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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Objetivos Globais, são um chamado universal para ação contra a pobreza, proteção do planeta e para garantir que todas as pessoas tenham paz e prosperidade. Esses 17 Objetivos foram inspirados no sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), incluindo novos temas, como a mudança global do clima, desigualdade econômica, inovação, consumo sustentável, paz e justiça, entre outras prioridades. (Saúde e Bem Estar).
No que tange à necessidade do ODS número 3, que trata de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades, temos a meta 3.1, que visa, até 2030, reduzir à taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos. A necessidade do ODS número 3, mostra-nos a preocupação dos direitos humanos em reduzir a trágica situação de desigualdade no atendimento médico obstétrico às mulheres negras e de baixa renda, onde os casos de mortalidades são altos devido a violência obstétrica que pode atingir qualquer mulher, porém, no Brasil atinge, de forma contundente, mulheres de baixa condição econômica social.
Em 2018, o Ministério da Saúde divulgou informação de que mulheres pretas e pardas totalizaram 65% dos óbitos maternos no Brasil e, entre 1996 e 2018, aconteceram 38 mil mortes maternas sendo que, desse total, 67% em decorrência de causas obstétricas diretas, ou seja, negligência e imprudência no atendimento de mulheres e meninas durante a gestação, parto ou puerpério. (Univirtus, 2022.) 
Segundo a professora Dra. Valéria Pilão: a saúde das mulheres e meninas grávidas, parturientes ou puérperas deve ser tratada como prioridade e, para isso, o modelo de atendimento deve ser repensado pela sociedade brasileira e todos devem conhecer suas demandas. Ou seja, todos devemos ter consciência de algo tão importante no âmbito social e que diz respeito à saúde e vida humana.
O Brasil já observa valores abaixo da meta global. (...) E, o Ministério da Saúde assumiu a meta de redução de 51,7% da RMM até 2030, que corresponde a 30 mortes maternas por 100.000 nascidos vivos. (IPEA, 2019.) Sendo assim, o Brasil demonstra iniciativa pra sair dessa estagnação e retrocesso de saúde pública. Porém, segundo estudos o Brasil não apresenta progresso satisfatório em nenhuma das 169 metas dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, estabelecida pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2015. Das 169 metas, 54,4% estão em retrocesso, 16% estagnadas, 12,4% ameaçadas e 7,7% mostram progresso insuficiente. (Agência Câmara de Notícias, 2021.)
Os países da Europa parecem estar em progresso de adequação, pois a Europa é 1º continente a conseguir atingir ODS de redução de mortalidade de mães e recém-nascidos, ou seja, a maioria de seus países, inclusive, Portugal e Espanha que tinham índices também autos a esse respeito. Contudo, não vemos países do continente africano e americano com a mesma desenvoltura, ou seja, países subdesenvolvidos e de 3º mundo são os que tem os maiores desafios pela frente, inclusive o Brasil.
Conforme uma pesquisa feita pela Maria do Carmo Leal, que se baseou no estudo “Nascer no Brasil”: Pesquisa Nacional sobre Parto e Nascimento, Mulheres pretas e pardas tem maior prevalência em ter depressão pós-parto, vinculam-se menos a maternidade, obtém poucas informações acerca de sua gravidez, fazem menos pré-natal ou nem chegam a fazer.
A pesquisa declarou também que 25% das mulheres ficaram sem seus acompanhantes durante o parto, e a maioria dessas mulheres pretas, portanto tiveram seu direito desrespeitado, sendo que é algo que está na Lei 11.108, todos devem ter direito a um acompanhamento em todo o momento.
Segundo o Relatório Socioeconômico da Mulher, divulgado pelo Governo Federal em 2015, cerca de 52% da população feminina brasileira é composta por mulheres negras, elas são 62,8% do total de gestantes mortas.
É notório a discrepância no atendimento a mulheres negras e brancas, em relação ao pré-natal, orientações sobre aleitamento ou qualquer coisa sobre gravidez, uso de anestesia, direito a acompanhante em sua maioria as mulheres negras “saem” em desvantagem, portanto o Estado deve assumir uma responsabilidade civil objetiva em relação a violência obstétrica racial sofrida por essas mulheres, violência essa advinda de um racismo institucional.
A cidade de São Paulo, onde resido, contém muitos hospitais públicos, inclusive na periferia, onde residem, infelizmente, a maior parte de mulheres de baixa renda, negras e extremamente jovens, e muitos são os casos desse tipo de violência sofrido pelas mulheres em estado de parto. Por isso, a Câmara Municipal da cidade de São Paulo aprovou um projeto de lei que visa combater a violência obstétrica. O texto aprovado propõe a criação de um Programa Municipal de Combate à Violência Obstétrica, que inclui a divulgação de informações para pacientes do sistema de saúde sobre direitos reprodutivos, plano de parto e atendimento humanizado. Algo relevante em termos de uma iniciativa combativa em uma metrópole muito densa como São Paulo que, apesar de uma cidade rica, contem gritantes desigualdades por causa de todo construtivismo social desacerbado do estruturalismo racial. 
A Constituição Federal de 1988 contém o princípio da igualdade e dispõe sobre o direito à plena assistência à saúde e o dever de que o parto seja humanizado. O direito à saúde encontra previsão no artigo 6º, da Constituição Federal Brasileira. Além disso, é garantida à gestante o direito à licença por 120 dias (artigo 7º, inciso XVIII, da CF). Dessa forma, como direito humano, constitucional e de amor ao próximo, como tange o evangelho, é de extrema importância ao meu estudo teológico e humanístico, pois trata do bem estar do próximo e, a máxima cristã é: “ ame o teu próximo como a ti mesmo’, e cristo veio dar vida e vida em abundância a todos indistintamente, pois ele não faz acepção de pessoas.

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