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Contabilidade Tributária - Diversos

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Exemplo – Icms Normal e com subst. 
tributária 
Uma venda de R$20.000,00, tributada com ICMS 
de 18%, é composta da seguinte maneira: 
(+) Preço de venda dos produtos: R$16.000,00 
(+) Frete e seguro: R$2.000,00 
(-) Descontos concedidos: (R$500,00) 
(+) IPI: 2.500,00 
Total da nota: R$20.000,00 
Base de cálculo do ICMS: R$17.500,00 
ICMS 18%: R$3.150,00 (ICMS próprio) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda de acordo com o exemplo acima, caso essa 
mercadoria esteja sujeita à Substituição Tributária com 
MVA de 40% e ICMS de 18%, o cálculo será: 
Exemplo: 
BASE DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
(+) Preço de venda R$16.000,00 
(+) Frete e seguro R$2.000,00 
(+) IPI R$2.500 
 
BASE PARA APLICAÇÃO MVA = R$20.500,00 
Margem MVA (40%): R$8.200,00 
Basa da Substituição: R$28.700,00 (R$20.500,00 + 
R$8.200,00) 
ICMS total: R$5.166,00 
ICMS ST (ICMS TOTAL menos ICMS PRÓPRIO) = 
R$2.016,00 (R$5.166,00 - R$3.150,00) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo prático 
A Cia. Porto Belo, que comercializa produtos diversos, está submetida ao 
regime de tributação de lucro presumido. Em janeiro do ano 1, a empresa 
apresentou os seguintes resultados em suas contas: 
(+) Receita com venda de mercadorias: R$600.000,00 (80% tributada 
normalmente =480.000,00) 
(–) Devolução de vendas: R$15.000,00 
(–) Descontos incondicionais concedidos: R$10.000,00 
(–) Descontos financeiros concedidos: R$7.000,00 
(+) Receitas financeiras: R$8.000,00 
 
Observação: 20% das vendas realizadas pela Cia. Porto Belo são de 
produtos com tributação monofásica. E as devoluções e os descontos são de 
produtos tributados normalmente. 
Vamos aos cálculos: 
Cálculo do PIS/PASEP e da COFINS 
Total de receitas (Tributadas normalmente) 80% do total: R$480.000,00 
(–) Devolução de vendas: (R$15.000,00) 
(–) Descontos incondicionais concedidos: (R$10.000,00) 
Base de cálculo PIS/PASEP e COFINS: R$455.000,00 
 
PI/PASEP (0,65%) = R$2.957,50 
COFINS (3%) = R$13.650,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISSQN: 
Exemplo 
Suponha que, durante o mês de janeiro do ano X1, a empresa de 
consultoria Beta prestou serviços no valor de R$100.000,00. A 
alíquota do ISS a que esse serviço está sujeito é de 3%. O valor 
de ISS devido é de R$3.000,00. 
 
Os lançamentos contábeis serão: 
Débito: Ativo circulante (Contas a receber de clientes) = 
R$100.000,00 
Crédito: Contas de resultado (Receita Bruta de Serviços) = 
R$100.000,00 
 
Débito: Deduções da receita bruta (Impostos incidentes sobre 
serviços) = R$3.000,00 
Crédito: Passivo circulante (ISS a recolher) = R$3.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
Nas situações em que o contribuinte apresentar o ISS retido na 
fonte, é preciso ter atenção ao registro contábil correto, pois, 
além de incorrer em um erro de registro, também pode impactar 
na base de cálculo de outros tributos, como PIS/PASEP e 
COFINS. 
Para compreender o assunto, veja o exemplo a 
seguir. 
Exemplo 
A Cia. Gama é uma empresa prestadora de serviços sujeita à 
alíquota de 5% de ISS e à determinação de retenção na fonte 
pela legislação municipal. A empresa prestou um serviço no 
valor de R$1.000,00. 
 
Os lançamentos contábeis serão: 
Cálculo do ISS devido: 5% de R$1.000,00 = R$50,00 
Débito: Ativo (contas a receber) = R$950,00 
Débito: Ativo (ISS a compensar) = R$50,00 
Crédito: Contas de resultado (Receita de serviços) = R$1.000,00 
 
 
 
 
 
 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza 
(ISSQN) 
Apresentação e aspectos históricos 
Na primeira Constituição republicana (1981), o Imposto Sobre 
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), antes denominado 
“Imposto de Indústrias e Profissões”, era um tributo estadual. 
Passou a ser de responsabilidade dos Municípios a partir de 
1934. 
Atualmente, encontra-se previsto no inciso III do art. 156 da 
CF/1988, de acordo com o qual “Compete aos Municípios 
instituir impostos sobre: [...] serviços de qualquer natureza, não 
compreendidos no art. 155, II [...]”, ou seja, serviços inerentes ao 
ICMS. 
O ISSQN encontra-se, em âmbito federal, regulamentado pela Lei 
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 
Conceitos 
Hipótese de incidência e fato gerador 
A hipótese de incidência do ISSQN ou ISS é a prestação de 
serviços de qualquer natureza (exceto os serviços de transporte 
interestadual, intermunicipal e de comunicação – que são fatos 
geradores do ICMS). Dessa maneira, o fato gerador é prestar tais 
serviços. 
Também recai ISSQN sobre serviços iniciados ou provenientes 
do exterior, hipóteses em que o responsável será, 
respectivamente, o prestador do serviço e o tomador do serviço. 
 
Saiba mais: 
Observe que, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF) – AI nº 
84.008-8 ED-AgR/DF –, o fato gerador do ISS acontece quando, 
efetivamente, ocorre a prestação do serviço, e não quando se 
contrata tal prestação. Em outras palavras, o momento da 
incidência do imposto acontece quando ocorre seu fato gerador, 
ou seja, o ISS é devido no momento da prestação do serviço. 
A LC nº 116/2003 excluiu da incidência do ISS as exportações de 
serviços. O ISS também não incide em serviços com relação de 
emprego, em serviços com valor intermediado no mercado 
financeiro e em serviços de locação de bens. 
Alíquota 
Por se tratar de um tributo de competência municipal, os 
municípios e o Distrito Federal determinam a alíquota do ISS. 
Mas existe a determinação de limites. Nos termos do art. 8º da 
LC nº 116/2003, a alíquota máxima do ISS é de 5%. E sua 
alíquota mínima é de 2%, conforme o artigo 88 do ADCT, com 
redação dada pela EC 3 de 12/06/2002. 
Base de cálculo 
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço prestado, 
compreendido como o valor total cobrado na prestação do 
serviço, sem qualquer dedução. O ISS, portanto, incide sobre a 
receita bruta. 
Por exemplo, imagine uma empresa que preste um serviço 
técnico e cobre do cliente R$1.000,00 por esse serviço. A base de 
cálculo do ISS será esse valor cobrado do cliente. Se a alíquota do 
ISS para esse serviço técnico for de 3%, então, o tributo devido 
será R$30,00. 
Contribuinte e responsável 
O contribuinte do ISS é o prestador do serviço. Contudo, a 
legislação possibilita que os municípios e o Distrito Federal 
atribuam, mediante lei, a responsabilidade pelo crédito 
tributário à terceira pessoa que seja vinculada diretamente ao 
fato gerador do imposto. 
Assim, o responsável passa a ser obrigado a reter na fonte o ISS 
devido da operação. Sua obrigação não se finaliza com o 
recolhimento do valor integral do ISS, no prazo fixado na lei 
municipal. Além disso, ele terá de recolher as multas e os 
acréscimos legais quando devidos. 
Local da prestação do serviço 
A legislação federal estabelece que o ISS deve ser recolhido no 
local do estabelecimento ou, diante de sua falta, no domicílio do 
prestador do serviço. 
Existem algumas hipóteses previstas no art. 3º da LC no 
116/2003 que modificam o local de recolhimento do tributo. 
Nesses casos, o imposto é devido, por exemplo, no local: 
 “do estabelecimento do tomador ou intermediário do 
serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver 
domiciliado” (inciso I); 
 “da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras 
estruturas” (inciso II); 
 “da execução da obra” (inciso III); 
 “da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, 
tratamento, reciclagem, separação e destinação final de 
lixo” (inciso VI); 
 “da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda 
de árvores” (inciso VIII); 
 “do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação 
e guarda do bem” (inciso XVII); 
 “da execução dos serviços de diversão, lazer, 
entretenimento e congêneres” (inciso XVIII). 
Os serviços não destacados na Lei Complementar devem seguir a 
regra geral de que o imposto é devido no local 
do estabelecimento prestador, cuja definição legislativa é 
importante, pois muitas empresastentam se beneficiar de 
alíquotas menores, indicando o endereço de estabelecimento de 
matriz em municípios diferentes. 
Retenção 
A retenção do ISS está prevista no art. 6º da Lei Complementar 
nº 116/2003, sendo realizada quando o serviço é prestado em 
um local diferente (outro município) do estabelecimento 
prestador. 
Quando isso ocorrer, o imposto será devido no local da 
prestação e deverá ser recolhido pelo tomador do serviço (quem 
o contratou). Assim, o tomador do serviço não realiza o 
pagamento da totalidade do preço do serviço ao prestador. Ele 
retém o valor devido de ISS e recolhe para a Secretaria de 
Fazenda. 
 
Atenção! 
Para a aplicação da retenção do ISS, deve existir previsão na 
legislação municipal, transferindo essa responsabilidade ao 
tomador de serviço, conforme atividades relacionadas no art. 6º 
da Lei Complementar nº 116/2003. Caso não haja previsão, a 
retenção não é devida. 
A responsabilidade de retenção é do tomador do serviço. Mesmo 
se ele deixar reter o ISS, terá a obrigação de recolhê-lo. 
Outra observação é sobre a retenção do ISS em Microempresas 
(ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) optantes do Simples 
Nacional. Quando estas forem tomadoras do serviço, o 
procedimento será o mesmo: elas deverão reter e recolher o 
imposto. 
Mas quando as ME e EPP forem as prestadoras do serviço, e esse 
for sujeito à retenção na fonte, elas deverão destacar na nota 
fiscal o valor a ser retido pelo tomador do serviço, seguindo o 
regramento do Simples Nacional, e não da legislação municipal. 
A retenção do ISS contribui para a redução da inadimplência do 
tributo e, consequentemente, aumenta a arrecadação dos 
municípios. 
Cálculo e contabilização 
O registro contábil do ISS é muito simples: é preciso debitar a despesa com o 
correspondente crédito no passivo, em conta de ISS a pagar. Já na 
Demonstração do Resultado, o ISS é registrado como uma dedução da 
receita bruta adquirida com serviços. 
 
 
Conceitos, contabilização e cálculos 
Hipótese de incidência e fato gerador - ICMS 
Para facilitar a compreensão deste tributo, a doutrina e a 
legislação dividem a incidência do ICMS em oito tópicos. De 
acordo com a Lei Complementar nº 87/1996: 
Art. 2º O imposto incide sobre: 
I. operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive 
alimentos e bebidas consumidos em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
II. prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias 
ou valores; 
III. prestações onerosas de serviços de comunicação, por 
qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a 
transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de 
comunicação de qualquer natureza; 
IV. fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
V. fornecimento de mercadorias com prestação de serviços 
sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos 
Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente 
o sujeitar à incidência do imposto estadual. 
§ 1º O imposto incide também: 
I. sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, 
por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte 
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; 
II. sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se 
tenha iniciado no exterior; 
III. sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de 
petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não 
destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes 
de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde 
estiver localizado o adquirente.” 
Sobre tais hipóteses, é preciso destacar que: 
 
 
 
 
 
 
PIS/PASEP e COFINS sobre o faturamento 
O PIS/PASEP e a COFINS são devidos pelas pessoas jurídicas. São 
considerados contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado ou 
equiparadas, incluindo empresas públicas e sociedades de economia 
mista. 
Cumulatividade e não cumulatividade 
Tanto o PIS/PASEP quanto a COFINS são tributos não cumulativos e 
cumulativos. A Lei nº 10.637/2002 (PIS/PASEP) e a Lei nº 10.833/2003 
(COFINS) possibilitaram o sistema não cumulativo, mas ainda permitiram 
que algumas pessoas jurídicas permanecessem no sistema cumulativo. 
Fato gerador 
O fato gerador dos tributos é o faturamento mensal, ou seja, o total de 
receitas obtidas pela pessoa jurídica. 
Alíquotas 
Em regra geral, as alíquotas do PIS/ PASEP e da COFINS são: 
• regime não cumulativo: PIS/PASEP = 1,65% e COFINS = 7,6% 
• regime cumulativo: PIS/PASEP 0,65% e COFINS = 3% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impostos nas empresas submetidas à tributação 
pelos lucros presumido ou arbitrado 
As empresas submetidas aos regimes de tributação pelo lucros presumido 
ou arbitrado utilizam a regra da cumulatividade para o cálculo do 
PIS/PASEP da COFINS. Lembre-se de que as alíquotas nesse regime são de 
0,65% para o PIS/PASEP e 3% para a COFINS. A incidência desses 
tributos será sobre a receita bruta reduzida das exclusões permitidas. 
A legislação permite as seguintes exclusões: 
I. as vendas canceladas; 
II. os descontos incondicionais concedidos; 
III. o IPI destacado em nota; 
IV. ICMS, quando cobrados pelo vendedor dos bens ou prestador dos 
serviços na condição de substituto tributário (ICMS ST). 
Também são retiradas da base as receitas que possuem isenção ou 
exclusão permitida. O art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 cita 
as possibilidades de isenções. As principais são: 
“[...] 
II - de exportação de mercadorias para o exterior; 
III - dos serviços prestados à pessoa física ou jurídica residente ou 
domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; 
[...] 
IX - de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a 
empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior”. 
As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não cumulativa 
podem, ainda, descontar créditos de revendas de produtos com alíquota 
zero e receitas com revendas de produtos com tributação monofásica ou 
concentrada (art. 3º da Lei nº 10.833/2003). 
Atenção! 
O modelo de tributação monofásica ou concentrada é semelhante ao 
modelo de substituição tributária adotado no ICMS. Nesse modelo, os 
tributos (PIS/PASEP e COFINS) são recolhidos em sua totalidade, com 
alíquota maior que a usual. Nas operações seguintes, é adotada a 
aplicação da alíquota zero. 
Impostos nas empresas tributadas pelo 
lucro real 
As empresas tributadas pelo regime do lucro real utilizam o método não 
cumulativo no cálculo do PIS/PASEP e da COFINS. No método não 
cumulativo, as alíquotas são 1,65% e 7,6%, respectivamente. 
A base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS parte do total de receitas da 
empresa. Desse total, é permitida a exclusão de algumas receitas que não são 
tributadas pelo PIS/PASEP e pela COFINS. São permitidas as mesmas 
exclusões do sistema cumulativo. 
As empresas sujeitas ao método não cumulativo têm o direito de utilizar o 
crédito referente ao montante da alíquota do PIS/PASEP e da COFINS 
aplicado sobre itens especificados na legislação (art. 3º da Lei nº 
10.637/2002). 
Os principais créditos admissíveis são: 
 
- mercadorias adquiridas para revenda (art. 3º, inciso I, da Lei nº 
10.637/2002); 
-“aluguéis de prédios máquinas e equipamentos, pagos a pessoa 
jurídica, utilizados na atividade da empresa” (art. 3º, inciso IV, da Lei nº 
10.637/2002); 
- depreciação de “edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de 
terceiros, utilizados nas atividades da empresa” (art. 3º, inciso VII, da 
Lei nº 10.833/2003); 
-“energia elétrica consumida nos estabelecimentos da [empresa]” (art. 
3º, inciso IX, da Lei nº 10.637/2002)”. 
 
 
Para compreender a tributação do PIS/PASEP e da COFINS 
com baseno regime do lucro real, vamos ver um exemplo: 
A Cia. Asa Delta, que comercializa produtos diversos, está submetida ao 
regime de tributação de lucro real. Em janeiro do ano 1, a empresa 
apresentou os seguintes resultados em suas contas: 
(+) Receita com venda de mercadorias: R$105.000,00 
(–) Devolução de vendas: R$5.000,00 
(–) Descontos incondicionais concedidos: R$10.000,00 
(–) Descontos financeiros concedidos: R$7.000,00 
(+) Receitas financeiras: R$8.000,00 
 
 
A Cia. Asa Delta ainda realizou compras de mercadorias líquidas de IPI no 
valor de R$50.000,00 e teve despesas com energia no montante de 
R$5.000,00. 
Vamos aos cálculos: 
Primeira parte do cálculo (semelhante ao sistema cumulativo): 
Total de receita apurada no período: R$105.000,00 
Exclusões: 
(–) Devolução de vendas R$5.000,00 
(–) Descontos incondicionais concedidos R$10.000,00 
Base de cálculo: R$90.000,00 
 
 
PIS/PASEP (1,65%): R$1.485,00 
COFINS (7,6%): R$6.840,00 
Segunda parte do cálculo (Os créditos): 
Operações geradoras de crédito 
Compras de mercadorias: R$50.000,00 
Despesas com energia: R$5.000,00 
Base de cálculo do crédito: R$55.000,00 
 
 
Crédito do PIS/PASEP (1,65% de R$55.000,00) = R$907,50 
Crédito da COFINS (7,6% de R$55.000,00) = R$4.180, 00 
 
 
Total a recolher do PIS/PASEP 
PIS/PASEP calculado – Crédito PI PIS/PASEP 
R$1.485,00 - R$907,50 =R$577,50 
 
 
Total a recolher COFINS 
COFINS calculada – Crédito COFINS 
R$6.840,00 - R$4.180,00 = R$2.660,00 
 
Contabilização e provisionamento de crédito 
As empresas registram os direitos aos créditos assim que 
ocorrem os fatos contábeis. 
Vamos utilizar o exemplo anterior da Cia. Asa Delta para fazer os 
registros das provisões de créditos. Lembre-se de que a empresa 
realizou compras de mercadorias líquidas de IPI no valor de 
R$50.000,00 e teve despesas com energia no montante de 
R$5.000,00. 
Vamos aos cálculos: 
Compra de mercadorias para venda 
Débito ativo (estoque de mercadorias): R$45.375,00 
Débito ativo (PIS/PASEP a recuperar): R$825,00 
Débito ativo (COFINS a recuperar): R$3.800,00 
Crédito passivo (fornecedores): R$50.000,00 
Despesas com energia 
Débito contas de resultado (energia elétrica): R$4.537,50 
Débito ativo (PIS/PASEP a recuperar): R$82,50 
Débito ativo (COFINS a recuperar): R$380,00 
Crédito passivo (Contas a pagar): R$5.000,00 
 
Incide PIS e COFINS sobre as receitas financeiras? 
Uma dúvida comum dos contribuintes empresariais é saber se incide PIS e 
COFINS sobre as receitas financeiras. 
O primeiro ponto é entender que há dois regimes de apuração do PIS e da 
COFINS, que são os regimes cumulativo e não-cumulativo, além de existirem 
também diversos tipos de receitas financeiras. 
Acompanhe a leitura desse post e entenda como funciona a tributação dessas 
receitas financeiras! 
O que é Receita Financeira? 
O conceito de receita financeira não é exato na legislação tributária brasileira, 
mas há uma previsão no art. 397 do Decreto n° 9.580/2018 dispondo o 
seguinte: 
 “Os juros, o desconto, o lucro na operação de reporte e os rendimentos ou os 
lucros de aplicações financeiras de renda fixa ou variável, que tenham sido 
ganhos pelo contribuinte, serão incluídos no lucro operacional e, quando 
derivados de operações ou títulos de renda fixa com vencimento posterior ao 
encerramento do período de apuração, poderão ser rateados pelos períodos a 
que competirem”. 
Há também o art. 9º da Lei n° 9.718/1998 dispondo que: 
“As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do 
contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes 
aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos 
da legislação do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, 
da contribuição PIS e da COFINS, como receitas ou despesas financeiras, 
conforme o caso”. 
Diante da interpretação dos dispositivos legais acima, podemos concluir que a 
regra geral é que não incide PIS e COFINS sobre as receitas financeiras no 
regime cumulativo, conforme previsão da Lei n° 9.718/1998, artigo 2º e 3º e 
Decreto-Lei n° 1.598/1977, artigo 12. 
Por outro lado, a Receita Federal entende em algumas situações especiais, 
como em respostas a consultas de determinados contribuintes, por exemplo, 
que receitas de caráter financeiro oriundas do exercício da atividade 
empresarial do contribuinte devem ser consideradas como sendo uma 
“espécie de faturamento”, e, portanto, estará sujeita à incidência de PIS e 
COFINS. 
As receitas financeiras são um tema delicado e sempre objeto de discussão 
nas esferas administrativa e judicial, inclusive sujeitas a mudanças no 
entendimento da Receita Federal, sendo necessário estudar cuidadosamente 
caso a caso a questão da incidência de PIS e COFINS, mas em linhas gerais, não 
se sujeitam a tributação as seguintes receitas: 
 Juros sobre Capital Próprio (JCP); 
 Variação Cambial; 
 Operações de Cobertura (Hedge); 
 Descontos Obtidos Junto a Fornecedores; 
Por outro lado, em regra, as seguintes receitas financeiras estão sujeitas à 
incidência de PIS e COFINS: 
 Juros de Mora por Inadimplência de Clientes; 
 No regime não-cumulativo aplicável para as empresas do Lucro Real, o PIS e a 
COFINS incidem sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa 
jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, 
conforme previsão da Lei n° 10.637/2002, artigo 1° e do artigo 2°; Lei n° 
10.833/2003, artigo 1° e artigo 2°. 
Assim, as receitas financeiras auferidas pela empresa no regime 
não-cumulativo serão tributadas às alíquotas de 0,65% para o PIS e 4% para a 
COFINS, conforme disposto no Decreto n° 8.426/2015, artigo 1° e na Instrução 
Normativa RFB n° 1.911/2019, artigo 739. 
Dessa forma, a regra geral, respondendo à pergunta inicial, é que incide 
sim PIS e COFINS sobre as receitas financeiras se o regime 
for não-cumulativo. 
Desta forma, no regime cumulativo, o PIS e a COFINS incidem apenas 
sobre o faturamento das pessoas jurídicas, sendo que as receitas 
financeiras não entram no conceito de faturamento. 
PLANEJANDO IMPOSTOS FEDERAIS 
Exemplo 
Uma empresa do setor de serviços possui receita de R$ 
15.000.000,00 e despesas dedutíveis de R$ 12.000.000,00. 
Qual regime de apuração do imposto de renda seria melhor para 
ela? 
Em primeiro lugar, temos de lembrar que a alíquota para determinar 
a base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica para 
empresas do ramo de serviços é de 32%. 
Nesse caso, a empresa pagaria de imposto de renda o valor obtido 
através do seguinte cálculo: (32% x R$ 15.000.000,00) x 25% = R$ 
4.800.000,00 x 25% = R$ 1.200.000,00. 
No caso do lucro real, o cálculo seria de (R$ 15.000.000,00 - R$ 
12.000.000,00) x 25% = R$ 3.000.000,00 x 25% = R$ 750.000,00. 
Vemos, então, que a opção pelo lucro real resulta em uma economia 
de R$ 1.200.000,00 - R$ 750.000,00 = R$ 450.000,00 para a 
empresa. 
A segunda forma de fazer esse cálculo é estimar a diferença na base 
de cálculo e, então, aplicar a alíquota nessa diferença da seguinte 
forma: ((32% x R$ 15.000.000,00) - (R$ 15.000.000,00 - R$ 
12.000.000,00)) x 25% = (R$ 4.800.000,00 - R$ 3.000.000,00) x 25% 
= R$ 1.800.000,00 x 25% = R$ 450.000,00. 
 
 
 
 
 
 
Utilizando como base o exemplo anterior, qual seria a 
economia que a empresa teria de imposto de renda mais 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na adoção da 
apuração pelo lucro presumido? 
Nesse caso, temos de lembrar que a alíquota da CSLL é de 9%. Portanto, a 
empresa paga 34% de imposto de renda mais Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido sobre a base de cálculo. Assim, temos de refazer os cálculos 
alterando a alíquota de 25% para 34%. No caso do lucro presumido, o cálculo é: 
(32% x R$ 15.000.000,00) x 34% = R$ 4.800.000,00 x 34% = R$ 1.632.000,00. No 
caso do lucro real, o cálculo seria (R$ 15.000.000,00 - R$ 12.000.000,00) x 34% 
= R$ 3.000.000,00 x 34% = R$ 1.020.000,00. A economia no pagamento de IRPJ 
mais CSLLé de: R$ 1.632.000,00 - R$ 1.020.000,00 = R$ 612.000,00. Assim 
como no exemplo anterior, podemos chegar a esse valor de forma direta: ((32% 
x R$ 15.000.000,00) - (R$ 15.000.000,00 - R$ 12.000.000,00)) x 34% = (R$ 
4.800.000,00 - R$ 3.000.000,00) x 34% = R$ 1.800.000,00 x 34% = R$ 
612.000,00. 
No lucro real, é possível compensar prejuízos anteriores em 
períodos subsequentes. Isso significa que, se a empresa teve 
um prejuízo de R$ 15 mil no ano 1 e, no ano 2, um lucro de R$ 
100 mil, ela pagará o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica 
apenas sobre 85 mil reais, e não sobre os 100 mil reais. 
Um ponto importante é que a empresa só poderá compensar até 
30% do lucro com prejuízos anteriores. Porém, estes poderão ser 
compensados em qualquer prazo. 
Isso é vantajoso para empresas que sabem que começarão com 
prejuízos, obtendo lucro apenas com o passar do tempo. Um 
exemplo são empresas do tipo startup, que normalmente demoram 
muitos anos até começarem a dar lucro. Assim, quando elas 
passarem a dar lucro, poderão compensar os prejuízos incorridos e 
abatê-los da sua base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa 
Jurídica. 
 
Outro ponto importante utilizado no planejamento 
tributário de empresas é o pagamento de dividendos. 
Embora a pessoa jurídica não pague imposto de renda 
sobre os valores recebidos a título de dividendos, a 
empresa pagou o valor relativo a 34% de imposto sobre 
esses valores (25% de Imposto de Renda de Pessoa 
Jurídica mais 9% de Contribuição Social Sobre o Lucro 
Líquido). 
 
Porém, existe no Brasil a figura Juros Sobre Capital Próprio 
(JSCP), na qual a pessoa física paga 15% de imposto de 
renda, mas a empresa pode deduzir esse valor como despesa 
no seu cálculo de IRPJ/CSLL, gerando um ganho tributário de 
34% - 15% = 19%. Portanto, se a empresa tivesse R$ 100,00 
para distribuir a seus acionistas, ela poderia distribuir como 
dividendos apenas R$ 66,00, pois teria de pagar R$ 34,00 a 
título de IRPJ/CSLL. Porém, no caso de pagamento via JSCP, 
o valor seria de R$ 85,00, pois apenas R$ 15,00 seriam pagos 
para IRPF. 
Uma empresa não pode distribuir qualquer valor via JSCP 
(juros sobre capital próprio). Existem dois limites legais para 
isso: 
a. A multiplicação da TJLP (taxa de juros a longo 
prazo) pelo patrimônio líquido. 
b. 50% dos lucros acumulados de exercícios 
anteriores ou 50% dos lucros do exercício (qual for 
o maior). 
A taxa de juros a longo prazo (TJLP) é calculada com 
base em dois parâmetros principais: a meta de 
inflação, baseada nas metas anuais fixadas pelo 
Conselho Monetário Nacional, e um prêmio de risco. A 
TJLP é divulgada trimestralmente pelo Banco Central 
do Brasil até o último dia útil do trimestre 
imediatamente anterior ao de sua vigência para as 
posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º 
de outubro, sendo expressa em percentual ao ano. O 
valor pode ser consultado no site do Banco Central do 
Brasil. 
Uma empresa possui R$ 3.000.000,00 de lucros 
acumulados, R$ 1.800.000,00 de lucros no período e 
patrimônio líquido de R$ 25.000.000,00. Ela calculou que 
pretende distribuir R$ 1.400.000,00 para seus acionistas. 
Qual o planejamento tributário que a empresa pode adotar 
para pagar menos imposto de renda e Contribuição Social 
Sobre o Lucro Líquido sabendo que a TJLP é de 5% a.a.? 
Em primeiro lugar, precisamos calcular os limitantes para saber o 
quanto a empresa pode deduzir através do pagamento via Juros 
sobre Capital Próprio. 
Ela pode distribuir o maior entre 50% dos lucros acumulados de 
exercícios anteriores ou 50% dos lucros do exercício. 
Tendo em vista que ela possui R$ 3.000.000,00 de lucros 
acumulados versus R$ 1.800.000,00 de lucros no período, ela pode 
distribuir 50% x R$ 3.000.000,00 = R$ 1.500.000,00. 
Porém, ainda há o limite da taxa de juros a longo prazo multiplicado 
pelo patrimônio líquido: 5% x R$ 25.000.000,00 = R$ 1.250.000,00. 
Como esse valor é menor que R$ 1.500.000,00, a empresa só 
poderá distribuir R$ 1.250.000,00 via JSCP com a respectiva 
dedução no IRPJ. 
Portanto, para distribuir R$ 1.400.000,00 para seus acionistas, o 
melhor é distribuir R$ 1.250.000,00 via JSCP e R$ 150.000,00 via 
dividendos. 
Assim, a empresa terá um ganho tributário de R$ 1.250.000,00 x 
19% = R$ 237.500,00. 
Portanto, o lucro da empresa passou de R$ 1.800.000,00 para R$ 
1.800.000,00 + R$ 237.500,00 = R$ 2.037.500,00. 
 
A fim de resumo sobre esses impostos, os pontos a 
serem considerados são os seguintes: 
A escolha do regime tributário de lucro real ou lucro 
presumido para a apuração do imposto de renda e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, sendo o regime do 
lucro real favorável para empresas que tenham margens de 
lucro pequenas (menor que 32% para empresas de serviços e 
8% para comércio e indústria) ou que tenham prejuízos para 
compensar em períodos subsequentes (limite de 30% de 
compensação por período). 
Caso a empresa tenha adotado o regime de apuração do 
lucro real para a apuração do imposto de renda e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, ainda tem de 
calcular o quanto ela poderá distribuir a seus acionistas via 
Juros Sobre Capital Próprio (JSCP), a fim de obter um 
desconto de 19% no IRPJ/CSLL (sendo 19% a diferença entre 
34% de IRPJ/CSLL no caso de pagamento via dividendos 
versus 15% de IRPF no caso de JSCP). 
 
Além das considerações anteriores, a empresa optante pelo 
lucro real deverá analisar o impacto dessa escolha no 
recolhimento de PIS/COFINS. Conforme abordado no tópico 
anterior, as empresas do lucro presumido pagam 3,65% de 
PIS/COFINS, não podendo considerar os créditos de compras 
nesse valor. Já as empresas optantes pelo lucro real pagam 
9,25% 1,65% + 7,60% de PIS/COFINS, podendo utilizar esses 
créditos. Assim sendo, o efeito do PIS/COFINS afetará uma 
possível economia da empresa pela opção pelo lucro real. 
 
Uma empresa comercial possui receita de venda de produtos 
de R$ 10.000.000,00 e custo de mercadorias vendidas de R$ 
8.000.000,00, com demais despesas de R$ 1.000.000,00 e 
lucro de R$ 1.000.000,00. 
Essa empresa deverá optar pelo lucro presumido ou real? 
Em primeiro lugar, calcularemos o valor de IRPJ/CSLL no 
regime de lucro presumido (8% de alíquota para chegarmos à 
base de cálculo de empresas comerciais): (8% x R$ 
10.000.000,00) x 34% = R$ 800.000,00 x 34% = R$ 272.000,00. 
Porém, temos também de considerar o efeito de PIS/COFINS 
de 3,65% x R$ 10.000.000,00 = R$ 365.000,00. Portanto, no 
lucro presumido, a empresa paga R$ 272.000,00 + R$ 
365.000,00 = R$ 637.000,00 de IRPJ/CSLL/PIS/COFINS. 
Já no caso do lucro real, a empresa paga R$ 1.000.000 x 34% 
= R$ 340.000,00 de IRPJ/CSLL. 
Para o cálculo do PIS/COFINS, temos de considerar os 
créditos das compras no cálculo: (R$ 10.000.000,00 - R$ 
8.000.000,00) x 9,25% = R$ 2.000.000,00 x 9,25% = R$ 
185.000,00. 
Portanto, a empresa pagará R$ 340.000,00 + R$ 185.000,00 = 
R$ 595.000,00 de IRPJ/CSLL/PIS/COFINS, sendo esse valor 
menor do que o valor de R$ 637.000,00 do lucro presumido. 
Note que, mesmo que o valor do IRPJ/CSLL do lucro 
presumido seja menor, o impacto do PIS/COFINS cumulativo 
acabou com esse benefício tributário. 
 
 
Um último ponto que pode ser mencionado na adoção do lucro real 
como forma de apuração do imposto de renda mais Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido é que, caso a empresa realmente se 
enquadre no lucro real, ela poderá utilizar estrategicamente sua 
estrutura de custos para obter benefícios tributários. Um exemplo 
disso é a decisão sobre comprar ou fazer leasing de veículos. 
Exemplo 
Vamos supor que o custo anual para uma empresa comprar veículos, 
fazer sua manutenção e revendê-los como usados é de 400 mil reais 
por ano, podendo deduzir 200 mil reais por ano de depreciação dos 
veículos mais outras despesas. 
Ela poderia alugar os mesmos veículos por 450 mil reais por ano, com 
essa despesa podendo ser inteiramente utilizada para fins de dedução 
no IR/CSLL. 
Assim sendo, no primeiro caso,a empresa está pagando R$ 
400.000,00 - R$ 200.000,00 x 34% (ganho tributário), o que dá R$ 
400.000,00 - R$ 68.000,00 = R$ 332.000,00. 
No segundo caso, a empresa está pagando 66% x R$ 450.000,00 (já 
que toda a despesa pode ser usada para um ganho tributário de 34%), 
o que dá um valor de R$ 297.000,00. 
Portanto, a empresa tem um ganho de R$ 332.000,00 - R$ 297.000,00 
= R$ 35.000,00 na locação dos veículos, mesmo que os veículos 
custem, nominalmente, 50 mil reais a mais para serem alugados ao 
invés de comprados. 
Justamente por esse motivo, muitas grandes empresas, em vez de 
comprarem suas sedes, frotas de veículos, entre outros bens, 
preferem alugá-los (prática também chamada de contrato 
de leasing), pois isso dá a elas um benefício tributário, o que 
compensa os custos do aluguel. Esse é um exemplo de como o 
planejamento tributário influencia as decisões reais de empresas 
quanto à forma de investirem em seus negócios. 
Atenção 
Uma nota de cuidado deve ser adotada em cálculos sobre a 
economicidade da adoção por uma empresa do regime de apuração 
do Imposto de Renda via Lucro Real: ele demanda muito mais custos e 
controle interno da empresa para sua apuração. 
No lucro presumido, o principal trabalho da contabilidade da empresa 
é estimar corretamente a receita bruta da empresa; no lucro real, a 
empresa deverá cuidadosamente contabilizar as suas despesas, pois 
elas serão usadas para o cálculo do imposto, o que demanda maiores 
custos para departamentos de contabilidade e controle interno, ou 
para terceirização da contabilidade. 
PLANEJANDO IMPOSTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS 
Diferentemente dos impostos federais, os estaduais e 
municipais não possuem muitas formas de gerenciamento, 
tendo em vista que sempre incidem sobre a receita, e não 
sobre o lucro. Portanto, a apuração desses impostos não tem 
as nuances dos impostos federais, em que existem diversas 
formas de apuração (lucro real versus lucro presumido, 
regime cumulativo versus regime não cumulativo), existindo 
apenas a aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, que 
quase sempre é o valor da nota fiscal. 
Assim sendo, a principal maneira de gerenciar tais tributos é 
justamente a escolha de forma inteligente dos domicílios 
fiscais. Certos estados possuem ICMS menores que outros, e a 
mesma coisa vale para os municípios. Além disso, alguns 
estados e municípios possuem incentivos fiscais para 
determinados setores, o que torna mais atrativa a instalação da 
sede da empresa em uma localidade em detrimento da outra. 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO (PAT) 
O Processo Administrativo Tributário (PAT), também conhecido 
como “ação fiscal”, ou “processo administrativo fiscal”, é o 
processo, juntamente ao conjunto de atos, em que a administração 
tributária faz com que o contribuinte aja de acordo com 
determinada legislação, ou interpretação da legislação tributária. 
Normalmente, esse cumprimento é referente ao pagamento de 
valores recolhidos a menor, mas também, em alguns casos, pode 
ser para apresentação de declaração de informações acessórias. 
O PAT é regido pelo artigo 5º inciso LV da Constituição Federal de 
1988, que diz: 
 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes”. 
O artigo 138 do Código Tributário Nacional versa sobre a exclusão 
de responsabilidade ao se denunciar espontaneamente uma 
infração. De acordo com o supracitado artigo, 
 
“[...] a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea 
da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do 
tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da 
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando 
o montante do tributo dependa de apuração”. 
 
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um 
tributo de competência da União: 
Princípio da não cumulatividade 
Dentre os princípios tributários presentes na Constituição, encontra-se o 
princípio da não cumulatividade. O art. 153, § 3º, inciso II, diz que o IPI é 
um tributo não cumulativo, ou seja, ocorre a compensação de créditos de 
valores pagos em operações anteriores. Na prática, significa que o valor 
do imposto a recolher sobre um produto industrializado poderá ter um 
desconto do valor do imposto pago anteriormente sobre aquele produto 
ou insumos para a sua fabricação. 
O princípio da não cumulatividade tem a finalidade de impedir a ocorrência da 
acumulação da cobrança do tributo (efeito em cascata ou bitributação), isto é, 
que ele seja cobrado em várias etapas do processo produtivo e econômico do 
produto, o que acabaria ocasionando uma cobrança muito onerosa ao 
contribuinte de fato do imposto – o consumidor final. 
Conceitos, contabilização e cálculos 
O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966) define, em seu art. 46, 
que o Imposto sobre Produtos Industrializados tem como fato gerador: 
“I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos [industriais ou equiparados]; 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão”. 
Já o Decreto nº 7.212/2010 afirma que o fato gerador do IPI é o 
“desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira” ou “a 
saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial”. 
É importante destacar o conceito de produtos industrializados na nossa 
legislação. 
Produtos industrializados são os produtos que tenham passado por qualquer 
processo que lhes “modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a 
apresentação, a finalidade [...], ou aperfeiçoe [o produto original] para 
consumo” (Decreto nº 7.212/2010, art. 4º). 
Algumas características e modalidades de industrialização 
são definidas na legislação (Decreto nº 7.212/2010, art. 4º). 
Vamos conhecê-las: 
Transformação 
Processo aplicado na matéria-prima ou em produto intermediário que dá 
origem a um novo produto. 
Beneficiamento 
Modificação ou aperfeiçoamento do “funcionamento, [da] utilização, [do] 
acabamento ou [da] aparência do produto”. 
Montagem 
“União de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou 
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal”. 
Acondicionamento ou reacondicionamento 
Processo de alteração da “apresentação do produto, pela colocação de 
embalagem, ainda que em substituição da original”. 
Renovação ou recondicionamento 
Processo que “renova ou restaura o produto para utilização”. 
 
Ainda sobre os processos classificados como industrialização 
pela legislação, é importante dar atenção ao art. 5º do Decreto nº 
7.212/2010, que apresenta exclusões ou o que não é 
considerado industrialização. Alguns exemplos são: 
I. “o preparo de refrigerantes [em] máquinas, 
automáticas ou não, [por] restaurantes, bares e 
estabelecimentos similares, para venda direta a 
consumidor” (inciso II); 
II. A elaboração de produto de artesanato; 
III. A manipulação de medicamentos ou receitas em 
farmácia, para venda direta a consumidor; 
IV. “a moagem de café torrado, realizada por 
estabelecimento comercial varejista como atividade 
acessória” (inciso VII); 
V. “a montagem de óculos, mediante receita médica” 
(inciso IX); 
VI. “o reparo de produtos com defeito de fabricação, 
inclusive mediante substituição de partes e peças, 
quando a operação for executada gratuitamente [...] em 
virtude de garantia dada pelo fabricante” (inciso XII); 
VII. “a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de 
pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usuário, 
realizada em estabelecimento comercial varejista [...]” 
(inciso XIV). 
 
 
Contribuintes e equiparação 
De acordo com o art.24 do Decreto nº 7.212/2010: 
“São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte: 
I - o importador [...]; 
II - o industrial [...]; 
III - o estabelecimento equiparado a industrial [...]”. 
Contudo, é necessário observar que IPI tem como contribuinte, de fato, o 
consumidor final. O estabelecimento industrial ou equiparado, por 
determinação legal, é depositário da União, ou seja, é o responsável por 
cobrar o tributo e repassá-lo. 
Vamos entender isso na prática? 
Exemplo 
Imagine a venda de um produto industrializado, negociado por R$100,00. A alíquota 
do IPI é de 15%. Na nota fiscal de venda, constará: 
• Preço do produto = R$100,00 
• IPI 15% = R$15,00 
• Total da nota = R$115,00 
Nesse caso, o vendedor (responsável) torna-se depositário desse IPI cobrado do 
comprador (contribuinte de fato). 
 
 
 
 
Base de cálculo 
Nas operações internas, a base de cálculo no IPI é o valor da operação pela 
qual a mercadoria deixa o estabelecimento do industrial ou do comerciante a 
ele equiparado. 
Já nas operações de importação, a base de cálculo do IPI é o valor utilizado 
no cálculo dos tributos aduaneiros, acrescida do valor destes e dos encargos 
aduaneiros pagos pelo importador. 
Vejamos algumas observações importantes sobre a base de cálculo do IPI: 
I. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) está incluído 
na base de cálculo do IPI. Isso ocorre, porque o ICMS é um tributo “por 
dentro”, ou seja, seu valor está incluído no valor do produto. 
II. Fretes, seguros e outras despesas também fazem parte da composição do 
valor do produto e, por isso, também são considerados na base de cálculo do 
IPI. 
III. Os descontos incondicionais que reduzem a base do ICMS não são 
descontados na base de cálculo do IPI. Por exemplo, se um produto é 
vendido por R$100,00 (cem reais), e, na venda, é concedido um desconto de 
R$10,00 (dez reais) para o comprador, o valor do desconto não será retirado 
da base de cálculo do IPI. A base permanece nos R$100,00 (cem reais). 
Então, a mecânica de definição da base de cálculo do IPI será: 
Base de cálculo = (valor do produto + frete + seguro + 
outras despesas acessórias) 
 
 
 
Outra característica relevante da base do IPI é que o valor devido do 
tributo não é embutido no preço de venda, como ocorre no ICMS. O 
valor devido do tributo é somado ao valor do produto, e esse montante 
é devido pelo cliente. Em outros termos: 
Preço do produto + IPI = valor pago pelo cliente 
Alíquotas e tabela TIPI 
As alíquotas do IPI são variadas e determinadas de acordo com o princípio 
da seletividade, ou seja, levam em consideração a essencialidade da 
mercadoria. Por exemplo, itens mais essenciais tendem a ter alíquotas 
menores do que itens menos essenciais. 
As alíquotas estabelecidas pela União podem ser consultadas na Tabela de 
Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), que tem por 
base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). 
As alíquotas, comumente, variam entre 0 (zero) e 30%. 
Exemplo 
• Águas, incluindo as minerais e as gaseificadas, adicionadas de açúcar ou de outros 
edulcorantes ou aromatizadas (NCM 2202.10.00) – alíquota IPI 4%. 
• Refrigeradores do tipo doméstico (NCM 8418.29.00) – alíquota IPI 15%. 
Entretanto, a alíquota do IPI pode chegar a até 300%, como ocorre em cigarros 
que contenham tabaco (NCM 2402.20.00). 
 
 
 
 
 
Crédito – regra geral 
O IPI é, por determinação legal, um imposto não cumulativo, ou seja, do 
imposto devido em cada operação, pelo qual pode ser compensado o 
valor pago na operação anterior. 
Por exemplo, o contribuinte tem o direito de utilizar o crédito do IPI 
cobrado na aquisição de matéria-prima e insumos utilizados na 
fabricação de produtos destinados à venda. 
Para garantir o direito do crédito do imposto, o contribuinte 
deve seguir todos os requisitos legais exigidos, como, por 
exemplo: 
1- Destacar em documento fiscal (livros contábeis) o crédito. 
2- Ter a venda tributada. 
3- Apropriar-se do crédito em até cinco anos da emissão do 
documento fiscal. 
Imunidade 
A imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributação. 
Segundo a determinação do art. 18 do Decreto nº 7.212/2010, são 
imunes ao IPI: 
“I - os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; 
II - os produtos industrializados destinados ao exterior; 
III - o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
IV - a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais 
do País”. 
 
Isenção 
A isenção é a dispensa de pagamento do tributo por determinação 
legal. Não ocorre a anulação da obrigação, mas do dever de cumpri-la. 
De acordo com o art. 54 do Decreto nº 7.212/2010, são exemplos de 
produtos isentos ao IPI: 
 “as amostras de produtos para distribuição gratuita” (inciso III); 
 “as panelas e outros artefatos semelhantes, de uso doméstico, de 
fabricação rústica, de pedra ou barro bruto” (inciso IX); 
 “os aparelhos transmissores e receptores de radiotelefonia e 
radiotelegrafia, os veículos para patrulhamento policial” (inciso 
XXVIII). 
Contabilização e registro contábil 
Para facilitar o entendimento do cálculo e da contabilização do IPI, vamos 
pensar em um exemplo prático. 
Exemplo 
A Cia. Alfa é uma fabricante de escadas de aço. Ela adquire R$10.000,00 
de aço laminado para esse processo de fabricação. A alíquota de IPI na 
aquisição do aço é de 5%. Então, já sabemos como ficará a nota fiscal de 
aquisição do aço laminado: 
• Preço do produto = R$10.000,00 
• IPI 5% = R$500,00 
• Total da nota = R$10.500,00 (valor pago pela Cia. Alfa na aquisição do 
aço laminado) 
 
No mesmo período da aquisição da matéria-prima, a Cia. Alfa fabricou um 
total de R$50.000,00 em escadas. Quando vendidas, as escadas serão 
tributadas pelo IPI a uma alíquota de 10%, totalizando R$5.000,00 do 
imposto. Logo, o total cobrado pela venda das escadas será de R$55.000 
(preço do produto + valor do IPI). 
A contabilização para a Cia. Alfa será: 
 
 
 
É importante destacar o registro na conta IPI a Recuperar. O 
registro só deverá ser realizado se existir a previsão para 
compensação do crédito em operações futuras, e se todos os 
requisitos legais exigidos para o crédito forem cumpridos. 
Utilizando, então, o direito do crédito do IPI, a Cia. Alfa deverá recolher 
somente R$4.500,00 do tributo, pois: 
• IPI a recolher = R$5.000,00 
• IPI a recuperar = R$500,00 
• Saldo a recolher = R$4.500,00 (R$5.000,00 - R$500,00) 
 
Prazo de recolhimento 
O período de apuração do IPI é mensal e a data de vencimento 
do tributo é no mês subsequente. De maneira geral, segundo o 
art. 262, inciso III, do Decreto nº 7.212/2010, o prazo de 
recolhimento do IPI é “até o vigésimo quinto dia do mês 
subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores”. 
Alguns produtos têm prazos específicos, como os produtos de 
importação, em que o IPI deve ser recolhido antes da saída deles 
do país. Outros produtos com prazo de recolhimento 
diferenciado são aqueles classificados na Tabela TIPI no grupo 
de NCM iniciados com 24.02 ‒ Charutos, cigarrilhas e cigarros, 
de tabaco ou dos seus sucedâneos. Esses produtos devem ter o 
recolhimento do IPI realizado até o “décimo dia do mês 
subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores” (art. 262, 
inciso II, do Decreto nº 7.212/2010). 
 
 
Tributos sobre patrimônio: 
Descrição 
Principais espécies tributárias incidentes sobre o patrimônio 
previstas pelo Sistema Tributário Nacional. Origem desses 
tributos, fundamentação legislativa e elementos, como: fato 
gerador, base de cálculos, sujeitos ativos e passivos e alíquotas. 
Tributo Federal: ITR - Imposto sobre a Propriedade 
Territorial Rural (União) 
O ITR é um tributo de competência da União previsto no inciso 
VI do artigo 153 da Constituição Federal (CF). Ele é disciplinado 
pela Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e regulado pelo 
Decreto Federal nº 4.382, de 19 desetembro de 2002. 
Ao contrário do IPTU, o ITR tem como prioridade a função 
extrafiscal, já que busca auxiliar o disciplinamento da 
propriedade rural em atenção ao princípio da função social da 
propriedade e, com isso (dentro do possível), mitigar os 
latifúndios improdutivos. Dessa maneira, o ITR: 
O ITR, portanto, é um imposto que, a depender das condições da 
propriedade rural, assume o caráter progressivo (inciso I do §4º 
do artigo 153 da CF) com alíquotas crescentes em função da 
improdutividade. 
A despeito de se tratar de um imposto de competência da União, 
compete ao município em que se situa a sede da propriedade do 
imóvel rural, caso assim escolha, fiscalizar e cobrar o tributo 
desde que isso não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. A norma que regulamenta tal 
dispositivo é a Lei Federal nº 11.250, de 27 de dezembro de 
2005. 
Essa norma prevê que a União, por intermédio da Secretaria da 
Receita Federal, pode celebrar – para fins do disposto no inciso 
III do §4º do artigo 153 da CF – convênios com o Distrito Federal 
e os municípios que assim optarem a fim de delegar, sem 
prejuízo da competência supletiva da Secretaria da Receita 
Federal, as atribuições de: 
Fiscalização 
Inclusive a de lançamento dos créditos tributários. 
Cobrança do ITR 
Que trata o inciso VI do artigo 153 da CF. 
Uma vez instituído o convênio, o valor recolhido pertencerá ao 
município que o arrecadar. Essa previsão, conforme se observa, 
reforça que o objetivo do tributo não é propriamente arrecadar 
receita tributária (natureza fiscal), e sim promover e estimular 
políticas agrárias que estejam de acordo com as diretrizes da 
Constituição – em especial, com a função social da propriedade. 
Hipótese de incidência e fato gerador 
Apurado anualmente (elemento temporal), o ITR pode ter como 
fato gerador: 
 A propriedade. 
 O domínio útil. 
 A posse de imóvel por natureza localizado fora da zona 
urbana do município (elemento espacial) em 1º de janeiro 
de cada ano. 
 
Atenção! 
Pode haver tratamento diferenciado para as áreas rurais que se 
encontram na zona de expansão urbana. O município, por meio 
da legislação própria, é capaz de considerar “urbanas” as áreas 
urbanizáveis ou de expansão urbana, mesmo que elas estejam 
localizadas fora da zona urbana definida pela lei municipal e não 
preencham os dois requisitos mínimos conforme o mandamento 
inserto no §1º do artigo 32 do Código Tributário Nacional (CTN) 
- vide Súmula nº 626 do STJ. Com efeito, o tributo aplicável a 
essas áreas é o IPTU. 
Sujeito passivo da obrigação tributária 
São sujeitos passivos do ITR (contribuinte) o: 
 Proprietário de imóvel rural (pleno, de domínio exclusivo 
ou na condição de coproprietário). 
 Titular do domínio útil (enfiteuta e usufrutuário). 
 Possuidor (ad usucapionem) a qualquer título: Refere-se à 
“posse” com possibilidade de aquisição do domínio ou à 
propriedade por meio da usucapião (posse com animus 
dominii). 
Base de cálculo 
De acordo com o artigo 30 do CTN, combinado com o 8º da Lei 
nº 9.393, de 1996, e o 32 do Decreto Federal nº 4.382, de 2002, a 
base de cálculo é o valor fundiário do imóvel. Nos termos do 
artigo 32 desse decreto, tal valor corresponde ao valor da terra 
nua (VTN). 
O VTN é o valor de mercado do imóvel após a exclusão dos 
valores de mercado relativos a: construções, instalações e 
benfeitorias; culturas permanentes e temporárias; pastagens 
cultivadas e melhoradas; e florestas plantadas. 
O VTN reflete o preço de mercado de terras apurado em 1º de 
janeiro do ano de ocorrência do fato gerador, sendo considerado 
autoavaliação da terra nua a preço de mercado. 
Alíquota e exemplos de legislações estaduais 
Prevista no artigo 34 do Decreto Federal nº 4.382, de 2002, a alíquota 
utilizada para cálculo do ITR é estabelecida para cada imóvel rural com base 
em sua área total e no respectivo grau de utilização. Observe a tabela a 
seguir: 
 
Imunidade 
Nos termos da legislação tributária consolidada por 
intermédio do artigo 3º do Decreto Federal nº 4.382, de 2002, 
algumas propriedades são imunes ao ITR. São elas: 
1. A pequena gleba rural 
Desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, 
e não possua outro imóvel (vide § 4º do art. 153 da CR/88); 
 
2. Os imóveis rurais da administração direta 
Pertecentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios (vide alínea “a” do inciso VI do art. 150 da 
CR/88). 
3. Os imóveis rurais da administração indireta 
Os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes (vide alínea “a” 
do inciso VI do art. 150 da CR/88 c/c § 2º). 
4. Os imóveis rurais educacionais e assistenciais 
Os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, relacionados às suas finalidades 
essenciais (vide alínea “a” do inciso VI do art. 150 da CR/88 
c/c § 4º). 
É importante observar a definição de pequena propriedade 
rural. Segundo especifica o parágrafo único do artigo 2º da Lei 
nº 9.393, de 1996, ela é o imóvel com área igual ou inferior a: 
 Cem hectares (se localizado em município compreendido 
na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e 
sul-mato-grossense). 
 Cinquenta hectares (em município compreendido no 
Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental). 
 Trinta hectares (em qualquer outro município). 
Isenção 
Quanto às hipóteses de isenção previstas pela União, o artigo 3º 
da Lei Federal nº 9.393, de 1996, prevê que as seguintes 
propriedades são isentas do ITR: 
Imóvel rural incluído em programa oficial de reforma 
agrária: Quando devidamente tipificado como assentamento 
explorado por associação ou cooperativa de produção, com área 
dentro dos limites legais e que o assentado não possua outro 
imóvel. 
Conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário 
Quando a área total não ultrapassa o limite de enquadramento 
em “pequena propriedade”, explorando só com mão de obra 
familiar e cujo proprietário não possua imóvel urbano. 
 
 
 
 
 
Procedimentos contábeis dos tributos sobre o 
patrimônio: 
 
Contabilização dos tributos sobre o patrimônio 
Tributos e a composição do preço de aquisição 
Quando adquirimos um veículo ou um imóvel, sabemos que 
vamos ter alguns gastos no momento da aquisição de tais bens. 
Um desses gastos é o chamado pagamento de tributos, como por 
exemplo o Imposto de transmissão (ITBI). 
Exemplo 
Uma empresa adquire um veículo no valor de R$300.000,00 no 
mês de julho do ano X1. Para tê-lo circulando conforme 
determina a regulamentação, a empresa também precisa quitar 
o IPVA dele no valor de R$6.000,00. O desembolso total dessa 
empresa é de R$306.000,00. 
Como será o registro desse veículo no ativo da empresa? O valor 
do IPVA é somado ao de compra do bem? Se o bem adquirido 
fosse um imóvel, o ITBI da transmissão do bem teria o mesmo 
reconhecimento? 
Para responder a essas perguntas, é preciso observar as 
diretrizes do CPC 27 - Ativo imobilizado emitido pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. 
Para o CPC 27, um item do ativo imobilizado deve ser 
mensurado pelo seu custo. Tal custo compreende: 
Preço de compra 
Acrescido de impostos de importação e daqueles não recuperáveis sobre 
a compra após a dedução dos descontos comerciais e dos abatimentos. 
Custos diretamente atribuíveis 
Com a finalidade de colocar o ativo imobilizado no local e na condição 
necessários para ele ser capaz de funcionar da forma pretendida pela 
administração. 
Estimativa dos custos 
O valor estimado inicial dos custos de desmontagem e remoção do item 
e de restauração do local (sítio) no qual ele está localizado. 
Em síntese, observamos que os impostos não recuperáveis e as 
demais despesas geradas para colocar o bem em condições 
normais de uso devem ser registrados como custo de 
aquisição, somando-se ao valor do bem para compor o custoque será ativado. 
Dentro desse grupo, destacamos o valor do ITBI pago pelo 
alienante na aquisição do imóvel alienado. O valor dispendido 
com o ITBI compõe o custo de aquisição do imóvel, mesmo que o 
pagamento ocorra posteriormente. 
Exemplo 
Na aquisição de um imóvel por R$5 milhões, há um ITBI de R$50 
mil que deve compor o valor total do bem. 
Algo diferente ocorre com os gastos com IPVA e IPTU. As 
diferenças de custo dos impostos são: 
ITBI 
O valor dispendido com o ITBI devem vir integrados ao custo de 
aquisição do imóvel, mesmo que o pagamento ocorra 
posteriormente. 
 
 
IPVA E IPTU 
Ambos são necessários para a regularização situacional daquele 
bem durante exercício e não devem ser acrescentados ao custo 
de bens aquisitivos. 
Contabilização do IPVA 
As empresas adquirem veículos por diversos motivos. 
Listaremos três deles a seguir: 
 Composição de frota para entregas; 
 Utilização de seus funcionários; 
 Exploração do seu uso como transportadora ou empresa 
de ônibus. 
Independentemente do uso, a simples propriedade dos veículos 
é fato gerador do IPVA. Do ponto de vista contábil, esse imposto 
é um gasto anual necessário para a utilização legal dos veículos. 
Esse gasto pode ser lançado como um custo ou uma despesa 
operacional. Tal lançamento depende da finalidade e da 
utilização do veículo. Tal gasto, portanto, pode ser lançado 
como: 
Custo de produção 
O IPVA é reconhecido como custo de produção quando os 
veículos são utilizados na produção de bens ou serviços. 
Exemplos: veículos de empresas transportadoras, locadoras de 
veículos e empresas transporte de passageiros. 
 
Despesa operacional 
O IPVA é reconhecido como despesa operacional quando eles 
são empregados em áreas administrativas e comerciais. 
Exemplos: veículos utilizados pela diretoria administrativa e 
outros funcionários, assim como pelo setor de vendas. 
O pagamento do IPVA é exigido no início do ano, mas o 
tributo é considerado um gasto antecipado e seu dispêndio 
precisa ser distribuído uniformemente durante o exercício, 
evidenciando o seu custo mensal. Desse modo, ao quitarmos 
o IPVA, pagamos o tributo de um exercício fiscal. Nesse caso, 
o lançamento contábil tem de ser feito em uma conta do 
grupo do Ativo circulante, IPVA a apropriar. 
Vamos supor que a Cia. Beta, uma indústria do ramo alimentício, 
possua 10 veículos utilizados para entregas de seus produtos. 
Em janeiro do ano X1, a Cia. Beta emite a guia de pagamento do 
IPVA de cada um dos seus veículos, o que totaliza R$30.000,00 
(R$3.000,00 de cada veículo). 
Esse imposto será quitado em três quotas com vencimentos em 
janeiro, fevereiro e março do ano X1. Nesse caso, a Cia. Beta terá 
de fazer os seguintes lançamentos contábeis: 
 
 
Contabilização do IPTU 
Para a contabilização do IPTU nas organizações, devemos 
observar primeiramente o tipo do negócio. Em grande parte das 
organizações, esse imposto precisa ser registrado dentro do 
grupo de despesas operacionais simplesmente como uma 
despesa tributária. Em empresas de atividades industriais, 
porém, o IPTU referente às instalações de produção, por 
exemplo, tem de ser contabilizado como uma parte do custo do 
produto. 
Exemplo 
Se uma indústria de calçados paga um valor total de R$1.000,00 
mensais de IPTU referente ao galpão de produção, esse valor é 
rateado pelo número de calçados produzidos e faz parte da 
composição do custo de produção desses calçados. 
Mesmo sendo um imposto com fato gerador no início do ano, o 
IPTU refere-se a todo o exercício; por isso, compreende-se que a 
despesa com o tributo deve ser distribuída mensalmente. 
Quando for pago antecipadamente, ele deverá ter o seu registro 
em Tributos a apropriar no ativo. 
Para uma melhor compreensão, imaginemos que a Cia. Alfa, 
uma empresa de varejo, efetua o pagamento do IPTU do ano 
X1 no mês de janeiro, em cota única, no valor de R$1.500,00. 
A opção de pagamento em cota única proporciona um 
desconto de 5% no valor do tributo (R$75,00). O valor 
desembolsado pela Cia. Alfa, então, é de R$1.425,00. Seu 
registro contábil precisa ser feito da seguinte forma: 
Mês de janeiro 
Débito de R$1425,00: IPTU a apropriar (ativo). 
Crédito de R$1425,00: IPTU a pagar. 
 
Débito de R$1425,00: IPTU a pagar. 
Crédito de R$1425,00: Caixa. 
Registro mensal 
Débito de R$118,78 (valor mensal do IPTU): Despesas 
administrativas –IPTU. 
Crédito de R$118,78: IPTU a apropriar (ativo). 
 
 
 
Divulgação dos tributos sobre o patrimônio nas 
demonstrações contábeis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer 
informações úteis sobre a posição patrimonial e financeira de 
uma entidade para auxiliar no processo de decisão dos 
usuários da contabilidade. Cada demonstração contábil 
representa a estrutura da entidade enfatizando determinado 
tipo de informação. 
O conjunto completo das demonstrações proporciona a visão 
geral necessária para o entendimento da posição patrimonial 
e financeira da organização. Fundamentais na evidenciação 
dos tributos, as demonstrações contábeis exercem as 
respectivas ações: 
 
Apurar 
 
São utilizadas para apurações de alguns tributos. 
 
Evidenciar 
 
São aplicadas para evidenciar o contexto fiscal em que as empresas 
operam. 
 
Demonstrar 
São usadas para demonstrar os impactos dos tributos nos resultados 
presentes e futuros das empresas. 
Até 2008 não havia instruções especificas para a evidenciação 
de tributos no Brasil. Após a adoção das normas internacionais 
de contabilidade no Brasil, já existem normas contábeis que 
disciplinam a evidenciação contábil de tributos. 
A maior parte dessa normatização está dedicada aos tributos 
sobre o lucro e àqueles sobre o consumo. As demais informações 
sobre os tributos estão distribuídas pelas demonstrações contábeis. 
Saiba mais 
O tratamento contábil dos tributos sobre o lucro está 
estabelecido na NBC TG 32 – Tributos sobre o lucro. 
De forma complementar, outros pronunciamentos da NBC regulam a 
evidenciação das informações tributárias – nesses casos, não 
somente os tributos sobre o lucro, mas também as provisões de 
natureza fiscal relacionadas a diversos tributos, as subvenções e as 
assistências governamentais. Eis alguns exemplos: 
 
 
 
 
Em seguida, destacaremos a divulgação de tributos 
sobre o patrimônio em algumas demonstrações 
contábeis. 
Balanço patrimonial (BP) 
O BP é um relatório que demonstra a situação financeira de uma 
empresa por meio da descrição de bens, direitos e obrigações 
dela. Exatamente pelo fato de evidenciar esses itens, tal balanço 
destaca os tributos sobre o patrimônio, os quais, na maioria das 
vezes, são obrigações das entidades. 
Descreveremos adiante as contas que divulgam os tributos: 
Passivo circulante: impostos, taxas e contribuições a 
recolher 
São evidenciadas nele as obrigações das entidades quanto 
ao recolhimento dos tributos. Um exemplo é a conta 
Impostos, taxas e contribuições a recolher. Nessa conta, 
existe o registro de IPTU e IPVA a pagar. 
Registro do IPTU: Conta com natureza credora e finalidade de 
registrar a obrigação da entidade perante o município relativa 
ao Imposto Predial e Territorial Urbano de imóveis próprios ou 
alugados. 
Registro do IPVA: Conta com natureza credora e finalidade de 
registrar a obrigação da entidade perante o governo estadual 
relativa ao IPVA. 
Ativo circulante: valores a apropriar 
Devido à característica de tais tributos serem pagos 
antecipadamente e se referirem a todo um exercício fiscal, é 
comum o registro de uma conta de Tributos a apropriar ser 
creditada mensalmente até a finalização da apropriação. 
Veja, a seguir, o exemplo de estrutura de balanço 
patrimonial. 
Ativo Passivo 
Circulante Circulante 
Não circulante Não circulante 
Realizável a longo prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Patrimônio líquido 
Ativo Passivo 
Intangível 
Demonstração do resultado (DRE) 
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é o relatório 
financeiroque evidencia o resultado econômico da entidade. 
Essa demonstração apresenta as receitas e as despesas 
ordenadas de maneira dedutível (vertical), isto é, das receitas 
subtraem-se as despesas até se alcançar o resultado da 
entidade, que pode ser lucro ou prejuízo. 
Os tributos são evidenciados em diversos itens da DRE, tendo 
destaque somente aqueles sobre o consumo e o lucro. Já os 
tributos sobre o patrimônio são divulgados dentro dos itens de 
despesas e podem ser evidenciados em: 
 Despesas operacionais; 
 Despesas administrativas; 
 Resultados financeiros; 
 Custo de produtos ou serviços vendidos (em determinadas 
situações). 
Para entender melhor, veja o exemplo. 
 
Receita operacional bruta 
Vendas de produtos 
Prestação de serviços 
(-) Deduções da receita bruta 
Devoluções de vendas /abatimentos 
Impostos e contribuições incidentes sobre vendas 
= Receita operacional líquida 
(-) Custos das vendas produtos e serviços 
Custo dos produtos vendidos 
Custo dos serviços prestados 
= Resultado operacional bruto 
(-) Despesas operacionais 
Despesas com vendas 
Despesas administrativas 
(-) Despesas financeiras líquidas 
Despesas financeiras 
(-) Receitas financeiras 
Outras receitas e despesas 
= Resultado operacional antes do imposto de renda e da contribuição 
social e sobre o lucro 
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro 
= Lucro líquido antes das participações 
(-) Participações 
(=) Resultado líquido do exercício 
Demonstração de fluxo de caixa (DFC) 
A DFC evidencia as saídas e as entradas de capital do caixa 
durante o período e o resultado desse fluxo de movimentações. 
O relatório dessa demonstração é dividido em três áreas: 
 Atividades operacionais; 
 Atividades de investimento; 
 Atividades de financiamento. 
Os tributos são destacados no grupo de atividades 
operacionais, incluindo aqueles sobre o patrimônio. Essas 
atividades incluem a produção e a entrega de bens e 
serviços, relacionando-se normalmente com as transações 
que aparecem na DRE. 
No grupo dessas atividades, destaca-se a conta destinada 
aos registros de pagamentos aos governos federal, estadual 
e municipal. Tais pagamentos são referentes a impostos, 
multas, alfândega e outros tributos e taxas. 
 
Demonstração do valor adicionado (DVA) 
 
A DVA é o relatório contábil que evidencia os valores 
correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa 
em determinado período e à sua respectiva distribuição. A 
apuração dessa demonstração possibilita a obtenção, no 
mesmo item, de todos os encargos com impostos, taxas e 
contribuições suportados pela empresa. 
Atenção! 
A DVA é a única demonstração em que ocorre essa segregação. 
Ao agrupar esses itens, seu objetivo é representar a parcela do 
valor adicionado distribuída ao governo. 
Há algumas vantagens dessa visão de todos os encargos com 
impostos, taxas e contribuições em um único item. Entre elas, 
está a possibilidade de avaliar a carga tributária que incide 
sobre a empresa, bem como compará-la com a de outras 
empresas. 
Veremos a seguir um exemplo de estrutura de 
DVA. 
 
1 - Receitas 
Vendas de mercadoria, produtos e serviços 
Provisão p/devedores duvidosos – reversão/(constituição) 
Não operacionais 
2 - Insumos adquiridos de terceiros (inclui ICMS E IPI) 
Matérias-primas consumidas 
Custos das mercadorias e serviços vendidos 
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
Perda/recuperação de valores ativos 
3 – Valor adicionado bruto (1-2) 
4 – Retenções 
Depreciação, amortização e exaustão 
5 –Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4) 
6 – Valor adicionado recebido em transferência 
Resultado de equivalência patrimonial 
Receitas financeiras 
7 – Valor adicionado total a distribuir (5+6) 
8 – Distribuição do valor adicionado 
Pessoal e encargos 
Impostos, taxas e contribuições 
Juros e aluguéis 
Juros s/ capital próprio e dividendos 
Lucros retidos / prejuízo do exercício 
 
 
 
 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido 
(DMPL) 
A DMPL evidencia a movimentação das contas que compõem 
o patrimônio líquido durante um exercício social, destacando 
a formação e a utilização das reservas de capital. Essa 
demonstração não tem destaque na divulgação dos tributos 
sobre o patrimônio. 
 
 
 
QUAL METODOLOGIA DEVO USAR PARA DECIDIR SOBRE A 
APURAÇÃO DO IRPJ: LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO? 
Alexandre Galhardo – exclusivo para o Portal Tributário® 
Este artigo serve para lembrar aos contabilistas e administradores 
que início de cada ano é a hora de fazer uma análise sobre qual 
metodologia deve ser aplicada com relação a apuração do Imposto 
de Renda Pessoa Jurídica que a vossa empresa adotará para todo o 
ano fiscal. 
Esta análise se faz extremamente necessária, pois uma escolha 
equivocada certamente trará perdas financeiras para vossa empresa e 
por consequência a perda na competitividade. E mediante a esta 
preocupação, faço questão de todo início de ano repetir este auxílio 
contábil-fiscal. 
Várias pequenas e médias empresas que não optaram ou estão 
impossibilitadas de operarem através do SIMPLES, por enquanto, e 
que estejam dentro do limite e autorizadas, por lei, a operar através 
do Lucro Presumido ficam em dúvida na hora de optar por qual 
método de tributação irão adotar para apurarem o IRPJ (Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido): Lucro Real Estimativa ou Lucro Presumido. 
Primeiramente o responsável pela Área Fiscal deve verificar se a sua 
atividade econômica conta na relação das empresas que não estão 
autorizadas ao Lucro Presumido (artigo 14º da Lei 9.718/1998, 
alterado pela Lei 10.637/2002) e observar o limite de receita do ano 
calendário anterior. 
A base de cálculo que servirá para apurar o IRPJ e CSLL será 
diferenciada nos métodos de apuração, porém os percentuais de 
presunção de lucro que incidirão sobre a Receita Bruta da atividade 
econômica serão os mesmos. A título de exemplo, o percentual de 
lucro que incidirá sobre a Receita Bruta para as empresas 
classificadas como indústria ou comércio serão 8% para o cálculo 
do IRPJ e 12% para o cálculo da CSLL. 
As alíquotas de IRPJ e CSLL são respectivamente 15% e 9% (total de 
24%) e a carga tributária desses tributos é 1,20% e 1,08% (total de 
2,28%). A carga tributária nada mais é que o multiplicador das 
alíquotas sobre as parcelas de lucro, isto é: 
. IRPJ = 8% x 15% = 1,20% (não levando em consideração o adicional 
de IR); 
. CSLL = 12% x 9% = 1,08% 
Baseado nos valores acima, poderemos definir um breakeven, isto 
é, um ponto de equilíbrio (p.e.) que irá direcionar para 
qual critério de apuração será adotado . Este ponto de equilíbrio é 
calculado pela seguinte equação: 
p.e. = (Carga Tributária/Total das Alíquotas) (2,28% / 24%) 
= 9,5% 
p.e. = 9,5% 
Após a definição do “p.e.” será tomado como base o Lucro que a 
empresa levantará antes do cômputo do IRPJ e da CSLL e poderá 
ser adotada as seguintes equações: 
. p.e. > Lucro antes do IRPJ e CSLL = Optar pelo Lucro Real 
Estimado; 
. p.e. < Lucro antes do IRPJ e CSLL = Optar pelo Lucro Presumido. 
Outros pontos que devem ser analisados juntamente com a 
definição do “p.e.” é o critério a ser adotado também para a 
apuração do PIS e da COFINS, pois após a edição das Leis nºs 
10.637/2002 e 10.833/2004 as contribuições para o PIS e COFINS 
passaram a ser regidas pelo princípio da não-cumulatividade para 
as empresas que optarem pelo Regime de Apuração através do 
Lucro Real, isto é, as empresas podem se creditar dos insumos e 
produtos adquiridos para industrialização e comercialização, porém 
houve o aumento de suas alíquotas para 1,65% e 7,60%, 
respectivamente. 
Para as empresas que continuaram a apurar pelo método do Lucro 
Presumido, as contribuições para o PIS e COFINS permaneceram 
regidas pelo princípio da cumulatividade, isto é, não podendo ser 
compensada a parcelacorrespondente aos referidos tributos 
custeados em operações anteriores, porém as suas alíquotas são 
menores, isto é, 0,65% para o PIS e 3,00% para a COFINS. 
Além das análises feitas sobre o “p.e.” e o regime de apuração do 
PIS e COFINS deve ser levado em consideração o volume das 
despesas ligadas intrinsecamente a atividade fim da empresa, pois 
no método do Lucro Presumido tais despesas não podem ser 
abatidas da base de cálculo do IRPJ e CSLL.

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