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1 A)Quatro a seis INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co- nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de pu- blicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cul- tura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecno- lógica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cur- sos de qualidade. 3 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 1. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: A BUSCA PEL A SIGNIFICAÇÃO DO APRENDER ...................................................................... 4 1.1 Testes psicopedagógicos ............................................................. 11 1.2 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem .......................... 12 1.3 Provas psicopedagógicas ......................................................... 14 2. IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO ..................................... 15 3. PLANO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE APRENDIZAGENS ...................................... 16 4. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ...................................................................................... 18 4.1 Estimule a colaboração entre os estudantes ............................... 22 4.2 Demostre interesse pelas ideias dos alunos ................................ 22 5. O PSICOPEDAGOGO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................. 24 5.1 Inclusão: o que cabe ao psicopedagogo? ....................................... 28 6. REFERÊNCIAS: ........................................................................... 30 4 1. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: A BUSCA PEL A SIGNIFICAÇÃO DO APRENDER “Somos aqueles que podem ajudá-las a lidar melhor com suas vidas, a enfrentar as frustrações e a compensar suas fraquezas. Também somos os que podem ajudá-las a perceber seus dons e a valorizar seu jeito único de ser.” (Sandra Rief,1993). Em uma época que muito se discute sobre dificuldades, inclusão e até mesmo o conhecido fracasso escolar de crianças e jovens e ao mesmo tempo multiplicam-se diversas descobertas da neurociência, não poderíamos deixar de ressaltar a importância da intervenção psicopedagógico como forma de significação do aprender. Este especialista está preparado para trabalhar com todo processo da aprendizagem humana, ou seja, ensinar/ aprender. Através de técnicas diferenciadas trabalha com os padrões normais ou não do aprender considerando sempre a influência e participação do meio (escola, família e sociedade) no seu desenvolvimento. Para Fabrício (2008), todo trabalho psicopedagógico está centrado e focalizado no autoconhecimento e na autoria do pensamento, buscando sempre estratégias de suporte com a finalidade que a criança aprenda. Muitas das crianças que fracassam e são encaminhadas aos consultórios psicopedagógicos trazem consigo a queixas por parte dos educadores e da escola suspeitas de “deficiências” em uma ou várias funções cognitivas. O que estas instituições esquecem é que este sintoma produzido por tal criança pode ser considerado um sinal de mal-estar mais profundo que se relaciona com um conflito inconsciente tornando-se desconhecido ao próprio sujeito, em outras palavras, dizemos que a criança não sabe os reais fatos de sua não aprendizagem. 5 A intervenção psicopedagógico é um meio eficaz com o forma de prevenção do fracasso escolar, seu trabalho norteado por recursos cognitivos e emocionais permite não apenas o sucesso na aprendizagem, mas possibilita o resgate de sua auto estima e autonomia individual tornando assim mais fácil sua socialização com os demais colegas. De acordo com Maluf (2009), para estabelecer um bom diagnóstico é necessário ter conhecimento do desenvolvimento individual da criança bem como centrar-se em serviços especializados que vão além dos farmacológicos. Para que todo e ste processo ocorra, sabemos que há uma grande necessidade de participação da família e da instituição escolar com vistas a juntos constituirmos meios afetivos e de estimulação cognitiva de forma que estas intervenções se tornem eficazes e alcancem seus reais objetivos que é o resgate e o gosto por aprender. A intervenção psicopedagógica, assim como as dificuldades de aprendizagem, são situações nas quais o psicopedagogo coloca seus conhecimentos à prova, uma vez que inserirá em seu campo de atuação na busca pela resolução dos obstáculos de aprendizagem. Uma vez identificados os obstáculos, o psicopedagogo poderá corroborar para a reconstrução da trajetória de aprendizagem do estudante, de modo a tornar possível o estabelecimento da conexão com a própria capacidade de aprender e, assim, criar condições para a promoção da interação entre sujeito e objeto de conhecimento, propondo estratégias diferenciadas para que a qualidade da aprendizagem esteja assegurada de forma gradual. Para iniciar o processo de intervenção psicopedagógica, a anamnese inicial, a avaliação e o diagnóstico são essenciais para o desenho da intervenção mais adequada às necessidades dos sujeitos. O primeiro passo para iniciar uma intervenção está na realização de uma investigação, que possibilita a disposição de informações relevantes sobre a situação na qual pretende-se atuar. Trata-se de um processo compartilhado de coleta e análise de dados relevantes da situação de ensino-aprendizagem. Considera-se, nesse levantamento, as características dos contextos escolar, 6 familiar e social com o intuito de tomar decisões que visam à promoção de mudanças no contexto de atuação. De acordo com Colomer, Masot e Navarro (2008, p. 16) a investigação psicopedagógica “(...) desenvolve-se em colaboração com o conjunto de participantes no processo: os alunos, a família, a escola, outros profissionais etc.(...) têm um caráter interdisciplinar, com contribuições próprias da competência de cada um”. Em outras palavras, é função do psicopedagogo, dentro da escola, no consultório ou em outros contextos, “(...) procurar identificar e diagnosticar as possíveis causas da limitação na aprendizagem apresentada por alguns alunos e sua relação com a aprendizagem” (BASTOS, 2015, p. 21). A anamnese é o principal ponto de partida. Uma anamnese é uma espécie de entrevista inicial, na qual busca-se, por meio de questionamentos, levantar a maior quantidade de informações relevantes sobre o problema no qual opsicopedagogo deverá intervir. Imagem: 01 Tendo em vista a coleta dos aspectos relevantes, realiza-se o preenchimento de uma ficha ou um questionário. Para explicar o que é a anamnese, Sampaio (2014) expõe que: É uma entrevista realizada com os pais ou responsáveis do entrevistado e tem como objetivo resgatar a história de vida do sujeito e colher dados importantes que possam esclarecer fatos observados durante o diagnóstico, bem como saber que oportunidades este sujeito vivenciou 7 como estímulo a novas aprendizagens. A anamnese é uma das peças fundamentais deste quebra-cabeça que é o diagnóstico, pois, por meio dela, nos serão reveladas informações do passado e do presente do sujeito juntamente com as variáveis existentes em seu meio. Observamos a visão da família sobre a criança, as suas expectativas desde o nascimento, a afetividade que circula neste ambiente familiar, as críticas, os preconceitos e tudo aquilo que é depositado sobre o sujeito SAMPAIO, 2014, p. 143). Toda anamnese deve iniciar-se pela descrição da queixa, que nada mais é do que a situação que levou a criança ou o adolescente ao psicopedagogo. Destaca-se que a queixa inicial trata de um dos indicativos que precisam ser analisados. É importante ter em mente que outros fatores poderão surgir no decorrer do processo e, por isso, a anamnese é o ponto crucial para iniciar o processo de diagnóstico. Com a queixa apresentada, deve-se partir para a entrevista com os pais (ou responsáveis). Existem muitos modelos de questionários de anamnese disponíveis, mas é o psicopedagogo quem deverá elaborar o próprio modelo, que pode, inclusive, ser modificado com base na idade, no período ou na situação de queixa. Embora possam haver questões diferenciadas, as áreas de indagação predominantes em uma anamnese referem-se a quatro aspectos: 1) Antecedentes Natais; 2) Doenças; 3) Desenvolvimento; e 4) Aprendizagem e seus desdobramentos. PRÉ-NATAIS DOENÇAS DESENVOLVIMENTO APRENDIZAGEM Perinatais (referem-se ao parto) Neonatais (referem-se ao recém-nascido) Graves Comuns Psicossomáticas Fragilidade física Desenvolvimento motor Desenvolvimento da linguagem Desenvolvimento de hábitos Assistemática (social) Sistemática (escolar) Quadro: 01 Aspectos predominantes em uma anamnese 8 A realização da entrevista inicial com base nas grandes áreas, seja com o sujeito seja com a família, é considerada um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico, por buscar informações significativas acerca da história do sujeito na família, relacionadas ao passado, presente e projeções para o futuro. Nesse contexto, o psicopedagogo deverá deixar os entrevistados à vontade, “para que todos se sintam com liberdade de expor seus pensamentos e sentimentos sobre a criança para que possam compreender os pontos nevrálgicos ligados à aprendizagem” (WEISS, 2003, p. 62). Paín (1985, p. 42) acredita que é justamente o levantamento da história vital que nos permitirá “detectar o grau de individualização que a criança tem com relação à mãe e a conservação de sua história nela” (PAÍN, 1985, p. 42). Além disso, informações sobre as circunstâncias do parto são importantes, como saber se a criança nasceu prematuramente, se houve falta de dilatação, se foi empregado o fórceps ou se ocorreu o adiamento de intervenção de cesárea, por exemplo, pois “costuma ser causa da destruição de células nervosas que não se reproduzem e também de posteriores transtornos, especialmente no nível de adequação perceptivo-motriz” (PAÍN, 1985, p. 43). Nessa parte da anamnese, é fundamental saber se a gravidez foi desejada ou não, se foi aceita pela família, se a criança foi adotada etc. O cenário levantado determinará vários outros aspectos, como os afetivos, dos pais em relação ao filho, relações entre irmãos etc. Posteriormente, é importante saber sobre se houve algum tipo de doença, pois há aquelas que, se não detectadas, podem gerar sérias consequências no desenvolvimento ou mesmo superproteção dos familiares, o casionando desenvolvimento mais lento ou imaturidade no sujeito. No contexto da investigação de doenças, não deve esquecer-se dos períodos de vacinação, ou seja, deve-se levar em conta se a criança foi devidamente vacinada. Na sequência, questões sobre as primeiras aprendizagens são extremamente relevantes e se referem ao desenvolvimento. Nessa etapa, deverão ser levadas em consideração as aprendizagens relacionadas aos contextos não escolares ou informais, por exemplo: como aprendeu a usar a 9 mamadeira; como foi o processo de desfraldamento; como passou a utilizar o copo, a colher; como se deram os controles tanto biológicos quanto emocionais; como adquiriu a fala, a alimentação, o sono. A ideia é saber se o desenvolvimento ocorreu de forma esperada ou se houve algum tipo de defasagem acerca do desenvolvimento geral. Com relação a esse aspecto, o objetivo é descobrir “(...) em que medida a família possibilita o desenvolvimento cognitivo da criança – facilitando a construção de esquemas e deixando desenvolver o equilíbrio entre assimilação e acomodação” (WEISS, 2003, p. 66). Para finalizar a aplicação da anamnese inicial, o psicopedagogo deve verificar informações relevantes sobre as aprendizagens, tanto a assistemática (social) quanto a sistemática (escolar) no contexto escolarizado. Exemplos de perguntas que o psicopedagogo pode realizar: ► Como você estuda uma lição? ► Quais os conteúdos e as disciplinas que você aprende com mais facilidade? ► De que maneira você aprende com mais facilidade? ► Você estuda sozinho ou com ajuda? ► O que faz quando não consegue aprender o conteúdo? ► Como você se sente em relação ao que não consegue aprender? Quadro: 02 Nesse momento, é fundamental investigar sobre a criança. Perguntas como se a criança gosta ou gostou de ir à escola, como se sente ao aprender novos assuntos, se recebe ajuda nos estudos em casa, como a família da criança reage frente a suas dificuldades e, ainda, se possui dificuldades (de leitura, escrita, algum problema de fala etc.). Quanto maior o repertório de questões, 10 maior é a possibilidade de chegar ao diagnóstico. Durante a entrevista, o psicopedagogo pode, inclusive, sentir a necessidade de realizar outras questões que não estavam previstas. A queixa apresentada e a detecção inicial com base na anamnese podem converter-se em demanda, ou seja, em uma intervenção. Com a relação da anamnese inicial, o psicopedagogo tem a possibilidade de identificar características e dinâmicas fundamentais para traçar o histórico clínico da aprendizagem, do desenvolvimento psicoemocional, a interação social e os aspectos cognitivos. Destaca-se a necessidade da realização da anamnese de forma criteriosa, sem o exercício do juízo de valor; isso significa que, durante a realização, não se deve corrigir ou advertir a família ou o paciente sem a plena realização do diagnóstico, da metodologia, da abordagem e, sobretudo, estabelecer a isenção necessária ao trabalho psicopedagógico. Todos os pontos apresentados precisam ser considerados no momento da realização desta etapa, antes de iniciar a avaliação e o diagnóstico. Conforme exposto anteriormente, diagnosticar significa constatar o que uma criança ou adolescente possui em relação a algum tipo de dificuldade na aprendizagem. Com base nos estudos de Rubinstein (1992, p.51), “a investigação de todo o processo de aprendizagem leva em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade deaprendizagem”. Reforça-se que, durante o diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo deve ter muita atenção à postura, ao discurso, bem como às atitudes dos investigados , visto que são pistas importantes para conseguir atingir questões a serem desvendadas. Coma e Alvarez (2008, p. 27) defendem que “por trás de toda avaliação há sempre um julgamento técnico com base no critério, mediado por um enfoque conceitual, técnicas e instrumentos não neutros que são uma medida interpretativos da realidade”. Com a anamnese inicial, a avaliação e o diagnóstico das necessidades dos estudantes são os próximos passos para o planejamento e a intervenção psicopedagógica. Com a queixa e os dados 11 coletados por essa entrevista, o profissional terá elementos dos quais pode partir para a próxima fase do diagnóstico, como a aplicação de testes psicopedagógicos. Esta etapa também é conhecida como triagem. 1.1 Testes psicopedagógicos Os Testes Psicopedagógicos tratam-se de recursos que ajudam o profissional na identificação dos problemas e seus níveis de dificuldades de aprendizagem, seja no campo da fala, de leitura e escrita e outros que podem ser identificados. Atualmente são disponibilizados uma série de tipos de abordagens e testes psicopedagógicos, que o profissional pode aplicar. Para o momento da triagem, a escolha dos tipos de testes que inicialmente podem ser aplicados deve estar de acordo com o que o psicopedagogo percebe logo na anamnese ou com base na própria queixa, conforme já mencionado. Desde os primeiros contatos, a criança ou o adolescente deve encontrar um espaço apropriado e já organizado com diversos materiais pedagógicos dispostos estrategicamente. Por meio da aplicação dos testes, ocorrem as primeiras interações entre o profissional e o sujeito atendido. Cabe ao psicopedagogo garantir que esse contato inicial seja agradável, fazendo com que a criança ou o adolescente manifeste, entre outros aspectos de seu desenvolvimento e aprendizagem, preferências, aversões, nível de independência emocional e cognitivo, linguagem e conhecimentos adquiridos, isto é, todas as manifestações do sujeito no que se refere aos campos cognitivo e afetivo em situação de aprendizagem. Existe variedade de testes e abordagens para a realização da avaliação para, assim, chegar ao diagnóstico. As mais comumente utilizadas são as sessões lúdicas centradas na aprendizagem, as provas psicométricas, as provas projetivas, as provas específicas e a análise do ambiente, bem como outras formas de verificação das dificuldades e seus níveis. 12 Imagem: 02 1.2 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem A brincadeira é condição fundamental para o aprendizado. É por meio dela que as crianças compartilham e produzem sentidos e significados para o mundo ao seu redor. Borba (2009, p. 70), acrescenta que ao “(...) brincar, a criança não apenas expressa e comunica suas experiências, mas reelabora, reconhecendo-se como sujeito pertencente a um grupo social e a um contexto cultural, aprendendo sobre si mesma e sobre os homens e sua relação com o mundo e também sobre os significados culturais do meio em que está inserida”. Em tal contexto, Maria Lúcia Lemme Weiss (p. 79, 2003) afirma que a Sessão Lúdica Centrada na Aprendizagem trata-se de uma integração da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (Eoca) e a Hora do Jogo. Isso quer dizer que, durante a realização de uma brincadeira previamente planejada, o psicopedagogo pode analisar a forma como a criança reage, sistematiza ou demonstra seu nível de conhecimento (ou a falta dele) sobre algum conteúdo por meio de um processo de interação e investigação. 13 Imagem: 03 Para o desenvolvimento de uma sessão lúdica qualitativa, a brincadeira ou o jogo deve ser planejado com antecedência, o material disponibilizado e o espaço organizado para receber a criança ou o adolescente. Os materiais selecionados pelo profissional são fundamentais nesse processo e devem ser providenciados com base no objetivo específico de cada sessão, do tempo disponível, bem como da idade do paciente. As sugestões a seguir podem ajudá- lo(a) a ter uma ideia de como a etapa de seleção é algo extremamente relevante: ► Variedades de folhas de papel (pautadas, lisas, brancas e coloridas), apontador, régua, lápis de cor, canetinhas, cola, tesoura, revistinhas, lápis e livros. ► Bloco de madeira, plástico ou materiais de encaixe. ► Material para carpintaria e construções, como peças de madeiras, preguinhos, tachinhas, arames e ferramentas. ► Material de sucata (embalagens vazias, caixinhas, carretéis, rolhas, retalhos, fios etc.). 14 ► Material para expressão artística, como tintas diversas, massa plástica, massa de modelar e cola plástica colorida. ► Material para expressão de diferentes papéis, como fantoches, miniaturas, animais, flores, bonecos, bonecas, panelinhas etc. ► Jogos de diversas naturezas, como tabuleiro, jogos individuais, interativos, gamificados etc. Com base em Paín (1985, p. 55), [...] os dados mais importantes a serem extraídos da sessão denominada Hora do Jogo respondem aos aspectos fundamentais da aprendizagem: a) Distância de objeto e capacidade de inventário. b) Função simbólica e adequação significante – significado. c) Organização e construção da sequência. d) Integração e esquema de assimilação. 1.3 Provas psicopedagógicas As provas psicopedagógicas permitem a avaliação do aspecto intelectual e do comportamento do paciente, visto que são baseadas no princípio de que a maneira com que o sujeito percebe, interpreta e estrutura o material ou a situação reflete os aspectos fundamentais da sua capacidade intelectual e emocional. Para Paín (1985, p. 57), elas “oferecem, junto com os pontos expressos na idade mental, quociente intelectual ou percentil, a situação do sujeito em uma classificação diagnóstica em virtude do rendimento demonstrado”. As provas psicométricas permitem elucidar até que ponto a disponibilidade dos processos cognitivos justificam as dificuldades dos sujeitos 15 no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Ainda de acordo com Paín (1985, p. 61), a análise dos protocolos pode ser resumida da seguinte forma: ► Idade mental, quociente intelectual, percentil e escore, segundo o baremo aplicado. ► Determinação do estádio de estruturação alcançado, segundo a teoria genética. ► Análise da dispersão: aptidões, áreas compensadas, descompen- sadas ou deterioradas. Determinação dos fatores de correlação entre as provas. ►Modalidades da atividade cognitiva. 2. IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO Cabe ao psicopedagogo auxiliar na superação das dificuldades relacionadas ao processo de ensino/aprendizagem, instigando, quando necessário, reflexões que possam efetivar uma prática educativa mais compreensiva e inclusiva. Assim, são desvelados fatores que estão relacionados ás dificuldades, e os professores são levados a compreenderque cada um aprende em um ritmo diferente. Visca (1991, p. 17) aponta que: “ a psicopedagogia deve visar o processo de aprendizagem humana, em que o objetivo do psicopedagogo seja trabalhar a sociedade em geral”. O psicopedagogo realiza a avaliação psicopedagógica, e para tanto deve ter em mente a importância de aspectos biológicos, psicológicos e sociais que possam interferir durante o processo avaliativo. Podemos nos deparar com inúmeros fatores que podem interferir no processo de aprendizagem, mas podemos direcionar o foco também para fatoresinternos e externos. 16 A psicopedagogia tem como meta compreender o processo de aprendizagem e todo o processo de desenvolvimento do sujeito, considerando como ocorrem as transformações em relação ao aprender, e também considerando o processo de inte-relação de aspectos sociais, emocionais, culturais e pedagógicos. Nesse sentido, cabe ao psicopedagogo compreender o sujeito avaliativo na sua especificidade, e ao mesmo tempo na sua totalidade, pois o desenvolvimento humano, e o processo de ensino e de aprendizagem, ocorrem em diversos espaços. 3. PLANO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE APRENDIZAGENS Conforme já mencionado, ao passar pela intervenção psicopedagógica, a criança ou o jovem terá condições de prosseguir com seus estudos ou aprender a lidar com limites que alguma dificuldade possa apresentar durante o seu processo de desenvolvimento, tanto nos aspectos cognitivos quanto nos motores, sociais e emocionais . Por isso, para fazer um plano de intervenção psicopedagógica adequado, é necessário que, primeiramente, seja feita uma análise cuidadosa de vários fatores. O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem de um estudante ou de um grupo de estudantes é feito com base na análise das queixas apresentadas em entrevistas com os responsáveis, os professores e o próprio aluno. Além disso, é fundamental que o psicopedagogo esteja atento a outros sinais e fatores que podem ser responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem, como problemas orgânicos, familiares, psicoemocionais ou escolares. Após estudo dos componentes orgânicos de cada caso, do diagnóstico psicopedagógico e com a clareza que jamais deverá interferir, sugerindo 17 alterações medicamentosas, visto que não é sua área de competência, o profissional deve elaborar e apresentar o plano de intervenção psicopedagógica com o intuito de sanar ou auxiliar a lidar com as dificuldades de aprendizagem. As sessões de atendimento podem ser feitas na escola, nas clínicas, nos hospitais, em ONGs ou em centros comunitários e até em outros contextos. Por isso, com base nas especificidades de cada cenário ou dificuldades apresentada, o instrumento proposto pode ser adaptado de modo que as necessidades sejam atendidas. Destaca-se, ainda, que o instrumento mencionado deve compor o dossiê da criança ou do adolescente atendido. Os psicopedagogos conseguem perceber durante o processo avaliativo quais serão as intervenções necessárias para auxiliar na superação das dificuldades percebidas. Imagem: 04 Gamba e Treto (2009,p.2) corroboram com essa ideia ao indicarem que, para que o trabalho em uma clínica de psicopedagogia seja realizado com sucesso: O psicopedagogo precisa estar atento às inúmeras possibilidades de intervenções, levando em conta as dificuldades apresntadas pelos clientes que buscam sua ajuda, bem como a própria disponibilidade frente a novos aprendizados demonstrados por este. 18 O diagnóstico e as intervenções para superar as dificuldades de aprendizagem fazem com que vários profissionais que atuam em suas áreas específicas contribuam no processo; temos em maior evidência a área da educação e da saúde. Cabe ao psicopedagogo avaliar, criar estratégias, estimular as potencialidades e superar as dificuldades, considerando o desenvolvimento dos alunos numa prática de superação, com encaminhamentos indicativos para cada processo avaliativo. Muitas vezes, é necessário investir em recursos para a busca de qualidade, quando se sente a necessidade de adaptação nas atividades, novos encaminhamentos pedagógicos, e ainda a formação continuada para os profissionais, com vistas a sanar as dificuldades de aprendizagem. 4. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA As intervenções psicopedagógicas no contexto da contemporaneidade necessita de profissionais criativos para que seja possível formar estudantes criativos. Mas, o que significa ser um profissional criativo? Quais são as suas características, bem como os fatores facilitadores da criatividade no processo ensino-aprendizagem? Ainda que não esgotemos essa temática, acredito que tais indagações são relevantes para reflexão e devem permear o exercício da profissionalidade docente atualmente. Criatividade e inovação são conceitos que sempre andam juntos e não significam a mesma coisa. Quando se fala em criatividade, trata-se especificamente do processo de pensar, imaginar e ter ideias, ainda sem, necessariamente, um princípio lógico ou baseado em uma necessidade. Está associada a processos de imaginação, insights, sonhos e invenção. A criatividade é livre! O limite está no que a mente é capaz de produzir. 19 Houaiss e Villar (2003, p. 92) definem criatividade como “qualidade ou característica de quem ou do que é criativo. Inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no científico, esportivo etc.”. A criatividade implica em novos modos de perceber e pensar as coisas do mundo. A inovação, por sua vez, significa fazer o novo, renovar, alterar a ordem das coisas, de maneira simplificada, ter novas ideias ou mesmo aplicar uma ideia já conhecida em um novo contexto. O Manual de Oslo (2013) – documento de referência internacional que analisa e compila os dados sobre os processos de inovação – define que inovação é a: “implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2013, p. 46)). Conforme apontado por Camargo e Daros (2018), ainda de acordo com o Manual de Oslo (2013), é por meio da inovação que novos conhecimentos são criados e difundidos, expandindo o potencial econômico para o desenvolvimento de novos produtos e de novos métodos produtivos de operação. De modo sintetizado, podemos afirmar que enquanto a criatividade está no plano das ideias, a inovação é a capacidade de materializá-las em produtos, artefatos ou soluções em determinado contexto. Criatividade e inovação andam juntos, pois não adianta ter ideias e não conseguir materializá-las, assim como somente a capacidade de materialização sem as ideias não resultam em modificações significativas. O trabalho psicopedagógico que prioriza o desenvolvimento da criatividade no contexto educacional é fundamental para atender às demandas sociais, em especial daquelas que exigem nova postura do sujeito nos ambientes em que atua – como estudante, trabalhador, membro de uma família, entre outros. Corroborando com esse argumento, os estudos de Alencar e Fleith (2003, p. 28) defendem que “as habilidades criativas são de crucial importância no processo de preparação dos alunos para lidar com o mundo complexo e cheio de desafios”. No entanto, ao falar em criatividade no processo educativo, é preciso estar atento ao seu verdadeiro significado e às suas implicações pedagógicas de modo que o conceito não seja banalizado ou tratado como 20 simplismo, permeado por mitos e crenças que lhe podem conferir uma visão restrita. Independente da implementação de um modelo ou uma nova estratégia inovadora, toda prática educativa deve conter o caráter intencional e necessita de planejamento e sistematização. Nesse sentido, é fundamental que seja explicitada a concepção de educação que se tem como elemento norteador, ou seja, é necessário ter clareza de qual é a função social da escola e da universidade,para que se ensina e quais resultados são esperados por meio do ensino proposto, o que especificamente a criança ou o adolescente precisa para avançar. Além disso, é preciso levar em conta os diversos fatores que contribuem para a configuração de um processo inovador, implicando, além das ideias criativas dos sujeitos, a motivação para efetivá-las, o conhecimento e os recursos materiais possíveis e necessários. Nessa perspectiva, a próxima seção tratará especificamente dos saberes de um psicopedagogo inovador. O psicopedagogo criativo e inovador é definido pelas suas técnicas e os recursos que utiliza, mas principalmente pela sua postura, seu modo de enfrentar como realiza a intervenção. Segundo Wechsler (2001, p. 89), é o profissional que: “está aberto a novas experiências e, assim sendo, é ousado, curioso, tem confiança em si próprio, além de ser apaixonado pelo que faz. Trabalha com idealismo e prazer, adotando uma postura de facilitador e quebrando paradigmas da e ducação tradicional”. Cuidar da experiência dos estudantes e potencializar ao máximo as suas possibilidades de aprendizagem devem ser os principais focos do trabalho docente, pois criar condições motivadoras faz a diferença para efetivar a criatividade e inovação no atendimento e na intervenção psicopedagógica. O profissional que assume o papel de estimulador da criatividade e da inovação organiza atividades pedagógicas que criam condições para que os estudantes exercitem o pensamento, desenvolvam novas ideias, estimulem diferentes pontos de vista, tomem decisões e façam escolhas. 21 Um psicopedagogo criativo e inovador corrige e aponta o erro dos estudantes, mas reconhece que faz parte do processo, visto que todo erro é considerado uma tentativa de acerto. Não expõe os pacientes classificando-os como pior ou melhor, mas busca compreender como o pensamento daquele estudante se consolidou para a chegada da resposta, ainda que não esteja correta. Ao partimos do entendimento de que os estudantes aprendem na interação com seus pares, é fundamental levar em consideração o planejamento de um espaço que contemple essa premissa. Então, é requerido um espaço intencionalmente organizado, de modo que se ja desenvolvido um ambiente rico de interações para os estudantes. Para que isso ocorra é preciso planejar quais serão os materiais disponibilizados, a disposição do espaço, mas principalmente se a estratégia selecionada pelo psicopedagogo atende à finalidade da aprendizagem. Não adianta ter um espaço carregado de possibilidades se as estratégias pedagógicas não favorecem o bom uso dos recursos. Para conseguirmos criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do conhecimento por meio da criatividade, a organização e a disciplina representam condição sine qua non. Para que isso o corra, temos algumas orientações: ► Providencie os materiais com antecedência. ► Aguarde os estudantes com a sala previamente organizada. ► Distribua os materiais necessários. ► Realize a gestão adequada dos insumos, e vitando desperdício. ► Apresente as regras de execução da atividade. ► Verifique se todos compreenderam os objetivos. ► Realize a gestão do tempo. 22 Estipular as regras e segui-las, tomando providências caso sejam quebradas, é essencial para garantir um ambiente seguro. Os estudantes não respeitarão ou confiarão no profissional quando este não consegue estabelecer limite e organização em sua sala de aula. 4.1 Estimule a colaboração entre os estudantes A aprendizagem colaborativa refere-se a uma forma de condução do trabalho pedagógico, na qual os estudantes precisam necessariamente trabalhar juntos, em grupos, focados em um objetivo comum. Não dá para fragmentar o trabalho de forma que cada um se responsabilize apenas pela sua parte. Nesta abordagem, os estudantes são responsáveis pelo aprendizado uns dos outros, de modo que o sucesso de um dos integrantes impacta no sucesso dos demais. A cooperação é algo que se aprende exercitando por meio da prática. 4.2 Demostre interesse pelas ideias dos alunos Imagem: 05 23 Os estudantes, independentemente da idade, dedicam-se mais aos estudos quando gostam e confiam no profissional. Neste caso, cabe ao psicopedagogo demonstrar interesse pelas ideias dos estudantes, tratá-los com respeito, ou melhor, da mesma forma como gostaria de ser tratado. É recomendado que o profissional ofereça apoio, sorria e ouça sua turma, tratando a todos de maneira igual. O mais importante: inspire os alunos! Imagine um profissional da educação que usa da autoridade apenas para manter a ordem, propõe atividades mecânicas, impossibilita a participação dos estudantes, pune com provas ou mais exercícios e utiliza o tempo do aluno de forma improdutiva. Agora imagine que esse é o seu professor. É inspirador? Desperta a vontade de aprender? Obviamente a resposta é não.Inspirar significa despertar o potencial dos estudantes, o seu desejo de aprender, participar, descobrir e criar. Um profissional que inspira é aquele que consegue gerar no outro a vontade de realizar algo, de aprender e crescer profissionalmente. Imagem: 06 24 Há muitas estratégias, técnicas e recursos que podem contribuir na intervenção psicopedagógica de forma que a criatividade e a inovação sejam desenvolvidas. Qual delas usar? A escolha depende do conteúdo a ser trabalhado, dos recursos disponíveis e, principalmente, dos planos de ensino e de aula elaborados pelo profissional, os quais definem os objetivos de aprendizagem e como esta pode ser estimulada. No atendimento psicopedagógico, não podemos preparar os estudantes para uma sociedade que não existe, logo, devemos garantir o conhecimento por meio de práticas psicopedagógicas que atendam às demandas sociais. Trabalhar a criatividade não pode ser visto como uma prática meramente espontânea, sem planejamento, definida pelo simples fato de criar qualquer coisa sem sentido. Isso não é criatividade. É enrolação! O trabalho criativo exige conhecimento, planejamento, inteligência emocional e muita disciplina. 5. O PSICOPEDAGOGO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Imagem: 07 25 Psicopedagogia é concebida como a área que estuda o ato de aprender, entendendo-se o ato de aprender como os sentimentos, as ações, as elaborações do sujeito durante o seu processo de aprendizagem e a consciência que ele tem do que realiza. A intervenção psicopedagógica pode ser educacional ou clínica. É educacional quando estuda, analisa e propicia condições para que o aprendiz organize e elabore dados e informações, utilizando-os em sua vida. É clínica quando estuda e analisa bloqueios, para que o aprendiz ultrapasse dificuldades e problemas de aprendizagem e possa organizar e elaborar dados e informações, utilizando-os em sua vida. O papel do psicopedagogo diante de um quadro de inclusão escolar é de suma importância; pois será ele o intermediário de facilitações e possibilidades de aprendizagens. Através do psicopedagogo se fará a eliminação de barreiras e criação de estratégias que muitas vezes são simples, mas que fazem parte da estratégia de ensino utilizada pelo professor regente e que irá possibilitar um currículo que atenda esse aluno. Imagem: 08 26 O trabalho da psicopedagogia não consiste em aplicar somente teorias, em se fazer aprender as teorias, mas sim possibilitar novas formas de aprender, observando o educando, buscando meios pra que se compreenda. A psicopedagogia não se prende nasdificuldades desse educando, mas sim, em estar procurando alternativas de ensinar sobrepondo as dificuldades de aprendizagens apresentadas pelo mesmo. Para Cunha (2015), o trabalho deve acontecer através da observação, primeiro passo para se atingir os pontos posteriores. A observação permite “selecionar os estímulos que tornam o aprendente mais receptível às práticas pedagógicas. O que o aluno ama o que lhe interessa, seus sonhos e desejos são baldrames da atuação psicopedagógica. A sua interioridade deve ser priorizada [...]” (Idem, 2015, p 19). A observação possibilita conhecer os gostos, as preferências, os desejos, e a partir desses detalhes deve ser criada uma linha de trabalho, que também venha acompanhada de afeto e estímulos, para que a aprendizagem floresça a partir do interior do educando, pois, quanto maior for o número de estímulos, maiores e melhores serão as oportunidades de evolução do aprendizado. O ato de ensinar exige uma série de habilidades e competências do educador, para que este consiga articular fatores individuais, sociais, internos, individuais, externos que influenciam o tempo todo o aluno. Imagem: 09 27 As práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula são desenvolvidas pelos professores e por uma equipe pedagógica que organizem suas práticas relacionando-as com as concepções sobre criança, infância e educação. Essas práticas, entretanto, são reguladas pela escola e por toda a sua estrutura pedagógica. A educação inclusiva exige a adoção de práticas diferenciadas, não sendo concebidas práticas que se pautem pela homogeneidade e que considerem uma única forma de aprender. Deve-se ainda no processo educacional que as práticas pedagógicas não se limitem apenas a concepção da patologia, mas se volte para o indivíduo, deve se apoiar nas necessidades desses alunos. O atendimento psicopedagógico segundo Bastos (2005) deve considerar os seguintes aspectos: ► Promover o bem-estar emocional da pessoa autista, diminuindo suas experiências negativas de medo, ansiedade, frustação, incrementando possibilidades de emoções positivas de serenidade, alegria e autoestima. ► Promover a autonomia pessoal e as competências de autocuidado, diminuindo assim sua dependência de outras pessoas. ► Aumentar suas possibilidades de comunicação, autoconsciência e controle do próprio comportamento. ► Desenvolver habilidades cognitivas e de atenção, que permitam uma relação mais rica com o seu meio ambiente. ► Aumentar a liberdade, espontaneidade e flexibilidade de suas ações, assim que estiver preparado. ► Aumentar sua capacidade de assimilar e compreender as interações com outras pessoas, assim como sua capacidade de interpretar as intenções dos demais. ► Desenvolver técnicas de aprendizagem, baseadas na imitação, aprendizagem de observação. ► Diminuir aquelas condutas que trazem sofrimento para o próprio sujeito e para os que o rodeiam como as autoagressões, ações destrutivas. ► Desenvolver suas competências comunicativas. (apud Riviére 1997, p. 128). 28 O trabalho psicopedagógico deve ser visto como uma ferramenta para ajudar na organização e estrutura cognitiva e comportamental dos indivíduos, sendo necessário intervenções específicas para melhor atender as Pessoas com Deficiência (PcD). A inclusão depende do entendimento de que o processo de conhecimento é tão importante quanto seu produto final e deve acatar o ritmo da aprendizagem e o traçado que cada aprendiz organiza, partindo de seus sistemas de significação e de seus conhecimentos obtidos além do que foi herdado. Os profissionais precisam entender como os conhecimentos evoluem e como a inteligência se evidência na organização das estratégias, ou seja, como os alunos podem aplicar conhecimentos que já possuem para se adaptarem a situações inéditas e desconcertantes tanto do pensamento, quanto da ação. Conforme Mantoan (1997), o processo de inclusão exige da escola novos recursos de ensino e aprendizagem, gerados a partir de uma mudança de posicionamento e de atitudes dos professores e da própria instituição de ensino, simplificando todo o processo conservador de suas práticas, em direção a uma educação verdadeiramente focada em atender às necessidades de todos os alunos. 5.1 Inclusão: o que cabe ao psicopedagogo? Considerando o que foi dito sobre Psicopedagogia e sobre inclusão, pode- se afirmar que a contribuição do psicopedagogo para a inclusão do aluno no processo educacional e social seria, pois, o de: • oferecer condições à participação no meio social em que se vive; • partir do que o aluno dispõe e atender às suas necessidades para aprender pensando elaborando e decidindo; Avaliar possibilidades e dificuldades do aprendiz: • o que compreende e o que não compreende; • habilidades e operações nas áreas de conhecimento; • recursos que propiciam organização e elaboração do ensinado; 29 • recursos para desenvolver habilidades e operações; Fundamentar e ilustrar a importância de: • atender as necessidades e ensinar a partir do que o aluno conhece e tem possibilidades; • oferecer condições para o aluno elaborar e decidir; • avaliar continuamente, propiciando ao aluno oportunidades de refazer atividades e compreender o que e onde errou. Opor-se a: • pseudo-escolarização; • ausência de avaliação, que elimina o elaborar, o aprender, o pensar; • promoção automática, que desrespeita o ser humano e desacredita em seu potencial. 30 6. REFERÊNCIAS: ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Criatividade: múltiplas perspectivas. Brasília: Universidade de Brasília, 2003. BASTOS, A, B. B. I. Psicopedagogia clínica e Institucional – Diagnóstico e Intervenção. São Paulo: Loyola, 2015. BORBA, A. M. A brincadeira como experiência de cultura. In: CORSINO P. Educação Infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009. CAMARGO, F. DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. COLOMER, T.; MASOT, M. T.; NAVARRO, I. A avaliação Psicopedagógica. In: BONALS, J.; CANO, S. M. Avaliação Psicopedagógica. São Paulo: Artmed, 2008. COMA, R.; ÁLVAREZ, L. Técnicas e instrumentos de avaliação psicopedagógicas. In: SANCHEZ-CANO et al. Avaliação psicopedagógica. 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