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AULAS 13, 14 e 17 - ACOES AUTONOMAS [ALUNO_2200273118] (1)

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GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 
 
1) HABEAS CORPUS 
• Conceito: é o remédio jurídico destinado a tutelar a liberdade física da pessoa, ou seja, a 
liberdade de ir e vir. Em outras palavras, é um remédio jurídico que visa evitar ou fazer 
cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso 
de poder. 
• Natureza jurídica: apesar de estar incluído no rol de recursos, trata-se, na realidade, de 
uma ação constitucional. 
• Prazo: não está submetido a prazo. 
• Espécies: 
a) Liberatório ou repressivo: destinado a afastar constrangimento ilegal a liberdade de 
locomoção já existente (quando a pessoa já está presa). Neste caso, sendo concedida a 
ordem, expede-se alvará de soltura. 
b) Preventivo: quando há apenas ameaça à liberdade de locomoção (quando a pessoa está 
solta com mandado de prisão expedido ou, ainda, quando simplesmente está 
respondendo a inquérito ou processo criminal no qual, pelo crime imputado, há previsão 
de pena de prisão). Neste caso, sendo concedida a ordem, expede-se salvo-conduto. 
• Legitimidade ativa (impetrante): a legitimidade para a impetração de Habeas Corpus é 
atributo do direito de personalidade, de modo que qualquer pessoa pode impetrar esse 
remédio (inclusive sem advogado), em seu favor ou de terceiro. Essa legitimidade 
independe da capacidade civil ou de qualquer outro dado do postulante. A legitimidade ativa 
é de qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira (CPP, art. 654). 
Obs. O impetrante funciona como um substituto processual do paciente. 
Obs. O Ministério Público pode impetrar HC em favor do paciente, nunca para garantir 
simples interesse da acusação. 
• Legitimidade passiva (impetrado ou autoridade coatora): é a própria autoridade que está 
causando o constrangimento ilegal (não o órgão a que ela pertence). Normalmente é uma 
autoridade pública (p.ex. juiz de determinada Vara Criminal, Delegado de Polícia de 
determinada delegacia, etc.), mas nada impede que a autoridade coatora seja um particular 
(p.ex. diretor de asilo, diretor de clínica para dependentes químicos, etc.). É a autoridade 
que profere a ordem que causa o constrangimento e não a que executa aquela ordem (ex. é 
o próprio juiz e não o oficial de justiça que cumpre o mandado de prisão). 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
• Paciente (em favor de quem): pessoa(s) determinada(s) que sofre(m) o constrangimento 
em sua liberdade de locomoção. 
Obs. Não pode ser impetrado HC em favor de pessoa jurídica, pois esta não pode ser alvo 
de pena de prisão. Também não pode ser impetrado em favor de pessoas indeterminadas 
(ex. moradores de determinado local). 
• Competência: orientada pelos critérios de territorialidade e hierarquia. Será da competência 
do juiz ou Tribunal imediatamente superior que teria competência para julgar eventual 
recurso ordinário (ex. ordem de delegado civil = Juiz de Direito; ordem de delegado federal 
= Juiz Federal; ordem de juiz = tribunal ao qual estiver vinculado). 
• Procedimento: o procedimento é composto pelas seguintes etapas: a) petição inicial; b) 
faculdade de pedir informações à autoridade coatora (a autoridade coatora será intimada 
para prestar esclarecimento acerca dos fatos narrados na inicial); c) juntada das informações 
da autoridade coatora; d) parecer do Ministério Público ; e) julgamento. 
• Observações relevantes: 
1) Havendo possibilidade de dano grave ou de difícil reparação, é possível fazer pedido 
liminar (nesse caso, pode ser apreciado antes ou depois do pedido de informações à 
autoridade coatora); 
2) não se admite dilação probatório em sede de HC, a prova deve ser pré-constituída, ou 
seja, o ônus de prova é do impetrante, que deverá provar todos os fatos alegados. 
• Dispositivos relevantes: 
CPP, Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
 
CPP, Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de 
outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer 
a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões 
em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, 
e a designação das respectivas residências. 
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, 
quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação 
ilegal. 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
• Modelo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso-modelo: 
 
Um Policial civil ingressou, sem mandado judicial, na residência de João, e nela apreendeu 
documento público que, submetido à perícia, constatou-se ser falso, vindo por isso João a ser 
denunciado como incurso no artigo 297, caput, do Código Penal. A denúncia foi recebida pelo juiz da 1ª 
Vara Criminal de Juazeiro/BA. Como advogado de João, redija a peça processual adequada 
para a sua defesa. 
 
2) MANDADO DE SEGURANÇA CRIMINAL 
• Conceito: é o remédio jurídico destino à tutela do direito líquido e certo não amparado pelo 
habeas corpus e habeas data, “quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder 
Público” (art. 5º, LXIX, CF). 
• Natureza jurídica: apesar de estar incluído no rol de recursos, trata-se, na realidade, de 
uma ação autônoma. 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da _____ (A 
COMPETÊNCIA DEPENDERÁ DA AUTORIDADE COATORA). 
 
 
ADVOGADO, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o número ... , com fundamento 
no art. 5º, LXVIII, da Constituição da República e artigos. 647 e seguintes do Código de Processo Penal, vem 
impetrar ordem de HABEAS CORPUS em favor de CLIENTE, (qualificação), em função de ato praticado pelo 
(MM. Juízo da x Vara Criminal da Comarca de ____/ Ilmo. Delgado de Polícia da xx Circunscrição Policial → 
depende do caso), ora denominado autoridade coatora, por ter este (explicar a coação ilegal, p.ex. decretado a 
prisão preventiva do paciente). 
 
1. Dos fatos 
 
(Breve relato da questão e indicação do que consiste a coação ilegal). 
 
2. Do direito 
 
(Fundamento legal do HC será o art. 648 do CPP, deve indicar o inciso de acordo com a questão) 
 
(Pode incluir tópico específico para pedido de liminar, sendo, inclusive, o mais comum) 
 
3. Dos pedidos 
 
Diante da patente ilegalidade, requer o impetrante que, seja concedida em favor do paciente ordem de 
HABEAS CORPUS, com a (expedição de alvará de soltura, trancamento da ação ou IP, expedição de salvo 
conduto → depende da questão) 
 
Termos que. 
Pede deferimento. 
(Local, data e ano). 
(Nome e assinatura do advogado ou impetrante). 
 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
• Legitimidade ativa: diferentemente do habeas corpus, necessita ser impetrado por 
advogado com procuração. 
• Legitimidade passiva: pode ser pessoa física ou jurídica. 
• Admissibilidade: o mandado de segurança só pode ser concedido para tutela de direito 
líquido e certo (direito sem obscuridade, que não acarreta dúvida, que não precisa de dilação 
de provas). Normalmente, está vinculado aos casos de trancamento de açãopenal instaurada 
contra pessoa jurídica ou por crime não sujeito a pena de prisão, assim como para obtenção 
de efeito suspensivo em recurso, garantia de acesso de advogado aos autos do inquérito, 
garantia de acompanhamento de advogado de diligência de inquérito, evitamento de 
desentranhamento de documentos em ação penal, restituição de coisas apreendidas, etc. 
Obs. Não se admite Mandado de Segurança quando há previsão de recurso próprio. 
• Prazo: 120 dias, contados da data em que o legitimado tiver tomado conhecimento do ato, 
sob pena de decadência. 
• Competência: orientada pelos critérios de territorialidade e hierarquia. Será da competência 
do juiz ou Tribunal que teria competência para julgar eventual recurso ordinário. 
• Dispositivos relevantes: Lei 12.016/2009 + art. 5º, LXIX, CF. 
• Modelo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da _____ (A 
COMPETÊNCIA DEPENDERÁ DA QUESTÃO). 
 
FULANO DE TAL, (qualificação completa), vem, tempestivamente, por conduto do seu advogado infrafirmado, com 
fundamento no art. 5º, inc. LXIX, da Constituição Federal e arts. 1º e ss. da Lei 12016, de 07 de agosto de 2009, impetrar 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
contra ato ilegal do (autoridade), nos autos do Processo Criminal nº ........... (ou IP), pelas razões de fato e de direito a 
que passa a aduzir: 
 
1. Da tempestividade 
 
Considerando que o Impetrante tomou conhecimento do ato ilegal ou abusivo em xxx, ao (forma do conhecimento), 
verifica-se que o presente remédio demonstra-se inquestionavelmente tempestivo. 
 
2. Dos fatos 
 
(Breve relato da questão e indicação no que consiste o ato ilegal ou abusivo). 
 
3. Do direito 
 
(Apresentar fundamento legal do MS e os preceitos jurídicos violados com o ato coator) 
 
(Após esse tópico, pode incluir tópico específico para pedido de liminar, sendo, inclusive, o mais comum) 
 
4. Dos pedidos 
 
Diante da patente ilegalidade, requer que seja concedida a presente ordem, a fim de que (fundamento do pedido). 
 
Termos que. 
Pede deferimento. 
(Local, data e ano). 
(Nome e assinatura do advogado). 
 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
Caso-modelo: 
 
Após sigilosa investigação da Polícia Federal, a empresa KY foi denunciada pela prática do 
crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei 8137/90. A denúncia foi recebida pelo MM. Juiz 
Federal de Pelotas/RS. Na condição de advogado da empresa KY, redija a peça processual 
adequada à defesa de seus interesses. 
 
 
3) REVISÃO CRIMINAL 
 
• Conceito: é o remédio cabível para provocar a revisão de condenações errôneas já 
transitadas em julgado. 
• Natureza jurídica: apesar de estar incluído no rol de recursos, trata-se, na realidade, de 
uma ação autônoma de impugnação. 
• Legitimidade: “poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado 
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”. 
• Admissibilidade: apesar de não haver vedação constitucional, não é cabível revisão 
criminal contra decisões absolutórias, ou seja, no Brasil não há previsão de revisão criminal 
pro societate. Portanto, apenas é possível revisão criminal se houver sentença 
condenatória já transitada em julgado ou sentença absolutória imprópria (quando é 
aplicada medida em segurança). 
• Prazo: “poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após”. 
• Procedimento: o requerimento deve ser instruído com a certidão de trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
• Cabimento: para a promoção, deverá ser preenchida uma das seguintes hipóteses de 
cabimento: 
a) Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal: a 
violação à “lei penal” deve ser interpretada em sentido amplo, abrangendo qualquer ato 
normativo invocado como fundamento da condenação. Também alcança o erro na 
subsunção dos fatos à norma (p.ex. equivocada qualificação jurídica). 
b) Quando a sentença condenatória for contrária à evidência dos autos: essa 
contrariedade deve ser frontal, direta. Por isso, se a decisão estava apoiada em qualquer 
prova dos autos, mesmo que fraca, não cabe revisão criminal nessa hipótese. 
c) Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos: é o caso de condenação pautada em prova falsa, 
sendo que a falsidade pode ser apurada em ação própria ou mesmo na revisão criminal. 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
Deve haver nexo de causalidade direito entre a prova falsa e a condenação, ou seja, deve 
ser indicado que, sem a prova falsa, não teria havido condenação. 
d) Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado 
ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena: essa 
hipótese alargou o cabimento da revisão criminal, que, tradicionalmente, era cabível apenas 
para julgamentos defeituosos. Indica-se aqui a possibilidade de interpor revisão criminal em 
face de novas e decisivas provas de inocência do condenado, que apenas precisam ter o seu 
conhecimento após a sentença (podem ser provas anteriores e conhecidas posteriormente). 
Essa prova pode ser, inclusive, uma nova descoberta científica (ex. novas pesquisas 
demonstram que substância supostamente utilizada para envenenamento não constitui 
veneno). 
• Dispositivos relevantes: artigos 621 a 631 do CPP. 
• Modelo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da _____ (A 
COMPETÊNCIA DEPENDERÁ DA QUESTÃO). 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, (qualificação completa), vem, tempestivamente, por conduto do seu advogado 
infrafirmado, com fundamento nos arts. 621 e seguintes do Código de Processo Penal, propor 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 
pelas razões de fato e de direito a que passa a aduzir: 
 
1. Dos fatos 
 
(Breve relato da questão e indicação no que consiste o erro da decisão transitada em julgado). 
 
Informar juntada da certidão de trânsito em julgado. 
 
2. Do direito 
 
(Apresentar fundamento legal da revisão criminal, indicando o inciso do art. 621 aplicável à hipótese) 
 
3. Dos pedidos 
 
Ex positis, requer o Revisionando que seja recebido o presente pedido revisional e, após procedimento dos 
parâmetros legais, seja reconhecido o error in iudicando salientado, com a consequente cassação da sentença 
rescindenda, absolvendo o revisionando ante (fundamento do pedido → depende da questão). 
 
Termos que. 
Pede deferimento. 
(Local, data e ano). 
(Nome e assinatura do advogado). 
 
 
GRADUAÇÃO 
PRÁTICA PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
Caso-modelo: 
 
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de 
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro 
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na 
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo 
no Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição 
ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta 
tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não 
revelado. Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as 
testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no 
país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, 
em suas declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus 
antecedentes e reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia 
morrido no dia seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o 
veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessouo crime em seu interrogatório. Ao cabo 
da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial fechado 
para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a 
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais 
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua 
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento 
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de 
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único 
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 
de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local 
onde o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou 
que no mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum 
embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então. Com base somente nas 
informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a 
peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para 
tanto, as teses jurídicas pertinentes.

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