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TCC 7 CONSEQUENCIAS DA VIOLENCIA CONTRA MULHER 1

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Prévia do material em texto

LAURO DE FREITAS 
2017 
 
ISADORA SANTANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: 
UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO 
 
 
LAURO DE FREITAS 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
autor(es) em ordem alfabética 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: 
UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
União Metropolitana de Educação e Cultura - 
UNIME, Faculdade de Ciências Jurídicas, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Bacharel em Direito. 
Orientador: 
 
 
ISADORA SANTANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISADORA SANTANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: 
 
 UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
União Metropolitana de Educação e Cultura - 
UNIME, Faculdade de Ciências Jurídicas, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Bacharel em Direito. 
 
 
Aprovado em: __/__/____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) 
Lauro de Freitas, de de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Jesus Cristo, aos 
meus pais, Nilda Santana e Ademir 
Antônio, que, com simplicidade e amor, 
moldaram meu caráter e a minha filha do 
coração Evelyn Rúbia. 
"Não fui eu que ordenei a você? Seja 
forte e corajoso! Não se apavore nem 
desanime, pois o Senhor, o seu Deus, 
estará com você por onde você andar". 
Josué 1:9 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha 
vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos 
é o maior mestre que alguém pode conhecer. Aos meus pais, pelo amor, incentivo е 
apoio incondicional. Agradeço а minha mãe Nilda, heroína que me deu apoio, 
incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. Ao meu pai Ademir que apesar 
de todas as dificuldades me fortaleceu. Obrigada meu irmão Ademir Santana pela 
união e cumplicidade aos meus irmãos que jamais esquecerei Marcelo e Rodrigo, para 
sempre em meu coração. Agradeço a minha sobrinha e filha do coração Evelyn, que 
sempre esteve comigo, e meus sobrinhos Marcelo e Miguel. Agradeço ao meu primo 
João Santana que esteve presente em todos os momentos da minha vida 
principalmente na graduação, agradeço a minha tia Narcisa, Lia, Zezé e ao meu tio 
Tonho pelos conselhos e ajuda financeira. Agradeço aos meus amigos e irmão da 
igreja pelas orações. Meus agradecimentos as minhas amigas de faculdade que 
sempre estiveram comigo desde o 1º semestre Lilian e Ingrid levarei vocês para 
sempre em meu coração, a minha irmã que ganhei na faculdade Rosi, e aos amigos 
que construir pelos longos semestres Jandi, July, Suely, Lucy, Bety, Renã, Alexandre, 
Guto e Mirian, companheiros de trabalhos е irmãos na amizade que fizeram parte da 
minha formação е que vão continuar presentes em minha vida com certeza. Agradeço 
а todos os professores por mе proporcionar о conhecimento não apenas racional, mas 
а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação 
profissional, por tanto qυе sе dedicaram а mim, não somente por terem mе ensinado, 
mas por terem mе feito aprender, vocês marcaram a minha vida de forma especial, 
levo comigo um pouco de cada um de vocês. Agradeço ao meu coordenador de Curso 
Santo Ádamo pelo suporte no pouco tempo qυе lhe coube e pelos seus incentivos. A 
todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
SANTANA, Isadora Santos. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A 
MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO. 2017. 36. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – UNIME-União Metropolitana de 
Educação e Cultura, Lauro de Freitas, 2017. 
 
RESUMO 
 
Esse trabalho propõe analisar os diversos casos da violência doméstica e familiar 
contra a mulher e uma breve analise do feminicídio, tendo como ênfase principal a Lei 
Maria da Penha, a Lei n°11.340/06 e a Lei 13.104/2015 (lei do Feminicídio). Visa 
problematizar o que pode ser feito para combater a violência doméstica e familiar 
contra a mulher? Como evitar o crime do feminicídio? 
É analisado o crescente índice de violência contra a mulher e do feminicídio, às faixas 
etárias que mais sofrem com esses casos de violência doméstica e familiar, são as 
classe social baixa, etnias e religiões. Os âmbitos que mais ocorrem esse tipo de 
violência. Na sociedade o perfil do agressor, geralmente é de coitadinho e o mesmo 
tende a culpar a vítima pelo fato ocorrido, razão pela qual muitas mulheres se sentem 
culpadas e não tem coragem de denunciar o agressor, existem diversos casos que o 
mesmo promete que não irá mais repetir este tipo de comportamento, e algumas 
dessas vítimas infelizmente acabam acreditando, e não denunciam mais infelizmente 
os agressores acabam cometendo a pratica da violência novamente e em muitos 
casos acaba acontecendo o pior a morte. Trata-se de um estudo bibliográfico, 
documental e teórico, visa esclarecer a importância do tema da violência contra a 
mulher e alertar a estas sobre os seus direitos. O tema deste estudo surgiu das 
inquietações, das observações e experiências vividas no cotidiano com interesse de 
proporcionar maior e melhor conhecimento do estudo referido. Nosso trabalho tem 
como objetivo geral analisar quais as principais causas da violência contra as 
mulheres e as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. Esse trabalho tem como 
objetivos específicos mostrar os avanços da violência contra as mulheres, identificar 
causas para coibir o avanço da violência contra as mulheres para combater essa 
anomalia que vem se alastrando e explicitar o crime de feminicídio no Brasil. 
O campo dessa pesquisa e de cunho exploratório e dialético com a finalidade de 
esclarecer e modificar as ideias proporcionando um maior conhecimento acerca do 
assunto para o pesquisador, como também colaborar nos aspectos positivos para a 
continuidade dessa pesquisa. Foi destacada a pesquisa descritiva, na medida em que 
busca alcançar e expor os dados diante dos fenômenos que se apresenta no processo 
teórico metodológico. 
 
Palavras-chave: Violência doméstica e familiar contra a mulher; Lei Maria da Penha; 
Feminicídio. 
 
 
 
 
 
 
SANTANA, Isadora Santos. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A 
MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO. 2017. 36. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – UNIME-União Metropolitana de 
Educação e Cultura, Lauro de Freitas, 2017. 
 
ABSTRACT 
 
This paper proposes to analyze the various cases of domestic and family violence 
against women and a brief analysis of feminicide, with the main emphasis being the 
Maria da Penha Law, Law 11,340 / 06 and Law 13,104 / 2015 (Law of Feminicide). 
Will it address what can be done to combat domestic and family violence against 
women? How to avoid the crime of feminicide? 
It is analyzed the increasing rate of violence against women and feminicide, the age 
groups that suffer most from these cases of domestic and family violence, are low 
social class, ethnicity and religion. the areas that most often occur this type of violence. 
In society the profile of the aggressor is usually of poor quality and the same tends to 
blame the victim for the fact occurred, reason why many women feel guilty and do not 
have the courage to denounce the aggressor, there are several cases that the same 
promises will not more repeat this type of behavior, and some of these victims 
unfortunately end up believing, and do not report more unfortunately the perpetrators 
end up committing the practice of violence again and in many cases ends up 
happening the worst death.This is a bibliographical, documentary and theoretical 
study. It aims to clarify the importance of the theme of violence against women and to 
alert women about their rights. The theme of this study arose from the restlessness, 
observations and experiences lived in the daily life with interest to provide greater and 
better knowledge of the referred study. Our general objective is to analyze the main 
causes of violence against women and the protective measures of the Maria da Penha 
Law. The specific objectives of this work are to show the advances of violence against 
women, to identify causes to prevent the advance of violence against women to combat 
this anomaly that has been spreading and to explain the crime of feminicide in Brazil. 
The field of this research is exploratory and dialectical in order to clarify and modify the 
ideas, providing a better knowledge about the subject for the researcher, as well as 
collaborating on the positive aspects for the continuity of this research. The descriptive 
research was highlighted, in that it seeks to reach and expose the data in the face of 
the phenomena presented in the theoretical methodological process. 
 
Keywords: Domestic and family violence against women; Maria da Penha Law; 
Feminicide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 –Taxas de feminicídio por 100 mil mulheres..............................................31 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Registros de atendimentos à mulher Brasil 2009 a 2012.......................21 
Tabela 2 – Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres...........................................32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
CF Constituição Federal 
CPB Código Penal Brasileiro 
CP Código Penal 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
STF Supremo Tribunal Federal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO.................................................................................................13 
 1. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER .............................................................15 
1.1 CONCEITO DE GÊNERO.....................................................................15 
 1.1.1 Formas e tipos de violência contra a mulher..........................................16 
2. DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER......................................................................................21 
2.1 PERFIL DO AGRESSOR QUE PRATICA A VIOLÊNCIA 
DOMESTICA....................................................................................................22 
2.1.1 Das medidas integradas de prevenção....................................................22 
2.1.2. A competência para julgar os crimes praticados contra a mulher..........26 
3. O FEMINICÍDIO .........................................................................................28 
3.1 ESPÉCIES DE FEMINICÍDIO....................................................................29 
 3.1.1 Taxa do feminicídio no Brasil....................................................................31 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................33 
 
REFERÊNCIAS.....................................................................................35 
 
 
 
 
13 
INTRODUÇÃO 
 
 Esse trabalho busca esclarecer a respeito da violência doméstica e familiar 
contra a mulher, com uma breve analise no feminicídio, principalmente no que se 
refere as atuais Leis Maria da Penha e do Feminicídio. A violência contra a mulher é 
um fenômeno que revela a relação de desigualdade entre homens e mulheres 
existentes em nossa sociedade. 
Antigamente as mulheres sofreram muitos preconceitos, e esse número vem 
aumentando por segundos no Brasil. Essas agressões ocorrem em diferentes 
âmbitos: no trabalho, no casamento, na participação social, entre outros. A violência 
contra a mulher acontece em todas as idades, classes sociais, etnias, religiões e 
opções sexuais. 
A relevância desse tema “violência doméstica e familiar contra a mulher: uma 
breve análise do feminicídio” é o número de vitimas que tem crescido a cada segundo 
em nosso país, o maior número dessas mulheres que sofrem as agressões 
permanece em silêncio com medo do agressor. 
Este tema surgiu devido à observação e momentos vividos entre familiares, 
amigos e testemunhos nas redes sociais. Dados estatísticos mostram que a taxa da 
violência e do Feminicídio contra as mulheres é altíssima e retratam os maiores 
problemas sociais do Brasil. 
 O Problema apresentado é o seguinte: O que pode ser feito para combater a 
violência doméstica e familiar contra a mulher? Como evitar o crime do feminicídio? 
 Na legislação brasileira, a mulher recebe atenção pormenorizada do legislador. 
Sob da proteção à moral e ao núcleo familiar. Já na sociedade esse assunto é tratado 
de maneira muito diversa, pois na maioria das vezes as pessoas ainda acham que as 
vitimas que são as verdadeiras culpadas, taxando os agressores como os inocentes 
que não resistiu às provocações, mais existem pessoas que sabem lidar com este 
assunto e apoiam as verdadeiras vitimas dos agressores que são as mulheres. 
 O trabalho apresentado tem como objetivo geral, analisar quais as principais 
causas da violência contra as mulheres e as medidas protetivas da Lei Maria da 
Penha. E como objetivos específicos: Mostrar os avanços da violência contra as 
mulheres; identificar causas para coibir o avanço da violência contra as mulheres para 
combater essa anomalia que vem se alastrando e explicitar o crime de feminicídio no 
Brasil. 
 
 
 
14 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente 
por seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo. 
 Um terço das mulheres admite já ter sido vítima, em algum momento de sua 
vida, de alguma forma de violência física, como: 24% - desde ameaças com armas 
até o cerceamento do direito de ir e vir; 22% - agressões; 13% - estupro conjugal ou 
abuso; 27% - sofreram violências psicológicas e 11% afirmam já ter sofrido assédio 
sexual. 
 Nos casos de arquivamento dos processos, a própria agredida, que chega a 
mudar seu depoimento, quando o processo já está correndo na Justiça. A 
dependência emocional, mais que a econômica, é que faz a mulher suportar 
agressões. 
O trabalho apresenta um estudo documental e bibliográfico através de 
pesquisas em livros de doutrinadores, sites, e outros com conhecimentos na área 
especifica, no cerne do método qualitativo fundamentalmente em conceitos e 
proposições, visa esclarecer a importância do tema da violência contra a mulher e 
alertar a estas sobre os seus direitos e como se prevenir. 
 O campo dessa pesquisa é de cunho exploratório e dialético, com a finalidade 
de esclarecer e modificar as ideias, proporcionando um maior conhecimento acerca 
do assunto para o pesquisador, como também colaborar nos aspectos positivos para 
a continuidade dessa pesquisa. Foi destacada a pesquisa descritiva, na medida em 
que busca alcançar e expor os dados, diante dos fenômenos que se apresenta no 
processo teórico metodológico. 
Apresenta como proposta enriquecer e aprimorar conhecimentos para todos 
interessados pelo tema especificado, assim dando subsídios para novos estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
1. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
 
A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, 
que cause dano, morte ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, em 
qualquer âmbito. 
Conforme relata Chauí (2002, Pag. 47) que violência é, 
Uma realização determinada das relações de força, tanto de classes sociaisquanto em termos interpessoais. (...) como uma ação que trata o outro não 
como sujeito, mas como coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela 
passividade e pelo silêncio, de modo que, quando a atividade e a fala de 
outrem são impedidas ou anuladas, há violência. 
 
 Segundo Alcilei da Silva Ramos, 
 
Violência contra a mulher é qualquer conduta, ação ou omissão, de 
discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima 
ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento 
físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda 
patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como 
privados. 
 
Suas soluções, do mesmo modo, supõem complexidade e envolvem a 
participação de diversos atores sociais, incluindo, necessariamente, as 
instâncias de controle social informal que são muito mais incidentes e 
importantes do que as de controle formal‖ (GOMES, 2004, pag.148). 
 
A violência contra a mulher é um problema da saúde pública, pois causa danos 
físicos, sexuais e os crimes de feminicídios, traz consequências também econômicos 
e sociais. 
 
1.1. CONCEITO DE GÊNERO 
 
O conceito de gênero abrange mais do que a diferença, macho e fêmea ou 
mulher e homem: “O gênero se torna, aliás, uma maneira de indicar as construções 
sócias: a criação inteiramente social das ideias sobre os papéis próprios aos homens 
e às mulheres. É uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das 
identidades subjetivas dos homens e das mulheres.” (SCOTT, 1995). 
 
O conceito de gênero dado por Viezzer e Moreira (2006, Pág. 30) explica que, 
 
“(...) surgiu nos EUA em meados dos séculos XX primeiramente designando 
as diferenças psicológicas entre homens e mulheres. Posteriormente na 
Inglaterra, na década de 1970, algumas estudiosas acadêmicas debruçaram-
 
 
 
16 
se sobre um fenômeno curioso: as diferenças sexuais entre machos e fêmeas 
da espécie humana traduziam-se quase sempre em desigualdades no 
tratamento de homens e mulheres, em detrimento das mulheres. 
 
Souza. Altmann (1998) citam Guacira Louro: 
 
Entendendo gênero fundamentalmente como uma construção social e, 
portanto, histórico, teríamos de supor que esse conceito é plural, ou seja, 
haveria conceitos de feminino e de masculino, social e historicamente 
diversos. A idéia de pluralidade implicaria admitir não apenas que sociedades 
diferentes teriam diferentes concepções de homem e de mulher, como 
também que no interior de uma sociedade tais concepções seriam 
diversificadas, conforme a classe, a religião, a raça, a idade, etc.; além disso, 
implicaria admitir que os conceitos de masculino e feminino se transformam 
ao longo do tempo. (1996, Pág. 10). 
 
A Constituição Federal Brasileira determina que todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza. Diz que homens e mulheres são iguais em 
direitos e obrigações, e que a lei deve punir qualquer discriminação aos direitos e 
liberdade fundamentais. 
O Artigo 5º, caput e inciso I da CF, diz que, 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes. 
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição. 
 Mas, não é isso que vemos na sociedade em que vivemos, existem vários tipos 
de desigualdade entre homens e mulheres, seja na área profissional, amorosa e até 
mesmo no convívio social, alguns homens as vezes esquecem que as mulheres 
possuem os mesmos direitos e deveres que eles possuem, cabendo cada um 
respeitar as suas igualdades e seus direitos de forma respeitosa e equilibrada, para 
não ferirem uns aos outros. 
 
 
1.1.1. Formas e tipos de violência contra a mulher 
 
Segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 são formas de violência doméstica 
e familiar contra a mulher, entre outras: 
 
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua 
integridade ou saúde corporal; 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause 
dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe 
o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, 
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, 
 
 
 
17 
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição 
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do 
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde 
psicológica e à autodeterminação; 
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, 
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a 
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a 
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, 
à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos 
sexuais e reprodutivos; 
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos 
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos 
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; 
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure 
calúnia, difamação ou injúria. 
Todos os tipos de violência citados acima são crime e estão prevista na Lei 
Maria da Penha, e toda mulher sem exceção que sofrer estes tipos de violência 
precisam denunciar sem tem medo dos agressores. 
Podemos observar os tipos de violência Contra a Mulher, e entender um pouco 
mais sobre cada um deles. 
A Violência de gênero é a violência sofrida pelo fato de ser mulher, apenas por 
ser do sexo feminino, sem dentição de qualquer outra condição. 
Conforme Saffioti, violência de gênero é um conceito mais amplo que o 
de violência contra a mulher e abrange não apenas as mulheres, que no 
Brasil é constitutiva das relações de gênero. Violência de gênero, por sua vez, 
produz-se e reproduz-se nas relações de poder onde se entrelaçam as 
categorias de gênero, classe, raça/etnia. Expressa uma forma particular da 
violência global mediatizada pela ordem patriarcal que dá aos homens o 
direito de dominar e controlar suas mulheres, podendo, para isso, usar a 
violência. (Saffioti, Pag.9.) 
 A Violência doméstica é quando acontece no ambiente doméstico, em casa ou 
em uma relação de coabitação ou afeto. 
De acordo com Cunha, 2008, Pag. 119: 
A agressão no âmbito da unidade doméstica compreende aquela praticada 
no espaço caseiro, envolvendo pessoas com ou sem vínculo familiar. 
Violência no âmbito da família é aquela praticada entre pessoas unidas por 
vínculo jurídico de natureza familiar, podendo ser conjugal, em razão de 
parentesco (em linha reta ou por afinidade), ou por vontade expressa 
(adoção). E agressão em qualquer relação íntima de afeto é aquela inserida 
em um relacionamento estreito entre duas pessoas, fundadas em laços de 
amor, companheirismo, amizade. 
 
 
 
 
18 
A Violência familiar é violência que acontece entre os próprios familiares, 
formados por vínculos naturais de parentescos, civil ou por afinidade. Exemplos: pai, 
Irmão, tio, marido, padrasto, primo. 
O conceito de violência doméstica e familiar ambos são obtidos no artigo 5º, 
inciso I, II e III da lei 11.340/06. 
 
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) 
I - no âmbitoda unidade doméstica, compreendida como o espaço de 
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, 
por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem 
de orientação sexual. 
 
Violência física é qualquer ato contra a integridade física da vitima, que cause 
dano, exemplos: socos, tapas e etc. 
 De acordo com Porto (2012, Pag.4), a violência física é a ofensa à vida, à saúde 
e integridade física, tratando-se da violência propriamente dita. 
 É caracterizada normalmente por hematomas, equimoses, queimaduras e 
fraturas. DIAS (2007, Pag.394). 
 É uma das formas mais frequentes de violência intrafamiliar, pois se origina de 
várias formas, através de punições e disciplinamento, costume que foi introduzido no 
Brasil pelos jesuítas, que puniam quem ousasse faltar a escola jesuítica com 
palmadas e o tronco (forma de tortura) (GUERRA 2011). 
 
Violência psicológica é que causa dano emocional e diminui a alta estima da 
vitima, esse tipo de violência prejudica não só o seu desenvolvimento, mais trás 
grandes transtornos mentais. Essa forma de violência é a mais frequente e a menos 
denunciada. 
 
Violência sexual é a violência que envolve a relação sexual não consentida e 
pode ser praticada por qualquer homem. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm#art27vii
 
 
 
19 
 Esta forma de violência sempre foi muito confundida, pois a tendência é 
confundir a sexualidade como um dos deveres do casamento, e seria legítima a 
insistência do homem, como se ele estivesse a exercer um direito. Por isso, houve 
certa resistência da doutrina e da jurisprudência em admitir a possibilidade da 
ocorrência da violência sexual nos vínculos familiares, especialmente entre marido e 
mulher (DIAS, 2007). 
 
 A violência sexual é construída pelos delitos “contra à desigualdade sexual”. 
Elencados no CPB, do artigo 213 ao 218A. 
 
Art. 213. Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso: 
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Art. 214. (Revogado pela lei n. 12.015/09) 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, 
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação 
de vontade da vítima. 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos: 
Art. 216. (Revogado pela lei n. 12.015/09) 
Art. 216A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagens ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes, ao exercício de emprego, cargo ou 
função. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
Art. 217. (Revogado pela lei n. 11.106/05) 
Art.217A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 
14 (catorze) anos: 
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
 
 
Segundo dados do Dossiê Mulher 2015, elaborado pelo Instituto de Segurança 
Pública do Rio de Janeiro, 31,3% dos casos de estupro de mulheres registrados em 
2014 configuraram situações de violência doméstica ou familiar. 
 
Violência patrimonial é entendida como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos pessoais ou de 
trabalho. 
 Constitui o crime de violência patrimonial a retenção, a subtração e a destruição 
de instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou 
recursos econômicos (PORTO, 2012). 
 
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/pesquisas/dossie-mulher-rj-isp-2015/
 
 
 
20 
Violência moral é o tipo de violência é praticado contra a honra da mulher, 
configura os crimes de calúnia, difamação e injúria. 
O agressor que infringir o art. 7º, inciso V, da Lei Maria da Penha (Lei 
11.340/06), está sujeito às penalidades descritas nos artigos 138, 139 e 140 do CPB: 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como 
crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
A violência doméstica contra a mulher é qualquer ação ou conduta cometida 
por familiares ou pessoas que convivem na mesma casa, suas consequências são: 
morte, dano e sofrimento físico ou psicológico à mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
2. DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER 
 
De acordo com o site Compromisso e atitude Lei Maria da Penha, o total de 
relatos 51,06% corresponderam à violência física; 31,10%, violência psicológica; 
6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%, violência sexual; 1,93%, 
violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas. 
De acordo com o IBGE o número de telefone fixo 180 é um serviço de 
atendimento que recebe denúncias de maus-tratos contra as mulheres oferecido pela 
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. 
Esse serviço tem ajudado muitas mulheres a denunciar os seus agressores, o 
IBGE mostra que apenas no primeiro semestre de 2012 foram feitos 47.555 
registros de atendimento, durante todo ano de 2011 foram registrados cerca de 
74.984 registros de violência contra as mulheres. 
O número de ligações são maiores para denunciar os agressores por violência 
física que pode variar de uma lesão corporal leve até o delito mais greve o homicídio 
consumado. 
 
Tabela 1 Registros de atendimentos à mulher Brasil 2009 a 2012 
 
Fonte: Secretaria de Políticas para as Mulheres, Central de Atendimento à Mulher- Ligue 180. 
 
 
 
 
22 
O serviço funciona 24 horas por dia, ou seja, não para um minuto sequer, com 
profissionais qualificados para trabalhar nesta área, é importante que as vitimas que 
sofrem a violência domestica, não tenham medo, pois é um tipo de serviço de total 
segurança. 
Caso a mesma não tenha coragem de denunciar, quem estiver por perto e ver 
a situação que ela está passando, pode ligar para a central de atendimento e passar 
todos os dados cabíveis. 
 
 
2.1. PERFIL DO AGRESSOR QUE PRATICA A VIOLÊNCIA DOMESTICA 
 
Normalmente os agressores aparentam ter as mesmas características, no 
momento da agressão geralmente estão alcoolizados, casos raros os agressores 
estão sóbrios; desempregados, por eles estarem sem emprego se acham inferior as 
suas mulheres e acabam descontando nelas; normalmente são homens que não se 
cuidam e a autoestima acaba ficando baixa e muitos desses agressores apresentam 
um quadro depressivo. 
 
 Segundo Machado e Gonçalves (2003, pág. 112) “vistos de fora, os agressores 
podem parecer responsáveis, dedicados, carinhosos e cidadãos exemplares”. 
 
 Costa, 2003, Pág. 98: 
Muitas vezes o homem sente-se culpado, prometendo à companheira 
melhorias em relação ao futuro. No entanto, “não consegue modificar-se e, 
em consequência, renova o sentimento de culpabilidade, bebe e passa a 
agredi-la”. 
 
O perfil do agressor, é o homem entre 26 e 40 anos de idade, sendo 71% 
solteiros, muitas vezes sem possuir uma renda fixa. 
 
2.1.1. Das medidas integradas de prevenção 
 
Na Lei 11.340/06 a lei Maria da Penha, no art. 8º. Estão elencadas as medidas 
preventivas que devem ser adotadas pelo Estado Brasileiro, pela sociedade e famílias, 
prevenindo as mulheres da violência sexual no âmbito familiar e doméstico.23 
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra 
a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-
governamentais, tendo por diretrizes: 
 I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, 
saúde, educação, trabalho e habitação; 
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações 
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às 
causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar 
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados 
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas 
adotadas; 
 III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais 
da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que 
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o 
estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do 
art. 221 da Constituição Federal; 
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, 
em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; 
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da 
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e 
à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção 
aos direitos humanos das mulheres; 
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros 
instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre 
estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação 
de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a 
mulher; 
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda 
Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos 
órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de 
raça ou etnia; 
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos 
de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de 
gênero e de raça ou etnia; 
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para 
os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça 
ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
 
Estas medidas são gerais e preventivas que ajudam as mulheres e dão 
assistência em situação de violência doméstica e familiar. 
O legislador da lei 11.340/06, elencou mecanismos de proteção as mulheres 
vítimas de violência doméstica e familiar. 
 
O doutrinador Souza: “após fixar medidas preventivas no Capítulo I, caso elas 
não sejam totalmente efetivas, haverá necessidade de implementar medidas 
reagentes ou repressivas para a salvaguarda do interesse tutelado.” (2007, pg. 81). 
 
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar 
será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes 
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art1iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art3iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art221iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art221iv
 
 
 
24 
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas 
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso. 
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação 
de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do 
governo federal, estadual e municipal. 
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e 
familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: 
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da 
administração direta ou indireta; 
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do 
local de trabalho, por até seis meses. 
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar 
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento 
científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de 
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e 
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos 
médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual. (Lei 11.340, 
de 7 de agosto de 2006). 
 
Conforme Cunha: 
 
Os mecanismos de assistência à mulher tripartem-se em: (a) “assistência 
social” (Lei 8.742/93), incluindo a ofendida no cadastro de programas 
assistenciais do governo federal, estatual e municipal; (b) “á saúde “ ( Lei 
8.080/90), compreendendo o acesso aos benefícios decorrentes do 
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de 
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente 
transmissíveis (DST) e da Síndrome da imunodeficiência Adquirida (AIDS) e 
outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência 
sexual; (c) “à segurança pública”, garantindo à vítima proteção policial, bem 
como abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida e, se necessário, 
acompanhamento da ofendida para assegurar a retirada de seus pertences 
do local da ocorrência ou do domicílio familiar. (2007, pg.50). 
 
 
 No art. 12, a lei 11.340/06 elenca uma série de providências que devem ser 
adotadas pela autoridade policial no momento de seu atendimento. 
 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, 
os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de 
Processo Penal: 
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a 
termo, se apresentada; 
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de 
suas circunstâncias; 
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao 
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de 
urgência; 
 IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e 
requisitar outros exames periciais necessários; 
V - ouvir o agressor e as testemunhas; 
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou 
registro de outras ocorrências policiais contra ele; 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao 
Ministério Público. 
 
 
 
25 
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e 
deverá conter: 
I - qualificação da ofendida e do agressor; 
II - nome e idade dos dependentes; 
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela 
ofendida. 
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o 
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse 
da ofendida. 
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos 
fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
 
Esse art. 12 trata-se de um rol exemplificativo, algumas dessas providências 
são de caráter obrigatório, por exemplo, a oitiva da vítima, e outras tem a realização 
condicionada a autoridade judicial, exemplificando, se o crime não deixar vestígios, 
não é necessário o exame de corpo de delito. 
As medidas protetivas de urgência tem como objetivo coibir e prevenir a 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
O artigo 19 da Lei Maria da Penha, em seu parágrafo § 1°, as medidas 
protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de 
audiência das partes e demanifestação do Ministério Público, devendo este ser 
prontamente comunicado. 
Conforme dispõe a redação do artigo 25 da Lei nº 11.340/06: “o Ministério 
Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da 
violência doméstica e familiar contra a mulher”. Possui legitimidade para atuar como 
fiscal da lei ou então agir como parte na condição de substituto processual. 
Conforme a Jurisprudência Art. 19. As medidas protetivas de urgência 
poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a 
pedido da ofendida. 
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, 
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério 
Público, devendo este ser prontamente comunicado. 
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou 
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de 
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem 
ameaçados ou violados. 
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da 
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas 
já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus 
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. 
 
Conforme a Jurisprudência: 
 
Violência doméstica - decretação medida protetiva - desnecessidade de oitiva 
da parte contrária - artigo 19, parágrafo 1º, da lei 11.340/2006 - ordem 
denegada. 1 - as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas 
inclusive de ofício pelo juiz e prescindem da audiência das partes, conforme 
a literalidade do artigo 19, § 1º, da lei Maria da Penha. sendo assim, as 
 
 
 
26 
garantias que o impetrante pretende que sejam respeitadas (ampla defesa e 
contraditório) serão observadas no curso regular do processo, não em sede 
de decretação de medida protetiva de urgência, pois que não consta tal 
exigência no dispositivo em comento. (TJDFT HC 272.050. Rel. Gislene, j. 
26.04.2007, DJ 06.06.2007.p.98). 
 
Como estabelece o artigo 37 da Lei nº 11.340/06, ao Ministério Público cabe 
exercer a defesa dos interesses e direitos transindividuais. 
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei 
poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por 
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um 
ano, nos termos da legislação civil. 
 
O agente ministerial poderá manter um cadastro elaborado no momento do 
recebimento do inquérito, com base no artigo 26, inciso III: “cadastrar os casos de 
violência doméstica e familiar contra a mulher”. Com esta medida, é possível verificar 
se houve casos de violência anteriores, mesmo que estes não tenham desencadeado 
a ação penal. 
A lei maria da penha cria mecanismo de coibir a violencia domestica e famliar 
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da convenção 
sobre a eliminação de todas as formas violência contra a mulher, da Covenção 
Interamericana para Prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher e de outro 
tratados internacionais ratificados pela república federativa do brasi; dispõe sobre a 
criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; e estabelece 
medidas de assisêcia e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e 
familiar (BRASIL,2006). 
Para os efeitos dessa lei, configura como violência doméstica e familiar contra 
mulher “qual quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” (BRASIL, 2006, 
p.01). 
 
 
2.1.2. A competência para julgar os crimes praticados contra a mulher 
 
 A competência para processar e julgar os crimes praticados contra a mulher 
em âmbito doméstico e familiar são nas comarcas de juízo único; do juiz natural; nas 
comarcas com mais de um juízo, a competência será do juiz criminal da distribuição 
processual. 
 
 
 
27 
 O art. 14 da Lei 11.340/2006 prevê a criação de: 
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser 
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para 
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
Todos os crimes praticados no âmbito doméstico contra a mulher, deverá ser julgado 
pelo juiz titular do juizado de violência doméstica e familiar. 
 Cavalcanti comenta que: 
O art.14 estabeleceu a criação de juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher, órgãos da Justiça ordinária, com competência cível e 
criminal nos Estados, no Distrito Federal e nos territórios, para o processo, o 
julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher. Esta foi mais uma importante inovação 
desta lei, posto que esses juizados possibilitarão um atendimento mais 
humanizado e eficiente às vitimas da violência doméstica. No primeiro dia de 
vigência da Lei Maria da Penha o Distrito Federal inaugurou o 1.º Juizado 
de Violência Doméstica e Familiar do Brasil. Em vários outros Estados 
da Federação já foram criados juizados e Varas Especificas para 
processar e julgar os casos de VD, a exemplo do Pará, São Paulo, 
Tocantins, Ceará entres outros. (2012, Pag. 230). 
 
As varas, os juizados especializados constituirão exceções à regra da Lei Maria 
da Penha crimes de competência do Júri, crimes de competência da Justiça Federal, 
crimes de competência militar e outros. 
 Conforme Gomes e Bianchini: 
 
No caso especifico de homicídio (crime doloso contra a vida, artigo121 do 
Código Penal), a competência continua sendo do Tribunal do Júri, incluindo 
se o sumário de culpa (fase instrutória preliminar). Não será das varas 
criminais específicas, nem dos juizados de violência doméstica quando 
criados, a não ser dos casos de comarcas de varas únicas ou com 
competência geral, como ocorreu com a Lei do Estado do Pará, não se vê 
qualquer inconstitucionalidade, já que o procedimento será mantido em todos 
os seus termos. Diga-se a mesma coisa em relação à competência da Justiça 
Federal: uma agressão de marido contra a mulher dentro de uma aeronave 
ou navio será de competência da Justiça Federal, art. 109, CF. Ademais, a lei 
nova não prevê a criação destes juizados no âmbito da Justiça Federal. 
(2006. Pag. 24). 
Esses crimes de homicídio, crimes dolosos contra a vida é de competência do 
tribunal do júri, do mesmo modo uma violência cometida pelo agressor contra a sua 
companheira em uma aeronova ou navio a competência será da Justiça Federal. 
 As regras de competência expressas pela Lei Maria da Penha, tiveram 
incidência imediata, passando a vigorar no dia da sua publicação, em vista do princípio 
da aplicação imediata da lei processual. 
 
 
 
 
28 
 3. O FEMINICÍDIO 
 
A Lei 13.104 de 09 de março de 2015, Altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940. Criando uma forma qualificada de homicídio no Código 
Penal, além de novas causas especiais de aumento de pena. Alterou também o Art. 
2º art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que passou a vigorar da seguinte 
forma: 
“Art. 1o (...) 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI);” 
 
A nova lei incluiu no parágrafo 2º o inciso VI o homicídio de feminicídio, as 
caracteristicas desse homicidio no parágrafo 2ºA, incisos I e II, e os aumentos de pena 
do parágrafo 7º , I, II, e III, ambos do artigo 121 do CPB. 
§ 2º... 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o 
crime envolve: 
I - Violênciadoméstica e familiar; 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o 
crime for praticado: 
I - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos 
ou com deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (NR) 
 
Sanches, 2017, Pag. 64: 
O feminicídio, entendido como a morte de mulher em razão da condição em 
sido sexo feminino. A incidência da qualificadora reclama situações de 
violência praticada contra a mulher, em contexto caracterizado por relação de 
poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em 
situação de vulnerabilidade. 
 
O feminicídio é um crime praticado por homem ou mulher contra a mulher pela 
simples razão desta ser mulher. 
A maioria da doutrina dividi o feminicídio em 3 tipos: intimo, não íntimo e por 
conexão. 
O feminicídio íntimo é aquele cometido por homens ou mulheres com os quais a 
vítima mulher tem ou teve uma relação íntima, familiar, de convivência ou afins; o 
feminicídio não íntimo é aquele cometido por homens ou mulheres com os quais a 
vítima não tinha relações íntimas, familiares ou de convivência; O feminicídio por 
conexão é aquele em que uma mulher é assassinada porque se encontrava na “linha 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8072.htm#art1i.
 
 
 
29 
de tiro” de um homem ou mulher que tentava matar outra mulher, o que pode 
acontecer na aberratio ictus. 
As caractéristicas do feminicidio está previsto no artigo121, paragráfo 2ºA, e seus 
incisos I e II, que diz: 
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o 
crime envolve: 
I - Violência doméstica e familiar; 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
No inciso I a violência pode ocorrer tanto no âmbito doméstico ou familiar, ou 
seja, nada impede que ocorra o feminicídio no lar da vítima sem que haja vínculo 
familiar, e nem que esse crime ocorra entre familiares fora do âmbito doméstico. 
O inciso II que trata do menosprezo ou discriminação à condição de mulher, nesse 
caso cabe ao julgador estabelecer no caso concreto se o homicídio se configura como 
feminicídio. 
O inciso I deixa bem claro as circunstâncias dos fatos, analisando se caracterizou ou 
não a qualificadora. 
 
A Competência para julgar o homicídio do feminicídio depende da organização 
judiciária de cada Estado, pois existem alguns entes federativos em que há na lei de 
Organização Judiciária previsão para julgar, em caso de crimes dolosos contra a vida 
praticados no contexto de violência doméstica, a Vara de Violência Doméstica. 
 A Vara de Violência Doméstica passa a instruir o feito até a fase de Pronúncia 
e depois faz o seu encaminhamento para Vara do Tribunal do Júri. 
Conforme, posicionamento do STF: 
 O STF, a Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1ª fase do 
procedimento do Júri seja realizada na Vara de Violência Doméstica, em caso 
de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência 
doméstica. Não haverá usurpação da competência constitucional do júri. 
Apenas o julgamento propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser 
feito no Tribunal do Júri (Conferir: STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014. Info 748). 
 
 
3.1. ESPÉCIES DE FEMINICÍDIO 
 
Podemos identificar várias espécies de feminicídio, que são: Feminicídio intra 
lar: Ocorre quando é comprovado que um homem assassinou uma mulher no âmbito 
doméstico e familiar; Feminicídio homoafetivo: Ocorre quando uma mulher mata a 
outra no contexto de violência doméstica e familiar; Feminicídio simbólico 
 
 
 
30 
heterogêneo: Ocorre na hipótese do inciso II, parágrafo 2ºA, do artigo 121 do CP. O 
que importa nessa espécie de feminicídio é que o homem destrua a imagem da mulher 
e a sua identidade. 
Feminicídio simbólico homogêneo: Ocorre também na hipótese do inciso II, parágrafo 
2ºA, do artigo 121 do CP, O que diferencia esse do anterior é que nesse caso o 
feminicídio simbólico homogêneo é praticado por uma mulher contra outra mulher. 
O homicídio pode ser praticado dentro dessas quatro hipóteses, podemos 
destacar ainda mais algumas, como: 
 Feminicídio aberrante por aberratio ictus: Ocorre quando, por acidente ou erro 
no uso dos meios de execução, o homem ou a mulher, acaba atingindo outra mulher 
que não pretendia atingir, respondendo, portanto, como se tivesse praticado o crime 
contra a mulher que pretendia consumar o crime. 
Nesse caso o feminicídio aberrante por aberratio ictus, não considerada as 
qualidades da vítima, mas da mulher que o agente pretendia atingir, divide-se em: 
Feminicídio aberrante por aberratio ictus com resultado único e feminicídio aberrante 
por aberratio ictus com duplicidade de resultado. 
 Feminicídio aberrante por aberratio criminis: Ocorre quando fora dos casos de 
aberratio ictus, o agente, por acidente ou erro na execução do crime, tem resultado 
diverso do pretendido. 
O feminicídio aberrante por aberratio criminis, o agente responde por culpa, se é 
previsto como crime culposo, mas se ocorre também o resultado pretendido, aplica-
se a regra do concurso formal, como está previsto no artigo 70 do CP: 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas 
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Feminicídio aberrante por error in persona: Ocorre quando o autor quer matar uma 
mulher no contexto de violência doméstica e familiar ou motivado pelo menosprezo 
ou discriminação e erra a identidade assassinando outra mulher. 
O § 3º do artigo 20 do Código Penal diz: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de 
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, 
 
 
 
31 
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 Feminicídio aberrante por aberratio causae: Ocorre quando há um erro sobre 
nexo causal. É a hipótese do dolo geral. Ocorre quando o agente, imaginando já ter 
matado a mulher no contexto de violência doméstica e familiar ou motivado pelo 
menosprezo ou discriminação, pratica nova conduta, que vem a ser causa efetiva da 
consumação. 
 
3.1.1. Taxa do feminicídio no Brasil 
 
O Brasil é o quinto país com maior taxa de homicídio de mulheres em razão 
destas serem mulheres, caracterizando assim o feminicídio. 
Cronômetro da Violência contra as mulheres no Brasil 
5 espancamentos a cada 2 minutos. 1 estupro a cada 11 minutos. 1 
feminicídio a cada 90 minutos. 179 relatos de agressão por dia. 13 homicídios 
femininos por dia em 2013. Dados compilados no Dossiê violência contra as 
mulheres:http://www.agenciapatriciaglavao.org.br/dossie/). 
 
Feminicídios nas regiões do Brasil: 
 
Figura 1 Taxas de feminicídio por 100 mil mulheres 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil (Ipea, 2013) 
 
 
 
 
32 
Em todo território brasileiro a taxa do feminicídio é grande, porém existem 
regiões que a taxa é maior, como é o caso das regiões do Nordeste, Centro-Oeste e 
Norte, estas regiões apresentam um alto índice de homicídio em razão da mulher ser 
mulher, ou pelo menosprezo edescriminação contra as mulheres. 
Os Estados com maiores taxas de feminicídio foram: o Espírito Santo com 
11,24, a Bahia vem logo após com 9.08 e logo em seguida Alagoas com 8,84, estes 
são os três Estados brasileiros que estão no ranking. 
 
Tabela 2 Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres 
 
FONTE: Violência contra a mulher: ES é líder nacional em feminicídios. 
 
 
 As vitimas desse crime na maioria das vezes são mulheres de baixa renda, são 
mulheres jovens entre 20 a 39 anos, 61% são mulheres negras. 
No Brasil 50% dos crimes de feminicídio envolvem armas de fogo, 34% de 
instrumentos cortantes entre outros, 6% dos feminicidíos são em razão dos maus 
tratos. 
Os locais que ocorreram o feminicío foram: 29% no domicílio, 31% em locais 
públicos e 25% em hospitais. Esse homicídio ocorre mais nos finais de semana são 
36% de feminicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O presente trabalho de conclusão de curso nos proporcionou explorar o 
complexo que é a violência doméstica e familiar contra a mulher, perante a Lei de 
Maria da Penha 11.340/2006. E fazer uma breve análise da Lei 13.104/2015 do 
Feminicídio. 
 Entretando para exclarecer e alcançar melhor desenvolvimento do trabalho, 
buscamos conceituar a violência contra a mulher e os tipos de violência, com maior 
atenção na violência doméstica e familiar, ambas requisitos também para configurar 
o feminicídio. Trabalhamos também com o perfil do agressor e os dados estatísticos 
da violência doméstica e familiar. 
A violência doméstica assusta a todos principalmente as próprias vítimas, os 
agressores usam da força física, visto que para essa pessoa a violência é normal. 
Com a evidente discriminação e violência contra as mulheres o Estado interveio 
através da Lei 11.340/06 Lei “Maria da Penha” para coibir os diversos tipos de 
violência, fazendo então, com que as mulheres se sentissem mais seguras. 
Para combater todas as formas de violência a Lei Maria da Penha 11.340/2006 tratou 
de medidas preventivas que garante que o agressor cumprar com todas elas. 
 Constatou-se, apartir dos dados coletados, que os dados estatísticos sobre a 
violência doméstica e familiar contra a mulher vem crescendo todos os dias no Brasil, 
principalmente nas regiões do Norte e Nordeste, os agressores nomeadamente 
casados, entre os 25 e os 45 anos, não possuem autoestima, consomem álcool ou 
outras substâncias ilícitas. Contudo, na sua maioria são cuidadosos e tentam 
esconder o abuso, causando lesões em zonas menos visíveis e que não requeiram 
cuidados médicos. As medidas de prevenção estão na lei 11.340/06 a lei Maria da 
Penha, estas medidas são gerais e preventivas que ajudam as mulheres e dão 
assistência em situação de violência doméstica e familiar. 
O feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. 
Suas motivações mais comuns são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda 
do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades 
marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso 
brasileiro. A lei 13.104/2015 trouxe o feminicído para o rol dos crimes hediondos 
qualificados, tratando mais rigorosamente do assunto. 
 
 
 
34 
 Portanto a realização deste trabalho propiciou conhecer de forma um pouco 
mais aprofundada porque as mulheres cotidianamente se encontram em situação de 
violência. E como estas devem se defender para não chegar ao ponto extremo que é 
a morte em razão desta ser mulher ou pelo simples menosprezo que pode levar ao 
feminicídio. 
As mulheres tem que tomar decisões de denunciar não podem ficar com medo 
dos agressores. 
 
 
 
 
35 
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