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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA II–ENG04408 Marco Aurélio Jahno Pereira – 00268536 Wagner José Cunha – 00275778 Rafael Borges Allgayer – 00304549 PROJETO DE FABRICAÇÃO DE MOTORES DE INDUÇÃO Porto Alegre 2021 2 Marco Aurélio Jahno Pereira – 00268536 Wagner José Cunha – 00275778 Rafael Borges Allgayer – 00304549 PROJETO DE FABRICAÇÃO DE MOTORES DE INDUÇÃO Porto Alegre 2021 Trabalho em grupo que contempla a fabricação de motores de indução, referente à disciplina de Conversão Eletromecânica de Energia II, que faz parte das atividades avaliativas de graduação para a formação em Engenharia Elétrica. Docente: Prof. Dr. Luiz Tiarajú dos Reis Loureiro 3 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Detalhamento das partes que compõem um motor de indução ................................ 7 Figura 2 - Placa de identificação de um motor de indução trifásico ....................................... 11 Figura 3 - Processo de fundição da carcaça do motor de indução .......................................... 13 Figura 4 - Processo de injeção da gaiola .................................................................................... 14 Figura 5 - Processo de estampagem do núcleo .......................................................................... 15 Figura 6 - Processo de bobinagem do estator............................................................................ 16 Figura 7 - Etapa de inserção dos papéis isolantes de fase e dos fios do estator ..................... 16 Figura 8 - Ligação enrolamento concêntrico ............................................................................ 17 Figura 9 - Ligação enrolamento concêntrico. ........................................................................... 17 Figura 10 - Ligação enrolamento ondulado .............................................................................. 18 Figura 11 - Etapa de empilhamento das laminações ................................................................ 19 Figura 12 - Etapa de usinagem dos eixos ................................................................................... 20 Figura 13 - Processo de balanceamento do rotor...................................................................... 21 Figura 14 - Ligação enrolamento ondulado .............................................................................. 22 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 6 2.1 PRINCÍPIO DE UM MOTOR DE INDUÇÃO ................................................................ 6 2.2 NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................... 11 3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 13 3.1 METODOLOGIA DE FABRICAÇÃO .......................................................................... 13 4 ENSAIO FINAL .................................................................................................................... 24 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 27 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 28 5 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste relatório é apresentar e analisar o processo de construção do motor de indução, também chamado motor assíncrono, o qual é utilizado em mais de 99% dos acionamentos industriais. De toda a energia elétrica produzida, mais da metade é consumida por motores elétricos. Denota-se aí a importância do estudo e conhecimento desse tipo de máquina, mesmo para os alunos que não pretendem se dedicar a sistemas de potência. Seu entendimento faz parte dos conhecimentos básicos de engenharia, especialmente aos da área eletromecânica. Os motores de indução adotam um simples, mas inteligente e eficiente sistema de conversão eletromecânica de energia. No motor de indução com rotor em gaiola de esquilo, o qual constitui a vasta maioria das máquinas de indução, o rotor é inacessível. Contatos móveis, tais como o comutador e as escovas das máquinas de corrente contínua ou anéis deslizantes e as escovas nos motores e geradores síncronos não são necessários. Este arranjo eleva consideravelmente a confiabilidade dos motores de indução e elimina o risco de centelhas, permitindo que motores desse tipo sejam utilizados com segurança em ambientes agressivos, como em áreas contendo atmosfera potencialmente explosiva. Este robusto rotor pode girar em elevadas rotações e suportar grandes sobrecargas mecânicas e elétricas. 6 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PRINCÍPIO DE UM MOTOR DE INDUÇÃO Para um melhor entendimento do processo de construção de um motor de indução, é importante entender a fundamentação teórica anterior a todo esse processo de fabricação. Onde o estator está ligado à fonte de alimentação CA. O rotor não está ligado eletricamente a nenhuma fonte de alimentação. Quando o enrolamento do estator é energizado através de uma alimentação trifásica, cria-se um campo magnético girante. À medida que o campo varre os condutores do rotor, é induzida uma fem nesses condutores ocasionando o aparecimento de uma corrente elétrica nos condutores. Os condutores do rotor, percorridos por corrente elétrica, interagem com campo magnético girante do estator para produzir um torque eletromagnético que atua sobre os condutores do rotor fazendo-o girar. Entretanto, como o campo do estator gira continuamente, o rotor não consegue se alinhar com ele. A velocidade do rotor é sempre menor que a velocidade síncrona (velocidade do campo girante). De acordo com a Lei de Lenz, qualquer corrente induzida tende a se opor às variações do campo que a produziu. No caso de um motor de indução, a variação é a rotação do campo do estator, e a força exercida sobre o rotor pela reação entre o rotor e o campo do estator é tal que tenta cancelar o movimento contínuo do campo do estator. Esta é a razão pela qual o rotor acompanha o campo o estator, tão próximo quanto permitam o seu peso e a carga. O motor de indução tem corrente no rotor por indução, e é semelhante a um transformador com secundário girante. É impossível para o rotor de um motor de indução girar com a mesma velocidade do campo magnético girante. Se as velocidades fossem iguais, não haveria movimento relativo entre eles e, em consequência, não haveria fem induzida no rotor. Sem tensão induzida não há conjugado (torque) agindo sobre o rotor. O motor de indução também é conhecido por motor assíncrono, exatamente por não poder funcionar na velocidade síncrona. A diferença percentual entre as velocidades do campo girante e do rotor é chamada de deslizamento. O deslizamento também é comumente chamado de escorregamento. Quanto menor for o escorregamento, mais se aproximarão as velocidades do rotor e do campo girante (velocidade síncrona). A velocidade do motor de indução cai, com cargas pesadas. Realmente, apenas pequenas variações de velocidade são necessárias para produzir as 7 variações na corrente induzida para atender às alterações normais de carga. A razão disto é a resistência muito baixa do enrolamento do rotor (barras de cobre). Por este motivo, os motores de induçãosão considerados motores de velocidade constante. Figura 1- Detalhamento das partes que compõem um motor de indução Fonte: Disponível em: <https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Motores-Elétricos/c/BR_MT>. Acesso em 02 nov. 2021. Quadro 1 - Classificação das partes em um motor de indução Estator Rotor 1) Carcaça 3) Núcleo magnético 2) Núcleo magnético 5) Ventilador 4) Tampa dianteira 7) Eixo 6) Tampa defletora 11) Rolamentos (mancais) 8) Enrolamento 12) Barras e anéis de curto-circuito 9) Caixa de ligação 10) Terminais de ligação Fonte: Elaborada pelos autores, 2021. https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Motores-Elétricos/c/BR_MT 8 O estator do motor de indução recebe da rede elétrica a potência de entrada, que será convertida em potência mecânica de saída, que é a potência fornecida ao eixo da máquina. Se toda a potência de entrada fosse transferida ao eixo, a eficiência da transformação seria de 100%. Porém, em qualquer sistema de transformação, parte da energia é dissipada, o que implica em perda de potência. As perdas definem o rendimento da máquina e influenciam de forma significativa em seu funcionamento. O rendimento (ou eficiência) de um motor de indução trifásico pode ser definido como sendo a relação entre a potência mecânica de saída e a potência elétrica de entrada, conforme demonstrado na equação abaixo: 𝑛% = 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 ∗ 100 Em um motor de indução, as perdas internas são separadas em fixas e variáveis, sendo que estas últimas dependem do percentual de carga no eixo da máquina. O quadro 2 apresenta as perdas típicas que ocorrem no MIT e resume as principais causas que as provocam. Quadro 2 - Classificação das perdas em um motor de indução Tipo Perda Descrição Fixas Perdas no núcleo Perdas que ocorrem nos volumes magnéticos do estator e dor rotor em virtude de fenômenos de histeres e de correntes parasitas Perdas mecânicas Perdas correspondentes ao atrito nos mancais ou nos rolamentos e à resistência do ar à movimentação do rotor. Variáveis Perdas por efeito Joule no estator Perdas que ocorrem em função da circulação de correntes nos condutores dos enrolamentos do estator. Perdas por efeito Joule no rotor Perdas que ocorrem em função da circulação de correntes nos condutores do rotor. 9 Perdas suplementares Perdas que levam em consideração fenômenos tais como a distribuição não uniforme dos enrolamentos, imperfeições nas ranhuras do estator e do rotor e perdas ocorridas em função do campo magnético de dispersão. Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. As primeiras perdas encontradas em uma máquina de indução são as perdas nos enrolamentos do estator. Ainda no estator, certa quantidade de potência é perdida no ciclo de histerese e em função da circulação de correntes parasitas. A potência remanescente é transferida ao rotor da máquina através do entreferro. Após a transferência, parte da potência é eliminada nos condutores do rotor e o restante é convertido da forma elétrica para a forma mecânica. Por fim, as perdas por atrito e ventilação e as perdas suplementares são subtraídas e a potência restante é a potência de saída do motor. As perdas no núcleo de um motor de indução são parcialmente provenientes do circuito do estator e parcialmente do circuito do rotor. Como o motor de indução funciona normalmente com uma velocidade próxima da velocidade síncrona, o movimento relativo dos campos magnéticos sobre a superfície do rotor é muito lento e as perdas no núcleo do rotor são muito pequenas se comparadas com as perdas no núcleo do estator. Quanto maior a velocidade de um motor de indução, maiores serão as perdas mecânicas e as perdas suplementares. Em contrapartida, menores serão as perdas no núcleo. Algumas vezes, essas três categorias de perdas são combinadas (na literatura) e denominadas perdas rotacionais. Atualmente, motores de indução de alto rendimento são produzidos e diversas técnicas são utilizadas para aumentar a eficiência desses motores em comparação com os motores tradicionais. A colocação de maior quantidade de aço e de cobre na construção do estator, o aumento do comprimento dos núcleos do estator e do rotor e o cuidado para a formação de um entreferro uniforme são algumas das estratégias que permitem a redução das perdas e, consequentemente, a elevação da eficiência. Os motores de indução trifásicos possuem uma placa de identificação que indica os valores para os quais o motor foi projetado para operar. Isso não significa que o motor esteja impedido de operar fora dos valores especificados. No entanto, quando isso ocorre, o motor pode se encontrar em uma situação de sobrecarga ou pode estar superdimensionado. O conhecimento dos dados de 10 placa é importante para determinar a aplicação e para a verificação das condições de funcionamento das máquinas elétricas. No Brasil, os dados de placa seguem as recomendações da NBR 17094-1 e as informações mais importantes presentes nas placas de identificação são: - Potência de saída; - Tensão; - Corrente; - Fator de potência; - Velocidade ou rotação; - Rendimento; - Esquema de ligação. Uma placa de identificação é mostrada na Figura 2. A placa de identificação apresenta também informações relevantes que levam em consideração o ambiente em que a máquina será instalada e o comportamento da carga a ser acionada. Entre estas informações estão a classificação térmica, o regime de serviço e o fator de serviço, que recebem destaque neste trabalho por conta da sua relevância na realização dos ensaios. 11 Figura 2 - Placa de identificação de um motor de indução trifásico Fonte: Disponível em: <https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Motores-Elétricos/c/BR_MT>. Acesso em 02 nov. 2021. 2.2 NORMAS TÉCNICAS Segundo a definição internacional, uma norma é um “documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto”. A esta definição pode-se acrescentar a recomendação de que “convém que as normas sejam baseadas em resultados consolidados da ciência, tecnologia e da experiência acumulada, visando à otimização de benefícios para a comunidade”. Em outras palavras, as normas técnicas fornecem especificações de classe mundial para produtos, serviços e sistemas, com o propósito de garantir qualidade, segurança e eficiência. Uma norma é, por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é utilizada por representar o consenso sobre o estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas. https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Motores-Elétricos/c/BR_MT 12 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização – ISO), da 3 Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas – Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização – AMN). Desde a sua fundação, em 1940, é também membro da International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional – IEC) (ABNT, 2018). A norma que prescreve ensaios aplicáveis para a determinação das características de desempenho de motores de indução é a NBR 5383, que é dividida em duas partes: - Parte 1: Motores de indução trifásicos – Ensaios; - Parte 2: Motores de indução monofásicos – Ensaios. Para verificaçãode conformidade, ou seja, dos requisitos básicos a serem atendidos pelos motores de indução trifásicos, existe a NBR 17094-1, intitulada “Máquinas elétricas girantes – Motores de Indução – Parte 1: Trifásicos”. Procedimentos e normas devem ser seguidos para garantir o bom funcionamento dos motores e a segurança do pessoal envolvido na operação, evitando possíveis danos pessoais e/ou materiais. 13 3 METODOLOGIA 3.1 METODOLOGIA DE FABRICAÇÃO A primeira etapa de fabricação de um motor síncrono é o processo de fundição da carcaça que pode ser de alumínio ou ferro fundido, onde nesse processo é utilizado um molde de areia verde com resina e nesse molde é depositado o material fundido em alta temperatura, que após o seu resfriamento ocorre o endurecimento do material é realizado o desmolde da carcaça e parte dessa areia verde ainda pode ser reutilizada para um novo processo de fundição. Esta etapa de fundição é demonstrada na figura 3: Figura 3 - Processo de fundição da carcaça do motor de indução Fonte: WEG Group, catálogo online website. Disponível em: <https://www.weg.net/institutional/BR/pt/search/downloadcenter?q=indução>. Acesso 02 nov. 2021. Após esta primeira etapa, é realizado o processo de injeção da gaiola, onde alumínio fundido é injetado sob pressão no núcleo, assim após esse processo, fica um núcleo de aço-silício com barras de alumínio em seu interior e os anéis de curto-circuito nas cabeceiras. Após isso é realizado o processo de estampagem do núcleo em lâminas de aço-silício. A usinagem do eixo é realizada em um torno, com o intuito de deixa-lo pronto para receber o núcleo do rotor e os rolamentos. https://www.weg.net/institutional/BR/pt/search/downloadcenter?q=indução 14 Figura 4 - Processo de injeção da gaiola Fonte: NIDE Group, catálogo online website. Disponível em: <https://www.nide-group.com/En/pro/mid/39.html>. Acesso em 02 nov. 2021. A estampagem das lâminas varia com a dimensão da largura da bobina da chapa de aço a ser estampada é definida no projeto do motor e obtida através do corte de bobinas “mãe”, através de uma ferramenta de corte chamada Sliter. Quando se utiliza o corte econômico, a borda da lâmina é o próprio limite da chapa do estator, o que caracteriza um melhor aproveitamento da bobina. A excentricidade da chapa é um fator relevante no processo, pois esta poderá provocar o efeito “serra” na montagem do pacote, dificultando assim, a inserção das bobinas na ranhura e a prensagem do pacote de chapas do estator na carcaça. https://www.nide-group.com/En/pro/mid/39.html 15 Figura 5 - Processo de estampagem do núcleo Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em: 02 nov. 2021. O Tratamento térmico é um conjunto de processos que visa melhorar as propriedades dos metais. Pode agir de forma total (em toda a peça) ou de forma localizada (apenas em uma parte de peça). O princípio básico é a reorganização estrutural dos átomos, visando adequar os parâmetros para o melhor aproveitamento da peça metálica. Isto ocorre quando a peça passa por aquecimento e resfriamento de forma controlada, proporcionando: • Aumento de sua vida útil quando em uso; • Melhoria das propriedades mecânicas; • Maior proteção contra oxidações. Dependendo do tipo de processo metalúrgico de tratamento térmico aplicado à peça, ele durará até o final da vida útil da peça tratada, desde que utilizada adequadamente. No processo de bobinagem do estator, as bobinas são colocadas no estator por meio de uma máquina de precisão, onde são inseridos papéis isolantes de fase nas extremidades do estator, assim como é realizado a inserção de isolantes nos fios das bobinas, onde após isso é verificado qual tipo de enrolamento e qual o tipo de ligação dos condutores que devem ser realizados. https://www.hg-jingmi.com/ 16 Figura 6 - Processo de bobinagem do estator Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em 02 nov. 2021. Figura 7 - Etapa de inserção dos papéis isolantes de fase e dos fios do estator Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em 02 nov. 2021. Onde os tipos de enrolamentos podem ser definidos quanto ao número de bobinas por grupo, ligação dos condutores, número de camadas, ligação de grupos de bobinas e caminhos de corrente https://www.hg-jingmi.com/ https://www.hg-jingmi.com/ 17 do enrolamento. E dentre os tipos de ligação dos condutores na cabeça da bobina, o enrolamento pode ser concêntrico, imbricado ou ondulado. • Enrolamento concêntrico Neste tipo de enrolamento, as ligações de uma mesma fase não se cruzam. E para isso, as bobinas de um mesmo grupo possuem passos diferentes. Conforme detalhado na figura 8. Figura 8 - Ligação enrolamento concêntrico Fonte: FILIPPO FILHO, G. Motor de Indução. São Paulo. Érica Ltda, 2002. 243p. • Enrolamento Imbricado No enrolamento do tipo imbricado, todas as cabeças de bobina têm o mesmo tamanho, havendo o cruzamento delas entre si, conforme detalhado na figura 9. Figura 9 - Ligação enrolamento concêntrico. Fonte: FILIPPO FILHO, G. Motor de Indução. São Paulo. Érica Ltda, 2002. 243p. 18 • Enrolamento Ondulado O enrolamento ondulado de corrente alternada é similar ao ondulado de corrente contínua. Conforme detalhado na Figura 10. Os enrolamentos ondulados são muito usados em estatores e rotores de máquinas com elevada intensidade de corrente. Figura 10 - Ligação enrolamento ondulado Fonte: FILIPPO FILHO, G. Motor de Indução. São Paulo. Érica Ltda, 2002. 243p. As laminações são empilhadas e posicionadas com a angulação correta por meio do auxílio da colocação de um pino central, para que esse conjunto seja colocado em uma máquina de alumínio fundido que irá injetar alumínio no conjunto, de forma que o pino central será retirado e a máquina seguirá para inspeção. Caso nenhum defeito seja identificado e a inspeção seja concluída, um operador posiciona o eixo dentro do rotor e o conjunto será levado para um equipamento que fará o conjunto do eixo do rotor, caracterizando dessa forma a inserção do eixo do rotor. 19 Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em 02 nov. 2021. A usinagem do dos eixos é outro processo fundamental, ela é utilizada para a efetivação da produção e definir a restauração de todas as peças que compõem uma máquina. Dessa maneira, proporciona a finalização minuciosa ao componente a ser produzido. Com a usinagem de eixo, é possível selar as rachaduras e, consequentemente, criar uma etapa fundamental em todos os procedimentos de fabricação, manutenção e reparo. Sem a usinagem de eixo, a peça não tomaria a forma exata e necessária para uma aplicação eficaz do seu movimento no funcionamento de um maquinário industrial. Existem diversos procedimentos que as empresas especializadas podem utilizar para fazer a usinagem de eixo, a fim de garantir eixos nos mais variados tamanhos e formatos, para as mais diversas finalidades. Assim, é possível obter a qualidade do produto final, que será destinado como componente em diversas aplicações. Figura 11 - Etapa de empilhamento das laminações https://www.hg-jingmi.com/ 20 Figura 12 - Etapa de usinagem dos eixos Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em 02 nov. 2021. O balanceamento do rotor varia em cada campo de aplicação, o rotor receberá um nome mais apropriado para sua aplicação, mas seu princípio será o mesmo – girar em um eixo. O balanceamento de um rotor pode ser feito em um plano, ou seja, leva-se em consideração somente uma face. Esse método funciona muito bem para rotores que são estreitos. Outrométodo de balanceamento de rotor é quando ele sofre correção em duas faces, geralmente os extremos laterais da peça. Rotores balanceados são essenciais para o bom funcionamento de máquinas rotativas. O desequilíbrio criará altas vibrações, reduzindo a vida útil da máquina e causando defeitos no material. O balanceamento de rotor destina-se a ajustar a distribuição (com inserção ou retirada de massa) de um rotor dentro das faixas específicas de funcionalidade dos equipamentos. Existem alguns métodos disponíveis no mercado para balanceamento de rotor, como balanceamento em campo e balanceamento estacionário. Balanceamento em campo consiste em analisar com exatidão as peças de rotação da máquina em seu local de funcionamento, mantendo pouco tempo de parada e padrão normal de operação durante o processo. Balanceamento estacionário é feito através de uma balanceadora computadorizada que realiza a análise nos rotores. https://www.hg-jingmi.com/ 21 Fonte: HG Precision, catálogo online website. Disponível em: <https://www.hg-jingmi.com>. Acesso em: 02 nov. 2021. Após o processo de balanceamento, o rotor será deslizado cuidadosamente para dentro do estator, de forma que não danifique as bobinas do estator. O rotor irá girar sobre os rolamentos de esferas, que serão aquecidos para causar uma expansão térmica, facilitando o processo de instalação dos mesmos, depois de posicionados, é utilizado ar frio para prender o rolamento no rotor, ou seja, os rolamentos são inseridos e utiliza-se o processo de ajuste por interferência, feito com a utilização de expansão e dilatação térmica. O mesmo processo é feito com a tampa traseira do motor para a inserção dos rolamentos. A montagem dos núcleos é feita das seguintes formas: • Rotor: a forma de execução mais comum de pacote de rotor é feita conforme a figura 14. O processo consiste em empilhas as chapas estampadas do rotor sobre o eixo ou dispositivo e prensar até atingir o fator de empilhamento e a dimensão correta e assim travar por meio de anel elástico, anel roscado, encosto soldado, ou outro meio mecânico de trava. Uma vez montando o núcleo o barramento pode ser introduzido por meio de injeção de metal condutor ou barrar de metal condutor. Figura 13 - Processo de balanceamento do rotor https://www.hg-jingmi.com/ 22 Figura 14 - Ligação enrolamento ondulado Fonte: MARTIGNONI, Máquinas de corrente alternada. 147p. • Estator: a montagem pode ser feita de várias formas. Assim como o rotor o processo consiste em empilhas as chapas estampadas do estator diretamente dentro da carcaça ou sobre dispositivo e prensar até atingir o fator de empilhamento e a dimensão correta. A forma mais comum de execução é a prensagem em dispositivo e solda dos canais externos do estator ou grapas de fixação e 2 discos de compressão (superior e inferior). O processo de impregnação do estator tem como objetivo preencher todos os possíveis espaços vazios entre os condutores, de modo a tornar todo o conjunto o mais compacto possível, minimizando a possibilidade de deslocamento dos condutores de suas posições originais, além disso a impregnação também auxilia na dissipação de calor para o meio exterior, visto que preenche também possíveis espaços que ficam dentro das ranhuras e das cabeças das bobinas, minimiza a vibração entre os condutores, diminui a entrada de agentes externos como umidade e poeira e reforça o isolamento dos enrolamentos. Nesse processo é utilizado um material impregnante a base de poliéster, epóxi ou silicone que pode ser feito de três maneiras diferentes: por imersão, onde o estator bobinado é mergulhado em um tanque com verniz até que todos os espaços sejam preenchidos; por gotejamento, onde o estator é posto em rotação em uma base inclinada, para que a resina seja canalizada através de um fluxo contínuo, tanto na cabeça da bobina, quanto no início das ranhuras; e por inundação, onde o motor montado com o estator é preenchido com o verniz 23 lentamente até que o bobinado esteja completamente submerso. Independente do processo de impregnação, o estator passa por um processo de pré-aquecimento para que ocorra dilatação térmica e eliminação de umidade presente e após a inserção do verniz passa por um processo de cura com o auxílio de uma estufa em temperatura elevada. 24 4 ENSAIO FINAL Após todas as etapas de fabricação serem concluídas, o motor será submetido a diversas medições e testes para testar seu funcionamento, como medições de resistência de isolamento, temperatura, ruído, análise nos rotores, estabilidade, rendimento em condições de operação, potência nominal, fator de potência, perdas, entre outros, como viabilidade econômica do processo. Os ensaios que podem ser realizados em motores de indução para verificação de seu desempenho e que os classifica, conforme NBR 17094-1:2008, em: • Ensaios de rotina: são ensaios realizados durante ou após a fabricação, em cada unidade, para verificar se critérios definidos estão sendo atendidos; • Ensaios de tipo: são ensaios realizados em um ou mais motores fabricados conforme determinado projeto, para comprovar que tal projeto satisfaz especificações estabelecidas; • Ensaios especiais: são ensaios não considerados como sendo de rotina ou de tipo e que devem ser realizados mediante acordo prévio entre as partes. 25 Quadro 3 - Ensaios para verificação de desempenho de motores de indução Item Relação dos ensaios Classificação do ensaio Rotina Tipo Especial 1 Medição da resistência de isolamento X X 2 Medição da resistência elétrica do enrolamento (do estator e do rotor para motores de anéis, a frio). X X 3 Dielétrico. X X 4 Em vazio (sob tensão nominal). X X 5 Com rotor bloqueado. X 6 Medição da tensão secundária. X X 7 Partida com levantamento das curvas características conjugado versus velocidade e corrente versus velocidade. X 8 Temperatura X 9 Determinação do rendimento a 100%, 75% e 50% da potência nominal X 10 Determinação das perdas a 100%, 75% e 50% da potência nominal X 11 Determinação do fator de potência a 100%, 75% e 50% da potência nominal X 12 Determinação do escorregamento a 100%, 75% e 50% da potência nominal X 13 Determinação do conjugado máximo X 14 Sobrevelocidade X 15 Nível de ruído (potência sonora em vazio) X 16 Tensão no eixo e medição da resistência de isolamento do mancal X 17 Vibração (valor eficaz máximo da velocidade de vibração em milímetros por segundo) X 18 Medição da tangente do ângulo de perdas X Fonte: Elaborada pelos autores, 2021. 26 Além dos ensaios descritos, podem ser efetuados ensaios eventuais com distorção harmônica e afundamento de tensão com o objetivo de verificar o comportamento do motor de indução operando em condições inadequadas. 27 5 CONCLUSÃO A realização deste trabalho agregou uma maior compreensão da complexidade e conhecimento referente a todos os processos de fabricação de um motor de indução. Onde a correta identificação e classificação das partes integrantes de uma máquina elétrica são essenciais para a compreensão de seu funcionamento e suas limitações, possibilitando uma modelagem de sua concepção geral de uma forma mais apropriada e tornando clara a derivação das fundamentações teóricas que fundamentam seu comportamento. Onde o cumprimento das recomendações contidas nas normas técnicas do segmento de máquinas elétricas garante qualidade, segurança e eficiência para os diversos sistemas. O consenso sobre a utilização das normas assegura o bom funcionamento dos motores e a segurança de pessoas e equipamentos, buscando minimizar ou evitar possíveis avarias. Os procedimentos de ensaio elucidam boa parte das indagações a respeito de motoresde indução no que diz respeito à sua concepção e funcionamento, destacando pontos não explorados rotineiramente pela literatura no que diz respeito a máquinas elétricas e motores de indução. 28 6 REFERÊNCIAS CHAPMAN, S.; Fundamentos de máquinas elétricas, 5ª ed., 2013. FITZGERALD A. E.; KINGSLEY Jr.; Máquinas Elétricas, 7ª ed., 2014 LOUREIRO, L. T. R. Introdução a Máquinas de Indução. 2021. 17 p. Notas de aula. Apresentação em PowerPoint. XAVIER E. J. Motores de indução trifásicos, 2008. FILIPPO FILHO, G. Motor de Indução. São Paulo. Érica Ltda, 2002. 243p. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002). NBR 5383-1:2002: Máquinas elétricas girantes – Parte 1: Motores de indução trifásicos – Ensaios. Rio de Janeiro. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008). NBR 17094-1:2008: Máquinas elétricas girantes – Motores de Indução – Parte 1: Trifásicos. Rio de Janeiro.
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