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Apostila COMPETÊNCIAS DO OFICIAL DE JUSTIÇA APOSTILA

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Prévia do material em texto

COMPETÊNCIAS DO 
OFICIAL DE JUSTIÇA
APRESENTAÇÃO 
Professora Flávia Lausi Rodrigues 
 
● Bacharela em Direito pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); 
● Pós-graduanda em Direito Civil na UEM (Universidade Estadual de Maringá/PR); 
● Graduada no Curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
(PUC/PR); 
● Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil n. 103.994 OAB/PR; 
● Cursando pós-graduação com ênfase em Direito Civil pela (UEM/PR) 
Universidade Estadual de Maringá/PR; 
● Advogada atuante na área do Direito Privado, com ênfase no Direito Civil e 
Direito de Família, na Comarca de Maringá, Estado do Paraná. 
 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8370474036774655 
 
 Professor Thales de São José Sandoval 
 
● Bacharel em Direito pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); 
● Pós-graduando em Ciências Penais pela UEM/PR (Universidade Estadual de 
Maringá/PR); 
● Pós-graduando em Direito Processual Civil pela UCAM (Universidade Candido 
Mendes/RJ). 
● Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR); 
● Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil n. 102.972/PR, atuante 
na área do Direito Público, com ênfase no direito penal e processual penal, 
principalmente na cidade de Maringá/PR. 
 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/6055247071827163 
https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=8AFAF6F1204301914B7695F109C209E4
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
 Seja muito bem-vindo(a) ao estudo sobre a matéria competências do oficial de 
justiça, vamos dar início à mais uma disciplina que compõe a ementa do nosso curso. 
 Nesta disciplina será apresentada, ao longo da leitura do material e das nossas 
aulas, uma visão mais abrangente do conteúdo, tendo em vista que a matéria não se 
relaciona apenas com as competências do oficial de justiça, ela se relaciona com a atual 
organização judiciária brasileira, bem como os desafios da atuação profissional no 
contexto do processo eletrônico. 
 Para que haja uma melhor compreensão do tema, preparamos para você um 
conteúdo que servirá de base para a compreensão da matéria, que trará o 
conhecimento necessário acerca do estudo das funções e atribuições do Oficial de 
Justiça, bem como a análise da organização judiciária no Brasil. 
 Na Unidade I vamos tratar de forma geral sobre a política judiciária brasileira, 
analisar quem são os auxiliares da justiça e quais as suas principais funções, trataremos 
sobre as principais características sobre o Poder Judiciário e a genealogia do Cargo de 
Oficial de Justiça, para que compreenda e reconheça a importância do cargo e a eficácia 
da Justiça Brasileira, bem como, saiba definir a política de organização do judiciário no 
Brasil. 
 Já na Unidade II você irá saber mais sobre os princípios norteadores do cargo 
de Oficial de Justiça, bem como conhecer sobre as áreas que o Oficial de Justiça possui 
competência para atuar, irá compreender também quais são as peculiaridades 
referentes às decisões e mandados judiciais e sobre as funções e atribuições ao cargo 
de Oficial de Justiça. 
 Na sequência, na Unidade III falaremos a respeito dos atos e prazos processuais, 
desde a sua existência, validade e eficácia, em seguida definiremos quais são os atos 
de comunicação existentes no processo e os mecanismos da citação, intimação e 
notificação. 
 E em nossa Unidade IV finalizaremos o conteúdo dessa disciplina com o estudo 
sobre os atos de execução que podem ser exercidos pelos oficiais de justiça, o conceito 
dos atos de constatação, os atos de força e coerção e derradeiramente trataremos 
acerca da relação entre as diligências e certidões. 
 
 Muito obrigada e bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
DO JUDICIÁRIO E INTRODUÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA 
Professora Flávia Lausi Rodrigues 
Professor Thales de São José Sandoval 
 
 
Plano de Estudo: 
 
• Política e Organização do Poder Judiciário no Brasil; 
• Auxiliares da Justiça; 
• Judiciário e sociedade; 
• Genealogia do cargo de oficial de justiça 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
• Conceituar e contextualizar a Política e Organização do Poder Judiciário no 
Brasil; 
• Tratar sobre os diferentes cargos e funções dos Auxiliares da Justiça; 
• Compreender a relação entre Judiciário e sociedade; 
• Analisar o surgimento e evolução do cargo de oficial de justiça. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Caro(a) aluno(a), 
 
Seja bem-vindo ao estudo sobre competências do Oficial de Justiça. 
A disciplina que iremos estudar ao longo do nosso curso, visa aprender as 
funções e atribuições do Oficial de Justiça, bem como fazer uma análise abrangente 
acerca da organização judiciária no Brasil. Além disso, iremos ao final do nosso material, 
verificar os desafios da atuação profissional do Oficial de Justiça no contexto do processo 
eletrônico. 
Para isso, preparamos para você nesta unidade, um material que servirá de 
subsídio para você aluno(a). 
No tópico I desta unidade estudaremos os diferentes conceitos doutrinários 
sobre política, a sua origem, conceito de políticas públicas, a diferenciação das idéias 
políticas ocidentais, quais sejam: direita, centro e esquerda e o principal objetivo da 
política. Após a análise geral sobre o tema política, nos aprofundaremos sobre a 
organização do Poder Judiciário no Brasil, fazendo uma abordagem inicial sobre as três 
funções do Estado distintas e independentes entre si, sendo estas as seguintes funções: 
Legislativa, Executiva e Judiciária. 
Trataremos superficialmente sobre a função legislativa e executiva. E por 
conseguinte, nos aprofundaremos na função do Poder Judiciário, visto que é o poder 
que se relaciona com o conteúdo da nossa disciplina. Abordaremos desde o conceito do 
Poder Judiciário, até mesmo os órgãos que constituem o Poder Judiciário, tratando de 
forma geral sobre a função de cada órgão do Poder Judiciário. 
No tópico II, veremos sobre os auxiliares da justiça, que para o efetivo e 
satisfatório desempenho da atividade jurisdicional, se faz indispensável a participação 
com juízes, promotores e demais pessoas que integrem a máquina judiciária no auxílio 
às atividades do juízo. 
Desta forma, a lei disciplina e esclarece sobre os distintos cargos de auxiliares à 
justiça, quais sejam: o escrivão; o chefe de secretaria; o oficial de justiça; o perito; o 
depositário; o administrador; o intérprete; o tradutor; o mediador; o conciliador judicial; 
o partidor; o distribuidor; o contabilista e o regulador de avarias. Contemplaremos 
também as distintas funções de cada um destes cargos no exercício das atividades 
jurisdicionais conforme estabelecido na lei. 
No tópico III desta unidade estudaremos a relação do Judiciário e da sociedade, 
buscando compreender que o Judiciário pode influenciar o povo com suas decisões 
judiciais, seja por meio do ativismo judicial ou de julgamentos com efeitos erga omnes, 
bem como que o Judiciário, apesar de ser um dos três poderes da União, não está para 
servir a sociedade, mas assegurar o cumprimento da Constituição Federal de 1988, ainda 
que a decisão seja contramajoritária. 
Por fim, no tópico IV analisaremos o surgimento do cargo de oficial de justiça e 
sua evolução histórica até os dias atuais, verificando que houveram mudanças na 
nomenclatura, bem como, é um dos principais auxiliares da Justiça, conhecido também 
como ‘mãos do Magistrado’. 
 
Vamos começar! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL 
 
ID IMAGEM: 1104531278 - www.shutterstock.com/ 
 
Prezado(a) aluno(a)! Iniciaremos os nossos estudos da disciplina tratando sobre 
a política e a organização doPoder Judiciário, um tema de suma importância. Para 
darmos início, se faz necessário que você aluno(a) conheça o conceito do termo política, 
vamos lá? 
A palavra política de acordo com (Neves, s/d, online) “faz menção a tudo que 
está vinculado ao Estado e a sua administração, mas definições modernas defendem 
que política é meramente o exercício do poder”. Neves (2021, p. 01) ainda esclarece 
que: 
 
A política é o nome que se dá para a capacidade do ser humano de criar 
diretrizes com o objetivo de organizar seu modo de vida. Essa palavra 
também faz menção a tudo que está vinculado ao Estado, ao governo e à 
administração pública com o objetivo final de administrar o patrimônio 
público e promover o bem público, isto é, o bem de todos. 
 
O surgimento da política remonta à Grécia Antiga, um dos seus grandes 
articuladores desse período foi Aristóteles, que dizia que “a política era um mecanismo 
que tinha como fim último a felicidade dos homens” (NEVES, 2021, p. 01). 
A monarquia e a república são os sistemas políticos tradicionais, nestes 
sistemas, de acordo com com Neves (2021, p. 01), “podem ainda haver variações 
significativas ao nível da organização''. Por exemplo, o Brasil é uma República 
Presidencialista, enquanto Portugal é uma República Parlamentarista. 
No geral, as ideias políticas do estado se dividem em direita, centro e esquerda, 
vejamos as divisões expostas pela estudiosa Juliana Bezerra (s/d, online): 
 
a) Direita: manutenção das classes sociais com privilégios para os ricos, livre-
concorrência, negociação direta com o empregador, dentre outras. 
b) Centro: defesa da liberdade de comércio com os direitos básicos dos 
trabalhadores assegurados, etc; 
c) Esquerda: defende a abolição das classes sociais, a repartição igualitária das 
riquezas, garantia dos direitos dos trabalhadores, etc. 
 
A administração do governo, se dá por meio de políticas públicas que consistem 
em “ações, programas ou decisões tomadas por um governo independente, na esfera 
municipal, estadual e federal” (NEVES, 2021, p. 01), que visam a tratar sobre diversos 
temas, quais sejam: saúde, transporte, educação, habitação, dentre outros. 
O principal objetivo da política é garantir a estabilidade social aos seus 
cidadãos, e o agente máximo apto a garantir esta estabilidade é o Estado. Tratamos 
sobre os distintos conceitos de política e suas peculiaridades e passaremos agora, a 
tratar sobre a organização do Poder Judiciário. 
 
SAIBA MAIS 
 
O Estado está sempre no exercício da função jurisdicional, e ocupa na relação 
jurídica processual uma posição de supremacia equidistância das partes, pois o processo 
é um instrumento de exercício do poder soberano do Estado, e a equidistância é a 
imparcialidade, uma característica essencial da jurisdição. 
Entretanto, para assegurar a imparcialidade do Estado, é preciso que haja 
imparcialidade do agente estatal que irá exercer a função jurisdicional, no caso, o Juiz. 
 
Fonte: CAMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. p. 301. Grupo GEN, 2021. 
9788597027952. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597027952/. 
Acesso em: 2021 set. 02.. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
A organização do Judiciário deve ser disciplinada observando os princípios 
previstos na Constituição Federal. Quanto à organização do Poder Judiciário no Brasil, o 
art. 2º da Constituição Federal distribui os três poderes do Estado em três funções 
distintas, mas interdependentes, quais sejam: legislativa, executiva e judiciária 
(HADDAD et al, 2020, p. 01). 
Dentre as três funções destacadas, trataremos de maneira breve o exercício de 
cada uma delas, tratando com maior propriedade a função do Poder Judiciário, visto que 
se trata do objeto do nosso estudo no presente tópico e que servirá de base para a 
compreensão da nossa matéria sobre Competências do Oficial de Justiça. 
No exercício da função legislativa, “o Estado estrutura a ordem jurídica 
formulando as leis que visam à regulamentação da vida do homem em sociedade” 
(HADDAD et al, 2020, p. 01), ou seja, em outras palavras, esta função consiste na 
elaboração das normas legais, criadas para regular o convívio do homem em sociedade. 
A segunda função em destaque, ou seja, a função executiva, “compete ao 
Estado realizar a ordem jurídica, cumprindo o ordenamento jurídico vigente” (HADDAD 
et al, 2020, p. 01), ou seja, esta função compete na execução das normas legais vigentes, 
criadas pelo Poder Legislativo. 
Finalmente, na função Judiciária ou Jurisdicional, o Estado “atua na composição 
dos conflitos de interesses perturbadores da paz social, visando à consequente solução 
dos respectivos conflitos” (HADDAD et al, 2020, p. 01). Pois, independente dos outros 
poderes, “o Poder Judiciário possui a função precípua/principal de julgar os conflitos de 
interesses que surgem na sociedade, fazendo aplicar a lei ao caso concreto” (HADDAD 
et al, 2020, p. 01). 
Lembrando que, além da função principal atribuída pela Constituição Federal a 
cada um dos poderes do Estado, estes poderes podem também exercer funções 
secundárias dos demais, sempre de maneira harmônica e independente entre si. 
Nesse sentido, é dizer que, o Poder Judiciário além de exercer a sua função 
principal, qual seja, o exercício jurisdicional, que consiste em julgar os conflitos 
existentes na sociedade, também possui as seguintes funções, conforme preceitua 
Haddad (2020, p. 01): 
 
Assim, o Judiciário, além da sua função principal (exercício da função 
jurisdicional) também possui função legislativa (por exemplo, na elaboração 
dos regimes internos dos Tribunais) e administrativa (organização dos 
respectivos cargos e funcionários); o Poder Legislativo, além da sua função 
precípua de elaboração das leis, também exerce função jurisdicional (por 
exemplo, no julgamento dos casos de crime de responsabilidade do 
Presidente da República, art. 52, I), e também função administrativa 
(organização dos respectivos cargos e funcionários). Da mesma forma ocorre 
com relação ao Poder Executivo, que também tem função legislativa, nos 
casos de edição das Medidas Provisórias pelo Presidente da República). 
 
 
Ressalta-se então que todas as funções secundárias estão devidamente 
previstas na Lei em relação a cada um dos Poderes que compõem o Estado. 
Incumbe ao Poder Judiciário impor aos cidadãos o “cumprimento das leis do 
país, bem como intervir nos litígios existentes, solucionando os mais diversos conflitos 
de interesses, impondo a aplicação da lei ao caso concreto” (HADDAD et al, 2020, p. 01). 
Pois, o poder judiciário, também conhecido como poder jurisdicional, é o exercício da 
“jurisdição”, palavra que vem do latim jurisdictio, e significa “ação de fazer o direito” 
(HADDAD et al, 2020, p. 01). 
A respeito dos conceitos doutrinários acerca da Jurisdição, trouxemos para 
você aluno(a) dois conceitos para facilitar a sua compreensão. O primeiro nos dizeres do 
Saudoso Prof. Moacyr Amaral dos Santos (2005), a Jurisdição: 
 
é uma das funções da soberania do Estado. Função do poder, do Poder 
Judiciário. Consiste no poder de atuar o direito objetivo, que o próprio Estado 
elaborou, compondo os conflitos de interesses e dessa forma resguardando 
a ordem jurídica e a autoridade da lei. A função jurisdicional é, assim, como 
que um prolongamento da função legislativa e a pressupõe. No exercício 
desta, o Estado formula as leis, que são as regras gerais e abstratas 
reguladoras da conduta dos indivíduos, tutelares de seus interesses e que 
regem a composição dos respectivos conflitos; no daquela, especializa as leis, 
atuando-as em casos ocorrentes. (SANTOS, 2005, p. 67). 
 
 
Quanto à organização do Poder Judiciário, esta encontra-se regida pela 
Constituição Federal de 1988, disposta nos seus artigos 92 ao 126, conforme 
passaremos analisar, mas antes de iniciarmos a tratar sobre os órgãos que compõem o 
Poder Judiciário,trouxemos para você aluno(a) a seguinte reflexão sobre o papel do 
Poder Judiciário diante do processo de redemocratização do país. (BRASIL, 1988) 
 
REFLITA 
 
O Poder Judiciário teve um papel fundamental no processo de 
redemocratização do País, sendo o órgão responsável por assegurar as garantias 
individuais e coletivas que a nova Constituição trouxe. 
 
Fonte: PINHEIRO, K. B. O Poder Judiciário através da história: reflexões sobre as principais 
transformações ocorridas na Nova República. Âmbito Judiciário. 
 2016. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-poder-judiciario-
atraves-da-historia-reflexoes-sobre-as-principais-transformacoes-ocorridas-na-nova-republica/. Acesso 
em: 06 jun. 2021. 
 
#REFLITA# 
 
O Poder Judiciário compreende: o Supremo Tribunal Federal, o Conselho 
Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, os 
Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do Trabalho, os 
Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos 
Estados e do Distrito Federal e Territórios. Conforme elucida-se na imagem a seguir 
disposta, vejamos: 
 
 Figura 1 - Estrutura do poder judiciário (quadro esquemático): 
 
Fonte: NUNES J, Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva, p.1378, 2020. 
Todos os órgãos acima relacionados, com exceção do Conselho Nacional de 
Justiça, possuem por escopo a função de exercer a jurisdição, pois trata-se de uma 
função típica de Estado voltada à solução dos conflitos que surgem da convivência em 
sociedade. 
O direito à jurisdição se trata de direito fundamental aos cidadãos, conforme 
preceitua o art. 5º, XXXV da Constituição Federal, isso se traduz na impossibilidade do 
Estado de negar aos jurisdicionados a apreciação das mais variadas questões por um 
órgão do Poder Judiciário. 
Conforme você aluno(a) pode analisar no quadro esquemático representando 
a estrutura do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder 
Judiciário nacional, ele reúne as funções da corte constitucional e de tribunal de última 
instância. O Supremo Tribunal Federal possui por escopo zelar pelo cumprimento da 
Constituição Federal. 
Este órgão é competente para apreciar alegações a respeito da 
constitucionalidade das leis e de outras espécies normativas, realizando o controle 
concentrado de constitucionalidade, processando e julgando: 
A) Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIS); 
B) Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs); 
C) Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs); 
D) Ações Diretas de Inconstitucionalidade por Omissão (ADOs). 
 
Não obstante, incumbe ainda ao Supremo Tribunal Federal proferir a última 
palavra quanto à solução de conflitos apresentados diante do Poder Judiciário, 
recebendo recursos voltados a impugnar decisões dos demais órgãos jurisdicionais, 
conforme já relatado. 
O referido órgão é composto por onze ministros escolhidos pelo Presidente da 
República, entre cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. Quanto aos 
critérios subjetivos para a escolha desses membros, estes encontram-se elencados no 
art. 101 da Constituição Federal. 
O Conselho Nacional de Justiça, criado pela Emenda Constitucional nº 45 é 
responsável pelo controle interno para verificar a adequação da atuação administrativa 
e financeira do Poder Judiciário e para que haja certeza de que os juízes estão cumprindo 
com os deveres impostos pelo cargo. 
De acordo com Brasil (1988), o Art. 103-B, §4º da Constituição Federal, incumbe 
também ao Conselho Nacional de Justiça rever processos disciplinares que tenham por 
objeto possíveis transgressões praticadas por membros de Tribunais. 
Quanto à composição do Conselho Nacional de Justiça, esta se encontra 
elencada no art. 103-B, na hipótese de você aluno(a) ter interesse em se aprofundar no 
tema. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sua atuação disciplinada nos arts. 104 
e 105 da Constituição Federal. O referido órgão “é o guardião do direito objetivo federal, 
entre suas competências está em analisar os atos praticados pela Administração Pública 
em sentido amplo, com as normas que se encontram abaixo da Constituição Federal” 
(BARBOSA, 2020). E sua composição se encontra disposta no art. 104 da Constituição 
Federal. 
Trouxemos para você aluno(a) neste tópico, quanto a organização do Poder 
Judiciário no Brasil, as divisões das principais funções do Estado, quais sejam: Poder 
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário tratando sobre as suas finalidades e seus 
aspectos mais relevantes. Por conseguinte, passamos a tratar sobre os principais órgãos 
que compõem o poder judiciário e as suas principais finalidades. No próximo tópico 
passaremos a tratar sobre os distintos cargos dos auxiliares da justiça, vamos lá? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 AUXILIARES DA JUSTIÇA 
ID IMAGEM: 526422091 
Para o efetivo e satisfatório desempenho da atividade jurisdicional, se fazem 
indispensáveis a participação dos juízes, promotores, e “outras pessoas que integrem a 
máquina judiciária em auxílio às atividades do juízo” (HADDAD, 2020, p. 95). 
Desta forma, com o intuito de disciplinar as funções e a efetiva participação 
dessas pessoas no exercício das atividades jurisdicionais, o Código de Processo Civil 
destinou um capítulo próprio intitulado por “Auxiliares da Justiça”. 
Na referida Lei, o legislador processual esclarece sobre as distintas funções dos 
auxiliares da justiça. 
O Código de Processo Civil prevê em seu instituto quatorze diferentes cargos 
de auxiliares da justiça, cada um deles com suas funções e disciplinas, todas dispostas 
no referido dispositivo legal mencionado. 
Trataremos de maneira breve sobre a principal função de cada um dos 
auxiliares de justiça conforme discriminados no diploma legal, e com mais propriedade 
sobre as funções e competências do cargo do oficial de justiça, sendo este o objeto de 
estudo desta nossa disciplina. 
 
a) Do Serventuário, ou escrivão ou chefe de secretaria: responsável por redigir 
ofícios, documentos de um processo, “bem como estar ao lado do juiz nas 
audiências para adotar as providências que se façam necessárias para a boa 
condução da mesma; e, ainda, responsabilizar-se pela guarda do processo” 
(HADDAD et al, 2020, p. 95). 
b) Do Perito: “o magistrado é um ser humano e como tal, tem suas limitações, ou 
seja, não é e nem poderia ser, detentor de conhecimentos especializados sobre 
todos os assuntos da vida” (HADDAD, 2020, p. 97) assim sendo, na prática 
cotidiana o “juízo se socorrerá desses experts, que elaboraram laudos acerca 
desses assuntos específicos que surgiram no decorrer da lide, a fim de que as 
informações trazidas prestem esclarecimentos ao magistrado” (HADDAD et al, 
2020, p. 97) estes laudos servirão para trazer melhores esclarecimentos para o 
magistrado no momento de formar seu convencimento e julgar o conflito 
existente. 
c) Do depositário e do Administrador: “são os casos em que se fizerem necessárias 
a guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou 
arrecadados, o juiz designará depositário ou administrador” de acordo com o art. 
149 da Lei 13.105 de 2015 (BRASIL, 2015). 
d) Do intérprete e do tradutor: em determinadas situações, o magistrado 
necessitará “de um auxiliar para analisar documentos que não estejam na língua 
portuguesa, ou para atender e comunicar-se com pessoas que se servem de 
expressão não convencional, como é o caso dos deficientes auditivos (HADDAD, 
2020, p. 98). 
e) Dos conciliadores e mediadores judiciais: estes auxiliares são responsáveis por 
estimular as partes à realização de um acordo, para composição da lide trazida 
ao Poder Judiciário, buscando sempre que possível a solução consensualdos 
conflitos (HADDAD et al, 2020, p. 99). 
 
Passamos, finalmente, a analisar de maneira resumida as atribuições ao cargo 
de Oficial de Justiça, visto que passaremos a tratar com mais profundidade nas próximas 
unidades em momento oportuno, de acordo com o nosso plano de ensino da matéria 
da nossa disciplina. 
A principal função do oficial de justiça, a qual, resumidamente consiste na 
“missão de levar as partes ou ou terceiros, que de alguma forma tenham vínculo com o 
processo, às notícias do juízo e as determinações do juízo, através dos cumprimentos 
judiciais” (HADDAD, 2020, p. 96). 
Assim, nos exatos termos da lei, o Código de Processo Civil, em seu art. 154 
(BRASIL, 2015) incumbe ao oficial de justiça: 
 
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais 
diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 
(duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao 
lugar, ao dia e à hora; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento 
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem. 
V - efetuar avaliações quando for o caso; 
VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por 
qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe 
couber. 
 
Ressalta-se que o antigo Código de Processo Civil de 1973 já previa a 
determinação para o oficial de justiça realizar avaliação de bens encontrados de 
devedores, e quando for o caso, quantificar os bens para a realização de penhora 
(HADDAD et al, 2020, p. 97). 
A lei também impõe ao Oficial de Justiça que certifique expressamente no 
mandado, todo o ocorrido, o dia, a hora, a data e o local da realização da diligência. 
O oficial de justiça detém de “fé pública no tocante às informações que declarar 
em suas certidões. Assim, até prova em contrário, suas considerações gozarão de 
presunção de veracidade, ou seja, serão admitidas como verdadeiras pelo juiz” 
(HADDAD et al, 2020, p. 97). 
Destacamos para você aluno(a) os cargos de auxiliares da justiça conforme 
dispostos no diploma legal, e as principais funções de cada um deles. Por conseguinte, 
tratamos de forma mais aprofundada sobre a principal função do cargo de oficial de 
justiça e suas atribuições elencadas no Código de Processo Civil, passaremos agora para 
o próximo tópico, a respeito do judiciário e da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 JUDICIÁRIO E SOCIEDADE 
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O presente tópico abordará conteúdos relacionados ao Judiciário e Sociedade, 
a fim de compreendê-los e, posteriormente, verificar a relação existente entre ambos. 
A União, formada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, segundo a 
Constituição Federal da República/88, em seu artigo 2º, possuí poderes, independentes 
e harmônicos entre si, quais sejam: Legislativo; Executivo e Judiciário, senão vejamos: 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário, conforme Constituição Federal/88. (BRASIL, 1988) 
Essa característica, conhecida como separação dos poderes, nas palavras de 
Moraes (2021, p. 05), se trata de garantia constitucional para assegurar a liberdade e 
controle dos eventuais abusos praticados pelos outros poderes da União, em especial 
proteger o povo de governos autoritários e onipotentes. 
Nesse cenário, o Matos (2021) continua esclarecendo que teoria da separação 
dos poderes originou-se pela obra ‘Política’ de Aristóteles, seguida por John Locke no 
‘Segundo tratado do governo civil’, e, ao final, aprimorada por Montesquieu no ‘Espírito 
das Leis’. 
Em decorrência dessa teoria, cada um dos poderes tem funções típicas e 
atípicas, sendo que analisando especialmente o Judiciário, podemos verificar que suas 
funções consistem em: A-) Típicas, como função jurisdicional (julgar e aplicar a Lei ao 
caso concreto; B-) Atípicas, como administrativa e legislativa (regimento interno). 
(MATOS, 2021, p. 597). 
No mesmo sentido, Nunes J. (2020, p. 1216) afirma que o Poder Judiciário tem 
sua função típica, isto é, função principal consistente em julgar, o que decorre 
etimologicamente de juris dictio (dizer o direito), já suas funções excepcionais, 
conhecidas como atípicas, consiste em legislar sob os regimentos internos dos próprios 
tribunais e administrar o sistema Judiciário com contratações e demissões, sanções 
disciplinares, dentre outras. 
O Judiciário brasileiro, como de outros países, está sendo influenciado pelo 
neoconstitucionalismo que, segundo Nunes (2020, p. 69), pode ser compreendido 
como: 
(...) um movimento social, político e jurídico surgido após a Segunda Guerra 
Mundial, tendo origem nas constituições italiana (1947) e alemã (1949), fruto 
do pós-positivismo, tendo como marco teórico o princípio da “força 
normativa da Constituição” e como principal objetivo garantir a eficácia das 
normas constitucionais, principalmente dos direitos fundamentais. 
 
 Trata-se de movimento social, político e jurídico que causa consequências ao 
Poder Judiciário e pode refletir na sociedade. A primeira consequência é o maior 
reconhecimento dos princípios constitucionais, sendo que estes, segundo Nunes J. 
(2020, p. 73), são mandados de otimização, os quais podem ser satisfeitos em diversos 
graus e a satisfação depende de possibilidade fática e jurídica, de modo que possuem 
mais força do que as próprias regras constitucionais. 
O exemplo desse fato consiste no julgamento da Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental, n. 132/RJ, julgada pelo Ministro Ayres Britto do Supremo 
Tribunal Federal, 2011, no qual, apesar do artigo 226, §3º, da Constituição Federal 
considerar que a união estável é composta por homem e mulher, reconheceu que há 
equiparação da norma constitucional aos casais homoafetivos. (BRASIL, 1988). 
Outras consequências do neoconstitucionalismo, segundo Nunes J. (2020, p. 
74) consistem em: a-) Interpretar hermeneuticamente as normas constitucionais; b-) 
Eficácia das normas constitucionais acima das demais. 
Além disso, a consequência mais importante para nosso estudo e que está 
relacionada diretamente com os anseios sociais, logo está ligada a sociedade, consiste, 
segundo Nunes J. (2020, p. 75) no protagonismo do Judiciário, mais conhecido como 
ativismo judicial, uma vez que a Constituição como normas basilar para todos Poderes 
do Estado, como o Judiciário é quem assegura o cumprimento das regras 
constitucionais, não está errado determinar que sejam cumpridas, incluindo aquelas 
que o Estado precisa dar prestação. 
Em razão do ativismo judicial o Poder Judiciário está cada vez mais presente na 
vida de cada cidadão brasileiro, pois está com poderes para interferir nos Poderes 
Executivo e Legislativo sob o pretexto de estar aplicando e protegendo normas 
constitucionais. 
Diante disso, segundo Nunes J. (2020, p. 75) surgem duas críticas, quais sejam: 
a) Tal postura do Judiciário acaba por prestigiar as classes mais abastadas da 
sociedade. Isso porque os mais instruídos poderão acionar o Judiciário por 
meio de remédios constitucionais e outras ações com o escopo de concretizar 
seus direitos, que a maioria inculta sequer sabe ser titular; b) Tal postura do 
Poder Judiciário viola a separação dos Poderes e o regime democrático, já que 
a implantação das políticas públicas é de responsabilidade principal do Poder 
Executivo, eleito diretamente pelo povo, e não do juiz, escolhido sem a 
participação popular. 
 
Acerca do ativismo judicial, Moraes (2021, p. 880) descreve que o Judiciário 
deve ter bom senso para aplicá-lo, advertindo que deve ser apresentada fundamentação 
objetiva, clara, com intuito de evitar o excesso de subjetividade, o que pode possibilitar 
a análise crítica da decisão, bem como, o desenvolvimento de balizas para a atuação do 
próprio Judiciário. 
Assim sendo, considerandoque o objeto deste estudo não é analisar o ativismo 
judicial, deixaremos de nos aprofundar no tema, o qual, desde já, afirmo que tem ampla 
discussão jurídica e doutrinária. 
Analisando detidamente, observa-se que o Judiciário está realmente 
entrelaçado com a sociedade brasileira, seja em razão de assegurar as garantias 
constitucionais ou seja pela aplicação da Lei nos casos concretos. Lembrando que o caso 
concreto pode ter efeito apenas entre as partes ou erga omnes, quando atingirá os 
demais casos. 
A eficácia erga omnes das decisões decorre de previsão legal que consta no 
texto constitucional, em específico no artigo 102, da Constituição Federal de 1988, com 
a seguinte redação: 
Art. 102, 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo 
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações 
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal. (BRASIL, 1988, online) 
 
O cenário atual do Judiciário retrata que está intervindo cada vez mais na 
sociedade, seja por meio do ativismo judicial ou pelas decisões com caráter erga omnes, 
além de editar, por exemplo, Súmula Vinculante, às quais também atingem todos os 
casos. 
Já verificamos que existe relação entre Judiciário e sociedade. Agora, visando 
aprofundar-se no assunto, precisamos compreender que, apesar do Judiciário ser o 
guardião da Constituição Federal/88 e aplicar a Lei em casos concretos, não pode ser o 
representante do povo, haja vista que o Legislativo que os representa 
Nesse sentido, há possibilidade de encontrarmos conteúdos que apontam na 
direção de que o Judiciário, ainda que contra a maioria, precisa aplicar a Lei, 
demonstrando-se ser o representante da Lei, como mencionou Marietta (s/d apud 
MELO, 2012, online). 
Cumpre observar que a maioria da sociedade consegue influenciar e, 
principalmente, ter voz meio do Poder Legislativo, o qual poderá criar Leis que atendam 
a maioria da população brasileira, uma vez que os deputados federais são eleitos pelo 
povo e quando estão na Câmara dos Deputados, formam maioria para criar determinada 
Lei, sendo que neste ato estão representando a maioria dos cidadãos. 
Por outro lado, o Judiciário tem o princípio contramajoritária, ou seja, 
independentemente da vontade do povo, como determinar a prisão de determinada 
pessoa, os Juízes devem aplicar a Lei, agradando ou não os cidadãos, pois os julgamentos 
são pautados pelos princípios e garantias constitucionais, os quais prevalecem 
interesses particulares, ainda que, aparentemente, seja da maioria (DALLAQUA VINCI; 
VINCI JUNIOR, 2015) 
 
REFLITA 
 
Ministro Marco Aurélio Mello: “nós, juízes, podemos muito, mas não podemos 
tudo. A Constituição tem de ser cumprida.” 
Mello (s/d apud KUHN, 2019, Online ) 
 
Fonte: KUHN, Guilherme. Juízes podem muito, mas não podem tudo. 2019. Disponível em: 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/661511771/juizes-podem-muito-mas-nao-
podem-tudo. Acesso em: 06 jun.2021. 
 
#REFLITA# 
 
Portanto, concluímos que o Judiciário integra a União, realizando contrapeso 
entre os Poderes Executivo e Legislativo, bem como, resta evidente que o Judiciário e a 
Sociedade estão interligados, principalmente pelo ativismo judicial e a possibilidade de 
decisões judiciais terem efeitos para todos, mas que o Poder Judiciário não deve seguir 
os anseios sociais, ainda que, aparentemente, justos, uma vez que tem papel 
contramajoritária e deve sempre pautar-se pela aplicação da Lei sobretudo da 
Constituição Federal de 1988. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 GENEALOGIA DO CARGO DE OFICIAL DE JUSTIÇA 
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Neste tópico o objeto de estudo consiste na origem (genealogia) do cargo de 
oficial de justiça, um dos mais antigos, e que se trata de um auxiliar da justiça, como já 
analisado em tópico anterior. 
É importante esclarecer que oficial de justiça não confunde-se com o antigo 
cargo de meirinho ou porteiro, apesar de antigamente a nomenclatura ter sido utilizada 
com o mesmo sentido (ARAÚJO, 2020). 
Há menções na Bíblia, quando trata da organização dos serviços dos levitas, que 
Davi à época estava acompanhado de 6.000 (seis mil) magistrados e juízes, e 4.000 
(quatro mil) eram porteiros (BÍBLIA PASTORAL, 2015, p. 04). 
Segundo Rodrigues (2020, p. 15), no direito justiniano haviam os servidores da 
justiça conhecidos como Apparitores e Executores, os quais possuem funções 
semelhantes ao do oficial de justiça, as quais eram determinadas conforme o 
Magistrado responsável, 
O cargo de oficial de justiça foi evoluindo ao decorrer da história, mas foi 
possível constatar que haviam outros termos que se referiam ao referido auxiliar da 
justiça como: “sagio ou saion e meirinho ou merinus” (RODRIGUES, 2020, p. 15). 
Em Portugal com D. Afonso II, surgiram os Meirinhos-Mor, ou seja, eram os 
magistrados responsáveis pela jurisdição de determinado local e possuía a função de 
garantir o intervencionismo do poder real no judiciário (RODRIGUES, 2020, p. 16). 
Os magistrados conhecidos como Meirinhos-Mor tinham à disposição os 
meirinhos, os quais eram os oficiais de justiça da época responsáveis pelos 
cumprimentos das diligências que foram determinadas pelos Magistrados, bem como 
eram os oficiais dos ‘ouvidores’ e ‘vigários gerais’ (RODRIGUES, 2020, p. 16). 
A nomenclatura de meirinho era dada aos oficiais de justiça “numa menção à 
sua tarefa de percorrer a pé ou a cavalo o reino no cumprimento de diligências”, além 
disso, o significado de meirinho “deriva do latim maiorinos, derivado de maior, magnus, 
significa grande” (RODRIGUES, 2020, p. 16). 
Hoje, então, não se fala mais em meirinho, visto que com a evolução do cargo 
em análise e da própria sociedade caiu em desuso esta nomenclatura, assim, tratamos 
apenas como oficial de justiça. 
Considerando que o oficial de justiça é auxiliar da justiça, podemos considerá-
lo como “como longa manus dos magistrados e contribuem sobremaneira para a 
concretização da Justiça e para a pacificação social”. (FUX, 2021, online) 
 
SAIBA MAIS 
 
(...) No CPC, as atribuições dos oficiais de Justiça em síntese se refere a citações, 
intimações, notificações, prisões, penhoras, arrestos, buscas e apreensões, 
reintegrações de posse, arrolamento de bens e demais atos cautelares e executivos, 
avaliações, certificação de autocomposição, entre outras. No CPP, o oficial de Justiça é 
responsável pelos atos de condução coercitiva, citação, intimação, notificação, pregão 
e acompanhamento dos jurados para garantir a incomunicabilidade e sigilo dos votos 
no tribunal do júri, alvará de soltura e captura de internando que recebeu medida de 
segurança. Na CLT, compete ao oficial de Justiça os atos relacionados com a execução e 
avaliação de bens. No Código de Processo Penal Militar, o oficial de Justiça possui como 
atribuições executar buscas domiciliares ou pessoais, citações, condução coercitiva, 
entre outras. Na Lei de Execução Fiscal, o oficial de Justiça deve realizar a citação na 
hipótese de ser frustrada a tentativa pelo correio e proceder à penhora ou arresto de 
bens (...). 
 
Fonte: LIMA F, Gerardo Alves. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como exclusiva de 
Estado. Revista Conjur. em 18 ago. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-
filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Desse modo, concluímos o estudado desta unidade, constatando que o oficial 
de justiça surgiu há muitos anos, tendo registros desde o antigo testamento da Bíblia 
até os dias de hoje, sendo que hoje admite-se apenas a nomenclatura de oficial de 
justiça, bem como, verificamos que é o auxiliar da justiça que cumprirá ordensjudiciais, 
assim, estará materializando as determinações do Juiz no momento cumpri-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Nesta primeira unidade, buscou-se inicialmente introduzir que a matéria afeta 
ao Poder Judiciário e a política, a fim de trazer uma visão mais abrangente, visto que tal 
tema se encontra relacionado nas relações humanas e atividades do Estado. 
No tópico I, destacamos os diferentes conceitos doutrinários sobre a política, 
desde a sua origem, as principais ideias políticas ocidentais, o conceito das políticas 
públicas, as diretrizes da política e o objetivo principal da política a fim de que você 
aluno(a) crie um embasamento político, ainda que de forma geral. 
Passamos então, a tratar sobre a organização do Poder Judiciário no Brasil e as 
três principais funções distintas do Estado, que atuam de forma harmônica e 
independente entre si, sendo estas a Função Legislativa, Executiva e Judiciária. 
Tratamos com mais propriedade sobre as especificidades e características do 
Poder Judiciário, desde o seu conceito até mesmo os principais órgãos que compõem 
esse poder. 
No tópico II, relacionamos todos os cargos dos auxiliares da justiça, ainda que 
de maneira superficial, mas por conseguinte passamos a tratar sobre as diferentes 
funções do oficial de justiça e os seus principais encargos. 
Com relação ao tópico III, constatamos que o Judiciário tem função típica e 
atípica, respectivamente, sendo a função jurisdicional (julgar), e administrativa (ex. 
decidir sobre férias dos funcionários do Judiciário) e legislativa (criação de regimentos 
internos). 
Em seguida, verificamos que o Judiciário atua diretamente na sociedade, com 
edição de súmulas vinculantes, decisões erga omnes e, dentre outras situações, por 
meio do ativismo judicial, de modo a suprir a omissão do Poder Executivo ou Legislativo, 
com intuito de assegurar a Constituição Federal de 1988. Analisamos que o judiciário 
tem o princípio contramajoritário, isto é, deve seguir a Constituição, ainda que contra a 
vontade da maioria. (BRASIL, 1988) 
Por derradeiro, estudamos o surgimento do cargo de oficial de justiça, 
verificamos que existe há anos na história, sendo conhecido, por exemplo, como 
meirinho, e que atualmente a nomenclatura adequada é oficial de justiça, sendo este 
um cargo considerado a extensão do Magistrado, pois cumpre as diligências 
determinadas por eles. 
Na nossa próxima unidade, veremos sobre os princípios norteadores do cargo 
do Oficial de Justiça, as diferentes áreas de atuação, sobre as decisões e mandados 
judiciais do oficial de justiça, encerrando o conteúdo da próxima unidade, tratando a 
respeito das funções e atribuições do cargo de oficial de justiça. Vocês estão 
preparados? 
 
 Até a próxima unidade. Muito obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
Título: Oficial de Justiça: Competências, atribuições e responsabilidades 
Autor: Luis Claudio De Jesus-Silva e Asmaa Abduallah Hendawy. 
Editora: Juruá. 
Sinopse: Foi escrito por dois Oficiais de Justiça, um do Tribunal de Justiça de Roraima e 
o outro do Tribunal de Justiça do Pará, ambos Doutores, Professores Universitários e 
detentores do cargo de Oficial de Justiça há aproximadamente 30 anos. Sem dúvida o 
presente livro traz uma dimensão teórica e prática em todas as atividades inerentes ao 
mister deste Servidor do Poder Judiciário. É também, provavelmente, o estudo mais 
vasto e sistemático sobre os temas de competência dos Oficiais, conduzido pelo 
conhecimento jurídico de dois doutores, bem como pela prática por eles desempenhada 
no exercício da função.A presente obra oferece nortes para o estudo e procedimento 
das diversas modalidades de penhora, aspectos principais das avaliações de bens e o 
conhecimento técnico necessário para cumprimento dos mandados de avaliação, 
modelo de laudos técnicos de avaliação, vistoria, memorial descritivo, leilão de bens 
realizado pelo Oficial de Justiça, e ainda a atuação nas ações possessórias, execução 
fiscal e nos juizados especiais, dentre outros temas, expurgando dúvidas e 
questionamentos que porventura advenham quando do exercício da complexa função 
de execução das determinações Judiciais. 
Link: https://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=27381 
 
 
FILME 
 
Título: Twelve Angry Men/12 homens e uma sentença 
Ano: 1957 ou outra versão mais recente. 
Sinopse: Um jovem porto-riquenho é acusado do brutal crime de ter matado o próprio 
pai. Quando ele vai a julgamento, doze jurados se reúnem para decidir a sentença, 
levando em conta que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. 
Onze dos jurados têm plena certeza de que ele é culpado, e votam pela condenação, 
mas um jurado acha que é melhor investigar mais para que a sentença seja correta. Para 
isso ele terá que enfrentar diferentes interpretações dos fatos, e a má vontade dos 
outros jurados, que só querem ir logo para suas casas. 
Link: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-4063/. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ARAÚJO, Marcondes. Oficial de Justiça não é meirinho. Sindicato dos oficiais de justiça 
do estado de São Paulo, 15 jun. 2020. Disponível em: http://www.sindojus-
sp.com/oficial-de-justica-nao-e-meirinho/. Acesso em: 05 jun. 2021. 
 
BEZERRA, Juliana. O que é política? (s/d) Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
BIBLIA PASTORAL, 1 Crônicas 23. Editora Paulus, 2015. 
 
BRASIL. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, n. 132/RJ, julgada 
pelo Ministro Ayres Brito do Supremo Tribunal Federal, 2011, Brasília. Disponível: 
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628633. Acesso 
em: 06 jun. 2021. 
 
BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. Brasília, 16 de março de 2015. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 05 jun. 2021. 
 
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-4063/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DE 1998. Brasília, 05 de 
outubro de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 04 
jun. 2021. 
 
CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. [Digite o Local da 
Editora]: Grupo GEN, 2021. 9788597027952. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597027952/. Acesso em: 2021 
set. 02. 
 
DALLAQUA VINCI, Vieira, e VINCI JUNIOR. A função contramajoritária dos direitos 
fundamentais. Revista Conjur. 27 abr. 2015. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2015-abr-27/mp-debate-funcao-contramajoritaria-
direitos-fundamentais. Acesso em: 05 jun. 2021. 
 
FUX, Luiz. Atuação de oficiais de Justiça ganha reconhecimento do CNJ Conselho 
Nacional de Justiça. Em 25 mar. 2021. Disponível em:https://www.cnj.jus.br/atuacao-
de-oficiais-de-justica-ganha-reconhecimento-do-cnj/. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
HADDAD, José Ricardo; et al. Poder Judiciário e Carreiras Jurídicas. Grupo GEN, 2020. 
 
KUHN, Guilherme, 2019. Juízes podem muito, mas não podem tudo. Disponível em: 
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muito-mas-nao-podem-tudo. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
LIMA F, Gerardo Alves. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como 
exclusiva de Estado. Revista Conjur, em 18 ago. 2020. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 
06 jun. 2021. 
 
MELO, João Ozorio de. O Judiciário não representa o povo, diz ministra nos EUA. 
Revista Conjur. 08 maio 2012. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2012-mai-
08/judiciario-nao-representa-povo-sim-lei-ministra-eua.Acesso em: 05 jun. 2021. 
 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 37th edição, Grupo GEN, 2021. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica.A
NEVES, Daniel. Brasil Escola. (s/d) Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
NUNES J., Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva, 2020. 
 
RODRIGUES, Nuno Miguel Figueiredo. Legitimidade do Oficial de Justiça para a prática 
de atos em processo penal. Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da 
Universidade de Coimbra no âmbito do 2. Ciclo de Estudos em Ciências Jurídico 
Forenses (conducente ao grau de Mestre), jan. de 2020. Disponível em: 
https://estudogeral.uc.pt/retrieve/191230/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-
%20Legitimidade%20do%20Oficial%20de%20Justi%C3%A7a%20para%20a%20Pr%C3%
A1tica%20de%20Atos%20em%20Processo%20Penal.pdf. Acesso em: 06 jun. 2021. 
 
SANTOS, Moacyr Amaral dos. Primeiras linhas de direito processual civil. 24 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2005. 
 
 
UNIDADE II 
DO CARGO DE OFICIAL DE JUSTIÇA 
Professora Flávia Lausi Rodrigues 
Professor Thales de São José Sandoval 
 
 
Plano de Estudo: 
 
• Princípios norteadores do cargo; 
• Áreas de atuação; 
• Decisões de Mandados Judiciais; 
• Funções e atribuições do cargo. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/2038
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
• Conceituar e contextualizar os princípios norteadores do cargo de Oficial de 
Justiça; 
• Abordar sobre as diversas áreas de atuação do Oficial de Justiça; 
• Compreender sobre as decisões de Mandados Judiciais; 
• Analisar as funções e atribuições do Cargo do Oficial de Justiça. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a). 
 
Seja bem-vindo mais uma vez ao estudo sobre competências do Oficial de 
Justiça. 
No tópico I estudaremos os principais princípios do cargo de oficial de justiça, 
analisando os princípios explícitos na Constituição Federal/88, sendo eles: Legalidade, 
Impessoalidade, Publicidade e Eficiência. Além disso, estudaremos os princípios da boa-
fé e da presunção de veracidade dos atos do oficial de justiça. 
Já no tópico II, serão analisadas algumas áreas do oficial de justiça, já que o 
tema é amplo. Assim sendo, o objeto de estudo será nas grandes áreas do direito civil e 
penal. 
No tópico III, trataremos sobre as os mandados judiciais desde o seu conceito 
até as suas características. Os mandados referem-se às decisões que os juízes proferem 
nos autos dos processos, que podem ser informadas para as partes sendo cabível a 
depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, por edital ou por oficiais 
de justiça como veremos. 
Posteriormente, passaremos a tratar sobre as principais características que 
todos os mandados judiciais que incumbem ao Oficial de Justiça cumprir, tais 
características encontram-se elencadas no art. 250 da Lei nº 13. 105/2015, 
popularmente conhecida como Código de Processo Civil, conforme você aluno(a) verá 
de maneira detalhada. 
No tópico IV da nossa disciplina, trataremos sobre as funções e as atribuições 
que são conferidas ao Oficial de Justiça encontram-se dispostas na Lei nª 13.105/2015. 
Entre as atribuições que você aluno(a) verá com mais detalhes, estão as 
incumbências de: a) realizar pessoalmente as citações, bem como dar ciência à outra 
parte acerca das decisões proferidas pelos juízes competentes; b) A execução das 
ordens dos juízes; c) A devolução dos mandados em cartório após o seu cumprimento; 
d) A realização de avaliações de bens, demais pertences da parte devedora, d) Por fim a 
incumbência do Oficial de certificar a outra parte pode meio do mandado sobre 
proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de 
realização de ato de comunicação que lhe couber. 
Acreditamos que após o aprendizado trazido na presente unidade, você 
aluno(a) estará mais preparado para os nossos próximos conteúdos trazidos nas 
próximas disciplinas! 
 
Vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CARGO 
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O cargo de oficial está relacionado com o Poder Judiciário e suas atribuições 
como já estudamos na unidade anterior, inclusive, sendo o oficial de justiça 
considerando a extensão do Juiz. 
Assim sendo, os princípios que regem o cargo de oficial de Justiça são os 
mesmos aplicáveis à administração pública e que estão previstos no artigo 37, da 
Constituição Federal de 1988, vejamos: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: (...) (BRASIL, 1988, online) 
 
Observa-se que há cinco princípios expressos na Constituição Federal/88, 
também conhecidos como princípios explícitos, conforme Mazza (2021, p. 28). 
O princípio da legalidade, o primeiro citado pela Constituição Federal/88, 
encontra-se na própria estrutura da Administração Pública, de modo que permite, por 
exemplo, o Oficial de Justiça a realizar atos que estão previstos em Lei, o que se difere 
do relação entre particulares, na qual vigora o princípio da autonomia de vontade que 
permite às partes realizarem todos os atos que não estejam proibidos em Lei, segundo 
Pietro (2020, p. 91). 
 
Exemplo - Quando o Magistrado determina que o Oficial de Justiça cumpra um mandado 
de busca e apreensão cujo objeto da ação judicial é uma criança. No momento que vai 
cumprir o mandado, poderá utilizar de força policial, se for necessário, mas não pode 
utilizar meios que não estão assegurados em Lei, sob pena de estar praticando infração 
penal. 
Já com relação ao princípio da impessoalidade, segundo Oliveira (2013, p. 667): 
A Constituição visa obstaculizar atuações geradas por antipatias, simpatias, 
objetivos de vingança, represálias, nepotismo, favorecimentos diversos, 
muito comuns em licitações, concursos públicos, exercício do poder de 
polícia. 
 
Reforça esse entendimento Pietro (2020, p. 94) afirmando que o princípio da 
impessoalidade tem dois sentidos. O primeiro está relacionado com a finalidade da 
administração pública, de modo que não pode atuar para beneficiar ou prejudicar 
pessoas. Já o segundo sentido, aponta que o indivíduo que pratica o ato público, na 
verdade está representando a vontade estatal. 
Seguindo o exemplo anterior - O Oficial de Justiça no cumprimento do 
mandado de busca e apreensão não poderá deixar de cumpri-lo apenas para não 
prejudicar a mãe ou o pai ou para beneficiar um deles, uma vez que no ato está 
representando a vontade estatal, a qual foi também exarada no próprio mandado 
expedido pelo Juiz competente. 
O princípio da moralidade está relacionado ao princípio da legalidade estudado 
anteriormente (OLIVEIRA, 2013, p. 668). Segundo Mazza (2021, p. 72), o princípio da 
moralidade “exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade 
e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração.” 
Aqui fazemos um parênteses para estudar o princípio da presunção de 
legitimidade ou veracidade que possui duas vertentes, quais sejam: 
 
De um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de 
outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública se 
submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos 
sejam verdadeiros e praticados com observância das normas legais 
pertinentes (PIETRO, 2020, p. 95). 
 
Extrai-se do princípio da moralidade alinhado com o da presunção de 
legitimidade que os atos praticados pelo oficial de justiça possuem presunção de 
veracidade. 
 
SAIBAMAIS 
 
Compartilhamos a decisão judicial que reconhece a legalidade e veracidade dos 
atos do oficial de justiça, uma vez que cumpriu os princípios constitucionais. 
 
APELAÇÃO CÍVEL. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA. MULTA. 
OBSTÁCULOS AO CUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. PRESUNÇÃO DE 
VERACIDADE DE CERTIDÃO EMITIDA POR OFICIAL DE JUSTIÇA. 1. Descabe 
afastar a multa por ato atentatório à dignidade da justiça, se caracterizada 
hipótese legal em face da conduta que obsta o cumprimento de decisão 
jurisdicional. 2. A simples alegação de que as afirmações do oficial de justiça 
não correspondem à realidade dos fatos, desprovida de elementos 
comprobatórios, não se revela apta a afastar a presunção de veracidade do 
ato que goza de fé pública. 3. Apelação conhecida e não provida. (TJ-DF -
717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques, 7ª Turma Cível, 
Data de Julgamento: 07.11.2019, DJE: 28.11.2018.) 
 
Fonte: DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 7ª Turma Cível. Apelação. Processo n.: 
717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques. Data de Julgamento em: 07.11.2019. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Já o princípio da publicidade engloba todos os atos da administração pública, 
sendo a publicidade a regra. Segundo Pietro (2020, p. 98), o princípio da publicidade 
“exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas 
as hipóteses de sigilo previstas em lei.” 
Assim sendo, a publicidade é inerente a todos atos da administração pública 
sejam judiciais ou não, sendo que a única restrição surge da própria Constituição 
Federal/88, em seu artigo 5º, inciso LX, vejamos: “A lei só poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. 
(BRASIL, 1988, online) 
Exemplo de restrição de publicidade se trata de processos de cíveis que 
envolvem questões do direito de família, como divórcio e guarda de criança e/ou 
adolescente. 
O último princípio que consta no artigo 37, caput, da Constituição Federal/88 é 
o da eficiência que também pode ser estudado sob dois aspectos, sendo eles: 
 
Pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do 
qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr 
os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, 
disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de 
alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. (PIETRO, 
2020, p. 110) 
 
Relacionado com o cargo de oficial de justiça, podemos verificar que significa 
dizer que o profissional, respeitando os demais princípios, deve buscar a eficiência dos 
seus atos, como o cumprimento das ordens judiciais, por exemplo, por meio do 
aplicativo “WhatsApp” quando possível, em razão da pandemia. 
Além desses princípios, precisamos estudar o princípio da boa-fé que possui um 
aspecto objetivo e outro subjetivo (PIETRO, 2020, p. 114). O primeiro significa que o 
oficial de justiça, por exemplo, deve ter uma conduta legal e honesta no cumprimento 
de suas funções. Já o segundo, está diretamente relacionado com o sentimento interno 
do indivíduo, isto é, saber que está agindo adequadamente, seguindo os demais 
princípios. 
Desse modo, encerra-se o estudo deste tópico, apontado que estudamos os 
principais princípios da administração pública e que consequentemente estão alinhados 
com o cargo de oficial de justiça, de modo que devem ser seguidos todos princípios no 
exercício da profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 ÁREAS DE ATUAÇÃO 
ID IMAGEM: 1859552143 
 
Dando continuidade ao estudo desta unidade, neste tópico estudaremos as 
áreas de atuação do oficial de justiça, as quais são bem amplas, como veremos a seguir. 
O oficial de justiça pode atuar na área cível, conforme já estudamos na unidade 
anterior, ocasião que realizará atos como citações, intimações, notificações, penhoras e 
quaisquer outros atos executivos, nos termos do artigo 154, da Lei 13.105 de 2015: 
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: I - fazer pessoalmente citações, 
prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do seu ofício, 
sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no 
mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora; II - executar as 
ordens do juiz a que estiver subordinado; III - entregar o mandado em cartório 
após seu cumprimento; IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; V - 
efetuar avaliações, quando for o caso; VI - certificar, em mandado, proposta 
de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de 
realização de ato de comunicação que lhe couber. (BRASIL, 2015, online ). 
 
Por outro lado, na área criminal poderá, além de cumprir citações, intimações 
e notificações, certificar a incomunicabilidade dos jurados, nos termos do artigo 466, 
§2º, do Código de Processo Penal: 
 
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz 
presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as 
incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. § 2o A 
incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça. (BRASIL, 
1941, online ) 
 
Além disso, existentes outros atos específicos da área criminal, como realizar o 
pregão do julgamento do Tribunal do Júri, conforme o artigo 463, §1º, do Código de 
Processo Penal, bem como a condução coercitiva de testemunhas quando deixa de 
comparecer sem justificativa a ato que foi intimada, com base no artigo 218, do Código 
de Processo Penal: 
 
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer 
sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua 
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá 
solicitar o auxílio da força pública. (BRASIL, 1941, online) 
 
Os Oficiais de Justiça também podem atuar na área eleitoral dando 223.527, de 
26 de setembro de 2017, quais sejam: 
 
Artigo 5º: I - Intimação; II - Notificação; III - Citação; IV - Penhora; V - Avaliação; 
VI - Busca e Apreensão; VII - Prisão; VIII - Constatação; IX - Condução 
Coercitiva de Testemunha/Acusado; X - Arresto; e XI - Verificação de vínculo 
de domicílio (BRASIL, 1988, online) 
 
Conforme mencionado anteriormente, o oficial de justiça tem amplitude de 
atuação, ou seja, pode atuar em diversas áreas do poder judiciário e podemos 
complementar que também pode atuar nas áreas trabalhista e execução fiscal, dentre 
outras, conforme LIMA (2020, online): 
 
Na CLT, compete ao oficial de Justiça os atos relacionados com a execução e 
avaliação de bens.(...) Na Lei de Execução Fiscal, o oficial de Justiça deve 
realizar a citação na hipótese de ser frustrada a tentativa pelo correio e 
proceder à penhora ou arresto de bens. 
 
Desse modo, concluímos que a profissão de oficial de justiça tem grande 
importância para execução de atos judiciais, de modo que pode atuar em diversas áreas 
do Poder Judiciário, sendo essencial em todas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 DECISÕES DE MANDADOS JUDICIAIS 
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stand-legal-paper-1482504323. 
 
No presente tópico, trataremos sobre os mandados judiciais, ou seja, as 
decisões proferidas pelos Juízes nos autos do processos, que podem ser informadas para 
as partes sendo cabível a depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, 
por edital ou por Oficiais de justiça. 
No dicionário, o termo mandato deriva do latim mandatum, de ordenar, como 
vocábulo jurídico significa ato escrito, emanado pela autoridade pública, judicial ou 
administrativa, em virtude do qual deve ser cumprida a diligência ou a medida que ali 
se ordena ou se determina (DE PLÁCIDO E SILVA, 1998). 
É muito comum as pessoas confundirem os termos “mandado” e “mandato”.As duas palavras estão corretas, a depender em qual contexto estiverem inseridas. 
Para que você aluno(a) não confunda os termos mencionados, se faz de suma 
importância que você saiba que o termo “mandado” diz respeito a uma ordem judicial, 
já o termo “mandato” refere-se a um substantivo que concede uma autorização para 
uma pessoa agir em seu nome. 
Para que você melhor compreenda, trouxemos para você aluno(a) alguns 
exemplos utilizados cotidianamente dos referidos termos “mandato” e “mandado”. 
Vejamos: 
 
Exemplos de mandado: 
1. O juiz emitiu mandado de prisão em flagrante. 
2. O mandado será expedido ainda esta manhã. 
3. A polícia cumpriu o mandado de busca e apreensão. 
 
Exemplos de mandato: 
1. O mandato do vereador finaliza neste ano. 
2. O mandato do Presidente da República será iniciado imediatamente. 
 
Por se tratarem de termos parônimos, ou seja, palavras que possuem grafias 
semelhantes mas significados diferentes, se faz necessário ter muita atenção no 
momento de sua utilização (SILVA, 2019). 
O mandado que o Oficial de justiça entrega à parte devedora pela obrigação, 
se trata de um ato escrito, ou seja, uma decisão emanada pelo Juiz nos autos de um 
processo, subscrita pelo Juiz ou pelo Escrivão ou Chefe do Cartório, devendo ser 
cumprida em regra, pelo Oficial de Justiça. ou seja, o auxiliar do Juízo encarregado pela 
realização das diligências externas à qual Comarca ele estiver vinculado. 
Quanto às características dos mandados judiciais que o Oficial terá que cumprir, 
estas se encontram expressas no art. 250 do Código de Processo Civil, e deverão constar: 
(a) Os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residência; 
(b) A finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, 
bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para 
embargar a execução; 
(c) A aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver; 
(d) Se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de 
advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou mediação, com 
a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento; 
(e) A cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir a tutela 
provisória; 
(f) A assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração que o 
subscreve por ordem do juiz. 
 
Todos os mandados judiciais tratam-se de ordens proferidas pelos Juízes nos 
autos dos processos, com decisões judiciais com conteúdo e finalidades específicas. 
Assim sendo, o mandado pode servir para diversas finalidades, bem como: 
 
 (a) A citação da parte ré; 
 (b) A intimação de quaisquer uma das partes envolvidas no processo para as mais 
diversas finalidades, bem como, a realização da penhora, a apreensão de bens ou 
pessoas, a remoção de e avaliação de bens, dentre outros. 
 
Os mandados judiciais são nominados conforme o seu conteúdo (como por 
exemplo citação, intimação, dentre outros) podendo serem denominados como: 
 
● Mandado de Citação; 
● Mandado de Intimação; 
● Mandado de Intimação e Citação; 
● Mandado de Penhora, a depender do conteúdo e a finalidade da decisão. 
 
REFLITA 
 
“Oficiais de justiça cumprem ordens judiciais. Não existe nas atribuições dos 
Oficiais de Justiça a função de “entrega de mandados judiciais”. Mandados judiciais 
existem para serem cumpridos e não para serem “entregues”. 
 
Fonte: INFOJUS BRASIL. Autor Desconhecido. Disponível em: 
https://www.sindojuspb.org/home/2012/08/o-oficial-de-justica-e-o-cumprimento-das-decisoes-
judiciais/. Acesso em: 12 jun. 2021. 
 
#REFLITA# 
 
Após analisarmos as decisões e mandados judiciais, passaremos a tratar sobre 
as funções e atribuições do cargo de Oficial de justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO CARGO 
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justice-lawyer-1929742310. - 
 
Neste tópico trataremos sobre as funções e as incumbências que são conferidas 
ao Oficial de Justiça, tais atribuições e funções do Oficial se encontram dispostas no art. 
154 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015, online). 
A primeira incumbência conferida ao Oficial de Justiça, trata-se de realizar 
pessoalmente as citações, ou seja, dar ciência à outra parte devedora acerca de prisões, 
penhoras, arrestos e demais diligências. O dispositivo legal determina que sempre que 
possível, o Oficial de Justiça vá acompanhado de 2 (duas) testemunhas, certificando na 
certidão de recebimento, a ocorrência, o lugar, o dia e a hora. 
A segunda incumbência disposta, trata-se da execução das ordens do juiz em 
que o Oficial estiver subordinado, ou seja, refere-se a comarca que o Oficial de Justiça 
encontrar-se registrado 
Quanto à terceira atribuição conferida ao Oficial de Justiça, compete ao 
mesmo, entregar o mandado em cartório após o seu cumprimento. Ou seja, após o 
Oficial de Justiça citar o devedor, por meio do mandado, deve-se entregar ao cartório 
uma segunda via do mandado assinado ao Cartório, a fim de comprovar a realização da 
diligência a que lhe fora incumbida. 
Em relação a quarta incumbência, compete ao Oficial de Justiça auxiliar o Juiz 
da sua comarca pela manutenção da ordem. 
Quanto a quinta incumbência conferida ao Oficial de Justiça, compete ao 
mesmo realizar avaliações, como por exemplo, se a parte devedora estiver devendo ao 
credor, e solicitar ao Juiz uma avaliação dos bens do dever para apurar o valor e realizar 
a penhora, compete ao Oficial de Justiça realizar a avaliação dos bens. 
A sexta incumbência trata-se do Oficial de Justiça certificar por meio do 
mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na 
ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Tal incumbência tem por 
escopo promover a conciliação entre as partes. 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Enquanto ator processual reconhecido pelas diversas leis processuais, o Oficial 
de Justiça é o agente responsável pelas citações, prisões, penhoras, arrestos, despejos, 
reintegrações de posse, buscas e apreensões, avaliações etc. Deste modo, apresenta-se 
como um dos mais relevantes servidores da estrutura processual”. 
 
Fonte: FILHO, Gerardo Alves Lima. 8º Conojaf e o Oficial de Justiça do Século 21. Disponível em: 
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e-
entrevistas/artigos/2015/8o-conojaf-e-o-oficial-de-justica-do-seculo-21-gerardo-alves-lima-filho. Acesso 
em: 13 jun. 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Logo após certificada a proposta de autocomposição, o juiz ordenará a 
intimação da parte contrária para manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo 
do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa. 
Querido(a) aluno(a), esmiuçamos para você todas as atribuições conferidas ao 
Oficial de Justiça conforme previstas no artigo 154 do Código de Processo Civil, a partir 
de agora, você está pronto para iniciarmos a nossa próxima unidade, até logo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Prezado(a) aluno(a), estudamos os principais princípios da administração 
pública que são aplicáveis ao cargo de oficial de justiça, ressaltando-se os princípios da 
legitimidade, que permite o oficial de justiça cumprir apenas os atos permitidos em Lei, 
e da presunção de veracidade, que significa que os atos do profissional são presumidos 
verdadeiros, podendo ser confrontados apenas por prova robusta. 
Na sequência, estudamos no tópico II às áreas que o oficial de justiça poderá 
atuar perante o Poder Judiciário, tendo amplo atuação nas áreas do direito criminal e 
cível, lembrando que cada área de atuação tem funções específicas como no processo 
penal, em que o oficial de justiça atuará certificando a incomunicabilidade dos jurados, 
o que não tem em outras áreas. 
No tópico III, tratamossobre os mandados judiciais, ou seja, as decisões que os 
Juízes proferem nos autos dos processos, que podem ser informadas para as partes 
sendo cabível a depender do caso enviadas por correio, por meio eletrônico, por edital 
ou por oficiais de justiça. 
Trouxemos para você aluno(a) o significado da origem da palavra mandado, 
bem como a diferenciação e exemplos dos termos “mandado” e “mandato”, para que 
você aluno(a) compreenda e aprenda a utilizar os termos de forma correta, a depender 
do contexto. 
Posteriormente, trouxemos as principais características que todos os 
mandados judiciais que o Oficial de Justiça terá que cumprir, tais características 
encontram-se elencadas no art. 250 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). 
No tópico IV da nossa disciplina, tratamos sobre as funções e as atribuições que 
são conferidas ao Oficial de justiça encontram-se dispostas na Lei nª 13.105/2015, Quais 
sejam: realizar pessoalmente as citações, bem como dar ciência à outra parte acerca das 
decisões proferidas pelos juízes competentes; A execução das ordens dos juízes; A 
devolução dos mandados em cartório após o seu cumprimento; A realização de 
avaliações de bens, demais pertences da parte devedora, e por fim a incumbência do 
Oficial de certificar a outra parte pode meio do mandado sobre proposta de 
autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato 
de comunicação que lhe couber. 
Acreditamos que após o aprendizado trazido nesta unidade, você estará mais 
preparado para os conteúdos da nossa próxima unidade! 
Na próxima unidade, passaremos a tratar sobre os atos e prazos processuais, a 
existência validade e eficácia dos atos processuais, atos de comunicação processual, 
citação, e notificação das partes. Vamos lá? 
 
 Até a próxima unidade. Muito obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
Título: Oficial de Justiça - Elementos para capacitação profissional. 
Autores: Marcelo Araújo de Freitas e José Carlos Batista Junior. 
Editora: Juruá. 
Sinopse: O Oficial de Justiça é um profissional do Direito com capacidades as mais 
variadas, que vão desde o gerenciamento de seu trabalho e o contato com os 
jurisdicionados até os temas jurídicos de alta relevância e que determinam sua atuação 
como representante do Juízo. 
Em sua atividade, o Oficial de Justiça acumula uma série de habilidades e experiências, 
no entanto são poucas as oportunidades de compartilhá-las e mesmo de refletir 
coletivamente sobre elas, atitude que seria muito salutar para fomentar o debate e 
auxiliar os demais colegas na busca de soluções para os problemas da profissão. Essa foi 
uma das motivações para a criação deste livro que nasceu do debate com colegas 
Oficiais de Justiça nos cursos de formação realizados pela Escola Judicial do Tribunal 
Regional do Trabalho da 9ª Região. Ao lado dessa inovação legislativa, vivemos um 
momento de autêntica redefinição das atividades dos Oficiais de Justiça, advinda da era 
da comunicação digital que nos fez perceber que profissionais altamente qualificados 
podem contribuir de forma mais incisiva para a efetividade processual, notadamente 
ante a possibilidade de que atos de menor complexidade sejam realizados de forma 
eletrônica. Os Oficiais de Justiça estão dispostos a contribuir. Para isso estudaram e se 
prepararam. Identificar essas possíveis funções e formas mais eficientes de realizá-las é 
um dos objetivos desta obra e, como verão, permeia todo o texto como forma de 
adequá-lo aos novos tempos. 
Link: http://www.oficialdejustica.com.br/apresentacao/. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
Título: Conheça o trabalho de oficial de justiça 
Ano: 2019 
Sinopse: Vídeo que retrata a profissão de oficial de justiça no cumprimento de mandado 
judicial. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=LtlHXQsAw_A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. Brasília, 16 de março de 2015. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 05 de jun. de 2021. 
 
BRASIL. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DE 1941. Rio de Janeiro, em 03 de outubro de 
1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm. Acesso em: Acesso em: 04 de ago. de 2021. 
 
BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DE 1998. Brasília, 05 de 
outubro de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 04 
jun. 2021. 
 
BRASIL, Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Brasília, 16 de março de 2015. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. 
Acesso em: 02 de set. de 2021. 
 
BRASIL. Resolução nº 23.527, de 26 de setembro de 2017. Brasília, 26 de setembro de 
2017. Disponível em: 
https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2017/resolucao-no-23-527-de-26-de-
setembro-de-2017. Acesso em: 14 ago. 2021. 
 
DE PLÁCIDO E SILVA, Oscar Joseph. Vocabulário jurídico. 15ª ed. Atualização de Nagib 
Slaibi Filho e Geral Magela Alves. Rio de Janeiro: Forense, 1998. 
 
LIMA, Gerardo F. Carreira de oficial de Justiça deve ser reconhecida como exclusiva de 
Estado. Revista Consultor. 18 ago. 2020. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/lima-filho-carreira-oficial-justica. Acesso em: 
14 ago. 2021. 
 
MAZZA, Alexandre. MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO. Editora Saraiva, 2021. 
 
OLIVEIRA, Eduardo James. Constituição Federal Anotada e Comentada. Grupo GEN, 
2013. 
 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. Grupo GEN, 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça. 7ª Turma Cível. Apelação. Processo n.: 
717710-27.2017.8.07.0001, Relator: Fábio Eduardo Marques. Data de Julgamento em: 
07.11.2019. 
 
UNIDADE III 
DOS ATOS PROCESSUAIS 
Professora Flávia Lausi Rodrigues 
Professor Thales de São José Sandoval 
 
 
Plano de Estudo: 
 
• Atos e Prazos Processuais; 
• Existência, validade e eficácia dos atos processuais; 
• Atos de comunicação processual; 
• Citação, intimação e Notificação. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
• Conceituar os atos processuais e aprender sobre os prazos processuais; 
• Estudar as peculiaridades da existência, validade e eficácia dos atos 
processuais; 
• Compreender a importância dos atos de comunicação processual; 
• Conceituar e compreender o procedimento da citação, intimação e da 
notificação. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a)! 
 
Seja bem vindo novamente aos nossos estudos sobre as competências do oficial 
de justiça, estamos dando início a nossa terceira unidade da nossa disciplina! 
A nossa disciplina além de estudar as competências do oficial de justiça, visa 
trazer para você aluno(a) de forma geral, o conhecimento sobre conceitos e 
determinados atos praticados no processo pelas partes envolvidas no e pelo Órgão 
jurisdicional praticado pelos juízes e auxiliares da justiça. 
Atos processuais é toda manifestação de vontade humana que tem por objetivo 
produzir algum efeito dentro do processo, cada doutrinador tem uma definição 
específica. A prática dos atos processuais são regulados por prazos conforme 
estabelecido na lei. Na nossa primeira unidade, falaremos sobre o conceito e as 
peculiaridades dos atos processuais e sobre os prazos processuais conforme previsto e 
regido pelo Código de Processo Civil. 
Por conseguinte, no segundo tópico, trataremos sobre os pressupostos de 
existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos. Ou

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