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COMPETÊNCIAS DO OFICIAL DE JUSTIÇA APRESENTAÇÃO Professora Flávia Lausi Rodrigues ● Bacharela em Direito pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); ● Pós-graduanda em Direito Civil na UEM (Universidade Estadual de Maringá/PR); ● Graduada no Curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR); ● Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil n. 103.994 OAB/PR; ● Cursando pós-graduação com ênfase em Direito Civil pela (UEM/PR) Universidade Estadual de Maringá/PR; ● Advogada atuante na área do Direito Privado, com ênfase no Direito Civil e Direito de Família, na Comarca de Maringá, Estado do Paraná. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8370474036774655 Professor Thales de São José Sandoval ● Bacharel em Direito pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); ● Pós-graduando em Ciências Penais pela UEM/PR (Universidade Estadual de Maringá/PR); ● Pós-graduando em Direito Processual Civil pela UCAM (Universidade Candido Mendes/RJ). ● Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR); ● Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil n. 102.972/PR, atuante na área do Direito Público, com ênfase no direito penal e processual penal, principalmente na cidade de Maringá/PR. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/6055247071827163 https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=8AFAF6F1204301914B7695F109C209E4 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Prezado(a) aluno(a), Seja muito bem-vindo(a) ao estudo sobre a matéria competências do oficial de justiça, vamos dar início à mais uma disciplina que compõe a ementa do nosso curso. Nesta disciplina será apresentada, ao longo da leitura do material e das nossas aulas, uma visão mais abrangente do conteúdo, tendo em vista que a matéria não se relaciona apenas com as competências do oficial de justiça, ela se relaciona com a atual organização judiciária brasileira, bem como os desafios da atuação profissional no contexto do processo eletrônico. Para que haja uma melhor compreensão do tema, preparamos para você um conteúdo que servirá de base para a compreensão da matéria, que trará o conhecimento necessário acerca do estudo das funções e atribuições do Oficial de Justiça, bem como a análise da organização judiciária no Brasil. Na Unidade I vamos tratar de forma geral sobre a política judiciária brasileira, analisar quem são os auxiliares da justiça e quais as suas principais funções, trataremos sobre as principais características sobre o Poder Judiciário e a genealogia do Cargo de Oficial de Justiça, para que compreenda e reconheça a importância do cargo e a eficácia da Justiça Brasileira, bem como, saiba definir a política de organização do judiciário no Brasil. Já na Unidade II você irá saber mais sobre os princípios norteadores do cargo de Oficial de Justiça, bem como conhecer sobre as áreas que o Oficial de Justiça possui competência para atuar, irá compreender também quais são as peculiaridades referentes às decisões e mandados judiciais e sobre as funções e atribuições ao cargo de Oficial de Justiça. Na sequência, na Unidade III falaremos a respeito dos atos e prazos processuais, desde a sua existência, validade e eficácia, em seguida definiremos quais são os atos de comunicação existentes no processo e os mecanismos da citação, intimação e notificação. E em nossa Unidade IV finalizaremos o conteúdo dessa disciplina com o estudo sobre os atos de execução que podem ser exercidos pelos oficiais de justiça, o conceito dos atos de constatação, os atos de força e coerção e derradeiramente trataremos acerca da relação entre as diligências e certidões. Muito obrigada e bons estudos! UNIDADE I DO JUDICIÁRIO E INTRODUÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA Professora Flávia Lausi Rodrigues Professor Thales de São José Sandoval Plano de Estudo: • Política e Organização do Poder Judiciário no Brasil; • Auxiliares da Justiça; • Judiciário e sociedade; • Genealogia do cargo de oficial de justiça Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar a Política e Organização do Poder Judiciário no Brasil; • Tratar sobre os diferentes cargos e funções dos Auxiliares da Justiça; • Compreender a relação entre Judiciário e sociedade; • Analisar o surgimento e evolução do cargo de oficial de justiça. INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo ao estudo sobre competências do Oficial de Justiça. A disciplina que iremos estudar ao longo do nosso curso, visa aprender as funções e atribuições do Oficial de Justiça, bem como fazer uma análise abrangente acerca da organização judiciária no Brasil. Além disso, iremos ao final do nosso material, verificar os desafios da atuação profissional do Oficial de Justiça no contexto do processo eletrônico. Para isso, preparamos para você nesta unidade, um material que servirá de subsídio para você aluno(a). No tópico I desta unidade estudaremos os diferentes conceitos doutrinários sobre política, a sua origem, conceito de políticas públicas, a diferenciação das idéias políticas ocidentais, quais sejam: direita, centro e esquerda e o principal objetivo da política. Após a análise geral sobre o tema política, nos aprofundaremos sobre a organização do Poder Judiciário no Brasil, fazendo uma abordagem inicial sobre as três funções do Estado distintas e independentes entre si, sendo estas as seguintes funções: Legislativa, Executiva e Judiciária. Trataremos superficialmente sobre a função legislativa e executiva. E por conseguinte, nos aprofundaremos na função do Poder Judiciário, visto que é o poder que se relaciona com o conteúdo da nossa disciplina. Abordaremos desde o conceito do Poder Judiciário, até mesmo os órgãos que constituem o Poder Judiciário, tratando de forma geral sobre a função de cada órgão do Poder Judiciário. No tópico II, veremos sobre os auxiliares da justiça, que para o efetivo e satisfatório desempenho da atividade jurisdicional, se faz indispensável a participação com juízes, promotores e demais pessoas que integrem a máquina judiciária no auxílio às atividades do juízo. Desta forma, a lei disciplina e esclarece sobre os distintos cargos de auxiliares à justiça, quais sejam: o escrivão; o chefe de secretaria; o oficial de justiça; o perito; o depositário; o administrador; o intérprete; o tradutor; o mediador; o conciliador judicial; o partidor; o distribuidor; o contabilista e o regulador de avarias. Contemplaremos também as distintas funções de cada um destes cargos no exercício das atividades jurisdicionais conforme estabelecido na lei. No tópico III desta unidade estudaremos a relação do Judiciário e da sociedade, buscando compreender que o Judiciário pode influenciar o povo com suas decisões judiciais, seja por meio do ativismo judicial ou de julgamentos com efeitos erga omnes, bem como que o Judiciário, apesar de ser um dos três poderes da União, não está para servir a sociedade, mas assegurar o cumprimento da Constituição Federal de 1988, ainda que a decisão seja contramajoritária. Por fim, no tópico IV analisaremos o surgimento do cargo de oficial de justiça e sua evolução histórica até os dias atuais, verificando que houveram mudanças na nomenclatura, bem como, é um dos principais auxiliares da Justiça, conhecido também como ‘mãos do Magistrado’. Vamos começar! 1 POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL ID IMAGEM: 1104531278 - www.shutterstock.com/ Prezado(a) aluno(a)! Iniciaremos os nossos estudos da disciplina tratando sobre a política e a organização doPoder Judiciário, um tema de suma importância. Para darmos início, se faz necessário que você aluno(a) conheça o conceito do termo política, vamos lá? A palavra política de acordo com (Neves, s/d, online) “faz menção a tudo que está vinculado ao Estado e a sua administração, mas definições modernas defendem que política é meramente o exercício do poder”. Neves (2021, p. 01) ainda esclarece que: A política é o nome que se dá para a capacidade do ser humano de criar diretrizes com o objetivo de organizar seu modo de vida. Essa palavra também faz menção a tudo que está vinculado ao Estado, ao governo e à administração pública com o objetivo final de administrar o patrimônio público e promover o bem público, isto é, o bem de todos. O surgimento da política remonta à Grécia Antiga, um dos seus grandes articuladores desse período foi Aristóteles, que dizia que “a política era um mecanismo que tinha como fim último a felicidade dos homens” (NEVES, 2021, p. 01). A monarquia e a república são os sistemas políticos tradicionais, nestes sistemas, de acordo com com Neves (2021, p. 01), “podem ainda haver variações significativas ao nível da organização''. Por exemplo, o Brasil é uma República Presidencialista, enquanto Portugal é uma República Parlamentarista. No geral, as ideias políticas do estado se dividem em direita, centro e esquerda, vejamos as divisões expostas pela estudiosa Juliana Bezerra (s/d, online): a) Direita: manutenção das classes sociais com privilégios para os ricos, livre- concorrência, negociação direta com o empregador, dentre outras. b) Centro: defesa da liberdade de comércio com os direitos básicos dos trabalhadores assegurados, etc; c) Esquerda: defende a abolição das classes sociais, a repartição igualitária das riquezas, garantia dos direitos dos trabalhadores, etc. A administração do governo, se dá por meio de políticas públicas que consistem em “ações, programas ou decisões tomadas por um governo independente, na esfera municipal, estadual e federal” (NEVES, 2021, p. 01), que visam a tratar sobre diversos temas, quais sejam: saúde, transporte, educação, habitação, dentre outros. O principal objetivo da política é garantir a estabilidade social aos seus cidadãos, e o agente máximo apto a garantir esta estabilidade é o Estado. Tratamos sobre os distintos conceitos de política e suas peculiaridades e passaremos agora, a tratar sobre a organização do Poder Judiciário. SAIBA MAIS O Estado está sempre no exercício da função jurisdicional, e ocupa na relação jurídica processual uma posição de supremacia equidistância das partes, pois o processo é um instrumento de exercício do poder soberano do Estado, e a equidistância é a imparcialidade, uma característica essencial da jurisdição. Entretanto, para assegurar a imparcialidade do Estado, é preciso que haja imparcialidade do agente estatal que irá exercer a função jurisdicional, no caso, o Juiz. Fonte: CAMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. p. 301. Grupo GEN, 2021. 9788597027952. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597027952/. Acesso em: 2021 set. 02.. #SAIBA MAIS# A organização do Judiciário deve ser disciplinada observando os princípios previstos na Constituição Federal. Quanto à organização do Poder Judiciário no Brasil, o art. 2º da Constituição Federal distribui os três poderes do Estado em três funções distintas, mas interdependentes, quais sejam: legislativa, executiva e judiciária (HADDAD et al, 2020, p. 01). Dentre as três funções destacadas, trataremos de maneira breve o exercício de cada uma delas, tratando com maior propriedade a função do Poder Judiciário, visto que se trata do objeto do nosso estudo no presente tópico e que servirá de base para a compreensão da nossa matéria sobre Competências do Oficial de Justiça. No exercício da função legislativa, “o Estado estrutura a ordem jurídica formulando as leis que visam à regulamentação da vida do homem em sociedade” (HADDAD et al, 2020, p. 01), ou seja, em outras palavras, esta função consiste na elaboração das normas legais, criadas para regular o convívio do homem em sociedade. A segunda função em destaque, ou seja, a função executiva, “compete ao Estado realizar a ordem jurídica, cumprindo o ordenamento jurídico vigente” (HADDAD et al, 2020, p. 01), ou seja, esta função compete na execução das normas legais vigentes, criadas pelo Poder Legislativo. Finalmente, na função Judiciária ou Jurisdicional, o Estado “atua na composição dos conflitos de interesses perturbadores da paz social, visando à consequente solução dos respectivos conflitos” (HADDAD et al, 2020, p. 01). Pois, independente dos outros poderes, “o Poder Judiciário possui a função precípua/principal de julgar os conflitos de interesses que surgem na sociedade, fazendo aplicar a lei ao caso concreto” (HADDAD et al, 2020, p. 01). Lembrando que, além da função principal atribuída pela Constituição Federal a cada um dos poderes do Estado, estes poderes podem também exercer funções secundárias dos demais, sempre de maneira harmônica e independente entre si. Nesse sentido, é dizer que, o Poder Judiciário além de exercer a sua função principal, qual seja, o exercício jurisdicional, que consiste em julgar os conflitos existentes na sociedade, também possui as seguintes funções, conforme preceitua Haddad (2020, p. 01): Assim, o Judiciário, além da sua função principal (exercício da função jurisdicional) também possui função legislativa (por exemplo, na elaboração dos regimes internos dos Tribunais) e administrativa (organização dos respectivos cargos e funcionários); o Poder Legislativo, além da sua função precípua de elaboração das leis, também exerce função jurisdicional (por exemplo, no julgamento dos casos de crime de responsabilidade do Presidente da República, art. 52, I), e também função administrativa (organização dos respectivos cargos e funcionários). Da mesma forma ocorre com relação ao Poder Executivo, que também tem função legislativa, nos casos de edição das Medidas Provisórias pelo Presidente da República). Ressalta-se então que todas as funções secundárias estão devidamente previstas na Lei em relação a cada um dos Poderes que compõem o Estado. Incumbe ao Poder Judiciário impor aos cidadãos o “cumprimento das leis do país, bem como intervir nos litígios existentes, solucionando os mais diversos conflitos de interesses, impondo a aplicação da lei ao caso concreto” (HADDAD et al, 2020, p. 01). Pois, o poder judiciário, também conhecido como poder jurisdicional, é o exercício da “jurisdição”, palavra que vem do latim jurisdictio, e significa “ação de fazer o direito” (HADDAD et al, 2020, p. 01). A respeito dos conceitos doutrinários acerca da Jurisdição, trouxemos para você aluno(a) dois conceitos para facilitar a sua compreensão. O primeiro nos dizeres do Saudoso Prof. Moacyr Amaral dos Santos (2005), a Jurisdição: é uma das funções da soberania do Estado. Função do poder, do Poder Judiciário. Consiste no poder de atuar o direito objetivo, que o próprio Estado elaborou, compondo os conflitos de interesses e dessa forma resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei. A função jurisdicional é, assim, como que um prolongamento da função legislativa e a pressupõe. No exercício desta, o Estado formula as leis, que são as regras gerais e abstratas reguladoras da conduta dos indivíduos, tutelares de seus interesses e que regem a composição dos respectivos conflitos; no daquela, especializa as leis, atuando-as em casos ocorrentes. (SANTOS, 2005, p. 67). Quanto à organização do Poder Judiciário, esta encontra-se regida pela Constituição Federal de 1988, disposta nos seus artigos 92 ao 126, conforme passaremos analisar, mas antes de iniciarmos a tratar sobre os órgãos que compõem o Poder Judiciário,trouxemos para você aluno(a) a seguinte reflexão sobre o papel do Poder Judiciário diante do processo de redemocratização do país. (BRASIL, 1988) REFLITA O Poder Judiciário teve um papel fundamental no processo de redemocratização do País, sendo o órgão responsável por assegurar as garantias individuais e coletivas que a nova Constituição trouxe. Fonte: PINHEIRO, K. B. O Poder Judiciário através da história: reflexões sobre as principais transformações ocorridas na Nova República. Âmbito Judiciário. 2016. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-poder-judiciario- atraves-da-historia-reflexoes-sobre-as-principais-transformacoes-ocorridas-na-nova-republica/. Acesso em: 06 jun. 2021. #REFLITA# O Poder Judiciário compreende: o Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Conforme elucida-se na imagem a seguir disposta, vejamos: Figura 1 - Estrutura do poder judiciário (quadro esquemático): Fonte: NUNES J, Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva, p.1378, 2020. Todos os órgãos acima relacionados, com exceção do Conselho Nacional de Justiça, possuem por escopo a função de exercer a jurisdição, pois trata-se de uma função típica de Estado voltada à solução dos conflitos que surgem da convivência em sociedade. O direito à jurisdição se trata de direito fundamental aos cidadãos, conforme preceitua o art. 5º, XXXV da Constituição Federal, isso se traduz na impossibilidade do Estado de negar aos jurisdicionados a apreciação das mais variadas questões por um órgão do Poder Judiciário. Conforme você aluno(a) pode analisar no quadro esquemático representando a estrutura do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, ele reúne as funções da corte constitucional e de tribunal de última instância. O Supremo Tribunal Federal possui por escopo zelar pelo cumprimento da Constituição Federal. Este órgão é competente para apreciar alegações a respeito da constitucionalidade das leis e de outras espécies normativas, realizando o controle concentrado de constitucionalidade, processando e julgando: A) Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIS); B) Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs); C) Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs); D) Ações Diretas de Inconstitucionalidade por Omissão (ADOs). Não obstante, incumbe ainda ao Supremo Tribunal Federal proferir a última palavra quanto à solução de conflitos apresentados diante do Poder Judiciário, recebendo recursos voltados a impugnar decisões dos demais órgãos jurisdicionais, conforme já relatado. O referido órgão é composto por onze ministros escolhidos pelo Presidente da República, entre cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. Quanto aos critérios subjetivos para a escolha desses membros, estes encontram-se elencados no art. 101 da Constituição Federal. O Conselho Nacional de Justiça, criado pela Emenda Constitucional nº 45 é responsável pelo controle interno para verificar a adequação da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e para que haja certeza de que os juízes estão cumprindo com os deveres impostos pelo cargo. De acordo com Brasil (1988), o Art. 103-B, §4º da Constituição Federal, incumbe também ao Conselho Nacional de Justiça rever processos disciplinares que tenham por objeto possíveis transgressões praticadas por membros de Tribunais. Quanto à composição do Conselho Nacional de Justiça, esta se encontra elencada no art. 103-B, na hipótese de você aluno(a) ter interesse em se aprofundar no tema. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sua atuação disciplinada nos arts. 104 e 105 da Constituição Federal. O referido órgão “é o guardião do direito objetivo federal, entre suas competências está em analisar os atos praticados pela Administração Pública em sentido amplo, com as normas que se encontram abaixo da Constituição Federal” (BARBOSA, 2020). E sua composição se encontra disposta no art. 104 da Constituição Federal. Trouxemos para você aluno(a) neste tópico, quanto a organização do Poder Judiciário no Brasil, as divisões das principais funções do Estado, quais sejam: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário tratando sobre as suas finalidades e seus aspectos mais relevantes. Por conseguinte, passamos a tratar sobre os principais órgãos que compõem o poder judiciário e as suas principais finalidades. No próximo tópico passaremos a tratar sobre os distintos cargos dos auxiliares da justiça, vamos lá? 2 AUXILIARES DA JUSTIÇA ID IMAGEM: 526422091 Para o efetivo e satisfatório desempenho da atividade jurisdicional, se fazem indispensáveis a participação dos juízes, promotores, e “outras pessoas que integrem a máquina judiciária em auxílio às atividades do juízo” (HADDAD, 2020, p. 95). Desta forma, com o intuito de disciplinar as funções e a efetiva participação dessas pessoas no exercício das atividades jurisdicionais, o Código de Processo Civil destinou um capítulo próprio intitulado por “Auxiliares da Justiça”. Na referida Lei, o legislador processual esclarece sobre as distintas funções dos auxiliares da justiça. O Código de Processo Civil prevê em seu instituto quatorze diferentes cargos de auxiliares da justiça, cada um deles com suas funções e disciplinas, todas dispostas no referido dispositivo legal mencionado. Trataremos de maneira breve sobre a principal função de cada um dos auxiliares de justiça conforme discriminados no diploma legal, e com mais propriedade sobre as funções e competências do cargo do oficial de justiça, sendo este o objeto de estudo desta nossa disciplina. a) Do Serventuário, ou escrivão ou chefe de secretaria: responsável por redigir ofícios, documentos de um processo, “bem como estar ao lado do juiz nas audiências para adotar as providências que se façam necessárias para a boa condução da mesma; e, ainda, responsabilizar-se pela guarda do processo” (HADDAD et al, 2020, p. 95). b) Do Perito: “o magistrado é um ser humano e como tal, tem suas limitações, ou seja, não é e nem poderia ser, detentor de conhecimentos especializados sobre todos os assuntos da vida” (HADDAD, 2020, p. 97) assim sendo, na prática cotidiana o “juízo se socorrerá desses experts, que elaboraram laudos acerca desses assuntos específicos que surgiram no decorrer da lide, a fim de que as informações trazidas prestem esclarecimentos ao magistrado” (HADDAD et al, 2020, p. 97) estes laudos servirão para trazer melhores esclarecimentos para o magistrado no momento de formar seu convencimento e julgar o conflito existente. c) Do depositário e do Administrador: “são os casos em que se fizerem necessárias a guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados, o juiz designará depositário ou administrador” de acordo com o art. 149 da Lei 13.105 de 2015 (BRASIL, 2015). d) Do intérprete e do tradutor: em determinadas situações, o magistrado necessitará “de um auxiliar para analisar documentos que não estejam na língua portuguesa, ou para atender e comunicar-se com pessoas que se servem de expressão não convencional, como é o caso dos deficientes auditivos (HADDAD, 2020, p. 98). e) Dos conciliadores e mediadores judiciais: estes auxiliares são responsáveis por estimular as partes à realização de um acordo, para composição da lide trazida ao Poder Judiciário, buscando sempre que possível a solução consensualdos conflitos (HADDAD et al, 2020, p. 99). Passamos, finalmente, a analisar de maneira resumida as atribuições ao cargo de Oficial de Justiça, visto que passaremos a tratar com mais profundidade nas próximas unidades em momento oportuno, de acordo com o nosso plano de ensino da matéria da nossa disciplina. A principal função do oficial de justiça, a qual, resumidamente consiste na “missão de levar as partes ou ou terceiros, que de alguma forma tenham vínculo com o processo, às notícias do juízo e as determinações do juízo, através dos cumprimentos judiciais” (HADDAD, 2020, p. 96). Assim, nos exatos termos da lei, o Código de Processo Civil, em seu art. 154 (BRASIL, 2015) incumbe ao oficial de justiça: I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora; II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem. V - efetuar avaliações quando for o caso; VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Ressalta-se que o antigo Código de Processo Civil de 1973 já previa a determinação para o oficial de justiça realizar avaliação de bens encontrados de devedores, e quando for o caso, quantificar os bens para a realização de penhora (HADDAD et al, 2020, p. 97). A lei também impõe ao Oficial de Justiça que certifique expressamente no mandado, todo o ocorrido, o dia, a hora, a data e o local da realização da diligência. O oficial de justiça detém de “fé pública no tocante às informações que declarar em suas certidões. Assim, até prova em contrário, suas considerações gozarão de presunção de veracidade, ou seja, serão admitidas como verdadeiras pelo juiz” (HADDAD et al, 2020, p. 97). Destacamos para você aluno(a) os cargos de auxiliares da justiça conforme dispostos no diploma legal, e as principais funções de cada um deles. Por conseguinte, tratamos de forma mais aprofundada sobre a principal função do cargo de oficial de justiça e suas atribuições elencadas no Código de Processo Civil, passaremos agora para o próximo tópico, a respeito do judiciário e da sociedade. 3 JUDICIÁRIO E SOCIEDADE ID IMAGEM: 1812892960 - SHUTTERSTOCK O presente tópico abordará conteúdos relacionados ao Judiciário e Sociedade, a fim de compreendê-los e, posteriormente, verificar a relação existente entre ambos. A União, formada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, segundo a Constituição Federal da República/88, em seu artigo 2º, possuí poderes, independentes e harmônicos entre si, quais sejam: Legislativo; Executivo e Judiciário, senão vejamos: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, conforme Constituição Federal/88. (BRASIL, 1988) Essa característica, conhecida como separação dos poderes, nas palavras de Moraes (2021, p. 05), se trata de garantia constitucional para assegurar a liberdade e controle dos eventuais abusos praticados pelos outros poderes da União, em especial proteger o povo de governos autoritários e onipotentes. Nesse cenário, o Matos (2021) continua esclarecendo que teoria da separação dos poderes originou-se pela obra ‘Política’ de Aristóteles, seguida por John Locke no ‘Segundo tratado do governo civil’, e, ao final, aprimorada por Montesquieu no ‘Espírito das Leis’. Em decorrência dessa teoria, cada um dos poderes tem funções típicas e atípicas, sendo que analisando especialmente o Judiciário, podemos verificar que suas funções consistem em: A-) Típicas, como função jurisdicional (julgar e aplicar a Lei ao caso concreto; B-) Atípicas, como administrativa e legislativa (regimento interno). (MATOS, 2021, p. 597). No mesmo sentido, Nunes J. (2020, p. 1216) afirma que o Poder Judiciário tem sua função típica, isto é, função principal consistente em julgar, o que decorre etimologicamente de juris dictio (dizer o direito), já suas funções excepcionais, conhecidas como atípicas, consiste em legislar sob os regimentos internos dos próprios tribunais e administrar o sistema Judiciário com contratações e demissões, sanções disciplinares, dentre outras. O Judiciário brasileiro, como de outros países, está sendo influenciado pelo neoconstitucionalismo que, segundo Nunes (2020, p. 69), pode ser compreendido como: (...) um movimento social, político e jurídico surgido após a Segunda Guerra Mundial, tendo origem nas constituições italiana (1947) e alemã (1949), fruto do pós-positivismo, tendo como marco teórico o princípio da “força normativa da Constituição” e como principal objetivo garantir a eficácia das normas constitucionais, principalmente dos direitos fundamentais. Trata-se de movimento social, político e jurídico que causa consequências ao Poder Judiciário e pode refletir na sociedade. A primeira consequência é o maior reconhecimento dos princípios constitucionais, sendo que estes, segundo Nunes J. (2020, p. 73), são mandados de otimização, os quais podem ser satisfeitos em diversos graus e a satisfação depende de possibilidade fática e jurídica, de modo que possuem mais força do que as próprias regras constitucionais. O exemplo desse fato consiste no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, n. 132/RJ, julgada pelo Ministro Ayres Britto do Supremo Tribunal Federal, 2011, no qual, apesar do artigo 226, §3º, da Constituição Federal considerar que a união estável é composta por homem e mulher, reconheceu que há equiparação da norma constitucional aos casais homoafetivos. (BRASIL, 1988). Outras consequências do neoconstitucionalismo, segundo Nunes J. (2020, p. 74) consistem em: a-) Interpretar hermeneuticamente as normas constitucionais; b-) Eficácia das normas constitucionais acima das demais. Além disso, a consequência mais importante para nosso estudo e que está relacionada diretamente com os anseios sociais, logo está ligada a sociedade, consiste, segundo Nunes J. (2020, p. 75) no protagonismo do Judiciário, mais conhecido como ativismo judicial, uma vez que a Constituição como normas basilar para todos Poderes do Estado, como o Judiciário é quem assegura o cumprimento das regras constitucionais, não está errado determinar que sejam cumpridas, incluindo aquelas que o Estado precisa dar prestação. Em razão do ativismo judicial o Poder Judiciário está cada vez mais presente na vida de cada cidadão brasileiro, pois está com poderes para interferir nos Poderes Executivo e Legislativo sob o pretexto de estar aplicando e protegendo normas constitucionais. Diante disso, segundo Nunes J. (2020, p. 75) surgem duas críticas, quais sejam: a) Tal postura do Judiciário acaba por prestigiar as classes mais abastadas da sociedade. Isso porque os mais instruídos poderão acionar o Judiciário por meio de remédios constitucionais e outras ações com o escopo de concretizar seus direitos, que a maioria inculta sequer sabe ser titular; b) Tal postura do Poder Judiciário viola a separação dos Poderes e o regime democrático, já que a implantação das políticas públicas é de responsabilidade principal do Poder Executivo, eleito diretamente pelo povo, e não do juiz, escolhido sem a participação popular. Acerca do ativismo judicial, Moraes (2021, p. 880) descreve que o Judiciário deve ter bom senso para aplicá-lo, advertindo que deve ser apresentada fundamentação objetiva, clara, com intuito de evitar o excesso de subjetividade, o que pode possibilitar a análise crítica da decisão, bem como, o desenvolvimento de balizas para a atuação do próprio Judiciário. Assim sendo, considerandoque o objeto deste estudo não é analisar o ativismo judicial, deixaremos de nos aprofundar no tema, o qual, desde já, afirmo que tem ampla discussão jurídica e doutrinária. Analisando detidamente, observa-se que o Judiciário está realmente entrelaçado com a sociedade brasileira, seja em razão de assegurar as garantias constitucionais ou seja pela aplicação da Lei nos casos concretos. Lembrando que o caso concreto pode ter efeito apenas entre as partes ou erga omnes, quando atingirá os demais casos. A eficácia erga omnes das decisões decorre de previsão legal que consta no texto constitucional, em específico no artigo 102, da Constituição Federal de 1988, com a seguinte redação: Art. 102, 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (BRASIL, 1988, online) O cenário atual do Judiciário retrata que está intervindo cada vez mais na sociedade, seja por meio do ativismo judicial ou pelas decisões com caráter erga omnes, além de editar, por exemplo, Súmula Vinculante, às quais também atingem todos os casos. Já verificamos que existe relação entre Judiciário e sociedade. Agora, visando aprofundar-se no assunto, precisamos compreender que, apesar do Judiciário ser o guardião da Constituição Federal/88 e aplicar a Lei em casos concretos, não pode ser o representante do povo, haja vista que o Legislativo que os representa Nesse sentido, há possibilidade de encontrarmos conteúdos que apontam na direção de que o Judiciário, ainda que contra a maioria, precisa aplicar a Lei, demonstrando-se ser o representante da Lei, como mencionou Marietta (s/d apud MELO, 2012, online). Cumpre observar que a maioria da sociedade consegue influenciar e, principalmente, ter voz meio do Poder Legislativo, o qual poderá criar Leis que atendam a maioria da população brasileira, uma vez que os deputados federais são eleitos pelo povo e quando estão na Câmara dos Deputados, formam maioria para criar determinada Lei, sendo que neste ato estão representando a maioria dos cidadãos. Por outro lado, o Judiciário tem o princípio contramajoritária, ou seja, independentemente da vontade do povo, como determinar a prisão de determinada pessoa, os Juízes devem aplicar a Lei, agradando ou não os cidadãos, pois os julgamentos são pautados pelos princípios e garantias constitucionais, os quais prevalecem interesses particulares, ainda que, aparentemente, seja da maioria (DALLAQUA VINCI; VINCI JUNIOR, 2015) REFLITA Ministro Marco Aurélio Mello: “nós, juízes, podemos muito, mas não podemos tudo. A Constituição tem de ser cumprida.” Mello (s/d apud KUHN, 2019, Online ) Fonte: KUHN, Guilherme. Juízes podem muito, mas não podem tudo. 2019. Disponível em: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/661511771/juizes-podem-muito-mas-nao- podem-tudo. Acesso em: 06 jun.2021. #REFLITA# Portanto, concluímos que o Judiciário integra a União, realizando contrapeso entre os Poderes Executivo e Legislativo, bem como, resta evidente que o Judiciário e a Sociedade estão interligados, principalmente pelo ativismo judicial e a possibilidade de decisões judiciais terem efeitos para todos, mas que o Poder Judiciário não deve seguir os anseios sociais, ainda que, aparentemente, justos, uma vez que tem papel contramajoritária e deve sempre pautar-se pela aplicação da Lei sobretudo da Constituição Federal de 1988. 4 GENEALOGIA DO CARGO DE OFICIAL DE JUSTIÇA ID IMAGEM: 1726451008 SHUTTERSTOCK Neste tópico o objeto de estudo consiste na origem (genealogia) do cargo de oficial de justiça, um dos mais antigos, e que se trata de um auxiliar da justiça, como já analisado em tópico anterior. É importante esclarecer que oficial de justiça não confunde-se com o antigo cargo de meirinho ou porteiro, apesar de antigamente a nomenclatura ter sido utilizada com o mesmo sentido (ARAÚJO, 2020). Há menções na Bíblia, quando trata da organização dos serviços dos levitas, que Davi à época estava acompanhado de 6.000 (seis mil) magistrados e juízes, e 4.000 (quatro mil) eram porteiros (BÍBLIA PASTORAL, 2015, p. 04). Segundo Rodrigues (2020, p. 15), no direito justiniano haviam os servidores da justiça conhecidos como Apparitores e Executores, os quais possuem funções semelhantes ao do oficial de justiça, as quais eram determinadas conforme o Magistrado responsável, O cargo de oficial de justiça foi evoluindo ao decorrer da história, mas foi possível constatar que haviam outros termos que se referiam ao referido auxiliar da justiça como: “sagio ou saion e meirinho ou merinus” (RODRIGUES, 2020, p. 15). Em Portugal com D. Afonso II, surgiram os Meirinhos-Mor, ou seja, eram os magistrados responsáveis pela jurisdição de determinado local e possuía a função de garantir o intervencionismo do poder real no judiciário (RODRIGUES, 2020, p. 16). Os magistrados conhecidos como Meirinhos-Mor tinham à disposição os meirinhos, os quais eram os oficiais de justiça da época responsáveis pelos cumprimentos das diligências que foram determinadas pelos Magistrados, bem como eram os oficiais dos ‘ouvidores’ e ‘vigários gerais’ (RODRIGUES, 2020, p. 16). A nomenclatura de meirinho era dada aos oficiais de justiça “numa menção à sua tarefa de percorrer a pé ou a cavalo o reino no cumprimento de diligências”, além disso, o significado de meirinho “deriva do latim maiorinos, derivado de maior, magnus, significa grande” (RODRIGUES, 2020, p. 16). Hoje, então, não se fala mais em meirinho, visto que com a evolução do cargo em análise e da própria sociedade caiu em desuso esta nomenclatura, assim, tratamos apenas como oficial de justiça. Considerando que o oficial de justiça é auxiliar da justiça, podemos considerá- lo como “como longa manus dos magistrados e contribuem sobremaneira para a concretização da Justiça e para a pacificação social”. (FUX, 2021, online) SAIBA MAIS (...) No CPC, as atribuições dos oficiais de Justiça em síntese se refere a citações, intimações, notificações, prisões, penhoras, arrestos, buscas e apreensões, reintegrações de posse, arrolamento de bens e demais atos cautelares e executivos, avaliações, certificação de autocomposição, entre outras. No CPP, o oficial de Justiça é responsável pelos atos de condução coercitiva, citação, intimação, notificação, pregão e acompanhamento dos jurados para garantir a incomunicabilidade e sigilo dos votos no tribunal do júri, alvará de soltura e captura de internando que recebeu medida de segurança. Na CLT, compete ao oficial de Justiça os atos relacionados com a execução e avaliação de bens. No Código de Processo Penal Militar, o oficial de Justiça possui como atribuições executar buscas domiciliares ou pessoais, citações, condução coercitiva, entre outras. Na Lei de Execução Fiscal, o oficial de Justiça deve realizar a citação na hipótese de ser frustrada a tentativa pelo correio e proceder à penhora ou arresto de bens (...). Fonte: LIMA F, Gerardo Alves. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como exclusiva de Estado. Revista Conjur. em 18 ago. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima- filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 06 jun. 2021. #SAIBA MAIS# Desse modo, concluímos o estudado desta unidade, constatando que o oficial de justiça surgiu há muitos anos, tendo registros desde o antigo testamento da Bíblia até os dias de hoje, sendo que hoje admite-se apenas a nomenclatura de oficial de justiça, bem como, verificamos que é o auxiliar da justiça que cumprirá ordensjudiciais, assim, estará materializando as determinações do Juiz no momento cumpri-las. CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), Nesta primeira unidade, buscou-se inicialmente introduzir que a matéria afeta ao Poder Judiciário e a política, a fim de trazer uma visão mais abrangente, visto que tal tema se encontra relacionado nas relações humanas e atividades do Estado. No tópico I, destacamos os diferentes conceitos doutrinários sobre a política, desde a sua origem, as principais ideias políticas ocidentais, o conceito das políticas públicas, as diretrizes da política e o objetivo principal da política a fim de que você aluno(a) crie um embasamento político, ainda que de forma geral. Passamos então, a tratar sobre a organização do Poder Judiciário no Brasil e as três principais funções distintas do Estado, que atuam de forma harmônica e independente entre si, sendo estas a Função Legislativa, Executiva e Judiciária. Tratamos com mais propriedade sobre as especificidades e características do Poder Judiciário, desde o seu conceito até mesmo os principais órgãos que compõem esse poder. No tópico II, relacionamos todos os cargos dos auxiliares da justiça, ainda que de maneira superficial, mas por conseguinte passamos a tratar sobre as diferentes funções do oficial de justiça e os seus principais encargos. Com relação ao tópico III, constatamos que o Judiciário tem função típica e atípica, respectivamente, sendo a função jurisdicional (julgar), e administrativa (ex. decidir sobre férias dos funcionários do Judiciário) e legislativa (criação de regimentos internos). Em seguida, verificamos que o Judiciário atua diretamente na sociedade, com edição de súmulas vinculantes, decisões erga omnes e, dentre outras situações, por meio do ativismo judicial, de modo a suprir a omissão do Poder Executivo ou Legislativo, com intuito de assegurar a Constituição Federal de 1988. Analisamos que o judiciário tem o princípio contramajoritário, isto é, deve seguir a Constituição, ainda que contra a vontade da maioria. (BRASIL, 1988) Por derradeiro, estudamos o surgimento do cargo de oficial de justiça, verificamos que existe há anos na história, sendo conhecido, por exemplo, como meirinho, e que atualmente a nomenclatura adequada é oficial de justiça, sendo este um cargo considerado a extensão do Magistrado, pois cumpre as diligências determinadas por eles. Na nossa próxima unidade, veremos sobre os princípios norteadores do cargo do Oficial de Justiça, as diferentes áreas de atuação, sobre as decisões e mandados judiciais do oficial de justiça, encerrando o conteúdo da próxima unidade, tratando a respeito das funções e atribuições do cargo de oficial de justiça. Vocês estão preparados? Até a próxima unidade. Muito obrigado. LIVRO Título: Oficial de Justiça: Competências, atribuições e responsabilidades Autor: Luis Claudio De Jesus-Silva e Asmaa Abduallah Hendawy. Editora: Juruá. Sinopse: Foi escrito por dois Oficiais de Justiça, um do Tribunal de Justiça de Roraima e o outro do Tribunal de Justiça do Pará, ambos Doutores, Professores Universitários e detentores do cargo de Oficial de Justiça há aproximadamente 30 anos. Sem dúvida o presente livro traz uma dimensão teórica e prática em todas as atividades inerentes ao mister deste Servidor do Poder Judiciário. É também, provavelmente, o estudo mais vasto e sistemático sobre os temas de competência dos Oficiais, conduzido pelo conhecimento jurídico de dois doutores, bem como pela prática por eles desempenhada no exercício da função.A presente obra oferece nortes para o estudo e procedimento das diversas modalidades de penhora, aspectos principais das avaliações de bens e o conhecimento técnico necessário para cumprimento dos mandados de avaliação, modelo de laudos técnicos de avaliação, vistoria, memorial descritivo, leilão de bens realizado pelo Oficial de Justiça, e ainda a atuação nas ações possessórias, execução fiscal e nos juizados especiais, dentre outros temas, expurgando dúvidas e questionamentos que porventura advenham quando do exercício da complexa função de execução das determinações Judiciais. Link: https://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=27381 FILME Título: Twelve Angry Men/12 homens e uma sentença Ano: 1957 ou outra versão mais recente. Sinopse: Um jovem porto-riquenho é acusado do brutal crime de ter matado o próprio pai. Quando ele vai a julgamento, doze jurados se reúnem para decidir a sentença, levando em conta que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. Onze dos jurados têm plena certeza de que ele é culpado, e votam pela condenação, mas um jurado acha que é melhor investigar mais para que a sentença seja correta. Para isso ele terá que enfrentar diferentes interpretações dos fatos, e a má vontade dos outros jurados, que só querem ir logo para suas casas. Link: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-4063/. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Marcondes. Oficial de Justiça não é meirinho. Sindicato dos oficiais de justiça do estado de São Paulo, 15 jun. 2020. Disponível em: http://www.sindojus- sp.com/oficial-de-justica-nao-e-meirinho/. Acesso em: 05 jun. 2021. BEZERRA, Juliana. O que é política? (s/d) Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038. Acesso em: 06 jun. 2021. BIBLIA PASTORAL, 1 Crônicas 23. Editora Paulus, 2015. BRASIL. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, n. 132/RJ, julgada pelo Ministro Ayres Brito do Supremo Tribunal Federal, 2011, Brasília. Disponível: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628633. Acesso em: 06 jun. 2021. BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. Brasília, 16 de março de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 05 jun. 2021. https://www.adorocinema.com/filmes/filme-4063/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DE 1998. Brasília, 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 04 jun. 2021. CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. 9788597027952. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597027952/. Acesso em: 2021 set. 02. DALLAQUA VINCI, Vieira, e VINCI JUNIOR. A função contramajoritária dos direitos fundamentais. Revista Conjur. 27 abr. 2015. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2015-abr-27/mp-debate-funcao-contramajoritaria- direitos-fundamentais. Acesso em: 05 jun. 2021. FUX, Luiz. Atuação de oficiais de Justiça ganha reconhecimento do CNJ Conselho Nacional de Justiça. Em 25 mar. 2021. Disponível em:https://www.cnj.jus.br/atuacao- de-oficiais-de-justica-ganha-reconhecimento-do-cnj/. Acesso em: 06 jun. 2021. HADDAD, José Ricardo; et al. Poder Judiciário e Carreiras Jurídicas. Grupo GEN, 2020. KUHN, Guilherme, 2019. Juízes podem muito, mas não podem tudo. Disponível em: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/661511771/juizes-podem- muito-mas-nao-podem-tudo. Acesso em: 06 jun. 2021. LIMA F, Gerardo Alves. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como exclusiva de Estado. Revista Conjur, em 18 ago. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 06 jun. 2021. MELO, João Ozorio de. O Judiciário não representa o povo, diz ministra nos EUA. Revista Conjur. 08 maio 2012. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2012-mai- 08/judiciario-nao-representa-povo-sim-lei-ministra-eua.Acesso em: 05 jun. 2021. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 37th edição, Grupo GEN, 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica.A NEVES, Daniel. Brasil Escola. (s/d) Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038. Acesso em: 06 jun. 2021. NUNES J., Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva, 2020. RODRIGUES, Nuno Miguel Figueiredo. Legitimidade do Oficial de Justiça para a prática de atos em processo penal. Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra no âmbito do 2. Ciclo de Estudos em Ciências Jurídico Forenses (conducente ao grau de Mestre), jan. de 2020. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/retrieve/191230/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20- %20Legitimidade%20do%20Oficial%20de%20Justi%C3%A7a%20para%20a%20Pr%C3% A1tica%20de%20Atos%20em%20Processo%20Penal.pdf. Acesso em: 06 jun. 2021. SANTOS, Moacyr Amaral dos. Primeiras linhas de direito processual civil. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. UNIDADE II DO CARGO DE OFICIAL DE JUSTIÇA Professora Flávia Lausi Rodrigues Professor Thales de São José Sandoval Plano de Estudo: • Princípios norteadores do cargo; • Áreas de atuação; • Decisões de Mandados Judiciais; • Funções e atribuições do cargo. https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038 Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar os princípios norteadores do cargo de Oficial de Justiça; • Abordar sobre as diversas áreas de atuação do Oficial de Justiça; • Compreender sobre as decisões de Mandados Judiciais; • Analisar as funções e atribuições do Cargo do Oficial de Justiça. INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo mais uma vez ao estudo sobre competências do Oficial de Justiça. No tópico I estudaremos os principais princípios do cargo de oficial de justiça, analisando os princípios explícitos na Constituição Federal/88, sendo eles: Legalidade, Impessoalidade, Publicidade e Eficiência. Além disso, estudaremos os princípios da boa- fé e da presunção de veracidade dos atos do oficial de justiça. Já no tópico II, serão analisadas algumas áreas do oficial de justiça, já que o tema é amplo. Assim sendo, o objeto de estudo será nas grandes áreas do direito civil e penal. No tópico III, trataremos sobre as os mandados judiciais desde o seu conceito até as suas características. Os mandados referem-se às decisões que os juízes proferem nos autos dos processos, que podem ser informadas para as partes sendo cabível a depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, por edital ou por oficiais de justiça como veremos. Posteriormente, passaremos a tratar sobre as principais características que todos os mandados judiciais que incumbem ao Oficial de Justiça cumprir, tais características encontram-se elencadas no art. 250 da Lei nº 13. 105/2015, popularmente conhecida como Código de Processo Civil, conforme você aluno(a) verá de maneira detalhada. No tópico IV da nossa disciplina, trataremos sobre as funções e as atribuições que são conferidas ao Oficial de Justiça encontram-se dispostas na Lei nª 13.105/2015. Entre as atribuições que você aluno(a) verá com mais detalhes, estão as incumbências de: a) realizar pessoalmente as citações, bem como dar ciência à outra parte acerca das decisões proferidas pelos juízes competentes; b) A execução das ordens dos juízes; c) A devolução dos mandados em cartório após o seu cumprimento; d) A realização de avaliações de bens, demais pertences da parte devedora, d) Por fim a incumbência do Oficial de certificar a outra parte pode meio do mandado sobre proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Acreditamos que após o aprendizado trazido na presente unidade, você aluno(a) estará mais preparado para os nossos próximos conteúdos trazidos nas próximas disciplinas! Vamos começar? 1 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CARGO ID IMAGEM: 521812744 - Shutterstock. O cargo de oficial está relacionado com o Poder Judiciário e suas atribuições como já estudamos na unidade anterior, inclusive, sendo o oficial de justiça considerando a extensão do Juiz. Assim sendo, os princípios que regem o cargo de oficial de Justiça são os mesmos aplicáveis à administração pública e que estão previstos no artigo 37, da Constituição Federal de 1988, vejamos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) (BRASIL, 1988, online) Observa-se que há cinco princípios expressos na Constituição Federal/88, também conhecidos como princípios explícitos, conforme Mazza (2021, p. 28). O princípio da legalidade, o primeiro citado pela Constituição Federal/88, encontra-se na própria estrutura da Administração Pública, de modo que permite, por exemplo, o Oficial de Justiça a realizar atos que estão previstos em Lei, o que se difere do relação entre particulares, na qual vigora o princípio da autonomia de vontade que permite às partes realizarem todos os atos que não estejam proibidos em Lei, segundo Pietro (2020, p. 91). Exemplo - Quando o Magistrado determina que o Oficial de Justiça cumpra um mandado de busca e apreensão cujo objeto da ação judicial é uma criança. No momento que vai cumprir o mandado, poderá utilizar de força policial, se for necessário, mas não pode utilizar meios que não estão assegurados em Lei, sob pena de estar praticando infração penal. Já com relação ao princípio da impessoalidade, segundo Oliveira (2013, p. 667): A Constituição visa obstaculizar atuações geradas por antipatias, simpatias, objetivos de vingança, represálias, nepotismo, favorecimentos diversos, muito comuns em licitações, concursos públicos, exercício do poder de polícia. Reforça esse entendimento Pietro (2020, p. 94) afirmando que o princípio da impessoalidade tem dois sentidos. O primeiro está relacionado com a finalidade da administração pública, de modo que não pode atuar para beneficiar ou prejudicar pessoas. Já o segundo sentido, aponta que o indivíduo que pratica o ato público, na verdade está representando a vontade estatal. Seguindo o exemplo anterior - O Oficial de Justiça no cumprimento do mandado de busca e apreensão não poderá deixar de cumpri-lo apenas para não prejudicar a mãe ou o pai ou para beneficiar um deles, uma vez que no ato está representando a vontade estatal, a qual foi também exarada no próprio mandado expedido pelo Juiz competente. O princípio da moralidade está relacionado ao princípio da legalidade estudado anteriormente (OLIVEIRA, 2013, p. 668). Segundo Mazza (2021, p. 72), o princípio da moralidade “exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração.” Aqui fazemos um parênteses para estudar o princípio da presunção de legitimidade ou veracidade que possui duas vertentes, quais sejam: De um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes (PIETRO, 2020, p. 95). Extrai-se do princípio da moralidade alinhado com o da presunção de legitimidade que os atos praticados pelo oficial de justiça possuem presunção de veracidade. SAIBAMAIS Compartilhamos a decisão judicial que reconhece a legalidade e veracidade dos atos do oficial de justiça, uma vez que cumpriu os princípios constitucionais. APELAÇÃO CÍVEL. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA. MULTA. OBSTÁCULOS AO CUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DE CERTIDÃO EMITIDA POR OFICIAL DE JUSTIÇA. 1. Descabe afastar a multa por ato atentatório à dignidade da justiça, se caracterizada hipótese legal em face da conduta que obsta o cumprimento de decisão jurisdicional. 2. A simples alegação de que as afirmações do oficial de justiça não correspondem à realidade dos fatos, desprovida de elementos comprobatórios, não se revela apta a afastar a presunção de veracidade do ato que goza de fé pública. 3. Apelação conhecida e não provida. (TJ-DF - 717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques, 7ª Turma Cível, Data de Julgamento: 07.11.2019, DJE: 28.11.2018.) Fonte: DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 7ª Turma Cível. Apelação. Processo n.: 717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques. Data de Julgamento em: 07.11.2019. #SAIBA MAIS# Já o princípio da publicidade engloba todos os atos da administração pública, sendo a publicidade a regra. Segundo Pietro (2020, p. 98), o princípio da publicidade “exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.” Assim sendo, a publicidade é inerente a todos atos da administração pública sejam judiciais ou não, sendo que a única restrição surge da própria Constituição Federal/88, em seu artigo 5º, inciso LX, vejamos: “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. (BRASIL, 1988, online) Exemplo de restrição de publicidade se trata de processos de cíveis que envolvem questões do direito de família, como divórcio e guarda de criança e/ou adolescente. O último princípio que consta no artigo 37, caput, da Constituição Federal/88 é o da eficiência que também pode ser estudado sob dois aspectos, sendo eles: Pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. (PIETRO, 2020, p. 110) Relacionado com o cargo de oficial de justiça, podemos verificar que significa dizer que o profissional, respeitando os demais princípios, deve buscar a eficiência dos seus atos, como o cumprimento das ordens judiciais, por exemplo, por meio do aplicativo “WhatsApp” quando possível, em razão da pandemia. Além desses princípios, precisamos estudar o princípio da boa-fé que possui um aspecto objetivo e outro subjetivo (PIETRO, 2020, p. 114). O primeiro significa que o oficial de justiça, por exemplo, deve ter uma conduta legal e honesta no cumprimento de suas funções. Já o segundo, está diretamente relacionado com o sentimento interno do indivíduo, isto é, saber que está agindo adequadamente, seguindo os demais princípios. Desse modo, encerra-se o estudo deste tópico, apontado que estudamos os principais princípios da administração pública e que consequentemente estão alinhados com o cargo de oficial de justiça, de modo que devem ser seguidos todos princípios no exercício da profissão. 2 ÁREAS DE ATUAÇÃO ID IMAGEM: 1859552143 Dando continuidade ao estudo desta unidade, neste tópico estudaremos as áreas de atuação do oficial de justiça, as quais são bem amplas, como veremos a seguir. O oficial de justiça pode atuar na área cível, conforme já estudamos na unidade anterior, ocasião que realizará atos como citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos, nos termos do artigo 154, da Lei 13.105 de 2015: Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora; II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento; IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; V - efetuar avaliações, quando for o caso; VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. (BRASIL, 2015, online ). Por outro lado, na área criminal poderá, além de cumprir citações, intimações e notificações, certificar a incomunicabilidade dos jurados, nos termos do artigo 466, §2º, do Código de Processo Penal: Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. § 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça. (BRASIL, 1941, online ) Além disso, existentes outros atos específicos da área criminal, como realizar o pregão do julgamento do Tribunal do Júri, conforme o artigo 463, §1º, do Código de Processo Penal, bem como a condução coercitiva de testemunhas quando deixa de comparecer sem justificativa a ato que foi intimada, com base no artigo 218, do Código de Processo Penal: Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública. (BRASIL, 1941, online) Os Oficiais de Justiça também podem atuar na área eleitoral dando 223.527, de 26 de setembro de 2017, quais sejam: Artigo 5º: I - Intimação; II - Notificação; III - Citação; IV - Penhora; V - Avaliação; VI - Busca e Apreensão; VII - Prisão; VIII - Constatação; IX - Condução Coercitiva de Testemunha/Acusado; X - Arresto; e XI - Verificação de vínculo de domicílio (BRASIL, 1988, online) Conforme mencionado anteriormente, o oficial de justiça tem amplitude de atuação, ou seja, pode atuar em diversas áreas do poder judiciário e podemos complementar que também pode atuar nas áreas trabalhista e execução fiscal, dentre outras, conforme LIMA (2020, online): Na CLT, compete ao oficial de Justiça os atos relacionados com a execução e avaliação de bens.(...) Na Lei de Execução Fiscal, o oficial de Justiça deve realizar a citação na hipótese de ser frustrada a tentativa pelo correio e proceder à penhora ou arresto de bens. Desse modo, concluímos que a profissão de oficial de justiça tem grande importância para execução de atos judiciais, de modo que pode atuar em diversas áreas do Poder Judiciário, sendo essencial em todas. 3 DECISÕES DE MANDADOS JUDICIAIS ID IMAGEM: 1482504323 - https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-broken-man- stand-legal-paper-1482504323. No presente tópico, trataremos sobre os mandados judiciais, ou seja, as decisões proferidas pelos Juízes nos autos do processos, que podem ser informadas para as partes sendo cabível a depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, por edital ou por Oficiais de justiça. No dicionário, o termo mandato deriva do latim mandatum, de ordenar, como vocábulo jurídico significa ato escrito, emanado pela autoridade pública, judicial ou administrativa, em virtude do qual deve ser cumprida a diligência ou a medida que ali se ordena ou se determina (DE PLÁCIDO E SILVA, 1998). É muito comum as pessoas confundirem os termos “mandado” e “mandato”.As duas palavras estão corretas, a depender em qual contexto estiverem inseridas. Para que você aluno(a) não confunda os termos mencionados, se faz de suma importância que você saiba que o termo “mandado” diz respeito a uma ordem judicial, já o termo “mandato” refere-se a um substantivo que concede uma autorização para uma pessoa agir em seu nome. Para que você melhor compreenda, trouxemos para você aluno(a) alguns exemplos utilizados cotidianamente dos referidos termos “mandato” e “mandado”. Vejamos: Exemplos de mandado: 1. O juiz emitiu mandado de prisão em flagrante. 2. O mandado será expedido ainda esta manhã. 3. A polícia cumpriu o mandado de busca e apreensão. Exemplos de mandato: 1. O mandato do vereador finaliza neste ano. 2. O mandato do Presidente da República será iniciado imediatamente. Por se tratarem de termos parônimos, ou seja, palavras que possuem grafias semelhantes mas significados diferentes, se faz necessário ter muita atenção no momento de sua utilização (SILVA, 2019). O mandado que o Oficial de justiça entrega à parte devedora pela obrigação, se trata de um ato escrito, ou seja, uma decisão emanada pelo Juiz nos autos de um processo, subscrita pelo Juiz ou pelo Escrivão ou Chefe do Cartório, devendo ser cumprida em regra, pelo Oficial de Justiça. ou seja, o auxiliar do Juízo encarregado pela realização das diligências externas à qual Comarca ele estiver vinculado. Quanto às características dos mandados judiciais que o Oficial terá que cumprir, estas se encontram expressas no art. 250 do Código de Processo Civil, e deverão constar: (a) Os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residência; (b) A finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução; (c) A aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver; (d) Se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento; (e) A cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir a tutela provisória; (f) A assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração que o subscreve por ordem do juiz. Todos os mandados judiciais tratam-se de ordens proferidas pelos Juízes nos autos dos processos, com decisões judiciais com conteúdo e finalidades específicas. Assim sendo, o mandado pode servir para diversas finalidades, bem como: (a) A citação da parte ré; (b) A intimação de quaisquer uma das partes envolvidas no processo para as mais diversas finalidades, bem como, a realização da penhora, a apreensão de bens ou pessoas, a remoção de e avaliação de bens, dentre outros. Os mandados judiciais são nominados conforme o seu conteúdo (como por exemplo citação, intimação, dentre outros) podendo serem denominados como: ● Mandado de Citação; ● Mandado de Intimação; ● Mandado de Intimação e Citação; ● Mandado de Penhora, a depender do conteúdo e a finalidade da decisão. REFLITA “Oficiais de justiça cumprem ordens judiciais. Não existe nas atribuições dos Oficiais de Justiça a função de “entrega de mandados judiciais”. Mandados judiciais existem para serem cumpridos e não para serem “entregues”. Fonte: INFOJUS BRASIL. Autor Desconhecido. Disponível em: https://www.sindojuspb.org/home/2012/08/o-oficial-de-justica-e-o-cumprimento-das-decisoes- judiciais/. Acesso em: 12 jun. 2021. #REFLITA# Após analisarmos as decisões e mandados judiciais, passaremos a tratar sobre as funções e atribuições do cargo de Oficial de justiça. 4 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO CARGO ID IMAGEM: 1929742310 - https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/court-line-icons-scales- justice-lawyer-1929742310. - Neste tópico trataremos sobre as funções e as incumbências que são conferidas ao Oficial de Justiça, tais atribuições e funções do Oficial se encontram dispostas no art. 154 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015, online). A primeira incumbência conferida ao Oficial de Justiça, trata-se de realizar pessoalmente as citações, ou seja, dar ciência à outra parte devedora acerca de prisões, penhoras, arrestos e demais diligências. O dispositivo legal determina que sempre que possível, o Oficial de Justiça vá acompanhado de 2 (duas) testemunhas, certificando na certidão de recebimento, a ocorrência, o lugar, o dia e a hora. A segunda incumbência disposta, trata-se da execução das ordens do juiz em que o Oficial estiver subordinado, ou seja, refere-se a comarca que o Oficial de Justiça encontrar-se registrado Quanto à terceira atribuição conferida ao Oficial de Justiça, compete ao mesmo, entregar o mandado em cartório após o seu cumprimento. Ou seja, após o Oficial de Justiça citar o devedor, por meio do mandado, deve-se entregar ao cartório uma segunda via do mandado assinado ao Cartório, a fim de comprovar a realização da diligência a que lhe fora incumbida. Em relação a quarta incumbência, compete ao Oficial de Justiça auxiliar o Juiz da sua comarca pela manutenção da ordem. Quanto a quinta incumbência conferida ao Oficial de Justiça, compete ao mesmo realizar avaliações, como por exemplo, se a parte devedora estiver devendo ao credor, e solicitar ao Juiz uma avaliação dos bens do dever para apurar o valor e realizar a penhora, compete ao Oficial de Justiça realizar a avaliação dos bens. A sexta incumbência trata-se do Oficial de Justiça certificar por meio do mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Tal incumbência tem por escopo promover a conciliação entre as partes. SAIBA MAIS Enquanto ator processual reconhecido pelas diversas leis processuais, o Oficial de Justiça é o agente responsável pelas citações, prisões, penhoras, arrestos, despejos, reintegrações de posse, buscas e apreensões, avaliações etc. Deste modo, apresenta-se como um dos mais relevantes servidores da estrutura processual”. Fonte: FILHO, Gerardo Alves Lima. 8º Conojaf e o Oficial de Justiça do Século 21. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e- entrevistas/artigos/2015/8o-conojaf-e-o-oficial-de-justica-do-seculo-21-gerardo-alves-lima-filho. Acesso em: 13 jun. 2021. #SAIBA MAIS# Logo após certificada a proposta de autocomposição, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa. Querido(a) aluno(a), esmiuçamos para você todas as atribuições conferidas ao Oficial de Justiça conforme previstas no artigo 154 do Código de Processo Civil, a partir de agora, você está pronto para iniciarmos a nossa próxima unidade, até logo! CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), estudamos os principais princípios da administração pública que são aplicáveis ao cargo de oficial de justiça, ressaltando-se os princípios da legitimidade, que permite o oficial de justiça cumprir apenas os atos permitidos em Lei, e da presunção de veracidade, que significa que os atos do profissional são presumidos verdadeiros, podendo ser confrontados apenas por prova robusta. Na sequência, estudamos no tópico II às áreas que o oficial de justiça poderá atuar perante o Poder Judiciário, tendo amplo atuação nas áreas do direito criminal e cível, lembrando que cada área de atuação tem funções específicas como no processo penal, em que o oficial de justiça atuará certificando a incomunicabilidade dos jurados, o que não tem em outras áreas. No tópico III, tratamossobre os mandados judiciais, ou seja, as decisões que os Juízes proferem nos autos dos processos, que podem ser informadas para as partes sendo cabível a depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, por edital ou por oficiais de justiça. Trouxemos para você aluno(a) o significado da origem da palavra mandado, bem como a diferenciação e exemplos dos termos “mandado” e “mandato”, para que você aluno(a) compreenda e aprenda a utilizar os termos de forma correta, a depender do contexto. Posteriormente, trouxemos as principais características que todos os mandados judiciais que o Oficial de Justiça terá que cumprir, tais características encontram-se elencadas no art. 250 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). No tópico IV da nossa disciplina, tratamos sobre as funções e as atribuições que são conferidas ao Oficial de justiça encontram-se dispostas na Lei nª 13.105/2015, Quais sejam: realizar pessoalmente as citações, bem como dar ciência à outra parte acerca das decisões proferidas pelos juízes competentes; A execução das ordens dos juízes; A devolução dos mandados em cartório após o seu cumprimento; A realização de avaliações de bens, demais pertences da parte devedora, e por fim a incumbência do Oficial de certificar a outra parte pode meio do mandado sobre proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Acreditamos que após o aprendizado trazido nesta unidade, você estará mais preparado para os conteúdos da nossa próxima unidade! Na próxima unidade, passaremos a tratar sobre os atos e prazos processuais, a existência validade e eficácia dos atos processuais, atos de comunicação processual, citação, e notificação das partes. Vamos lá? Até a próxima unidade. Muito obrigado. LIVRO Título: Oficial de Justiça - Elementos para capacitação profissional. Autores: Marcelo Araújo de Freitas e José Carlos Batista Junior. Editora: Juruá. Sinopse: O Oficial de Justiça é um profissional do Direito com capacidades as mais variadas, que vão desde o gerenciamento de seu trabalho e o contato com os jurisdicionados até os temas jurídicos de alta relevância e que determinam sua atuação como representante do Juízo. Em sua atividade, o Oficial de Justiça acumula uma série de habilidades e experiências, no entanto são poucas as oportunidades de compartilhá-las e mesmo de refletir coletivamente sobre elas, atitude que seria muito salutar para fomentar o debate e auxiliar os demais colegas na busca de soluções para os problemas da profissão. Essa foi uma das motivações para a criação deste livro que nasceu do debate com colegas Oficiais de Justiça nos cursos de formação realizados pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região. Ao lado dessa inovação legislativa, vivemos um momento de autêntica redefinição das atividades dos Oficiais de Justiça, advinda da era da comunicação digital que nos fez perceber que profissionais altamente qualificados podem contribuir de forma mais incisiva para a efetividade processual, notadamente ante a possibilidade de que atos de menor complexidade sejam realizados de forma eletrônica. Os Oficiais de Justiça estão dispostos a contribuir. Para isso estudaram e se prepararam. Identificar essas possíveis funções e formas mais eficientes de realizá-las é um dos objetivos desta obra e, como verão, permeia todo o texto como forma de adequá-lo aos novos tempos. Link: http://www.oficialdejustica.com.br/apresentacao/. FILME/VÍDEO Título: Conheça o trabalho de oficial de justiça Ano: 2019 Sinopse: Vídeo que retrata a profissão de oficial de justiça no cumprimento de mandado judicial. Link: https://www.youtube.com/watch?v=LtlHXQsAw_A REFERÊNCIAS BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. Brasília, 16 de março de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 05 de jun. de 2021. BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DE 1941. Rio de Janeiro, em 03 de outubro de 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/del3689compilado.htm. Acesso em: Acesso em: 04 de ago. de 2021. BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DE 1998. Brasília, 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 04 jun. 2021. BRASIL, Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Brasília, 16 de março de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 02 de set. de 2021. BRASIL. Resolução nº 23.527, de 26 de setembro de 2017. Brasília, 26 de setembro de 2017. Disponível em: https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2017/resolucao-no-23-527-de-26-de- setembro-de-2017. Acesso em: 14 ago. 2021. DE PLÁCIDO E SILVA, Oscar Joseph. Vocabulário jurídico. 15ª ed. Atualização de Nagib Slaibi Filho e Geral Magela Alves. Rio de Janeiro: Forense, 1998. LIMA, Gerardo F. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como exclusiva de Estado. Revista Consultor. 18 ago. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 14 ago. 2021. MAZZA, Alexandre. MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO. Editora Saraiva, 2021. OLIVEIRA, Eduardo James. Constituição Federal Anotada e Comentada. Grupo GEN, 2013. PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. Grupo GEN, 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça. 7ª Turma Cível. Apelação. Processo n.: 717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques. Data de Julgamento em: 07.11.2019. UNIDADE III DOS ATOS PROCESSUAIS Professora Flávia Lausi Rodrigues Professor Thales de São José Sandoval Plano de Estudo: • Atos e Prazos Processuais; • Existência, validade e eficácia dos atos processuais; • Atos de comunicação processual; • Citação, intimação e Notificação. Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar os atos processuais e aprender sobre os prazos processuais; • Estudar as peculiaridades da existência, validade e eficácia dos atos processuais; • Compreender a importância dos atos de comunicação processual; • Conceituar e compreender o procedimento da citação, intimação e da notificação. INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a)! Seja bem vindo novamente aos nossos estudos sobre as competências do oficial de justiça, estamos dando início a nossa terceira unidade da nossa disciplina! A nossa disciplina além de estudar as competências do oficial de justiça, visa trazer para você aluno(a) de forma geral, o conhecimento sobre conceitos e determinados atos praticados no processo pelas partes envolvidas no e pelo Órgão jurisdicional praticado pelos juízes e auxiliares da justiça. Atos processuais é toda manifestação de vontade humana que tem por objetivo produzir algum efeito dentro do processo, cada doutrinador tem uma definição específica. A prática dos atos processuais são regulados por prazos conforme estabelecido na lei. Na nossa primeira unidade, falaremos sobre o conceito e as peculiaridades dos atos processuais e sobre os prazos processuais conforme previsto e regido pelo Código de Processo Civil. Por conseguinte, no segundo tópico, trataremos sobre os pressupostos de existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos. Ou
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