Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O QUE FOI?
 A Revolta do Malês foi a maior revolta africana que aconteceu no Brasil; se passou em Salvador em 1835. Essa revolta mobilizou cerca de 600 africanos escravizados. Os envolvidos nessa revolta foram, em sua maioria, escravos Nagôs (também conhecidos como Iorubás) e Haussás. Os participantes da revolta eram, em geral, muçulmanos, apesar de que alguns fossem adeptos a religiões de matriz africana.
“Malê” é um termo que se origina da palavra “imalê”, que por sua vez tem origem na língua Iorubá. Na língua Iorubá significa “muçulmano” e é um idioma referente à família linguística nigero-congolesas.
CONTEXTO
A Bahia do começo do século XIX ficou marcada pelo grande número de revoltas de escravos; ela também foi um dos estados que mais recebeu africanos escravizados pelo tráfico negreiro. Desses, os dois principais grupos eram os Nagôs (Iorubás) e os Haussás. A numerosa quantidade de revoltas de escravos está diretamente relacionada com o alto número de escravizados naquela província.
A forte presença de Nagôs e Haussás também contribui para isso, pois eram povos que tinham histórico recente de envolvimento com guerras. Assim, a Bahia da primeira metade do século XIX abrigou cerca de trinta revoltas de escravos.
Naquela época, Salvador era uma das principais cidades escravistas do Brasil e possuía apenas 22% de sua população formada por brancos livres. Os escravos africanos (e seus descendentes) eram 40% da população total da cidade que era de 65 mil habitantes. Os outros 38% eram formados pela população negra livre.
Essa foi uma das revoltas sociais do Brasil Regencial, demonstrando a insatisfação do povo com a situação política e econômica e, nesse caso, a perseguição e falta de liberdade religiosa no Brasil durante o Império.
 SOBRE A REVOLTA
A Revolta dos Malês contou com a participação de cerca de 600 africanos escravizados, e seus líderes combinaram para que ela ocorresse no final do Ramadã (o nono mês do calendário islâmico, dedicado ao jejum e reflexão espiritual), mês sagrado para os muçulmanos. A revolta ficou marcada exatamente para o dia de Lailat al-Qadr, a “Festa da Noite da Glória”, dia em que o Corão foi revelado para Muhammad (Maomé), o profeta do islamismo.
Os escravos que participaram da Revolta do Malês eram majoritariamente escravos urbanos e trabalhavam em diversos ofícios como sapateiros, ferreiros, carregadores de cadeira etc. Isso se deve pelo fato de os escravos urbanos possuírem maior liberdade de locomoção que os escravos de lavoura. Uma das estratégias de comunicação e divulgação do plano entre eles foi distribuir panfletos escritos em árabe, para que os patrões não descobrissem sobre.
Segundo o historiador João José Reis, a Revolta teve oito líderes, cuja maioria era nagô. Seus nomes eram Ahuna; Pacífico Licutan; Sule ou Nicobé; Dassalu ou Damalu; Gustar; Manoel Calafete (liberto); Luís Sanim; e Elesbão do Carmo ou Dandará. As reuniões aconteceram em diversos locais de Salvador, como nos locais de trabalho.
 Os escravos africanos que se rebelaram estavam usando um abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e estavam usando amuletos com escritos do Corão em árabe, como forma de proteção.
OBJETIVOS
· Libertar todos os escravos de religião islâmica;
· Garantir a liberdade de culto;
· Aplicar suas experiências de combate que trouxeram da África;
· O fim do catolicismo;
· O assassinato e o confisco de bens de todos os brancos e mestiços;
· A implantação de uma monarquia islâmica no Brasil;
· Escravização ou assassinato dos não islâmicos;
· Divulgar a religião;
· Tomar para si direitos que acreditavam ter (por motivos religiosos)
· Dirigir-se a Itapagibe, conquistando as terras e matando os brancos no trajeto;
· Invadir os engenhos e libertar os escravos muçulmanos.
COMO OCORREU
A Revolta dos Malês eclodiu surpreendentemente na madrugada do dia 25 de janeiro, pois o plano tinha sido denunciado. Essa delação foi feita a um Juiz de Paz de Salvador. Avisadas, as autoridades enviaram suas tropas para acabar com a revolta. Os Revoltosos foram então cercados em Água dos Meninos, no caminho para Itapagipe. As forças do Império eram superiores em número e armamento, o que fez com que os revoltosos não tivessem chances. As batalhas estenderam-se por quatro horas e resultou na morte de 70 africanos e 9 mortos da força imperial.
CONSEQUÊNCIAS
De acordo com o historiador João José Reis, as formas de punição foram as seguintes: prisão simples, prisão com trabalho, açoite, morte e deportação para a África. Houve casos de africanos sentenciados a sofrer 1.200 chibatadas, além de dezesseis que foram condenados à morte, porém, 12 reverteram sua pena e apenas quatro foram executados, sendo eles: Jorge da Cruz Barbosa (Ajahi), Pedro, Gonçalo e Joaquim; eles foram executados por fuzilamento. 
Buscando pelos motivos da revolta, foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas. Isto despertou nas autoridades o temor de que outras revoltas do tipo acontecessem em suas terras. Para evitar esse perigo, foram criadas medidas como a proibição de circulação de muçulmanos no período da noite e da prática de cerimônias da religião islâmica. A Revolta dos Malês aumentou consideravelmente a repressão sobre os escravos africanos na Bahia nos próximos anos. Essa repressão afetou tanto escravos como libertos, visto que, existem estudos que apontam que, cerca de 20% dos negros libertos habitantes de Salvador foram forçados a retornar à África.
CURIOSIDADE
No levante dos Malês, alguns escravos utilizaram técnicas de luta da capoeira para combater os soldados do Império.
FONTES
https://www.infoescola.com/historia/revolta-dos-males/
https://www.politize.com.br/revolta-do-males/
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/os-males-escravidao-no-brasil.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-males.htm
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/revolta-dos-males
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-males.htm
https://www.todamateria.com.br/revolta-dos-males/

Continue navegando