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FAEP – FACULDADE DE EDUCAÇÃO PAULISTANA CURSO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL ELISANGELA PRADO CAIEIRO DA COSTA O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA SÃO PAULO 2020 2 Elisangela Prado Caieiro da Costa O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Artigo Científico apresentado à Faculdade de Educação Pau l i s tana , como requisito parcial para a obtenção do Título do curso de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional, sob a orientação do Prof. Orientador Clayton Ferreira dos Santos Scarcella. SÃO PAULO 2020 3 Elisangela Prado Caieiro da Costa O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Artigo Científico apresentado à Faculdade de Educação Pau l i s tana , como requisito parcial para a obtenção do Título do curso de Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Aprovado em: ___/____/_____ Banca Examinadora: Orientador (a) Prof. Clayton Ferreira dos Santos Scarcella. Prof.(a) Ms Assinatura: Prof.(a) Ms Assinatura: Prof.(a) Ms Assinatura: 4 O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Resumo: O diagnóstico psicopedagógico tem o objetivo de identificar causas de bloqueios que dificultam a aprendizagem. Estes bloqueios poderão se apresentar de diferentes maneiras, como baixo rendimento escolar, agressividade, falta de concentração, agitação etc. Para chegar a um diagnóstico, é preciso que o psicopedagogo investigue, levante hipóteses que serão confirmadas ou não durante o processo, através de conhecimentos práticos e teóricos. E além do estudo em questão, é preciso articular saberes de forma transdisciplinar, proporcionar formas de alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao aprendizado. Resgatar o desejo de aprender, a confiança na habilidade de resolver as tarefas diárias, olhar para o aluno e redescobrir formas de montar este grande quebra cabeça, entender o que se passa, o que poderia levar uma criança tão pequena a não ter interesse ou apresentar comportamentos atípicos em relação às demais crianças. A ludicidade pode ser um importante recurso para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico, se forem organizados com intencionalidades e descontração, a investigação fornecerá dados para um diagnóstico com qualidade. A presente pesquisa bibliográfica foi fundamentada em autores como Sampaio (2018), Weiss (2016), Luckesi (2004), Moretti (2015) entre outros. Palavras Chave: Diagnóstico psicopedagógico. Ludicidade. Aprendizagem. 5 INTRODUÇÃO A psicopedagogia é a área do conhecimento que estuda possibilidades de o educador aproximar o educando ao conhecimento/aprendizagem. Conforme explica Sampaio, (2018, p. 17): A psicopedagogia deve se ocupar do estudo da aprendizagem humana e, portanto, preocupar-se inicialmente com o processo de aprendizagem e como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Sabemos que o educando não é uma “folha em branco”, logo carrega consigo conhecimentos prévios e principalmente influências do meio em que vive: família, escola e sociedade. O profissional de psicopedagogia contribui com o processo de ensino/aprendizagem de forma preventiva e terapêutica, com enfoque interdisciplinar, abrangendo a pedagogia, a psicanálise, a psicologia, a epistemologia, a linguística e a neuropsicologia, pois o indivíduo deve ser compreendido como um ser social e complexo. O Código de Ética do Psicopedagogo, em seu Artigo 1º, descreve a Psicopedagogia como: Um campo de conhecimento e ação interdisciplinar em Educação e Saúde com diferentes sujeitos e sistemas, quer sejam pessoas, grupos, instituições e comunidades. Ocupa-se com o processo de aprendizagem considerando os sujeitos e sistemas, a família, a escola, a sociedade e o contexto social, histórico e cultural. (BRASIL, 2019, Art. 1) O psicopedagogo enfrenta diversos desafios, pois lhe cabe buscar um diagnóstico psicopedagógico dos alunos com dificuldades escolares, buscar entender se as dificuldades ou os bloqueios advém de causas biológicas, cognitivas, afetivas 6 ou sociais. A verdadeira função do diagnóstico psicopedagógico é a tentativa de entender a forma individual de aprender, investigar as causas de um possível fracasso escolar, entender para resgatar o desejo de aprender, pois não existe pessoas iguais. Sendo assim, como ensinar de forma sincrônica? À luz da constatação entre o ensino convencional e o ensino através de métodos lúdicos, a segunda hipótese poderá acontecer à apropriação do conhecimento de forma mais agradável aos educandos. Este artigo tem o objetivo de enfatizar e identificar como as atitudes inovadoras dos psicopedagogos podem influenciar e estimular seus pacientes no enfrentamento de suas dificuldades, reforçando a contribuição do lúdico como uma ferramenta de investigação clínica das dificuldades de aprendizagens. A pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No que se refere à contribuição ao conhecimento científico, me refiro às formas de transmissão dos conceitos educacionais; social porque o lúdico trabalha também com a interação entre às crianças, onde a troca de conhecimentos e habilidades passa a fazer parte do aprendizado; pessoal por ser um excelente material metodológico à transmissão do conhecimento. A pesquisa foi fundamentada em CORSARO (2009), FREUD (1993), LIMA (2018), LUCKESI (2014), MORETTI (2015), RANCIÉRE (2002), SAMPAIO (2018), VYGOTSKY (1984), WEISS (2016), O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Os primeiros anos da infância são de suma importância para a construção de aspectos cognitivos e emocionais da aprendizagem. A escola é uma das instituições sociais que cumprirá o papel de formar os sujeitos segundo às exigências da sociedade. Segundo Freud (XXIV, 1993, p. 184), 7 Toda educação possui um objetivo tendencioso, que ela se esforça por fazer a criança alinhar-se conforme a ordem estabelecida da sociedade, sem considerar qual o valor ou qual o fundamento dessa ordem como tal. O autor sugere que a educação atinja o máximo esperado com o mínimo de dano possível, levando em conta que os objetos de nossa influência educacional têm disposições muito diferentes. Freud explica que fazendo assim, a educação terá desempenhado seu papel, tornando os educandos sadios e eficientes. Mas nem sempre isso acontece. Ao entrar na escola, a criança precisa assimilar todo conteúdo transmitido, ao mesmo tempo em que precisa superar fases próprias da natureza humana. E nesse processo de desenvolvimento escolar, ela revela comportamentos que, muitas vezes, são reprimidos de forma severa, sem que se leve em consideração as especificidades da infância. De acordo com Freud (1976, 2006, XIII, p. 133): Quando os educadores se familiarizarem com as descobertas da psicanálise, será mais fácil se reconciliarem com certas fases do desenvolvimento e entre outras coisas, não correrão o risco de superestimar a importância dos impulsos instintivos socialmente imprestáveis ou perversos que surgem nas crianças. A escola deveria ser estimulante, motivadora ao conhecimento, com ambiente agradável, o que nem sempre acontece. Ao aluno com dificuldades ou um pouco mais lento que os demais, poderá sofrer reprimendas, causando enormes bloqueios ou traumas. Outro exemplo em que Weiss (2016, p. 29) cita é: A falsa democratização de algumas escolas em que há misturas de crianças de classe média de ampla base cultural com crianças de camadasmenos favorecidas da população, sendo as últimas expelidas da escola por duas reprovações. Essa escola “finge” aceitar a diversidade cultural, constrói nessas crianças a baixa autoestima, o sentimento de inferioridade que carregam para outras escolas ditas mais fáceis. Resgatar o desejo de aprender, a confiança na habilidade de resolver as tarefas diárias, olhar para o aluno e redescobrir formas de montar este grande quebra cabeça, 8 entender o que se passa, o que poderia levar uma criança tão pequena a não ter interesse ou apresentar comportamentos atípicos em relação às demais crianças. São tarefas que, ao serem descobertas por um profissional, todos os envolvidos no processo são beneficiados. Para isso é preciso que haja colaboração da família, da escola, da comunidade, a fim de que a criança volte a sentir prazer de aprender, para que volte a desenvolver a autoestima. O diagnóstico psicopedagógico é uma pesquisa sobre o sujeito, uma investigação de uma queixa, sem classificá-lo. Para chegar a um diagnóstico, é preciso que o psicopedagogo investigue, levante hipóteses que serão confirmadas ou não durante o processo, através de conhecimentos práticos e teóricos, pois um diagnóstico precipitado na vida de uma criança, pode marcar sua trajetória de forma negativa, dificultando o caminho a percorrer. É preciso alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao aprendizado. Conforme cita Sampaio (2018, p.17): Realizar um diagnóstico é como montar um grande quebra- cabeça, pois à medida que se encaixam as peças, vai se descobrindo o que está por trás destes sintomas. As peças são oferecidas pela família, pela escola e pelo próprio sujeito. Geralmente a queixa parte da escola ou da família, o que leva à procura de uma avaliação psicopedagógica. Sabemos que o modelo escolar foi projetado para ensinar em grande escala, isto é, ensinar várias crianças ao mesmo tempo, do mesmo modo e utilizando os mesmos métodos. A escola acaba padronizando os aprendizados, estipulando tempos à absorção dos conteúdos, o que acaba deficientizando aos que não atingirem os objetivos preestabelecidos pela escola. As crianças que não acompanham o conteúdo ensinado, ou que não aprendem no tempo estipulado, geralmente é considerado anormal ou deficiente Nesta perspectiva, o Quadro de Saberes Necessário de Guarulhos (QSN, 2014), propõe uma postura pedagógica que compreenda as dificuldades na aprendizagem, os atrasos no desenvolvimento, a compreensão às diferentes formas de deficiência 9 enquanto construções sociais, as quais não se encontram nos indivíduos, mas vão se afirmando pelas interações sociais, requerendo atenção especial: Segundo Vygotsky “o aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que a cercam”. (VYGOTSKY, 1984, p.99). Com isso entendemos que nas interações, e por elas, ocorre a transmissão de saberes, que para o autor, não existe aprendizado de maneira totalmente individual, afastado do social. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, v.3) afirmam que atividades com jogos podem representar um importante recurso pedagógico, já que: Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propicia a simulação de situações-problemas que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações. Sabendo que a criança é um ser ‘brincante’, isto é, se utiliza da brincadeira para muitas coisas em seu dia a dia, acredito que os jogos e brincadeiras poderão ser um excelente material de apoio na busca por diagnósticos psicopedagógicos. A ludicidade gera a interação com o outro, e atividades lúdicas são essenciais ao ser humano, porque são atividades que geram prazer. Segundo consta o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990 em seu artigo 16, “o brincar é um direito da criança”. E mais do que isso é muito importante para seu desenvolvimento, possibilitando a interação com o mundo à sua volta. As crianças possuem uma enorme capacidade de criar fantasias diante de situações de dor, angústias, resistindo aos seus problemas e criando condições aceitáveis para o “jogo da vida”. A tamanha importância do brincar, além do divertimento, do entretenimento é também fingir ser algo ou alguém que chamou a atenção, ou a busca da representação, da ressignificação imitando a cultura do adulto. Na brincadeira vale muito a interatividade, a reiteração, o faz-de-conta, a ludicidade para que possa gerar 10 conhecimento. Estes são os eixos estruturadores das culturas da infância. O brincar, além de proporcionar momentos de diversão contribui para a convivência de pares, desenvolve a identidade social, cultural e histórica, pois “um conjunto estável de atividades ou rotinas, artefatos, valores e ideias que as crianças produzem e partilham em interação com seus pares”. (CORSARO, 2009, p.34). Para Leontiev (1983 apud MORETTI, 2015, p.25), Não importa a idade ou a fase da vida para o indivíduo se apropriar de conhecimentos, mas basta estar em atividade, movido por necessidades e por motivos que o levem a se apropriarem do conhecimento. Sendo assim, para o psicopedagogo se apropriar da ludicidade durante o processo de investigação de um diagnóstico psicopedagógico, além de aumentar as chances de chegar a um diagnóstico preciso, também proporcionará à criança um ambiente agradável, com objetivos e intencionalidades, planejando o que se pretende investigar. Havendo intencionalidade pedagógica, mediação e organização didática, jogos com regras, futebol, boliche, bola ao cesto, poderão ser boas situações para registros. Sampaio (2018, p.17) explica que: O diagnóstico psicopedagógico tem o objetivo de identificar causas de bloqueios que dificultam a aprendizagem. Estes bloqueios poderão se apresentar de diferentes maneiras, como baixo rendimento escolar, agressividade, falta de concentração, agitação etc. O psicopedagogo não deve agir somente de forma prescritiva, mas também interventiva, tendo em vista que ele precisa conduzir sua tarefa e se responsabilizar por ela, causando o menor dano possível, em busca de resultados positivos diante do contexto em que estiver inserido. Para Luckesi (2004, p.13) as crianças e adolescentes acabam por aprender melhor o conteúdo com o uso de atividades lúdicas, pois com tais atividades podemos 11 abordar teoricamente um conceito e colocá-lo em prática. O autor acrescenta que os alunos envolvidos nas práticas lúdicas se sentem mais à vontade a questionar o método, o conteúdo e a relacioná-lo com o quotidiano, o que favorece a aquisição conceitual. Segundo Luckesi (2004, p. 18), ludicidade é “um estado interno, que pode advir das mais simples às mais complexas atividades e experiências humanas (...), pode advir de qualquer atividade que faça os nossos olhos brilharem”. Ou seja, tudo o que nos gerar desconforto, não é lúdico, é preciso questionar os meios e os fins, a fim de que saia da técnica neutra e tomem decisões bem informadas que racionalizem as atividades do professor e do aluno. Lima (2018, p.178) afirma que a ludicidade é uma ferramenta fundamental para toda a idade e de grande importância para o desenvolvimento humano: Dentro desse conceito amplo, percebemos a necessidade de haver integração e esforço coletivo para oferecer às crianças o acesso ao direito do brincar, como um elemento de desenvolvimento humano. Mais do que qualquer coisa, o lúdico é necessário ao ser humano, independente do período de vida, pois favorece a aprendizagem, momentos felizes e de socialização. Conforme explica Weiss (2016), o sucesso do diagnósticodepende da competência do terapeuta em explorar recursos que fazem parte da vida dos pacientes, sem a necessidade de utilizar muitos instrumentos, basta o espaço ser dinâmico e o psicopedagogo ter um olhar voltado ao paciente, estar atento aos resultados da EOCA a fim de entender o modelo de aprendizagem do paciente, conforme explica Weiss (2016, p. 16) “ o importante no diagnóstico psicopedagógico é a tentativa de captar a forma individual de aprender e de produzir de determinado aluno”. Sabemos que não existe pessoas iguais, métodos universais de ensino que alcancem a todos os alunos. O diagnóstico é um instrumento que guiará o psicopedagogo ao planejamento do atendimento, isto é, para que o psicopedagogo trace estratégias de ensino com a finalidade de amenizar ou até sanar as dificuldades, 12 investigando as causas de possíveis bloqueios ou impedimentos ao intelecto, que poderão gerar baixa autoestima, frustração, desestímulos diante do conhecimento. Em alguns casos será necessário, além do tratamento psicopedagógico, encaminhar o paciente a outros profissionais, sem classificar o paciente em categorias, mas sim conforme explica Weiss (2016, p. 31) “obter uma compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo nesse processo”. Através do lúdico, o aluno poderá ser observado melhor, pois a descontração o deixará mais à vontade, podendo favorecer a relação de empatia entre o psicopedagogo com o aluno, validando o diagnóstico com qualidade. CONCLUSÃO Como futuros psicopedagogos, não podemos ignorar potenciais e nem rotularmos hierarquias ou classificar pacientes, devemos emancipar-nos para que possamos emancipar nossos alunos, questionando e incentivando a busca incessante pelo conhecimento. Ranciére (2002) caracterizou a prática pedagógica como uma prática que “transforma ignorantes em sábios”, podendo ensinar até o que se ignora. Aos psicopedagogos são dadas missões de suma importância: a de emancipar cidadãos e incentivá-los à busca do conhecimento, pois estando empoderado do conhecimento, mais difícil será de ser dominado, porque mais importante que o pensamento é ensinar a pensar. Mesmo que os desafios são inúmeros, o caminho é longo, não podendo haver retrocesso, é necessário encorajamento e posicionamento frente à demanda de alunos com dificuldades de aprendizagens, com déficit de atenção, transtornos e distúrbios dos mais variados. É preciso investigar, levantar hipóteses que serão confirmadas ou não durante o processo, através de conhecimentos práticos e teóricos. E além do estudo em questão, é preciso articular saberes de forma transdisciplinar, proporcionar formas de alcançar este aluno com certa defasagem, impulsioná-lo ao aprendizado. Cabe ao profissional psicopedagogo tornar acessível o conhecimento às diferentes crianças que chegarão à escola, respeitando-as e fazendo com que se 13 respeitem, considerando o conhecimento prévio de cada criança, entendendo que o desenvolvimento das representações se dá principalmente pelas interações que levam ao aprendizado. O objetivo deste trabalho é conscientizar futuros psicopedagogos a auxiliar os pacientes a não olhar para coisas prontas e definitivas, mas sim orientá-los na construção e a apropriação de um conhecimento, que o ajudará a se servir dele para compreender e transformar sua realidade. A partir da importância e da necessidade da intencionalidade pedagógica no ensino é que se constitui este trabalho. Existe a necessidade da intencionalidade pedagógica para que o paciente passe a analisar e resolver os problemas, a argumentar e debater as situações. Ao defendermos o lúdico como excelente ferramenta de investigação psicopedagógica, contribuiremos para que estratégias de ensino sejam traçadas, a fim de que a transmissão de conhecimento aconteça e o paciente com defasagem escolar seja alcançado, antes que o fracasso escolar o alcance, sabendo que quanto maior for o empenho de todos os envolvidos no processo, maior e melhor será o resultado, podendo evitar situações de desinteresse pelos estudos ou até agravos no quadro inicial. Acredito este trabalho contribuirá para o processo de formação dos aprendizes, por colocá-los como protagonistas do seu aprendizado, pela relação construída no trabalho em grupo e pela forma mais lúdica de aprender. Também, por nos oferecer dados empíricos a respeito da prática desses trabalhos, servindo como um recurso a mais a ser utilizado nos momentos de planejamento, para contribuir sempre mais e efetivamente no ensino-aprendizagem de todos. Por fim, este estudo sugere uma ampliação na temática, visto que é um campo muito vasto e ainda muito novo. Como qualquer outro trabalho acadêmico, não foi possível incluir as inúmeras variáveis pertinentes neste projeto. Diante disso, novos estudos poderiam apresentar mais evidências e outros desafios que possuem o trabalho dos psicopedagogos e consequentemente dos docentes. 14 PLAYFULNESS AS A RESEARCH TOOL ABSTRACT: The psychopedagogical diagnosis aims to identify causes of blockages that hinder learning. These blocks may present themselves in different ways, such as poor academic performance, aggressiveness, lack of concentration, agitation, etc. To reach a diagnosis, it is necessary for the psychopedagogue to investigate, to raise hypotheses that will be confirmed or not during the process, through practical and theoretical knowledge. And in addition to the study in question, it is necessary to articulate knowledge in a transdisciplinary way, to provide ways to reach this student with a certain lag, to propel him to learning. Rescue the desire to learn, confidence in the ability to solve daily tasks, look at the student and rediscover ways to put together this great puzzle, understand what is going on, what could lead such a small child to be uninterested or to present atypical behaviors towards other children. Playfulness can be an important resource for the psychopedagogue to reach a diagnosis, if they are organized with intentions and relaxation, the investigation will provide data for a quality diagnosis. This bibliographic research was based on authors such as Sampaio (2018), Weiss (2016), Luckesi (2004), Moretti (2015) among others. Keywords: Psychopedagogical diagnosis. Playfulness. Learning. 15 REFERÊNCIAS BRASIL, Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Código de Ética do Psicopedagogo. Reformulado pelo Conselho da ABPp, gestão 2011/2013 e aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011. Acessado em:02/08/2020. ----------- Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04. De 02 de outubro de 2009. Institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica – Modalidade Educação Especial. Diário Oficial da União, Brasília, nº 163, 26 de agosto de 2009. Seção 01. 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