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A Gig Economy e os Desafios para a Proteção dos Trabalhadores

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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASÍLIA 
 DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
O DIREITO DO TRABALHO NO CONTEXTO DA GIG ECONOMY: 
 
 
 
 
 
 Brasília-2023 
Relações de trabalho no ambiente “Gig economy”. 
Introdução 
Um fênomeno cada vez mais presente em nossa sociedade moderna é a economia dos “bicos”, mais conhecida como “gig economy”. Muito desse crescimento de deve ao surgimento das plataformas digitais e a facilidade de comunicação das pessoas pela internet.Na “gig economy”, os trabalhadores independentes têm a oportunidade de se conectar diretamente com clientes e empresas, oferecendo seus serviços de maneira flexível e adaptável às demandas do mercado. 
Sem dúvidas, a “gig economy” tem despertado bastante interesse na atualidade, com uso de tecnologias modernas, essa nova forma de trabalho permite que trabalhadores independentes ofereçam seus serviços de forma ágil e flexível, conectando-se diretamente com clientes e empresas através de plataformas digitais. Porém, essa forma de relação de trabalho, apesar de suas vantagens, também tem questões importantes a serem levadas em conta, sendo uma delas relativo à segurança e aos direitos dos trabalhadores independentes. Esses profissionais que são geralmente classificados como contratantes independentes, muitas vezes não têm acesso a benefícios como seguro saúde, férias remuneradas e licença médica, além de não terem proteções trabalhistas como salário mínimo e horas extras. Fora isso, também se leva em consideração os impactos significativos na economia e na sociedade como um todo que a “gig economy” pode causar, como por exemplo, uma competição acirrada no mercado pode levar a uma redução nos salários e na qualidade do trabalho, além de contribuir para a precarização do mercado de trabalho.
Assim, é importante explorar mais a fundo o funcionamento da gig economy, entender seus prós e contras e como essa nova forma de trabalho está mudando a maneira como vemos os contratos de trabalho e a carreira profissional. Com uma análise criteriosa desses aspectos será possível encontrar soluções que permitam que a gig economy possa ser uma opção de trabalho justa e sustentável para todos os envolvidos.
1. Do conceito de Gig Economy
A gig economy, é também conhecida como economia sob demanda ou economia dos bicos. Se trata de uma modalidade de trabalho emergente que tem como principal característica a oferta de serviços por trabalhadores independentes de forma temporária e flexível. Esse modelo de trabalho ganhou visibilidade atravez de plataformas digitais, que conectam os prestadores de serviços diretamente com clientes e empresas que necessitam de suas habilidades e competências. Nesse modelo, serviços ofertados são bastante variados, abrangendo desde tarefas simples e pontuais, como entregas e transporte, até trabalhos mais complexos e especializados, como programação e consultoria. . Diferentemente dos modelos tradicionais de trabalho, na gig economy não há um empregador fixo, permitindo aos trabalhadores a possibilidade de trabalhar em diferentes projetos simultaneamente. Dentro desse cenário, é comum que os trabalhadores tenham múltiplos empregos e sejam remunerados por "gigs", ou seja, por projetos específicos e pontuais. Esse modelo tem sido impulsionado por uma série de fatores, como a popularização das plataformas digitais de trabalho, o aumento da flexibilidade e da mobilidade no mercado de trabalho, e a busca por maior autonomia e independência por parte dos trabalhadores. Porém, apesar de apresentar grandes vantagens, tal qual flexibilidade de horários e autonomia na escolha dos projetos, a gig economy também apresenta desvantagens como a falta de proteções trabalhistas e benefícios, o que pode trazer insegurança para os trabalhadores, assim como a já mencionada competição acirrada no mercado que pode levar a uma redução nos salários e na qualidade do trabalho.
Assim, em resumo, o avanço da tecnologia e da internet, tem consolidado essa nova forma de trabalho como uma alternativa para aqueles que desejam mais flexibilidade e autonomia em suas atividades profissionais, mas por outro lado gerou a necessidade de soluções que garantam a segurança e os direitos dos trabalhadores independentes, bem como a sustentabilidade desse modelo de trabalho para a economia e a sociedade como um todo.
Em resumo, as principais caractetísticas desse sistema são a flexibilidade, onde os trabalhadores têm a liberdade de escolher quando, onde e como trabalhar permitindo que eles equilibrem melhor suas vidas profissionais e pessoais; o trabalho temporário e baseado em projetos, sendo geralmente de curto prazo e baseados em projetos específicos, em vez de empregos permanentes; a autonomia, onde os trabalhadores são frequentemente considerados autônomos ou freelancers, o que significa que eles são responsáveis por gerenciar seus próprios negócios e impostos; as plataformas digitais que e aplicativos que conectam trabalhadores a oportunidades de trabalho, como Uber, Airbnb, TaskRabbit e Upwork; a insegurança no trabalho e falta de benefícios: com os trabalhadores da gig economy geralmente não tendo acesso aos mesmos benefícios e proteções que os trabalhadores tradicionais, como seguro saúde, férias remuneradas e aposentadoria, e a renda variável: A natureza temporária e incerta do trabalho na gig economy pode levar a uma renda variável e imprevisível para os trabalhadores.
2. A big economy pelo mundo
Tal qual as redes são um fenômeno global, assim também é a “gig economy” que se refere a um mercado de trabalho onde os trabalhos temporários, autônomos e de curto prazo são comuns, em vez de empregos permanentes e de tempo integral. Tal tendência tem se consolidado em escala global e tem transformado a maneira como muitas pessoas encaram o trabalho, bem como os padrões e as relações laborais tradicionais. 
 Na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá, a gig economy tem crescido rapidamente, impulsionada por plataformas como Uber, Lyft, Airbnb e TaskRabbit. Muitos trabalhadores nesses países tem optado por trabalhos temporários e autônomos visando ter mais flexibilidade e liberdade em suas carreiras. Essa tendência é facilitada pelo acesso generalizado à internet e dispositivos móveis, permitindo que os trabalhadores se conectem facilmente a oportunidades de trabalho temporário.oposto, e buscarão defender que esse tipo de pensamento é equivocado e nem sequer pode ser justificado de um ponto de vista moral. 
Na europa, a gig economy também tem se expandido. Com plataformas como Deliveroo, Just Eat e Fiverr que oferecem oportunidades de trabalho temporário e autônomo . Na América Latina, a gig economy também está presente, com plataformas como Rappi, iFood e Cabify oferecendo oportunidades de trabalho temporário e autônomo. 
Na Ásia, principalmente em países como China, Índia e Indonésia, plataformas como Didi Chuxing, Ola e Gojek oferecem serviços de transporte e entrega, enquanto outras plataformas, como Freelancer e Upwork, conectam trabalhadores autônomos a projetos em todo o mundo. A gig economy na Ásia é impulsionada pelo rápido crescimento econômico, urbanização e aumento da demanda por serviços. Porém, por outro lado, a falta de regulamentação e proteção trabalhista em alguns países asiáticos pode levar a condições de trabalho precárias e desigualdade de renda.
3. Posições dos Tribunais brasileiros
 
Na maioria dos países, relação entre trabalhadores e plataformas ainda não é regulada por normas específicas. Um estudo da Ius Laboris, que é uma entidade que congrega os principais escritórios de advocacia trabalhista do mundo, estima que em cerca de 40 países avaliados, nos quais se considerou a existência de legislação específica para regulamentar as novas formas de trabalho que envolvem prestação de serviços informais e ocasionais através de plataformas digitais, tais como a Uber, existe uma grande lacuna regulatória.
 O mesmo estudo revelou ainda que essas novas formas de trabalho são tão diversas quevão desde a contratação de um goleiro para jogar uma partida de futebol de fim de semana até a contratação de serviços profissionais por meio dessas plataformas.
O entendimento dos tribunais brasileiros sobre a gig economy ainda está em evolução, já que é um fenômeno relativamente recente no país, porém, o intenso debate sobre a existência ou não de vínculo empregatício entre motoristas e plataformas tecnológicas de transportes privados, como a Uber, vem ganhando novos capítulos nos últimos tempos. 
O Poder Judiciário brasileiro tem sido pressionado a tomar uma posição coerente e unânime em relação a essas questões, que envolvem ainda aspectos como dano moral coletivo e fraude trabalhista, devido a questões sobre a autonomia dos trabalhadores, a garantia de direitos mínimos, a natureza do contrato de trabalho (celetista ou de parceria), a emergência de novas modalidades de trabalho, a necessidade de legislação específica, a subordinação jurídica e a onerosidade terem se tornado temas relevantes em todo o mundo ocidental.
Considerando o contrato de trabalho de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é exigido a presença de cinco elementos que o configuram: pessoa física, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação jurídica. Esta última se relaciona com o poder hierárquico da empresa, que se manifesta por meio dos poderes diretivo, fiscalizador, regulamentar e disciplinar (punitivo). As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), observando a Súmula 126, têm se manifestado quanto à existência de um contrato de parceria, reconhecendo que estão presentes na relação entre as partes os seguintes elementos: pessoa física, pessoalidade, não eventualidade (como se evidencia no caso em questão) e, em alguns casos, a onerosidade, porém sempre ausente a subordinação jurídica. Entretanto, a Corte Trabalhista tem negado a existência de vínculo empregatício entre motoristas e plataformas de transporte privado, tendo em vista que a reserva de 75% ou 80% do valor pago pelo usuário ao motorista configura um percentual elevado para a caracterização da relação de parceria entre as partes. É ainda mais difícil imaginar uma relação de trabalho com tão pouca supervisão e tanta autonomia como a que ocorre entre a Uber e seus motoristas. A 37ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte entendeu que não havia vínculo de emprego entre a empresa e um motorista da plataforma, pois não havia subordinação entre as partes. Por essa razão, o pedido de pagamento de férias, décimo terceiro e adicional noturno foi rejeitado.
Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de ações judiciais trabalhistas envolvendo uma empresas como a Uber, nas quais os motoristas reivindicam o reconhecimento de vínculo empregatício com a empresa. Embora essa discussão seja importante, é preciso considerar que há desvantagens em relação a essa questão. Por exemplo, o aumento dos preços dos serviços e a inviabilidade do modelo de negócios das plataformas digitais, que se baseia na autonomia dos prestadores, podem ser prejudicados.
Ainda não existem leis específicas para regulamentar o trabalho em plataformas digitais, como a Uber. Alguns projetos de lei estão em tramitação no Congresso, como um que propõe a criação de uma figura trabalhista híbrida entre o autônomo e o celetista, deixando para o Judiciário a responsabilidade de decidir se há ou não vínculo empregatício. No Tribunal Superior do Trabalho, ainda não há uma jurisprudência clara sobre o tema. No entanto, é importante ressaltar que o TST geralmente não analisa questões de prova e muitos recursos não são aceitos. Por isso, é fundamental ter um conjunto de provas forte desde a primeira instância.
1. Referências 
A gig economy e o direito do trabalho. Jusbrasil, [S.l.], 11 mai. 2023. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-gig-economy-e-o-direito-do-trabalho/1315620198. Acesso em: 11 mai. 2023. 
IFELONG WORKERS. Gig Economy: What It Is, Pros, Cons, and Future. Lifelong Workers, [S.l.], 11 mai. 2023. Disponível em: https://lifelongworkers.com/gig-economy/. Acesso em: 11 mai. 2023.
Relações de trabalho e os desafios do direito do trabalho frente à gig economy. Jusbrasil, [S.l.], 11 mai. 2023. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/85796/relacoes-de-trabalho-e-os-desafios-do-direito-do-trabalho-frente-a-gig-economy. Acesso em: 11 mai. 2023.

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