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SOCIOLOGIA Organização Político- Administrativa do Estado Livro Eletrônico Presidente: Gabriel Granjeiro Vice-Presidente: Rodrigo Calado Diretor Pedagógico: Erico Teixeira Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente. CÓDIGO: 230111255716 LUCIANO DUTRA Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor de livros. Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em Ciências Militares. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra SUMÁRIO Organização Político-Administrativa do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1. Conceito de Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2. Formas De Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3. Formas de Governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4. Sistemas de Governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5. Regimes de Governo ou Regimes Políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 6. Art. 18, Caput . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 7. União . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 8. Estados-Membros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 9. Distrito Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 10. Municípios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 11. Territórios Federais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 12. Formação dos Estados-Membros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 13. Formação dos Municípios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 14. Vedação aos Entes Federados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 15. Intervenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Questões de concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 gabarito comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 4 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra 1) APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde. Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa importante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por confiar no nosso trabalho. A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a) nesta batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra. Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD. Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras, dentre as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição pela Editora Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da União desde 2009. Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo, sendo aprovado no concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos 15 anos de idade. Graduei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou especialista em Direito Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha turma. Além disso, importante dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos. Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/ watch?v=fyhpellsL_Q. Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta eficaz para a sua aprovação. Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste tão aguardado concurso para Oficial do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro. Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador Direito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa disciplina. Venha comigo!!! 2) COMO ESTUDAR O DIREITO CONSTITUCIONAL: O TRIPÉ DA APROVAÇÃO Para ser aprovado em concurso público, independentemente do nível de exigência do cargo pleiteado, você precisa ultrapassar a disciplina Direito Constitucional. Para facilitar o caminho até a tão sonhada conquista, superando o possível trauma inicial causado pelo primeiro contato com os intangíveis e incomuns conceitos do Direito Constitucional, trarei O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 5 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra uma ferramentatestada e aprovada pelos meus saudosos alunos e alunas: aquilo que denominei de TRIPÉ DA APROVAÇÃO. Pois bem, meu (minha) querido(a) discente, o estudo do Direito Constitucional para concursos públicos se apoia em três bases: uma boa doutrina, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e a leitura incessante da Constituição Federal. Além, é claro, da resolução das provas anteriores e da escolha de um excelente curso preparatório ( já começou com o pé direito, escolhendo o Gran Cursos Online – centro de excelência que já aprovou milhares de ex-alunos). De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, e somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas já aplicadas. É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa, seguem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado editorial: • Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição); • Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas; • Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, Editora Atlas; • Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm; • Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 6 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra • Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; • Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm; • Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva; • Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e questões, Editora Campus/Elsevier; • Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e • Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora Método. Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o ideal é você ler alguns trechos dos livros selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais, que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do livro com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional. Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada “A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da Constituição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte. MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá TUDO o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido apenas como complemento, se for o caso. A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes decisões do STF é ler os Informativos de jurisprudência disponibilizados semanalmente no site da Corte. Mas cuidado ao manusear o Informativo! Não há necessidade de ler todas as partes, mas apenas aquelas que se inserem no conteúdo do edital do seu concurso. Tenha senso de seleção. Por exemplo, se no seu certame não cai Direito Tributário, você não precisa estudar as decisões afetas a esse ramo do Direito. Reconheço o quão difícil é ler e compreender os Informativos do STF. Para ajudá-lo(a), terei o zelo de trazer para dentro do nosso PDF as decisões recentes do STF que poderão impactar os concursos públicos. Destaque-se que a importância do estudo da jurisprudência está intimamente ligada ao grau de dificuldade do certame: quanto mais difícil é o concurso maior a cobrança da jurisprudência. Ou seja, concursos das carreias jurídicas, concursos das carreiras do Poder Legislativo, concursos para a área fiscal, concursos das áreas de gestão e controle cobram com mais frequência a jurisprudência do STF. Para você que fará concurso para estas áreas citadas, deixo ao final das aulas um repositório de súmulas e jurisprudência aplicáveis, de leitura obrigatória. Outros concursos como os das carreiras policiais, concursos para as demais área do Poder Executivo, concursos de nível médio exigem mais a literalidade da Constituição Federal e não costumam cobrar o conhecimento da jusrisprudência. Caso você deseja fazer estes concursos em que a jurisprudência não é muito cobrada, as súmulas e jurisprudência aplicáveis O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 7 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra que acompanham o material deverão ser encaradas como mera leitura complementar, se houver tempo. Não se trata de leitura obrigatória, é apenas um brinde do LD para você. Portanto, direcione a leitura deste PDF de acordo com a sua realidade. Para este concurso de Oficial do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro, não há necessidade de ler a jurisprudência trazida ao final de cada aula. Considere-a como um presente do LD para concursos futuros. Fechando o TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é imprescindível ler e reler o TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, palco de cobrança de infindáveis questões. O examinador de qualquer banca, muitas das vezes, traz para o bojo da prova a literalidade do Texto Maior. Para tanto, tenha sempre em mãos uma Constituição Federal atualizada, contendo as emendas constitucionais mais recentes. Temas como os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º), os Direitos Sociais (arts. 6º ao 11), o elenco dos bens da União (art. 20), os bens atribuídos aos Estados- membros (art. 26), a repartição constitucional de competências (arts. 21 a 24), as atribuições do Congresso Nacional e de suas Casas - Câmara dos Deputados e Senado Federal (arts. 48 a 52), as atribuições do Presidente da República (art. 84), as composições e as competências dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 101 a 126) dependem muito mais do seu esforço pessoal em ler a Constituição Federal até a exaustão do que assistir uma brilhante aula expositiva ou a leitura de uma obra doutrinária de qualidade. Nesse viés, para facilitar a sua vida, vou transcrever no PDF as partes da Constituição Federal que exigem a assimilação por você. Além da preparação teórica proposta, que necessariamente passará pelo TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é fundamental a RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES dos concursos públicos anteriores. Aqui, também temos uma dica valiosa: faça as questões recentes da banca que realizará o seu certame, desde que de editais similares, e todas as questões passadas dos concursos anteriores do cargo que você pleiteia, independentemente da banca. Com isso, você fixará os conhecimentos já adquiridos e levantará os temas que precisa melhorar. Nosso PDF conta, também, com um rol de exercícios minuciosamente selecionados para a sua preparação. Além disso, você pode contar com o GRAN CURSOS QUESTÕES que contém inúmeras questões para ajudá-lo(a) na sua aprendizagem. Em se falando das bancas examinadoras, é importantíssimo conhecer o seu “inimigo”. Ensina Sun Tzu em “A arte da guerra”, capítulo 10, que: “conheça o inimigoe a si mesmo e você obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça terreno e as condições da natureza, e você será sempre vitorioso”. No seu caso, o “inimigo” é a banca examinadora e o “terreno” são as provas passadas desta banca. Para facilitar o pleno conhecimento do “inimigo” e do “terreno”, segue uma análise pessoal das bancas examinadoras mais importantes, à luz do TRIPÉ DA APROVAÇÃO: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 8 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra CESPE Vunesp FCC FGV DOUTRINA Importante Importante Importante Muito importante JURISPRUDÊNCIA Muito importante Importante Importante Importante CF/88 Muito importante Muito importante Muito importante Muito importante Note que a leitura da Constituição Federal é SEMPRE muito importante! Concluindo, é certo que o Direito Constitucional estará na sua prova. Não se assuste com o “choque” inicial que essa disciplina pode lhe causar. Está longe de ser um “bicho de sete cabeças”. Apoie-se no TRIPÉ DA APROVAÇÃO (a doutrina, a jurisprudência do STF e a Constituição Federal), faça infindáveis exercícios de fixação e se valha de um excelente curso preparatório como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido. Nosso PDF tem a audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR Direito Constitucional, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!! 3) O DIREITO CONSTITUCIONAL E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito Constitucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado jurista e, a nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito Constitucional pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do Direito Público pela natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Configura-se como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito Constitucional pode ser definido como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”. Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como “o ramo do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como norma jurídica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo, território, governo, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo, limitando o exercício desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes”. 1 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36. 2 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 9 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Direito Constitucional Constituição Ramo do Direito Positivo Público que estuda a Constituição. Norma jurídica suprema que cria o Estado, atribuindo-lhe poder limitado pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes. Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado participa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em condição de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual. Ao Estado, compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os interesses gerais da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica estabelecida. É o Direito composto inteiramente por normas de ordem pública, normas cogentes, imperativas, de obrigatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra banda, o Direito Privado trata de relações entre particulares (privadas). É composto predominantemente por normas de ordem privada (supletiva) que se direcionam a regulamentação dos interesses individuais. Os integrantes da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevalecendo a autonomia da vontade. Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial. Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que os direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu tempo o tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à influência dos direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito Civil abandona seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em homenagem a dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III) e princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4. 3 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3. 4 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 10 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal. Mas o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição assume vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como: a) conjunto dos elementos essenciais de alguma coisa: a constituição do universo, a constituição dos corpos sólidos; b) temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica explosiva, uma constituição robusta; c) organização, formação: a constituição de uma assembleia, a constituição de uma comissão; d) o ato de estabelecer juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma sociedade anônima; e) conjunto de normas que regem uma corporação, uma instituição: a constituição da propriedade; f) a lei fundamental de um Estado. Com efeito, a Constituição, que se traduz em objeto de estudo do Direito Constitucional, é justamente o sentido de “lei fundamental de um Estado”, ou seja, “a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo deaquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”.6 4) ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Querido(a) aluno(a), para conseguirmos compreender o conteúdo de nossa atual Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, é importantíssimo entender a maneira pela qual ela foi estruturada. Então vamos lá! Ela possui um preâmbulo, uma parte dogmática, um ato das disposições constitucionais transitórias, emendas constitucionais de revisão, emendas constitucionais de reforma e atos internacionais equivalentes à emenda à Constituição. Vejamos cada um deles. O PREÂMBULO é a parte precedente do texto constitucional que irradia uma pauta de valores e objetivos adotados pela Constituição Federal. Diz o preâmbulo: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores 5 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39. 6 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 11 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o preâmbulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo apenas valor interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de nortear a interpretação e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo que, embora o preâmbulo faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não podendo induzir a declaração de inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7 DE OLHO NOS DETALHES O preâmbulo: 1) não possui força normativa; 2) possui função de diretriz interpretativa do texto constitucional; 3) não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional; 4) não é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais e pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, não segue o princípio da simetria; 5) não pode ser utilizado como parâmetro de controle. Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu corpo central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias Fundamentais (Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes (Título IV), a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e o Orçamento (Título VI), a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem Social (Título VIII) e as Disposições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto da Constituição Federal que se estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o que é que interessa para você? Depende do seu edital. Nesta apresentação haverá um direcionamento específico para o seu concurso. Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função: a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por exemplo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo); Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem 7 Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 12 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra a órgão do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente no que tange a: I – ação normativa; II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie. § 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promulgação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma: I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar; II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali mencionados serão considerados rejeitados; III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos deles remanescentes. § 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art. 62, parágrafo único. b) disciplinar provisoriamente determinadas situações, enquanto não regulamentadas em definitivo por lei (por exemplo: art. 16, do ADCT – também não há necessidade de memorizá-lo). Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República, com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal. § 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo Senado Federal. § 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal, enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art. 72 da Constituição. § 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União na forma da lei. Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT e as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente constitucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem de parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o modelo das emendas constitucionais. DICA DO LD Apesar de cumprirem importante papel na transição constitucional, as normas do ADCT não são imprescindíveis às constituições, vale dizer, a existência, ou não, de normas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 13 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra transitórias fica ao talantedo constituinte originário 8 (aquele que redigiu o texto da Constituição Federal). Vejamos agora as EMENDAS CONSTITUCIONAIS. Elas podem ser de reforma ou de revisão. Em cumprimento ao art. 3º do ADCT9, foram promulgadas seis EMENDAS CONSTITUCIONAIS DE REVISÃO (ECR). Por se tratar de um procedimento único e exaurido, sob o regime constitucional vigente, não é possível a edição de uma nova ECR. Noutro giro, o procedimento para a edição de uma EMENDA CONSTITUCIONAL DE REFORMA (EC) é permanente, razão pela qual pode, a qualquer momento, ser efetuada uma nova modificação constitucional, desde que respeitado o devido processo legislativo constitucional capitulado no art. 6010 (se no seu concurso cair processo legislativo, iremos juntos trabalhar este art. 60 no momento adequado). Por fim, a partir da promulgação da Emenda Constitucional 45, de 2004, o Brasil passou a admitir ATOS INTERNACIONAIS EQUIVALENTES À EMENDA À CONSTITUIÇÃO, que são os tratados internacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico pátrio com força de emenda à Constituição. É o que prevê o § 3º do art. 5º: “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. O Brasil já possui dois tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados segundo o quórum diferenciado do art. 5º, § 3º: 1) a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova Iorque, em 2007 (Decreto Legislativo n. 186, de 2008); e 2) o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em Marraqueche, em 2013 (Decreto Legislativo nº 261, de 2015). 8 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 64. 9 Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 10 Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 65. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 14 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Para facilitar nossa memorização quanto à estrutura da Constituição Federal de 1988, vamos a um mapa mental. Aliás, você encontrará mapas mentais, esquemas e dicas durante todo nosso curso. ATOS INTERNACIONAIS = EC EC DE REFORMA PREÂMBULO EC DE REVISÃO PARTE DOGMÁTICA ADCT art. 5º, §3º art. 60 procedimento permanente art. 3º do ADCT procedimento único 6 realizar a transação entre Constituições disciplinar provisoriamente certas matérias SERVE PARA normas do ADCT = normas da parte dogmática (não há hierarquia) parâmetro de controle não é obrigatória a existência parte precedente sintetiza valores serve para orientar a interpretação não possui força normativa (STF) não é verdadeiramente uma norma constitucional não é de observância obrigatória não é utilizado como parâmetro de controle corpo principal arts. 1º ao 250 parâmetro de controle ESTRUTURA DA CF 1988 DOUTRINA DIREITO CONSTITUCIONAL ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO STF LER COM MUITA ATENÇÃO JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL TRIPÉ DA APROVAÇÃO TUDO NO PDF DO LD Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos. Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina, vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 6 aulas, para o cargo de Oficial do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro, assim distribuídas: Aula um – Organização Político-Administrativa do Estado; Aula dois – Poder Legislativo; Aula três – Processo Legislativo; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 15 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Aula quatro – Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária; Aula cinco – Poder Executivo; Aula seis – – Poder Judiciário. Está comigo até aqui? Espero que sim. Lembre-se de que o Gran Cursos Online possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito Constitucional. Gostaria de receber sua avaliação acerca das nossas aulas. Isso é muito importante para nós. Então vamos ao estudo do tema Organização Político-Administrativa do Estado. Espero tê-lo(a) como aluno(a). Conte sempre conosco. Fique com Deus, forte abraço e bons estudos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 16 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADOESTADO Olá, meu(minha) aluno(a), como está? Espero que esta aula o(a) encontre bem. A partir de agora, estudaremos o Título III da nossa Constituição Federal, que trata da Organização do Estado, dividindo o nosso encontro, para, num primeiro momento, tratarmos da organização político-administrativa do Estado brasileiro e, após, da repartição de competências, ok? Então, aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online vai decolar! 1. CONCEITO DE ESTADO1. CONCEITO DE ESTADO Querido(a) aluno(a), podemos conceituar Estado como uma reunião de um povo, em um território determinado, dotado de um governo soberano. Desse conceito, extraem-se boa parte dos elementos que compõem o Estado: povo, território, governo e soberania. Incluo como elemento do Estado também a finalidade. Vejamos cada um deles. Povo é o conjunto de nacionais, no nosso caso, o conjunto de brasileiros natos e naturalizados. Por sua vez, o território é o espaço geográfico sobre o qual o Estado exerce o seu poder soberano, compreendido pelo espaço terrestre, pelo mar territorial 11 e pelo espaço aéreo sobrejacente. Chama-se governo o conjunto de decisões políticas. Já soberania, conforme estudamos no Título I da nossa Constituição Federal, ao tratar dos fundamentos do Estado brasileiro, é, no plano interno, o poder que o Estado tem de, dentro de seu território e sobre o seu povo, impor sua ordem jurídica (suas normas); já na órbita internacional, é o dever de observância da igualdade entre os Estados, todos igualmente soberanos. Por fim, considera-se a finalidade de um Estado o atingimento do bem comum, em outras palavras, o Estado existe para buscar a concretização do interesse público. 11 Mar territorial: segundo o art. 1º da Lei n. 8.617, 1993, compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 17 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativado Estado Luciano Dutra ESTADO Conceito Elementos reunião de um povo sobre um território determinado dotado de governo soberano Povo – conjunto de nacionais Território – espaço geográfico sobre o qual o Estado exerce sua soberania Governo – conjunto de decisões políticas Finalidade – atingimento do bem comum Soberania Ótica interna – poder de impor a ordem jurídica Ótica externa – dever de observância da igualdade entre os Estados Dito isso, vamos retomar um tema que, certa medida, já tratamos ao estudarmos o Título I (Princípios Fundamentais). Vamos diferenciar forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo e regime de Governo. Não confunda as nomenclaturas que serão expostas. Fechado? 2. FORMAS DE ESTADO2. FORMAS DE ESTADO Meu(minha) aluno(a), para saber qual é a forma de Estado adotada por um determinado país, devemos observar se há, ou não, repartição do exercício do poder, em função do território estatal. Se não houver repartição de poder, ou seja, se o poder é exercido de forma central, se tratará de Estado unitário, também chamado de Estado simples (exemplo: Uruguai). O Estado unitário pode ser classificado em: a) Estado unitário puro ou centralizado: caso em que haverá somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário, exercido de forma central; e b) Estado unitário descentralizado: situação em que existirá a formação de entes regionais com autonomia para exercer questões administrativas ou judiciárias fruto de delegação, mas não se concede a autonomia legislativa que continua pertencendo exclusivamente ao poder central. Já se houver repartição de poderes por entes regionais dotados de autonomia política, o Estado será federal, também chamado de federado, complexo ou composto. É importante lembrar que o Brasil é uma Federação de 3º grau, por segregação, cooperativa e assimétrica, conforme já vimos nos princípios fundamentais. Façamos uma revisão! O Brasil possui um federalismo de 3º grau, porque é formado por três níveis: • um nível nacional: exercido pela União; • um nível regional: exercido pelos Estados-membros; • um nível local: exercido pelos Municípios. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 18 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Por sua vez, a Federação brasileira é formada por segregação, porque éramos um Estado unitário (à luz da CF de 1824) e houve uma descentralização política do Poder (a partir da CF de 1891), o que deu origem ao surgimento de outros entes regionais autônomos que passaram a exercer parcela do poder estatal. Conforme aponta a doutrina, trata-se de movimento centrífugo (para fora) de formação estatal e distribuição do poder. Para diferenciar, ocorre uma federação por agregação quando Estados soberanos se unem para formar um novo Estado, como aconteceu, por exemplo, na formação dos Estados Unidos da América (EUA). Na formação de uma Federação por agregação, há um movimento centrípeto (para dentro) de formação estatal. Somos, ainda, uma Federação cooperativa, na medida em que não há uma rígida divisão de competências entre o ente de maior grau (União) e os demais entes federados subnacionais (Estados-membros, Distrito Federal e Municípios). Tal fato é observado a partir da leitura dos arts. 23, que trata das competências comuns, e 24, que elenca as competências concorrentes. Por outro lado, nos Estados que adotam o modelo de federalismo dual, é verificada uma rígida separação de competências entre o ente de maior grau e os demais entes descentralizados (como é o caso dos EUA). Por fim, no federalismo assimétrico, como o nosso, a Constituição Federal parte da premissa de que há sérias desigualdades socioeconômicas entre os Estados-membros a exigir um tratamento diferenciado na busca da igualdade entre os componentes da federação. É o modelo adotado pelo Estado brasileiro, conforme se percebe da leitura do art. 3º, inciso III. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...] III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Já no federalismo simétrico, há divisão igualitária das competências e das receitas estatais. 001. 001. (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Em face da descentralização administrativa e política que caracteriza o Estado brasileiro, a República Federativa do Brasil constitui um estado unitário descentralizado, dispondo os entes políticos estatais de autonomia para a tomada de decisão, no caso concreto, a respeito da execução das medidas adotadas pela esfera central de governo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 19 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Na verdade, em face da descentralização administrativa e política que caracteriza o Estado brasileiro, a República Federativa do Brasil constitui um Estado federal, dispondo os entes políticos estatais de autonomia política. Errado. Há autores, ainda, que identificam uma terceira forma de Estado: a Confederação. Aqui, o que se tem é a reunião de Estados soberanos a partir da assinatura de um tratado internacional. Enquanto na Federação a ideia é a indissolubilidade do pacto federativo, na Confederação, os Estados-partes podem romper a qualquer momento com o tratado internacional, ou seja, a regra é a dissolubilidade da Confederação. FORMAS DE ESTADO Há repartição do exercício do poder em função do território? Unitário Poder é central Cada ente descentralizado possui apenas autonomia administrativa Federação Poder é descentralizado Cada ente descentralizado possui autonomia política Pacto indissolúvel Criado pela Constituição Federal Confederação Cada Estado-parte possui soberania Pacto dissolúvel Criado por tratado DICA DO LD Características da federação brasileira: a) a organização dos nossos entes políticos está disciplinada no texto constitucional; b) todos os entes políticos (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) são dotados, apenas, de autonomia política; c) os entes políticos não possuem direito de secessão, isto é, não podem se separar da República Federativa do Brasil – princípio da indissolubilidade do pacto federativo previsto no art . 1º; d) movimento centrífugo de formação da federação; e) federalismo assimétrico, tendo em vista o tratamento desigual dado pela constituição aos Estados-membros; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 20 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra f) federação protegida como cláusula pétrea, de acordo com o art . 60, § 4º, i; g) participação dos Estados-membros na formação da vontade nacional, caracterizada pela paridade de representação no Senado Federal (art. 46, § 1º). 3. FORMAS DE GOVERNO3. FORMAS DE GOVERNO Já a forma de Governo refere-se à maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. As formas de Governo são: República ou Monarquia. 002. 002. (AFRE-RN/2005) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dáa instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. O conceito refere-se à forma de Governo. Percebeu como é importante tomar cuidado com as nomenclaturas? Errado. A República possui as seguintes características: • eletividade: os representantes são eleitos de forma direta e, excepcionalmente, de forma indireta; • cumprimento de mandato: significa a temporariedade de permanência no governo (necessidade de alternância no poder); • dever de prestar contas de seus atos: o governante possui responsabilidades perante o povo que o elegeu. 003. 003. (MP-TO/ANALISTA MINISTERIAL/ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/2006) Decorre do princípio republicano a regra constitucional de que o mandato do Presidente da República será de quatro anos. A República exige alternância no poder, isto é, os detentores do poder político devem cumprir mandato com prazo certo. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 21 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Por sua vez, na Monarquia, as características são: • hereditariedade: a instituição do poder não se dá por meio de eleições, mas sim por vínculo sanguíneo (o filho do rei, rei será); • vitaliciedade: não temporário; o governante fica no poder até sua morte ou eventual abdicação do trono; • não prestação de contas: o monarca não presta contas de seus atos (ideia que vem desde a Idade Média, segundo a qual o rei não pode errar). Vejamos um paralelo entre a República e a Monarquia: República Monarquia Eletividade Hereditariedade Mandato Vitaliciedade Dever de prestar contas Sem dever de prestar contas FORMAS DE GOVERNO Como se dá a relação entre governantes e governados? Há eletividade e mandato ou hereditariedade e vitaliciedade? República eletividade mandato dever de prestar contas Monarquia hereditariedade vitaliciedade sem dever de prestar contas 4. SISTEMAS DE GOVERNO4. SISTEMAS DE GOVERNO Os sistemas de Governo podem ser o parlamentarista ou o presidencialista, a depender de como se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo no exercício das funções governamentais, com independência entre eles ou não. 004. 004. (AFC/STN/2005) Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias. Na verdade, o sistema de Governo diz respeito ao modo como se relacionam os Poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 22 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra No sistema parlamentarista, o primeiro-ministro possui mandato por prazo incerto, uma vez que a responsabilidade do governante (chefe de governo) se dá perante o parlamento, ou seja, esse sistema é caracterizado pela interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo. Nesse sistema, o primeiro-ministro exerce apenas a chefia de governo, cabendo ao rei (no caso da Monarquia) ou ao Presidente (no caso da República) exercer a chefia de Estado. Portanto, haverá uma chefia dual. Já no presidencialismo, o Presidente da República cumpre mandato por prazo certo. Nesse caso, há clara independência entre os Poderes Executivo e Legislativo. É o modelo brasileiro, conforme se depreende da leitura do art. 2º, para o qual “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Aqui, o Presidente da República exerce, a um só tempo, a chefia de governo e a chefia de Estado (chamada de chefia única). 005. 005. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/ACRE/2006) O parlamentarismo e o presidencialismo são formas de governo previstas no texto constitucional. O parlamentarismo e o presidencialismo são sistemas de Governo. Mais uma vez, o examinador “jogou” com as nomenclaturas. Errado. 006. 006. (IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL/2018) No sistema presidencialista adotado no Brasil, o presidente, que, em regra, é escolhido pelo povo, governa por um prazo fixo e determinado e assume a chefia de Estado e de governo. Exatamente isso. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 23 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Como se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo? Presidencialismo independência mandato por prazo certo responsabilidade perante o povo chefia monocrática Parlamentarismo interdependência mandato por prazo incerto responsabilidade perante o parlamento chefia dual Sistemas de Governo 5. REGIMES DE GOVERNO OU REGIMES POLÍTICOS 5. REGIMES DE GOVERNO OU REGIMES POLÍTICOS Aqui, devemos constatar se há ou não participação popular nas formulações estatais. No regime de Governo autocrático, o povo não participa das formulações políticas do Estado, vale dizer, o Governo é estruturado de cima para baixo, a partir da imposição da vontade unilateral do detentor do poder político. Já no regime democrático, há efetiva participação do povo por meio do voto, da iniciativa popular de leis, da presença nos tribunais do júri, propondo ação popular etc. É um Governo estruturado de baixo para cima (governo do povo, pelo povo e para o povo). Conforme já estudamos, o regime de Governo democrático manifesta-se de três maneiras distintas: na forma de democracia direta, na forma de democracia indireta (ou representativa) e na forma de democracia semidireta (ou participativa). Na democracia direta, todas as decisões políticas são tomadas diretamente pelo povo (existiu num passado remoto; hoje é muito pouco provável que exista pelo mundo). Por sua vez, na democracia indireta (ou representativa), todas as decisões políticas são tomadas indiretamente, por meio de representantes eleitos pelo povo. Por fim, na democracia semidireta (ou participativa), a maioria das decisões políticas são tomadas por representantes eleitos, mas há traços de democracia direta. É o modelo adotado pelo Brasil. Há participação do povo na formação da vontade estatal? Democracia há participação do povo governo estruturado de baixo para cima Autocracia não há participação do povo governo estruturado de cima para baixo Regimes de Governo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 24 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Ultrapassada essa parte conceitual, vamos avançar pelo estudo da Constituição Federal brasileira, vendo, agora, o art. 18, ok? Venha comigo! 6. ART. 18, 6. ART. 18, CAPUTCAPUT Estabelece a norma em questão que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição Federal. 007. 007. (PREF. JOÃO PESSOA-PB/AUDITORMUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/2018) No âmbito da organização político-administrativa do Estado, apenas a União, os estados e o Distrito Federal são considerados entes autônomos. Todas entidades federativas são autônomas, incluídos os Municípios. Errado. Essas entidades políticas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), segundo o Código Civil, possuem natureza jurídica de direito público interno. Perceba: Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I – a União; II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III – os Municípios; IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; V – as demais entidades de caráter público criadas por lei. 008. 008. (EPPGG/MPOG/2009) A organização político-administrativa da União compreende os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos na forma do disposto na própria Constituição Federal. Percebeu a pegadinha sutil? A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos na forma do disposto na própria Constituição Federal. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 25 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra 009. 009. (CNJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013/ADAPTADO) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público interno, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. É o que estabelece o art. 41 do Código Civil. Certo. Muito cuidado com o que eu vou destacar agora! A banca tentará confundi-lo(a) afirmando que a União é soberana. Na verdade, a União é autônoma, lembrando, conforme detalhamos ao tratar do princípio federativo, que ter autonomia é possuir capacidades de: auto- organização; autogoverno; autolegislação (ou normatização própria); e autoadministração. I) Auto-organização: capacidade das entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de se auto-organizarem por meio das constituições e leis orgânicas. A União se auto-organiza pela Constituição Federal; os vinte e seis Estados-membros se auto- organizam por suas Constituições Estaduais; o Distrito Federal se auto-organiza por sua Lei Orgânica; e os mais de cinco mil Municípios se auto-organizam por suas Leis Orgânicas. Apesar de o Distrito Federal se auto-organizar por uma Lei Orgânica, esta, na sua essência, é uma verdadeira Constituição Estadual. Conforme consignado na ADI n. 3.756, o Distrito Federal, muito embora submetido a um regime constitucional diferenciado, está bem mais próximo da estruturação dos Estados-membros do que dos Municípios, haja vista que: • ao tratar da competência concorrente, a Constituição Federal colocou o Distrito Federal em pé de igualdade com os Estados e a União (art. 24); • ao versar sobre o tema da intervenção, a Constituição Federal dispôs que a “União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal” (art. 34), reservando para os Municípios um artigo em apartado (art. 35); • o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos Poderes estatais, ao passo que os Municípios somente têm dois (inciso I do art. 29); • a Constituição Federal tratou de maneira uniforme os Estados-membros e o Distrito Federal quanto ao número de deputados distritais, à duração dos respectivos mandatos, aos subsídios dos parlamentares etc. (§ 3º do art. 32); • no tocante à legitimação para propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, a Constituição Federal dispensou à Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal o mesmo tratamento dado às Assembleias Legislativas Estaduais (inciso IV do art. 103); O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 26 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra • no modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal se coloca ao lado dos Estados- membros para compor a pessoa jurídica da União; • tanto os Estados-membros como o Distrito Federal participam da formação da vontade legislativa da União (arts. 45 e 46). II) Autogoverno: capacidade das entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de estruturarem os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A capacidade de autogoverno do Distrito Federal e dos Municípios é limitada, uma vez que não possuem Poder Judiciário próprio. No caso específico do Distrito Federal, à luz do art. 21, inciso XIII, cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário do Distrito Federal. Art. 21. Compete à União: [...] XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; III) Autolegislação (ou normatização própria): capacidade das entidades políticas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de criarem normas jurídicas gerais e abstratas. IV) Autoadministração: capacidade das entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de administrar a coisa pública sob sua gestão, especialmente servidores e bens. AUTONOMIA POLÍTICA AUTO-ORGANIZAÇÃO AUTOADMINISTRAÇÃOAUTOLEGISLAÇÃO AUTOGOVERNO O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 27 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Mais uma vez, volto a chamar a sua atenção para não confundir autonomia com soberania. Somente o Estado brasileiro (a República Federativa do Brasil), reconhecido como pessoa jurídica de direito público internacional, possui soberania. Já a União, os Estados- membros, o Distrito Federal e os Municípios possuem apenas autonomia política. Fechou? 010. 010. (MPOG/EPPGG/2009) Nem o governo federal, nem os governos dos Estados, nem os dos Municípios ou o do Distrito Federal são soberanos, porque todos são limitados, expressa ou implicitamente, pelas normas positivas da Constituição Federal. De fato, o governo federal, os governos dos Estados-membros, os governos dos Municípios e o governo do Distrito Federal possuem tão somente autonomia política e não soberania. Certo. 011. 011. (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/2013) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são autônomos e possuem capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração. Exatamente isso!!! Certo. Dito isso, vamos estudar agora as entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) e, também, entender o perfil constitucional dos Territórios. Vamos lá! 7. UNIÃO7. UNIÃO A União é uma entidade federativa dotada de autonomia política, possuindo as capacidades de auto-organização, por meio da Constituição Federal, de autogoverno (arts. 44, 76 e 92), de autolegislação (art. 22) e de autoadministração (art. 20). No uso da capacidade de autolegislação, a União pode legislar privativamente sobre as matérias do art. 22. O autogoverno da União fica evidenciado pela capacidade de estruturar o Congresso Nacional (art. 44), o Poder Executivo federal (art. 76) e os órgãos federais que compõem o Poder Judiciário brasileiro (art.92). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 28 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Dentro da capacidade de autoadministração, os bens da União estão previstos no art. 20, a saber: I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos: esse inciso nos mostra que os bens da União elencados no art. 20 representam um rol meramente exemplificativo. II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei: nem todas as terras devolutas pertencem à União, apenas as indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental. As demais terras devolutas pertencem aos Estados- membros (art. 26, IV). III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais: o inciso em questão traz o domínio sobre as águas. Da leitura deste inciso e do art. 26, I, extrai-se que as águas pertencem à União ou aos Estados-membros, jamais pertencerão aos Municípios ou a particulares. IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II: as ilhas marítimas podem ser costeiras ou oceânicas. Estas ilhas pertencem, em princípio, à União. Entretanto, a ilha costeira que contiver sede de Município pertencerá ao Município (exemplo: a ilha de Florianópolis), a não ser a parcela desta ilha que for afetada ao serviço público federal e a unidade ambiental federal, que será área de domínio da União. Agora, em obediência à parte final deste inciso IV, pertencerá aos Estados-membros as áreas nas ilhas oceânicas e costeiras que estiverem sob o seu domínio. V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva: o que se entende por plataforma continental e zona econômica exclusiva são conhecimentos do Direito Administrativo. De todo modo, a título de cooperação, entende-se por plataforma continental o leito e o subsolo do mar até o bordo exterior da margem continental brasileira ou até 200 milhas marítimas (art. 11, da Lei nº 8.617, de 1993). Já a zona econômica exclusiva representa a faixa de mar que se estende das 12 a 200 milhas marítimas (art. 6º, da Lei nº 8.617, de 1993). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 29 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra VI – o mar territorial: tal qual o entendimento sobre a plataforma continental e a zona econômica exclusiva, o conceito de mar territorial é extraído também do Direito Administrativo. Entende-se por mar territorial a faixa de 12 milhas marítimas, onde o Estado brasileiro exerce a sua soberania (art. 1º, da Lei nº 8.617, de 1993). VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos: também estudado no Direito Administrativo, na parte que trata dos bens públicos, entende-se por terreno de marinha a faixa de 33 metros de terra às margens dos mares, dos rios navegáveis e lagos. VIII – os potenciais de energia hidráulica: são de domínio da União o aproveitamento energético dos cursos de água. IX– os recursos minerais, inclusive os do subsolo: tome cuidado porque as bancas gostam de “jogar uma casca de banana” aqui. São de domínio da União os recursos minerais, INCLUSIVE os do subsolo. X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos: qualquer lugar em que se situar uma cavidade natural subterrânea, bem como locais de interesse arqueológicos, serão de domínio da União. XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são de domínio da União as terras tradicionalmente ocupadas pelos índio, com o intuito de preservá-las e manter o vínculo dos índios sobre elas. O parágrafo primeiro deste art. 20 cuida da participação no resultado ou compensação financeira à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Segundo a norma, é assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração (redação dada pela EC nº 102, de 2019). A participação no resultado está ligada a uma vantagem econômica em razão do domínio sobre o bem público a ser explorado. Já a compensação financeira, tem natureza indenizatória, em razão de algum dano proveniente desta exploração. Por fim, o parágrafo segundo deste art. 20 trata da faixa de fronteira. Diz a norma que a faixa de até 150 quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 30 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Tem que memorizar esse art. 20, especialmente para concursos federais. Assuma esse compromisso consigo mesmo(a). Combinado? DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA O STF fixou que a EC 46, de 2005, não interferiu na propriedade da União sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos, nos moldes do art. 20, inc. VII, situados em ilhas costeiras sede de Municípios. Isso significa que são propriedade da União todos os terrenos de marinha e seus acrescidos, inclusive aqueles situados nas ilhas costeiras com sede de Município. 012. 012. (IRB/DIPLOMATA/2013) Por abranger toda a ordem jurídica do Estado Federal brasileiro, a União é pessoa jurídica de direito público internacional que se confunde com a República Federativa do Brasil. Todas as unidades federativas, inclusive a União, são pessoas jurídicas de direito público interno. Além do mais, a União não se confunde com a República Federativa do Brasil. Errado. 013. 013. (MP-PE/ANALISTA/2012) De acordo com o artigo 20, inciso V, da Constituição Federal, os recursos naturais da zona econômica exclusiva são bens a) do Município de Salvador – BA. b) do Estado de Pernambuco. c) do Estado de Roraima. d) da União. e) do Município de Recife – PE Esse tipo de questão nos mostra a importância de memorizar o acima transcrito art. 20, da CF/1988. Letra d. 014. 014. (MPU/TÉCNICO DO MPU/2018) Será compartilhado o domínio de rio que banhe mais de um estado-membro, pertencendo a cada um deles a parte que adentrar o seu território. É bem da União, conforme o art. 20, III, da CF/1988. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE- 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 31 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra 015. 015. (EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO I/2018) As atuais terras indígenas demarcadas e localizadas no estado do Maranhão são bens públicos federais. É o que estabelece o art. 20, XI, da CF/1988. Certo. 8. ESTADOS-MEMBROS8. ESTADOS-MEMBROS Os Estados-membros são entes que integram a Federação dotados de autonomia política, em razão das capacidades de auto-organização (art. 25, caput), de autoadministração (art. 26), de autogoverno (arts. 27, 28 e 125) e de autolegislação (art. 25, §§ 1º, 2º e 3º). A capacidade de auto-organização dos Estados-membros fica evidenciada pelo caput do art. 25 que determina que os Estados se organizem por suas Constituições. Por sua vez, a autolegislação está consignada nos parágrafos deste art. 25, segundo o qual: Art. 25, [...] § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Vou tratar deste art. 25 com mais profundidade ao ensinar repartição de competências. De acordo com o autogoverno dos Estados, o art. 27 trata da estruturação do Poder Legislativo estadual, o art. 28 da estruturação do Poder Executivo estadual e o art. 125 da estruturação do Poder Judiciário estadual. Vejamos. O art. 27 regula o Poder Legislativo estadual, que será unicameral. Segundo o art. 27, caput, o número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Ou seja, se um Estado-membro da Federação tem até 12 Deputados Federais, basta multiplicar esse número por 3 para saber quantos Deputados Estaduais haverá. Agora, se o Estado tem mais de 12 Deputados Federais, o número de Deputados Estaduais será de 36 mais o número que ultrapassar 12 Deputados Federais. Pensemos no Estado de São Paulo que possui 70 Deputados Federais. O número de Deputados Estaduais será de 36 + (70-12) = 94 Deputados Estaduais. Agora, pensemos no Distrito Federal que possui 8 Deputados Federais. O número de Deputados Distritais será 8 x 3 = 24. Compreendeu? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 32 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Já o § 1º do art. 27, determina que será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras da Constituição Federal sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Por seu turno, o § 2º do art. 27 assevera que o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, 75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais. O art. 27, § 3º, diz que compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. Por fim, o art. 27, § 4º, traz a possibilidade de iniciativa popular no processo legislativo estadual, exigindo uma regulamentação por lei. O art. 28, por sua vez, regulamenta o Poder Executivo estadual, definindo que a eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 (que será trabalhado ao tratarmos do Poder Executivo federal) (redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021). Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público (art. 28, § 1º). Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa (art. 28, § 2º). Já o art. 125, permite que os Estados organizem seu Poder Judiciário, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal (autogoverno). Aprofundaremos esse estudo em Poder Judiciário. À luz da autoadministração dos Estados-membros, são bens dos Estados (art. 26): I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, dos Municípios ou de terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 016. 016. (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) As capacidades de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação reconhecidas aos Estados federados exemplificam a autonomia que lhes é conferida pela Carta Constitucional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MAYARA LETICIA TRINDADE - 03882001119, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 33 de 128www.grancursosonline.com.br SOciOlOgiA Organização Político-Administrativa do Estado Luciano Dutra Exatamente isso!!! Certo. 017. 017. (EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO I/2018) Ilha lacustre que não pertença à União pode ser bem do estado federado ou do município, a depender da localização territorial. Ilha lacustre que não pertença à União pertencerá ao Estado, conforme prevê o art. 26, III, da CF/1988. Errado. 9. DISTRITO FEDERAL9. DISTRITO FEDERAL O Distrito Federal (DF) é um ente federativo com competências parcialmente tuteladas pela União, conforme se extrai do art. 21, incisos XIII e XIV. Da leitura destes dois incisos, verificamos que 6 órgãos que atuam no DF são organizados e mantidos pela União, quais sejam: 1) o Poder Judiciário; 2) o Ministério Público; 3) a polícia civil; 4) a polícia militar; 5) o corpo de bombeiros militares e 6) a polícia penal (de acordo com a nova redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019) O DF possui autonomia política com capacidades de auto-organização (art. 32, caput), de autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º), de autoadministração (art. 32, § 4º) e de autolegislação (art. 32, § 1º). Segundo a cabeça do art. 32, o DF se auto-organiza por sua Lei Orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal. O Distrito Federal possui capacidade de autolegislação, conforme consigna o parágrafo 1º do art. 32, determinando que são atribuídas ao DF as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (a chamada
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