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Pneumologia Colapso das vias aéreas superiores durante o sono Prevalência – homens, pré-operatório de bariátrica, HAS persistente, FA ou AVC; asmáticos devido ao acúmulo de corticoide na faringe Fatores de risco – obesidade, homens, idade avançada, anormalidades craniofaciais DPOC – enfisematoso (protege contra AOS) e bronquítico (risco para AOS) • Diagnóstico – clínica + instrumentos de triagem + PSG • Clínica – roncos altos, acordar engasgado, sudorese, sonolência (alguns podem não ter), acorda com cefaleia e irritado • Exame físico – aumento da PA e do IMC, mensurar diâmetro do pescoço, alterações craniofaciais, obstrução nasal • PSG – polissonografia Tipo 1 -> mais completa e específica, padrão ouro (eletroencefalograma, ECG, cinta torácica, oximetria, cânula nasal, eletroculograma, eletromiograma) – pacientes com poucos sintomas; supervisionada Tipo 2 -> praticamente igual a tipo 1, mas não é supervisionada Tipo 3 -> monitor cardiorrespiratório domiciliar – para pacientes com muitos sintomas Tipo 4 -> pouco utilizado • Índice de distúrbios respiratórios (IDR) > 5 + sintomas OU IDR > 15 sem sintomas • Tratamento – CPAP (pressão positiva) + dormir de lado, evitar álcool, emagrecer, praticar exercícios, aparelhos intraorais, terapia monofuncional, cirurgias BIPAP -> paciente com doença pulmonar que precisa de maior pressão Efeitos adversos -> irritação cutânea, conjuntivite, ressecamento da orofaringe, congestão nasal, aerofagia, vazamento do ar, claustrofobia Aumenta ritmo cardíaco, PA, adesividade plaquetária e depósito de colesterol • Abordagem 1° - diagnóstico na anamnese 2° - Teste de Fagerstrom (avalia dependência) 5 ou mais pontos -> tratamento medicamentoso e terapia < 5 -> terapia cognitiva comportamental 3° - grau de motivação -> pré-contemplação (não quer parar de fumar), contemplação (pensa em parar, mas tá ambíguo), preparação para ação (decidido a parar), ação (toma atitudes para parar), manutenção (mudanças no comportamento) e recaídas (comum até 7) 4° - reconhecer gatilhos que fazem fumar 5° - decidir tratamento (pedir exames) • Tratamento - Não farmacológico PAAP – perguntar, avaliar, aconselhar e preparar PAAPA – perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar Terapia cognitiva comportamental (TCC) - Farmacológico (consumo de 20 ou mais cigarros por dia, 1º cigarro até 30 minutos após acordar + 10 cigarros/dia, Fagerstrom >= 5, tentativa anterior de parar sem êxito; não pode ter contraindicações) Terapia de reposição de nicotina -> adesivos (liberação lenta; contraindicado para pacientes com doenças na pele, 15 pós IAM, gestantes) e goma de mascar (liberação lenta; contraindicado em pacientes com úlcera, que não podem mascar e 15 dias pós IAM), aerossol e inalador (liberação rápida) Medicamentos não nicotínicos -> Bupropiona (>18 anos, não usar junto com IMAO) e Vareniclina • EVALI – lesão pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico; esses dispositivos levam o paciente a fumar o convencional Apneia obstrutiva do sono Tabagismo Kamile Ferreira - M42 Doença inflamatória aguda que acomete VAI e o parênquima pulmonar • TOSSE + EXPECTORAÇÃO E/OU DOR TORÁCICA E/OU DISPNÉIA • Sintomas típicos – geralmente por pneumococos Início súbito, febre alta, calafrios, tremores, tosse produtiva, dor torácica, dor ventilatória dependente -> evolução com dispneia, complicações cardíacas e intersticiais Exame físico -> creptos, roncos e sibilos, FTV aumentado, expansibilidade diminuída, MV abolidos ou diminuídos RX com consolidação • Sintomas atípicos – geralmente bactérias atípicas (H influenza, Klebsiella, Mycoplasma) Início insidioso, febre variável, tosse com pouca expectoração, mialgia, artralgia, sem dor ventilatória dependente Exame físico -> FTV normal, pode ter roncos, sibilos e creptos, MV pode estar presente RX sem consolidação • Achados sistêmicos – confusão mental, sudorese, febre, calafrios, cefaleia, mialgia OBS.: IDOSO -> pode tá só com FC e FR aumentadas, sem sintomas respiratórios • Exames RX de tórax – em suspeita de PAC, pede e já inicia ATB. Pode apresentar consolidação. Quando solicitar novo RX? Se tiver derrame, mais de 1 lobo comprometido -> pedir cerca de 4 semanas após início do tratamento Hemograma – sempre pedir em pacientes com infecção Gasometria – verificar se precisa de O2 ou ficar internado Culturas, sorologia e antígenos – paciente grave, paciente que não melhorou com o ATB Outros exames – de acordo com comorbidades • CURP 65 – saber se precisa internar OBS.: se reidratar o paciente e ele melhorar, libera C -> Confusão mental – 1 ponto Ureia elevada (>50mg/dL) ou desidratado – 1 ponto FR > 30 rpm – 1 ponto PAS < 90mmHg e/ou PAD < 60 mmHg – 1 ponto Idade > 65 anos – 1 ponto (não pontua sozinho) 0-1 não interna, 2 considera internar, 3-5 interna (pensar em UTI) - Quando ir pra UTI? – 1 critério maior ou 2 menores Maiores – necessidade de ventilação mecânica ou choque séptico Menores – FR>=30rpm, PaO2/FIO2 =< 250, comprometimento de mais de 1 lobo, confusão mental, U>= 65mg/dL, hipotensão, leucopenia, etc • Tratamento - Paciente ambulatorial Sadio e sem terapia prévia: macrolídeo (azitromicina, claritromicina) ou beta lactâmico (amoxicilina + clavulanato) Com comorbidades ou terapia prévia: Quinolona (levofloxacino) Contraindicado para quinolonas: Beta lactâmico + macrolídeo Suspeita de aspiração: beta lactâmico + clavulanato ou clindamicina - Internamento em enfermaria: fluoroquinolona respiratória OU beta lactâmico + macrolídeo - Internamento na UTI Sem risco de pseudomonas: beta lactâmico + macrolídeo OU beta lactâmico + fluoroquinolona (sem ser cipro) Com risco de pseudomonas: antipseudomonas + ciprofloxacino // antipseudomonas + aminoglicosídeo + fluoroquinolona ou macrolídeo Processo inflamatório das VAI; sintomas persistentes; problema na expiração Exposição à gases e substâncias nocivas + predisposição genética Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) DPOC Fatores de risco: tabagismo, condições socioeconômicas reduzidas, histórico ocupacional, exposição à queima de biomassa, fator genético • Diagnóstico – anamnese + espirometria - Clínica: tosse prolongada com expectoração (3 meses tossindo nos últimos 2 anos), dispneia (geralmente em doença mais avançada), gripes fortes Paciente com histórico de exposição a fatores de risco - Espirometria: não tem resposta total ao broncodilatador, VEF1 determina se tem obstrução, VEF1/CVF =< 70% após broncodilatador indica doença obstrutiva - RX: mostra complicações, não dá diagnóstico - Dosagem de alfa-1-antitripsina: para pacientes com menos de 40 anos, com deficiência genética de alfa-1-antitripsina, com enfisema nas bases, com histórico familiar - Gasometria, ECG, ECO, hemograma, ureia e creatinina para avaliar gravidade • Crise de DPOC – tosse, expectoração catarral (infecciosa), dispneia, ausculta com sibilos ou prolongação respiratória, diminuição dos sons pulmonares • Classificação de gravidade – escala de dispneia (MRC), CAT, número de exacerbações - Em pacientes com VEF1/CVF < 70% GOLD 1: VEF1 >= 80% - leve GOLD 2: 80% > VEF1 >= 50% - moderado GOLD 3: 50% > VEF1 >= 30% - grave GOLD 4: 30% > VEF1 – muito grave - Pacientes A (MRC 0-1) e B (MRC 2): GOLD 1 e 2, mesmo número de exacerbações (0 ou 1), sem internação - Pacientes E (qualquer MRC): GOLD 3 e 4, mais de 2 exacerbações, 1 ou mais internações • Tratamento - Não medicamentoso – retirar fatores de risco e vacinação (COVID e Influenza) - Medicamentoso Grupo A -> broncodilatador (o de longa é preferível, menos quando a dispneia é ocasional) Grupo B -> LABA+LAMA Grupo E -> LABA+LAMA (se eosinófilos > 300, adiciona corticoide inalatório) - Exacerbações Paciente só com 1 broncodilatador -> LAMA+LABA Paciente com LAMA+LABA-> LAMA + LABA + CI Paciente com LAMA+LABA+CI -> add roflumilaste ou macrolídeo ou retira CI (se PNM) - Exacerbações infecciosas – aumenta dispneia, aumenta tosse e expectoração Tipo 1 -> tem os 3 sintomas: broncodilatador + corticoide + ATB Tipo 2 -> tem 2 sintomas: broncodilatador + corticoide + ATB Tipo 3 -> tem só 1 dos sintomas: investiga, não usa ATB - Uso de oxigênio domiciliar Saturação de O2 < 88% ou PO2 < 55% Saturação < 89% em pacientes com HAP, hemoglobina > 16, ICC 60% > PO2 > 55% em pacientes com HAP, hemoglobina > 16, ICC Doença inflamatória crônica das VAI; hiperresponsividade a diversos estímulos e obstrução variável (diferente da DPOC) • Fatores desencadeantes: ácaros, pólen, fumaça, barata, cheiros fortes, exercício, emoções, gargalhadas, mudanças na temperatura, medicamentos • Remodelamento em pacientes que passaram muito tempo inflamados e sem tratamento • 2 endótipos - Inflamação tipo 2 -> intensa atividade eosinofílica Eosinofílica – não alérgica Alérgica – IgE (paciente tem rinossinusite, dermatite atópica) Asma - Inflamação não tipo 2 -> neutrófilos Início tardio, mais grave, mais difícil de tratar • Sintomas sugestivos: sibilos (não tá sempre presente) + dispneia + tosse seca ou produtiva + sensação de opressão torácica • Diagnóstico: Clínica + exames - Clínica – sintomas que variam ao longo do tempo e em intensidade - Exames Espirometria -> VEF1 reduzido, VEF1/CVF < LLN (normal). Critérios: VEF1/CVF < LLN (ou 70%). Prova broncodilatadora: VEF1 aumenta 200mL e 12% ou mais em relação ao pré-broncodilatador. Nem todos os asmáticos têm essa reversão (exacerbações, infecções, remodelamento brônquico) Peak Flow -> 3 vezes de manhã e 3 vezes de noite, escolhe o maior de cada e faz a média, variação > 10% Pletismografia -> mais usado em remodelamentos Hemograma (avaliar eosinofilia), FeNO, IgE, teste cutâneo, RX Fenotipar pacientes graves que não melhoram • Tratamento Alívio -> formoterol + CI Alternativo -> SABA Step 1 e 2 -> pacientes com sintomas < 5 dias na semana -> Formoterol + CI quando necessário Alternativo step 1-> sintomas menos de 2 vezes por mês -> SABA + CI se necessário Alternativo step 2 -> sintomas 2 ou mais vezes no mês, mas menos de 5 vezes na semana -> baixa dose de CI Step 3 -> sintomas frequentes, acorda com asma 1 ou mais vezes na semana -> Formoterol + CI em dose baixa diariamente Alternativo -> baixa dose de LABA + CI Step 4 -> sintomas diários, acorda com asma 1 vez ou mais na semana -> Formoterol + CI dose média diariamente Alternativo -> dose média ou alta de LABA +CI Step 5 -> adiciona LAMA, Formoterol + CI, anti-IgE e fenotipa o paciente Alternativo -> adiciona LAMA, LABA + CI + anti-IgE Avaliar se o paciente tem risco de parada cardíaca, se tem esforço respiratório, sinais de dispneia grave (tiragem intercostal, musculatura acessória, taquipneia, estridores, sibilância audível), fadiga, rebaixamento do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica (baixa PA e alteração da FC). Fazer anamnese objetiva • Risco de parada cardiorrespiratória: monitorizar, oxigênio e acesso venoso • Ventilação mecânica para pacientes hipoxêmicos e desconfortáveis – não invasiva (não veda vias aéreas) e invasiva (veda vias aéreas) • Crise asmática (como causa) – piora dos status iniciais da dispneia, tosse, sibilância e dor torácica e da função pulmonar. Pode usar o Peak Flow (não faz muito espirometria na exacerbação asmática) - Crise grave (paciente não consegue falar direito, FR > 30, uso de musculatura acessória, FR > 120, saturação < 90%, pico de fluxo =< 50%) – vai pra UTI, avalia necessidade de O2 e ventilação mecânica, dá corticoide VO ou EV e SABA - Crise leve/moderada (paciente não tá agitado, FR aumentada, FC 100-120, saturação 95-90%, pico de fluxo > 50) – SABA com uso de espanador, corticoide sistêmico VO - Se houver melhora, pensa em alta. Após isso, avaliar tratamento de alívio, pode manter corticoide sistêmico por 5/7 dias, retornar de 2 a 7 dias. No retorno, avalia sintomas e sinais, se continua com o corticoide oral, tratamento de alívio, tratamento de controle, fatores de risco e estabelecer plano de ação • Infectocontagiosa, granulomatosa e crônica. Transmissível principalmente pela forma pulmonar. Causada pela Mycobacterium tuberculosis • Transmissão – paciente tem que estar com infecção ativa, na forma pulmonar ou laríngea. É praticamente nula após 15 dias Insuficiência respiratória Tuberculose • Forma primária ocorre logo após infecção, grave (porém pouco poder de transmissibilidade). Forma pós primária – paciente teve contato, mas os bacilos ficam latentes por anos (reativação endógena – imunodepressão – ou exógena – novo contato) • Diagnóstico – clínico, bacteriológico, molecular, radiológico, histopatológico e prova tuberculínica • Clínica: febre, anorexia, sudorese noturna, adinamia, perda de peso. Forma pulmonar – tosse maior que 3 semanas, expectoração, hemoptoicos ou hemoptise, dor torácica e dispneia • Bacteriológico: - Baciloscopia direta – exame negativo não descarta. Indicada em sintomas respiratórios, suspeita clínica e radiológica. Acompanhamento e controle de cura. Detecta paciente com doença ativa. Se suspeitar muito, pode pedir mais amostras. QUADRO CLÍNICO + BAAR POSITIVO -> JÁ TRATA - Teste rápido molecular para TB – negativo não descarta. É mais sensível. Pode ser usado para formas extrapulmonares. Mostra resistência à rifampicina. Resultado sai rápido - Cultura – não espera esse pra começar a tratar. Indicado quando paciente não responde ao tratamento - Faz TRM-TB -> detectou: 1 mostrou resistência a rifampicina, faz outro TRM e pede cultura, 2 não mostrou resistência, pede cultura e inicia tratamento. Faz TRM-TB -> não detectou: 1 sintomas persistem, faz cultura + TS e investiga, 2 sintomas não persistem, exclui diagnóstico • RX (PA e perfil) – método de escolha. Alterações sugestivas: cavidades, nódulos, consolidações, massas, derrame pleural, alargamento de mediastino, lobos superiores e inferiores • TC de tórax – pede quando RX é indefinido, paciente tem clínica e BAAR negativo. Sinais de doença ativa: secreção catarral • Histopatológico • Testar paciente para HIV • Tratamento – observar o paciente tomando a medicação e acompanhar. Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Esquema básico: 6 meses, 2 de RIPE e 4 de RI. Formas meningoencefálica e osteoarticular: 12 meses, 2 de RIPE e 10 de RI. Seguimento: baciloscopia mensal (obrigatório ao final do 2°, 4° e 6° mês) • Prova tuberculínica (não serve pra infecção ativa, influenciada por vacina aplicada há menos de 10 meses) e IGRA (identifica infecção latente de TB, não é influenciado pela vacina) – mostram se já houve contato • Tratamento da ILTB: Isoniazida por 6 ou 9 meses. Rifampicina por 4 meses. Rifapentina + isoniazida por 3 meses • Vacina – BCG, só previne as formas miliar e meníngea, não previne a pulmonar • Fatores de risco: tabagismo (fumantes com VEF1 abaixo de 70% têm mais chances), predisposição genética, exposição à radônio e à amianto, comorbidades, CA de pulmão prévio • Carcinoma não pequenas células (origem epitelial) – epidermoide/escamoso (mais central, clínica precoce, consegue fazer biopsia pela broncoscopia, predomina em fumantes), adenocarcinoma (mais encontrado, causa osteoartopatia hipertrófica paraneoplásica, periférico, predomina em não fumantes, crescimento lento), carcinoma de grandes células (o mais agressivos entre os não pequenas células, crescimento rápido, periférico e costuma necrosar) • Carcinoma de pequenas células – É o pior entre todos, localização central, silencioso, cursa com infecções de repetição e linfadenomegalia • Clínica: não tem clínica específica. Quando apresenta sintomas, a doença já tá grave. Idade acima de 60, fatores de risco,queixas de doença crônica consumptiva, astenia e depressão chamam atenção. Fumantes – ritmo de tosse alterado. Pode ter derrame pleural - Tumores centrais – clínica precoce. Tosse, sibilos, ronco, dor torácica, hemoptise, dispneia, PNM ou bronquite recorrentes - Tumores periféricos – assintomáticos no início. Dor, tosse e dispneia • Monitorizar: pacientes assintomáticos, acima dos 50 anos e com carga tabágica – através de TC Câncer de pulmão de tórax anualmente até 15 anos do abandono do cigarro • Tumor de Pancoast-Tobias: no ápice pulmonar, geralmente do tipo escamoso - Síndrome de Pancoast – dor no ombro, irradiação para o braço, atrofia da musculatura e alterações de temperatura - Síndrome de Pancoast Horner – enoftalmia unilateral, ptose palpebral, miose e anidrose da face e do membro superior ipsolaterais • Síndrome da veia cava superior: mais comum é o de pequenas células. Face pletórica, edema de face, do pescoço e das pálpebras, dilatação das veias do pescoço, ombro, da parede anterior do tórax e MMSS, cianose da face e MMSS. Cefaleia, tonturas, vertigem, visão borrada, tosse, síncope, dispneia e dor torácica • Síndromes paraneoplásicas: não são metástases. Causadas pela produção de diversas substâncias que vão agir a distância de onde o tumor está • Diagnóstico diferencial: tumores benignos de pulmão • Diagnóstico - RX (todos os pacientes) e TC de tórax (também dá o estadiamento) sugerem diagnóstico, mas NÃO fecham - Broncoscopia para biopsia (para centrais), biopsia transcutânea guiada por TC (PA periféricos) e videotoroscopia para biopsia (quando não conseguiu diagnóstico pelos outros métodos) DÃO diagnóstico. Mediastinoscopia quando não conseguir por outros métodos. PET-CT e Cintilografia NeoSPECT para investigar nódulo solitário. Citologia do escarro para grandes lesões centrais quando não puder usar outros métodos. Toracocentese para derrame pleural • Tratamento: cirurgia (melhor), radioterapia e quimioterapia • Screening em assintomáticos – idade entres 50 a 74, carga tabágica acima de 30 maços por ano, ainda fumam ou pararam há menos de 15 anos – monitorização por tomografia helicoidal do tórax com baixa dose de raios • Etiologia: Transudato – menos proteína no líquido do que no sangue. Exsudato – mais proteína no líquido do que no sangue • Clínica: depende da doença de base. A presença de líquido na pleura causa dispneia, dor torácica, tosse seca e discreta, limitação da expansibilidade pulmonar • Exame físico: inspeção – normal ou quadro de insuficiência respiratória com tiragem intercostal (no lado contrário ao derrame), abaulamento do hemitórax comprometido, desvio do ictus cordis e da traqueia (para lado contrário ao derrame), redução da expansibilidade torácica. Palpação – FTV abolido, macicez ou submacicez do lado comprometido. Ausculta – abolida, redução ou abolição do MV, atrito pleural. Obs.: a diferença para a atelectasia é o desvio da traqueia (no derrame, desvia pro outro lado) • Diagnóstico: paciente já chega dispneico. - RX (PA, perfil e decúbito lateral) – opacificação do recesso costofrênico (quando é pequeno, apaga o seio costofrênico ipsilateral). Linha de Demosieux. Coloca o paciente em decúbito lateral (incidência de Laurel) para confirmar o derrame, se tiver mais de 10mm tá confirmado; lâminas de líquido acima de 1cm são significativas. Apresentações atípicas – derrame infra-pulmonar (sob os pulmões), derrame loculado (capsulado) e loculação entre incisuras (tumor fantasma) - USG – quando clínica não conclusiva e RX atípico; verifica pequenos derrames, se é infrapulmonar, marca ponto de punção e verifica formação de pus - Tomografia – não é bom para ver derrame, pede pra descobrir etiologia. Em derrames moderados ou grandes, precisa esvaziar - Broncoscopia – não é de rotina, indicada em suspeita de CA mostrado na TC - Toracocentese – não faz em todo mundo (IC descompensada com derrame bilateral predominante direito ou unilateral direito, afebril, sem dor torácica, tenta resolver primeiro com diurese; se em decúbito de Laurel o derrame deu menor que 1cm). Pede para estudo do líquido e alívio da dispneia (coletar sangue para saber se é transudato ou exsudato, pede logo DHL e proteína). Não fazer em derrames menores que 10mm no RX em Laurel. Faz de alívio em derrames volumosos ou pequenos com muita dispneia. Não Derrame pleural retirar mais de 1,5L (edema de reexpansão). Fazer no espaço intercostal, na borda superior da costela inferior. Solicitar exames bacteriológicos, bioquímicos e citológicos (derrame purulento já sabe que é exsudato, solicita gram e cultura) • Exsudato (PNM, CA, TB e embolia pulmonar) X Transudato (ICC, perda proteica por cirrose, síndrome nefrótica e embolia pulmonar) - Transudato – relação entre proteína do líquido e sérica =< 0,5, relação entre DHL do líquido e sérica =< 0,6, DHL no líquido não é > 2/3 do limite superior do soro. Presença dos 3 define transudato - Exsudato – relação entre proteína do líquido e sérica > 0,5, relação entre DHL do líquido e sérica > 0,6, DHL no líquido é > 2/3 do limite superior do soro. Presença de qualquer um dos 3 define exsudato - Alguns transudatos podem ser classificados como exsudatos • Estudo do líquido - Líquido pode vir hemático (trauma, CA, embolia), leitoso (quilotórax), citrino (maioria). Citrino/não turvo – pode ser PNM com inflamação. Turvo – quando PNM complica e provoca pus. Odor forte e pútrido – infecção por anaeróbios. Odor de urina – urinotórax - Citometria – transudatos tem celularidade abaixo de 1000cel/mm³, exsudato tem acima de 1000 - pH – solicitado quando a hipótese for derrame parapneumônico ou neoplásico. pH < 7,2 no parapneumônico precisa drenar e no neoplásico indica péssimo prognóstico - Glicose – transudato tem quantidade semelhante ao sangue, exsudato tem menos que no sangue - DHL – também diferencia. Sempre pede - Teste oncológico – precisa ter certeza maior que é CA - Teste para TB – sempre fazer biopsia pleural, dosa ADA (acima de 40), interferon gama (acima de 140) e PCR para DNA das micobactérias - Amilase – suspeita de pancreatite • Se após avaliação do líquido não houve diagnóstico: considerar toracoscopia, biopsia por agulha fina, biopsia pleural aberta • Tratamento: Não puncionar quando for pequeno, se for grande precisa avaliar (ex.: sugestivo de ICC). Derrame bilateral + febre pode puncionar. Derrame bilateral predominante esquerdo ou unilateral esquerdo sempre punciona. Retirar até no máximo 1,5L. Fazer ATB quando PNM ou TB • Condutas: toracocentese terapêutica (pH maior ou igual a 7,2), drenagem pleural (pH menor que 7,2 e considerar também em pacientes instáveis), trombolíticos (quando não tem pus, mas tem septações; paciente de alto risco operatório), pleuroscopia (quando não resolveu com outro), toracotomia e decorticação (empiema com inadequada expansão pulmonar; se o paciente não tiver condições clinicas, faz pleurostomia), drenagem aberta e pleurostomia (pacientes debilitados, desnutridos, com complicações cardíacas, não suportam cirurgia maior) • Dilatação anormal e irreversível dos brônquios. Pseudobronquiectasias são dilatações reversíveis entre 3 e 12 meses. Congênita ou adquirida • Doenças que podem gerar isso: PNM grave, TB, micobactérias, imunodeficiência, aspergilose, DRGE, defeitos anatômicos, doenças do tecido conjuntivo, doenças inflamatórias, fibrose cística • Clínica: assintomática e abrir o quadro com hemoptise. Tosse crônica com expectoração e história clínica que predispõe chamam atenção. Sibilos e estertores. Mudança de padrão de tosse e de escarro na exacerbação. Indolente (assintomáticos ou tosse leve), supurativa (tosse crônica com expectoração, principalmente ao deitar ou levantar; hemoptise e dispneia não são frequentes; ausculta com roncos, sibilos e creptos) ou com hemoptise (grave se oriundado sistema arterial brônquico ou anastomoses brônquico- pulmonares; se tiver só hemoptise, a ausculta pode tá normal) • Diagnóstico: História clínica sugestiva + achados na TC de alta resolução sem contraste. Não usa muito RX. Procurar etiologia. Sangue – imunoglobulinas, alfa-1-antitripsina, hemograma. Escarro – investigar micobactérias, fungos e bactérias. Outros – cloro no suor, espermograma - Padrões na TC – árvore em brotamento (brônquio cheio de secreção), área em mosaico (comum em Bronquiectasias COVID grave), Sinal de trilho de trem, anel de sinete • Imunodeficiências: hipogamaglobulinemia. Paciente com infecções recorrentes, diarreias • Discinesia celular primária: principal congênita, cílios não funcionam direito. Paciente tem infecções crônicas e inflamação, estéreis. Síndrome de Kartagener – situs inversus totalis + bronquiectasias + sinusite recorrente/polipose nasal. Diagnóstico: teste de sacarina, imunofluorescência; analisa história e realiza testes de triagens e os específicos de função, análise da ultraestrutura, imunofluorescência e análise genética • Aspergilose: comum em pacientes com asma alérgica. Desencadeada pela presença do Aspergillus fumigatus. Suspeitada em pacientes asmáticos refratários a terapêutica. Tosse produtiva e com expectoração cor marrom (na forma de moldes brônquicos). Diagnóstico: eosinofilia, IgE elevado e anticorpos específicos contra o fungo, obstrução brônquica episódica, reação cutânea ao fungo, infiltrados pulmonares e bronquiectasias centrais • Sequestro pulmonar: faz tumoração e há infecções repetidas, leva a hemoptise. Intralobar ou extralobar • Deficiência de alfa-1-antitripsina: causa DPOC. Enfisema na parte inferior do pulmão • Síndrome de Mounier-Kuln (traqueobronquiomegalia): crises de dispneia, espirometrias normais, infecção de repetição. Homens na terceira e quarta décadas. Traqueia e brônquios dilatados • Síndrome de Williams Campbell: há colapso na expiração e gera dispneia. Sarampo e coqueluche, adenovírus, COVID. Cartilagem deficiente nos brônquios. TCAR mostra colapso expiatório e BQ císticas e centrais • Síndrome de Swyer-James-Macleod: tríade – lobo pulmonar hiperinsuflado + hipoplasia da artéria pulmonar + bronquiectasia. Gênese: IVAI em lactentes ou infância com bronquiolite obliterante. • Tratamento: remover fator causal, tratar processos infecciosos, tentar prevenir exacerbações nas supurativas (azitromicina 3x/semana), fisioterapia respiratória + hidratação, cirurgia (boa reserva funcional, doença localizada, sem melhora dos sintomas, hemoptise), transplante (doença avançada que compromete os dois pulmões difusamente e altera espirometria) • Abcesso pulmonar: pus no pulmão. Associada a saúde bucal, alcoolismo, tabagismo e alteração do nível de consciência - Clínica – febre, calafrios, dor torácica, tosse crônica com expectoração pútrida e evolução arrastada. Emagrecimento e hemoptise em alguns casos - RX – primeiro a ser pedido. Lesão cavitária com nível de líquido em segmento superior do lobo inferior ou segmento posterior do lobo superior, principalmente à direita - Tomografia – melhor método - USG, hemograma, gram do escarro, cultura do escarro e hemocultura, broncoscopia - Tratamento – cobertura para flora mista por 4 semanas, drenagem, cirurgia (se não resolver) - Complicações – empiema, piopneumotórax, abcesso crônico - Diagnósticos diferenciais – TB, CA, fungos, infarto pulmonar, êmbolos sépticos, granulomatose de Wegener, sequestro broncopulmonar, cisto hídrico morto • Fatores de risco maiores: cirurgia abdominal ou pélvica de grande porte, prótese de quadril ou joelho, necessidade de UTI no pós operatório, politraumatismo e trauma medular, obstétricos, gravidez a termo, parto cesáreo, puerpério, problemas em MII, fratura, AVC com déficit motor, malignidade, neoplasia abdominal e pélvica, doença avançada/metastática, quimioterapia, imobilidade > 3 dias, trombofilias • Fatores de risco menores: ICC, tromboflebite superficial, cateter venoso central, estrogênios, TRH, algumas trombofilias, exacerbação da DPOC, deficiências neurológicas, doença maligna oculta, viagens prolongadas, obesidade, cirurgia laparoscópica • Classificação: maciço (mais de 50% da perfusão pulmonar comprometida) X submaciço (menos de 50% da perfusão pulmonar comprometida) Tromboembolismo pulmonar • TEP de alto risco (colapso circulatório), de risco intermediário (sobrecarga de VD), de baixo risco (sem comprometimento significativo das circulações) • Clínica: Pacientes estáveis (dor torácica, dispneia súbita e fatores de risco), pacientes instáveis (dor torácica, dispneia súbita e fatores de risco, apresentando hipotensão e insuficiência respiratória). Síndromes clínicas – infarto pulmonar, dispneia inexplicada, cor pulmonale agudo - Avaliar se tem alta, intermediária ou baixa probabilidade (Critérios de Wells) • Exames: - Eletrocardiograma – inespecífico; mais pra excluir. Taquicardia sinusal (S1Q3T3), desvio de eixo para direita, inversão de T em V1-V3, BRD transitório, padrão Qr em V1, onda P pulmonale, onda Q em DIII, padrão Q3-T3, taquiarritmias atriais - ECO – principalmente para pacientes instáveis com TEP maciça (trombo proximal, dilatação de VD e hipertensão pulmonar) - D-dímero – somente em pacientes após avaliação da probabilidade clínica e não deve ser usado em pacientes com alta probabilidade clínica; se negativo com baixa ou intermediária probabilidade -> exclui; > 500 mg/mL pode indicar TEP - RX – não dá diagnóstico, normalmente tá normal; sinal de Westermark, Hampton, Fleischner, escavação em opacidade, infiltrado alveolar inespecífico, derrame pleural, atelectasias - Gasometria arterial – pedir pra pacientes com insuficiência respiratória; hipoxemia, hipocapnia, se estiver normal não exclui TEP; não fecha diagnóstico - Investigação de TVP – para pacientes que não conseguiram fazer os outros; doppler de MMII - Cintilografia pulmonar ventilação/perfusão – não é mais tão usado - AngioTC – exame de confirmação; se negativo em baixa probabilidade pode afastar diagnóstico; se positivo em alta probabilidade pode confirmar diagnóstico - Angiorressonância de tórax – para quem não pode usar contraste - Arteriografia pulmonar – padrão ouro, mas é muito invasivo • Tratamento (pacientes instáveis X estáveis) - Fase aguda Heparina não fracionada – subcutânea ou endovenosa; mais graves faz EV; monitorar paciente e a cada 6 horas fazer controle do TTPA; usa para pacientes renais, graves Heparina fracionada – subcutânea; não precisa de acompanhamento laboratorial se a função renal estiver normal Quando começar heparina, já começa anticoagulante oral - Rivaroxabana – oral, inicia com a heparina - Varfarina - Duração do tratamento oral – 3 meses para TVP, 6 meses para TEP se fator de risco modificável, por toda a vida se fator de risco permanente - Contraindicações – sangramento ativo, doença ulcerosa péptica ativa, defeitos conhecidos na coagulação, trombocitopenia, AVC hemorrágico recente, dificuldade de adesão ao tratamento, história de quedas, endocardite bacteriana, HAS não controlada, cirurgia maior ou politraumatismo nos últimos 3 meses, cirurgia maior planejada, doença intracerebral ativa, anemia grave inexplicada, tumores ulcerados, gestação, trombocitopenia induzida por heparina - Paciente instável – usa trombolítico e depois usa heparina; se não puder usar trombolítico, faz embolectomia; se não puder, faz filtro de veia cava inferior • TEP crônico: paciente fez embolia pulmonar e não conseguiu revascularizar a região. Diagnóstico – angiotomo. Tratamento – retirada do trombo via cirurgia, pode medicar • Indicações cirúrgicas: pacientes com trombo não resolvidos após 3 meses de anticoagulação e com limitação funcional importante; hipertensão pulmonar; resistência vascular pulmonar aumentada
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