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FAEP – FACULDADE DE EDUCAÇÃO PAULISTANA 
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL 
 
 
ELISANGELA PRADO CAIEIRO DA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
 
 
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Elisangela Prado Caieiro da Costa 
 
 
 
 
 
 
 
O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado à Faculdade de 
Educação Pau l i s tana , como requisito 
parcial para a obtenção do Título do curso de 
Especialização em Psicopedagogia Clínica e 
Institucional, sob a orientação do Prof. 
Orientador Clayton Ferreira dos Santos 
Scarcella. 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
 
 
3 
 
Elisangela Prado Caieiro da Costa 
 
O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado à Faculdade de 
Educação Pau l i s tana , como requisito 
parcial para a obtenção do Título do curso de 
Especialista em Psicopedagogia Clínica e 
Institucional. 
 
 
 
Aprovado em: ___/____/_____ 
 
Banca Examinadora: 
 
Orientador (a) Prof. Clayton Ferreira dos Santos Scarcella. 
 
 
Prof.(a) Ms 
 
Assinatura: 
Prof.(a) Ms 
 
Assinatura: 
Prof.(a) Ms 
 
Assinatura: 
 
 
 
 
4 
 
 
O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
Resumo: O diagnóstico psicopedagógico tem o objetivo de identificar causas de 
bloqueios que dificultam a aprendizagem. Estes bloqueios poderão se apresentar de 
diferentes maneiras, como baixo rendimento escolar, agressividade, falta de 
concentração, agitação etc. Para chegar a um diagnóstico, é preciso que o 
psicopedagogo investigue, levante hipóteses que serão confirmadas ou não durante 
o processo, através de conhecimentos práticos e teóricos. E além do estudo em 
questão, é preciso articular saberes de forma transdisciplinar, proporcionar formas de 
alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao aprendizado. Resgatar o 
desejo de aprender, a confiança na habilidade de resolver as tarefas diárias, olhar 
para o aluno e redescobrir formas de montar este grande quebra cabeça, entender o 
que se passa, o que poderia levar uma criança tão pequena a não ter interesse ou 
apresentar comportamentos atípicos em relação às demais crianças. A ludicidade 
pode ser um importante recurso para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico, se 
forem organizados com intencionalidades e descontração, a investigação fornecerá 
dados para um diagnóstico com qualidade. A presente pesquisa bibliográfica foi 
fundamentada em autores como Sampaio (2018), Weiss (2016), Luckesi (2004), 
Moretti (2015) entre outros. 
 
 Palavras Chave: Diagnóstico psicopedagógico. Ludicidade. Aprendizagem. 
 
 
 
5 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A psicopedagogia é a área do conhecimento que estuda possibilidades de o 
educador aproximar o educando ao conhecimento/aprendizagem. Conforme explica 
Sampaio, (2018, p. 17): 
 
A psicopedagogia deve se ocupar do estudo da aprendizagem 
humana e, portanto, preocupar-se inicialmente com o processo 
de aprendizagem e como essa aprendizagem varia 
evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se 
produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, 
tratá-las e preveni-las. 
 
 
Sabemos que o educando não é uma “folha em branco”, logo carrega consigo 
conhecimentos prévios e principalmente influências do meio em que vive: família, 
escola e sociedade. 
O profissional de psicopedagogia contribui com o processo de 
ensino/aprendizagem de forma preventiva e terapêutica, com enfoque interdisciplinar, 
abrangendo a pedagogia, a psicanálise, a psicologia, a epistemologia, a linguística e 
a neuropsicologia, pois o indivíduo deve ser compreendido como um ser social e 
complexo. 
O Código de Ética do Psicopedagogo, em seu Artigo 1º, descreve a 
Psicopedagogia como: 
 
Um campo de conhecimento e ação interdisciplinar em 
Educação e Saúde com diferentes sujeitos e sistemas, quer 
sejam pessoas, grupos, instituições e comunidades. Ocupa-se 
com o processo de aprendizagem considerando os sujeitos e 
sistemas, a família, a escola, a sociedade e o contexto social, 
histórico e cultural. (BRASIL, 2019, Art. 1) 
 
O psicopedagogo enfrenta diversos desafios, pois lhe cabe buscar um 
diagnóstico psicopedagógico dos alunos com dificuldades escolares, buscar entender 
se as dificuldades ou os bloqueios advém de causas biológicas, cognitivas, afetivas 
 
 
6 
 
ou sociais. A verdadeira função do diagnóstico psicopedagógico é a tentativa de 
entender a forma individual de aprender, investigar as causas de um possível fracasso 
escolar, entender para resgatar o desejo de aprender, pois não existe pessoas iguais. 
Sendo assim, como ensinar de forma sincrônica? 
À luz da constatação entre o ensino convencional e o ensino através de métodos 
lúdicos, a segunda hipótese poderá acontecer à apropriação do conhecimento de 
forma mais agradável aos educandos. 
Este artigo tem o objetivo de enfatizar e identificar como as atitudes inovadoras 
dos psicopedagogos podem influenciar e estimular seus pacientes no enfrentamento 
de suas dificuldades, reforçando a contribuição do lúdico como uma ferramenta de 
investigação clínica das dificuldades de aprendizagens. 
A pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No que se refere 
à contribuição ao conhecimento científico, me refiro às formas de transmissão dos 
conceitos educacionais; social porque o lúdico trabalha também com a interação entre 
às crianças, onde a troca de conhecimentos e habilidades passa a fazer parte do 
aprendizado; pessoal por ser um excelente material metodológico à transmissão do 
conhecimento. 
A pesquisa foi fundamentada em CORSARO (2009), FREUD (1993), LIMA 
(2018), LUCKESI (2014), MORETTI (2015), RANCIÉRE (2002), SAMPAIO (2018), 
VYGOTSKY (1984), WEISS (2016), 
 
 
O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
Os primeiros anos da infância são de suma importância para a construção de 
aspectos cognitivos e emocionais da aprendizagem. A escola é uma das instituições 
sociais que cumprirá o papel de formar os sujeitos segundo às exigências da 
sociedade. 
Segundo Freud (XXIV, 1993, p. 184), 
 
 
 
 
7 
 
Toda educação possui um objetivo tendencioso, que ela se 
esforça por fazer a criança alinhar-se conforme a ordem 
estabelecida da sociedade, sem considerar qual o valor ou qual 
o fundamento dessa ordem como tal. 
 
O autor sugere que a educação atinja o máximo esperado com o mínimo de dano 
possível, levando em conta que os objetos de nossa influência educacional têm 
disposições muito diferentes. Freud explica que fazendo assim, a educação terá 
desempenhado seu papel, tornando os educandos sadios e eficientes. Mas nem 
sempre isso acontece. Ao entrar na escola, a criança precisa assimilar todo conteúdo 
transmitido, ao mesmo tempo em que precisa superar fases próprias da natureza 
humana. E nesse processo de desenvolvimento escolar, ela revela comportamentos 
que, muitas vezes, são reprimidos de forma severa, sem que se leve em consideração 
as especificidades da infância. De acordo com Freud (1976, 2006, XIII, p. 133): 
 
 
Quando os educadores se familiarizarem com as descobertas da 
psicanálise, será mais fácil se reconciliarem com certas fases do 
desenvolvimento e entre outras coisas, não correrão o risco de 
superestimar a importância dos impulsos instintivos socialmente 
imprestáveis ou perversos que surgem nas crianças. 
 
A escola deveria ser estimulante, motivadora ao conhecimento, com ambiente 
agradável, o que nem sempre acontece. Ao aluno com dificuldades ou um pouco mais 
lento que os demais, poderá sofrer reprimendas, causando enormes bloqueios ou 
traumas. Outro exemplo em que Weiss (2016, p. 29) cita é: 
 
 
A falsa democratização de algumas escolas em que há misturas 
de crianças de classe média de ampla base cultural com 
crianças de camadasmenos favorecidas da população, sendo 
as últimas expelidas da escola por duas reprovações. Essa 
escola “finge” aceitar a diversidade cultural, constrói nessas 
crianças a baixa autoestima, o sentimento de inferioridade que 
carregam para outras escolas ditas mais fáceis. 
 
Resgatar o desejo de aprender, a confiança na habilidade de resolver as tarefas 
diárias, olhar para o aluno e redescobrir formas de montar este grande quebra cabeça, 
 
 
8 
 
entender o que se passa, o que poderia levar uma criança tão pequena a não ter 
interesse ou apresentar comportamentos atípicos em relação às demais crianças. São 
tarefas que, ao serem descobertas por um profissional, todos os envolvidos no 
processo são beneficiados. Para isso é preciso que haja colaboração da família, da 
escola, da comunidade, a fim de que a criança volte a sentir prazer de aprender, para 
que volte a desenvolver a autoestima. 
O diagnóstico psicopedagógico é uma pesquisa sobre o sujeito, uma 
investigação de uma queixa, sem classificá-lo. 
Para chegar a um diagnóstico, é preciso que o psicopedagogo investigue, 
levante hipóteses que serão confirmadas ou não durante o processo, através de 
conhecimentos práticos e teóricos, pois um diagnóstico precipitado na vida de uma 
criança, pode marcar sua trajetória de forma negativa, dificultando o caminho a 
percorrer. É preciso alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao 
aprendizado. Conforme cita Sampaio (2018, p.17): 
 
 
Realizar um diagnóstico é como montar um grande quebra-
cabeça, pois à medida que se encaixam as peças, vai se 
descobrindo o que está por trás destes sintomas. As peças 
são oferecidas pela família, pela escola e pelo próprio 
sujeito. 
 
Geralmente a queixa parte da escola ou da família, o que leva à procura de uma 
avaliação psicopedagógica. Sabemos que o modelo escolar foi projetado para ensinar 
em grande escala, isto é, ensinar várias crianças ao mesmo tempo, do mesmo modo 
e utilizando os mesmos métodos. A escola acaba padronizando os aprendizados, 
estipulando tempos à absorção dos conteúdos, o que acaba deficientizando aos que 
não atingirem os objetivos preestabelecidos pela escola. As crianças que não 
acompanham o conteúdo ensinado, ou que não aprendem no tempo estipulado, 
geralmente é considerado anormal ou deficiente 
Nesta perspectiva, o Quadro de Saberes Necessário de Guarulhos (QSN, 2014), 
propõe uma postura pedagógica que compreenda as dificuldades na aprendizagem, 
os atrasos no desenvolvimento, a compreensão às diferentes formas de deficiência 
 
 
9 
 
enquanto construções sociais, as quais não se encontram nos indivíduos, mas vão se 
afirmando pelas interações sociais, requerendo atenção especial: 
Segundo Vygotsky “o aprendizado humano pressupõe uma natureza social 
específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual 
daqueles que a cercam”. (VYGOTSKY, 1984, p.99). Com isso entendemos que nas 
interações, e por elas, ocorre a transmissão de saberes, que para o autor, não existe 
aprendizado de maneira totalmente individual, afastado do social. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, v.3) afirmam que atividades 
com jogos podem representar um importante recurso pedagógico, já que: 
 
Os jogos constituem uma forma interessante de propor 
problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de 
modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de 
estratégias de resolução e busca de soluções. Propicia a 
simulação de situações-problemas que exigem soluções vivas e 
imediatas, o que estimula o planejamento das ações. 
 
Sabendo que a criança é um ser ‘brincante’, isto é, se utiliza da brincadeira para 
muitas coisas em seu dia a dia, acredito que os jogos e brincadeiras poderão ser um 
excelente material de apoio na busca por diagnósticos psicopedagógicos. A ludicidade 
gera a interação com o outro, e atividades lúdicas são essenciais ao ser humano, 
porque são atividades que geram prazer. 
Segundo consta o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990 em seu 
artigo 16, “o brincar é um direito da criança”. E mais do que isso é muito importante 
para seu desenvolvimento, possibilitando a interação com o mundo à sua volta. As 
crianças possuem uma enorme capacidade de criar fantasias diante de situações de 
dor, angústias, resistindo aos seus problemas e criando condições aceitáveis para o 
“jogo da vida”. 
A tamanha importância do brincar, além do divertimento, do entretenimento é 
também fingir ser algo ou alguém que chamou a atenção, ou a busca da 
representação, da ressignificação imitando a cultura do adulto. Na brincadeira vale 
muito a interatividade, a reiteração, o faz-de-conta, a ludicidade para que possa gerar 
 
 
10 
 
conhecimento. Estes são os eixos estruturadores das culturas da infância. O brincar, 
além de proporcionar momentos de diversão contribui para a convivência de pares, 
desenvolve a identidade social, cultural e histórica, pois “um conjunto estável de 
atividades ou rotinas, artefatos, valores e ideias que as crianças produzem e partilham 
em interação com seus pares”. (CORSARO, 2009, p.34). 
Para Leontiev (1983 apud MORETTI, 2015, p.25), 
 
 
Não importa a idade ou a fase da vida para o indivíduo se 
apropriar de conhecimentos, mas basta estar em atividade, 
movido por necessidades e por motivos que o levem a se 
apropriarem do conhecimento. 
 
Sendo assim, para o psicopedagogo se apropriar da ludicidade durante o 
processo de investigação de um diagnóstico psicopedagógico, além de aumentar as 
chances de chegar a um diagnóstico preciso, também proporcionará à criança um 
ambiente agradável, com objetivos e intencionalidades, planejando o que se pretende 
investigar. Havendo intencionalidade pedagógica, mediação e organização didática, 
jogos com regras, futebol, boliche, bola ao cesto, poderão ser boas situações para 
registros. 
Sampaio (2018, p.17) explica que: 
 
 
O diagnóstico psicopedagógico tem o objetivo de identificar 
causas de bloqueios que dificultam a aprendizagem. Estes 
bloqueios poderão se apresentar de diferentes maneiras, como 
baixo rendimento escolar, agressividade, falta de concentração, 
agitação etc. 
 
O psicopedagogo não deve agir somente de forma prescritiva, mas também 
interventiva, tendo em vista que ele precisa conduzir sua tarefa e se responsabilizar 
por ela, causando o menor dano possível, em busca de resultados positivos diante do 
contexto em que estiver inserido. 
Para Luckesi (2004, p.13) as crianças e adolescentes acabam por aprender 
melhor o conteúdo com o uso de atividades lúdicas, pois com tais atividades podemos 
 
 
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abordar teoricamente um conceito e colocá-lo em prática. O autor acrescenta que os 
alunos envolvidos nas práticas lúdicas se sentem mais à vontade a questionar o 
método, o conteúdo e a relacioná-lo com o quotidiano, o que favorece a aquisição 
conceitual. 
Segundo Luckesi (2004, p. 18), ludicidade é “um estado interno, que pode advir 
das mais simples às mais complexas atividades e experiências humanas (...), pode 
advir de qualquer atividade que faça os nossos olhos brilharem”. Ou seja, tudo o que 
nos gerar desconforto, não é lúdico, é preciso questionar os meios e os fins, a fim de 
que saia da técnica neutra e tomem decisões bem informadas que racionalizem as 
atividades do professor e do aluno. 
Lima (2018, p.178) afirma que a ludicidade é uma ferramenta fundamental para 
toda a idade e de grande importância para o desenvolvimento humano: 
 
 
Dentro desse conceito amplo, percebemos a necessidade de 
haver integração e esforço coletivo para oferecer às crianças o 
acesso ao direito do brincar, como um elemento de 
desenvolvimento humano. Mais do que qualquer coisa, o lúdico 
é necessário ao ser humano, independente do período de vida, 
pois favorece a aprendizagem, momentos felizes e de 
socialização. 
 
Conforme explica Weiss (2016), o sucesso do diagnósticodepende da 
competência do terapeuta em explorar recursos que fazem parte da vida dos 
pacientes, sem a necessidade de utilizar muitos instrumentos, basta o espaço ser 
dinâmico e o psicopedagogo ter um olhar voltado ao paciente, estar atento aos 
resultados da EOCA a fim de entender o modelo de aprendizagem do paciente, 
conforme explica Weiss (2016, p. 16) “ o importante no diagnóstico psicopedagógico 
é a tentativa de captar a forma individual de aprender e de produzir de determinado 
aluno”. 
Sabemos que não existe pessoas iguais, métodos universais de ensino que 
alcancem a todos os alunos. O diagnóstico é um instrumento que guiará o 
psicopedagogo ao planejamento do atendimento, isto é, para que o psicopedagogo 
trace estratégias de ensino com a finalidade de amenizar ou até sanar as dificuldades, 
 
 
12 
 
investigando as causas de possíveis bloqueios ou impedimentos ao intelecto, que 
poderão gerar baixa autoestima, frustração, desestímulos diante do conhecimento. 
Em alguns casos será necessário, além do tratamento psicopedagógico, 
encaminhar o paciente a outros profissionais, sem classificar o paciente em 
categorias, mas sim conforme explica Weiss (2016, p. 31) “obter uma compreensão 
global da sua forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo nesse processo”. 
Através do lúdico, o aluno poderá ser observado melhor, pois a descontração 
o deixará mais à vontade, podendo favorecer a relação de empatia entre o 
psicopedagogo com o aluno, validando o diagnóstico com qualidade. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Como futuros psicopedagogos, não podemos ignorar potenciais e nem 
rotularmos hierarquias ou classificar pacientes, devemos emancipar-nos para que 
possamos emancipar nossos alunos, questionando e incentivando a busca incessante 
pelo conhecimento. Ranciére (2002) caracterizou a prática pedagógica como uma 
prática que “transforma ignorantes em sábios”, podendo ensinar até o que se ignora. 
Aos psicopedagogos são dadas missões de suma importância: a de emancipar 
cidadãos e incentivá-los à busca do conhecimento, pois estando empoderado do 
conhecimento, mais difícil será de ser dominado, porque mais importante que o 
pensamento é ensinar a pensar. 
Mesmo que os desafios são inúmeros, o caminho é longo, não podendo haver 
retrocesso, é necessário encorajamento e posicionamento frente à demanda de 
alunos com dificuldades de aprendizagens, com déficit de atenção, transtornos e 
distúrbios dos mais variados. 
É preciso investigar, levantar hipóteses que serão confirmadas ou não durante o 
processo, através de conhecimentos práticos e teóricos. E além do estudo em 
questão, é preciso articular saberes de forma transdisciplinar, proporcionar formas de 
alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao aprendizado. 
Cabe ao profissional psicopedagogo tornar acessível o conhecimento às 
diferentes crianças que chegarão à escola, respeitando-as e fazendo com que se 
 
 
13 
 
respeitem, considerando o conhecimento prévio de cada criança, entendendo que o 
desenvolvimento das representações se dá principalmente pelas interações que 
levam ao aprendizado. 
O objetivo deste trabalho é conscientizar futuros psicopedagogos a auxiliar os 
pacientes a não olhar para coisas prontas e definitivas, mas sim orientá-los na 
construção e a apropriação de um conhecimento, que o ajudará a se servir dele para 
compreender e transformar sua realidade. A partir da importância e da necessidade 
da intencionalidade pedagógica no ensino é que se constitui este trabalho. Existe a 
necessidade da intencionalidade pedagógica para que o paciente passe a analisar e 
resolver os problemas, a argumentar e debater as situações. 
Ao defendermos o lúdico como excelente ferramenta de investigação 
psicopedagógica, contribuiremos para que estratégias de ensino sejam traçadas, a 
fim de que a transmissão de conhecimento aconteça e o paciente com defasagem 
escolar seja alcançado, antes que o fracasso escolar o alcance, sabendo que quanto 
maior for o empenho de todos os envolvidos no processo, maior e melhor será o 
resultado, podendo evitar situações de desinteresse pelos estudos ou até agravos no 
quadro inicial. 
Acredito este trabalho contribuirá para o processo de formação dos aprendizes, 
por colocá-los como protagonistas do seu aprendizado, pela relação construída no 
trabalho em grupo e pela forma mais lúdica de aprender. Também, por nos oferecer 
dados empíricos a respeito da prática desses trabalhos, servindo como um recurso a 
mais a ser utilizado nos momentos de planejamento, para contribuir sempre mais e 
efetivamente no ensino-aprendizagem de todos. 
Por fim, este estudo sugere uma ampliação na temática, visto que é um campo 
muito vasto e ainda muito novo. Como qualquer outro trabalho acadêmico, não foi 
possível incluir as inúmeras variáveis pertinentes neste projeto. Diante disso, novos 
estudos poderiam apresentar mais evidências e outros desafios que possuem o 
trabalho dos psicopedagogos e consequentemente dos docentes. 
 
 
 
14 
 
 
 
PLAYFULNESS AS A RESEARCH TOOL 
 
 
ABSTRACT: The psychopedagogical diagnosis aims to identify causes of blockages 
that hinder learning. These blocks may present themselves in different ways, such as 
poor academic performance, aggressiveness, lack of concentration, agitation, etc. To 
reach a diagnosis, it is necessary for the psychopedagogue to investigate, to raise 
hypotheses that will be confirmed or not during the process, through practical and 
theoretical knowledge. And in addition to the study in question, it is necessary to 
articulate knowledge in a transdisciplinary way, to provide ways to reach this student 
with a certain lag, to propel him to learning. Rescue the desire to learn, confidence in 
the ability to solve daily tasks, look at the student and rediscover ways to put together 
this great puzzle, understand what is going on, what could lead such a small child to 
be uninterested or to present atypical behaviors towards other children. Playfulness 
can be an important resource for the psychopedagogue to reach a diagnosis, if they 
are organized with intentions and relaxation, the investigation will provide data for a 
quality diagnosis. This bibliographic research was based on authors such as Sampaio 
(2018), Weiss (2016), Luckesi (2004), Moretti (2015) among others. 
 
Keywords: Psychopedagogical diagnosis. Playfulness. Learning. 
 
 
 
 
15 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Código de Ética do 
Psicopedagogo. Reformulado pelo Conselho da ABPp, gestão 2011/2013 e 
aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011. Acessado em:02/08/2020. 
----------- Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04. 
De 02 de outubro de 2009. Institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento 
Educacional Especializado na Educação Básica – Modalidade Educação Especial. 
Diário Oficial da União, Brasília, nº 163, 26 de agosto de 2009. Seção 01. P.3. 
 
---------- Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Decreto Legislativo 
nº186, de 9 de julho de 2008. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 
01 de fev. 2018. 
 
----------- Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial Manual de 
Orientação: Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9936
-manual-orientacao-programa-implantacao-salas-recursos-
multifuncionais&Itemid=30192 Acesso em: 15 de março 2018. 
 
CORSARO, W. A. Reprodução Interpretativa e Cultura de Pares. In: MÜLLER,F.; 
CARVALHO, A. M. A.. Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com 
William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009. p. 31-50. 
 
FREUD, Sigmund. Totem e Tabu e outros trabalhos (1913-1914) Vol. XIII Edição 
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Imago,2006. 
 
GUARULHOS. Secretaria de Educação de Guarulhos. Proposta Curricular: Quadro 
de Saberes Necessários, abril de 2014. 
 
LIMA, Caroline Costa Nunes. A ludicidade e a pedagogia do brincar. Ed. Sagah 
Educação, Porto Alegre, 2018. 
 
LUCKESI, Cipriano Carlos. Ludicidade: onde ela acontece? Coletânea Educação e 
Ludicidade; Ensaios 03, Salvador Bahia, p. 11-20, 2014. 
 
MORETTI, Vanessa Dias. SOUZA, Neusa Maria Marques de. Educação matemática 
nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas pedagógicas. 1 
ed. São Paulo: Cortez, 2015. 
 
RANCIÈRE, Jacques. O Mestre Ignorante: Cinco lições sobre a emancipação 
intelectual. Tradução Lilian do Valle. Belo Horizonte, Ed. Autêntica, 2002. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
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16 
 
SAMPAIO, Simaia. Manual de Diagnóstico Psicopedagógico Clínico.7 ed. Editora 
Wak. Rio de Janeiro, 2018 
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos 
problemas de aprendizagem escolar. 14 ed. Editora Lamparina. Rio de Janeiro, 
2016.

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