto ter como suporte: fluido, aquecedores, bolsa e colchões térmicos, 
máscara e cilindro de oxigênio (dependendo do animal e do seu tamanho, deve ser 
colocado em uma caixa para inalação).
Na chegada dos animais, documentar cada um e proceder à avaliação veterinária, ao 
exame clínico rápido, porém detalhado, incluindo o registro do peso e a colheita de 
amostra sanguínea. Focar na estabilização dos parâmetros vitais (ventilação, circulação, 
temperatura corpórea, hidratação), verificar se houve traumatismos e queimaduras 
oculares e cutâneas e proceder às medidas terapêuticas para a mitigação da dor (muito 
acentuada em casos de queimaduras).
35
 IMPACTOS À FAUNA │ UNIDADE II
Em situações de grande desastre, animais mortos devem ser recolhidos para evitar 
a contaminação, principalmente quando estiverem próximos a corpos de água 
(RUOPPOLO; ROBINSON, 2014).
Figura 12. Pinguins africanos sendo evacuados da Ilha de Dassen, antes que se contaminassem com o petróleo 
derramado do navio.
 
 
Fonte: CUBAS, 2014 (IFAW/J. Hrusa).
Em algumas circunstâncias, o veterinário deverá decidir por realizar o manejo sanitário 
populacional e, nesse caso, o objetivo é antecipar e prevenir problemas de saúde, em 
vez de diagnosticar e tratá-los, minimizando as chances de surtos de doenças. Este 
é o conceito central da medicina preventiva. O foco deverá ser direcionado à saúde 
e ao bem-estar do grande grupo, em vez de direcionar esforços e recursos a poucos 
animais, pois o tempo e os recursos disponíveis são cruciais no processo decisório, e as 
consequências podem ser uma grande epidemia, por exemplo, em caso de infecções. As 
etapas do atendimento veterinário são, segundo Walraven (2004):
 » Fluidoterapia.
 » Alimentação de qualidade (tipo, frequência e quantidade) e devida 
suplementação.
 » Ambientação, controle da temperatura ambiente e ventilação.
 » Higiene.
 » Profilaxia contra doenças infecciosas (p. ex., vacinação em massa e 
tratamento profilático da aspergilose em aves aquáticas sensíveis).
 » Exames físicos regulares.
36
UNIDADE II │ IMPACTOS À FAUNA
 » Triagem.
 » Eutanásia, quando pertinente.
 » Documentação do processo.
Lembrar que nas aves a tríade hipotermia, hipoglicemia e desidratação é muito comum 
em eventos catastróficos, principalmente por traumas e queimaduras. 
No que tange a grandes grupos, a triagem deve ser feita logo na recepção, como em 
qualquer situação de emergência, seleciona-se a prioridade: atender animais com 
risco de morte, assim como separar aqueles que possam estar apresentando sinais de 
possíveis processos infecciosos, o qual deve ser logo isolado. A eutanásia também pode 
acontecer nesse processo. A triagem não pode demandar muito tempo, deixando para 
um segundo veterinário o atendimento clínico mais minucioso (WINGFIELD, 2009).
Para alta médica, deve-se presenciar a estabilização do animal, parâmetros de sangue 
normais, escore corporal bom e, em casos de derramamento de óleo, observar os seguintes 
critérios: penas impermeáveis depois do devido teste realizado, segundo a espécie em 
questão; ausência de feridas e outros problemas que afetem a impermeabilização de 
suas penas. Animais liberados para natureza: usar marcação permanente, seja brinco, 
anilha, microship ou outro, a depender da espécie.
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Nota
dê um pouco mais de espaço
37
CAPÍTULO 2
Ações de redução de impacto
Introdução
O aumento das ameaças à biodiversidade destaca-se pelo prejuízo na conservação 
das espécies. Essa tendência crescente é decorrente de pressões antrópicas ligadas 
às atividades socioeconômicas como agropecuária, urbanização, ampliação da malha 
viária, geração de energia e mineração. 
O Plano de Redução de Impactos (PRIM) é um instrumento criado pelo Instituto Chico 
Mendes (ICMBio) do MMA, que propõe um planejamento conjunto e participativo 
contrapondo a conservação da biodiversidade e os usos antrópicos do território 
nacional, em específico os relacionados à biodiversidade.
Ele direciona as atividades antrópicas específicas com relevantes impactos sobre 
espécies ameaçadas e outros alvos de conservação da biodiversidade brasileira (geração 
de energia, rodovias, ferrovias, atividade agropecuária etc.).
O plano visa compatibilizar os usos e a conservação da biodiversidade e dos recursos 
naturais, trabalhando com vários atores governamentais, universidades, entidades do 
terceiro setor e outros. 
A partir dos resultados, produz relatórios das áreas sensíveis, recomendações, medidas 
mitigadoras e o monitoramento, se as condições estão sendo atendidas. Estão entre os 
empreendimentos mais impactantes: estruturas viárias terrestres, as hidrelétricas na 
região amazônica, a mineração e a exploração de petróleo e gás em ambiente marinho.
Alguns exemplos de relatórios são: 
 » Relatório Anual de Áreas de Concentração de Aves Migratórias no Brasil.
 » Relatório de Áreas Sensíveis de Espécies Ameaçadas de Extinção 
Relacionadas a Aeroportos.
Segundo o PRIM, do ICMBio, pode- se compatibilizar a conservação da biodiversidade 
brasileira com o desenvolvimento socioeconômico. Esse estágio só se alcança quando as 
estratégias de ordenamento e planejamento territorial incorporam informações sobre a 
sensibilidade da biodiversidade e as atividades socioeconômicas.
38
UNIDADE II │ IMPACTOS À FAUNA
Figura 13. Unidades de conservação brasileiras.
 
 
Unidades de 
conservação 
Áreas públicas 
sob proteção 
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2014/06/04/mpf-lanca-estrategia-nacional-para-defesa- 
das-unidades-de-conservacao/ Adaptadopelo autor.
Áreas protegidas: Pantanal 5%, pampa 3 %, Mata Atlântica 9%, cerrado 8%, caatinga 
7%, Amazônia 25%.
Quanto maior a compatibilidade de uma área (conservação x desenvolvimento 
socioeconômico), menor o custo ambiental de se investir em atividades socioeconômicas, 
menor a complexidade do licenciamento ambiental e menor o esforço necessário para 
atenuar a perda da biodiversidade. A redução dos impactos é alcançada quando áreas de 
menor compatibilidade são evitadas. Quando isso não for possível, usam-se as medidas 
mitigadoras.
As unidades de conservação são uma das principais estratégias territoriais para a 
conservação da biodiversidade. Considera-se que nelas a influência humana é limitada e, 
por consequência, as chances de sobrevivência das espécies são maiores se comparadas 
aos territórios sem restrições de uso.
https://www.ecodebate.com.br/2014/06/04/mpf-lanca-estrategia-nacional-para-defesa-das-unidades-de-conservacao/
https://www.ecodebate.com.br/2014/06/04/mpf-lanca-estrategia-nacional-para-defesa-das-unidades-de-conservacao/
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Nota
dê um pouco mais de espaço
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 IMPACTOS À FAUNA │ UNIDADE II
Quadro 4. Planos de redução de impactos em andamento (ICMBio).
PRIM PRIM-IVT¹ PRIM-HA² PRIM-PGMAR³ PRIM-Mineração 4
Domínio Terrestre e aquático Terrestre e aquático Marinho e costeiro Terrestre e aquático
Área de abrangência Brasil
Região amazônica presente em: 
Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, 
Guiana, Guiana Francesa, Peru e 
Venezuela
Zona econômica exclusiva e 
costeira brasileira (acrescida 
da plataforma continental).
Brasil
Recorte espacial para 
hierquização
Biomas Pan-Amazônia Ecorregiões marinhas Biomas
Unidades de 
planejamento
Ottobacias nível 6 e UC Bacias hidrográficas** BL5 e UC
Agrupamentos espaciais 
baseados em similaridades 
bioclimáticas e na 
proximidade
Ottobacias nível 6 e UC
Resolução espacial 1 km2 5 km2 10 km2 1 km2
Ameaça
Infraestruturas viárias 
terrestres (rodovias e 
ferrovias).
Empreendimentos hidrelétricos 
(UHE, PCH, CGH)
Atividade de exploração 
e produção de petróleo e 
gás (estruturas associadas: 
portos e dutos)
Mineração
Impactos a serem 
reduzidos
Perda de habitat, 
degradação de habitat; 
fragmentação da paisagem; 
morte por colisão com 
veículos
Perda de habitat; degradação 
ambiental, fragmentação linear 
(perda de conectividade dos 
cursos d’agua)
Perda de habitat, 
degradação de habitats, 
morte por colisão com 
embarcações
Perda de habitat, 
degradação de habitat, 
fragmentação da 
paisagem
Alvos de conservação
Espécies da fauna, flora e 
habitats específicos
Espécies da fauna, flora, 
habitats específicos e serviços 
ecossistêmicos
Espécies da fauna, flora, 
habitats específicos e 
serviços ecossistêmicos
Espécies da fauna, 
flora, cavernas, habitats 
específicos e serviços 
ecossistêmicos
Etapa de execução 95% 55% 20% 5%
Previsão de 
publicação
2º Semestre de 2018 2º Semestre de 2019 2º Semestre de 2019 2º Semestre de 2020
 
Legendas: ¹Plano de Redução de Impactos de Infraestruturas Viárias Terrestres à Biodiversidade; ²Plano de Redução de 
Impactos de Hidrelétricas da Amazônia à Biodiversidade; ³Plano de Redução de Impactos de Exploração de Petróleo e Gás à 
Biodiversidade Marinha e Costeira; 4Plano de Redução de Impactos da Mineração à Biodiversidade.
Fonte: PRIM, 2018 https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/planos-de-reducao-de-impacto.
https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/planos-de-reducao-de-impacto
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Nota
coloque assim
2o
40
UNIDADE IIIAÇÕES PARA A 
FAUNA
CAPÍTULO 1
Ações para a fauna amazônica
Introdução 
O ambiente amazônico é o mais rico bioma do planeta, ocupa 50 % do território 
brasileiro e 1/3 das florestas úmidas do mundo e com isso uma riqueza imensurável 
de biodiversidade de fauna e flora, em que muitas espécies ainda não foram estudadas. 
Além de ser um dos principais reguladores climáticos local e mundialmente, mantém 
as temperaturas amenas e um fluxo de chuvas regulares não só no bioma amazônico 
como em todo o resto do Brasil. A bacia amazônica compreende o maior rio do mundo 
e produz 1/5 da disponibilidade de água doce no mundo (IBGE). 
Por muito tempo, tem sido negligenciada, visto ser a última fronteira de ocupação pelos 
governos, e mesmo a população se manteve em grandes concentrações até 100 km do 
litoral. Ainda hoje, a região amazônica possui baixa densidade populacional humana, e o 
poder não se mostra presente para defender esse bioma. As políticas de ocupação ainda 
são pouco atrativas e abre espaço para grilagem de terras, desmatamento e queimadas 
para criação de gado e agricultura de monocultura. Outra atividade extremamente 
predatória é a mineração, que libera nos rios grandes quantidade de mercúrio para 
beneficiamento do ouro. Não é só contaminação por esse mineral bioacumulativo, mas 
o efeito erosivo de grandes faixas de terra.
Se somarmos a baixa fiscalização ambiental, pois muitas vezes seus agentes sofrem 
ataques e ameaças de morte de criminosos silenciosos que procuram manter suas 
atividades ilícitas e lucrativas, à perda de habitat, tanto da fauna como da flora, 
percebemos que os desafios são grandes em executar um plano de manejo viável no 
qual as políticas públicas contemplem os habitantes indígenas, nativos e ribeirinhos, na 
gestão da floresta e a fiscalização com poderes de polícia. 
41
AÇÕES PARA A FAUNA │ UNIDADE III
Ainda mencionando as populações das diversas aldeias indígenas, há de se considerar 
nesse processo de destruição florestal as perdas humanas por conflitos com invasores 
mal intencionados, assim como um processo de destruição cultural e contaminação por 
patógenos que não estão presentes no meio indígena. 
Outros problemas que a floresta enfrenta são os megaprojetos hidrelétricos e as grandes 
monoculturas de soja. O primeiro causando um grande deslocamento e morte de 
fauna e flora, e o segundo, produzindo com o tempo, esgotamento de solo pela intensa 
produção exigida pelo cultivo que tem grande apreço para exportação. Em todas essas 
atividades em conjunto, produzem perda de habitat, que é a principal causa de perda de 
biodiversidade de qualquer espécie animal ou vegetal.
Para completar o caos ambiental, com a entrada maciça do homem, há a introdução de 
espécies exóticas (considerada a 2ª causa de perda de biodiversidade) que competem 
com os silvestres e compartilham suas doenças. A caça, de cunho cultural, é comum 
e visa abater os predadores indesejados em fazendas, além de ser usada como mero 
esporte. 
Figura 14. Mineração em terras indígenas.
 
 
Fonte: https://www.acritica.com/opinions/mineracao-em-terras-indigenas.
Tentar falar em conservação da floresta é utópico se esses problemas não são levados 
em consideração. A solução não somente deve passar pela conscientização, mas por um 
rigoroso processo fiscalizatório e punitivo para os infratores.
É uma equação complicada, pois há envolvimento político e de grupos poderosos que 
não querem mudar o seu status quo e, assim, permitir a conservação florestal. 
https://www.acritica.com/opinions/mineracao-em-terras-indigenas
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Realce
coloque em itálico
42
UNIDADE III │ AÇÕES PARA A FAUNA
É preciso reconhecer que a lista de problemas é grande e só se buscam as soluções se 
nós a conhecermos em sua integralidade, apontando medidas diferenciadas para cada 
problema. 
Os problemas!
Resumido, segundo Costa (2014), a perda da biodiversidade faunística amazônica 
in situ esta vinculada a três eixos distintos:
 » desmatamento, conversão e consequente fragmentação de 
ecossistemas;
 » introdução de espécies exóticas, potenciais competidoras das espécies 
da fauna local, bem comofacilitadoras da disseminação de doenças;
 » exploração dos recursos naturais.
Consequências do desmatamento
O precursor e talvez o principal responsável pelo incentivo do desmatamento na região 
Norte, sem o devido manejo, foi o governo federal, na tentativa de ocupar essa região. 
O evento ocorreu no governo ditatorial com intenção de abrir a estrada transamazônica 
e se comunicar com o restante do país. Essas estradas permitiram facilitar e escoar a 
produção nacional, e volumosos incentivos fiscais permitiram a urbanização da região 
Norte, o que afetou diretamente a floresta. 
Estima-se que na primeira década deste século uma média anual de 18.627 km2 de 
floresta Amazônica no Brasil tenha sido desmatada. A malha viária cresce na proporção 
da ocupação/exploração e que ainda serão construídas pelo menos 18 mil km de 
estradas em toda a Amazônia brasileira, mais que o dobro do montante já existente, 
que é de 6.800 km2.
As estradas facilitam o acesso das pessoas a locais que antes eram inacessíveis, assim 
como propiciam atropelamentos de animais, principalmente na fuga desesperada de se 
evadir das queimadas. Mesmo com altos índices de atropelamentos, nenhuma medida 
mitigadora para abrandar esses impactos foi confeccionada paralelamente à construção 
de estradas, como passagens subterrâneas. Por lei, toda nova estrada deveria contemplar 
essas passagens. 
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coloque assim
km2
Dell
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coloque assim
Floresta
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km2
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AÇÕES PARA A FAUNA │ UNIDADE III
Obviamente esse problema é frequente em vários países e todas as classes sofrem 
esse tipo de injúria, entre elas, as serpentes, o que acontece muitas vezes de forma 
intencional, independentemente de sua vagarosidade em atravessar a faixa. Os répteis 
buscam o calor das estradas para termorregular, o que facilita os atropelamentos e o 
acesso de seres humanos para matá-los ou capturá-los para o tráfico. (COSTA, 2014).
As estradas, além dos problemas citados, separam populações e ainda não foi 
inventariado o quão isso é impactante! 
Na lista de animais mortos pelas estradas, figuram anfíbios de diversas espécies, tatus, 
preguiça e tamanduás. 
Alternativas
Para minimizar os atropelamentos, passagens de fauna podem ser construídas por 
baixo da rodovia, que já existem em poucas estradas brasileiras. 
Figura 15. Passagem de fauna na rodovia SP-225, entre Itirapina e Jaú (SP).
Fonte : https://hypescience.com/9-estradas-construidas-por-humanos-para-animais/.
https://hypescience.com/9-estradas-construidas-por-humanos-para-animais/
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UNIDADE III │ AÇÕES PARA A FAUNA
Figura 16. Passagem para animais por viaduto na Highway A50, Holanda.
Fonte: https://www.hypeness.com.br/2014/06/ecodutos-permitem-que-animais-vivam-livremente-e-com-seguranca-proximos-
a-estradas/.
Em muitos países europeus, essas passagens para animais já existem e fazem parte 
do projeto de confecção das autoestradas. O Brasil ainda está aquém dessa realidade, 
embora sejam medidas paliativas, diminuem muito os atropelamentos.
A exploração madeireira, muitas vezes de forma ilegal e devastadora de espécies 
raras e protegidas por lei, abastece mercados externos de alguns países que possuem 
um compromisso ambiental. Em contraponto, o mercado brasileiro ciente de sua 
responsabilidade ambiental e conservacionista, tem exigido, por lei, cada vez mais o uso 
de madeira certificada por indústrias que utilizam somente madeira de reflorestamento 
na confecção de seus móveis. Isso parte de um pressuposto social de conscientização 
em só adquirir móveis com madeira certificada.
Outro ponto no desmatamento é abertura de clareiras no meio da floresta que culmina 
no “efeito borda”, esses fragmentos florestais propiciam o aumento da luminosidade, 
temperatura e intensidade dos ventos, que alteram o microclima no interior da floresta. 
As espécies mais sensíveis a essas mudanças ambientais podem ter suas populações 
reduzidas ou se tornarem extintas, pois podem ser endêmicas (COSTA, 2014).
https://www.hypeness.com.br/2014/06/ecodutos-permitem-que-animais-vivam-livremente-e-com-seguranca-proximos-a-estradas/
https://www.hypeness.com.br/2014/06/ecodutos-permitem-que-animais-vivam-livremente-e-com-seguranca-proximos-a-estradas/
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AÇÕES PARA A FAUNA │ UNIDADE III
Figura 17. Fragmentos florestais produzem o efeito borda.
Fonte: https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/.
A atratividade do plantio da soja, presente em vários biomas no país, não poderia deixar 
ser praticada na Amazônia. Essa monocultura modifica paisagens e habitats. Extensas 
monoculturas reduziram drasticamente todos os grupos faunísticos, eliminando 
principalmente espécies especialistas e, algumas vezes, espécies consideradas chave, 
em favorecimento de espécies de hábitos generalistas e oportunistas.
Estudos embasados na teoria da cadeia alimentar demostraram efeitos em cascata 
em algumas regiões do país na ausência de grandes predadores. Nesse caso, o 
deslocamento ou a não reprodução de onças-pintadas e suçuaranas, que estão no topo 
de cadeia alimentar, favoreceram o aumento populacional de jaguatiricas e, que por 
competição, diminuíram a população de espécies próximas e de mesma família, como 
o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) e o gato-maracajá (Leopardus wiedii). 
Uma vez aumentado o número desses grandes predadores, maiores os conflitos com 
os pecuaristas da região que os exibem como troféus após o abate (OLIVEIRA et al., 
2008). 
Como é sabido, a conservação de espécies felídeas exige grandes extensões de terra e 
abundância de presas, por isso o equilíbrio ecológico é fundamental para os planos de 
conservação.
Espécies invasoras
Pelo potencial de transmissão de doença e pela competição, a introdução de espécies 
exóticas são a segunda maior causa de extinção das nativas. Como são resistentes ou 
mesmo não apresentam agentes que controlam seu desenvolvimento, acabam por 
favorecer o aumento de suas populações. 
https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/
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sem itálico
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UNIDADE III │ AÇÕES PARA A FAUNA
Algumas Já estão presentes na Amazônia, como o camarão-da-malásia (Macrobrachium 
rosenbergii), a tartaruga-de-carapaça-mole (Trionix sinensis), o tigre d’água nativo dos 
EUA (Trachemys elegans), a tilápia (Tilapia spp.), a rã-touro (Lithobates catesbeianus) 
e o caramujo-gigante-africano (Achatina fulica). Todos eles competidores vorazes com 
as espécies nativas. O caramujo-gigante-africano tem o agravante do risco sanitário por 
ser hospedeiro intermediário do Angiostrongylus costaricencis e do A. cantonensis, 
helmintos de grande potencial zoonótico (MOREIRA, 1971).
Figura 18. Camarão-da-malásia (Macrobrachium rosenbergii), espécie invasora presente em 
ambientes naturais amazônicos.
 
 Fonte: CUBAS, 2014.
Pela grande introdução de espécies invasoras (cerca de 540) o MMA produziu a primeira 
lista para inicia plano de controle em território nacional.
Outras introduções se referem à população de 1 milhão bubalinos na ilha de Marajó/PA, 
espécie cujo abate é permitido pelas normativas ambientais, presente também em outros 
biomas. Esses animais encontraram um ambiente favorável, com poucos predadores, 
além de sua natureza robusta e arisca, que permitiu a proliferação da espécie. A criação 
extensiva faz com que essa espécie tenha acesso aos mais diversos ecossistemas e, devido 
ao pastoreio intensivo e pisoteio frequente em pequenos igarapés, torna-se assoreada, 
colocando em risco os sistemas aquáticos locais (COSTA, 2014).
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AÇÕES PARA A FAUNA │ UNIDADE III
Figura 19. tilápia, espécie invasora.
Fonte : https://portal.to.gov.br/noticia/2019/3/29/agricultura-organiza-1-encontro-da-cadeia-produtiva-da-tilapia-para-
agrotins-2019/A tilápia hoje é o peixe mais consumido no país, visto o pacote tecnológico e o preço 
barateado, porém algumas criações em tanques dentro dos rios propiciam a fuga para 
ambientes aquáticos. 
https://portal.to.gov.br/noticia/2019/3/29/agricultura-organiza-1-encontro-da-cadeia-produtiva-da-tilapia-para-agrotins-2019/
https://portal.to.gov.br/noticia/2019/3/29/agricultura-organiza-1-encontro-da-cadeia-produtiva-da-tilapia-para-agrotins-2019/
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Nota
tire os espaços
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UNIDADE III │ AÇÕES PARA A FAUNA
Sobrexploração de recursos
Há uma estimativa de que, anualmente, na Amazônia, sejam retiradas, pela prática 
da caça, de 1 a 3,7 toneladas de carne de animais selvagens (PERES, 2000). Muitas 
dessas espécies são dispersoras de sementes de árvores de grande porte como a anta 
(Tapirus terrestris) e o macaco-barrigudo (Lagothrix lagotricha), prejudicando o 
reflorestamento natural por dispersão.
Além dessas, há também pressão em outras espécies – como queixadas, veados, capivaras 
e tamanduá-bandeira – pela justificativa de atacar os cães domésticos caçadores. 
Como já dito, os grandes predadores são um dos maiores alvos dos caçadores, que os 
abatem por vingança aos ataques que esses animais propiciam aos animais domésticos. 
As peles de onças-pintadas encontradas nas casas dos caçadores confirmam essa 
matança. Devemos nos lembrar de que não é costume esses grandes felídeos predarem 
animais domésticos, eles só o fazem se diminuir a população de espécies presas. 
As medidas mitigadoras estão aquém da conservação da espécie, sendo paliativas. 
Envolvem a captura de espécies em conflito e a sua translocação para ambientes pouco 
habitados pelo ser humano. Há também a compensação financeira aos proprietários 
por animais domésticos abatidos e envio de predadores não reabilitáveis a zoológicos, 
e os poucos criadores conservacionistas existentes no Brasil. 
O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis), mamífero aquático que pode chegar a 
450 kg, embora protegido desde 1967, ainda sofre forte pressão de caça, pois sua carne 
é apreciada pelas populações ribeirinhas. São animais considerados vulneráveis pela 
União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN (OECO.ORG.BR). 
Esses animais são caçados com arpão, a caça consiste em arpoar o animal, acompanhar 
ele até cansá-lo, e colocar tornos (pedaços de madeira adaptados) nas narinas para 
afogá-lo, e consecutivamente transportar o animal. Embora se saiba que os ribeirinhos 
cacem essa espécie com regularidade, há o consumo e o comércio para visitantes, o que 
aumenta a pressão pela caça e destoa o aspecto do baixo consumo local.
Há pesquisa envolvida pelo Instituto Mamirauá, feita por meio de conversas informais 
e registros declarados ao Agentes Ambientais Voluntários.
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sem itálico
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tire o traço
coloque entre parênteses
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AÇÕES PARA A FAUNA │ UNIDADE III
Figura 20. Peixe-boi.
Fonte: https://www.oeco.org.br/noticias/como-ocorre-a-caca-de-peixe-boi-amazonico-na-regiao-do-medio-solimoes/.
Status de conservação de espécies amazônicas
Entre os mamíferos, os primatas são o grupo mais procurados para tráfico como os 
dos gêneros: Saimiri, Aotus, Sanguinus (KALTER et al., 1976). Essa procura pelos 
primatas neotropicais também é almejada pelos laboratórios de pesquisas e indústrias 
farmacêuticas. Essa captura ocorre mesmo em unidades de conservação onde a 
fiscalização é baixa. 
De modo geral, há grande escassez de informação sobre os primatas das áreas protegidas. 
Frente à dificuldade em se estabelecer os aspectos de biologia e status populacional, há 
dificuldade em se elaborar um razoável plano de manejo. Muitos desses animais sofrem 
até mesmo nas unidades de conservação, e seu declínio está associado à pressão da caça 
até mesmo pelas comunidades locais para consumo, criação e venda como animais pets 
oferecidos na beira das estradas.
Pela proximidade com o homem e os animais, doenças como tuberculose, toxoplasmose, 
herpesvirose, raiva, leptospirose, hepatite, salmonelose, entre outras, estão presentes.
Os testudines são alvo de grande pressão de caça em toda a Amazônia, principalmente 
na época de desova, quando ocorre a colheita predatória de seus ovos. A facilidade de 
acesso aos locais de desova, o costume de se manter animais como “despensas vivas”, a 
caça predatória, inclusive com queimadas, e as alterações nos cursos d´água junto aos 
locais de reprodução têm provocado grande diminuição de seus estoques e afetado a 
dinâmica de suas populações (COSTA, 2014). 
https://www.oeco.org.br/noticias/como-ocorre-a-caca-de-peixe-boi-amazonico-na-regiao-do-medio-solimoes/
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UNIDADE III │ AÇÕES PARA A FAUNA
Estratégias para a conservação ex situ 
A criação comercial de espécies selvagens como 
ferramenta de conservação 
A criação de animais silvestres é uma realidade a ser considerada e pode diminuir a 
pressão pelo consumo de animais de vida livre. Há de se considerar que a pressão de 
caça pode continuar a existir, uma vez que a intenção é pela atividade propriamente 
dita e, nesse caso, deve ser combatida por aumento das fiscalizações e educação 
ambiental. Nessa diretriz, manter a população local ciente do problema e permitir a 
elas a possibilidade de criação comercial, o que deve ser facilitado por legislações. 
É um assunto polêmico, porém não existe uma saída perfeita. A criação pode ser uma 
atividade econômica para as populações de baixa renda. 
Das espécies propostas para criação, o cateto (20 kg) e a queixada (30 kg), seguidos 
pela capivara (45 kg), oferecem as maiores vantagens, pela grande preferência 
das comunidades, rusticidade, precocidade ao abate, hábito gregário, resistência a 
predadores, grande biomassa e facilidades de instalações e manejo. Entretanto, em 
tais empreendimentos, fatores sanitários de riscos operacionais e de monitoramento 
devem ser considerados. 
Outra vantagem na criação comercial de silvestres é a possibilidade do repovoamento 
em locais que sofreram declínio de determinada espécie.
Em comunidades indígenas com tradição de caça, é recomendável iniciar a criação 
semiextensiva, como projeto piloto, utilizando espécies que ofereçam baixo risco de 
acidentes, como cutia (Dasyprocta spp.) e capivara. Esse processo requer uma análise 
prévia da disponibilidade de alimentos provenientes das roças e de colheitas, necessários 
ao suprimento alimentar dos animais, além de uma abordagem que respeite as tradições 
culturais e possa criar espaço para que as manifestações de interesse das comunidades 
possam ser estimuladas e potencializadas (COSTA, 2014). 
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51
UNIDADE IVFAUNA BRASILEIRA
CAPÍTULO 1
Espécies exóticas invasoras
Introdução 
As modificações antrópicas na área ambiental têm colaborado para o desaparecimento 
de muitas espécies. Mesmo sabendo que muitas espécies se extinguiram por eventos 
naturais, a participação dos seres humanos tem contribuído e muito para esse processo. 
Processos naturais de translocação animal e sua adaptação ao novo nicho leva tempo, 
porém o transporte artificial de animais de um continente a outro, onde uma espécie não 
existe naturalmente, desestabiliza a fauna local. Processos dinâmicos são acelerados 
exponencialmente, o que normalmente levaria milhões de anos para acontecer e de 
forma adaptativa.
Os chamados “filtros biogeográficos” são barreiras geográficas que limitam a dispersão 
de espécies em outros locais. São eles: glaciações, formações de novas ilhas, desvios de 
rios ou abertura de grandes falhas na terra, são formas que evitam algumas espécies de 
colonizarem novos ambientes. Eventualmente, algum grupo transpassa essas barreiras 
e produz novas colônias por algumas gerações e, a depender de outras circunstâncias 
locais, produz novas espécies depois de muito tempo, fenômeno conhecido como 
especiação (BEGON, 2006).
Mesmo com a ajuda humana para transpor essessaltos de um local a outro, em tão pouco 
tempo e sem adaptação, algumas espécies são limitadas pelos fatores ecológicos. Outras, 
devido a sua grande plasticidade e resistência, conseguem rapidamente se adaptar a 
esses novos locais desconhecidos. Algumas vezes, não se desestabilizam com os eventos 
da cadeia alimentar, (caso seu papel seja de presa) e se reproduzem de forma a não ter 
barreiras, competindo com a fauna autóctone e desestabilizando o ecossistema. Essas 
são as espécies exóticas invasoras que algumas vezes são responsáveis pela extinção de 
espécies nativas (PORTES, 2010).
52
UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
No bioma brasileiro, ainda são poucas as espécies invasoras em comparação às espécies 
locais, mas os prejuízos que elas trazem ao ecossistema são grandes. A introdução de 
espécies exóticas é considerada a segunda causa de perda de biodiversidade, superada 
apenas pela perda de habitat (MCNEELY, 2001). 
Causas e manutenção de enfermidades em 
um ambiente
A proximidade com seres humanos e outros animais possibilita a manutenção de um 
fluxo contínuo de agentes com diferentes níveis de patogenicidade, contudo a relação 
entre humanos, animais silvestres e domésticos pode favorecer a adaptação de diversos 
agentes potencialmente patogênicos a novos hospedeiros e a novas situações de desafio.
Dois processos distintos, denominados spill-over e spill-back, destacam-se pela 
sua importância na manutenção do ambiente. O spill-over trata-se de uma situação 
epidemiológica na qual um agente etiológico adaptado a um hospedeiro X (hospedeiro 
original) infecta um hospedeiro Y, adaptando-se a esse novo hospedeiro. Já spill-back 
está relacionado ao retorno ao hospedeiro X desse agente etiológico, anteriormente 
adaptado ao hospedeiro (DASZAK, 1999). 
Esse trânsito de patógenos pode ter consequências imprevisíveis para os novos 
hospedeiros e para os hospedeiros originais, em razão das possíveis mudanças na 
patogenicidade e na virulência dos agentes.
Figura 21. Fatores relacionados ao fluxo de agentes potencialmente patogênicos entre as esferas humana, 
animais silvestre e doméstico.
Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, 2014.
53
FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
Essa introdução antrópica ocorre em espécies de vários grupos, animais, vegetais e 
micro-organismos, o que pode ser ainda mais nefasto para espécies locais que estão em 
equilíbrio epidemiológico.
O ônus dos deslocamentos geográficos atinge não somente os seres não humanos, mas 
também a nossa espécie, exemplo disso é o novo surto epidemiológico (já tiveram outros 
com cepas antigas) do novo coronavírus na China, que tem causado mortes e prejuízos 
na economia mundial. Mesmo com as várias restrições e quarentenas obrigatórias 
instituídas pelos Estados, já houve a distribuição do vírus em outros continentes.
A erradicação ou controle de entrada de algumas espécies se tornaram ineptas, restando 
apenas o controle de seus efeitos na biodiversidade local e a adaptação natural em 
algum momento. 
Organizações não governamentais, como a The Nature Conservancy, afirmam que 
as espécies invasoras causam um prejuízo anual global de 1,4 trilhão de dólares, 
representando o equivalente a 5% da economia mundial. Nesse cálculo, já estão incluídos 
os custos, tanto do impacto causado diretamente pelas espécies quanto dos esforços 
necessários para combatê-las. O mesmo relatório informa também que as invasões 
biológicas no Reino Unido, Índia, EUA, Austrália, África do Sul e Brasil provocaram 
prejuízos que chegam a 250 bilhões de dólares no conjunto desses países, sendo 100 
bilhões de dólares referentes somente ao impacto na agricultura (NATURE, 2011).
Ao recordarmos aspectos históricos, observamos que até a chegada de Cristóvão Colombo 
na América, em 1492, não havia indícios da existência, no continente americano, de 
qualquer planta ou animal domesticados na época pelos povos europeus, asiáticos ou 
africanos. A única espécie exótica invasora trazida antes dos colonizadores europeus foi 
o cão doméstico (Canis lupus familiaris) que veio junto com os povos que atravessaram 
o estreito de Bering. Isso mostra a importância desta espécie para os seres humanos 
desde períodos pré-históricos (VERONA; NAVA, 2014). 
Assim aconteceu com outras espécies como a pomba doméstica (Columbia livia), o rato 
(Rattus norvergicus) e outras tantas espécies e, por vezes, sinantrópicas, que competem 
e trazem doenças à fauna e aos seres humanos.
É nesse contexto que trabalha a medicina da conservação: controle e erradicação. 
Ainda mantemos algumas das causas atuais de introdução de espécies novas como 
ocorre no tráfico de animais silvestres, tendo o Brasil como um dos principais pontos 
de partida da fauna local para outros países que não as possuem. Esse é terceiro tráfico 
mais rentável, perdendo apenas para os de armas e drogas. 
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UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
Outro fator relevante a considerar é a influência do aquecimento global como aliado 
da invasão biológica. Perturbações na distribuição natural das espécies, provocadas 
por fatores climáticos, tendem a favorecer o avanço de espécies exóticas invasoras, que 
têm facilidade de adaptação a áreas degradadas e são, em grande parte, pioneiras de 
reprodução prolífica e rápido crescimento (ZILLER; ZALBA, 2007).
Parte do sucesso da colonização das Américas pelos povos europeus pode ser atribuída 
à introdução de patógenos exóticos por eles transportados. A varíola, hoje considerada 
erradicada em todo o mundo, foi introduzida nas Américas pelos colonizadores europeus 
e, juntamente com a tuberculose, contribuiu para dizimar populações de ameríndios, o 
que facilitou a conquista de vastas e opulentas civilizações que existiam nas Américas 
Central e do Sul (HINRICHSEN, 2005).
Panorama brasileiro 
Em 2006, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Brasil identificou 543 espécies 
invasoras, sendo que 176 afetam o ambiente terrestre; 66, o ambiente marinho; 49, as 
águas continentais; 155, os sistemas de produção (as pragas agrícolas); e 97, a saúde 
humana (MMA, 2006).
Países como EUA, Reino Unido, Austrália, Índia, África do Sul e o Brasil, segundo 
relatórios da Convenção sobre Biodiversidade (CDB), já foram invadidos por mais de 
120 mil espécies exóticas de plantas, animais e micro-organismos. Isso demonstra que, 
atualmente, este não é mais um fenômeno que possamos considerar localizado e que 
provoque prejuízos de proporções limitadas, mas que deve ser combatido como um 
problema de dimensões globais.
Para se conhecer o que são as espécies alóctones (assim chamadas pelos ecologistas), 
também conhecidas como pragas no meio produtivo (quando competem com outro 
plantio de valor econômico), ou exóticas, precisamos saber o conceito da espécie 
autóctone (ou nativa). 
Segundo conceito de Begon (2006): a espécie autóctone é 
Aquela que ocorre naturalmente em determinado ecossistema, porque 
ali evoluiu e se adaptou junto as modificações nele ocorridas ao longo 
do tempo, por várias gerações, interagindo com os fatores bióticos a 
abióticos do ambiente, influenciando e sendo influenciado por eles 
como parte do processo dinâmico das variações do habitat. 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
Já as exóticas são aquelas espécies ou subespécies que vieram de fora da área de 
distribuição natural, muitas das vezes por interferência humana intencional ou não. 
Nesse caso, pode ser qualquer parte (gametas, sementes, ovos ou propágulos) que possa 
sobreviver e se reproduzir.
E o caso das aves e outros animais migratórios? Eles são considerados nativos 
do Brasil, segundo a Lei de Crimes Ambientais, 9605/98. Se, espontaneamente, 
esses animais, no processo migratório, passam pelo território brasileiro são 
considerados da fauna brasileira! 
Importante ressaltar a diferença entre “espécie invasora” e “espécie exótica”.As 
invasoras são as não nativas, que têm o cunho de causar danos econômicos e ambientais 
ao ecossistema no qual foram inseridas e danos à saúde humana. Portanto nem toda 
espécie exótica será considerada invasora (embora tenha o potencial para isso), a não 
ser que, além da competição, cause danos. 
Um exemplo disso é o flamboyant (Delonix regia), também conhecido como flor-do-
paraíso, ou pau-rosa; árvore originária da ilha de Madagascar, muito cultivada no 
Brasil por sua beleza e sombreamento, mas que não se reproduz naturalmente no Brasil 
e, portanto, não criam os problemas da competição pelas espécies nativas (VERONA; 
NAVA, 2014). 
Pragas agrícolas 
Em estudo realizado por pesquisadores da Embrapa, conseguiram conter o avanço de 
pelo menos 75 diferentes espécies de pragas agrícolas de 1977 até 2013 no Brasil. São 
insetos, ácaros, nematoides, fungos, bactérias e vírus exóticos. Entre elas, está a lagarta 
Helicoverpa armigera que causou danos de cerca de 1,7 bilhão de dólares aos cofres 
nacionais (INQUIMA).
Essa lagarta é uma das principais pragas polífagas das culturas do mundo e exótica para 
o Brasil. Ataca diversas culturas, mas, no Brasil, principalmente soja, milho e algodão.
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UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
Figura 22. Lagarta Helicoverpa armigera.
Fonte: https://www.agrolink.com.br/problemas/helicoverpa_3056.html.
O processo de invasão
Segundo Ziller e Zalba (2007), a invasão é um processo dinâmico. Quando uma espécie 
supera as barreiras geográficas que a limitam sua área de distribuição natural e é 
introduzida em novo ambiente, três situações podem se desenvolver: que não sobreviva, 
que se estabeleça e persista apenas localmente, ou que se torne invasora.
Uma vez introduzida, a espécie precisa transpassar barreiras ambientais para 
sobreviver e se se multiplicar. Essas barreiras são adaptações climáticas, além da oferta 
de alimentos ou predação. Novos patógenos são relevantes na sobrevivência dessa nova 
espécie aventureira.
Ao superar essas barreiras, a espécie se estabelece após conseguir reproduzir e formar 
populações. O terceiro momento, para que ela se torne invasora, refere-se à capacidade 
de dispersar para outros pontos de forma direta ou por meios de fômites, condições 
meteorológicas e principalmente a ajuda do homem.
Essa fase entre o momento de introdução de uma espécie e a deflagração do processo 
de invasão é chamado de fase de latência (lag phase). Esse tempo é imprevisível, varia 
para cada espécie e possui muitos condicionantes: situação ambiental, reprodução, 
fatores individuais de cada espécie (MACK et al., 2000). 
Lembrem-se! A base alimentar brasileira está calcada na produção de espécies exóticas: 
soja, trigo, além dos animais de produção que vieram no pós-colonização brasileira. O 
mesmo ocorre com os outros animais domésticos criados como pets.
Ao mesmo tempo, temos situações em que espécies nativas se expandem para 
outras regiões por causa do desmatamento, pecuária e cultivo de soja. São 
https://www.agrolink.com.br/problemas/helicoverpa_3056.html
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
os casos do lobo-guará e do tamanduá-bandeira, espécies típicas do cerrado 
que se deslocaram para áreas da Mata Atlântica. São exóticas ou nativas? Se 
considerarmos o conceito do Brasil como uma única unidade geográfica, será 
nativa. Mas pelo fato de o país possuir diversos biomas, nessa situação, considera-
se esse deslocamento para outro bioma como exótico. 
Algumas situações bem intencionadas, mas que podem resultar em situações 
prejudiciais, são a tentativa frustrada de fazer o controle biológico de pragas sem 
conhecimento, ao usar uma espécie para combater uma outra sinantrópica ou que está 
desestabilizando o ecossistema.
Exemplo disso foi a introdução do lagarto teiu (Tupinambis merianae) na Ilha de 
Fernando de Noronha para combater o rato e o camundongo (também exóticos). Essa 
sucessão de erros fez o lagarto diurno predar os ovos de aves em vez dos referidos 
roedores que são noturnos. O que agravou o crescimento dos teiús é o fato de eles não 
terem predadores naturais nessa ilha (MATTEHWS, 2005).
Segundo Verona e Nava (2014), as formas de ameaça das espécies exóticas são: 
 » Alteração dos processos ecológicos de um ecossistema.
 » Diminuição da riqueza e da abundância das espécies autóctones por 
competição (alimentos, espaço ou nicho ecológico).
 » Predação.
 » Hibridação.
 » Efeitos indiretos como mudanças na estrutura das comunidades.
 » Alteração da diversidade genética local e das relações parasita-hospedeiro, 
muitas vezes estabelecidas há várias gerações.
Uma das consequências mais nefastas é o aparecimento de doenças que antes não 
acometiam determinada espécie. Isso ocorre com a invasão de uma espécie vegetal ou 
animal e, junto a eles, seus micro-organismos na forma saprófita.
Há de se considerar que muitos ameríndios foram extintos pelas invasões de 
colonizadores que trouxeram consigo agentes patógenos desconhecidos pelos povos 
nativos. Os micro-organismos contribuíram para o sucesso da colonização americana...
Os vírus da varíola, da influenza e a bactéria Mycobacterium tuberculosis, 
causadora da tuberculose, facilitaram a conquista dos colonizadores europeus 
frente às nações americanas pré-colombianas. Atualmente, a varíola já foi 
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UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
erradicada em todo o mundo, mas a influenza tem sido responsável por dizimar 
aldeias indígenas desde a chegada dos portugueses até a atualidade no Brasil 
(COIMBRA, 1992).
Podemos citar vários exemplos! O nosso tão conhecido e devastador Aedes aegypti, 
mosquito transmissor da febre amarela, dengue, zika e chikungunya, que em épocas 
de chuva (cada vez mais excessivas por alterações climáticas!) causa surtos ambientais.
Outro exemplo símbolo da introdução exótica é o do caramujo trombeta (Melanoides 
tuberculata), espécie africana que se estabeleceu de forma bem-sucedida em ambientes 
aquáticos brasileiros. Esses moluscos são hospedeiros intermediários do parasito 
Centrocestus formosanus (Trematoda: Heterophyidae), relatado como parasito de 
diferentes vertebrados, como peixes, aves e também seres humanos (PINTO, 2010). 
Muitos desses moluscos e outros vieram por água de lastro, comércio de plantas e 
peixes ornamentais.
Figura 23: A. Caramujo trombeta; B. Caramujo-gigante-africano.
 
 
A B 
Fonte: A. https://www.rsdiscus.com.br/peixes-de-agua-doce/peixes-de-ph-neutro/outros-animais/caramujo-trombeta-0-5-a-1-
cm-novidade.
Fonte B: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caramujo-gigante-africano#/media/Ficheiro:Achatina_fulica_Thailand.jpg.
O gigante africano é causador da angiostrongilose abdominal, verminose intestinal, 
além de sua capacidade de competir com espécies locais, sobrepujando-as. Humanos 
são hospedeiros ocasionais, mas indivíduos parasitados podem apresentar quadro 
indicativo de peritonite e hemorragia abdominal, lesões resultantes de perfuração 
intestinal, que podem resultar em óbito. A angiostrongilíase meningoencefálica provoca 
alterações nervosas e cefaleia.
Em relação aos biomas como um todo, o cerrado, considerado hotspot da biodiversidade 
mundial, por sua variedade de espécies endêmicas, já perdeu em torno de 80 % de 
sua área para pastagens e monoculturas. A soja é um clássico exemplo, que, além de 
exótica, produziu enormes fragmentos florestais, impedindo o intercâmbio genético da 
fauna e flora (VERONA; NAVA, 2014).
Mesmo o sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) é considerado uma espécie exótica 
em algumas regiões do país em função da sua captura e domesticação, sendo vendido 
https://www.rsdiscus.com.br/peixes-de-agua-doce/peixes-de-ph-neutro/outros-animais/caramujo-trombeta-0-5-a-1-cm-novidade
https://www.rsdiscus.com.br/peixes-de-agua-doce/peixes-de-ph-neutro/outros-animais/caramujo-trombeta-0-5-a-1-cm-novidadeDell
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
em várias regiões como animal de estimação. Esses primatas são reservatórios de 
Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, com potencial infecção 
humana.
O Brasil, como signatário da Diversidade Biológica (CDB), deveria priorizar ações de 
prevenção e impedir a entrada de espécies exóticas em seu território ou a sua erradicação, 
o que é mais difícil.
Políticas públicas quanto a planos de manejo para salvaguardar espécies nativas em 
situação de vulnerabilidade estão entre as prioridades para evitar o declínio delas, 
ocasionado muitas vezes por espécies exóticas. Nem mesmo as unidades de conservação 
federais estão imunes à presença de invasores, como o cão, gato, abelha, os capins 
colonião e gordura (SAMPAIO; SCHMIDT, 2013).
Obs.: para conhecer a lista completa de espécies exóticas invasoras, acesse: (http://i3n.
institutohorus.org.br/). 
Ações recomendadas para espécies invasoras 
Segundo Ziller, Zenni e Zalba (2007), a prevenção e a detecção precoce compreendem as 
técnicas de melhor custo-benefício que podem ser utilizadas para reduzir o impacto de 
espécies exóticas invasoras. Tais autores sugerem a formação de Conselhos Estaduais 
e Municipais para estabelecerem estratégias em nível nacional, estadual e local para o 
manejo das espécies com plano de ação, metas, prioridades e prazos.
Formas de excluir espécies exóticas potencialmente invasoras que ainda não estão em 
um país ou região:
 » Intercepção: a espécie é localizada ainda na fronteira (ou antes de ser 
introduzida) e é impedida de entrar. A entrada ilegal de espécies não 
declaradas por pessoas é outro ponto importante e requer reforço nas 
inspeções em fronteiras, portos e aeroportos.
 » Tratamento: alternativa para descontaminar materiais e cargas originários 
de áreas de alta similaridade climática. Pode envolver aplicações de 
biocidas, imersão em água, calor ou frio, alta pressão ou irradiação.
 » Proibição: é uma alternativa para barrar a entrada por rotas de dispersão 
com base em marcos legais internacionais.
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UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
A melhor forma de prevenir introduções acidentais e ilegais de espécies é a inspeção em 
fronteiras e o estabelecimento de programas de exclusão de espécies.
A erradicação, o controle e o monitoramento devem ser realizados quando as medidas 
preventivas falham. O controle de espécies exóticas invasoras deve ser planejado 
para reduzir a densidade e a abundância da espécie-alvo para um nível aceitável em 
que não cause danos. A supressão da população de uma espécie exótica reduzirá sua 
competitividade.
61
CAPÍTULO 2
Perspectivas para conservação
Introdução 
O Brasil é um país megadiverso e abriga mais de 13% da biota mundial e com biomas 
bem diversificados: Amazônia, caatinga, cerrado, Mata Atlântica, pampa e Pantanal. O 
país possui a rede fluvial mais extensa do mundo, com dois hotspots (cerrado e Mata 
Atlântica) e com a maior área úmida tropical com períodos de alagamentos, no caso, o 
Pantanal (BRANDON et al., 2005).
A maior parte da Amazônia se encontra em território brasileiro. Essa região ocupa 60% 
das terras e, frente a esse gigantesco bioma, possui importância como regulador climático 
mundial, diversidade biológica, ciclos hidrológicos complexos e estoque de carbono 
territorial, que atualmente são negociáveis com os países poluidores (LAURANCE et 
al., 2001).
Com uma extensa área costeira de 7367 Km, o país intercambia muitas espécies de 
outros continentes, como as diversas espécies de tartaruga marinha que vêm da ilha 
do Cabo desovar nas praias brasileiras, sendo assim consideradas da fauna brasileira. 
O território brasileiro abriga 530 espécies de mamíferos, 1.800 aves, 680 répteis, 800 
anfíbios e 3.000 peixes (DRUMMOND, 2008).
Conhecida toda essa riqueza e o futuro da conservação, pode-se reconhecer os inevitáveis 
problemas oriundos da desinformação e da busca do lucro inescrupulosa. As principais 
ameaças são: agropecuária, mineração, avanço populacional desenfreado, devastação 
e queima florestal pela madeira ilegal. Com isso, acelera a perda de habitat de diversas 
espécies e, em consequência, a redução da biodiversidade e muitas vezes sua extinção. 
Esse processo é agravado com a introdução de espécies exóticas que competem ou 
introduzem novas doenças à fauna nativa, tráfico de animais silvestres e mudanças 
climáticas. 
90% da diversidade biológica ocorre em áreas exploradas, intensiva ou extensivamente 
por atividades econômicas. Esse fato deixa claro que o manejo agrícola conservacionista 
é fundamental para a redução da perda de diversidade biológica, com implicação direta 
sobre a fauna selvagem (RODRIGUES, 2001). Os primatas e carnívoros, por exemplo, 
são bastante ameaçados pela baixa tolerância à destruição florestal .
62
UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
As atividades agropecuárias não sustentáveis têm um forte impacto, visto seu aumento 
crescente, principalmente em áreas de preservação permanente. Essa atividade possui 
um conjunto de fatores como: fragmentação florestal, fogo não controlado, erosão, 
perda da qualidade pelo esgotamento do solo nas monoculturas, poluição por dejetos 
animais e uso de pesticidas de forma imprópria, contaminando corpos hídricos.
Vários dos biomas brasileiros já perderam parte significativa de seu território e 
biodiversidade, por exemplo, a Amazônia. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE) apontam queimadas e desmatamentos constantes, principalmente no 
Mato Grosso e Pará, onde foram identificados o comércio ilegal de madeira, a pecuária 
de forma desenfreada, além do avanço agrícola na forma de monoculturas.
Frente a esses desafios, os órgãos do MMA, com auxílio da fiscalização de agentes do 
IBAMA, têm a importante e difícil missão de frear essas atividades ilegais.
O que se pretende não é frear o desenvolvimento econômico e muito menos impedir 
a atividade agropecuária brasileira, carro chefe do PIB brasileiro e fonte de emprego 
para boa parte da população brasileira. O objetivo é conciliar produção e conservação, 
usando métodos sustentáveis na produção.
As consequências são as situações que já presenciamos: avistamento de animais 
silvestres em zonas urbanas, doenças que se deslocaram de animais domésticos para os 
silvestres, aumento de temperatura ambiental.
Na mata Atlântica, até 1990, 94% da cobertura vegetal dessa região já havia sido perdida 
para abertura de estradas e urbanização. Além de tudo, esse bioma amargou por ser a 
porta de entrada da colonização europeia e assim se manteve a maioria da população 
brasileira.
Não podemos deixar de mencionar os impactos dos grandes empreendimentos como a 
construção de hidrelétrica, principal matriz energética brasileira que, embora produza 
energia limpa, também causa grande deslocamento e morte da fauna.
Os impactos ambientais da atividade agropecuária decorrem principalmente de dois 
fatores: da mudança do uso do solo, resultante do desmatamento e da conversão de 
ecossistemas naturais em áreas cultivadas, e da degradação das áreas cultivadas, 
causada por práticas de manejo inadequadas. Esses dois fatores estão interligados, 
sendo que a degradação das áreas cultivadas aumenta a demanda por novas terras para 
cultivo, pois o custo de desmatar e incorporar novas terras nas regiões de fronteira 
costuma ser menor que o de recuperar terras improdutivas (GOUVELLO; SOARES; 
NASSAR, 2010). 
63
FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
Esses fatores somam-se também aos impactos ambientais negativos causados pelas 
queimadas e pela contaminação ambiental decorrente do uso excessivo de fertilizantes 
e agrotóxicos nas lavouras. Entre outras consequências: emissões de gases, mudanças 
climáticas, perda de biodiversidade e degradação dos recursos hídricos. A irrigação 
também é fator de impacto, pois, quando mal conduzida, pode causar problemas como 
salinização e erosão do solo.
Perspectivas para conservação dafauna 
Há um grande caminho a percorrer... primeiramente, a mudança deve passar pela 
conscientização. É preciso conhecer os problemas para corrigi-los. São muitos pontos a 
sofrerem modificação, e o foco não pode ser somente o crescimento econômico. Vários 
atores são importantes nesse processo: vontade política, apoio popular e pesquisa. 
Há muitas publicações que visam equalizar conservação ambiental e crescimento 
econômico, vamos nos ater a algumas delas!
Desafios 
Perda de habitats 
Áreas de preservação permanente são protegidas pelo Ibama e outros órgãos ambientais. 
A questão está na vastidão das áreas a serem protegidas e no número de agentes para 
atuar na fiscalização contra o desmatamento, queimadas ilegais e extração ilegal de 
madeira.
O programa “Mais Ambiente” tem apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA). Esse programa visa promover e apoiar a regularização ambiental de 
propriedades rurais, estimulando seu uso sustentável por meio da utilização de 
assistência técnica, distribuição de mudas e sementes, recuperação da vegetação, ações 
de educação ambiental e capacitação de produtores rurais e comunidades tradicionais 
(WHITEMAN; MONTEIRO, 2014).
Ações não governamentais também atuam na preservação. ONGs como Instituto de 
Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), avaliam impactos neste bioma e buscam 
identificar oportunidades que harmonizem atividades econômicas e as de conservação. 
Em consequência, gera informações que promovam a mitigação dos efeitos negativos.
64
UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
No levantamento realizado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na 
Amazônia Legal (PRODES), observam-se oscilações nos níveis de desmatamento ano 
a ano.
ONGs internacionais, como a The Nature Conservancy (TNC), também têm atuado no 
desenvolvimento de estratégias para que a legislação ambiental brasileira seja cumprida.
Atividades agropecuárias 
Os moldes de produção agropecuária e inserção do país como celeiro mundial não 
consideraram os impactos negativos, o que levou a um desequilíbrio no tripé da 
sustentabilidade ao privilegiarem o aspecto econômico em detrimento de questões 
sociais e ambientais.
A partir do conhecimento dessas falhas, a sustentabilidade ambiental passou a 
constar entre os objetivos dos Planos Agrícolas e Pecuários (PAPs) pelo Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entre outros destaques, o incentivo à 
agricultura de baixo carbono com a intenção de mitigar os gases do efeito estufa e a 
agricultura orgânica.
Para a consecução das metas previstas pelo Plano, constavam: recuperação de pastagens 
degradadas; implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) 
e sistemas agroflorestais (SAFs); promoção do sistema de plantio direto na palha 
(SPD); promoção da fixação biológica de nitrogênio (FBN) em substituição ao uso de 
fertilizantes nitrogenados; e expansão da área de florestas plantadas e ampliação do 
uso de tecnologias para tratamento de dejetos animais. 
Porém houve um baixo desempenho do programa frente ao despreparo de agentes 
financeiros e à falta de condições de acesso ao crédito.
No que tange a outra proposta, foi aprovada a Lei de Orgânicos nº 10.831 que, entre 
outras finalidades, define: oferta de produtos saudáveis, isentos de contaminantes 
intencionais; a preservação e recomposição da diversidade biológica; a promoção 
de um uso saudável do solo, da água e do ar, reduzindo ao mínimo todas as formas 
de contaminação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas; e a 
reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos 
não renováveis (IPEA, 2012).
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
 Obs: Para melhores informações, consulte o texto: “A sustentabilidade ambiental 
da agropecuária brasileira: Impactos, políticas públicas e desafios”, disponível 
em: 
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1050/1/TD_1782.pdf. 
Segundo Assis (2006), a agroecologia é uma ciência que busca entendimento do 
funcionamento de agroecossistemas complexos e tem como princípio a conservação 
e a ampliação da biodiversidade dos sistemas agrícolas como base para produzir 
autorregulação e, consequentemente, sustentabilidade. 
Esse movimento propõe alternativas para minimizar a artificialização do ambiente 
natural pela agricultura, pois se leva em consideração que, na natureza, a estabilidade 
está intimamente ligada à diversidade, sendo a agricultura uma atividade que, por 
definição, rompe com esse equilíbrio ao estabelecer uma simplificação do ecossistema 
original.
Por sua vez, a agricultura ecológica também enfatiza questões socioeconômicas e 
permite a inserção de pequenos agricultores no mercado. Felizmente, é um mercado 
cada vez mais procurado e promissor. Leva-se, porém, em consideração que o custo 
de conversão para a agricultura orgânica com bases agroecológicas é maior para 
agricultores com padrão inicial de produtividade mais elevado.
Uma das alternativas de se implementar políticas públicas para que se possa executar 
as atividades agroecológicas é a Reforma Agrária em moldes coerentes que mantenham 
os pequenos produtores na terra e que possam ser competitivos frente aos produtores 
patronais que dominam o sistema de produção e usam métodos convencionais e 
ambientalmente predatórios.
Também é necessária a atualização da questão do Crédito Agrícola e que o custeio 
esteja vinculado à utilização de práticas agroecológicas para pequenos agricultores, os 
maiores produtores internos de alimentos no país. 
Um terceiro ponto é o acesso e a intensificação da pesquisa e extensão rural para os 
agricultores interessados nas práticas agroecológicas. 
Invasões biológicas 
É outro aspecto já mencionado e bastante relevante na supressão das espécies nativas 
quanto a barreiras e à erradicação de algumas espécies. Em unidades de conservação, 
o controle de entrada de animais domésticos coíbe consequentemente a entrada de 
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1050/1/TD_1782.pdf
66
UNIDADE IV │ FAUNA BRASILEIRA
agentes infecciosos, como foi o caso de surtos de cinomose canina em leões no Serengeti, 
dizimando 30% dos leões na década de 1990. 
Outra proposta é o reflorestamento de espécies nativas com múltiplos propósitos, entre 
eles, o retorno das espécies que antes habitavam esses ecossistemas. Porém, a soltura 
da fauna resgatada pelos órgãos ambientais é um ponto polêmico, visto a necessidade 
de estudos, mas merece atenção, pois ajuda a recuperar espécies que haviam 
desaparecidos, trazendo o equilíbrio ecológico perdido. A soltura deve ser precedida de 
avaliação sanitária e ecológica dos animais que serão manejados à soltura . 
O Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental é referência na 
temática invasão biológica e promove estudos e técnicas na prevenção e no controle 
de espécies exóticas invasoras. Tem como ações primordiais o fomento à pesquisa, a 
construção de bases de dados, a capacitação e disseminação de informações, o controle 
da invasão de espécies em campo, entre outras iniciativas (WHITEMAN; MONTEIRO, 
2014).
Legislação 
Na legislação, o novo Código Florestal, Lei 12.651/12, em seus artigos 7º e 8º, respalda 
a proteção das áreas de proteção permanente onde, em terras particulares ou públicas, 
a vegetação nativa deverá ser mantida, mas permite a supressão em casos de utilidade 
pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental prevista na Lei. Quanto 
às reservas legais, nos artigos 12 e 17, um percentual do imóveldeverá ser mantido 
com cobertura de vegetação nativa a depender da região. Permite ao proprietário a 
exploração econômica mediante manejo sustentável, aprovado pelo Sisnama. 
Nota-se com isso a flexibilização da lei, o que não agradou muito os protecionistas.
Tráfico e caça 
São dois aspectos que envolvem uma cultura arraigada de domínio sobre a vida e o status 
de se ter uma indivíduo silvestre como animal pet. O tráfico deve ser combatido, visto o 
grande volume de animais que são extraídos da natureza ainda filhotes para abastecer 
o mercado interno e externo. Muitos desses animais morrem no deslocamento ou são 
manejados por seus particulares de forma inadequada, além da perda de seus instintos 
naturais.
A informação é a principal ferramenta aliada à fiscalização. O controle em aeroportos 
e fronteiras se faz necessário para impedir a saída dessas espécies. Ainda a respeito do 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE IV
processo educativo, houve um crescimento de 5% nos cursos voltados à área de proteção 
ambiental, o que mostra um interesse na matéria e traz um alento para futuras ações 
(INEP).
A revisão da legislação de fauna ainda caminha em passos lentos frente às crescentes 
demandas e mudanças socioambientais no país. Os órgãos ambientais enfrentam 
dificuldades para efetivar ações de controle, considerando a falta de normatização 
para alguns temas importantes, assim como a urgência de se rever normas que não 
mais atendem à realidade; Condições precárias de recursos humanos, infraestrutura e 
capacitação. Enquanto isso, milhões de espécimes são retirados ilegalmente da natureza 
diariamente, mortos ou mantidos em cativeiro pelo Brasil, além de se tornarem fonte 
lucrativa para o tráfico, sem que a fiscalização federal ou estadual tenha condições de 
coibir integralmente tais práticas. 
Políticas públicas 
São propostas na forma de fundos de compensação dos projetos, incentivos fiscais 
e manutenção das unidades de conservação. Além dos já mencionados na área 
agropecuária, a ampliação do crédito rural e reforma agrária. 
Afinal, o Brasil, como já dito, tem a maior parcela da biodiversidade mundial e por isso 
é responsável por ela. Ele é sede da Convenção sobre Diversidade Biológica, a principal 
realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
– a Eco 92. 
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UNIDADE V
PLANOS DE 
MANEJO DE 
ESPÉCIES
CAPÍTULO 1
Manejo dos recursos pesqueiros em 
reservatórios
Introdução 
Os reservatórios hidrelétricos estão presentes em todas as grandes bacias hidrográficas 
brasileiras e desempenham papel importante na matriz energética do país. Apesar 
de as hidrelétricas em nosso país serem uma necessidade e uma oportunidade, seus 
efeitos ambientais, muitas vezes não observados, são de forte impacto ambiental, pelo 
deslocamento da fauna e perda de seu habitat.
O manejo da ictiofauna na busca de sua conservação visa atenuar os impactos decorrentes 
do represamento. Na prática, o manejo pode ser direcionado para a preservação da 
diversidade biológica e/ou para sustentar a explotação pesqueira, comercial ou esportiva 
(AGOSTINHO, 2007).
O manejo tem o objetivo de manter as populações hidrográficas acima de limites 
demográficos necessários à reprodução não endogâmica para a manutenção natural 
da espécie, por isso é necessário considerar a contaminação de recursos hídricos, o 
assoreamento, a exploração excessiva e predatória e a hibridação de espécies que, em 
um primeiro momento, são inférteis e inúteis para a cadeia ecológica. O compromisso 
do manejo é, por questões éticas, a recomposição e o manejo dos recursos pesqueiros.
O objetivo é estudar a ictiofauna neotropical, seus principais impactos e o manejo 
adequado desses recursos pesqueiros.
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Ictiofauna neotropical 
Segundo Britski, (1992), ela é composta na maioria pelo grupo Otophysi, que inclui 
peixes de couro ou placas (p. ex., bagres), com cerca de 1.300 espécies; peixes de escama 
(p. ex., piapara), aproximadamente 1.200 espécies; morenitas e tuviras, além de outros 
grupos como tucunarés, em torno de 150 espécies; guarus, com cerca de 100 espécies; 
linguados, manjubas, sardinhas de água doce, curvinas e peixes-agulha. Cada qual com 
a sua particularidade, estratégias reprodutivas e alimentares. 
Características anatomofisiológicas dos peixes 
São seres com sexos separados, embora o hermafroditismo ocorra de forma facultativa 
ou obrigatória em acarás. Um par de gônadas (ovários ou testículos) que se estendem 
longitudinalmente ao corpo, comunicando-se diretamente com o meio externo por 
meio do oviduto e do poro urogenital.
A fecundação entre os peixes é externa (ovolíparos), raras as exceções encontradas em 
algumas espécies ovovivíparas e vivíparas.
As espécies migratórias, como curimbatá, piapara e o dourado, em sua oviposição, 
apresentam ovos pequenos e com densidades relativas próximas à da água, mantendo-
se na coluna graças à corrente. 
Outras espécies apresentam ovos grandes e demersais, que se depositam no fundo do 
corpo d’água, geralmente em ninhos ou aderidos a substratos. Algumas espécies cuidam 
da prole, como o tucunaré, o apaiari e a traíra. 
A média de vida dos peixes neotropicais é de 5 a 15 anos, a maioria dos estudos 
realizados demonstra que a maturação ocorre já no final do primeiro ano em peixes de 
pequeno porte e, no segundo ou terceiro ano, entre as espécies maiores (VAZZOLER, 
1996). O ciclo reprodutivo é influenciado por variáveis ambientais, como flutuações 
de fotoperíodo e temperatura (maturação gonadal), e regime hidrológico (desova). 
Nas espécies tropicais, a desova geralmente ocorre no final da primavera e no início do 
verão, especialmente em espécies migradoras de grandes rios.
Sem dúvida, as espécies migradoras de longa distância são as que mais sofrem com 
a construção de reservatórios. Essas são de grande porte e maior valor comercial, e, 
como não cuidam de sua prole, seus ovos são depositados em áreas de maior correnteza 
(lóticas) e logo são levados pelo rio enquanto se desenvolvem (AGOSTINHO, 2007).
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
Figura 24. Esquema geral da anatomia dos peixes
 
 
A 
B 
C 
D 
E 
F 
G 
H 
I 
J 
K 
L 
M 
N 
Legenda: A. Bexiga natatória; B. Fígado; C. Uretra; D. Gônadas; E. Abertura genital; F. Ducto seminal/oviducto; G. Intestino 
posterior; H. Intestino médio; I. Estômago; J. Baço; K. Esôfago; L. Coração; M. Brânquias; N. Rins.
Fonte: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/EDITORA/20131002140549.pdf
Reservatórios 
Os reservatórios são corpos de água que compreendem uma comunicação entre um 
rio e um lago. São essas construções artificiais que levam a uma alteração relevante no 
ecossistema aquático, modificando condições químicas e físicas da água que levam à 
perda de parte desses habitats e transformação em outros com área pelágicas, banco 
de areia, etc. e em consequência da alteração na biota original. 
Segundo Vazzoler (1996), em grandes reservatórios, ocorre uma marcante zonação 
longitudinal, dividida em três regiões relacionadas às condições de transporte e 
deposição de sedimento:
 » A zona lacustre tem, em geral, baixo fluxo de água, baixa turbidez e elevada 
disponibilidade de luz (águas mais claras), sendo pouco produtiva em 
razão da menor concentração de nutrientes, já retidos nas partes mais 
altas do reservatório. É a área em que os impactos são mais evidentes, 
apresentando geralmente baixa riqueza de espécies.
 » Zona fluvial, com fluxo da água, turbidez e disponibilidade de nutrientes 
mais elevadas, ainda retém algumas características do rio de origem e 
comporta a maior diversidade entre as zonas do reservatório. Mesmo 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADEV
com a alta concentração de nutrientes, a produtividade nessa zona é 
baixa, devido às restrições de luz na coluna de água (turbidez).
 » A zona de transição apresenta condições intermediárias de fluxo, 
transparência de água e concentração de nutrientes. Estas duas últimas 
condições fazem com que a produtividade nessa zona seja a mais elevada 
do reservatório.
A compreensão dessas zonas é fundamental para se estabelecer o conhecimento sobre 
a composição da biota, os desembarques pesqueiros, as estratégias mais adequadas à 
pesca e à sua rentabilidade e, por sua vez, os impactos e as medidas de manejo cabíveis. 
Quanto aos impactos negativos produzidos por reservatórios pelo represamento 
dos rios, essa condição diminui a sustentabilidade do rio e a redução dos estoques 
pesqueiros, transtornos que são associados ao assoreamento, à derrubada de matas 
ciliares e à destruição de nascentes.
A construção de barragens provoca alterações severas na hidrologia local, alterando o 
fluxo contínuo do rio, transformando-o de um sistema lótico para intermediário. Na 
área de influência do reservatório, há perda de lagoas marginais, canais, remansos, 
poções e corredeiras. Tais perturbações, aliadas a modificações na disponibilidade de 
recursos alimentares, terminam por reestruturar a composição de toda ictiofauna. 
As alterações mais relevantes produzidas na ictiofauna pelo represamento do rio 
incidem sobre as espécies migradoras e endêmicas, tanto a montante quando a jusante. 
Perturbações não cíclicas relacionadas à operação da barragem contribuem para 
a instabilidade na estrutura das comunidades, reduzindo a riqueza de espécies e o 
tamanho dos estoques naturais (AGOSTINHO et al., 1999).
Outro evento que pode provocar mudanças na estrutura da comunidade íctica é a 
ausência de oxigênio dissolvido. Em alguns reservatórios, após o seu enchimento, a 
anóxia localizada pode resultar no desaparecimento e mortalidade em larga escala da 
fauna (TUNDISI; MATSUMURA; TUNDISI, 2008).
Segundo Tundisi (1984), a construção de reservatórios atua, portanto, em aspectos 
fundamentais na ecologia da ictiofauna:
 » Serve de barreira ao movimento longitudinal dos peixes, seja esse um 
componente migrador para áreas de alimentação ou para reprodução.
 » Provoca alterações no regime hidrológico do rio, modificando a altura 
das inundações e interferindo nos movimentos horizontais e transversais 
72
UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
dos peixes; com isso, produz inundações ou o dessecamento de lagoas 
marginais importantes para o desenvolvimento de juvenis.
 » As espécies reofílicas (que necessitam do ambiente lótico para 
completarem o seu ciclo de vida) desaparecem rapidamente ou sua 
população diminui consideravelmente no reservatório, sobrando aquelas 
adaptadas que ainda podem colonizar represas.
Manejo dos recursos pesqueiros 
As possíveis ações de manejo dos recursos pesqueiros podem ser classificadas em:
 » Manejo de populações: são técnicas que visam determinar alterações na 
redução ou incremento populacional. Diversificação na heterogeneidade 
genética dessa população. Exemplos: técnicas de transposição em 
barragens, estocagem ou peixamento e redução de espécies indesejáveis. 
 » Manipulação de habitat: são ações voltadas à intervenção do ambiente 
hidrológico em que pode ser crítica ao ciclo de vida dos peixes, como nas 
áreas de desova e criadouros naturais. Intervenções quanto ao aumento 
de uma determinada espécie por aumento na disponibilidade de alimento. 
A manipulação do nível do reservatório ou a sazonalização na descarga a 
jusante tem grande potencial para implementar essas ações.
Quadro 5. Situações em que o sistema de pesca requer ações de manejo.
Peixes Ambiente Pessoas
Perda de classe etária
Baixa qualidade ambiental e indisponibilidade de locais de 
desova
Esforço de pesca reduzido, conflito no uso dos 
recursos
Crescimento inadequado
Baixa qualidade e indisponibilidade de locais de 
desenvolvimento inicial
Pressão de pesca crescente
Explotação excessiva Poluição Declínio nas taxas de captura
Espécies indesejáveis Erosão das margens Baixa qualidade das capturas
Estrutura em tamanho Anóxia do hipoliminio Baixo valor socioeconômico
Mortandade de peixes Problemas com macrófitas Insatisfação com a pesca
Recrutamentos insuficientes Sedimentação e siltação
Escoamento inadequado da produção
Distorções na composição do peço do pescado
Predação excessiva Ausência de abrigos
Problemas na conservação e/ou no processamento 
do pescado
 
Fonte: (AGOSTINHO et al., 2007).
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Controle da pesca 
É uma modalidade de manejo realizada com o objetivo de proteger as populações 
de peixes da sobrepesca e promover uma melhor distribuição dos recursos entre os 
usuários. Liberação de licença de pesca e restrições à atividade (apetrechos, época, local 
e quantidade, e tamanho capturado) são estratégias para essa modalidade de manejo 
(NOBLE, 1999). Esse controle poderá ser feito por meio de:
 » Interdição temporal da pesca em épocas críticas do ciclo de vida das 
espécies, geralmente durante a desova.
 » Interdição espacial: ocorre em locais onde a população é vulnerável à 
sobrepesca, à alta captura de imaturos e nas áreas de reprodução coletiva, 
 » Interdição de aparelhos de pesca: em casos da proibição de equipamentos, 
são seletivos às formas jovens. O controle é feito sobre as malhas de rede 
de pesca e impedimento do uso de explosivos e tóxicos.
 » Controle do esforço de pesca: fixam-se cotas de pescado por pescador ou 
o número destes (AGOSTINHO; CECILIO, 1992).
A transposição de peixes 
Em alguns países, como nos EUA, a legislação impõe ao concessionário de reservatórios 
qualquer forma de obstrução à migração no rio e a promover facilidades para a passagem 
de peixes migradores onde eles possam transpor obstáculos nos rios, como é o caso dos 
salmões (ORSBORN, 1985).
No hemisfério Norte, foram desenvolvidos quatro tipos de modelos hidráulicos ou 
escadas para peixes:
 » Sequência de tanques, dispostos em diferentes patamares, nos quais o 
peixe necessita pular ou ascender pela lâmina d’água ao tanque seguinte 
(tipo pool & weir).
 » Sequência de tanques, com passagem de fundo por meio de orifícios, 
pelos quais o peixe ascende ao tanque seguinte (tipo weir & orifice).
 » Com barreiras no centro, servindo de dissipadores de energia, modelo 
tipo Denil (DENIL,1999).
 » Sequência de tanques e orifícios laterais com jatos d’água, desenvolvido 
em 1943, conhecido por tipo Hells Gate (tipo vertical slot)
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
Figura 25. Principais modelos de escadas de peixes. A. Sequência de tanques. B. Sequência de tanques com 
orifício. C. Denil; D. Vertical slot.
 
 
Flux
o 
Flux
o 
Flux
o 
Flux
o 
Flux
o Fluxo 
Flux
o 
Orifício
ss 
Orifício 
Flux
o 
Fonte: (AGOSTINHO et al., 2007).
Na América do Sul, há também sistemas de transposição do tipo elevador, concebidos 
para deslocamentos ascendentes. A transposição de peixes é um instrumento útil de 
manejo para os casos em que o reservatório conta com amplas áreas a montante, nas 
quais os peixes podem desovar e os filhotes iniciarem seu desenvolvimento. 
Na ausência de áreas de desova a montante, as passagens devem ser avaliadas com 
precaução, dada a possibilidade da passagem de peixes constituir-se em fonte adicional 
de impactos. Isso é particularmente importante em grandes reservatórios ou naqueles 
que apresentam elevado tempo de residência – zona lacustre típica (FERNANDEZ; 
AGOSTINHO, 2014).
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Figura 26. Elevador de peixes na barragem da Usina Hidrelétrica Funil, Lavras, Minas Gerais.
 
 (Foto: Vasco C. Torquato, CEMIG).
Estocagem (“peixamento”, repovoamento)
É uma das ações mais simples e usadas como forma de manejo em reservatórios. A 
ação consiste em promover a soltura deliberada de peixes em determinadoslocais, 
utilizando indivíduos provenientes de estações de piscicultura ou de sistemas naturais 
(AGOSTINHO, 2007). 
Essa soltura pode ser por introdução, quando se colocam espécies não nativas daquela 
região com o propósito de manter a autossustentabilidade da população. 
A manutenção, quando a introdução é repetida anualmente para manter uma população 
que não se reproduz no ambiente de soltura, a suplementação, quando a finalidade é 
aumentar a população de determinada espécie ou sua variabilidade genética, podendo 
ser utilizada com finalidades conservacionistas ou preservacionistas.
Todas essas situações serão necessárias quando houver sobrepesca ou quando os 
criadouros forem insuficientes.
Aquicultura 
As tilápias (de origem africana) foram introduzidas no nordeste, assim como as curvinas, 
e depois se ampliaram para outras regiões. É uma decisão polêmica, pois há de se 
76
UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
considerar os riscos e os cuidados que devem ser observados ao se colocar espécies não 
nativas, como: a introdução de patógenos e parasitas não endêmicos que possam causar 
doenças nos indivíduos nativos e perda da fauna original. Podemos elencar também a 
perda de variabilidade genética com a formação de híbridos e mudança na estrutura e 
funcionamento das comunidades, como a competição intra e interespecífica, além da 
predação.
O ideal é conhecer a ictiofauna local para que se possa introduzir espécies nativas ou 
não nativas, as quais possam manter-se em uma cooperação mútua, sem prejuízo da 
espécie local. O importante é, ao introduzir espécies não nativas, mantê-las restritas em 
um determinado reservatório para que não haja escape para rios.
Obs.: Não confundir aquicultura, que, embora reduza a pressão de pesca nos estoques 
naturais, é uma atividade zootécnica (e não um manejo de fauna em reservatório). 
Ambos são atividades antrópicas, mas o manejo que se faz em reservatório tem o 
objetivo de conservação das espécies e não possui uma finalidade econômica como na 
aquicultura. 
A aquicultura teve um incremento nos últimos 15 anos com a reprodução de espécies 
como a tilápia, merluza e outros, cada qual com o seu pacote tecnológico, o que aliviou 
a procura da pesca clandestina e predatória, principalmente de espécies nobres.
Muitas criações de exóticos são feitas em tanques imersos nos rios, de modo que a 
chance de escape é alta, produzindo os riscos já mencionados.
Manejo de habitats
É uma estratégia para atenuar impactos em reservatórios. A manipulação de habitats 
pode resultar em benefícios por conta das implicações no aumento da vantagem 
competitiva, da capacidade biogênica do corpo de água, no incremento do potencial 
reprodutivo e na elevação da taxa de sobrevivência dos peixes (SUMMERFEL, 1993). 
Controle de macrófitas
Tem papel na manutenção da biota, pois fornece abrigo às forrageiras e às formas jovens 
por servir de substrato a organismos utilizados em sua alimentação. Mas quando em 
excesso, as macrófitas interferem na produtividade planctônica, na qualidade da água 
e na atividade de pesca.
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Manipulação do nível da água
O controle do nível de água nos reservatórios, por afetar as condições da zona litorânea, 
interfere nas condições de abrigo, alimentação e desova das espécies. As flutuações 
amplas e aleatórias de nível que ocorrem com frequência em reservatórios hidrelétricos 
são relacionadas pelo caráter menos estável das comunidades de muitos reservatórios. 
Por outro lado, níveis elevados durante o período reprodutivo e nos meses que se 
seguem têm sido associados a aumentos significativos no recrutamento de várias 
espécies (AGOSTINHO, 2007).
Manipulação de abrigos
O aumento ou a redução de abrigos disponibilizados às espécies presas e formas 
jovens de diversas outras espécies podem ser requeridas para resolver problemas na 
proporção predador/presa. Instalações de recifes e medidas que contribuam com o 
desenvolvimento de macrófitas aquáticas são algumas das alternativas para se ampliar o 
número de abrigos. Lembrar que o excesso de vegetação pode comprometer a qualidade 
da água e reduzir a produtividade fitoplanctônica. 
Manipulação dos locais de desova e dos criadouros 
naturais
Esta medida consiste em proteger, recompor ou ampliar os ambientes de desova 
e criadouros alterados pelo represamento, com reflexos diretos no aumento da taxa 
reprodutiva e na redução da mortalidade de formas jovens. A implantação de áreas 
artificiais de desova pode ser necessária, em função do grau de deterioração das 
existentes ou como medida complementar à estocagem com espécie nativa cuja 
população foi reduzida em função da eliminação desses habitats. 
Santos (2008), em seus estudos, utilizou de habitats artificias e demostrou que podem 
desempenhar funções similares aos naturais na aplicação na conservação da ictiofauna 
e favorecimento de algumas espécies no que diz respeito ao atributo reprodutivo. 
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CAPÍTULO 2 
Manejo e conservação dos répteis 
Introdução 
Por sua alta biodiversidade, são conhecidas no Brasil 721 espécies, sendo seis de 
Crocodylia, 36 de Testudines e 679 de Squamata (241 de lagartos, 371 de serpentes 
e 67 de anfisbenas) (BÉRNIL, 2010). Como ainda não se conhece a fauna na sua 
totalidade, os números podem estar subestimados, por isso, em função da escassez de 
informações sobre biologia, áreas de ocorrência, genética das espécies e situação atual 
das populações, a intenção a respeito da conservação torna-se algo mais difícil.
Ameaças 
Não custa lembrar que para todas as espécies, assim como para os répteis, as principais 
causas de extinção são, de acordo com Gibbons et al. (2000): perda e degradação 
de habitats, introdução de espécies invasoras, poluição ambiental, doenças, uso 
insustentável de recursos naturais e mudanças climáticas globais, porém a perda de 
habitat figura como a mais avassaladora, pois, com a invasão humana pela urbanização 
e atividades agropecuárias, desagrega o ecossistema, impedindo a reprodução e 
alimentação dos animais.
É um erro achar que todo réptil é resistente à seca e ao calor, espécies florestais, 
presentes onde o clima é mais ameno e úmido, sofrem com a abertura de áreas e a 
exposição ao sol, tornando-os vulneráveis ao calor. É o caso dos quelônios aquáticos. 
Quanto às espécies de savana, mais acostumadas ao calor e a exposição solar, são mais 
resistentes.
Deve-se considerar que o clamor social para conservação dos répteis não é o mesmo 
para os mamíferos e aves, o que faz com que a espécie se torne esquecida. Abate 
clandestino por carne e couro (jacarés), captura de ovos e tráfico de algumas espécies, 
como quelônios e serpentes, tornam-se um desafio para a conservação (FRANCISCO, 
2014). 
Culturalmente, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a medicina popular e os rituais 
religiosos também tornam o réptil uma vítima. O fascínio desses indivíduos alimenta um 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
mercado ilegal externo que os vendem como animais pets, sendo que outros, abastecem 
zoológicos exteriores.
Caça ilegal e caça de subsistência aumentam a ameaça às populações de répteis, 
principalmente de testudíneos e crocodilianos. A cobra-papagaio (periquitamboia – 
Corallus caninus), pela semelhança com a ave que leva seu nome, é fruto da cobiça do 
tráfico.
Há inclusive serpentes peçonhentas sendo comercializadas de forma ilegal, conforme 
estudos de Alves e Filho, (2007): cascavel (Crotalus durissus), jararaca (Bothrops sp.) 
cobra coral (Micrurus sp.) e surucucu (Lachesis muta). Também representantes das 
constritoras como a jiboia (Boa constricitor), salamanta (Epicrates cenchria), sucuri 
(Eunectes murinus) e periquitamboia (Corallus caninus). Além da caninana, falsa 
coral e cobra-cipó. 
É difícil o controle do tráfico, visto as mais variadas formas de burlar a fiscalização 
(quando essa existe). O que fazem as autoridadesambientais é pressionar os comerciantes 
ilegais, que, por falta de uma legislação mais rigorosa, mantêm a atividade de forma 
mais clandestina, pois as multas são de valores baixos, assim como a punição, o que 
torna essa atividade ilícita atrativa. 
Obs: Leia a Lei 9605/ 98 sobre Crimes Ambientais. 
Percebe-se que em seu artigo 7º, menciona: 
As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas 
de liberdade quando:
I - Trata-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de 
liberdade inferior a quatro anos (BRASIL, 1998, online); 
Se adicionarmos o art. 29, que diz: 
Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, 
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa (BRASIL, 1998, online).
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E o art. 30 
Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, 
sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa (BRASIL, 1998, online).
Nota-se que nestes e em vários outros artigos mencionados na lei, não haverá a 
privação de liberdade, uma vez que nenhuma pena atinge quatro anos, por isso 
todas as punições podem ser permutadas pelas restritivas de direitos. 
Sobretudo, a figura do traficante não é contemplada nessa legislação, o que 
torna a atividade ilícita atraente e estimulante. Além da ridícula pena restritiva, 
a multa é irrisória comparada aos ganhos auferidos com o comércio ilegal da 
fauna e flora. Algo está errado na legislação e deve ser mudado!
Quadro 6. Alguns répteis ameaçados na lista brasileira e na lista da International Union for Conservation of Nature 
(IUCN).
Espécies Brasil IUCN
Lagartos
Heterodactylus Iundii VU -
Anisolepis unduladus VU VU
Cnemidophorus sp VU -
Liolaemus occipitalis VU VU
Serpentes
Corallus cropanii CR -
Calamodontophis paucidens - VU
Bothrops alcatraz CR CR
Testudineos
Caretta caretta VU EM
Chelonia mydas VU EM
Eretmochelys imbricata EN CR
Trachemys adiutrix - EM
Podocnemis unifilis - VU
Chelonoides denticulata - VU
 
Legenda: CR = criticamente ameaçada; EN= ameaçada , VU= vulnerável
Fonte: Adaptado de (CUBAS, 2014) 
Destruição de: habitats aquáticos, matas ciliares, poluição hídrica com agroquímicos 
e lixo industrial, assim como o envenenamento dos rios pelas atividades de mineração 
com o lançamento de mercúrio, também contribuem para a extinção de determinadas 
populações (RODRIGUES, 2005).
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Em escala mundial, isso também é preocupante, haja vista que todos os países 
desenvolvidos dizimaram habitats naturais em prol do “desenvolvimento humano”. 
Quanto aos países pobres, muitos deles detentores de megadiversidades, compartilham 
das mesmas carências brasileiras e até pior, pelo descaso que os seus referidos Estados 
direcionam às suas riquezas ambientais. 
Projetos de proteção às tartarugas marinhas (TAMAR) são louváveis, porém, mesmo 
sob proteção, os animais ainda são alvos da “predação humana”, do consumo dos ovos 
e indiretamente da poluição, do derramamento de óleo nas praias e da captura de redes 
de pesca que vitimam os animais por afogamento. Até mesmo a tartaruga da Amazônia 
(Podocnemis expansa), que além do abate dos adultos para consumo, também tem 
seus ovos roubados com a mesma finalidade (IUCN).
A competição do Homo sapiens X animal silvestre é injusta...
Espécies como o tracajá (Podocneis unifilis) e o muçuã (Kinosternon scorpioides) 
constituem fonte alimentar de povos amazônicos. Como se trata de habitantes locais, 
principalmente se forem indígenas, estão protegidos por lei, que lhes garante o consumo 
para subsistência, conforme o artigo 37 da Lei 9605/98, pois: “Não é crime o abate de 
animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou 
de sua família”. Sobretudo porque essa legislação não atinge os indígenas que possuem 
regras próprias em função de seu aspecto cultural, em caçar para se alimentar.
Das 23 espécies de crocodilianos no mundo, cinco encontram-se criticamente 
ameaçadas, duas estão ameaçadas, três são consideradas vulneráveis, 12 estão em 
menor risco e uma tem dados insuficientes referentes a seu status de conservação. As 
espécies brasileiras como: jacaretinga (Caiman crocodilus), jacaré-do-papo-amarelo 
(Caiman latirostris), jacaré-do-pantanal, (Caiman yacare) jacaré-coroa (Paleosuchus 
palpebrosus) e jacaré-açu (Melanosuchus niger) estão em baixo risco.
De acordo com Huey et al. (2009), as elevações das temperaturas climáticas não apenas 
induzirão estresse térmico em populações de lagartos de florestas tropicais, essas 
espécies possivelmente sofrerão com a crescente competição com espécies de lagartos 
de ocorrência em áreas abertas (como planícies), mais adaptadas ao calor.
Sinervo et al. (2010) apresentaram estudo sobre a extinção de populações de lagartos 
em cinco continentes, atribuindo como causa predisponente o aquecimento global. 
De acordo com seu modelo de estudo, avaliando históricos e cenários de aquecimento 
atual e futuro, usando 1.216 populações de lagartos, concluíram que no ano 2080, 39% 
das populações de lagartos e 20% de todas as espécies de lagartos do mundo terão 
desaparecido.
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Conservação dos répteis 
Poucas políticas públicas visam à conservação de espécies in situ, portanto resta 
a manutenção das espécies fora de seu habita (ex situ). A reprodução em cativeiro, 
mesmo que seja com intuito de abate ou para suprir uma demanda como animais pets, 
reduz a pressão que essas espécies sofrem ao serem retiradas da natureza.
Nesse processo, pode ter papel decisivo a participação dos zoológicos brasileiros, 
criadouros conservacionistas, institutos de pesquisa e, inclusive, os criadouros 
comerciais.
A lista de espécies e sua situação no ecossistema, conhecidas como studbooks, são uma 
importante estratégia de monitoramento e de planejamento do manejo de populações 
animais em cativeiro. As aplicações nacionais devem se somar aos estudos estrangeiros 
mais avançados e que são utilizados amplamente em outros países, principalmente em 
instituições na América do Norte e na Europa. A maioria dos studbooks são voltados 
aos mamíferos e às aves e pouco para répteis (FRANCISCO, 2014).
Curiosamente, esses estudos poderiam ser organizados e geridos por essas 
entidades, como, por exemplo, pelo ICMBio ou pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), porém as ações governamentais 
visando à conservação da fauna têm sido modestas.
A reprodução de animais em cativeiro pode ser uma aliada na conservação das espécies 
em risco. Muitos zoológicos estão mudando seu plantel, procurando manter espécies 
da fauna brasileira na tentativa de reproduzir espécies em vulnerabilidade ambiental. 
Nesses ambientes ex situ, saem as melhores técnicas de reprodução para muitas 
espécies, que podem ser um banco genético, para quem sabe, um dia, mediante processo 
de adaptação, esses animais possam ser destinados à natureza!.
Porém políticas governamentais brasileiras desconsideram a necessidade de trabalhar 
a conservação ex situ com verbas adequadas e de formaconjunta. Podemos destacar 
a situação precária dos zoológicos públicos brasileiros e as poucas iniciativas de 
transferência de recursos e manutenção de iniciativas particulares de organizações não 
governamentais em prol da conservação.
Reprodução de répteis em cativeiro
Uma característica singular é de que os crocodilianos são o único grupo que detém 
cuidados parentais com seus filhotes. Embora Algumas espécies de serpentes cuidem 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
temporariamente de seus filhotes, somente os crocodilianos mantêm seus filhotes por 
longos períodos de aprendizagem.
Essa característica biológica é importante na avaliação de projetos que tenham por 
objetivo restabelecer ou incrementar populações livres com animais produzidos em 
cativeiro. Como a manutenção dos pais não se faz necessária para a maioria dos répteis, 
isso se torna vantajoso no planejamento de programas de reprodução em cativeiro, com 
vistas a produzir indivíduos para o adensamento de populações em vida livre.
No Brasil, para a conservação de testudíneos marinhos e continentais, foram criados 
respectivamente os projetos TAMAR e o Programa de Conservação de Quelônios 
Continentais Brasileiros (originado do Projeto Quelônios da Amazônia – PQA). Ambos 
os projetos governamentais têm em sua essência a incubação artificial de ovos de 
testudines, postos naturalmente por animais livres, e a imediata recolocação das crias 
no meio natural. 
O objetivo desse manejo é propiciar melhores condições de incubação, nascimento 
de maior número de filhotes e, consequentemente, retorno de mais animais ao meio 
ambiente. Nesses programas, todas as fases do manejo reprodutivo acontecem em 
animais livres em ambiente natural. Por outro lado, é possível outro tipo de manejo 
reprodutivo, no qual todas as fases da reprodução aconteçam em cativeiro, e aplica-se à 
maioria das espécies de répteis. Neste tipo de manejo, ocorre pareamento, acasalamento, 
incubação e nascimento dos filhotes em cativeiro, havendo também a possibilidade de 
inserção da prole no meio natural de ocorrência (FRANCISCO, 2014).
O PQA é um manual técnico produzido em conjunto com ICMbio e IBAMA e aponta 
técnicas de monitoramento e incubação de ovos, o manejo de filhotes dos quelônios 
amazônicos, manutenção dos filhotes em berçários e a realização da soltura desses 
indivíduos. Realiza o monitoramento populacional para verificar a viabilidade 
desses indivíduos na natureza. Aborda aspectos socioambientais de monitoramento 
e conservação a partir do envolvimento das comunidades ribeirinhas nas regiões de 
ocorrência das espécies-alvo de conservação.
O protocolo básico para as ações são:
1. Inventário das espécies de quelônios, especialmente em unidades de 
conservação.
2. Estabelecer espécies prioritárias para monitoramento.
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3. Realizar estudos populacionais, com dados de reprodução (postura, data 
da postura, dados da fêmea após a nidificação, dados de ninhos naturais 
e de ninhos transferidos). 
4. Influência dos fatores ambientais e climáticos com dados locais do 
ambiente.
5. Características do sítio reprodutivo e área de ocupação.
6. Destinação dos filhotes manejados dos ninhos naturais e transferidos. 
Para buscar mais informações, consulte o manual técnico: Manejo 
Conservacionista e Monitoramento Populacional de Quelônios Aquáticos, IBAMA, 
MMA, 2016. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/ran/destaques/76-livro-
quelonios-2016.html.
Criações comerciais 
Essas criações legais podem ser uma alternativa conservacionista na tentativa de 
minimizar o tráfico de indivíduos ilegais. A busca por répteis de estimação tem crescido, 
e essa demanda tem sido abastecida pelo comércio ilegal de silvestres, porém o que 
atrai a aquisição por indivíduos ilegais é o preço, que pode ser até 10 vezes mais barato 
se comparado ao espécime legal.
Além do mais, a escassez de animais criados legalmente deve-se às imensas dificuldades 
e restrições legais para a implantação de criações comerciais de répteis de companhia, o 
que explica os altos valores cobrados. O resultado disso é o fortalecimento do mercado 
negro, que comercializa indistintamente espécies da fauna silvestre nativa e exótica do 
país. 
Outra situação é que muitos répteis da fauna nativa ou exóticos não podem ser criados 
legalmente, por exemplo, a iguana verde (Iguana iguana), que ocorre naturalmente no 
Brasil e em outros países da América do Sul e da América Central. Outro exemplo é a 
píton birmanesa (Python molurus bivittatus).
http://www.icmbio.gov.br/ran/destaques/76-livro-quelonios-2016.html
http://www.icmbio.gov.br/ran/destaques/76-livro-quelonios-2016.html
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Figura 27. iguana verde (Iguana iguana).
Fonte: https://repeatingislands.com/2019/11/03/dominican-republic-responds-urgently-to-harmful-invasion-of-green-iguanas/.
Figura 28. Piton birmanesa de 100Kg e 5 metros no Camboja.
Fonte: https://www.michellhilton.com/2015/01/familia-tem-uma-piton-birmanesa-de-estimacao.html.
A comercialização de animais criados em cativeiro poderia diminuir a pressão de caça 
nas populações existentes em áreas protegidas, reduzindo o tráfico de animais silvestres, 
nativos e exóticos. Para isso, animais mantidos em cativeiro poderiam ser submetidos a 
procedimentos cirúrgicos, que os impossibilitasse de se reproduzir, e seriam marcados 
e rastreados, o que tornaria possível responsabilizar os comerciantes e os proprietários 
por eventuais fugas, solturas indevidas e maus-tratos. Os mecanismos para esse controle 
existem e são possíveis de serem implementados (FRANCISCO, 2014).
Nessas criações comerciais, um percentual de animais nascidos em cativeiro poderia 
ser disponibilizado para que os órgãos ambientais responsáveis pela gestão da fauna 
visem projetos de reintrodução ou adensamento de populações. 
https://repeatingislands.com/2019/11/03/dominican-republic-responds-urgently-to-harmful-invasion-of-green-iguanas/
https://www.michellhilton.com/2015/01/familia-tem-uma-piton-birmanesa-de-estimacao.html
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Criação de jacarés 
A criação de jacarés para o abate pode ser autorizado pelo Ibama se condições 
técnicas detalhadas forem atendidas. O registro é válido por dois anos, e o criadouro 
deve encaminhar, uma vez ao ano, um relatório ao Ibama, que servirá de base para a 
fiscalização por parte do órgão (FERNANDES, 2011).
O aproveitamento econômico da carne e couro de crocodilianos é o principal objetivo 
do manejo reprodutivo dessa ordem. A carne de crocodilianos tem baixa porcentagem 
de gordura e alta porcentagem de umidade, sendo um produto delicado em textura. 
Esse produto é bastante procurado por apreciadores e proprietários de restaurantes 
especializados, o que traz boa rentabilidade para quem cria essa ordem comercialmente. 
Além disso, o couro desses animais possui alto valor comercial (ALVES, 2009).
Sistemas de criação 
Conforme Azevedo (2007), os tipos de sistemas de criação de crocodilianos são os 
seguintes:
 » Ciclo fechado ou farming – todas as etapas do ciclo produtivo ocorrem 
em cativeiro, incluindo a cópula, postura, incubação, eclosão dos ovos 
e o desenvolvimento dos filhotes até o abate. Para se iniciar o sistema 
produtivo, deve-se capturar os primeiros animais que servirão como 
reprodutores. Nesse caso, as fêmeas devem medir 1,60m de comprimento 
e os machos 1,80m.
 » Aberto ou ranching – a cópula e a postura ocorrem na natureza. Os ovos 
são capturados na natureza e incubados em incubadoras. Os filhotes 
crescem e permanecem em cativeiro até o abate.
 » Caça comercial ou harvesting – todas as etapas produtivas são realizadas 
na natureza. Este tipo é regulamentado pelas autoridades responsáveis e 
em períodos predeterminados, normalmente uma vez por ano.
A obtenção de matrizes ocorre depois do registro docriadouro, o órgão ambiental o 
licencia para captura de ovos na natureza ou pela busca de animais nos rios, capturando-
se apenas o necessário (AVEIRO, 2012).
Fazem-se necessários melhores estudos sobre a endocrinologia reprodutiva e 
biotecnologias, como a inseminação artificial, aplicadas a esses animais.
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Legislação 
Algumas legislações relativas à criação de jacarés em cativeiro:
 » Portaria nº 118-N, de 15 de outubro de 1997, do Ibama. Normaliza o 
funcionamento de criadouros da fauna silvestre brasileira com fins 
econômicos e industriais.
 » Portaria nº 102/1998 – dispõe sobre a implantação de criadouros de 
animais da fauna silvestre exótica com fins econômicos e industriais.
 » Portaria nº 117/1997 – dispõe sobre a comercialização de animais vivos, 
abatidos, partes e produtos da fauna silvestre brasileira provenientes de 
criadouros com finalidade econômica e industrial e jardins zoológicos 
registrados junto ao Ibama.
 » Portaria nº 119/1992 – dispõe sobre a comercialização de peles de 
crocodilianos brasileiros, das espécies Caiman crocodilus yacare e 
Caiman crocodilus crocodilus, produzidas pelos criadouros comerciais 
devidamente legalizados no Ibama, em consonância com as demais 
portarias específicas sobre o assunto.
Biotecnologias utilizadas na reprodução de 
crocodilianos
Estudos relacionados à reprodução de crocodilianos com objetivo de sustentar a sua 
produção em cativeiro ou mesmo em vida livre ainda estão em fase de aprimoramento.
A coleta de sêmen desses animais pode ser realizada no post-mortem, pela compressão 
dos ductos deferentes em um copo coletor (LARSEN; CARDEILHAC, 1984) ou através 
da aspiração de espermatozoides da uretra peniana. Porém ainda não foi desenvolvido 
nenhum método de congelamento de sêmen para essa espécie até o momento. Os 
referidos autores não obtiveram sucesso na tentativa de inseminação.
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Figura 29. Criação de jacarés.
Fonte: https://novonegocio.com.br/criacoes/criacao-de-jacares-2/.
https://novonegocio.com.br/criacoes/criacao-de-jacares-2/
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CAPÍTULO 3
Manejo e conservação de mamíferos 
carnívoros, anfíbios e aves 
Manejo de mamíferos 
Introdução 
Em âmbito científico, a ordem carnívora tem atraído atenção de cientistas em face da 
idolatria representada na mitologia e culturas de povos, como também pelo fascínio 
que essa ordem representa.
O termo carnívoro, embora signifique: “comedor de carne”, representa uma variedade 
maior de espécies que também predam. Dependendo da espécie, pode-se alimentar, 
na maior parte das vezes, de frutas e raízes, como, por exemplo, o lobo-guará, que tem 
em sua dieta 20% de proteína animal. Outros, como ursos, quatis, furões e guaxinins, 
também entram nesse grupo. 
Essa ordem possui ampla variedade de habitats, formas e pesos (um pequeno furão de 
45g até elefante marinho de 3.700kg). Já os felídeos que não comem exclusivamente 
carne (pois também ingerem material vegetal) são ainda considerados por alguns como 
carnívoros estritos.
Das 286 espécies de carnívoros descritas atualmente, 27% estão ameaçadas de extinção 
segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Os principais 
fatores de ameaça são: perda de habitat, caça e perseguição, mortes acidentais e 
doenças. Estima-se que 352 gêneros de mamíferos carnívoros tenham sido extintos, e 
atualmente há apenas 125 gêneros desse grupo (PURVIS, 2001).
Mamíferos da fauna brasileira
 São representados por cinco famílias – Felidae, Canidae, Mustelidade, 
Mephitidade e Procyonidae (CHEIDA, 2006). As principais ameaças a este grupo são a 
perda e a fragmentação do habitat e a caça furtiva e predatória.
A família Felidae tem representantes dos gêneros Panthera (onça-pintada, Panthera 
onca), Puma (onça parda – Puma concolor e gato mourisco – Puma yagouaroundi) 
e Leopardus (jaguatirica – Leopardus pardalis, gato-palheiro – Leopardus colocolo, 
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gatodo-mato-grande – Leopardus geoffroyi, gato-do-mato-pequeno – Leopardus 
tigrinus e gato-maracajá – Leopardus wiedii).
A família Canidae é composta por membros do gênero Chrysocyon (lobo-guará, 
Chrysocyon brachyurus), Cerdocyon (cachorro-do-mato, Cerdocyon thous), 
Pseudalopex (raposinha-do-campo, Pseudalopex vetulus e graxaim-do-campo, 
Pseudalopex gymnocercus), Atelocinus (cachorro-do-mato-de-orelha-curta, 
Atelocynus microtis) e Speothos (cachorro-do-mato-vinagre, Speothos venaticus)
Obs.: Não serão dados detalhes sobre a biologia das famílias canidae e felidae, pois 
já foram tratadas em capítulos específicos de medicina de mamíferos. Serão dadas 
informações sobre planos de conservação desses grupos.
Outros representantes são os da família Mephitidade, representada no Brasil por duas 
espécies do gênero Conepatus. O zorrilho (Conepatus chinga) ocorre no sul do Brasil, 
sendo observado principalmente no Rio Grande do Sul. Fisicamente, assemelha-se 
muito à jaritataca (Conepatus semistriatus), exceto pelo tamanho, sendo que o zorrilho 
é menor e pode chegar até a 2,5 kg, enquanto a jaritataca pode chegar a 4 kg. Ambos 
apresentam coloração que varia do preto ao marrom escuro com duas listras brancas 
que saem do topo da cabeça e seguem pelo dorso, até a cauda (CHEIDA, 2006).
Figura 30. Zorrilho (Conepatus chinga).
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Zorrilho#/media/Ficheiro:Chingue(Conepatuschinga)_Inao_V%C3%A1squez_001.jpg.
Já os mustelídeos brasileiros são representados por seis espécies: doninha-amazônica 
(Mustela africana), irara (Eira barbara), furão pequeno (Galictis cuja), furão (Galictis 
vittata), lontra (Lontra longicaudis) e ariranha (Pteronura brasiliensis). Destas, 
somente a ariranha pertence à categoria vulnerável da lista brasileira da fauna ameaçada 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
de extinção. Quanto à doninha amazônica, é “deficiente de dados”, já a irara e a lontra 
são vulneráveis.
Tanto a lontra quanto a ariranha são espécies aquáticas muito parecidas, possuem 
corpos alongados. A ariranha é maior e ambas possuem corpos alongados e membranas 
interdigitais, cauda musculosa e achatada (utilizada como leme) e capacidade de fechar 
as narinas durante o mergulho. A ariranha pode chegar a 30 kg e 1,80m e com toda a 
cauda em forma de remo. Pelagem curta e cor castanha. Em seu queixo, peito e garganta, 
a ariranha apresenta manchas amareladas.
 A lontra possui cauda achatada e musculosa, não possuem machas claras na garganta 
como as ariranhas e pesam entre 7 e 15 kg e medem de 53 a 80 cm de comprimento.
Figura 31. A ariranha e B. Lontra.
 
 
A B 
Fonte: (CUBAS, 2014).
A família Procyonidae é representada por quatro espécies de diferentes gêneros. 
O olingo (Bassaricyon gabbii) é o menos conhecido da família. O jupará (Potos 
flavus) é morfologicamente semelhante ao olingo, mas é ligeiramente maior (40 
a 76 cm) e possui cauda preênsil. O mão-pelada, pé chato ou guaxinim (Procyon 
cancrivorus) ocorre em todos os biomas do Brasil. Apesar de bastante comum, é pouco 
visto e estudado. Pode ser identificado facilmente pelas patas desprovidas de pelos, a 
máscara preta ao redor dos olhos, a cauda com anéis escuros e a postura arqueada.
Outra espécie bastante comum é o quati (Nasua nasua), que pode ser encontradoem 
todos os biomas brasileiros. Possivelmente é a espécie de carnívoro mais observada. 
Apresenta cabeça alargada, que termina em um focinho fino e comprido. Sua coloração 
é alaranjada ou avermelhada para marrom escuro, com a presença de anéis escuros na 
cauda. O corpo mede de 40 a 65 cm e pode pesar de 2,7 a 10 kg (CHEIDA, 2006).
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Figura 32. Jupará e guaxinin.
 
 
Fonte:https://petfriends.com.br/voce-conh ece-o-jupara/ e https://escola.britannica.com.br/artigo/guaxinim/482321.
Já o mamíferos carnívoros aquáticos brasileiros são representados pela família 
Otariidae, composta por leões e lobos marinhos. Sendo que não há colônias fixas no 
Brasil.
A conservação dos mamíferos carnívoros se justifica por eles serem “indicadores ou 
ferramentas conservacionistas”, já que suas necessidades ecológicas podem coincidir 
com as de várias outras espécies (NOSS, 1996). Esses animais assumem grandes 
áreas e são elementos importantes na estrutura das comunidades. Segundo Paine 
(1966), esses animais, ao predar espécies predominantes, mantêm o tamanho das 
populações de espécies de níveis tróficos inferiores abaixo da capacidade de suporte do 
ambiente, reduzindo a intensidade de competição interespecífica, possibilitando maior 
sobreposição de nicho e maior riqueza de espécies (BEGON, 2006).
Pesquisa com mamíferos carnívoros no Brasil
Estudos pioneiros começaram nos meados da década de 70 para onça-pintada/Pantanal 
e lobo-guará/Serra da Canastra (MG), porém os estudos têm se concentrado em poucas 
espécies, principalmente os grandes predadores. Os felídeos chamam mais a atenção 
dos pesquisadores, sendo a onça-pintada a campeã em publicações. O mesmo não se 
refere aos pequenos felídeos. Embora tenham muitos estudos, boa parte deles ainda 
não estabeleceu respostas quanto a: fluxo gênico, estado sanitário, estado reprodutivo.
Um exemplo que ilustra essa situação é o Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da 
Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção – NEX. O criadouro conservacionista 
está situado em Corumbá (GO) e tem como foco principal a preservação das oito espécies, 
desde os pequenos felídeos, como o gato-maracajá, até a onça-pintada. O custeio do 
criadouro é mantido por valores arrecadados em visitações guiadas, transações penais 
e alguns doadores particulares, nenhuma verba é de origem pública.
https://petfriends.com.br/voce-conh%20ece-o-jupara/
https://escola.britannica.com.br/artigo/guaxinim/482321
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
O NEX recebe animais provenientes do tráfico ou situações de resgate, na maioria dos 
casos, os animais não têm condições de retorno à natureza, são animais mutilados 
ou antropizados. Ao manter esses felídeos em grandes viveiros, promovem educação 
ambiental aos visitantes pagantes. 
Nos canídeos, há uma concentração de estudos em lobo-guará e em cachorro-do-mato 
e mais recentemente foram iniciados estudos detalhados em cachorro-do-mato-vinagre 
(OLIVEIRA, 2006). Mustelídeos e procionídeos também possuem poucos trabalhos 
publicados.
Conservação ex situ
Há uma divergência entre os pesquisadores quanto a realizar a conservação ex situ. 
Porém, para alguns, como Snyder et al. (1996), dada a perda de habitat cada vez 
maior, a reprodução em cativeiro pode ser uma alternativa viável. Portanto, diante 
das numerosas ameaças à vida selvagem, a preocupação é investir nas ações para a 
conservação ex situ, para tanto, é fundamental conhecer as características fisiológicas 
básicas e reprodutivas das espécies.
Zoológicos têm uma participação importante nesse processo, pois, além de proporcionar 
lazer e educação ambiental, têm a finalidade precípua de pesquisa e conservação das 
espécies. O mesmo vale para os jardins botânicos, porém é romântico se pensar que 
animais criados em cativeiro poderão “abastecer” a natureza ao se promover a soltura 
desses indivíduos. Há muitos motivos para não se acreditar nessa possibilidade:
Primeiro, por terem sido criados em cativeiro desde filhotes, eles não passaram pelo 
aprendizado de caça com a mãe, o que inclui não apenas o que caçar, mas quando, 
onde e como caçar. Sem esse aprendizado, que para grandes felídeos é praticamente 
impossível de ser reproduzido no cativeiro, os animais estariam fadados a morrer de 
fome na natureza, ou pior, poderiam vir a se aproximar de animais domésticos e pessoas 
para se alimentar, e com isso causarem problemas de predação, adquirirem doenças ou 
mesmo causarem sérios acidentes envolvendo pessoas.
Segundo, não existem levantamentos que indiquem áreas naturais que necessitem de 
reforço populacional, ou seja, que precisem que o número de carnívoros seja aumentado 
por meio da soltura de novos indivíduos. Ao contrário, as áreas naturais estão cada vez 
mais desmatadas e seus animais selvagens pressionados a procurar novos territórios, 
fato comprovado pelo crescente número de casos de onças pardas encontradas em 
áreas periurbanas. A soltura de animais não pode ser pensada como uma solução para 
o excesso populacional das instituições de cativeiro, pois deve ter como premissa básica 
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
que a área natural precisa de mais indivíduos. Eventos de soltura mal planejados têm 
grande potencial de prejudicar a conservação da diversidade biológica. 
Técnicas de estudo de vida livre 
Levando-se em consideração que muitos dos animais são furtivos e sua visualização 
durante o tempo de estudo pode não ocorrer, o pesquisador deve lançar mão de 
alternativas para ter uma observação indireta da espécie. Para isso, algumas técnicas 
podem ser usadas:
 » Entrevistas – podem ser conduzidas livremente ou baseadas em 
questionários. As informações obtidas podem direcionar a busca de 
vestígios e os esforços de captura. As perguntas devem ser objetivas e 
não extensas.
 » Vestígios – podem ser: rastros, excrementos, restos de alimentos, 
arranhões em árvores, etc. Os rastros são os mais utilizados, mas podem 
induzir a dúvidas pela semelhança de pegadas de espécies próximas. 
As fezes dos animais podem dizer muito sobre eles, não somente sua alimentação, 
pois, recentemente, com o avanço das técnicas moleculares, é possível realizar a 
identificação individual a partir das fezes, o que possibilita o uso desse tipo de material 
para estimativas de densidade (HAAG, 2009).
Armadilhas fotográficas 
Uma das técnicas mais utilizadas possibilita o registro de animais de difícil observação. 
O princípio de funcionamento do equipamento está baseado em uma armadilha 
fotográfica conectada a um sensor de calor ou de movimento que registra os animais 
que passam por ela.
No caso de felídeos neotropicais pintados, identifica-se os animais pelo padrão de 
pelagem que é único para cada indivíduo. Esses modelos baseiam-se em marcação e 
recaptura. 
O primeiro registro fotográfico é a sua captura e a marcação dos indivíduos, os registros 
seguintes são eventos de recaptura. As estimativas de abundância são obtidas a partir do 
histórico de captura gerado e podem ser feitas com auxílio do programa CAPTURE®. 
Para o cálculo de densidade, é necessário obter a área efetivamente amostrada, a qual 
pode ser obtida a partir do conhecimento da máxima distância percorrida pelos animais 
amostrados no estudo (LIMA, 2009).
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
Figura 33.A. Pontos de ocorrência de onça-pintada (Panthera onca) registrados no Brasil. B. Características bióticas 
e abióticas de cada ponto são reconhecidas pelo programa MAXENT, que busca outras localidades com 
características semelhantes, indicando habitat adequado para a ocorrência da espécie. No mapa, quanto mais 
intenso o verde, mais adequado o habitat.
 
 
A B 
Fonte: CUBAS 2014. Adaptada de Ferraz et al 
Armadilhas fotográficas podem ser agrupadas em duas categorias – ativa e passiva – de 
acordocom seu mecanismo de disparo.
Armadilhas fotográficas ativas: 
Disparam quando um animal ou objeto cruza o feixe de luz infravermelha. Raramente 
falham, mas são mais suscetíveis às capturas falsas, ou seja, aquelas disparadas por 
folhas movidas pelo vento ou gotas de água da chuva. A imagem é captada quando algo 
cruza o feixe de infravermelho.
Armadilhas fotográficas passivas:
Disparam quando um objeto cuja temperatura difere da temperatura ambiente penetra 
na zona de detecção da câmera. Essas câmeras são menos propensas às capturas falsas, 
mas são mais suscetíveis à “cegueira por calor” quando a temperatura ambiente sobe 
para níveis comparáveis à temperatura corporal dos mamíferos (MAFFEI, 2004).
Ex.: onças-pintadas podem requerer de 20 a 50 armadilhas fotográficas 
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
Figura 34. Armadilha fotográfica.
Fonte: esearchgate.net/figure/Figura-01-Armadilha-fotografica-armada-em-caule-de-Palmeira-rio-grandense-Syagrus_
fig5_281347179
Figura 35. Armadilha fotográfica (câmera trap). Modelo tigrinus instalado em árvore, a cerca de 50 cm do solo.
 
 
Fonte:https://www.facebook.com/ICMBio/photos/o-centro-nacional-de-pesquisa-e-conserva%C3%A7%C3%A3o-de-
mam%C3%ADferos-carn%C3%ADvoros-do-icmbio-in/1082444948489990/
Radiotelemetria
Radiotelemetria é uma ferramenta que possibilita obter informações acerca dos padrões 
de movimentação animal, territorialidade, área de vida, uso e seleção de habitat, 
densidade, sobrevivência, dispersão, entre outras (JACOB, 2003).
É uma ferramenta cara e requer experiência. Para esse procedimento, é necessária a 
captura do animal para colocação de colar transmissor. 
Há dois sistemas: o VHF, barato no início do projeto, mas requer investimento para 
adquirir colares transmissores, antenas e receptores. Apesar do baixo custo inicial, ao 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
longo do tempo pode ter um custo elevado, quando considerarmos o esforço necessário 
para a obtenção de apenas uma localização.
Sistemas de telemetria GPS ou GPS-Satelital requerem um maior investimento inicial. 
No entanto, ao longo do tempo, o custo de aquisição de uma localização é muito inferior 
quando comparado ao sistema VHF. Outra vantagem do sistema GPS é que acumulam 
mais informações além de ser programado para registrar localizações a cada 30 minutos. 
Esses transmissores podem armazenar cerca de 15 mil pontos antes que seja necessário 
fazer o download. Ou seja, os sistemas de GPS podem trazer mais localizações por 
animal do que o sistema VHF.
Obtenção de informações sobre a ecologia de animais em seu habitat natural, com 
programação em linguagem “C”, um computador para visualização dos resultados, um 
modulo de radiofrequência e um GPS. Transmissor acoplável ao animal estudado emite 
sinais de rádio captados por um receptor por meio de uma antena se possível, mesmo à 
distância, localizar, acompanhar o deslocamento, monitorar sinais vitais e fisiológicos 
e padrões de atividade do indivíduo.
As técnicas de radiotelemetria buscam, em geral, elucidar padrões de movimentação, 
territorialidade e utilização de recursos, bem como avaliar parâmetros demográficos, 
tais como densidade, sobrevivência e dispersão de uma determinada espécie. Além de 
parâmetros fisiológicos: FC e TRº.
O GPS é empregado para espécies que utilizam grandes áreas, como a jaguatirica 
(Leopardus pardalis) e a onça-pintada (Panthera onca), mas o relevo e a vegetação 
podem interferir no sinal via satélite.
Figura 36. Onça-pintada com colar de radiotelemetria.
 
 Fonte: http://procarnivoros.org.br/arquivos/arquivos/20/Boletim%20Carnivoros%20do%20Igua%C3%A7u_01.pdf
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
Na radiotelemetria, usa-se o esquema de triangulação, pois para estimar a localização 
de um animal, usam-se dois ângulos.
Figura 37. Antena de localização.
 
 
Fonte: https://propagacaoaberta.com.br/vida-selvagem-ondas-radio-apenas-tecnica-chamada-telemetria/ 
Uma organização que atua de forma sistemática de forma in situ é o Instituto Pró 
carnívoros, (IPC), associação sem fins lucrativos, fundada em 1966, e reconhecida como 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Sua finalidade principal é 
a conservação de carnívoros neotropicais e de seus habitats. As ações estão focadas em:
 » Pesquisas científicas das espécies.
 » Propostas de estratégias e ações de manejo para garantir a sobrevivência 
dos carnívoros a longo prazo. 
 » Identificação e proteção de áreas prioritárias para a conservação dos 
carnívoros.
 » Orientação em casos de predação de animais domésticos por mamíferos 
carnívoros.
 » Treinamento e capacitação de profissionais especializados em manejo e 
conservação de predadores naturais.
 » Educação ambiental.
 » Produção de material educativo e de divulgação.
 » Apoio e desenvolvimento de políticas públicas para a conservação das 
espécies e de seu habitat.
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
O IPC atua em todo o Brasil e já gerou resultados práticos na área de carnívoros. 
Possuem projetos em andamento e os já finalizados. Utilizam de metodologia científica 
e produziram já algumas publicações na área acadêmica, como o Plano de Ação para 
Conservação do Lobo-Guará. 
Para mais informações, consulte: http://procarnivoros.org.br/publicacoes-cientificas/.
Além das ações privadas, a esfera pública provê planos de ação já publicados 
para três espécies de mamíferos carnívoros: ariranha, lobo-guará e onça-pintada, 
reconhecidos pelas Portarias nº 88/2010, 316/2009 e 132/2010, respectivamente. Os 
referidos documentos estão disponíveis para download no site www.icmbio.gov.br.
É crescente o número de pesquisas envolvendo os mamíferos carnívoros, as quais têm 
subsidiado a elaboração de estratégias de conservação da diversidade biológica. No 
entanto, muitos dos estudos visam apenas aos grandes predadores. 
Finalmente, as técnicas e ferramentas de estudo estão em constante processo de 
melhoria, possibilitando a obtenção de um maior número de informações. 
Manejos de anfíbios 
A classe Amphibia corresponde ao grupo que engloba: Gymnophiona ou Apoda (cobras-
cegas), Caudata ou Urodela (salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas). No mundo, 
são conhecidas cerca de 6.100 espécies de anfíbios, cerca de 800 espécies ocorrem no 
Brasil (SBH, 2005).
O grupo mais diversificado no mundo e no Brasil é o dos anuros. O país abriga algo em 
torno de 30 espécies. As cobras-cegas e as salamandras são representadas por apenas 
uma espécie de cada que ocorre na bacia Amazônica.
Tendo em vista esta interface entre a terra e água, eles são considerados excelentes 
indicadores biológicos, sensíveis às variações ambientais e climáticas. Tais mudanças 
são devido às suas particularidades comportamentais e fisiológicas, tais como: pele 
permeável, pouca mobilidade, complexo ciclo de vida com dependência simultânea de 
ambientes terrestres e aquáticos, grande diversidade de modos reprodutivos, diferença 
na dieta entre girinos e animais adultos (BLAUSTEIN; WAKE, 1990).
Outro motivo que remete a importância de estudos é pela fonte riquíssima de 
conhecimento que dessas espécies se pode extrair e seus compostos ativos que podem 
ser usadas, por exemplo, pesquisas farmacológicas. Por isso a perda da biodiversidade 
http://procarnivoros.org.br/publicacoes-cientificas/
http://www.icmbio.gov.br
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
de anfíbios poderá limitar a descobertas biomédicas relevantes (VANCOMPERNOLLE 
et al., 2005). 
Declínios populacionais de anfíbios, ameaças de 
extinções e medidas de conservação recomendadas
Embora se afirme que há declínio de populações de espécies de anfíbios pelo mundo, 
pouco se monitorou de forma precisa em trabalhos científicos. Mesmo o Brasil em sua 
megadiversidade, pouco se debruça sobre esse grupo o que leva a discordância entre osacadêmicos. 
A questão é que ainda não há programas de monitoramento populacional em larga escala, 
por isso pouco pode-se afirmar sobre o tamanho das espécies e sua vulnerabilidade, e 
assim, realizar medidas de conservação (STUART et al., 2005).
Porém o que se pode especular, e com muita probabilidade das projeções se confirmarem, 
é que o desmatamento prejudica ou pode levar a extinção de espécies de anfíbios 
florestais, em detrimento do favorecimento das populações de ambientes abertos que 
acabam invadindo as áreas que antes estavam ocupadas por florestas. Portanto, são 
2 formas de pressão sobre as espécies florestais, a perda do habitat e competição por 
outras espécies (HADDAD, 1997).
Otimistas dizem que essas espécies vulneráveis se adaptam com o tempo, mas essa 
pode ser uma desculpa perigosa para se promover o desmatamento desenfreado. 
A adaptação até pode acontecer, mas a custa de perdas significativas de populações. 
Ao mesmo tempo, algumas extinções de anfíbios foram atribuídas a pelo menos dois 
fatores sinérgicos que potencializam o efeito estufa.
Outra causa relevante é a especulação imobiliária, afetando principalmente as espécies 
anuras que vivem em regiões alagadiças. A supressão de vários corpos d’água pelos 
aterramentos ocasionados pelas obras, a formação de uma barreira impedindo o fluxo 
de animais entre os banhados, o risco de acidentes com vazamento de combustíveis e 
outras substâncias tóxicas nos corpos d’água restantes e, principalmente, a urbanização 
e exploração imobiliária que a estrada proporcionaria no local são os principais riscos.
Na questão farmacológica, ao reconhecer a importância dessas espécies, ações de 
biopirataria são executadas por traficantes que levam esses animais para fora do país, 
quando os cientistas locais deveriam estar realizando essas pesquisas.
Abelson (1990) ainda aponta outras possibilidades de declínio: destruição de 
ambientes, alterações na disponibilidade e na qualidade dos corpos d’água, introdução 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
de predadores, poluição por pesticidas, chuva ácida, variação climática, patógenos, 
aumento no nível de radiação de alta energia (raios UV) pela redução da camada de 
ozônio, mortalidade em rodovias, consumo humano, além de flutuações naturais das 
populações. 
Se utilizarmos o cerrado como um dos exemplos, veremos que esse bioma se transformou, 
nas últimas décadas, na nova fronteira agrícola do país, a ponto de já ser hoje um dos 
maiores produtores de grãos do Brasil, reconhecido como a última grande fronteira 
agrícola do mundo. Infelizmente, essa ocupação econômica do cerrado tem ocorrido 
sem um adequado planejamento: o Cerrado é visto pelos planejadores, financiadores e 
agricultores apenas como chão a ser ocupado, sem a utilização de técnicas sustentáveis. 
Sem contar a construção de grandes barragens e estradas, mineração, agrotóxicos e 
expansão urbana.
Nesse bioma, o endemismo é o principal critério para hotspots (áreas com alto grau de 
ameaça, rica diversidade e endemismo, por isso prioritárias para preservação).
Urge a necessidade de se conhecer essas espécies, monitorá-las e descobrir as causas 
de seu declínio. Muitas são deficientes de dados (DD), podendo estar na categoria das 
ameaçadas. Como já mencionado, poucos pesquisadores se debruçam nesse grupo em 
detrimento de outros mais atraentes, seja por falta de recursos, problemas burocráticos 
ou pela dificuldade de cobrir todos os vastos biomas brasileiros, alguns locais são de 
difícil acesso. Portanto vale a máxima: “Só se conserva aquilo que se conhece”. 
Sugestões 
Mas ainda se tem uma salvação para esse problema, são as unidades de conservação 
e outros espaços protegidos in situ. A criação e a manutenção de reservas intocadas 
(preservadas), que possam ser representativas de uma fração de biodiversidade, já 
são um começo para possibilitar estudos desse e de outros grupos de animais, além de 
evitar a extinção em massa. Lembremos que os anfíbios praticamente não participam 
da conservação ex situ, pois estão pouco representados em coleções em zoológicos 
brasileiros, mesmo porque a estratégia ex situ não é a melhor técnica para manutenção 
de anfíbios, uma vez que o cativeiro é um limitador reprodutivo em muitos dos casos.
Outras ações são a recuperação de áreas degradadas e a criação de corredores ecológicos 
representativos que possam permitir o trânsito de espécies de um bioma a outro, 
promovendo a distribuição genética.
Em 2003, foi realizado um worshop para atualizar a situação dos anfíbios brasileiros 
e oferecer sugestões de conservação. Nesse encontro, concluiu-se que o bioma mais 
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
afetado e que causou o maior declínio da população de anfíbios foi a Mata Atlântica, 
representada por floresta tropical e que em seu processo de expansão brasileira ficou 
reduzida a míseros 7% para poder abrigar todo o contingente de espécies de anfíbios 
existentes. Poucos remanescentes conseguiram se proteger em remansos úmidos e 
longes da atividade agropecuária.
Para efeito de recomendação geral, parte-se do pressuposto do levantamento de 
espécies de campo e publicação de dados sobre localização das populações existentes, 
áreas de distribuição e dados sobre sua biologia. Uma vez definidos esses dados, pode-
se oferecer sugestões de conservação e limitação de áreas de reprodução, recuperação 
de habitats para a referida espécie e fiscalização. 
Plano de manejo de aves 
O Brasil possui uma das mais ricas avifaunas do mundo, com estimativas recentes 
variando entre 1.696 e 1.731 espécies. Cerca de 10% (193 táxons) estão ameaçadas. 
A Amazônia apresenta o maior número de espécies, seguida pela Mata Atlântica 
e o cerrado, entretanto a maioria das espécies endêmicas do Brasil é encontrada na 
Mata Atlântica, especialmente nas terras baixas do litoral Sudeste e no Nordeste. O 
cerrado possui o segundo maior número de espécies ameaçadas. A perda, degradação 
e fragmentação de habitats e a caça – especialmente para o comércio ilegal – são as 
principais ameaças às aves brasileiras (MARINI; GARCIA, 2005).
Quadro 6. Número de espécies, espécies endêmicas e táxons (espécies e subespécies) de aves ameaçados no 
Brasil e por bioma.
Táxons ameaçados
Bioma Espécies
Espécies
endêmicas
Total
Endêmicos do 
bioma
Endêmicos do 
Brasil
Amazônia 1.300b 263b 20 6 10
Mata Atlântica 1.020c 188c 112 54 90
Cerrado 837d 36e 48 14 14
Caatinga 510f 15g 25 7 15
Campos sulinos 476c 2c 20 3 0
Pantanal 463h 0 13 0 1
Costeiro e marinho >130i 0 23 0 0
Total no Brasil 1.696-1.731j 504 193 84 119
 
Fonte: (CUBAS, 2014).
Como se observa, o Cerrado é segundo em número de espécies ameaçadas. Quase 
80% de sua vegetação natural já foi convertida para projetos agropecuários, com forte 
agricultura mecanizada (MYERS et al., 2000). 
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
O Cemave é um dos 13 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação geridos pelo 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com atuação em 
todo território brasileiro. 
Esse centro coordena um programa nacional de marcação de aves na natureza com 
anéis numerados (anilhas). São responsáveis pela avaliação do estado de conservação 
das aves brasileiras e pela elaboração e coordenação de planos de ação nacionais (PAN) 
para conservação de espécies de aves brasileiras ameaçadas de extinção e das aves 
migratórias. Desenvolvem pesquisas de campo, voltadas para distribuição, migrações, 
ecologia, monitoramento e conservação das aves (Cemave). 
As ações do centro estão focadas em quatro vertentes:
1. Avaliação do estado de conservação das espécies de aves brasileiras.
2. Planos de ação nacionais para conservação de aves brasileiras ameaçadas 
de extinção.
3. Monitoramento de avifauna em unidades de conservação.
4. Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres– SNA.
Alguns planos de ação estão voltados para algumas espécies de forma específica como: 
a arara-azul-de-lear, o pato-mergulhão e o soldadinho-do-araripe.
Outros planos se concentram nos diferentes biomas, sendo que em alguns as análises 
já foram concluídas, assim como as sugestões de manejo. Também há outros planos de 
ação ainda vigorando. 
O plano de ação da caatinga aponta 511 espécies de aves habitantes, das quais 23 são 
endêmicas. Os baixos índices de desenvolvimento econômico e social da região fazem 
com que a caatinga sofra intenso processo de degradação ambiental, decorrente do uso 
insustentável de seus recursos naturais.
São diversas as ameaças à avifauna da caatinga como, por exemplo, o impacto causado 
por atividades de extração mineral, o turismo desordenado, espécies invasoras e o uso 
indiscriminado de agrotóxicos. Mas sem dúvida, a principal é a perda de habitat (causa 
mais comum da perda de biodiversidade), ocasionada, sobretudo, por desmatamentos, 
queimadas, incêndios florestais e pela expansão rural e urbana. Desmatamentos, uso 
indiscriminado do fogo e agricultura mecanizada completam esse quadro desolador, 
sem falar no tráfico de aves silvestres para abastecer o mercado interno e externo, 
principalmente das aves canoras que tem maior procura dos traficantes e compradores, 
http://www.icmbio.gov.br/cemave/avaliacao-das-aves-brasileiras.html
http://www.icmbio.gov.br/cemave/planos-de-acao.html
http://www.icmbio.gov.br/cemave/planos-de-acao.html
http://www.icmbio.gov.br/cemave/monitoramento-em-ucs.html
http://www.icmbio.gov.br/cemave/sna.html
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UNIDADE V │ FAUNA BRASILEIRA
e espécies que disputam rinha, como os machos de canários-da-terra. Há, ainda, uma 
tradição cultural arraigada de criação de espécies silvestres em gaiolas.
As ações estratégicas
A partir das ameaças identificadas, com base na distribuição das espécies-alvo e nos 
mapas prioritários para a conservação, o PAN Aves da Caatinga tem como objetivo 
geral: redução da perda e alteração de ambientes naturais da pressão de caça e do 
tráfico, visando à manutenção ou recuperação das populações e habitats das espécies-
alvo desse PAN.
Os objetivos específicos são: 
1. Redução da perda e alteração dos ambientes naturais.
2. Manutenção e recuperação dos habitats das espécies-alvo.
3. Manutenção e incremento das populações das espécies-alvo do plano.
4. Redução das pressões de caça e do tráfico.
Já o PAN Aves da Amazônia contempla 57 táxons de aves, sendo que 53 foram classificados 
em algum grau de ameaça. Esse bioma apresenta um dos maiores números de espécies 
de aves e com maiores endemismos. Assim como os outros biomas, sofre o mesmo 
processo de degradação ambiental, principalmente queimadas, desmatamentos, 
hidrelétricas, estradas e linhas de transmissão de energia. 
Quanto às hidrelétricas, elas produzem forte impacto, pois a instalação de barragens 
altera fortemente a vazão natural dos rios e a deposição sedimentar, o que modifica 
o regime hidrológico do local. Tais empreendimentos afetam principalmente as aves 
que têm distribuição muito próxima de rios e várzeas. O desmatamento retira árvores 
usadas pelas aves no processo de nidificação. Entre alguns dos objetivos do PAN para 
as aves da Amazônia, estão:
1. Criação de unidades de conservação em locais estratégicos que 
abrigam grande biodiversidade de espécies de aves vulneráveis. 
2. Execução de atividades de fiscalização para coibir a extração ilegal de 
madeira em regiões alvos da ação dos traficantes.
3. Execução de atividades de fiscalização e controle de queimadas.
4. Promoção da regularização fundiária.
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FAUNA BRASILEIRA │ UNIDADE V
5. Implementação de programas de educação ambiental visando ao 
combate à degradação ambiental com foco em aves em UC e seus 
entornos.
6. Elaboração de termos de compromisso com mineradoras visando 
à manutenção e recuperação de habitats naturais das aves alvo do 
plano.
7. Redução dos impactos negativos causados pela implementação de 
hidrelétricas sobre as aves-alvo dos planos.
Outras Instituições não governamentais procuram estudar as aves a adotar linhas 
de pesquisa em prol da conservação das espécies, entre elas: a Birdlife Brasil, que 
estabeleceu um programa dedicado às áreas importantes para as aves; a Sociedade 
Brasileira de Ornitologia (SOB), que promove encontros para compilar dados e analisar 
relatos de novas espécies. O projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), 
que está distribuído em quase todos os biomas brasileiros, porém ainda existe carência 
de informações sobre a biologia de muitas espécies. 
Diante de nossa megadiversidade e da responsabilidade de protegê-la, o Brasil precisa 
colocar em prática esses planos nacionais (Cemave) que já finalizaram e os que ainda 
estão em processo de finalização. Criar políticas públicas para melhoria ambiental, 
estabelecendo áreas estratégicas para conservação das espécies. 
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UNIDADE VIGENÉTICA DA 
CONSERVAÇÃO
CAPÍTULO 1
Felídeos
Introdução
Tecnologias genéticas e moleculares, principalmente nos processos de extração de DNA, 
facilitaram o estudo de animais selvagens. Além disso, o desenvolvimento de novos 
marcadores moleculares e de equipamentos tem aumentado a resolução e a quantidade 
de informações obtidas, as quais têm sido cada vez mais bem interpretadas, na medida 
em que novos métodos e modelos estatísticos são desenvolvidos (CULVER, 2010).
Biotecnologia da reprodução 
A utilização de técnicas reprodutivas é um seguro contra a extinção, pois a informação 
genética em amostras biológicas podem ser mantidas por longos períodos. Grandes 
avanços foram alcançados nos últimos anos a partir do melhor entendimento da 
fisiologia reprodutiva de uma grande variedade de espécies. Apesar disso, menos de 
10% das espécies de mamíferos foram investigadas. Trabalhos com isolamento e cultivo 
de fibroblastos obtidos de mamíferos silvestres mortos para formação de um banco de 
germoplasma foram realizados com pesquisas da Embrapa (BLUME, 2010).
Técnicas de reprodução assistida, tais como inseminação artificial, fecundação in vitro 
e transferência de embriões já estão sendo trabalhadas recentemente por pesquisadores 
ambientais. 
Características gerais reprodutivas dos felídeos 
Como já mencionado, os felídeos foram a família mais pesquisada entre os mamíferos 
e mesmo outras classes animais.
107
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Autores como Johnston (1996) e outros confirmaram que tigresas, pumas e onças-
pintadas possuem mecanismos de ovulação reflexa ou induzida, assim como a gata 
doméstica. Já felinos do gênero Leopardus são poliéstricos e podem ciclar durante o 
ano todo, sendo o gato-maracajá (Leopardus wiedii) o único no gênero a apresentar 
ovulações espontâneas (MORAIS et al., 1996).
Outra curiosidade: como os felídeos, em regra, possuem hábitos solitários, com exceção 
dos leões, necessitam de um período de estro mais longo e oócitos viáveis por mais 
tempo a fim de que a ovulação ocorra depois do encontro entre casais na natureza 
(EWER, 1975).
Avaliação reprodutiva 
A constatação de estrógenos e progesteronas fecais tem sido utilizada na caracterização 
e monitoramento do ciclo estral e no diagnóstico de gestação em fêmeas. Esse método 
de monitoração, além do seu uso em felinos domésticos, tem sido usado para os 
neotropicais: jaguatirica, gato-do-mato-pequeno e gato-maracajá ao avaliar a função 
ovariana (MORAIS, 2001).
O esfregaço de células da vagina pode ser obtido por meio de escova ginecológica ou 
swabs com auxílio de espéculo, feito a partir da porção média da vagina e depositado, 
por rotação da escova, sobre lâminas histológicas, sendo útil para estudos do ciclo estral 
e diagnóstico do estro (MORATO; MOREIRA, 2007).Reprodução assistida de felinos selvagens 
Muitas das técnicas desenvolvidas em animais domésticos estão sendo adaptadas 
especificamente em animais da fauna brasileira em ambientes de zoológicos, como 
aponta Dresser et al. (1986), na tentativa de manter a fauna nativa conservada. Além 
dos exóticos, já foram trabalhados: onça parda, jaguatirica e a onça-pintada, espécies 
ameaçadas. Também tentativas de aplicação de fertilização in vitro (FIV) têm sido 
feitas em felinos selvagens mantidos em cativeiro, tais como tigre (Panthera tigres 
altaica) e gato-do-mato-pequeno (Leopardus trigrinus) (MORATO et al., 2000).
A criação de bancos de germoplasma com sêmen, oócitos, embriões e células surge 
como estratégia no sentido de garantir a diversidade genética das populações 
(LASLEY et al., 1994). As técnicas de reprodução assistida consistem em: inseminação 
artificial (IA); fertilização in vitro (FIV); transferência de embriões. 
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Colheita de sêmen
Existem dois métodos para a colheita de sêmen em animais selvagens. O primeiro é 
o método não ejaculatório, que consiste na colheita de sêmen da cauda do epidídimo 
de animais que vieram a óbito ou foram submetidos à castração ou vasectomia. O 
segundo é o método ejaculatório, que consiste na recuperação do sêmen após o coito, 
com utilização de vagina artificial, manipulação digital ou eletroejaculação (COSTA; 
MARTINS, 2008).
Figura 38. Eletroejaculação em onça-pintada.
 
 
Fonte: (RIBEIRO; ALMEIDA; MARTINEZ, 2019).
No método não ejaculatório, os testículos são refrigerados, após o óbito do animal 
ou através da castração, os órgãos são lavados e/ou macerados em meio de cultura 
HEPES – acrescido de HAM´S F10. Após o óbito, os espermatozoides ainda estão 
vivos até 12 horas e são recuperados após a centrifugação (HOWARD, 1993). 
Quanto ao métodos ejaculatório, faz-se por manipulação digital ou uso da vagina 
artificial para coleta de sêmen, necessita treinamento, porém é algo ainda distante 
em se tratando de animais selvagens pela sua não colaboração.
Portanto o método mais comum, e mais seguro, é o da eletroejaculação. Nesse caso, 
os animais estarão anestesiados para facilitar a coleta em si e pelo desconforto 
que o equipamento causa ao animal. Eventualmente, esse tipo de coleta provoca 
contaminação pela urina nos casos em que a voltagem excede o mínimo necessário 
para ejaculação ou quando o eletrodo está posicionado muito cranialmente. Para 
minimizar essa ocorrência, uma das alternativas seria a drenagem da urina por 
cateterização ou cistocentese antes do início dos eletrochoques (GONÇALVES et 
al., 2014).
109
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
As associações de fármacos anestésicos são fundamentais para o sucesso do 
procedimento de eletroejaculação, uma vez que há necessidade de promover, além da 
anestesia, o relaxamento muscular para liberar o sêmen e evitar o stress muscular pela 
emissão dos disparos elétricos. A tiletamina associada ao zolazepan são os mais usados, 
pois não produzem alterações significativas no ejaculado. Quanto ao uso de xilazina e 
cetamina, segundo Paz (2013), observaram-se eventos de ejaculação retrógada. 
Lueders (2012) descreve a cateterização uretral usada em leão africano. Em seu 
experimento, o uso de fármaco anestésico também libera o sêmen pela uretra. É o 
caso da medetomidina (α2-agonista) e que estará associado à cetamina. O auxílio de 
ultrassonografia transretal é ideal para a localização da próstata. Em leões africanos, foi 
descrita a utilização de um cateter urinário canino (com diâmetro de 2,6 ou 3,3 mm), 
inserido aproximadamente 30 cm na uretra para permitir a coleta de sêmen no lúmen 
do cateter por capilaridade. Em ambos os casos, houve relatos de sucesso com o uso 
dessa técnica em gato-da-selva (Felis chaus) (KHEIRKHAN et al., 2017).
Avaliação do sêmen
Observa-se a qualidade do sêmen pelo: volume, pH e concentração espermática, 
porcentagem de motilidade, motilidade progressiva e morfologia espermática (PAZ, 
2013). Também se determina a integridade da membrana espermática e acrossomal 
por meio da eletromicroscopia de transmissão ou microscopia com fluorescência 
(MOREIRA, 2017).
Figuras 39 e 40. Colheita de sêmen e espículas do pênis de gato-do-mato-pequeno (Leopardus trigrinus).
 
 
Foto: Tatiane Micheletti/Itaipu Binacional (CUBAS, 2014).
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Criopreservação do sêmen em felídeos
Historicamente, o sêmen de felídeos não domésticos tem sido congelado em meios 
com gema de ovo, porém esse meio poderá provocar alterações como contaminação 
microbiana, além de restrições regulamentares impostas relacionadas ao transporte 
internacional de sêmen (MOREIRA, 2017).
Estudos comparando lecitina de soja com gema de ovo mostraram resultados similares, 
na porcentagem da clivagem de embriões, o que mostra que esse novo meio é uma 
alternativa viável (VANSANDT et al., 2016).
Novos métodos estão sendo usados para possibilitar o armazenamento do sêmen por 
mais tempo a 4ºC em refrigerador. Os espermatozoides são liofilizados em uma solução 
contendo 10 mM Tris e 1 mM EDTA. Por esse meio, os espermatozoides permaneceram 
viáveis para inoculação (KANEKO et al., 2014).
Controle ovariano para reprodução assistida
Para estímulo ovariano, há a necessidade de aplicações intramusculares de 
gonadotrofinas para que possa induzir o desenvolvimento folicular, a maturação dos 
oócitos e/ou ovulação. Essas gonadotrofinas exógenas, como glicoproteínas, podem 
persistir por alguns dias na circulação. Além de induzir a formação de anticorpos 
neutralizantes e modificar o ambiente uterino pela alteração endócrina, contudo podem 
prejudicar o transporte do embrião pelo oviduto (MORATO; MOREIRA, 2007).
Para o sucesso da reposta, a aplicação não deve ser realizada na fase inicial do ciclo 
estral, pois não haverá estímulo ovariano. 
Estudos com a Gonadotrofina Coriônica equina (eCG) e a Gonadotrofina Coriônica 
humana (hCG) são utilizadas, respectivamente, para estimular o desenvolvimento 
folicular e induzir a ovulação, produzindo uma boa resposta ovariana com uma 
única aplicação (CRICHTON et al., 2003). Esse autor utilizou com sucesso essas 
gonadrotofinas para estimulação repetida de atividade ovariana para recuperação de 
óocitos, em produção embrionária in vitro e criopreservação em tigres siberianos, 
porém as taxas de prenhez na maioria das vezes são baixas.
A maioria dos felídeos selvagens ovula de 37 a 42 h pós-aplicação de hCG, portanto o 
sucesso da inseminação artificial (IA) aumenta nesse período. O principal problema 
do uso das gonadotrofinas é a variabilidade da resposta, pois as dosagens não são 
modificadas necessariamente com o tamanho do animal e, algumas vezes, os protocolos 
111
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
hormonais (eCG/hCG) podem não induzir desenvolvimento folicular suficiente para 
ocorrer a ovulação (MORATO; MOREIRA, 2007).
 Inseminação artificial (IA)
Entre os felídeos selvagens, a inseminação artificial é mais usada do que a transferência 
de embriões. Em relação à deposição do sêmen na vagina, os resultados são bem 
inferiores se comparados aos de inseminação laparoscópica em que há a deposição direta 
de espermatozoides na porção cranial dos cornos uterinos associada ao tratamento 
de gonadotrofinas (MORATO; MOREIRA, 2007). Isso resultou em um aumento de 
46% da gestação em guepardos (HOWARD,1992). Há de se considerar que houve 
comprometimento do transporte do sêmen na contenção química usada em felídeos 
nos quais se inseminou diretamente na vagina. 
Em pequenos felídeos, ocorre a baixa sobrevivência dos espermatozoides após a 
criopreservação e o descongelamento, o que dificulta a aplicação de IA. Esse insucesso 
pode levar à preferência pela fertilização in vitro e à transferência de embriões, técnicas 
mais caras (SWANSON,2006).
Fertilização in vitro – FIV
A recuperação de oócitos para procedimentos de FIV é realizada pela técnica de 
laparoscopia, na qual são aspirados os folículos. Essa técnica tem sido realizada em 
animais post-mortem ou em fêmeas ovário-histerectomizadas. Também em ovários 
refrigerados nos quais se aspiram os folículos por agulha ou dilaceração de ovário e 
recuperação dos oócitos com auxílio de estereomicroscópio. O meio de cultura indicado 
para aspiração e dilaceração dos ovários é o M199 (PAZ, 2013).
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, a partir do momento em que se 
possui o oócito maturado e o sêmen capacitado, a produção in vitro de embriões (PIV) 
apresenta baixa taxa de sucesso para certas espécies de felídeos, mesmo quando os 
oócitos recuperados para o procedimento são de boa qualidade (MORATO et al., 2000).
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica de reprodução 
assistida que compreende uma alternativa à FIV convencional. Consiste na injeção 
de um único espermatozoide no interior do citoplasma do oócito com o auxílio de 
micromanipuladores. A ICSI pode ser utilizada para a obtenção de embriões em casos 
de problemas de infertilidade relacionados aos espermatozoides como: disponibilidade 
em número limitado, células imóveis ou com má morfologia (MICHELETTI et al., 2011).
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Embora a ICSI e a FIV apresentem maior probabilidade de gerar embriões viáveis, já que 
há um maior controle do ambiente uterino e maiores chances de fecundação do oócito 
pelo espermatozoide, existem diversas outras vantagens na utilização da IA. Uma delas 
é o fato de ser um procedimento relativamente simples, embora ainda dependente do 
aperfeiçoamento de protocolos de indução do desenvolvimento folicular e da ovulação. 
Outra vantagem da IA é a possibilidade de utilização tanto de sêmen resfriado quanto do 
criopreservado, o que torna desnecessário o transporte de animais de uma instituição a 
outra para fins de acasalamento.
A ICSI é uma das técnicas de reprodução assistida mais caras em razão do custo do 
micromanipulador que realiza a injeção do espermatozoide. Em contrapartida, é também 
a técnica que pode apresentar a maior taxa de sucesso na concepção de embriões devido 
à precisão com que a fecundação é conduzida. (POPE et al., 1998).
Transferência de embriões (TE)
A transferência de embriões (TE) permite recolher embriões de uma fêmea doadora 
e transferi-los para fêmeas receptoras com a finalidade de completarem o período de 
gestação. Sua importância básica para reprodução animal consiste na possibilidade de 
uma fêmea produzir um número de descendentes muito superior ao que seria possível 
obter fisiologicamente durante sua vida reprodutiva (MORATO; MOREIRA, 2007). 
Essa técnica possibilita a produção de clones e animais transgênicos, assim como a 
criopreservação de embriões.
A técnica já foi usada para reprodução em jaguatirica após a transferência de embriões 
congelados. Após a detecção do estro natural, a ovulação da receptora foi induzida por 
GnRH, e os embriões foram transferidos por videolaparoscopia diretamente ao óstio do 
oviduto (SWANSON, 2001).
Banco de germoplasma
A finalidade dessa técnica é o resgate de populações que se extinguiram, aquelas que 
tenham importantes características biológicas a serem preservadas ou ainda espécies 
localmente adaptadas ou mesmo em risco de extinção.
Os bancos de germoplasma consistem, primeiramente, na criopreservação de gametas, 
embriões e células somáticas em botijões criogênicos, no nitrogênio líquido a -196°C, ou 
em sua fase de vapor a -150°C (SANTOS et al., 2010). O material biológico só mantém a 
sua viabilidade se for tolerante ao método específico (congelação lenta ou vitrificação), 
como também aos agentes crioprotetores, a desidratação e a velocidade de redução da 
temperatura.
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Segundo Ferreira et al. (2005), no Brasil, existem bancos de germoplasma coordenados 
pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, por meio de um sistema conhecido 
como Plataforma Nacional de Recursos Genéticos. As informações e os materiais são 
compartilhados com universidades federais e estaduais e centros de pesquisa. 
Alguns zoológicos participam do projeto, como o Jardim Zoológico de Brasília que 
criou o primeiro banco de germoplasma de animais selvagens da América Latina, com 
a expectativa futura de perpetuação de muitas espécies da fauna brasileira, ameaçadas 
ou em perigo de extinção. O banco tem a finalidade de salvaguardar tanto gametas 
a serem utilizados em biotécnicas reprodutivas, como também células somáticas e 
células-tronco (FJZB, 2012).
Outras pesquisas estão sendo realizadas como o Banco Brasileiro de Germoplasma 
Animal (BBGA), também conhecido por “Projeto Arca de Noé”. No mesmo local, 
funcionam os laboratórios de pesquisa do Centro Nacional de Recursos Genéticos e 
Biotecnologia da Embrapa (Cenargen), onde se desenvolvem pesquisas na área de 
biotecnologia da Reprodução (BEM et al., 1997). Além de identificar raça e espécies 
ameaçadas, o BBGA tem como objetivo a identificação de recursos genéticos, o 
conhecimento de suas características fenotípicas e de produção, a caracterização 
genética e avaliação do material coletado, assim como a valorização local dos recursos 
genéticos locais.
Uma alternativa para a preservação de animais silvestres é a formação de bancos 
de células somáticas associadas à técnica de clonagem, uma vez que a obtenção de 
fibroblastos é simples, pois precisa de um pequeno fragmento de material, e o cultivo 
de células fibroblásticas é considerado o mais apropriado para o uso de transferência 
nuclear de células somáticas (LEON-QUINTO et al., 2011).
Epílogo 
Ainda faltam muitas lacunas a se responder. Pesquisas básicas no campo da fisiologia 
reprodutiva ainda são desconhecidas. Há um grau variado de sucesso nas técnicas, mas 
os desafios devem ser superados, pois os objetivos são nobres, visam à sobrevivência 
das espécies e à manutenção de um equilíbrio ecológico. 
A biotecnologia aplicada à reprodução pode contribuir para minimizar o risco de 
extinção de inúmeras espécies consideradas vulneráveis ou ameaçadas e garantir um 
futuro para elas, tão importantes para a manutenção do equilíbrio natural do planeta.
114
CAPÍTULO 2
Movimentação da fauna e implicações
Introdução 
O manejo da fauna se tornou um importante aliado para evitar perda genética e 
depressão endoengâmica, que têm levado muitas espécies à extinção.
Tentativas de realocação ou de soltura de espécies são polêmicas e sem embasamento 
científico, quando não são monitoradas, e não se conhece sua interferência ecológica. 
O objetivo é nobre, porém deve haver condições que levem a um resultado positivo ao 
acompanhar aspectos sanitários, genéticos, ecológicos, demográficos e comportamentais. 
Os termos, segundo Duarte (2014), são:
 » Manejo de fauna: qualquer medida que exija movimentação de animais 
selvagens, em cativeiro ou em vida livre.
 » Reintrodução: termo que define a liberação (soltura) de animais selvagens 
em áreas historicamente ocupadas pela espécie, mas na qual se encontra 
extinta.
 » Translocação: liberação de animais selvagens em áreas nas quais a espécie 
ainda está presente, independentemente se os animais vêm do cativeiro 
ou de vida livre.
 » Introdução: liberação de animais selvagens em pontos nos quais a espécie 
não tem ocorrência histórica nem atual.
 » Recolocação: liberação de um animal exatamente no ponto em que foi 
capturado da natureza.
 » Resgate: captura de animais selvagens em áreas de eminente impacto, 
com alto risco de morte para os indivíduos.
A liberação de animais selvagens para a natureza se reveste de um forte apelo midiático, 
o que é plausível frente às argumentações de: 
 » Reconstituição de uma população extinta localmente, recuperando 
processos ecológicos perdidos com aextinção.
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
 » Restabelecimento da variabilidade genética de uma população que passa 
por problemas de endogamia e tamanho populacional pequeno.
 » Restabelecimento de uma densidade mínima viável para populações que 
tenham entrado no vórtice de extinção demográfica.
 » Resolução do problema de animais apreendidos e das instituições 
mantenedoras de fauna ou centros de triagem.
Restabelecimento de populações extintas 
Muito se discute da necessidade de se reintroduzir espécies no ambiente, porém, 
paradoxalmente, essa técnica é discutida por alguns cientistas como ineficaz e 
eventualmente prejudicial. Se uma espécie foi extinta, caso não se revertam os motivos 
de sua extinção, ocorrerá, portanto, uma nova eliminação desses novos indivíduos 
introduzidos. Segundo, ocorrendo a extinção da espécie, evento que normalmente está 
associado à fragmentação de habitat, depois da extinção local, o ambiente reinicia o 
processo de equilíbrio, que muitas vezes é alcançado em pouco tempo com ausência 
da comunidade original. Ocorre um novo ambiente, com uma comunidade menor 
de espécies e indivíduos, que se estabiliza porque se adaptou. Uma vez promovida a 
reintrodução de uma espécie nesse ambiente, poderá ocorrer desvios nesse ecossistema 
que já tinha entrado em equilíbrio, além da não persistência da espécie reintroduzida 
(DUARTE, 2014).
Restabelecimento da variabilidade genética 
de populações 
Em populações pequenas ou próximas à extinção, associadas à supressão de habitat, há 
possibilidade da perda da diversidade genética por deriva ou aumento da endogamia.
Lembre! a deriva genética corresponde a uma drástica alteração casual de ordem natural, 
atingindo a concentração genotípica de uma ou várias espécies, não preliminarmente 
envolvendo fatores de seleção natural, mas ocasionada por eventos repentinos. Tal 
fenômeno é caracterizado pela ocorrência de catástrofes ecológicas, por exemplo: 
terremotos, tsunamis, tornados, inundações, queimadas, avalanches e outros processos, 
atingindo um grande contingente populacional.
Tal processo, em conjunto, pode levar à perda de capacidade de adaptação de uma 
população e diminuição do desempenho (fitness). O aumento da expressão de alelos 
deletérios, criados especialmente pela endogamia (uma decorrência do pequeno 
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
número de indivíduos na população), provoca inúmeros problemas de viabilidade 
populacional, aumentando a mortalidade e diminuindo a produtividade. Juntamente 
com a diversidade genética baixa, que não possibilita flexibilidade para adaptação a 
problemas ambientais, tais fatores levam à inviabilidade da população e à extinção 
(FRANKHAM, 2008).
Nesse caso, a translocação é recomendada, pois aumenta a variabilidade genética 
e diminui a expressão desses alelos deletérios, o que aumenta a viabilidade da 
sustentabilidade populacional.
Restabelecimento da densidade mínima viável
A dinâmica populacional depende da capacidade de carga da área e da densidade de 
sua taxa de crescimento. Quando as densidades estão baixas, as populações aumentam 
sua taxa de crescimento, evitando o processo de extinção, porém, quando a densidade 
populacional está muito baixa, pode causar decréscimo na taxa de crescimento 
populacional. Isso é causado pela dificuldade de os animais encontrarem parceiros e 
realizarem acasalamentos, especialmente no caso de espécies solitárias. Nesse nível 
de densidade, pode ocorrer um decréscimo populacional, chamado de efeito alee 
(reprodução reduzida em baixas densidades populacionais), que pode levar a população 
à extinção (CONROY, 2009). 
Nesses casos, sugere-se a translocação de animais para a restauração da densidade 
ótima. A questão é saber qual é a densidade mínima para se translocar animais, atingir 
a densidade ótima e evitar o efeito alee! 
Várias são as situações de se utilizar a translocação, ela pode ser empregada para 
populações ameaçadas com o propósito de promover adensamento ou revigoramento 
populacional em populações que tenham sido reduzidas a níveis baixos. Também 
como medida mitigatória em resgates de empreendimentos (construção de barragens 
hidrelétricas) ou quando animais silvestres invadem áreas urbanas.
Para livrar “animais-problema”, como grandes carnívoros que ameaçam o gado, são 
comuns a captura e a transferência desses animais para locais onde não haja a presença 
humana. Leva-se em consideração que as onças deambulam longos quilômetros 
diariamente.
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Resolução de problemas de cativeiro
Algumas das argumentações que defendem a liberação de animais na natureza são de 
que os cativeiros estão abarrotados de animais frutos de apreensão, entregas voluntárias 
ou resgate de fauna. Para muitos desses animais, não é possível sua destinação aos 
criadouros conservacionistas, principalmente porque os criadouros também estão 
abarrotados de animais.
Os técnicos ambientais em uma tentativa desesperada de desafogar os centros de 
triagem optam por translocar esses indivíduos para áreas livres, porém alguns trabalhos 
argumentam que animais oriundos de cativeiro podem não se adaptar, o que leva a crer 
que a manutenção deles em criadouros e zoológicos é o melhor para esses seres.
 
Lembre: CETAS é um Centro de triagem, ou seja, o animal permanece 
provisoriamente, uma vez que o fluxo de entrada é grande.
O ideal é que se evite a entrada ou se diminua a reprodução, porém, para alguns 
casos, a eutanásia pode ser o último recurso (DUARTE, 2014).
Figura 41. Apreensão realizada pelos órgãos ambientais.
Fonte:https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/58918,inema-apreende-500-passaros-em-operacao-contra-trafico-de-
animais-silvestres.
A atividade de proteção aos animais silvestres conta com a participação conjunta de 
vários órgãos ambientais. O Ibama, órgão máximo de fiscalização, e as policias militares 
ambientais realizam a apreensão de animais ilegais em feiras ou mesmo de particulares. 
Outros órgãos também atuam: as Polícias Federal, Civil e Rodoviária. 
https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/58918,inema-apreende-500-passaros-em-operacao-contra-trafico-de-animais-silvestres
https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/58918,inema-apreende-500-passaros-em-operacao-contra-trafico-de-animais-silvestres
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Perigos para a população receptora 
Seja a translocação ou a reintrodução, alguns problemas podem ser transferidos para a 
população ou área em que está sendo realizado o manejo:
Introdução de patógenos 
É um dos principais problemas ao se introduzir indivíduos. Mesmo porque muitas das 
introduções não são monitoradas. Cabe ressaltar que as condições em que a maioria 
dos animais é mantida em cativeiro nos centros de triagem propicia o intercâmbio de 
patógenos, frente à aglomeração e proximidade entre os espécimes. A soltura destes 
nos ambientes naturais pode afetar a manutenção e a sobrevivência das populações de 
vida livre, afetando as espécies que estão em equilíbrio epidemiológico.
Isso é explicado pela grande quantidade de vertebrados existentes na fauna que ainda 
não foram estudados e principalmente pela sua carga microbiana patógena também 
desconhecida que pode ser um fator de transmissão, por isso não podemos garantir 
que o fluxo de micro-organismos não esteja sendo realizado nas movimentações de 
espécimes.
A translocação só deve ser realizada como uma medida estritamente necessária para o 
salvamento dessa população. Ações de liberação indiscriminada de animais selvagens 
em áreas naturais vão contra todos os princípios básicos da medicina da conservação.
Podemos nos perguntar: entre não fazer nada para mudar o cenário desolador 
de perda de espécies em um determinado lugar e tentar translocar, introduzir ou 
reintroduzir espécies, mesmo com chance de insucesso ou outros perigos para a 
população, o quevocê faria?
Introdução de alelos exóticos 
O isolamento histórico de populações deve sempre ser respeitado, pois muitas 
vezes tal isolamento imprimiu na população diferenças anatômicas, fisiológicas e 
comportamentais que podem causar problemas quando é realizado um fluxo genético 
artificial (p. ex., nas translocações).
No Brasil, estudos realizados com o veado-mateiro (Mazama americana) provaram 
que linhagens distintas. Apesar de idênticas morfologicamente, têm complementos 
cromossômicos muito distintos. E o cruzamento de linhagens distintas, por sua vez, 
cria híbridos estéreis. Apesar de ser um exemplo da incapacidade de identificação de 
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
espécies claramente distintas pela comunidade científica, somente reforça o quão é 
difícil propor movimentações de fauna na região neotropical, com uma diversidade de 
espécies ainda por ser conhecida (SALVIANO, 2010). 
Outro perigo consiste na introdução de comportamentos exóticos. Exemplo típico é 
o papagaio que conviveu com o ser humano e com ele interagiu. Em seu momento 
reprodutivo não transmitirá a sua progênie, como seria desejado e esperado 
naturalmente, a desconfiança ao ser humano, atitude que é, infelizmente, necessária 
para a manutenção da espécie. Esse mesmo animal solto e antropizado poderá ensinar 
a outros comportamentos indesejáveis e artificiais. 
Já a recolocação é diferente, pois, nesse caso, o animal permaneceu fora se seu habitat 
por pouco tempo, para tratar de uma enfermidade, por exemplo, e logo retornou a seu 
local de origem. Nesse caso, garante-se que a liberação do animal não afetará a sua área. 
Alguns autores discordam de qual o tempo hábil de o indivíduo se contaminar com 
agentes parasitários e infecciosos do cativeiro no contato de outros animais enfermos.
 O ideal é que o animal, ao ser resgatado para tratamento em cativeiro para atendimento 
veterinário, permaneça somente pelo prazo do referido tratamento e retorne logo ao 
seu local de origem. Cito como exemplo uma experiência do autor com um lobo-guará 
resgatado pela Polícia Ambiental para procedimentos veterinários no Zoológico de 
Brasília. O animal havia sido alvejado por projéteis de espalha chumbo no pescoço. 
Depois de permanecer isolado (sem contato amistoso humano), ser medicado, receber 
curativos e retirar fragmentos de chumbo, retornou ao local onde foi socorrido. Esse é 
um dos papéis dos zoológicos! 
Figura 42. Filhote de onça parda resgatada depois de a mãe ter sido encontrada morta. Animal foi levado ao zoo.
Foto: Arquivo pessoal.
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
No exemplo da foto acima, o animal cresceu em ambiente humano e recebeu mamadeira. 
Filhotes que passam essa fase da vida com seres humanos dificilmente retornam à 
natureza. Nesse caso, foi introduzido no plantel do zoológico.
Doenças próprias da população 
Espécies como a capivara se mantêm em equilíbrio com o carrapato-estrela (Amblyomma 
cajennense). O mesmo parasita está presente no cervo-do-pantanal em condições 
naturais equilibradas sem o desenvolvimento de patologias.
Os veterinários, diferente dos biólogos, enxergam como negativo as enfermidades 
de uma população, porém estando o agente de forma endêmica, produz uma seleção 
natural, mantendo-o mais apto, e o controle da população. O aumento de densidade 
cria problemas de superexploração do habitat, exaurindo recursos e provocando o 
colapso da população. Muitas enfermidades atuam nesse momento, impedindo que a 
densidade chegue a limites insustentáveis para o ambiente.
A vermifugação e vacinação de um animal sadio para depois soltá-lo são um erro muito 
comum entre os veterinários. O uso de vermífugos só fará sentido se for para tratamento 
e não como profilaxia. Se a intenção consiste na soltura, nesse momento, o animal a ser 
translocado para áreas nas quais esse ectoparasita viva, já deve ter entrado em contato 
com o agente parasita anteriormente. Consequentemente, algum tipo de resistência 
adquirida por esse contato pode auxiliar a sobrevivência do animal no período pós 
soltura. 
Em uma pesquisa, selecionaram-se alguns indivíduos de cervos do pantanal com o 
melhor perfil sanitário, com exames sorológicos negativos para diversas doenças, 
entre elas: língua azul, doença epizoótica hemorrágica, febre aftosa, leucose, brucelose, 
leptospirose, neosporose, diarreia viral bovina, pesquisa de endoparasitoses, babesiose, 
herpesvírus bovino, rotavírus e Campylobacter spp. Os animais, ao serem realocados 
ao novo ambiente, tiveram uma taxa de mortalidade maior do que o normal para as 
espécies naturais. Provavelmente, uma das explicações foi a saída de um ambiente 
extremamente controlado e pouco adverso para um ambiente em que os agentes 
microbiológicos se mantêm de forma endêmica (FIGUEIRA, 2005).
As populações tiveram um tempo hábil para se relacionar com as enfermidades ao 
longo do tempo. O problema atual é a expressiva velocidade com que ocorre a chegada 
de novos patógenos nas populações por meio do contato com animais domésticos, 
alteração dos ambientes naturais e o próprio manejo como as solturas e translocações.
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Exemplo disso é a proximidade do lobo-guará e outros canídeos silvestres, com o cão 
doméstico, e o alto grau de letalidade das doenças infectocontagiosas nos animais 
silvestres. Mesma lógica se percebe nas infecções felinas como o FIV e a FELV, que se 
comportam de forma mais agressiva nas espécies silvestres.
Quarentena
A quarentena é um processo importante dentro das ações de manejo de fauna, uma vez 
que objetiva conhecer o perfil sanitário dos animais e prepará-los para transferência 
para outro cativeiro ou vida livre. Além da abordagem sanitária, a quarentena pode 
trabalhar outros aspectos, como os comportamentais e fisiológicos.
Ela é variável de espécie para espécie quanto ao tempo de permanência, aos exames a 
se realizar e à estipulação ou não de calendário profilático. Outro fator importante é o 
isolamento do indivíduo pelo prazo a ser observado.
Por exemplo, um macaco-prego que veio de vida livre e se tem a intenção de inseri-
lo num plantel de um zoológico. Pode-se realizar exame clínico, hemogramas e 
bioquímicos, avaliação da cavidade oral (herpes é fatal, altamente contagioso, além de 
ser zoonótico), como também vermifugação. Essa última terapêutica não faria sentido 
se o animal fosse ser liberado. Mesmo exemplo pode ser extrapolado para um lobo-
guará que recebe vacinação para ser colocado em cativeiro, mas não o recebe para ser 
liberado para a natureza. 
Uma vez que alguns exames possam mostrar um resultado falso negativo, não há 
quarentena perfeita nem infalível na detecção de agentes potencialmente patogênicos 
para as populações, mas deve-se trabalhar incessantemente no sentido de minimizar os 
erros e maximizar a capacidade de detecção nesse período.
O que agrava a situação, no Brasil, é pouca disponibilidade de exames para diagnóstico 
de animais selvagens, o que obriga o clínico muitas vezes a usar o exame clínico como 
única ferramenta de diagnóstico, com margem de erro de interpretação.
Soltura 
A soltura, embora possa parecer o momento lúdico do retorno do animal à natureza, 
deve ser cercada de cuidados, pois é o momento de maior vulnerabilidade para o animal. 
A soltura hard release é abrupta e praticada na maioria das vezes sem critérios. Ela é 
utilizada nas translocações em que o animal se apresenta em condições selvagens e, 
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
em princípio, condições de se cuidar, mas, em alguns casos, pode produzir resultados 
desfavoráveis pela não adaptação (CAVALCANTI; CRAWSSHAW; PERILLI, 2015). 
Atualmente, preconiza-se a soltura gradual, chamada de soft release.Essa soltura é 
aplicada quando o animal precisa de ajuda para adaptar-se à natureza. Ela é usada para 
reduzir conflitos e estresse da soltura. Nesses casos, um recinto pode ser construído 
dentro da área de translocação e aos poucos são abertas as portas para que o animal saia 
por vontade própria e quando se sentir seguro. Embora seja mais demorada e custosa, 
o sucesso é mais garantido. 
O monitoramento dos animais que estão em fase de pré-soltura deve ser implementado, 
especialmente com respeito ao seu comportamento exploratório no recinto de pré-
soltura e adaptação a itens alimentares oferecidos (BAKER, 2002).
Figura 40. Soltura de lobo-guará.
Fonte: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2018/02/17/zoologico-de-brasilia-devolve-loba-guara-a-natureza/
A liberação forçada (hard release) é mais adequada para animais adultos ou subadultos 
(autossuficientes) ou grupos sociais que foram translocados de uma situação de vida 
livre e estão sendo liberados em habitat semelhante em um local diferente.
A liberação suave pode levar um bom tempo (cerca de um ano). Possui as seguintes 
vantagens:
 » Um período de aclimatação permite que os animais se familiarizem com 
o clima local, pontos de referência, alimentos naturais etc.
 » A liberação suave dá tempo para os indivíduos liberados fazerem os 
ajustes comportamentais necessários que os ajudarão a sobreviver na 
natureza, como forrageamento, locomoção e interações sociais.
 » A liberação suave pode incentivar a permanência no local, reduzindo a 
dispersão indesejada.
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2018/02/17/zoologico-de-brasilia-devolve-loba-guara-a-natureza/
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
 » A liberação suave pode aumentar a coesão dos grupos sociais.
 » Uma vantagem adicional da liberação suave é que ela atua até certo ponto 
como um período adicional de quarentena durante o qual os problemas 
de doença nos candidatos à liberação podem ser detectados.
Para a realização da soltura, antes deve ser feito um monitoramento sanitário do animal 
(não liberar animais doentes) e do local; comportamental (evitar liberar animais 
antropizados). O animal deve produzir um comportamento exploratório e se adaptar a 
itens alimentares oferecidos e que estejam disponíveis na natureza. 
Deve-se levar em consideração não somente o monitoramento do animal que será 
liberado, mas também a influência que esse animal exerce sobre o ambiente e sobre 
os outros animais residentes. Na maioria das vezes, não se consegue conhecer o perfil 
sanitário da fauna residente e, assim, aqueles que serão translocados ou reintroduzidos 
podem ser afetados. Deve-se observar a comunidade de presas para na área de soltura 
e a viabilidade alimentar para o predador (CAVALCANTI; CRAWSSHAW; PERILLI, 
2015). 
Após a soltura, também deve haver observações. Adaptação e acompanhamento do 
animal no novo ambiente. O sucesso do manejo deve ser avaliado de muitos outros 
pontos de vista, como, por exemplo, qual a contribuição do manejo para a espécie como 
um todo ou para o ecossistema natural, ou ainda, no caso das translocações, qual a 
contribuição para a população receptora.
Para essas observações, indica-se o uso de rastreadores como coleira de GPS (já 
mencionado em capítulos anteriores). Os animais de porte médio podem ser beneficiados 
com essa tecnologia, mas para animais pequenos e na maioria das aves, em função da 
miniaturização do equipamento, pode ser limitador, pois os sistemas ARGOS e GPS 
geralmente não permitem pesos muito inferiores a 200g. Já os transmissores VHF têm 
sido adaptados a inúmeras espécies, inclusive as bem pequenas como os passeriformes, 
podendo pesar menos de 5g (DUARTE, 2014).
124
UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Figura 41. Fixação de rádio transmissor por meio de adesivo (cola) no olho-de-fogo-do-sul (Pyriglena leucoptera). 
A) Corte de penas e exposição da região do uropígio; B) Fixação do transmissor; C) Visão geral da ave depois da 
fixação. Notar que a glândula uropigial não foi encoberta pelo transmissor.
 
 
Fonte:https://laatm.furg.br/images/pdf/books/012-RastreamentoDeAvesAtravsDeTelemetria-Cap10-v7.pdf..
Há controvérsias a respeito das solturas da forma como são feitas ou mesmo como 
ferramenta de conservação da espécie. É considerada como uma prática ética pela 
sociedade por poder solucionar situações de conflitos sem a necessidade de abate do 
animal, porém a taxa de sucesso é baixa, pois há relatos de muitas mortes. Muitos 
dos animais não permanecem nas novas áreas, principalmente os grandes felídeos 
neotropicais que deambulam incessantemente e terminam por reencontrar o ser 
humano e gerar nova situação de conflito. 
https://laatm.furg.br/images/pdf/books/012-RastreamentoDeAvesAtravsDeTelemetria-Cap10-v7.pdf
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CAPÍTULO 3
Estrutura populacional, fluxo gênico e 
conservação
Introdução
Uma população é definida como um grupo de indivíduos que pertence à mesma 
espécie que ocorre em uma região e que se reproduz com sucesso, originando 
indivíduos férteis (FREELAND, 2005). 
Essa região pode ser variada e se estender como ocorre nos casos de aves migratórias. 
De qualquer maneira, as espécies são constituídas por uma ou mais unidades 
populacionais. Assim é importante conhecer o número e o nível de diferenciação 
entre essas unidades e possíveis características particulares de cada uma delas 
(p. ex., populações com variabilidade genética muito abaixo da encontrada em 
outras populações) para possibilitar o correto manejo de uma espécie, e isso pode 
ser feito por meio de uma análise genética comparativa dos grupos de indivíduos 
encontrados em diferentes localidades ao longo de toda a distribuição geográfica 
da espécie (MIYAKI; BIONDO, 2014).
A estrutura populacional de uma espécie, isto é, o conjunto de suas características 
genéticas e demográficas, é resultado da ação e das interações de uma série de 
mecanismos evolutivos e ecológicos (MARTINS, 1987).
Nos primórdios da taxonomia, para se agrupar as diferentes espécies, um dos 
critérios utilizados consistia nas semelhanças anatômicas e fisiológicas dos 
animais. É relativamente recente a conjunção de fatores em tentar unir os 
princípios da teoria genética das populações com os princípios teóricos da ecologia 
de populações em que se relacionam causa e efeito e resultaram na ciência mais 
ampla, chamada de biologia de populações (DIRZO; SARUKHÄN, 1984).
Para a manutenção de reservas genéticas in situ, alguns aspectos devem ser 
levados em consideração: existência de variabilidade genética para que se possa 
assegurar um processo evolutivo contínuo, assim como a ocorrência de certos 
processos ecológicos básicos que permitam a reprodução contínua de forma não 
endogâmica e a sobrevivência da espécie. 
126
UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Alguns autores divergem quanto ao mínimo necessário de uma espécie para haja 
uma “reprodução sadia heterozigótica”.
O caráter genético é focado em marcadores moleculares que são as sequências 
de DNA do genoma da espécie em estudo. Em animais, há dois tipos de marcadores: 
os de origem mitocondrial e os de origem nuclear (FREELAND, 2005).
O genoma mitocondrial animal típico é constituído de uma molécula pequena 
de DNA circular (15.000 a 20.000 pares de bases) que tem 37 genes (13 para 
proteínas relacionadas à oxidação fosforilativa, dois RNA ribossômicos e 22 
RNA transportadores) e um segmento não codificador denominado de região 
controladora (para alguns organismos, foi descrito que essa região contém 
elementos que controlam a replicação e a transcrição da molécula). 
Em geral, a região controladora apresenta taxa de mutação mais elevada do que 
a dos genes codificadores, pois sofre menor pressão seletiva do que os segmentos 
que codificam produtos com função importante na célula. Assim vários estudos 
de estrutura genética populacional se basearam em dados da região controladora. 
Além disso, asmitocôndrias (e consequentemente seu genoma) são herdadas 
maternalmente, e cada mitocôndria apresenta várias cópias clonais desse genoma. 
Essas duas características são bastante interessantes, pois a análise do DNA 
mitocondrial (DNAmt) é simplificada, por haver somente um tipo de molécula 
na célula e pelo alto número de cópias por célula, a quantidade de moléculas de 
DNAmt que pode ser extraída é grande (MIYAKI; BIONDO, 2014).
Ao contrário do DNAmt, o genoma nuclear animal típico é grande (milhões de 
pares de bases), linear e distribuído por vários cromossomos. Adicionalmente, 
o DNAnu é herdado mendelianamente, em oposição ao DNAmt que é herdado 
maternalmente. Assim, a comparação dos dados obtidos baseados nos dois 
marcadores torna possível reconstruir uma história mais completa da população. 
Mais especificamente, ao estudar somente o DNAnu, não é possível distinguir 
entre a contribuição materna e a paterna, já ao analisar somente dados 
mitocondriais, somente a linhagem materna pode ser analisada, e somente com 
a análise combinada dos dois marcadores é possível distinguir a contribuição de 
cada linhagem parental (MIYAKI; BIONDO, 2014).
127
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Aplicações dos marcadores moleculares 
nucleares e mitocondriais 
Esses marcadores são associados à genética das populações. São aplicados no manejo 
e na conservação das espécies, tanto in situ quanto ex situ, e podem elucidar questões 
como:
1. Se os grupos de indivíduos estão isolados, quer dizer que necessariamente 
não ocorrerá fluxo gênico entre as populações?
2. O número efetivo de indivíduos reprodutores em cada população é 
pequeno?
3. O grau de variabilidade genética em cada população é baixo?
4. E o mais importante: a população é endocruzada? 
Não é uma regra dizer que uma população pequena terá pouca variabilidade genética, 
porém é uma possibilidade, por isso o estudo desses marcadores. Há casos de populações 
com grande número de indivíduos com baixa variabilidade genética, porém a população 
se mantém. Nesses casos, a baixa variabilidade desses indivíduos produziu perda de 
alelos deletérios. 
Se o estudo apontar que o isolamento de uma população poderá causar a sua extinção, 
medidas de manejo podem ser adotadas:
1. Aumentar a área e a qualidade do habitat, aumentando a capacidade de 
suporte do ambiente, o que possibilitaria um aumento demográfico da 
população.
2. Criar corredores conectando as populações geneticamente similares, 
evitando a introdução de genes que não sejam adaptados às condições 
ambientais locais da população receptora.
3. Translocar indivíduos entre populações geneticamente similares.
Essas ações devem ser monitoradas e, obviamente, se conhecer o status sanitário dos 
indivíduos que se deseja contactar, por isso, para muitos casos, pensa-se no uso de 
inseminação artificial, já discutido em capítulos anteriores com as suas ressalvas e 
possibilidades, mas que tem a vantagem de não expor o animal e seus micro-organismos, 
muitas vezes na condição subclínica, de modo a condenar os indivíduos receptores. 
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Zoológicos podem funcionar como um banco genético, quando populações naturais in 
situ diminuem para menos de mil indivíduos (segundo projeções da IUCN), diminuindo 
com isso a variabilidade genética. A questão é que a maioria dos zoológicos possui 
poucos indivíduos de cada espécie, e muitos deles são frutos de endocruzamentos.
Relatos de sucesso em animais 
É o caso do adax (Addax nasomaculatus), mamífero da família dos bovídeos, que já 
se manteve espalhado no norte da África, porém atualmente encontra-se em grande 
risco de extinção. O Zoológico de Brasília mantém um banco genético desses animais e 
algumas espécies, assim como o Zoológico de São Paulo. 
Figura 42. Adax (Addax nasomaculatus), animal em risco de extinção.
Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Mendesantilope_1402.JPG..
Alguns casos, com relativo sucesso, mas com alguma perda de variabilidade genética, 
ocorreu com o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), primata que habita a Mata 
Atlântica, mas, com a enorme devastação desse bioma, teve sua população reduzida a 
apenas 600 indivíduos na natureza em 1960. 
Visando à conservação da espécie, foi implementado um programa de conservação 
em 1983 e, desde então, 500 indivíduos trazidos de 140 zoológicos no mundo foram 
reintroduzidos e outros translocados para sua área original. Atualmente, estima-se 
que haja 1500 indivíduos subdivididos em seis populações tidas como viáveis e em 12 
populações isoladas e pequenas, possivelmente não viáveis a longo prazo. 
Porém a causa (perda de habitat) não foi solucionada, portanto poderá ter novo impacto 
sobre esses novos indivíduos (OLIVEIRA, 2008).
Outro animal, considerado extinto na natureza, é a ararinha-azul (Cyanopsiita spixii), 
que habitava matas de galeria do norte da Bahia ao sul do Rio São Francisco. Atualmente, 
só existem 70 indivíduos em cativeiro. Os esforços de conservação da ararinha azul 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Mendesantilope_1402.JPG
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
estão voltados para o manejo do programa de reprodução em cativeiro e a preparação 
do seu habitat natural para uma futura reintrodução. Essas ações são coordenadas pelo 
ICMBio e conta com muitos parceiros no Brasil e no exterior. 
O programa de reprodução em cativeiro tem por objetivo manter uma população 
genética e demograficamente viável, visando a uma futura reintrodução. 
Figura 43. Ararinha-azul.
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ararinha-azul#/media/Ficheiro:Cyanopsitta_spixii_-_Museum_fur_Naturkunde,_Berlin_-_
DSC00194.JPG.
Considerações 
O conhecimento do código genético auxilia no manejo das populações, possibilitando 
recomendar ações mais consistentes em processos de reintroduções e translocações de 
animais.
O ICMBio reconhece como necessário esse tipo de informação para promover os 
manejos tanto in situ quanto ex situ. 
Acredita-se que, com o desenvolvimento de técnicas, haverá barateamento, dessa 
forma, a sua utilização em larga escala possibilita um efetivo conhecimento genético de 
cada indivíduo. 
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UNIDADE VIIPLANO DE MANEJO 
DE BIOMAS 
CAPÍTULO 1
Cerrado 
Introdução 
O cerrado é um dos hotspots para a conservação da biodiversidade mundial. Um hotspot 
é uma reserva de biodiversidade que pode estar ameaçada de destruição. E é justamente 
o que tem acontecido a esse bioma, pois, nos últimos 35 anos, mais da metade dos seus 
dois milhões de km2 originais foram cultivados com pastagens plantadas e culturas 
anuais.
Com alto nível de endemismo, o cerrado possui dentre as savanas mundiais a mais rica 
flora, sendo catalogadas mais de 7000 espécies, muitas delas com alto endemismo. 
Esse endemismo também está presente na fauna, porém as taxas de desmatamento 
têm sido superiores às da Amazônia, principalmente para criação de gado e plantação 
de soja. O que preocupa é a ínfima parcela de unidades de conservação, em que apenas 
2,2% da área se encontra sob proteção, o que tornou muitas espécies animais e vegetais 
passíveis de extinção.
As principias ameaças à biodiversidade do cerrado são: a erosão dos solos, a degradação 
dos diversos tipos de vegetação presentes no bioma e a invasão biológica causada por 
gramíneas de origem africana. 
O uso do fogo é um fator para abertura de pastagens e plantios cultiváveis, tornando 
o bioma o principal celeiro do Brasil. Essa localização no centro do país facilitou e 
estimulou a atividade agropecuária. Essa atividade e outras que propiciaram a mudança 
da cobertura vegetal nativa alteram a hidrologia e afetam a dinâmica e os estoques de 
carbono no ecossistema.
131
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
Figura 44. Hotspotsmundiais de biodiversidades em marrom.
Fonte: http://www.florestalbrasil.com/2019/04/o-que-sao-os-hotspots-biodiversidade.html.
A soja se tornou o maior produto de exportação brasileiro. Em função do plantio 
convencional, aumentarm o nível de erosão do solo e o esgotamento da terra. Associado 
a isso, está o uso extensivo de fertilizantes e calcário em grande quantidade (MÜLLER, 
2003).
O uso de gramíneas africanas introduzidas para formação de pastagens mostra-
se prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimada e à produção natural dos 
ecossistemas (BERARDI, 1994). Entre as espécies mais cultivadas estão: Andropogon 
gayanus Kunth., Brachiaria brizantha, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) 
Stapf e Melinis minutiflora Beauv (molassa ou capim-gordura) (BARCELLOS, 1996). 
O capim-gordura, por exemplo, alcança biomassas elevadas e, quando secas, são 
altamente inflamáveis, iniciando uma interação gramíneas-fogo capaz de impedir o 
brotamento da vegetação nativa (BERARDI, 1994). Essas condições alteram a sucessão 
da superfície do solo e são mais danosas para a fauna do solo e espécies fossoriais do 
que queimadas típicas da vegetação do cerrado.
Por esses motivos, há diminuição das precipitações e aumento das temperaturas do ar. 
Devido a essas transformações ocorridas no cerrado, há algumas iniciativas de 
conservação por parte do governo, de ONGs e de pesquisadores privados.
A Rede Cerrado estabeleceu localmente práticas para o uso sustentável dos recursos 
naturais (FUNDAÇÃO PRO-NATUREZA, 2000). Essa ONG produziu recomendações 
ao MMA com medidas de conservação do cerrado. 
Governos estaduais trabalham com a criação de áreas protegidas e corredores ecológicos.
http://www.florestalbrasil.com/2019/04/o-que-sao-os-hotspots-biodiversidade.html
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
Concomitantemente, há o envolvimento com os fazendeiros em relação à capacitação 
técnica com práticas sustentáveis de produção.
Práticas sustentáveis 
A responsabilidade dos centros de ensino superior, tanto público quanto privado, em 
seu objetivo de extensão, ao esclarecer as técnicas de silvicultura, integração lavoura/ 
pecuária/floresta, permacultura, rotação de culturas e outras práticas ambientais tem o 
propósito de nortear a agropecuária sustentável. 
Figura 45. Permacultura.
Fonte: https://medium.com/educa%C3%A7%C3%A3o-fora-da-caixa/permacultura-c85966b533d5
Permacultura 
A permacultura, ainda praticada em pequena escala, embora não tenha o mesmo ganho 
em produtividade se comparada a práticas convencionais, tem a vantagem de manter 
a saúde do solo, de todos os recursos naturais e o equilíbrio ambiental. O fator social 
é importante nessa prática. Estabelecem-se culturas que utilizam com eficiência as 
energias renováveis, em consonância com as soluções já encontradas pela natureza.
É inegável que a expansão da agropecuária no Brasil é o principal fator que puxou o 
PIB, além da geração de empregos e riqueza para o país, porém devemos lembrar que 
o sistema de produção convencional gera esgotamento da terra e de outros recursos 
naturais, como a água. 
https://medium.com/educa%C3%A7%C3%A3o-fora-da-caixa/permacultura-c85966b533d5
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra 
diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma 
área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que 
haja benefício mútuo para todas as atividades.
Essa forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares 
de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade. Com 
isso, reduz-se a pressão sobre a abertura de novas áreas (Embrapa, 2020).
Entre os principais benefícios da ILPF, estão:
 
 » Otimização e intensificação da ciclagem de nutrientes no solo.
 » Melhoramento da qualidade e conservação das características 
produtivas do solo.
 » Manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da agropecuária.
 » Melhoria do bem-estar animal em decorrência do conforto térmico e 
melhor ambiência.
 » Diversificação da produção.
 » Aumento da produção de grãos, fibras, carne, leite, produtos 
madeireiros e não madeireiros.
 » Maior eficiência de utilização de recursos naturais.
 » Redução na pressão pela abertura de novas áreas com vegetação 
nativa.
 » Redução da sazonalidade do uso da mão de obra.
 » Geração de empregos diretos e indiretos.
 » Flexibilidade, que permite ser adaptado para diferentes realidades 
produtivas.
Rodízio de culturas 
É uma técnica agrícola de conservação que visa diminuir a exaustão do solo. Isto 
é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conserva%C3%A7%C3%A3o_de_solo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
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UNIDADE VI │ GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO
de adubação sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alternar espécies vegetais numa 
mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, juntas, propósitos comerciais e 
recuperação do solo.
Evita-se com isso o efeito devastador das monoculturas. Ao selecionar diferentes 
culturas, promove-se a rotação herbicidas e melhora-se o controle de ervas daninhas e 
insetos. 
A rotação alterna espécies comerciais e aquelas que recuperam o solo, produzindo 
vantagens como: melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo; 
auxílio no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; reposição de matéria 
orgânica; proteção do solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do 
Sistema de Semeadura Direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária 
e o ambiente como um todo.
Figura 46. Faixas de vegetação alternadas com plantas de 
diferentes hábitos de crescimento e densidades.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-65-Faixas-de-vegetacao-alternadas-cultivo-
em-faixas-com-plantas-de-diferentes_fig4_334041533..
Para que atinja o resultado esperado, com máxima eficiência dessa técnica, no 
aumento da produtividade do solo, deve-se associar espécies que produzam grande 
quantidade de biomassa e que sejam de rápido desenvolvimento, como plantas 
forrageiras, gramíneas e leguminosas, anuais ou semi perenes. Também deve-se dar 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aduba%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie
https://www.researchgate.net/figure/Figura-65-Faixas-de-vegetacao-alternadas-cultivo-em-faixas-com-plantas-de-diferentes_fig4_334041533
https://www.researchgate.net/figure/Figura-65-Faixas-de-vegetacao-alternadas-cultivo-em-faixas-com-plantas-de-diferentes_fig4_334041533
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%ADneas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leguminosas
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GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO │ UNIDADE VI
preferência às plantas que fixam nitrogênio com raízes profundas que promovem a 
reciclagem de nutrientes. As opções são: milho, sorgo, milheto e o girassol.
Uma das sugestões é um esquema de rotação a ser conduzido ao longo de um ciclo de 
oito anos. Em cada talhão, cultiva-se a soja por dois anos contínuos, seguido por dois 
anos do cultivo de outras culturas (milho, arroz, algodão e sorgo).
As ferramentas do sistema convencional sempre serão utilizadas: controle de erosão, 
calagem e adubação.
Epílogo
Só podemos discutir manejo da fauna quando associado ao plano de manejo de 
cada bioma, pois embora os ecótonos estejam interligados, eles apresentam suas 
particularidades em relação a fauna, flora e clima. 
As mudanças são muitas e partem do pressuposto do envolvimento de todos os setores: 
sociedade civil que tem o poder da mudança, osprodutores em sua responsabilidade 
ambiental e os governos do todos os entes da federação que não podem ficar passivos 
ao problema. O sistema convencional, embora gere produtividade a curto prazo, leva à 
exaustão dos recursos naturais posteriormente. 
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	Apresentação
	Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
	Introdução
	Unidade I
	Aspectos Gerais
	Capítulo 1
	Conceituação e amplitude de ação
	Capítulo 2 
	Técnicas de estudo de campo
	Capítulo 3
	Mudanças climáticas
	Unidade II
	Impactos à fauna
	Capítulo 1
	Emergências ambientais
	Capítulo 2
	Ações de redução de impacto
	Unidade III
	Ações para a fauna
	Capítulo 1
	Ações para a fauna amazônica
	Unidade IV
	Fauna Brasileira
	Capítulo 1
	Espécies exóticas invasoras
	Capítulo 2
	Perspectivas para conservação
	Unidade V
	Planos de Manejo de ESPÉCIES
	Capítulo 1
	Manejo dos recursos pesqueiros em reservatórios
	Capítulo 2 
	Manejo e conservação dos répteis 
	Capítulo 3
	Manejo e conservação de mamíferos carnívoros, anfíbios e aves 
	Unidade VI
	Genética da Conservação
	Capítulo 1
	Felídeos
	Capítulo 2
	Movimentação da fauna e implicações
	Capítulo 3
	Estrutura populacional, fluxo gênico e conservação
	Unidade VII
	Plano de manejo DE BIOMAS 
	Capítulo 1
	Cerrado 
	Referências

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