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LAURO DE FREITAS 2017 ISADORA SANTANA DOS SANTOS VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO LAURO DE FREITAS 2017 autor(es) em ordem alfabética VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à União Metropolitana de Educação e Cultura - UNIME, Faculdade de Ciências Jurídicas, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. Orientador: ISADORA SANTANA DOS SANTOS ISADORA SANTANA DOS SANTOS VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à União Metropolitana de Educação e Cultura - UNIME, Faculdade de Ciências Jurídicas, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) Prof. (ª). Titulação Nome do Professor (a) Lauro de Freitas, de de 2017 Dedico este trabalho a Jesus Cristo, aos meus pais, Nilda Santana e Ademir Antônio, que, com simplicidade e amor, moldaram meu caráter e a minha filha do coração Evelyn Rúbia. "Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar". Josué 1:9 AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer. Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Agradeço а minha mãe Nilda, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. Ao meu pai Ademir que apesar de todas as dificuldades me fortaleceu. Obrigada meu irmão Ademir Santana pela união e cumplicidade aos meus irmãos que jamais esquecerei Marcelo e Rodrigo, para sempre em meu coração. Agradeço a minha sobrinha e filha do coração Evelyn, que sempre esteve comigo, e meus sobrinhos Marcelo e Miguel. Agradeço ao meu primo João Santana que esteve presente em todos os momentos da minha vida principalmente na graduação, agradeço a minha tia Narcisa, Lia, Zezé e ao meu tio Tonho pelos conselhos e ajuda financeira. Agradeço aos meus amigos e irmão da igreja pelas orações. Meus agradecimentos as minhas amigas de faculdade que sempre estiveram comigo desde o 1º semestre Lilian e Ingrid levarei vocês para sempre em meu coração, a minha irmã que ganhei na faculdade Rosi, e aos amigos que construir pelos longos semestres Jandi, July, Suely, Lucy, Bety, Renã, Alexandre, Guto e Mirian, companheiros de trabalhos е irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes em minha vida com certeza. Agradeço а todos os professores por mе proporcionar о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto qυе sе dedicaram а mim, não somente por terem mе ensinado, mas por terem mе feito aprender, vocês marcaram a minha vida de forma especial, levo comigo um pouco de cada um de vocês. Agradeço ao meu coordenador de Curso Santo Ádamo pelo suporte no pouco tempo qυе lhe coube e pelos seus incentivos. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu obrigada. SANTANA, Isadora Santos. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO. 2017. 36. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – UNIME-União Metropolitana de Educação e Cultura, Lauro de Freitas, 2017. RESUMO Esse trabalho propõe analisar os diversos casos da violência doméstica e familiar contra a mulher e uma breve analise do feminicídio, tendo como ênfase principal a Lei Maria da Penha, a Lei n°11.340/06 e a Lei 13.104/2015 (lei do Feminicídio). Visa problematizar o que pode ser feito para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher? Como evitar o crime do feminicídio? É analisado o crescente índice de violência contra a mulher e do feminicídio, às faixas etárias que mais sofrem com esses casos de violência doméstica e familiar, são as classe social baixa, etnias e religiões. Os âmbitos que mais ocorrem esse tipo de violência. Na sociedade o perfil do agressor, geralmente é de coitadinho e o mesmo tende a culpar a vítima pelo fato ocorrido, razão pela qual muitas mulheres se sentem culpadas e não tem coragem de denunciar o agressor, existem diversos casos que o mesmo promete que não irá mais repetir este tipo de comportamento, e algumas dessas vítimas infelizmente acabam acreditando, e não denunciam mais infelizmente os agressores acabam cometendo a pratica da violência novamente e em muitos casos acaba acontecendo o pior a morte. Trata-se de um estudo bibliográfico, documental e teórico, visa esclarecer a importância do tema da violência contra a mulher e alertar a estas sobre os seus direitos. O tema deste estudo surgiu das inquietações, das observações e experiências vividas no cotidiano com interesse de proporcionar maior e melhor conhecimento do estudo referido. Nosso trabalho tem como objetivo geral analisar quais as principais causas da violência contra as mulheres e as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. Esse trabalho tem como objetivos específicos mostrar os avanços da violência contra as mulheres, identificar causas para coibir o avanço da violência contra as mulheres para combater essa anomalia que vem se alastrando e explicitar o crime de feminicídio no Brasil. O campo dessa pesquisa e de cunho exploratório e dialético com a finalidade de esclarecer e modificar as ideias proporcionando um maior conhecimento acerca do assunto para o pesquisador, como também colaborar nos aspectos positivos para a continuidade dessa pesquisa. Foi destacada a pesquisa descritiva, na medida em que busca alcançar e expor os dados diante dos fenômenos que se apresenta no processo teórico metodológico. Palavras-chave: Violência doméstica e familiar contra a mulher; Lei Maria da Penha; Feminicídio. SANTANA, Isadora Santos. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UMA BREVE ANÁLISE DO FEMINICÍDIO. 2017. 36. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – UNIME-União Metropolitana de Educação e Cultura, Lauro de Freitas, 2017. ABSTRACT This paper proposes to analyze the various cases of domestic and family violence against women and a brief analysis of feminicide, with the main emphasis being the Maria da Penha Law, Law 11,340 / 06 and Law 13,104 / 2015 (Law of Feminicide). Will it address what can be done to combat domestic and family violence against women? How to avoid the crime of feminicide? It is analyzed the increasing rate of violence against women and feminicide, the age groups that suffer most from these cases of domestic and family violence, are low social class, ethnicity and religion. the areas that most often occur this type of violence. In society the profile of the aggressor is usually of poor quality and the same tends to blame the victim for the fact occurred, reason why many women feel guilty and do not have the courage to denounce the aggressor, there are several cases that the same promises will not more repeat this type of behavior, and some of these victims unfortunately end up believing, and do not report more unfortunately the perpetrators end up committing the practice of violence again and in many cases ends up happening the worst death.This is a bibliographical, documentary and theoretical study. It aims to clarify the importance of the theme of violence against women and to alert women about their rights. The theme of this study arose from the restlessness, observations and experiences lived in the daily life with interest to provide greater and better knowledge of the referred study. Our general objective is to analyze the main causes of violence against women and the protective measures of the Maria da Penha Law. The specific objectives of this work are to show the advances of violence against women, to identify causes to prevent the advance of violence against women to combat this anomaly that has been spreading and to explain the crime of feminicide in Brazil. The field of this research is exploratory and dialectical in order to clarify and modify the ideas, providing a better knowledge about the subject for the researcher, as well as collaborating on the positive aspects for the continuity of this research. The descriptive research was highlighted, in that it seeks to reach and expose the data in the face of the phenomena presented in the theoretical methodological process. Keywords: Domestic and family violence against women; Maria da Penha Law; Feminicide. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 –Taxas de feminicídio por 100 mil mulheres..............................................31 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Registros de atendimentos à mulher Brasil 2009 a 2012.......................21 Tabela 2 – Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres...........................................32 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CF Constituição Federal CPB Código Penal Brasileiro CP Código Penal IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística STF Supremo Tribunal Federal SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................13 1. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER .............................................................15 1.1 CONCEITO DE GÊNERO.....................................................................15 1.1.1 Formas e tipos de violência contra a mulher..........................................16 2. DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER......................................................................................21 2.1 PERFIL DO AGRESSOR QUE PRATICA A VIOLÊNCIA DOMESTICA....................................................................................................22 2.1.1 Das medidas integradas de prevenção....................................................22 2.1.2. A competência para julgar os crimes praticados contra a mulher..........26 3. O FEMINICÍDIO .........................................................................................28 3.1 ESPÉCIES DE FEMINICÍDIO....................................................................29 3.1.1 Taxa do feminicídio no Brasil....................................................................31 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................33 REFERÊNCIAS.....................................................................................35 13 INTRODUÇÃO Esse trabalho busca esclarecer a respeito da violência doméstica e familiar contra a mulher, com uma breve analise no feminicídio, principalmente no que se refere as atuais Leis Maria da Penha e do Feminicídio. A violência contra a mulher é um fenômeno que revela a relação de desigualdade entre homens e mulheres existentes em nossa sociedade. Antigamente as mulheres sofreram muitos preconceitos, e esse número vem aumentando por segundos no Brasil. Essas agressões ocorrem em diferentes âmbitos: no trabalho, no casamento, na participação social, entre outros. A violência contra a mulher acontece em todas as idades, classes sociais, etnias, religiões e opções sexuais. A relevância desse tema “violência doméstica e familiar contra a mulher: uma breve análise do feminicídio” é o número de vitimas que tem crescido a cada segundo em nosso país, o maior número dessas mulheres que sofrem as agressões permanece em silêncio com medo do agressor. Este tema surgiu devido à observação e momentos vividos entre familiares, amigos e testemunhos nas redes sociais. Dados estatísticos mostram que a taxa da violência e do Feminicídio contra as mulheres é altíssima e retratam os maiores problemas sociais do Brasil. O Problema apresentado é o seguinte: O que pode ser feito para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher? Como evitar o crime do feminicídio? Na legislação brasileira, a mulher recebe atenção pormenorizada do legislador. Sob da proteção à moral e ao núcleo familiar. Já na sociedade esse assunto é tratado de maneira muito diversa, pois na maioria das vezes as pessoas ainda acham que as vitimas que são as verdadeiras culpadas, taxando os agressores como os inocentes que não resistiu às provocações, mais existem pessoas que sabem lidar com este assunto e apoiam as verdadeiras vitimas dos agressores que são as mulheres. O trabalho apresentado tem como objetivo geral, analisar quais as principais causas da violência contra as mulheres e as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. E como objetivos específicos: Mostrar os avanços da violência contra as mulheres; identificar causas para coibir o avanço da violência contra as mulheres para combater essa anomalia que vem se alastrando e explicitar o crime de feminicídio no Brasil. 14 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente por seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo. Um terço das mulheres admite já ter sido vítima, em algum momento de sua vida, de alguma forma de violência física, como: 24% - desde ameaças com armas até o cerceamento do direito de ir e vir; 22% - agressões; 13% - estupro conjugal ou abuso; 27% - sofreram violências psicológicas e 11% afirmam já ter sofrido assédio sexual. Nos casos de arquivamento dos processos, a própria agredida, que chega a mudar seu depoimento, quando o processo já está correndo na Justiça. A dependência emocional, mais que a econômica, é que faz a mulher suportar agressões. O trabalho apresenta um estudo documental e bibliográfico através de pesquisas em livros de doutrinadores, sites, e outros com conhecimentos na área especifica, no cerne do método qualitativo fundamentalmente em conceitos e proposições, visa esclarecer a importância do tema da violência contra a mulher e alertar a estas sobre os seus direitos e como se prevenir. O campo dessa pesquisa é de cunho exploratório e dialético, com a finalidade de esclarecer e modificar as ideias, proporcionando um maior conhecimento acerca do assunto para o pesquisador, como também colaborar nos aspectos positivos para a continuidade dessa pesquisa. Foi destacada a pesquisa descritiva, na medida em que busca alcançar e expor os dados, diante dos fenômenos que se apresenta no processo teórico metodológico. Apresenta como proposta enriquecer e aprimorar conhecimentos para todos interessados pelo tema especificado, assim dando subsídios para novos estudos. 15 1. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause dano, morte ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, em qualquer âmbito. Conforme relata Chauí (2002, Pag. 47) que violência é, Uma realização determinada das relações de força, tanto de classes sociaisquanto em termos interpessoais. (...) como uma ação que trata o outro não como sujeito, mas como coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio, de modo que, quando a atividade e a fala de outrem são impedidas ou anuladas, há violência. Segundo Alcilei da Silva Ramos, Violência contra a mulher é qualquer conduta, ação ou omissão, de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados. Suas soluções, do mesmo modo, supõem complexidade e envolvem a participação de diversos atores sociais, incluindo, necessariamente, as instâncias de controle social informal que são muito mais incidentes e importantes do que as de controle formal‖ (GOMES, 2004, pag.148). A violência contra a mulher é um problema da saúde pública, pois causa danos físicos, sexuais e os crimes de feminicídios, traz consequências também econômicos e sociais. 1.1. CONCEITO DE GÊNERO O conceito de gênero abrange mais do que a diferença, macho e fêmea ou mulher e homem: “O gênero se torna, aliás, uma maneira de indicar as construções sócias: a criação inteiramente social das ideias sobre os papéis próprios aos homens e às mulheres. É uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres.” (SCOTT, 1995). O conceito de gênero dado por Viezzer e Moreira (2006, Pág. 30) explica que, “(...) surgiu nos EUA em meados dos séculos XX primeiramente designando as diferenças psicológicas entre homens e mulheres. Posteriormente na Inglaterra, na década de 1970, algumas estudiosas acadêmicas debruçaram- 16 se sobre um fenômeno curioso: as diferenças sexuais entre machos e fêmeas da espécie humana traduziam-se quase sempre em desigualdades no tratamento de homens e mulheres, em detrimento das mulheres. Souza. Altmann (1998) citam Guacira Louro: Entendendo gênero fundamentalmente como uma construção social e, portanto, histórico, teríamos de supor que esse conceito é plural, ou seja, haveria conceitos de feminino e de masculino, social e historicamente diversos. A idéia de pluralidade implicaria admitir não apenas que sociedades diferentes teriam diferentes concepções de homem e de mulher, como também que no interior de uma sociedade tais concepções seriam diversificadas, conforme a classe, a religião, a raça, a idade, etc.; além disso, implicaria admitir que os conceitos de masculino e feminino se transformam ao longo do tempo. (1996, Pág. 10). A Constituição Federal Brasileira determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Diz que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, e que a lei deve punir qualquer discriminação aos direitos e liberdade fundamentais. O Artigo 5º, caput e inciso I da CF, diz que, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes. I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. Mas, não é isso que vemos na sociedade em que vivemos, existem vários tipos de desigualdade entre homens e mulheres, seja na área profissional, amorosa e até mesmo no convívio social, alguns homens as vezes esquecem que as mulheres possuem os mesmos direitos e deveres que eles possuem, cabendo cada um respeitar as suas igualdades e seus direitos de forma respeitosa e equilibrada, para não ferirem uns aos outros. 1.1.1. Formas e tipos de violência contra a mulher Segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, 17 humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Todos os tipos de violência citados acima são crime e estão prevista na Lei Maria da Penha, e toda mulher sem exceção que sofrer estes tipos de violência precisam denunciar sem tem medo dos agressores. Podemos observar os tipos de violência Contra a Mulher, e entender um pouco mais sobre cada um deles. A Violência de gênero é a violência sofrida pelo fato de ser mulher, apenas por ser do sexo feminino, sem dentição de qualquer outra condição. Conforme Saffioti, violência de gênero é um conceito mais amplo que o de violência contra a mulher e abrange não apenas as mulheres, que no Brasil é constitutiva das relações de gênero. Violência de gênero, por sua vez, produz-se e reproduz-se nas relações de poder onde se entrelaçam as categorias de gênero, classe, raça/etnia. Expressa uma forma particular da violência global mediatizada pela ordem patriarcal que dá aos homens o direito de dominar e controlar suas mulheres, podendo, para isso, usar a violência. (Saffioti, Pag.9.) A Violência doméstica é quando acontece no ambiente doméstico, em casa ou em uma relação de coabitação ou afeto. De acordo com Cunha, 2008, Pag. 119: A agressão no âmbito da unidade doméstica compreende aquela praticada no espaço caseiro, envolvendo pessoas com ou sem vínculo familiar. Violência no âmbito da família é aquela praticada entre pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar, podendo ser conjugal, em razão de parentesco (em linha reta ou por afinidade), ou por vontade expressa (adoção). E agressão em qualquer relação íntima de afeto é aquela inserida em um relacionamento estreito entre duas pessoas, fundadas em laços de amor, companheirismo, amizade. 18 A Violência familiar é violência que acontece entre os próprios familiares, formados por vínculos naturais de parentescos, civil ou por afinidade. Exemplos: pai, Irmão, tio, marido, padrasto, primo. O conceito de violência doméstica e familiar ambos são obtidos no artigo 5º, inciso I, II e III da lei 11.340/06. Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) I - no âmbitoda unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Violência física é qualquer ato contra a integridade física da vitima, que cause dano, exemplos: socos, tapas e etc. De acordo com Porto (2012, Pag.4), a violência física é a ofensa à vida, à saúde e integridade física, tratando-se da violência propriamente dita. É caracterizada normalmente por hematomas, equimoses, queimaduras e fraturas. DIAS (2007, Pag.394). É uma das formas mais frequentes de violência intrafamiliar, pois se origina de várias formas, através de punições e disciplinamento, costume que foi introduzido no Brasil pelos jesuítas, que puniam quem ousasse faltar a escola jesuítica com palmadas e o tronco (forma de tortura) (GUERRA 2011). Violência psicológica é que causa dano emocional e diminui a alta estima da vitima, esse tipo de violência prejudica não só o seu desenvolvimento, mais trás grandes transtornos mentais. Essa forma de violência é a mais frequente e a menos denunciada. Violência sexual é a violência que envolve a relação sexual não consentida e pode ser praticada por qualquer homem. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm#art27vii 19 Esta forma de violência sempre foi muito confundida, pois a tendência é confundir a sexualidade como um dos deveres do casamento, e seria legítima a insistência do homem, como se ele estivesse a exercer um direito. Por isso, houve certa resistência da doutrina e da jurisprudência em admitir a possibilidade da ocorrência da violência sexual nos vínculos familiares, especialmente entre marido e mulher (DIAS, 2007). A violência sexual é construída pelos delitos “contra à desigualdade sexual”. Elencados no CPB, do artigo 213 ao 218A. Art. 213. Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Art. 214. (Revogado pela lei n. 12.015/09) Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos: Art. 216. (Revogado pela lei n. 12.015/09) Art. 216A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagens ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes, ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Art. 217. (Revogado pela lei n. 11.106/05) Art.217A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. Segundo dados do Dossiê Mulher 2015, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 31,3% dos casos de estupro de mulheres registrados em 2014 configuraram situações de violência doméstica ou familiar. Violência patrimonial é entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos pessoais ou de trabalho. Constitui o crime de violência patrimonial a retenção, a subtração e a destruição de instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos (PORTO, 2012). http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/pesquisas/dossie-mulher-rj-isp-2015/ 20 Violência moral é o tipo de violência é praticado contra a honra da mulher, configura os crimes de calúnia, difamação e injúria. O agressor que infringir o art. 7º, inciso V, da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), está sujeito às penalidades descritas nos artigos 138, 139 e 140 do CPB: Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. A violência doméstica contra a mulher é qualquer ação ou conduta cometida por familiares ou pessoas que convivem na mesma casa, suas consequências são: morte, dano e sofrimento físico ou psicológico à mulher. 21 2. DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER De acordo com o site Compromisso e atitude Lei Maria da Penha, o total de relatos 51,06% corresponderam à violência física; 31,10%, violência psicológica; 6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%, violência sexual; 1,93%, violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas. De acordo com o IBGE o número de telefone fixo 180 é um serviço de atendimento que recebe denúncias de maus-tratos contra as mulheres oferecido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Esse serviço tem ajudado muitas mulheres a denunciar os seus agressores, o IBGE mostra que apenas no primeiro semestre de 2012 foram feitos 47.555 registros de atendimento, durante todo ano de 2011 foram registrados cerca de 74.984 registros de violência contra as mulheres. O número de ligações são maiores para denunciar os agressores por violência física que pode variar de uma lesão corporal leve até o delito mais greve o homicídio consumado. Tabela 1 Registros de atendimentos à mulher Brasil 2009 a 2012 Fonte: Secretaria de Políticas para as Mulheres, Central de Atendimento à Mulher- Ligue 180. 22 O serviço funciona 24 horas por dia, ou seja, não para um minuto sequer, com profissionais qualificados para trabalhar nesta área, é importante que as vitimas que sofrem a violência domestica, não tenham medo, pois é um tipo de serviço de total segurança. Caso a mesma não tenha coragem de denunciar, quem estiver por perto e ver a situação que ela está passando, pode ligar para a central de atendimento e passar todos os dados cabíveis. 2.1. PERFIL DO AGRESSOR QUE PRATICA A VIOLÊNCIA DOMESTICA Normalmente os agressores aparentam ter as mesmas características, no momento da agressão geralmente estão alcoolizados, casos raros os agressores estão sóbrios; desempregados, por eles estarem sem emprego se acham inferior as suas mulheres e acabam descontando nelas; normalmente são homens que não se cuidam e a autoestima acaba ficando baixa e muitos desses agressores apresentam um quadro depressivo. Segundo Machado e Gonçalves (2003, pág. 112) “vistos de fora, os agressores podem parecer responsáveis, dedicados, carinhosos e cidadãos exemplares”. Costa, 2003, Pág. 98: Muitas vezes o homem sente-se culpado, prometendo à companheira melhorias em relação ao futuro. No entanto, “não consegue modificar-se e, em consequência, renova o sentimento de culpabilidade, bebe e passa a agredi-la”. O perfil do agressor, é o homem entre 26 e 40 anos de idade, sendo 71% solteiros, muitas vezes sem possuir uma renda fixa. 2.1.1. Das medidas integradas de prevenção Na Lei 11.340/06 a lei Maria da Penha, no art. 8º. Estão elencadas as medidas preventivas que devem ser adotadas pelo Estado Brasileiro, pela sociedade e famílias, prevenindo as mulheres da violência sexual no âmbito familiar e doméstico.23 Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não- governamentais, tendo por diretrizes: I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas; III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal; IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres; VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher; VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia; VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. Estas medidas são gerais e preventivas que ajudam as mulheres e dão assistência em situação de violência doméstica e familiar. O legislador da lei 11.340/06, elencou mecanismos de proteção as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. O doutrinador Souza: “após fixar medidas preventivas no Capítulo I, caso elas não sejam totalmente efetivas, haverá necessidade de implementar medidas reagentes ou repressivas para a salvaguarda do interesse tutelado.” (2007, pg. 81). Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art1iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art3iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art221iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art221iv 24 no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso. § 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta; II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. § 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual. (Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006). Conforme Cunha: Os mecanismos de assistência à mulher tripartem-se em: (a) “assistência social” (Lei 8.742/93), incluindo a ofendida no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estatual e municipal; (b) “á saúde “ ( Lei 8.080/90), compreendendo o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente transmissíveis (DST) e da Síndrome da imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual; (c) “à segurança pública”, garantindo à vítima proteção policial, bem como abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida e, se necessário, acompanhamento da ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar. (2007, pg.50). No art. 12, a lei 11.340/06 elenca uma série de providências que devem ser adotadas pela autoridade policial no momento de seu atendimento. Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada; II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência; IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; V - ouvir o agressor e as testemunhas; VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele; VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público. 25 § 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter: I - qualificação da ofendida e do agressor; II - nome e idade dos dependentes; III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida. § 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida. § 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. Esse art. 12 trata-se de um rol exemplificativo, algumas dessas providências são de caráter obrigatório, por exemplo, a oitiva da vítima, e outras tem a realização condicionada a autoridade judicial, exemplificando, se o crime não deixar vestígios, não é necessário o exame de corpo de delito. As medidas protetivas de urgência tem como objetivo coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. O artigo 19 da Lei Maria da Penha, em seu parágrafo § 1°, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e demanifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. Conforme dispõe a redação do artigo 25 da Lei nº 11.340/06: “o Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher”. Possui legitimidade para atuar como fiscal da lei ou então agir como parte na condição de substituto processual. Conforme a Jurisprudência Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida. § 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. § 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados. § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. Conforme a Jurisprudência: Violência doméstica - decretação medida protetiva - desnecessidade de oitiva da parte contrária - artigo 19, parágrafo 1º, da lei 11.340/2006 - ordem denegada. 1 - as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas inclusive de ofício pelo juiz e prescindem da audiência das partes, conforme a literalidade do artigo 19, § 1º, da lei Maria da Penha. sendo assim, as 26 garantias que o impetrante pretende que sejam respeitadas (ampla defesa e contraditório) serão observadas no curso regular do processo, não em sede de decretação de medida protetiva de urgência, pois que não consta tal exigência no dispositivo em comento. (TJDFT HC 272.050. Rel. Gislene, j. 26.04.2007, DJ 06.06.2007.p.98). Como estabelece o artigo 37 da Lei nº 11.340/06, ao Ministério Público cabe exercer a defesa dos interesses e direitos transindividuais. Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil. O agente ministerial poderá manter um cadastro elaborado no momento do recebimento do inquérito, com base no artigo 26, inciso III: “cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher”. Com esta medida, é possível verificar se houve casos de violência anteriores, mesmo que estes não tenham desencadeado a ação penal. A lei maria da penha cria mecanismo de coibir a violencia domestica e famliar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da convenção sobre a eliminação de todas as formas violência contra a mulher, da Covenção Interamericana para Prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher e de outro tratados internacionais ratificados pela república federativa do brasi; dispõe sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; e estabelece medidas de assisêcia e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar (BRASIL,2006). Para os efeitos dessa lei, configura como violência doméstica e familiar contra mulher “qual quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” (BRASIL, 2006, p.01). 2.1.2. A competência para julgar os crimes praticados contra a mulher A competência para processar e julgar os crimes praticados contra a mulher em âmbito doméstico e familiar são nas comarcas de juízo único; do juiz natural; nas comarcas com mais de um juízo, a competência será do juiz criminal da distribuição processual. 27 O art. 14 da Lei 11.340/2006 prevê a criação de: Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Todos os crimes praticados no âmbito doméstico contra a mulher, deverá ser julgado pelo juiz titular do juizado de violência doméstica e familiar. Cavalcanti comenta que: O art.14 estabeleceu a criação de juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça ordinária, com competência cível e criminal nos Estados, no Distrito Federal e nos territórios, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Esta foi mais uma importante inovação desta lei, posto que esses juizados possibilitarão um atendimento mais humanizado e eficiente às vitimas da violência doméstica. No primeiro dia de vigência da Lei Maria da Penha o Distrito Federal inaugurou o 1.º Juizado de Violência Doméstica e Familiar do Brasil. Em vários outros Estados da Federação já foram criados juizados e Varas Especificas para processar e julgar os casos de VD, a exemplo do Pará, São Paulo, Tocantins, Ceará entres outros. (2012, Pag. 230). As varas, os juizados especializados constituirão exceções à regra da Lei Maria da Penha crimes de competência do Júri, crimes de competência da Justiça Federal, crimes de competência militar e outros. Conforme Gomes e Bianchini: No caso especifico de homicídio (crime doloso contra a vida, artigo121 do Código Penal), a competência continua sendo do Tribunal do Júri, incluindo se o sumário de culpa (fase instrutória preliminar). Não será das varas criminais específicas, nem dos juizados de violência doméstica quando criados, a não ser dos casos de comarcas de varas únicas ou com competência geral, como ocorreu com a Lei do Estado do Pará, não se vê qualquer inconstitucionalidade, já que o procedimento será mantido em todos os seus termos. Diga-se a mesma coisa em relação à competência da Justiça Federal: uma agressão de marido contra a mulher dentro de uma aeronave ou navio será de competência da Justiça Federal, art. 109, CF. Ademais, a lei nova não prevê a criação destes juizados no âmbito da Justiça Federal. (2006. Pag. 24). Esses crimes de homicídio, crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, do mesmo modo uma violência cometida pelo agressor contra a sua companheira em uma aeronova ou navio a competência será da Justiça Federal. As regras de competência expressas pela Lei Maria da Penha, tiveram incidência imediata, passando a vigorar no dia da sua publicação, em vista do princípio da aplicação imediata da lei processual. 28 3. O FEMINICÍDIO A Lei 13.104 de 09 de março de 2015, Altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Criando uma forma qualificada de homicídio no Código Penal, além de novas causas especiais de aumento de pena. Alterou também o Art. 2º art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que passou a vigorar da seguinte forma: “Art. 1o (...) I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI);” A nova lei incluiu no parágrafo 2º o inciso VI o homicídio de feminicídio, as caracteristicas desse homicidio no parágrafo 2ºA, incisos I e II, e os aumentos de pena do parágrafo 7º , I, II, e III, ambos do artigo 121 do CPB. § 2º... VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - Violênciadoméstica e familiar; II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (NR) Sanches, 2017, Pag. 64: O feminicídio, entendido como a morte de mulher em razão da condição em sido sexo feminino. A incidência da qualificadora reclama situações de violência praticada contra a mulher, em contexto caracterizado por relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em situação de vulnerabilidade. O feminicídio é um crime praticado por homem ou mulher contra a mulher pela simples razão desta ser mulher. A maioria da doutrina dividi o feminicídio em 3 tipos: intimo, não íntimo e por conexão. O feminicídio íntimo é aquele cometido por homens ou mulheres com os quais a vítima mulher tem ou teve uma relação íntima, familiar, de convivência ou afins; o feminicídio não íntimo é aquele cometido por homens ou mulheres com os quais a vítima não tinha relações íntimas, familiares ou de convivência; O feminicídio por conexão é aquele em que uma mulher é assassinada porque se encontrava na “linha http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8072.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8072.htm#art1i. 29 de tiro” de um homem ou mulher que tentava matar outra mulher, o que pode acontecer na aberratio ictus. As caractéristicas do feminicidio está previsto no artigo121, paragráfo 2ºA, e seus incisos I e II, que diz: § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - Violência doméstica e familiar; II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. No inciso I a violência pode ocorrer tanto no âmbito doméstico ou familiar, ou seja, nada impede que ocorra o feminicídio no lar da vítima sem que haja vínculo familiar, e nem que esse crime ocorra entre familiares fora do âmbito doméstico. O inciso II que trata do menosprezo ou discriminação à condição de mulher, nesse caso cabe ao julgador estabelecer no caso concreto se o homicídio se configura como feminicídio. O inciso I deixa bem claro as circunstâncias dos fatos, analisando se caracterizou ou não a qualificadora. A Competência para julgar o homicídio do feminicídio depende da organização judiciária de cada Estado, pois existem alguns entes federativos em que há na lei de Organização Judiciária previsão para julgar, em caso de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica, a Vara de Violência Doméstica. A Vara de Violência Doméstica passa a instruir o feito até a fase de Pronúncia e depois faz o seu encaminhamento para Vara do Tribunal do Júri. Conforme, posicionamento do STF: O STF, a Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1ª fase do procedimento do Júri seja realizada na Vara de Violência Doméstica, em caso de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica. Não haverá usurpação da competência constitucional do júri. Apenas o julgamento propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal do Júri (Conferir: STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014. Info 748). 3.1. ESPÉCIES DE FEMINICÍDIO Podemos identificar várias espécies de feminicídio, que são: Feminicídio intra lar: Ocorre quando é comprovado que um homem assassinou uma mulher no âmbito doméstico e familiar; Feminicídio homoafetivo: Ocorre quando uma mulher mata a outra no contexto de violência doméstica e familiar; Feminicídio simbólico 30 heterogêneo: Ocorre na hipótese do inciso II, parágrafo 2ºA, do artigo 121 do CP. O que importa nessa espécie de feminicídio é que o homem destrua a imagem da mulher e a sua identidade. Feminicídio simbólico homogêneo: Ocorre também na hipótese do inciso II, parágrafo 2ºA, do artigo 121 do CP, O que diferencia esse do anterior é que nesse caso o feminicídio simbólico homogêneo é praticado por uma mulher contra outra mulher. O homicídio pode ser praticado dentro dessas quatro hipóteses, podemos destacar ainda mais algumas, como: Feminicídio aberrante por aberratio ictus: Ocorre quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o homem ou a mulher, acaba atingindo outra mulher que não pretendia atingir, respondendo, portanto, como se tivesse praticado o crime contra a mulher que pretendia consumar o crime. Nesse caso o feminicídio aberrante por aberratio ictus, não considerada as qualidades da vítima, mas da mulher que o agente pretendia atingir, divide-se em: Feminicídio aberrante por aberratio ictus com resultado único e feminicídio aberrante por aberratio ictus com duplicidade de resultado. Feminicídio aberrante por aberratio criminis: Ocorre quando fora dos casos de aberratio ictus, o agente, por acidente ou erro na execução do crime, tem resultado diverso do pretendido. O feminicídio aberrante por aberratio criminis, o agente responde por culpa, se é previsto como crime culposo, mas se ocorre também o resultado pretendido, aplica- se a regra do concurso formal, como está previsto no artigo 70 do CP: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Feminicídio aberrante por error in persona: Ocorre quando o autor quer matar uma mulher no contexto de violência doméstica e familiar ou motivado pelo menosprezo ou discriminação e erra a identidade assassinando outra mulher. O § 3º do artigo 20 do Código Penal diz: Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, 31 senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Feminicídio aberrante por aberratio causae: Ocorre quando há um erro sobre nexo causal. É a hipótese do dolo geral. Ocorre quando o agente, imaginando já ter matado a mulher no contexto de violência doméstica e familiar ou motivado pelo menosprezo ou discriminação, pratica nova conduta, que vem a ser causa efetiva da consumação. 3.1.1. Taxa do feminicídio no Brasil O Brasil é o quinto país com maior taxa de homicídio de mulheres em razão destas serem mulheres, caracterizando assim o feminicídio. Cronômetro da Violência contra as mulheres no Brasil 5 espancamentos a cada 2 minutos. 1 estupro a cada 11 minutos. 1 feminicídio a cada 90 minutos. 179 relatos de agressão por dia. 13 homicídios femininos por dia em 2013. Dados compilados no Dossiê violência contra as mulheres:http://www.agenciapatriciaglavao.org.br/dossie/). Feminicídios nas regiões do Brasil: Figura 1 Taxas de feminicídio por 100 mil mulheres FONTE: Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil (Ipea, 2013) 32 Em todo território brasileiro a taxa do feminicídio é grande, porém existem regiões que a taxa é maior, como é o caso das regiões do Nordeste, Centro-Oeste e Norte, estas regiões apresentam um alto índice de homicídio em razão da mulher ser mulher, ou pelo menosprezo edescriminação contra as mulheres. Os Estados com maiores taxas de feminicídio foram: o Espírito Santo com 11,24, a Bahia vem logo após com 9.08 e logo em seguida Alagoas com 8,84, estes são os três Estados brasileiros que estão no ranking. Tabela 2 Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres FONTE: Violência contra a mulher: ES é líder nacional em feminicídios. As vitimas desse crime na maioria das vezes são mulheres de baixa renda, são mulheres jovens entre 20 a 39 anos, 61% são mulheres negras. No Brasil 50% dos crimes de feminicídio envolvem armas de fogo, 34% de instrumentos cortantes entre outros, 6% dos feminicidíos são em razão dos maus tratos. Os locais que ocorreram o feminicío foram: 29% no domicílio, 31% em locais públicos e 25% em hospitais. Esse homicídio ocorre mais nos finais de semana são 36% de feminicídio. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho de conclusão de curso nos proporcionou explorar o complexo que é a violência doméstica e familiar contra a mulher, perante a Lei de Maria da Penha 11.340/2006. E fazer uma breve análise da Lei 13.104/2015 do Feminicídio. Entretando para exclarecer e alcançar melhor desenvolvimento do trabalho, buscamos conceituar a violência contra a mulher e os tipos de violência, com maior atenção na violência doméstica e familiar, ambas requisitos também para configurar o feminicídio. Trabalhamos também com o perfil do agressor e os dados estatísticos da violência doméstica e familiar. A violência doméstica assusta a todos principalmente as próprias vítimas, os agressores usam da força física, visto que para essa pessoa a violência é normal. Com a evidente discriminação e violência contra as mulheres o Estado interveio através da Lei 11.340/06 Lei “Maria da Penha” para coibir os diversos tipos de violência, fazendo então, com que as mulheres se sentissem mais seguras. Para combater todas as formas de violência a Lei Maria da Penha 11.340/2006 tratou de medidas preventivas que garante que o agressor cumprar com todas elas. Constatou-se, apartir dos dados coletados, que os dados estatísticos sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher vem crescendo todos os dias no Brasil, principalmente nas regiões do Norte e Nordeste, os agressores nomeadamente casados, entre os 25 e os 45 anos, não possuem autoestima, consomem álcool ou outras substâncias ilícitas. Contudo, na sua maioria são cuidadosos e tentam esconder o abuso, causando lesões em zonas menos visíveis e que não requeiram cuidados médicos. As medidas de prevenção estão na lei 11.340/06 a lei Maria da Penha, estas medidas são gerais e preventivas que ajudam as mulheres e dão assistência em situação de violência doméstica e familiar. O feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais comuns são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro. A lei 13.104/2015 trouxe o feminicído para o rol dos crimes hediondos qualificados, tratando mais rigorosamente do assunto. 34 Portanto a realização deste trabalho propiciou conhecer de forma um pouco mais aprofundada porque as mulheres cotidianamente se encontram em situação de violência. E como estas devem se defender para não chegar ao ponto extremo que é a morte em razão desta ser mulher ou pelo simples menosprezo que pode levar ao feminicídio. As mulheres tem que tomar decisões de denunciar não podem ficar com medo dos agressores. 35 REFERÊNCIAS ARRUDA, André (Coord.). Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e Legislação Correlata. Rio de Janeiro: Roma Victor, 2009. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Organização de Alexandre de Moraes. 16.ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. Jus. Disponível em: https://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/177884020/as-modalidades-de- feminicidios-aberrantes.Acesso em 16 de set. de 2017. BRASIL. Lei n. 11.340 de 7 de agosto de 2006. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em 14 de set. de 2017. BRASIL. Ministério da saúde. Política Nacional de Atenção integral a Saúde da Mulher e princípios e diretrizes. Secretaria de Atenção e Saúde. Primeira edição. Seg. Reimpressão Brasília, 2009. CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência doméstica: análise da Lei” Maria da Penha”, nº 11.340/06. 4 ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2012. CHAUÍ, M. Participando do debate sobre mulher e violência. IN: Cardoso, R. et al., Perspectivas antropológicas da mulher. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 2002. CUNHA, Rogério Sanches. Violência Doméstica. Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) comentado artigo por artigo, Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista Pinto. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Especial. São Paulo. 2017. DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Violência de pais contra filhos: a tragédia revisitada. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2011. GOMES, Luiz Flávio; VANZOLINI, Maria Patrícia. Reforma Criminal. 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