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Fármacos antimicobacterianos, antifúngicos e agentes antimicrobianos diversos

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DESCRIÇÃO
Fundamentos farmacológicos da terapia antimicobacteriana e antifúngica. Aplicabilidade
médica de agentes antissépticos urinários e daqueles voltados para a desinfecção, a assepsia
e a esterilização.
PROPÓSITO
Compreender os mecanismos moleculares envolvidos nos efeitos terapêuticos de fármacos
utilizados na terapia de doenças causadas por micobactérias ou fungos, assim como a
aplicabilidade clínica de antissépticos urinários e de agentes antimicrobianos, como
antissépticos, desinfetantes e esterilizantes, como um auxílio para a atuação do profissional de
saúde na prevenção, no controle e no acompanhamento farmacoterapêutico de infecções por
microrganismos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever a farmacologia dos agentes antimicobacterianos
MÓDULO 2
Descrever a farmacologia e a aplicabilidade clínica dos fármacos antifúngicos
MÓDULO 3
Descrever a aplicabilidade clínica dos antissépticos urinários e dos agentes químicos e físicos
para desinfecção, assepsia e esterilização
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, abordaremos a farmacologia clínica de infecções causadas por micobactérias
patogênicas e causadoras de doenças de alto impacto socioeconômico no Brasil e no mundo.
Trataremos também dos fármacos empregados no tratamento das doenças dermatológicas e
sistêmicas causadas por fungos.
Além disso, entenderemos a importância dos agentes químicos e físicos capazes de eliminar
ou reduzir consideravelmente a quantidade de microrganismos presentes em ambientes,
superfícies e até mesmo sobre a pele. Esses agentes são muito importantes, pois atuam como
ferramentas para o controle e a prevenção de infecções causadas por microrganismos das
mais diversas naturezas.
AVISO: orientações sobre unidades de medida
MÓDULO 1
 Descrever a farmacologia dos agentes antimicobacterianos
FARMACOLOGIA CLÍNICA DAS INFECÇÕES
CAUSADAS POR MICOBACTÉRIAS
As micobactérias são microrganismos que vêm preocupando a comunidade médica desde a
Antiguidade.
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 Mycobacterium tuberculosis.
Elas são bactérias que apresentam características estruturais particularmente diferentes
das gram-positivas e gram-negativas. A estrutura de sua parede celular possui grandes
quantidades de ácidos graxos e micólicos ligados ao arabinogalactano, conferindo-lhes uma
bicamada assimétrica e espessa e de aparência cerosa.
A fluidez é muito baixa na parte mais interna da bicamada, aumentando gradualmente em
direção à superfície externa. As diferenças na estrutura do ácido micólico reduzem a
permeabilidade da parede celular, o que contribui para sua resistência aos agentes
terapêuticos. Nutrientes e inibidores hidrofílicos, em contraste, atravessam a parede celular
através de canais de porinas.
 Estrutura de parede celular de bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e micobactérias.
Neste módulo, descreveremos as características e a farmacoterapia de duas importantes
doenças causadas por micobactérias:
TUBERCULOSE
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
A tuberculose (TB) é a doença infecciosa mais prevalente do ser humano, causando um
grande número de mortes em todo o mundo. Ela é causada principalmente pela bactéria
conhecida como Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis).
 TB: doença causada por infeção pulmonar pela Mycobacterium tuberculosis.
 ATENÇÃO
A TB afeta principalmente os pulmões, embora também possa influenciar o sistema nervoso
central (SNC), linfático e circulatório.
O processo de diagnóstico de contágio ativo da TB envolve principalmente técnicas de
radiologia, como raios X de tórax, mas também inclui o exame microscópico e a cultura
microbiológica de fluidos corporais, como, por exemplo, as culturas de escarro.
No entanto, no caso de uma TB latente, em que as bactérias presentes no corpo permanecem
inativas e não produzem sintomas, o diagnóstico se baseia no teste tuberculínico de
Mantoux e/ou nos ensaios de liberação de interferon gama das amostras de sangue.
TESTE TUBERCULÍNICO DE MANTOUX
Ele também é chamado de PPD (de purified protein derivative ou, em português, derivado
proteico purificado).
A prevenção da TB inclui principalmente programas de rastreio e vacinação, como, por
exemplo, a vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG).
 A vacina BCG previne contra a TB.
 SAIBA MAIS
Apesar da disponibilidade de tratamento curativo em cerca de 90% dos casos, a TB continua
sendo um grande problema de saúde global. A M. tuberculosis afeta um terço da população do
javascript:void(0)
mundo com novas infecções ocorrendo em cerca de 1% da população a cada ano. É a
segunda principal causa de morte por doença infecciosa em todo o planeta, ficando atrás
apenas do vírus da imunodeficiência humana (HIV)
PATOGÊNESE
A tuberculose (TB) é causada pelo complexo M. tuberculosis. Esse complexo é composto pelas
espécies M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. microti, M. caprae, M. pinnipedii, M.
canetti e M. mungi. Dentre essas espécies, destaca-se o M. tuberculosis como principal agente
etiológico. A dose infecciosa da TB é muito baixa: a inalação de menos de 10 bactérias já pode
causar uma infecção.
A TB é considerada uma doença inflamatória granulomatosa cujo início se dá quando a
micobactéria atinge os alvéolos dos pulmões.
Macrófagos, linfócitos T, linfócitos B e fibroblastos são células que se agregam e formam
granulomas com linfócitos rodeados pelos macrófagos infectados.
 TB pulmonar.
As bactérias presentes dentro do granuloma tornam-se dormentes, causam uma
infecção e finalmente resultam em morte celular anormal (necrose). Muitos fatores de risco
desempenham um papel fundamental para tornar as pessoas mais suscetíveis às infecções por
TB. Como exemplo: HIV, diabetes mellitus, desnutrição, fumaça de cigarro, silicose e
alcoolismo.
 Granuloma contendo micobactérias.
FARMACOTERAPIA
A TB quase sempre tem cura quando é tratada adequadamente; no entanto, também existe
uma tuberculose resistente aos tratamentos.
HÁ DOIS TIPOS DE TB: A LATENTE E A ATIVA.
Latente
O indivíduo se encontra infectado, porém assintomático.


Ativa
O indivíduo se encontra infectado e com sintomas.
A latente pode ser reativada e, dependendo das condições e dos fatores de risco do
paciente, causar uma infecção ativa. Nesse caso, pode-se indicar o tratamento para as
bactérias que estejam inativas.
 ATENÇÃO
Os antibióticos são os fármacos mais usados para o tratamento da TB. Como citamos
anteriormente, a composição incomum da parede celular das micobactérias dificulta a entrada
de medicamentos e torna o tratamento mais complicado.
Muitos desses microrganismos exibem resistência aos medicamentos, o que não é associado a
mudanças genéticas, e sim ao estado metabólico da bactéria. Por isso, o Ministério da Saúde
recomenda a solicitação da cultura de escarro, identificação e teste de sensibilidade para todos
os casos cujos resultados sejam positivos para o bacilo da TB ao final do segundo mês de
tratamento.
TB latente
O tratamento da TB latente geralmente emprega um único antibiótico.
TB ativa
O tratamento da TB ativa utiliza uma combinação de diferentes antibióticos para a redução do
risco de resistência.
O quadro a seguir apresenta as possíveis associações e o tempo de tratamento:
Associações Meses
Isoniazida, rifampicina, pirazinamida 6
Isoniazida, rifampicina 9
Rifampicina, etambutol, pirazinamida 6
Rifampicina, etambutol 12
Isoniazida, etambutol 18
 Quadro: Associações de fármacos para o tratamento da TB/duração em meses.
Elaborado por: Vanessa Estato.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O esquema farmacológico básico para o tratamento da TB é padronizado e segue as
recomendações do Ministério da Saúde. Ele leva em consideração principalmente a idade e a
massa corpórea do paciente, além de outros fatores.
No Brasil, utiliza-se atualmente o esquema básico para o tratamento de adultos com TB sem
suspeita clínica de resistência (o que está apresentado no quadro a seguir). Utilizado para
todasas formas da doença em pacientes acima de 10 anos, ele conta com duas fases:
FASE INTENSIVA
Duração de dois meses com o esquema RHZE sob a forma de dose fixa combinada (DFC).

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FASE DE MANUTENÇÃO:
De quatro meses com esquema RH (DFC).
ESQUEMA RH (DFC)
R: rifampicina; H: isoniazida; Z: pirazinamida; E: etambutol.
ESQUEMA RH
R: rifampicina; H: isoniazida.
Esquema b
Fármacos
(mg/comprimido) c
 Peso,
kg
Dose
2RHZE Fase
intensiva
 RHZE
(150/75/400/275)
≤ 20 10/10/35/25mg/kg/dia
20-35 2 comprimidos
36-50 3 comprimidos
> 50 4 comprimidos
4RH Fase de
manutenção
 RH (150/75) ≤ 20 10/10mg/kg/dia
javascript:void(0)
20-35 2 comprimidos
36-50 3 comprimidos
> 50 4 comprimidos
Quadro: Esquema de tratamento para a totalidade de casos novos de todas as formas de TB
pulmonar e extrapulmonar (exceto meningoencefalite), bem como para todos os casos de
recidiva e retorno após abandono. a
R: rifampicina.
H: isoniazida.
Z: pirazinamida.
E: etambutol. 
aOs medicamentos são em comprimidos com dose fixa combinada. 
bO número que antecede a sigla indica o número de meses do tratamento. 
cDose respectiva em miligramas de cada comprimido abaixo da sigla de cada
medicamento.
Extraído de: Tratamento da tuberculose. Jornal brasileiro de pneumologia, RABAHI et al., 2017,
p. 474.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
25MG/KG/DIA
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km). No entanto,
o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km).
Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
No caso de adultos e adolescentes, esse esquema conta com medicamentos de primeira linha,
como, por exemplo, a isoniazida, a rifampicina, a pirazinamida e o etambutol para uma fase
inicial (ou intensiva) de 2 meses, seguida por uma fase de continuação com os dois primeiros
medicamentos para mais 4 meses.
A ISONIAZIDA, A RIFAMPICINA, A PIRAZINAMIDA
E O ETAMBUTOL
A apresentação farmacológica consiste em comprimidos de doses fixas combinadas, como, por
exemplo, a apresentação “4 em 1” (RHZE: R ‒ rifampicina; H ‒ isoniazida; Z – pirazinamida; E
‒ etambutol).
 SAIBA MAIS
A estreptomicina é um antibiótico bactericida que afeta a síntese de polipeptídios, mas ela não
é mais considerada um medicamento de primeira linha por causa de suas altas taxas de
resistência.
Este quadro apresenta a dose de cada um desses fármacos em adultos:
Fármaco Dose
Isoniazida 300mg/kg/dia
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Rifampicina 600mg/kg/dia
Pirazinamida 35mg/kg/dia
Etambutol 25mg/kg/dia
Estreptomicina 1g/kg/dia
 Quadro: Fármacos de primeira linha para o tratamento da TB (dosagem em adultos).
Elaborado por: Vanessa Estato.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Os locais e o mecanismo de ação dos fármacos utilizados no tratamento da TB estão ilustrados
a seguir:
 Mecanismos de ação de agentes antimicobacterianos.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA
TUBERCULOSE
A especialista Vanessa Estato fala sobre o manejo farmacológico com drogas de primeira linha
para o tratamento da tuberculose:
Apresentaremos agora as características farmacológicas destas cinco substâncias:
• ISONIAZIDA
A isoniazida é um dos medicamentos mais importantes no tratamento da TB, sendo usada
desde 1952 para tratamento e profilaxia. Sua estrutura compreende um anel piridina e um
grupo hidrazina.
A concentração inibitória mínima (CIM) de isoniazida para a Mycobacterium tuberculosis é de
0,2mcg/mL. Embora a isoniazida tenha um efeito bactericida em bacilos de crescimento rápido,
ele é limitado naqueles de crescimento lento (geralmente, intracelulares) e intermitente (em
geral, extracelulares).
 Estrutura da isoniazida.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
Pró-fármaco, a isoniazida deve ser ativada pela enzima catalase-peroxidase KatG
micobacteriana. Sua ativação produz radicais livres que inibem a formação de ácidos micólicos
da parede celular bacteriana, causando danos ao DNA e, posteriormente, a morte do bacilo. O
mecanismo mais comum de resistência à isoniazida consiste em mutações KatG que diminuem
a atividade dela e evitam que o pró-fármaco seja convertido em seu metabólito ativo.
FARMACOCINÉTICA
A isoniazida é metabolizada no fígado por acetilação pela N-acetiltransferase, produzindo
acetilisoniazida e ácido isonicotínico. A taxa de acetilação varia em cada paciente. Certos
pacientes apresentam fenótipo de acetilador rápido, enquanto outros apresentam de acetilador
lento.
A isoniazida é excretada pelo rim (70%-96%), gerando, em sua maioria, metabólitos inativos.
Uma pequena proporção é excretada nas fezes. A meia-vida dela é de aproximadamente 1
hora em pacientes com o fenótipo acetilador rápido e de 2 a 5 horas naqueles com o acetilador
lento. Sua meia-vida pode ser ainda maior naqueles com doença hepática ou insuficiência
renal.
EFEITOS ADVERSOS
Quando é usada isoladamente para a profilaxia da TB (na dose de 10mg/kg/dia até 300mg
para o tratamento), a isoniazida raramente causa efeitos colaterais em indivíduos sem doença
hepática ou insuficiência renal. Ela é empregada em combinação com outras drogas para o
tratamento da tuberculose.
Efeitos adversos dependem da dose e do tempo de tratamento. Eles podem variar desde
efeitos menores, como náuseas, vômitos e dor epigástrica, até psicose, ataques convulsivos e
confusão mental (que são menos comuns). Também pode haver efeitos mais graves, como, por
exemplo, a neuropatia periférica, que ocorre em aproximadamente 20% dos pacientes tratados
com isoniazida.
A hepatite é o efeito tóxico mais comum, aumentando conforme a idade do paciente. O risco
também cresce em indivíduos com uma doença hepática prévia, em quem bebe álcool
diariamente e em mulheres no período pós-parto imediato. A administração de isoniazida ainda
pode piorar o lúpus preexistente.
• RIFAMPICINA
A rifampicina é um antibiótico semissintético obtido a partir da rifamicina SV. Ela é considerada
o medicamento mais efetivo no tratamento da TB.
Trata-se de uma droga bactericida que mata bacilos em crescimento metabolicamente ativos,
bem como aqueles na fase estacionária, cujo metabolismo é reduzido. A CIM da rifampicina
para a M. tuberculosis é de 1mcg/mL. Quando ela é usada em combinação com a
pirazinamida, a duração do tratamento da TB pode ser reduzida para seis meses.
 Estrutura da rifampicina.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
A rifampicina inibe a transcrição gênica de micobactérias ao bloquear a RNA polimerase
dependente de DNA, impedindo o bacilo de sintetizar o RNA mensageiro e a proteína, o que
causa morte celular.
FARMACOCINÉTICA
A rifampicina é bem absorvida por via oral em uma dose de 600mg do medicamento.
Aproximadamente 85% dela é metabolizada no fígado por meio de enzimas microssomais do
sistema CYP450. A droga é excretada pelas vias biliares, mas parte da rifampicina é excretada
na forma não metabolizada e reabsorvida no intestino, aumentando progressivamente os níveis
séricos da droga.
Após cerca de 14 dias, são produzidas enzimas que aumentam o metabolismo do fármaco e a
meia-vida da rifampicina é reduzida. Uma proporção menor da droga é excretada na urina.
EFEITOS ADVERSOS
Reações gastrointestinais, como náusea, anorexia e dor abdominal, podem ocorrer, embora
elas raramente sejam graves o suficiente para justificar a interrupção do medicamento. Ocorre
ainda a produção de lágrimas, suor e urina de cor alaranjada.
Uma reação cutânea, como um prurido (com ou sem eritema), pode ocorrer, mas ela
geralmente é leve. Uma síndrome semelhante à da gripe também pode ser registrada em
pacientes tratados com rifampicina.
Entre seus efeitos mais graves, destacam-se o exantema, quando o tratamento deve ser
interrompido, e ahepatotoxicidade, havendo aumentos transitórios e assintomáticos nos níveis
séricos de bilirrubina e enzimas hepáticas. Esses níveis se normalizam posteriormente sem a
necessidade de descontinuar o tratamento.
Após a administração de rifampicina, ainda pode haver as seguintes reações imunológicas:
trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia, anemia hemolítica, agranulocitose, vasculite, nefrite
intersticial aguda e choque séptico.
Essas reações são raras e ocorrem em menos de 0,1% dos pacientes. No entanto, elas são
graves e exigem uma mudança no regime terapêutico.
• PIRAZINAMIDA
A pirazinamida é um derivado do ácido nicotínico, cuja estrutura molecular é semelhante à da
isoniazida. No entanto, não há resistência cruzada de M. tuberculosis com a pirazinamida e a
isoniazida.
Tal fármaco é fagocitado pelos macrófagos das lesões pulmonares dos pacientes infectados e
exerce sua atividade antimicrobiana no interior ácido dos lisossomas. A pirazinamida é o
medicamento mais eficaz na eliminação desses bacilos (designados bacilos persistentes na
fase de multiplicação esporádica) responsáveis pela recidiva bacteriológica.
A atividade esterilizante da pirazinamida permite que a duração do tratamento, associado à
isoniazida e à rifampicina, seja reduzida para seis meses. A M. tuberculosis é o único
microrganismo suscetível à pirazinamida.
 Estrutura da pirazinamida.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
A pirazinamida é uma pró-droga que precisa ser convertida em sua forma ativa, o ácido
pirazinoico, por enzimas bacterianas (nicotinamidase/pirazinamidase). Ela atinge altas
concentrações no citoplasma bacteriano devido a um sistema de efluxo ineficiente.
O acúmulo de ácido pirazinoico diminui o pH intracelular a níveis que causam a inativação de
enzimas e levando ao comprometimento das funções de transporte da membrana celular
micobacteriana. A resistência à pirazinamida resulta de mutações no gene pncA, que codifica a
enzima nicotinamidase/pirazinamidase e compromete a conversão da pirazinamida em sua
forma ativa.
FARMACOCINÉTICA
Após a administração oral de 35mg/kg/dia, a pirazinamida é bem absorvida e amplamente
distribuída por todo o corpo. A concentração plasmática do fármaco atinge o pico duas horas
após sua administração.
A CIM da pirazinamida para a M. tuberculosis é de 20mcg/mL a um pH de 5,5. Essa droga é
metabolizada no fígado, sendo 70% dela excretada na urina, principalmente por filtração
glomerular. A meia-vida da pirazinamida é de 8 a 11 horas, mas ela poderá chegar a 26 horas
em pacientes com insuficiência renal se as doses não forem ajustadas.
EFEITOS ADVERSOS
A pirazinamida é a droga mais hepatotóxica no tratamento da TB. É fundamental que as doses
do medicamento sejam ajustadas ao peso do paciente. Em alguns casos, ele deve ser
suspenso temporariamente ou mesmo substituído.
Sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e anorexia, são comuns em pacientes
tratados com pirazinamida. Ela causa hiperuricemia e artralgia em indivíduos não gotosos,
pois seu principal metabólito inibe a secreção tubular renal de ácido úrico. Contudo, isso não
requer que o fármaco seja descontinuado ou que a dose seja ajustada, ainda que, em
pacientes com um histórico de gota, ele possa causar artrite gotosa aguda.
O exantema, o prurido e a dermatite são efeitos relativamente comuns da administração de
pirazinamida. Na maioria dos casos, eles melhoram com a administração de anti-histamínicos.
A rabdomiólise com mioglobinúria e insuficiência renal é uma complicação rara do tratamento
com pirazinamida e requer a suspensão do medicamento.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
ARTRALGIA
Dor em uma ou mais articulações não relacionada a processos inflamatórios nesses locais.
GOTOSOS
Indivíduos portadores de gota (doença causada pela hiperuricemia que leva ao depósito de
cristais de monourato de sódio nas articulações).
• ETAMBUTOL
O etambutol atua nos bacilos intracelulares e extracelulares – especialmente nos bacilos de
crescimento rápido. O CIM do etambutol para a M. tuberculosis é de 1 a 5mcg/mL. Nas doses
usuais, ele tem efeito bacteriostático.
 Estrutura do etambutol.
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EFEITO BACTERIOSTÁTICOL
Inibe o crescimento da bactéria no meio.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
O etambutol inibe a enzima arabinosiltransferase codificada pelo gene embB, interferindo na
biossíntese do arabinoglicano, o principal polissacarídeo da parede celular micobacteriana. A
resistência in vitro ao etambutol se desenvolve lentamente e provavelmente se deve a
mutações no gene embB.
FARMACOCINÉTICA
Após a administração oral, o fármaco é absorvido. Os níveis séricos dele atingem o pico de 2 a
4 horas. Uma dose única de 25mg/kg deve ser administrada em combinação com a isoniazida
e a rifampicina. A meia-vida sérica do etambutol é de 3 a 4 horas, podendo chegar a 10 horas
em pacientes com insuficiência renal grave.
Parte da droga (20% a 30%) se liga às proteínas plasmáticas. O etambutol é amplamente
distribuído por todo o corpo, à exceção do LCR em pacientes sem meningite. O etambutol é
metabolizado no fígado, sendo 50% dele excretado de forma inalterada na urina e 20% nas
fezes.
EFEITOS ADVERSOS
O etambutol é geralmente bem tolerado. A maioria dos efeitos adversos depende da dose e do
tempo, sendo mais comuns em doses superiores a 15mg/kg. A neurite retrobulbar ocorre em
pacientes tratados com esse fármaco, porém ela geralmente é reversível e depende da dose e
da duração da administração.
Esse efeito causa sintomas de: visão turva, diminuição da acuidade visual, presença de
escotomas, perda da capacidade de discernir a cor verde e, em alguns casos, vermelha.
Caso haja tais sintomas, o medicamento precisa ser imediatamente descontinuado. A
administração desse fármaco, portanto, deve ser evitada em crianças pequenas, cuja acuidade
visual é difícil de avaliar. Ainda pode haver outros efeitos adversos e até sintomas
cardiovasculares.
Exemplo:
Náuseas, vômitos, eosinofilia, neutropenia e trombocitopenia, assim como miocardite e
pericardite.
 Perda de uma região do campo visual.
• ESTREPTOMICINA
A estreptomicina é um aminoglicosídeo, sendo um produto natural ou semissintético de
compostos produzidos por actinomicetos do solo. Agente de segunda escolha para o
tratamento da TB ativa, ele precisa ser associado com outros dois fármacos aos quais a M.
tuberculosis é sensível.
 Estrutura da estreptomicina.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
A estreptomicina é um antibiótico aminoglicosídeo que atua inibindo a síntese de proteínas
bacterianas por intermédio da ligação na unidade 30S do ribossomo bacteriano. Ela possui
rápida ação bactericida e dependente da sua concentração sérica.
Com um “efeito pós-antibiótico” caracterizado pela persistência da atividade inibitória depois
que sua concentração sérica cai, a estreptomicina contribui para a eficácia de tratamentos com
dosagens altas e em largos intervalos.
FARMACOCINÉTICA
A estreptomicina é pouco absorvida no trato gastrointestinal; portanto, ela deve ser
administrada por via IM profunda ou por via IV. Pela sua natureza polar, esse fármaco não tem
boa penetração nas células e tecidos – especialmente no tecido adiposo. Isso deverá ser
considerado quando o esquema terapêutico for baseado no peso do paciente.
EFEITOS ADVERSOS
A incidência de toxicidade vestibular é elevada em pacientes que utilizam a estreptomicina.
Eles apresentam uma cefaleia intensa antes do início da disfunção labiríntica, seguida de um
estágio agudo com náuseas, vômitos e dificuldades no equilíbrio. Esses sintomas podem
desaparecer, dando lugar à labirintite crônica.
A descontinuação precoce da estreptomicina pode permitir a recuperação e evitar danos
irreversíveis. Apesar de ser um aminoglicosídeo, ela tem menos efeito nefrotóxico, já que não
se concentra no córtex renal.
HANSENÍASEPRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela
bactéria denominada Mycobacterium leprae (ou bacilo de Hansen). A prevalência dela no
Brasil e em todo o mundo foi muito reduzida nos últimos anos graças principalmente à iniciativa
da Organização Mundial da Saúde (OMS) em fornecer, sem custos, a terapia com múltiplos
fármacos para a população.
A hanseníase é transmitida por via respiratória e gotículas da saliva. Ela pode se apresentar
com manchas claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com bordas
disformes, alterando a sensibilidade no local.
 Mycobacterium leprae.
CLASSIFICAÇÃO
A hanseníase pode ser classificada em:
Paucibacilar
Possui duas apresentações:
Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença com um número de até cinco
manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural.
Hanseníase tuberculoide: tem manchas bem definidas e com o nervo comprometido.

Multibacilar
Ela conta com duas apresentações:
Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas acima de cinco lesões com
bordas às vezes bem ou pouco definidas. Possui o comprometimento de dois ou mais
nervos, havendo a ocorrência de quadros reacionais com maior frequência.
Hanseníase virchowiana: trata-se da forma mais disseminada da doença. Há dificuldade
para separar a pele normal da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos
reprodutivos masculinos. Pode haver ainda a ocorrência de neurite e eritema nodoso
(nódulos dolorosos) na pele.
FARMACOTERAPIA
O tratamento farmacológico para a hanseníase baseia-se em protocolos com múltiplos
fármacos, como, por exemplo, a rifampicina (que estudamos acima), que pode até ser
utilizada em dose única para a profilaxia de indivíduos que travaram contato com doentes de
hanseníase. Além da rifampicina, destacam-se a dapsona e clofazimina (que serão
detalhadas a seguir).
O tratamento pode variar de seis meses (nas formas paucibacilares) a um ano (nas
multibacilares). O tratamento é eficaz, e o paciente se cura da doença. Após o início da
medicação, não existe mais o risco de transmissão: ele pode conviver em meio à sociedade.
HANSENÍASE PAUCIBACILAR:
O esquema de tratamento consiste em 6 cartelas contendo 1 dose de 600mg de rifampicina e 1
dose de 100mg de dapsona que devem ser tomadas mensalmente sob supervisão, além de
doses diárias de 100mg de dapsona que devem ser autoadministradas pelo paciente. Na 6ª
dose supervisionada (que deverá ocorrer em no máximo 9 meses após o início do tratamento)
o paciente será submetido à avaliação dermatológica, neurológica simplificada e do grau de
incapacidade física para então receber alta por cura.
HANSENÍASE MULTIBACILAR:
Mesmo protocolo utilizado na paucibacilar com duas alterações:
São adicionadas 300mg de clofazimina que devem ser tomadas mensalmente sob
supervisão, além de 1 dose de 50mg diária que deve ser autoadministrada pelo paciente.
A duração do protocolo é de 12 cartelas. Na 12ª dose supervisionada (que deverá ocorrer
em no máximo 18 meses após o início do tratamento) o paciente será submetido à
avaliação dermatológica, neurológica simplificada e do grau de incapacidade física para
então receber alta por cura.
 SAIBA MAIS
Recentemente, a OMS propôs que todas as formas de hanseníase fossem tratadas com o
protocolo de 3 medicações simultâneas, porém mantendo o tempo de tratamento de 6 cartelas
para a forma paucibacilar e 12 para a multibacilar.
Destacaremos a seguir mais detalhes sobre os fármacos utilizados no tratamento da
hanseníase que ainda não foram abordados neste conteúdo:
• DAPSONA
A dapsona é uma sulfona. Análogo estrutural do ácido para-aminobenzoico (PABA), ela atua
inibindo competitivamente a enzima di-hidropteroato-sintase (folP1/P2) e, consequentemente, a
síntese do folato das micobactérias.
 Estrutura da dapsona.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
A dapsona é bacteriostática contra o M. leprae nas concentrações de 1 a 10mg/L. A resistência
da M. leprae a ela resulta principalmente de mutações nos genes que codificam a di-
hidropteroato-sintase.
FARMACOCINÉTICA
A dapsona é completamente absorvida por via oral e se distribui em todos os tecidos e líquidos
orgânicos, tendo uma meia-vida de 1 a 2 dias. Seu metabolismo é hepático por N-acetilação. A
N-oxidação ocorre pelas vias CYP2E1 e CYP2C.
A reabsorção intestinal das sulfonas excretadas na bile contribui para a retenção dela na pele,
nos músculos, no fígado e nos rins por até três semanas. A eliminação da dapsona pela urina
se dá em uma proporção que varia de 70% a 85% tanto como substância inalterada quanto
como metabólitos (principalmente glicuronato e sulfato).
EFEITOS ADVERSOS
A dapsona é geralmente bem tolerada. As sulfonas penetram nas hemácias formando a meta-
hemoglobina. Apesar de ser um efeito comum, isso não representa um risco ao paciente. Pode
haver hemólise, contudo, caso ele possua uma deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase.
Outros efeitos, como intolerância gastrointestinal, febre, prurido e exantemas, também podem
ser registrados. Já os dermatológicos podem, às vezes, ser confundidos com uma doença
subjacente quando a hanseníase desenvolve o eritema nodoso. Nesse caso, é necessário o
tratamento com corticosteroides ou talidomida.
• CLOFAZIMINA
A clofazimina é um corante lipossolúvel de riminofemazina que pode ser usado como uma
alternativa à dapsona no tratamento de hanseníase paucibacilar quando os pacientes são
intolerantes a ela.
 Estrutura da clofazimina.
MECANISMO DE AÇÃO
FARMACOCINÉTICA
EFEITOS ADVERSOS
MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo de ação antimicrobiana desse fármaco ainda é desconhecido, mas diversos
mecanismos são sugeridos. Eis alguns exemplos:
Rompimento da membrana.
Inibição da fosfolipase A2 micobacteriana.
Inibição do transporte microbiano de K+.
Geração de peróxido de hidrogênio.
Interferência na cadeia de transporte de elétrons bacteriana.
Inibição da bomba de efluxo.
FARMACOCINÉTICA
A clofazimina é administrada por via oral na dose de 50mg/dia. Sua absorção pode ser
ampliada pela ingestão de alimentos com alto teor de gordura ou reduzida pelo consumo de
antiácidos.
O metabolismo ocorre no fígado em quatro etapas:
Desalogenação hidrolítica
Desaminação
Glicuronidação
Hidroxilação
Após tratamento prolongado, o fármaco é armazenado nos tecidos, sendo lentamente liberado
de tal forma que a meia-vida pode alcançar 70 dias.
EFEITOS ADVERSOS
O efeito indesejado mais evidente é a coloração negro-avermelhada da pele e de secreções
corporais. Também pode ocorrer uma intolerância intestinal.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever a farmacologia e a aplicabilidade clínica dos fármacos antifúngicos
ANTIFÚNGICOS
Neste módulo, apresentaremos os antifúngicos de acordo com seus alvos de ação e o
mecanismo de ação deles. Além disso, estudaremos suas características farmacocinéticas e
seus efeitos adversos.
FARMACOTERAPIA
As infecções fúngicas invasivas representam uma séria ameaça à saúde humana e estão
associadas a milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, principalmente em pacientes
imunocomprometidos.
 EXEMPLO
Condições que levam à imunossupressão são, por exemplo, a quimioterapia anticâncer,
tratamento de longo prazo com corticosteroides ou transplante de órgãos, além de infecções
imunossupressoras, como a AIDS, e de terapias antibióticas de amplo espectro.
Cerca de 90% dessas mortes são causadas por espécies pertencentes a estes gêneros de
fungos:
Candida
Aspergillus
Cryptococcus
Pneumocystis
Mucor
Rhizopus
Os fungos também produzem infecções superficiais na pele e nas mucosas, apresentando
maior incidência que as infecções invasivas, o que diminui a qualidade de vida dos indivíduos
afetados.
Infecções de mucosas são causadas principalmente por leveduras oportunistas pertencentes à
espécie Candida albicans embora a epidemiologia venha mudando e asinfecção por espécies
não albicans venham ganhando cada vez mais importância.
 Microscopia de Candida albicans obtida do exame ginecológico papanicolau.
A candidíase aguda pseudomembranosa, denominada candidíase ou candidose oral,
conhecida como a forma mais comum da infecção oral (primária) por esse fungo, caracteriza-
se pela presença de placas brancas aderentes à mucosa oral cujo aspecto remete ao de um
leite coalhado.
 Aspecto da candidíase pseudomembranosa oral.
Atualmente, quatro classes de agentes antifúngicos (azóis, equinocandinas, poliênicos e
análogos de pirimidina) são usadas pelas vias oral, tópica ou intravenosa para o tratamento
de infecções fúngicas.
 SAIBA MAIS
Uma quinta classe (a das alilaminas) também existe, embora seus compostos sejam usados
apenas para o tratamento de infecções dermatológicas superficiais.
Esses antifúngicos, porém, têm várias desvantagens em termos de toxicidade, espectro
de atividade, segurança e propriedades farmacocinéticas. O surgimento de cepas
resistentes aos atuais agentes tem gerado grandes esforços para o desenvolvimento de novos
fármacos.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES
Os alvos de ação dos fármacos antifúngicos podem envolver mecanismos moleculares
distintos.
 EXEMPLO
Através da inibição da síntese de DNA, da mitose por meio da ruptura do fuso mitótico e da via
de síntese do ergosterol no retículo endoplasmático, rompendo a integridade da membrana
plasmática e inibindo a síntese da parede celular dos fungos.
 Alvos celulares de agentes antifúngicos.
INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE ERGOSTEROL
O ergosterol é um componente fundamental na integridade da estrutura e na função da
membrana plasmática. Fármacos antifúngicos podem interromper sua biossíntese pelo
retículo endoplasmático do fungo.
O ergosterol é sintetizado nas células fúngicas a partir de unidades de acetil-CoA. Um dos
intermediários, o esqualeno, é convertido em lanosterol pela ação do esqualeno epoxidase.
As alilaminas e benzilaminas agem inibindo a esqualeno epoxidase, enquanto os fármacos
azóis inibem a enzima 14α-esterol desmetilase no microssomo do fungo, impedindo a via final
da formação do ergosterol para a síntese da membrana.
 Via de síntese do ergosterol e alvos de ação de fármacos.
• AZÓIS
Azóis são os antifúngicos mais comuns na clínica. Eles são muito usados no tratamento e
na prevenção de micoses devido a seu amplo espectro.
Veja o mecanismo na figura abaixo:
 Mecanismo de ação dos azóis.
Os azóis são moléculas orgânicas cíclicas que podem ser classificadas em dois grupos:
Imidazóis
O clotrimazol, o miconazol e o cetoconazol foram os primeiros desenvolvidos. No entanto,
devido à sua alta toxicidade, aos efeitos colaterais graves e às inúmeras interações com outras
drogas, eles foram substituídos pelos triazóis.

Triazóis
Os de primeira geração são o fluconazol e o itraconazol. Eles exibem, em comparação com
os imidazóis, uma atividade antifúngica de maior espectro e têm perfis de segurança
aprimorados.
O fluconazol é ativo contra Cryptococcus neoformans e espécies de Candida, Histoplasma,
Blastomyces e Coccidioides. Trata-se do azol de escolha para a profilaxia secundária e o
tratamento de meningite criptocócica, sendo ainda o agente mais utilizado para a candidíase
mucocutânea. Além disso, seu uso profilático em pacientes com transplante de medula óssea
reduziu o aparecimento de fungos resistentes.
 Fluconazol.
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MENINGITE CRIPTOCÓCICA
A meningite criptocócica é uma doença grave muito comum no Brasil. Essa infecção ocorre em
pacientes com deficiência da imunidade celular, causando uma elevada mortalidade.
O itraconazol tem um espectro mais amplo de atividade, sendo ativo contra leveduras e
espécies de Aspergillus. No entanto, tanto fluconazol quanto itraconazol têm certas limitações
clínicas, pois são ineficazes contra alguns patógenos emergentes como Scedosporium,
Fusarium e Mucorales.
 Itraconazol.
 Fungo Aspergillus flavus, um causador da aspergilose.
O aumento da resistência aos azóis deve-se principalmente à sua natureza fungistática
ao invés de fungicida, uma vez que essa característica leva ao prolongamento do tempo
de uso.
Para resolver esses problemas, uma segunda geração de triazóis foi desenvolvida: o
voriconazol e o posaconazol. Considerados fungicidas, eles têm um amplo espectro de
atividades, incluindo Fusarium, Scedosporium, Zygomycetes e Cryptococcus neoformans.
O voriconazol é o medicamento antifúngico de primeira linha para o tratamento de doenças
invasivas de aspergilose por A. fumigatus, pois sua atividade é superior à de muitos outros
antifúngicos para esse tipo de infecção.

O posaconazol é o azol com a atividade mais ampla, tendo sido aprovado pela Food and Drug
Administration (FDA) para a profilaxia contra infecções invasivas por Aspergillus e Candida.
O efinaconazol é uma solução antifúngica tópica ativa contra dermatófitos e não dermatófitos.
Ele mostra ser eficaz para o tratamento de onicomicose e de Candida spp. O efinaconazol é
utilizado para o tratamento de infecções fúngicas das unhas.
MECANISMO DE AÇÃO
Esses fármacos triazólicos inibem a 14a-esterol desmetilase e, portanto, impedem a síntese de
ergosterol, que é o principal esterol das membranas dos fungos.
Eles inibem a 14a-esterol desmetilase, uma enzima pertencente à superfamília do citocromo
P450 do fungo, dificultando seu crescimento e replicação. Essa enzima contém uma unidade
de protoporfirina de ferro em seu sítio ativo.
Os azóis ligam-se ao ferro da porfirina e causam o bloqueio da via de biossíntese do
ergosterol, resultando no acúmulo de 14α-metilesteróis. A conformação exata do sítio ativo
difere entre as espécies de fungos e os muitos mamíferos. A natureza da interação entre cada
molécula de azol e cada tipo de CYP450 determina suas características e seus efeitos
colaterais.
FARMACOCINÉTICA
CETOCONAZOL
Foi o primeiro a ser administrado por via oral para infecções fúngicas sistêmicas. Bem
absorvido no trato gastrointestinal, ele tem uma boa distribuição nos tecidos, porém não atinge
o SNC em doses terapêuticas.

ITRACONAZOL
Pode ser administrado por via oral ou intravenosa em doses de 100 a 400mg/dia. Sua
absorção é aumentada pela presença de alimento e pelo pH do ácido gástrico. Assim como o
cetoconazol, ele sofre um intenso metabolismo hepático e uma má penetração nos líquidos do
cérebro espinhal. As rifampicinas reduzem sua biodisponibilidade, comprometendo a eficácia
dele.

FLUCONAZOL
Possui uma alta biodisponibilidade quando é administrado por via oral. Pode ser igualmente
utilizado tanto pela via oral quanto pela intravenosa nas doses de 100 a 800mg/dia.
EFEITOS COLATERAIS
Os triazóis são relativamente atóxicos, mas podem afetar, em alguma extensão, as enzimas
hepáticas do paciente. Interações medicamentosas, portanto, podem ocorrer, embora o
desconforto gastrointestinal seja um efeito colateral bastante comum.
CETOCONAZOL
Diferencia-se dos triazóis pela sua capacidade de inibir as enzimas do citocromo P450 dos
mamíferos, sendo menos seletivo em relação ao P450 fúngico na comparação com os azóis
mais modernos. Por esse motivo, o cetoconazol sistêmico deixou de ser utilizado clinicamente.

ITRACONAZOL
Pode causar efeitos gastrointestinais, cefaleia e tontura, além de já ter havido o relato de
alterações cutâneas alérgicas. Ele pode demandar interações medicamentosas em decorrência
da inibição das enzimas do citocromo P450.

FLUCONAZOL
Não apresenta efeitos importantes sobre as enzimas hepáticas do paciente: a ocorrência de
hepatite inclusive é rara. As interações medicamentosas, assim, são menos comuns.
• ALILAMINAS
As alilaminas são agentes altamente lipofílicos que atuam contra uma ampla variedade de
patógenos cutâneos. Membros importantes desse grupo incluem a terbinafina e a naftifina.
A terbinafina é ativa contra Aspergillus, Fusarium e outros fungos filamentosos, sendo
amplamente empregada no tratamentode infecções das unhas e de tinha do pé e do corpo.
A naftifina é ativa contra Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum. Ela possui
atividade fungistática contra espécies de Candida.
 Terbinafina.
MECANISMO DE AÇÃO
Esses agentes fungicidas sintéticos bloqueiam a biossíntese de ergosterol, operando como
inibidores reversíveis e não competitivos da esqualeno epoxidase, uma enzima fundamental
para a conversão do lanosterol (um precursor do ergosterol). Essa inibição leva ao acúmulo de
esqualeno, que é tóxico para o fungo.
FARMACOCINÉTICA
A terbinafina pode ser administrada por via oral e tópica. Sua absorção após o uso oral é breve
e se distribui rapidamente para pele, unhas e tecido adiposo.
Quando administrada topicamente, a terbinafina penetra bem em pele e mucosas. Seu
metabolismo é hepático por meio das enzimas do citocromo P450, enquanto seus metabólitos
são excretados na urina. A naftifina só está disponível nas formas tópicas de creme e gel.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos mais comuns são gastrointestinais, erupções cutâneas e urticária, além de
dores articulares, tontura e cefaleia. Eles, porém, não são observados com frequência na
administração tópica desses fármacos.
INIBIDORES DA ESTABILIDADE DA MEMBRANA
PLASMÁTICA DO FUNGO
Essa classe de fármacos é composta pelos polienos, que são moléculas orgânicas
macrocíclicas conhecidas como antibióticos macrolídeos. Eles foram os primeiros
antifúngicos de uso clínico.
Fungicidas, os polienos têm o espectro de atividade mais amplo em comparação com
quaisquer outras moléculas antifúngicas.
A nistatina e anfotericina B são os únicos polienos em uso clínico.
 Nistatina.
 Anfotericina B.
MECANISMO DE AÇÃO
Essas moléculas se ligam ao ergosterol presente na membrana levando à formação de poros.
A formação desses poros promove o rompimento da membrana celular, o vazamento do
conteúdo citoplasmático e o dano oxidativo, resultando em morte celular fúngica. A nistatina e
a natamicina são ativas contra Cryptococcus, Candida, Aspergillus e Fusarium.
A nistatina é empregada para o tratamento da candidíase cutânea, vaginal, oral e esofágica,
enquanto a natamicina pode ser usada para tratar a ceratose fúngica ou as infecções da
córnea. A anfotericina B é ativa contra a maioria das leveduras e dos fungos filamentosos. Ela é
recomendada para o tratamento de infecções causadas por, entre outros exemplos, Candida,
Aspergillus, Fusarium, Mucor, Scedosporium e Cryptococcus.
 Candidíase oral.
FARMACOCINÉTICA
A anfotericina B é o polieno mais utilizado para o tratamento de infecções sistêmicas, mas,
para isso, é associada ao desoxicolato de sódio e administrada na forma de suspensão por
injeção lenta. Ela poderá ter uma melhor penetração no SNC se estiver associada com a
flucitosina.
A má absorção dela por via oral é indicada para o tratamento de infecção no trato
gastrointestinal. Já a nistatina é usada apenas como agente tópico devido à sua baixa
absorção no intestino e sua alta toxicidade.
EFEITOS ADVERSOS
A anfotericina B apresenta uma alta toxicidade renal como o efeito adverso mais comum,
mas pode haver ainda hipocalemia, hipomagnesemia, comprometimento hepático e reações
anafiláticas. Por esse motivo, é indicada a administração de uma dose como teste antes de
iniciar o tratamento.
Tremores e calafrios são observados quando a anfotericina B é administrada por infusão
venosa. Ambos podem ser controlados com o uso de paracetamol ou meperidina. A nistatina
não apresenta tais efeitos, já que não sofre absorção pela pele e pelas mucosas.
INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR
Os representantes das equinocandinas são:
Caspofungina
Micafungina
Anidulafungina
Todas são lipopeptídios semissintéticos derivados de produtos naturais obtidos da fermentação
de fungos, como, por exemplo, o Aspergillus nidulans.
Elas têm atividade fungicida in vitro e in vivo contra muitas cepas de Candida e fungistática
contra Aspergillus spp.
A micafungina e a anidulafungina foram licenciadas para o tratamento de candidíase invasiva e
esofágica, enquanto a caspofungina também foi aprovada para o combate à aspergilose
invasiva.
A aprovação da micafungina se deu para o tratamento de candidíase esofágica e a profilaxia de
receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas. Já a anidulafungina é utilizada
para o tratamento de candidíase esofágica e candidemia.
Caspofungina.
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Micafungina.
Anidulafungina.
MECANISMO DE AÇÃO
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Essa classe de fármacos inibe a síntese do 1,3-β-glicano, polímero de glicose fundamental na
manutenção da estrutura da parede celular dos fungos, causando estresse osmótico e lise da
célula fúngica.
FARMACOCINÉTICA
Tais medicamentos são mal absorvidos no trato gastrointestinal por causa de seus altos
pesos moleculares. A caspofungina liga-se altamente às proteínas plasmáticas, sendo
metabolizada no fígado por hidrólise e N-acetilação; portanto, pacientes com insuficiência
hepática devem fazer ajuste de dose.
 ATENÇÃO
Esses fármacos apresentam uma curta meia-vida. Desse modo, eles precisam ser
administrados uma vez ao dia por via intravenosa, limitando seu uso em ambiente hospitalar.
EFEITOS ADVERSOS
Em geral, as equinocandinas são bem toleradas, apresentando bons perfis de segurança. Sua
toxicidade é muito baixa: como as células humanas não têm parede celular, esses fármacos
tendem a ser atóxicos. No entanto, pode haver casos de cefaleia e febre.
INIBIDOR DA SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLEICO
A flucitosina (5-fluorocitosina – 5-FC) é uma pirimidina fluorada com atividade fungistática.
Esta figura demonstra o mecanismo de ação da flucitosina descrito a seguir:
 Mecanismo de ação da flucitosina.
MECANISMO DE AÇÃO
É um agente sintético que interfere no metabolismo da pirimidina, bem como no DNA e na
síntese de proteínas. Esse fármaco é absorvido por células fúngicas por meio de permeases
específicas de citosina na membrana do fungo, sendo então convertido em 5-fluorouracil (5-
FU).
 Meningite criptocócica.
Reações subsequentes convertem 5-FU em 5-monofosfato de fluorodeoxiuridina (5-FdUMP),
um potente inibidor de timidilato sintase que inibe a síntese de DNA fúngico e a divisão nuclear.
A 5-FC é ativa in vitro, bem como in vivo contra algumas cepas de Candida e Cryptococcus.
A maioria dos fungos filamentosos carece de timidilato sintase; portanto, o espectro útil da
flucitosina é restrito a leveduras patogênicas. Como a resistência é comumente observada, a 5-
FC geralmente é usada como um adjuvante com a anfotericina B no tratamento de micoses
sistêmicas e meningite criptocócica em pacientes HIV-positivos.
FARMACOCINÉTICA
Em geral, a flucitosina é administrada por infusão venosa, mas pode ser utilizada por via oral.
Ela apresenta um grande volume de distribuição com excelente penetração no SNC, nos olhos
e no trato urinário.
Por esse motivo, a flucitosina pode ser utilizada em associação com a anfotericina B,
apresentando um efeito sinérgico e melhorando sua penetração no SNC. Sua meia-vida
plasmática é de 3 a 5 horas. Cerca de 90% dela é excretada de forma inalterada pelos rins;
logo, pacientes com disfunção renal devem ter a sua dose ajustada.
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EFEITOS ADVERSOS
Trata-se de um fármaco bem tolerado, pois esse composto é seletivamente tóxico para fungos,
já que não existe atividade da citosina desaminase em células de mamíferos. Efeitos
adversos são raros, mas pode haver casos de distúrbios gastrointestinais, anemia,
neutropenia, trombocitopenia e alopecia. Todos são revertidos quando o tratamento é
suspenso.
INIBIDOR DA MITOSE DOS FUNGOS
A griseofulvina representa essa classe de antifúngicos. Produto natural isolado do Penicillium
griseofulvum, ela tem seu espectro de ação restrito aos fungos dermatófitos, como
Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum, que causam micose e pé de atleta.
 Griseofulvina.
MECANISMO DE AÇÃO
Esse composto se ligaà tubulina, interferindo na montagem do microtúbulo fúngico e
rompendo a organização do fuso mitótico. Sendo assim, ele é um agente fungistático.
FARMACOCINÉTICA
A griseofulvina é pouco hidrossolúvel. Na forma microcristalina (1g/dia), ela é mais bem
absorvida quando ingerida com alimentos gordurosos, atingindo concentrações plasmáticas em
cinco horas.
Após sua absorção, a griseofulvina tem meia-vida plasmática de 24 horas, porém se deposita
na queratina da pele por muito mais tempo. Esse fármaco é tóxico para o fígado e induz, de
forma significativamente alta, as enzimas hepáticas do citocromo P450, causando interações
medicamentosas importantes.
EFEITOS ADVERSOS
A cefaleia parece ser o efeito adverso mais comum, mas letargia, vertigem e visão
embaçada também podem ocorrer, principalmente quando há consumo de álcool durante o
tratamento.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE
INFECÇÕES FÚNGICAS SISTÊMICAS
A especialista Vanessa Estato fala sobre as principais infecções fúngicas sistêmicas e seus
respectivos tratamentos:[
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Descrever a aplicabilidade clínica dos antissépticos urinários e dos agentes químicos
e físicos para desinfecção, assepsia e esterilização
ANTISSÉPTICOS URINÁRIOS
Os antissépticos urinários são fármacos utilizados no tratamento da bacteriúria. Esses
agentes não apresentam efeitos antibacterianos sistêmicos apesar de serem administrados por
via oral. Seu uso é limitado para o tratamento de infecções do trato urinário inferior, sendo
elas crônicas ou recorrentes.
BACTERIÚRIA
Presença de bactérias na urina.
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO INFERIOR
ITU inferior: infecções da bexiga (cistite). ITU superior: infecção dos rins (pielonefrite).
NITROFURANTOÍNA
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A nitrofurantoína é um antibiótico da classe dos nitrofuranos, que são utilizados para o
tratamento da cistite e da uretrite bacteriana.
 Nitrofurantoína.
MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo preciso da ação antibacteriana da nitrofurantoína é desconhecido, embora ela
possa inibir as enzimas redutases bacterianas, interrompendo a síntese de proteínas, RNA e
DNA, além de processos metabólicos necessários para a integridade bacteriana. Ela é
bacteriostática para a maioria dos microrganismos sensíveis em doses baixas e
bactericida em elevadas.
 ATENÇÃO
A nitrofurantoína é ativa contra um amplo espectro de patógenos comuns do trato urinário,
incluindo cepas de E. coli e enterococos. Entretanto, a maioria das cepas de Klebsiella e
Pseudomonas é resistente.
FARMACOCINÉTICA
A nitrofurantoína é administrada por via oral na dose de 100mg, sendo rapidamente absorvida
pelo trato gastrointestinal. Os níveis séricos se mantêm baixos, e a droga não se acumula em
pacientes com função renal normal.
 ATENÇÃO
Embora a nitrofurantoína atravesse as barreiras hematoencefálica e a placentária, as
concentrações terapêuticas não são alcançadas na maioria dos tecidos corporais. Ela é
rapidamente metabolizada no fígado e excretada na urina em uma forma inalterada
terapeuticamente ativa.
Após a filtração glomerular e a secreção tubular, a nitrofurantoína se comporta como um ácido
fraco. Embora a urina alcalina promova concentrações urinárias mais altas, sua eficácia
antibacteriana é diminuída. Portanto, a urina não deve ser alcalinizada. Além disso, o acúmulo
de nitrofurantoína no plasma ocorre em pacientes com função renal comprometida e em
recém-nascidos.
EFEITOS ADVERSOS
O distúrbio gastrointestinal, a anorexia, a náusea e o vômito são os efeitos colaterais mais
comuns e estão relacionados à dose de nitrofurantoína. Outros efeitos menos comuns, porém,
também podem ocorrer, como erupção cutânea, urticária, edema angioneurótico, eosinofilia,
síndrome semelhante ao lúpus e anafilaxia.
Já a neuropatia periférica é mais comum em pacientes com insuficiência renal e em idosos.
METENAMINA
 Metenamina.
A metenamina é um fármaco solúvel em água, estando disponível, como base pura, em
comprimidos e em combinações com ácido mandélico (mandelato de metenamina) e hipúrico
(hipurato de metenamina).
MECANISMO DE AÇÃO
A metenamina, por si só, não é bactericida – nem mesmo nas altas concentrações em soluções
alcalinas. Seu efeito bactericida é o resultado da sua hidrólise para a amônia e o formaldeído.
Produto de degradação ativo, o formaldeído só é liberado em pH ácidos como no suco gástrico.
Uma vez gerado, o formaldeído mostra ser bactericida em qualquer pH. No entanto, a
degradação da metenamina nele depende da acidificação urinária adequada e de um tempo
adequado para que ocorra a hidrólise.
FARMACOCINÉTICA
Com uma concentração urinária típica da metenamina em pH ácido (5,0 a 5,5), por exemplo,
pelo menos 1 hora seria necessária para gerar um formaldeído livre. Em 2 horas,
concentrações eficazes e confiáveis dele já são produzidas; em 3 horas, por sua vez, 90% da
geração de formaldeído é realizada.
Baixas concentrações de metenamina são inadequadas para produzir formaldeído
suficiente independentemente da acidificação e do tempo. Felizmente, na ausência de
diurese, a urina normal já é suficientemente ácida (pH ~ 5,5) para gerar um formaldeído livre a
partir da metenamina.
 SAIBA MAIS
A administração concomitante de vários ácidos fracos, como mandélico, hipúrico ou ácido
ascórbico, e aqueles contidos nos alimentos, como no suco de cranberry, diminuiriam ainda
mais o pH urinário e aumentariam a geração de formaldeído, garantindo, assim, a eficácia da
metenamina.
O uso da metenamina como um antisséptico urinário está restrito à bacteriúria na bexiga, mas
não renal. A administração de um volume muito grande de fluidos pode comprometer a eficácia
do tratamento.
EFEITOS ADVERSOS
A metenamina e seus dois sais (mandelato e hipurato) são bem tolerados: não há
nenhuma toxicidade sistêmica. Contudo, alguns pacientes, particularmente após doses altas
ou uma administração prolongada, queixam-se de:
Desconforto gástrico
Náuseas
Vômitos
Diarreia
Irritação da bexiga com albuminúria e hematúria.
Isso se deve aos efeitos locais do formaldeído livre. Sais ácidos são contraindicados em
pacientes com insuficiência renal ou gota, pois eles podem precipitar ou agravar a cristalúria.
CRISTALÚRIA
Presença de cristais de oxalato de cálcio, ácido úrico ou fosfato de cálcio na urina.
DESINFETANTES, ANTISSÉPTICOS E
ESTERILIZANTES
 Instrumentos cirúrgicos em solução de clorexidina.
CONCEITO
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Uma crescente conscientização sobre o papel das superfícies ambientais contaminadas na
transmissão de patógenos associados à saúde destacou a necessidade de métodos eficazes
para a limpeza e a desinfecção de superfícies inanimadas ou artigos críticos, semicríticos e
não críticos.
CRÍTICOS
Entram em contato com tecidos estéreis do paciente e possuem um alto risco de causar
infecção. Os instrumentos cirúrgicos e o stent, por exemplo, requerem uma desinfecção de alto
nível ou uma esterilização.
SEMICRÍTICOS
Tocam a pele não intacta ou as mucosas íntegras. Exemplos: equipamentos respiratórios e de
anestesia, além da endoscopia. Esse tipo de artigo requer uma desinfecção de alto nível ou
uma esterilização.
NÃO CRÍTICOS
Entram em contato com a pele íntegra do paciente. Comadres, cubas e aparelhos de pressão
são exemplos. Os artigos não críticos requerem uma limpeza ou uma desinfecção de baixo ou
médio nível.
Antes de vermos os reagentes utilizados na desinfecção, assepsia e esterilização, devemos ter
em mente um conceito fundamental: o de limpeza.
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É A REMOÇÃO DE TODA SUJIDADE DE QUALQUER
SUPERFÍCIE OU AMBIENTE (PISO, PAREDES, TETO,
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS). O PROCESSO DEVE
SER REALIZADO COM ÁGUA, DETERGENTE E AÇÃO
MECÂNICA MANUAL. DEVE PRECEDER OS
PROCESSOS DE DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO.
(EBSERH, 2016)
Esse processo é de extrema importância antes de procedimentos de desinfecção e
esterilização, pois além de reduzir a quantidade demicrorganismos por ação mecânica, a
limpeza diminui a carga de matéria orgânica que poderia levar à diminuição da eficácia do
agente desinfetante.
Há, nesse contexto, três tipos de agente:
DESINFETANTES
fazem parte do arsenal para o tratamento químico ou físico na destruição da maioria dos
microrganismos, como bactérias e vírus. Entretanto, nem sempre a eliminação de formas
esporuladas em superfícies inanimadas pode ser garantida.
ANTISSÉPTICOS
São agentes desinfetantes, embora eles tenham uma toxicidade baixa nas células hospedeiras,
sendo possível seu uso sobre a pele, as mucosas ou as feridas.
ESTERILIZANTES
São agentes capazes de matar ou remover todos os tipos de microrganismos, inclusive
esporos.
IMPORTÂNCIA E APLICABILIDADE
Entenderemos agora a aplicação desses agentes na saúde, assim como sua utilização em
ambientes hospitalares e cirúrgicos:
DESINFECÇÃO
Reduz a presença de microrganismos potencialmente contaminantes e infecciosos ao homem.
A desinfecção pode ser feita ao matar, remover ou diluí-los com agentes químicos e físicos,
como, por exemplo, o calor seco ou úmido, o vapor superaquecido a 120˚C na autoclave ou por
radiação ionizante.
Algumas combinações de agentes são feitas com frequência, como a adição de desinfetantes a
detergentes, água e calor, além de óxido de etileno com calor úmido. Outras maneiras físicas
de evitar a contaminação podem ser muito eficientes, como, por exemplo, a lavagem e o uso
de luvas, de máscaras, de preservativos ou de respiradores, impedindo, assim, a entrada do
patógeno no organismo do humano.
LAVAGEM DAS MÃOS
A lavagem feita com água e sabão é o meio mais simples de prevenção da transmissão de
agentes infecciosos entre as pessoas ou de um local contaminado, como nariz, boca e ânus,
para sítios potenciais de infecção. Desinfetantes cutâneos, detergentes e água também são
frequentemente utilizados em ambientes hospitalares ou clínicas no pré-operatório para a
escovação das mãos do cirurgião e no próprio local da incisão cirúrgica no paciente.
 Lavagem das mãos em ambiente hospitalar.
FATORES QUE PODEM ALTERAR A EFICÁCIA
BACTERICIDA DOS AGENTES
Tais fatores devem ser levados em conta em relação ao uso de antissépticos, desinfetantes e
esterilizantes.
 EXEMPLO
A resistência bacteriana, o contingente e as diferentes populações dos microrganismos
existentes, além da quantidade de material orgânico, como urina, fezes e sangue. Além disso,
as características de desinfetantes e esterilizantes, como concentração, estabilidade, pH,
temperatura e diluição, podem alterar a eficácia antimicrobiana dos antissépticos.
Esses produtos ainda podem transmitir alguma infecção por serem contaminados por
microrganismos resistentes, como esporos, P. aeruginosa e Serratia marcescens.
 DICA
A toxicidade para os seres humanos também deve ser avaliada em curto e longo prazo, pois
esses agentes podem ter uma atividade antimicrobiana geral ou se depositar nos tecidos de
quem utiliza esses agentes.
Para o tratamento de feridas cutâneas, a utilização de água e sabão pode ser menos
lesiva que a de antissépticos, uma vez que esses últimos interferem, em certo grau, na
cicatrização de feridas.
No entanto, os antibióticos tópicos, como a bacitracina e a mupirocina, que apresentam um
baixo espectro de ação e pouca toxicidade, se mostram bastante eficazes para o controle em
curto prazo do crescimento bacteriano e podem ser utilizados no lugar dos antissépticos.
PRINCIPAIS ANTISSÉPTICOS
Os antissépticos mais comumente usados na área da saúde são a clorexidina (sozinha ou em
combinação com álcool), o álcool (sozinho ou com iodóforos) e o iodo (sozinho ou com
álcool). Eles são utilizados para a redução microbiana na pele das seguintes maneiras:
Higiene das mãos;
Chuveiros pré-operatórios;
Preparação da pele pré-operatória e antes da inserção de cateteres;
Banho diário de rotina de pacientes.
O antisséptico ideal é aquele de amplo espectro, rápido início de ação, efeito residual e baixa
toxicidade. Ele deve ser estável, não sendo inativado na presença de matéria orgânica ou de
fatores ambientais.
EFEITO RESIDUAL
A ação do antisséptico deve se manter por várias horas após aplicação do produto.
Listaremos a seguir os antissépticos usados na área da saúde:
• ÁLCOOL
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Os álcoois, como o etanol e o isopropanol, são desinfetantes de nível médio muito úteis.
Sua vantagem é que agem rapidamente contra bactérias vegetativas, Mycobacterium
tuberculosis e muitos fungos, além de vírus lipofílicos. No entanto, eles não combatem
esporos nem vírus hidrofílicos. As escovas com álcool são consideradas o método de
escolha para a descontaminação de mãos, evitando a contaminação por patógenos.
O álcool etílico 70% é utilizado como antisséptico e desinfetante. Ele age rapidamente sobre
bactérias vegetativas, micobactérias, vírus e fungos, mas não é esporicida. Por isso, não é
recomendado para a esterilização, e sim apenas para a desinfecção de superfícies e a
antissepsia de pele. Veja a tabela abaixo:
 Tempo de Exposição (seg)
Concentração
de Etanol (%)
10 20 30 40 50
100 C C C C C
95 NC NC NC NC NC
90 NC NC NC NC NC
80 NC NC NC NC NC
70 NC NC NC NC NC
60 NC NC NC NC NC
50 C C NC NC NC
40 C C C C C
 Tabela: Ação biocida de várias concentrações de etanol em solução aquosa contra
Streptococcus pyogenes.
Adaptada de: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L, 2017, P.189.
C = Houve crescimento bacteriano.
NC = Não houve crescimento bacteriano.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
MECANISMO DE AÇÃO
Esses compostos agem desnaturando as proteínas dos microrganismos infectantes. A
desvantagem do álcool é que ele não é esporicida e pode danificar alguns instrumentos. Como
ele é inflamável, seu uso não é recomendado para grandes superfícies do corpo.
• CLOREXIDINA
Trata-se de um antisséptico que consiste em uma biguanida catiônica pouco solúvel em água.
Já o digluconato de clorexidina é utilizado em formulações à base de água.
A clorexidina é ativa contra bactérias vegetativas e micobactérias. Sua atividade é
moderada contra fungos e vírus, além de cocos Gram-positivos, sendo menos ativa contra
bastonetes Gram-positivos e Gram-negativos.
O digluconato de clorexidina é resistente à inibição pelo sangue e pelos materiais orgânicos.
Ele é mais bactericida nas concentrações de 4% do que nas de 2%.
 Clorexidina.
MECANISMO DE AÇÃO
Esse agente adere às membranas bacterianas, levando ao extravasamento de substâncias do
interior da bactéria e à precipitação de proteínas citoplasmáticas. O digluconato de
clorexidina possui atividade bactericida, sendo ela residual quando ele é usado de forma
persistente. Além disso, não causa irritação na pele.
 ATENÇÃO
Esses agentes não devem ser empregados no ouvido médio ou em neurocirurgias, pois podem
causar toxicidade.
• IODOPOVIDONA
 Limpeza de ferimento com iodopovidona.
Um dos antissépticos mais usados, ele possui um amplo espectro de ação contra bactérias,
vírus, fungos, protozoários, cistos, amebas e esporos. Apesar desse espectro, a iodopovidona
não é tão persistente sobre a pele. Sua atividade antimicrobiana pode ser alterada por pH,
temperatura e matéria orgânica, como sangue ou escarro.
 ATENÇÃO
Para a desinfecção em procedimentos mais demorados, especialmente os cirúrgicos, deve-se
optar pela iodopovidona a 10% (solução alcoólica ou solução aquosa) ou pela clorexidina
(alcoólica ou aquosa), já que ambas apresentam uma maior ação residual.
MECANISMO DE AÇÃO
A iodopovidona exerce sua ação por meio da oxidação e da inativação de componentes
celulares, destruindo o citoplasma e a membrana celular. Deve-se esperar de 2 a 3 minutos
para que ela comece a agir e horas para exercer sua ação sobre os esporos secos.
Ela tem um efeito residual devido à ação do iodo (de aproximadamente três horas). A
iodopovidona é inativada com sangue e matéria orgânica. Trata-se do agente de escolhaa
ser usado na região periocular e nas orelhas. No entanto, ela apresenta uma toxicidade
sistêmica em recém-nascidos. Além disso, por causa do risco de hipotireoidismo, não deve ser
utilizada em gestantes.
• CLORO
 Garrafas de água sanitária.
Desinfetante de nível médio de desinfecção, o cloro é utilizado principalmente na forma líquida
de hipoclorito de sódio a 5%, que é a formulação da água sanitária, sendo empregado como
desinfetante universal para a água.
A diluição de 1:10 de água sanitária é recomendada para a desinfecção de uma superfície
impregnada com sangue. O cloro é um agente ativo contra bactérias vegetativas, esporos
e fungos.
MECANISMO DE AÇÃO
Quando esse produto está em solução aquosa, ele libera o ácido hipocloroso, que, em sua
forma não dissociada, apresenta uma capacidade de penetrar na célula bacteriana e destruí-la.
 ATENÇÃO
O cloro é inativado pelo sangue, pelo soro, pelas fezes e pelos materiais orgânicos contendo
proteína. Desse modo, é necessário que as superfícies sejam limpas antes da desinfecção a
ser feita com esse agente.
• COMPOSTOS DE AMÔNIOS QUATERNÁRIOS
Esses compostos são detergentes catiônicos (surfactantes ou tensoativos) utilizados na
higienização de instalações de produtos alimentares, uma vez que apresentam uma
baixa toxicidade.
Reduzindo a tensão superficial, eles formam micelas, o que permite a dispersão em um líquido.
 Estrutura do cloreto de benzalcônio.
A porção catiônica consiste no nitrogênio central com quatro grupos anexados, os quais
aparecem em uma variedade de estruturas. A porção aniônica carregada negativamente é
geralmente cloro ou bromo, estando ligada ao nitrogênio para formar o sal desse composto.
MECANISMO DE AÇÃO
Os compostos de amônios quaternários são agentes ativos de membrana que interagem com
dois tipos de membrana: a citoplasmática de bactérias e a de leveduras.
Sua atividade hidrofóbica também os torna eficazes contra vírus envelopados.
Esses compostos também interagem com alvos intracelulares e se ligam ao DNA. Em baixas
concentrações, são inibidores de algas, bacteriostáticos, tuberculostáticos,
esporostáticos e fungistáticos.
• ALDEÍDOS
Os aldeídos são compostos que apresentam o grupamento carbonila na extremidade da
cadeia. Eles possuem um odor desagradável, embora ele se torne mais agradável à medida
que o número de carbonos aumenta. Os aldeídos têm diversas utilidades, inclusive a produção
de resinas, plastificantes e desinfetantes.
FORMALDEÍDO OU FORMOL
Sob a forma gasosa, ele tem uma excelente propriedade bactericida e germicida. Seu efeito
bactericida consiste na capacidade de reagir com o grupo amina da proteína celular, causando
a alquilação de grupamentos químicos em proteínas e ácidos.
 Formol.
 Galão de formaldeído com vapor.
O formaldeído a 40% em água recebe o nome de formalina (conhecido como o formol
comercial). Quando associado a detergentes, ele melhora sua eficiência.
Para a utilização em instalações e a desinfecção de instrumentos cirúrgicos, equipamentos de
terapia respiratória e de hemodiálise, recomenda-se o emprego de concentrações entre 4% e
10% durante pelo menos 10 minutos. O formaldeído não corrói plástico ou metal.
GLUTARALDEÍDO
É um aldeído relativamente novo, sendo menos tóxico que o formol. Trata-se de um
desinfetante de alto nível, com poder de destruir bacilos da tuberculose, bactérias vegetativas,
todos os vírus e fungos, à exceção dos esporos.
O glutaraldeído, que é biodegradável, é ativo na presença de matéria orgânica. Seus resíduos
contaminam alimentos. Ele é usado na desinfecção de instrumentos cirúrgicos e outros
itens, como, por exemplo, lâmina de laringoscópio, equipamentos de terapia respiratória,
anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível.
 Glutaraldeído.
• PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO
A água oxigenada H2O2 é um agente desinfetante muito efetivo em objetos ou materiais com
pouco conteúdo orgânico. Na concentração de 3%, ela é indicada principalmente como
antisséptico e na limpeza de lesões e feridas.
 Peróxido de hidrogênio.
MECANISMO DE AÇÃO
A água oxigenada atua pela ação da catalase existente nas bactérias ou em tecidos orgânicos.
Em casos de ferimentos, sangue e pus, ocorre a liberação de oxigênio nascente, promovendo
a desinfecção por oxidação.
 ATENÇÃO
Seu efeito desinfetante é rápido, não sendo corrosivo nem tóxico. Biodegradável, ela é muito
utilizada na limpeza e na desinfecção de feridas. Em concentrações de 10% e 25%, a água
oxigenada é esporicida.
DESINFECÇÃO, ASSEPSIA E
ESTERILIZAÇÃO NO ÂMBITO HOSPITALAR
A especialista Vanessa Estato fala sobre a importância desses procedimentos na prática
hospitalar, estabelecendo as principais diferenças entre cada um deles e indica quando/como
são aplicados:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordamos neste conteúdo a farmacologia clínica de infecções causadas por micobactérias
patogênicas causadoras de doenças de grande impacto na sociedade, como, por exemplo, a
tuberculose e a hanseníase. Além disso, descrevemos os principais fármacos antifúngicos,
apontando a importância clínica da farmacoterapia das micoses – principalmente as sistêmicas
e de caráter oportunista.
Em seguida, visitamos os aspectos farmacológicos mais significativos dos fármacos utilizados
no tratamento de infecções do trato urinário. Por fim, delineamos os principais agentes
empregados como antissépticos e desinfetantes em ambientes médicos.
PODCAST
Agora, a especialista Vanessa Estato encerra o tema falando sobre um resumo de fármacos
para o tratamento da tuberculose e da hanseníase.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Hanseníase. Brasília, DF, 2021. Consultado na Internet em: 14
jun. 2021.
EBSERH. Procedimento Operacional Padrão – Higienização hospitalar. Brasília, DF, 2016.
Consultado na Internet em: 14 jun. 2021.
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. G. As bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2019.
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. G. As bases farmacológicas da terapêutica. 13. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2019. 
GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da Farmacologia. 3.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
KATZUNG, B. G. Farmacologia básica & clínica. 12. ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2017.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes para o diagnóstico, tratamento e
prevenção da hanseníase. OMS, 2019.
RABAHI, M. F. et al. Tratamento da tuberculose. Jornal brasileiro de pneumologia. v. 43, n. 5,
2017, p. 472-486.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017. p. 189.
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, pesquise na Internet:
O tratamento de pacientes com doenças infecciosas de alta prevalência na sociedade requer
acompanhamento dos profissionais de saúde e atualização sobre os fármacos e condutas.
Sempre que possível, acompanhem as diretrizes das sociedades:
CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA. CFQ.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. SBD.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. SBI.
CONTEUDISTA
Vanessa Estato
 CURRÍCULO LATTES
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