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INTERVENÇÕES-PSICOPEDAGÓGICAS-E-EDUCAÇÃO-INCLUSIVA

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1 
 
 
A)Quatro a seis 
 
INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho 
de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de 
cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma 
entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na 
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos 
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, 
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de pu-
blicações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cul-
tura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de 
construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecno-
lógica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, 
conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cur-
sos de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
1. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: A BUSCA PEL A 
SIGNIFICAÇÃO DO APRENDER ...................................................................... 4 
1.1 Testes psicopedagógicos ............................................................. 11 
1.2 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem .......................... 12 
1.3 Provas psicopedagógicas ......................................................... 14 
2. IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO ..................................... 15 
3. PLANO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO EM 
DIFERENTES CONTEXTOS DE APRENDIZAGENS ...................................... 16 
4. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA INTERVENÇÃO 
PSICOPEDAGÓGICA ...................................................................................... 18 
4.1 Estimule a colaboração entre os estudantes ............................... 22 
4.2 Demostre interesse pelas ideias dos alunos ................................ 22 
5. O PSICOPEDAGOGO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................. 24 
5.1 Inclusão: o que cabe ao psicopedagogo? ....................................... 28 
6. REFERÊNCIAS: ........................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
1. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: A 
BUSCA PEL A SIGNIFICAÇÃO DO APRENDER 
 
“Somos aqueles que podem ajudá-las a lidar melhor com suas vidas, 
a enfrentar as frustrações e a compensar suas fraquezas. Também somos 
os que podem ajudá-las a perceber seus dons e a valorizar seu jeito único de 
ser.” (Sandra Rief,1993). 
Em uma época que muito se discute sobre dificuldades, inclusão e até 
mesmo o conhecido fracasso escolar de crianças e jovens e ao mesmo tempo 
multiplicam-se diversas descobertas da neurociência, não poderíamos deixar 
de ressaltar a importância da intervenção psicopedagógico como forma de 
significação do aprender. 
Este especialista está preparado para trabalhar com todo processo 
da aprendizagem humana, ou seja, ensinar/ aprender. Através de técnicas 
diferenciadas trabalha com os padrões normais ou não do aprender 
considerando sempre a influência e participação do meio (escola, família e 
sociedade) no seu desenvolvimento. Para Fabrício (2008), todo trabalho 
psicopedagógico está centrado e focalizado no autoconhecimento e na autoria 
do pensamento, buscando sempre estratégias de suporte com a finalidade que 
a criança aprenda. 
Muitas das crianças que fracassam e são encaminhadas aos consultórios 
psicopedagógicos trazem consigo a queixas por parte dos educadores e da 
escola suspeitas de “deficiências” em uma ou várias funções cognitivas. O que 
estas instituições esquecem é que este sintoma produzido por tal criança pode 
ser considerado um sinal de mal-estar mais profundo que se relaciona com um 
conflito inconsciente tornando-se desconhecido ao próprio sujeito, em outras 
palavras, dizemos que a criança não sabe os reais fatos de sua não 
aprendizagem. 
 5 
 
 
A intervenção psicopedagógico é um meio eficaz com o forma de 
prevenção do fracasso escolar, seu trabalho norteado por recursos cognitivos e 
emocionais permite não apenas o sucesso na aprendizagem, mas possibilita o 
resgate de sua auto estima e autonomia individual tornando assim mais fácil 
sua socialização com os demais colegas. 
De acordo com Maluf (2009), para estabelecer um bom diagnóstico 
é necessário ter conhecimento do desenvolvimento individual da criança bem 
como centrar-se em serviços especializados que vão além dos farmacológicos. 
Para que todo e ste processo ocorra, sabemos que há uma grande necessidade 
de participação da família e da instituição escolar com vistas a juntos 
constituirmos meios afetivos e de estimulação cognitiva de forma que estas 
intervenções se tornem eficazes e alcancem seus reais objetivos que é o resgate 
e o gosto por aprender. 
A intervenção psicopedagógica, assim como as dificuldades de 
aprendizagem, são situações nas quais o psicopedagogo coloca seus 
conhecimentos à prova, uma vez que inserirá em seu campo de atuação na 
busca pela resolução dos obstáculos de aprendizagem. Uma vez identificados 
os obstáculos, o psicopedagogo poderá corroborar para a reconstrução da 
trajetória de aprendizagem do estudante, de modo a tornar possível o 
estabelecimento da conexão com a própria capacidade de aprender e, assim, 
criar condições para a promoção da interação entre sujeito e objeto de 
conhecimento, propondo estratégias diferenciadas para que a qualidade da 
aprendizagem esteja assegurada de forma gradual. 
Para iniciar o processo de intervenção psicopedagógica, a anamnese 
inicial, a avaliação e o diagnóstico são essenciais para o desenho da intervenção 
mais adequada às necessidades dos sujeitos. 
O primeiro passo para iniciar uma intervenção está na realização de uma 
investigação, que possibilita a disposição de informações relevantes sobre a 
situação na qual pretende-se atuar. Trata-se de um processo compartilhado de 
coleta e análise de dados relevantes da situação de ensino-aprendizagem. 
Considera-se, nesse levantamento, as características dos contextos escolar, 
 6 
 
 
familiar e social com o intuito de tomar decisões que visam à promoção de 
mudanças no contexto de atuação. 
De acordo com Colomer, Masot e Navarro (2008, p. 16) a investigação 
psicopedagógica “(...) desenvolve-se em colaboração com o conjunto de 
participantes no processo: os alunos, a família, a escola, outros profissionais 
etc.(...) têm um caráter interdisciplinar, com contribuições próprias da 
competência de cada um”. Em outras palavras, é função do psicopedagogo, 
dentro da escola, no consultório ou em outros contextos, “(...) procurar identificar 
e diagnosticar as possíveis causas da limitação na aprendizagem apresentada 
por alguns alunos e sua relação com a aprendizagem” (BASTOS, 2015, p. 21). 
A anamnese é o principal ponto de partida. Uma anamnese é uma 
espécie de entrevista inicial, na qual busca-se, por meio de questionamentos, 
levantar a maior quantidade de informações relevantes sobre o problema no qual 
opsicopedagogo deverá intervir. 
 
Imagem: 01 
Tendo em vista a coleta dos aspectos relevantes, realiza-se o 
preenchimento de uma ficha ou um questionário. Para explicar o que é a 
anamnese, Sampaio (2014) expõe que: 
É uma entrevista realizada com os pais ou responsáveis do entrevistado 
e tem como objetivo resgatar a história de vida do sujeito e colher dados 
importantes que possam esclarecer fatos observados durante o 
diagnóstico, bem como saber que oportunidades este sujeito vivenciou 
 7 
 
 
como estímulo a novas aprendizagens. A anamnese é uma das peças 
fundamentais deste quebra-cabeça que é o diagnóstico, pois, por meio 
dela, nos serão reveladas informações do passado e do presente do 
sujeito juntamente com as variáveis existentes em seu meio. 
Observamos a visão da família sobre a criança, as suas expectativas 
desde o nascimento, a afetividade que circula neste ambiente familiar, 
as críticas, os preconceitos e tudo aquilo que é depositado sobre o 
sujeito SAMPAIO, 2014, p. 143). 
 
Toda anamnese deve iniciar-se pela descrição da queixa, que nada mais 
é do que a situação que levou a criança ou o adolescente ao psicopedagogo. 
Destaca-se que a queixa inicial trata de um dos indicativos que precisam ser 
analisados. É importante ter em mente que outros fatores poderão surgir no 
decorrer do processo e, por isso, a anamnese é o ponto crucial para iniciar o 
processo de diagnóstico. Com a queixa apresentada, deve-se partir para a 
entrevista com os pais (ou responsáveis). Existem muitos modelos de 
questionários de anamnese disponíveis, mas é o psicopedagogo quem deverá 
elaborar o próprio modelo, que pode, inclusive, ser modificado com base na 
idade, no período ou na situação de queixa. Embora possam haver questões 
diferenciadas, as áreas de indagação predominantes em uma anamnese 
referem-se a quatro aspectos: 
1) Antecedentes Natais; 
2) Doenças; 
3) Desenvolvimento; e 
4) Aprendizagem e seus desdobramentos. 
 
PRÉ-NATAIS DOENÇAS DESENVOLVIMENTO APRENDIZAGEM 
Perinatais 
(referem-se ao 
parto) 
 
Neonatais 
(referem-se ao 
recém-nascido) 
Graves 
 
Comuns 
 
Psicossomáticas 
 
Fragilidade física 
Desenvolvimento 
motor 
 
Desenvolvimento da 
linguagem 
 
Desenvolvimento de 
hábitos 
Assistemática 
(social) 
 
Sistemática 
(escolar) 
Quadro: 01 
Aspectos predominantes em uma anamnese 
 
 8 
 
 
A realização da entrevista inicial com base nas grandes áreas, seja com 
o sujeito seja com a família, é considerada um dos pontos cruciais de um bom 
diagnóstico, por buscar informações significativas acerca da história do sujeito 
na família, relacionadas ao passado, presente e projeções para o futuro. 
Nesse contexto, o psicopedagogo deverá deixar os entrevistados à 
vontade, “para que todos se sintam com liberdade de expor seus pensamentos 
e sentimentos sobre a criança para que possam compreender os pontos 
nevrálgicos ligados à aprendizagem” (WEISS, 2003, p. 62). Paín (1985, p. 42) 
acredita que é justamente o levantamento da história vital que nos permitirá 
“detectar o grau de individualização que a criança tem com relação à mãe e a 
conservação de sua história nela” (PAÍN, 1985, p. 42). 
Além disso, informações sobre as circunstâncias do parto são 
importantes, como saber se a criança nasceu prematuramente, se houve falta 
de dilatação, se foi empregado o fórceps ou se ocorreu o adiamento de 
intervenção de cesárea, por exemplo, pois “costuma ser causa da destruição de 
células nervosas que não se reproduzem e também de posteriores transtornos, 
especialmente no nível de adequação perceptivo-motriz” (PAÍN, 1985, p. 43). 
Nessa parte da anamnese, é fundamental saber se a gravidez foi 
desejada ou não, se foi aceita pela família, se a criança foi adotada etc. O cenário 
levantado determinará vários outros aspectos, como os afetivos, dos pais em 
relação ao filho, relações entre irmãos etc. Posteriormente, é importante saber 
sobre se houve algum tipo de doença, pois há aquelas que, se não detectadas, 
podem gerar sérias consequências no desenvolvimento ou mesmo 
superproteção dos familiares, o casionando desenvolvimento mais lento ou 
imaturidade no sujeito. No contexto da investigação de doenças, não deve 
esquecer-se dos períodos de vacinação, ou seja, deve-se levar em conta se a 
criança foi devidamente vacinada. 
Na sequência, questões sobre as primeiras aprendizagens são 
extremamente relevantes e se referem ao desenvolvimento. Nessa etapa, 
deverão ser levadas em consideração as aprendizagens relacionadas aos 
contextos não escolares ou informais, por exemplo: como aprendeu a usar a 
 9 
 
 
mamadeira; como foi o processo de desfraldamento; como passou a utilizar o 
copo, a colher; como se deram os controles tanto biológicos quanto emocionais; 
como adquiriu a fala, a alimentação, o sono. A ideia é saber se o 
desenvolvimento ocorreu de forma esperada ou se houve algum tipo de 
defasagem acerca do desenvolvimento geral. Com relação a esse aspecto, o 
objetivo é descobrir “(...) em que medida a família possibilita o desenvolvimento 
cognitivo da criança – facilitando a construção de esquemas e deixando 
desenvolver o equilíbrio entre assimilação e acomodação” (WEISS, 2003, p. 66). 
Para finalizar a aplicação da anamnese inicial, o psicopedagogo deve 
verificar informações relevantes sobre as aprendizagens, tanto a assistemática 
(social) quanto a sistemática (escolar) no contexto escolarizado. 
Exemplos de perguntas que o psicopedagogo pode realizar: 
 
► Como você estuda uma lição? 
 
► Quais os conteúdos e as disciplinas que você aprende com mais 
facilidade? 
 
► De que maneira você aprende com mais facilidade? 
 
► Você estuda sozinho ou com ajuda? 
 
► O que faz quando não consegue aprender o conteúdo? 
 
► Como você se sente em relação ao que não consegue aprender? 
Quadro: 02 
Nesse momento, é fundamental investigar sobre a criança. Perguntas 
como se a criança gosta ou gostou de ir à escola, como se sente ao aprender 
novos assuntos, se recebe ajuda nos estudos em casa, como a família da criança 
reage frente a suas dificuldades e, ainda, se possui dificuldades (de leitura, 
escrita, algum problema de fala etc.). Quanto maior o repertório de questões, 
 10 
 
 
maior é a possibilidade de chegar ao diagnóstico. Durante a entrevista, o 
psicopedagogo pode, inclusive, sentir a necessidade de realizar outras questões 
que não estavam previstas. 
A queixa apresentada e a detecção inicial com base na anamnese podem 
converter-se em demanda, ou seja, em uma intervenção. Com a relação da 
anamnese inicial, o psicopedagogo tem a possibilidade de identificar 
características e dinâmicas fundamentais para traçar o histórico clínico da 
aprendizagem, do desenvolvimento psicoemocional, a interação social e os 
aspectos cognitivos. 
Destaca-se a necessidade da realização da anamnese de forma 
criteriosa, sem o exercício do juízo de valor; isso significa que, durante a 
realização, não se deve corrigir ou advertir a família ou o paciente sem a plena 
realização do diagnóstico, da metodologia, da abordagem e, sobretudo, 
estabelecer a isenção necessária ao trabalho psicopedagógico. Todos os pontos 
apresentados precisam ser considerados no momento da realização desta 
etapa, antes de iniciar a avaliação e o diagnóstico. 
Conforme exposto anteriormente, diagnosticar significa constatar o que 
uma criança ou adolescente possui em relação a algum tipo de dificuldade na 
aprendizagem. Com base nos estudos de Rubinstein (1992, p.51), “a 
investigação de todo o processo de aprendizagem leva em consideração a 
totalidade dos fatores nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, 
entender a constituição da dificuldade deaprendizagem”. Reforça-se que, 
durante o diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo deve ter muita atenção 
à postura, ao discurso, bem como às atitudes dos investigados , visto que são 
pistas importantes para conseguir atingir questões a serem desvendadas. 
Coma e Alvarez (2008, p. 27) defendem que “por trás de toda avaliação 
há sempre um julgamento técnico com base no critério, mediado por um enfoque 
conceitual, técnicas e instrumentos não neutros que são uma medida 
interpretativos da realidade”. Com a anamnese inicial, a avaliação e o 
diagnóstico das necessidades dos estudantes são os próximos passos para o 
planejamento e a intervenção psicopedagógica. Com a queixa e os dados 
 11 
 
 
coletados por essa entrevista, o profissional terá elementos dos quais pode 
partir para a próxima fase do diagnóstico, como a aplicação de testes 
psicopedagógicos. Esta etapa também é conhecida como triagem. 
 
1.1 Testes psicopedagógicos 
Os Testes Psicopedagógicos tratam-se de recursos que ajudam o 
profissional na identificação dos problemas e seus níveis de dificuldades de 
aprendizagem, seja no campo da fala, de leitura e escrita e outros que podem 
ser identificados. Atualmente são disponibilizados uma série de tipos de 
abordagens e testes psicopedagógicos, que o profissional pode aplicar. 
Para o momento da triagem, a escolha dos tipos de testes que 
inicialmente podem ser aplicados deve estar de acordo com o que o 
psicopedagogo percebe logo na anamnese ou com base na própria queixa, 
conforme já mencionado. Desde os primeiros contatos, a criança ou o 
adolescente deve encontrar um espaço apropriado e já organizado com diversos 
materiais pedagógicos dispostos estrategicamente. 
Por meio da aplicação dos testes, ocorrem as primeiras interações entre 
o profissional e o sujeito atendido. Cabe ao psicopedagogo garantir que esse 
contato inicial seja agradável, fazendo com que a criança ou o adolescente 
manifeste, entre outros aspectos de seu desenvolvimento e aprendizagem, 
preferências, aversões, nível de independência emocional e cognitivo, 
linguagem e conhecimentos adquiridos, isto é, todas as manifestações do sujeito 
no que se refere aos campos cognitivo e afetivo em situação de aprendizagem. 
Existe variedade de testes e abordagens para a realização da avaliação 
para, assim, chegar ao diagnóstico. As mais comumente utilizadas são as 
sessões lúdicas centradas na aprendizagem, as provas psicométricas, as provas 
projetivas, as provas específicas e a análise do ambiente, bem como outras 
formas de verificação das dificuldades e seus níveis. 
 12 
 
 
 
Imagem: 02 
1.2 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem 
 
A brincadeira é condição fundamental para o aprendizado. É por meio 
dela que as crianças compartilham e produzem sentidos e significados para o 
mundo ao seu redor. Borba (2009, p. 70), acrescenta que ao “(...) brincar, a 
criança não apenas expressa e comunica suas experiências, mas reelabora, 
reconhecendo-se como sujeito pertencente a um grupo social e a um contexto 
cultural, aprendendo sobre si mesma e sobre os homens e sua relação com o 
mundo e também sobre os significados culturais do meio em que está inserida”. 
Em tal contexto, Maria Lúcia Lemme Weiss (p. 79, 2003) afirma que 
a Sessão Lúdica Centrada na Aprendizagem trata-se de uma integração da 
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (Eoca) e a Hora do Jogo. Isso 
quer dizer que, durante a realização de uma brincadeira previamente planejada, 
o psicopedagogo pode analisar a forma como a criança reage, sistematiza ou 
demonstra seu nível de conhecimento (ou a falta dele) sobre algum conteúdo 
por meio de um processo de interação e investigação. 
 13 
 
 
 
Imagem: 03 
Para o desenvolvimento de uma sessão lúdica qualitativa, a brincadeira 
ou o jogo deve ser planejado com antecedência, o material disponibilizado e o 
espaço organizado para receber a criança ou o adolescente. Os materiais 
selecionados pelo profissional são fundamentais nesse processo e devem ser 
providenciados com base no objetivo específico de cada sessão, do tempo 
disponível, bem como da idade do paciente. As sugestões a seguir podem ajudá-
lo(a) a ter uma ideia de como a etapa de seleção é algo extremamente relevante: 
► Variedades de folhas de papel (pautadas, lisas, brancas e coloridas), 
apontador, régua, lápis de cor, canetinhas, cola, tesoura, revistinhas, lápis e 
livros. 
► Bloco de madeira, plástico ou materiais de encaixe. 
► Material para carpintaria e construções, como peças de madeiras, 
preguinhos, tachinhas, arames e ferramentas. 
► Material de sucata (embalagens vazias, caixinhas, carretéis, rolhas, 
retalhos, fios etc.). 
 14 
 
 
► Material para expressão artística, como tintas diversas, massa 
plástica, massa de modelar e cola plástica colorida. 
► Material para expressão de diferentes papéis, como fantoches, 
miniaturas, animais, flores, bonecos, bonecas, panelinhas etc. 
► Jogos de diversas naturezas, como tabuleiro, jogos individuais, 
interativos, gamificados etc. 
Com base em Paín (1985, p. 55), [...] os dados mais importantes a 
serem extraídos da sessão denominada Hora do Jogo respondem aos 
aspectos fundamentais da aprendizagem: 
a) Distância de objeto e capacidade de inventário. 
b) Função simbólica e adequação significante – significado. 
c) Organização e construção da sequência. 
d) Integração e esquema de assimilação. 
 
1.3 Provas psicopedagógicas 
As provas psicopedagógicas permitem a avaliação do aspecto intelectual 
e do comportamento do paciente, visto que são baseadas no princípio de que 
a maneira com que o sujeito percebe, interpreta e estrutura o material ou a 
situação reflete os aspectos fundamentais da sua capacidade intelectual e 
emocional. Para Paín (1985, p. 57), elas “oferecem, junto com os pontos 
expressos na idade mental, quociente intelectual ou percentil, a situação do 
sujeito em uma classificação diagnóstica em virtude do rendimento 
demonstrado”. 
As provas psicométricas permitem elucidar até que ponto a 
disponibilidade dos processos cognitivos justificam as dificuldades dos sujeitos 
 15 
 
 
no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Ainda de acordo com Paín 
(1985, p. 61), a análise dos protocolos pode ser resumida da seguinte forma: 
► Idade mental, quociente intelectual, percentil e escore, segundo o 
baremo aplicado. 
► Determinação do estádio de estruturação alcançado, segundo a teoria 
genética. 
► Análise da dispersão: aptidões, áreas compensadas, descompen-
sadas ou deterioradas. Determinação dos fatores de correlação entre as provas. 
►Modalidades da atividade cognitiva. 
 
2. IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO 
 
Cabe ao psicopedagogo auxiliar na superação das dificuldades 
relacionadas ao processo de ensino/aprendizagem, instigando, quando 
necessário, reflexões que possam efetivar uma prática educativa mais 
compreensiva e inclusiva. Assim, são desvelados fatores que estão relacionados 
ás dificuldades, e os professores são levados a compreenderque cada um 
aprende em um ritmo diferente. 
Visca (1991, p. 17) aponta que: “ a psicopedagogia deve visar o processo 
de aprendizagem humana, em que o objetivo do psicopedagogo seja trabalhar a 
sociedade em geral”. 
O psicopedagogo realiza a avaliação psicopedagógica, e para tanto deve 
ter em mente a importância de aspectos biológicos, psicológicos e sociais que 
possam interferir durante o processo avaliativo. 
Podemos nos deparar com inúmeros fatores que podem interferir no 
processo de aprendizagem, mas podemos direcionar o foco também para fatoresinternos e externos. 
 16 
 
 
A psicopedagogia tem como meta compreender o processo de 
aprendizagem e todo o processo de desenvolvimento do sujeito, considerando 
como ocorrem as transformações em relação ao aprender, e também 
considerando o processo de inte-relação de aspectos sociais, emocionais, 
culturais e pedagógicos. 
Nesse sentido, cabe ao psicopedagogo compreender o sujeito avaliativo 
na sua especificidade, e ao mesmo tempo na sua totalidade, pois o 
desenvolvimento humano, e o processo de ensino e de aprendizagem, ocorrem 
em diversos espaços. 
 
3. PLANO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO 
EM DIFERENTES CONTEXTOS DE 
APRENDIZAGENS 
 
Conforme já mencionado, ao passar pela intervenção psicopedagógica, a 
criança ou o jovem terá condições de prosseguir com seus estudos ou aprender 
a lidar com limites que alguma dificuldade possa apresentar durante o seu 
processo de desenvolvimento, tanto nos aspectos cognitivos quanto nos 
motores, sociais e emocionais . 
Por isso, para fazer um plano de intervenção psicopedagógica adequado, 
é necessário que, primeiramente, seja feita uma análise cuidadosa de vários 
fatores. O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem de um estudante ou de 
um grupo de estudantes é feito com base na análise das queixas apresentadas 
em entrevistas com os responsáveis, os professores e o próprio aluno. Além 
disso, é fundamental que o psicopedagogo esteja atento a outros sinais e fatores 
que podem ser responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem, como 
problemas orgânicos, familiares, psicoemocionais ou escolares. 
Após estudo dos componentes orgânicos de cada caso, do diagnóstico 
psicopedagógico e com a clareza que jamais deverá interferir, sugerindo 
 17 
 
 
alterações medicamentosas, visto que não é sua área de competência, o 
profissional deve elaborar e apresentar o plano de intervenção psicopedagógica 
com o intuito de sanar ou auxiliar a lidar com as dificuldades de aprendizagem. 
As sessões de atendimento podem ser feitas na escola, nas clínicas, nos 
hospitais, em ONGs ou em centros comunitários e até em outros contextos. Por 
isso, com base nas especificidades de cada cenário ou dificuldades 
apresentada, o instrumento proposto pode ser adaptado de modo que as 
necessidades sejam atendidas. Destaca-se, ainda, que o instrumento 
mencionado deve compor o dossiê da criança ou do adolescente atendido. 
Os psicopedagogos conseguem perceber durante o processo avaliativo 
quais serão as intervenções necessárias para auxiliar na superação das 
dificuldades percebidas. 
 
Imagem: 04 
Gamba e Treto (2009,p.2) corroboram com essa ideia ao indicarem que, 
para que o trabalho em uma clínica de psicopedagogia seja realizado com 
sucesso: 
O psicopedagogo precisa estar atento às inúmeras possibilidades de 
intervenções, levando em conta as dificuldades apresntadas pelos 
clientes que buscam sua ajuda, bem como a própria disponibilidade 
frente a novos aprendizados demonstrados por este. 
 18 
 
 
O diagnóstico e as intervenções para superar as dificuldades de 
aprendizagem fazem com que vários profissionais que atuam em suas áreas 
específicas contribuam no processo; temos em maior evidência a área da 
educação e da saúde. 
Cabe ao psicopedagogo avaliar, criar estratégias, estimular as 
potencialidades e superar as dificuldades, considerando o desenvolvimento dos 
alunos numa prática de superação, com encaminhamentos indicativos para cada 
processo avaliativo. 
Muitas vezes, é necessário investir em recursos para a busca de 
qualidade, quando se sente a necessidade de adaptação nas atividades, novos 
encaminhamentos pedagógicos, e ainda a formação continuada para os 
profissionais, com vistas a sanar as dificuldades de aprendizagem. 
 
4. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA INTERVENÇÃO 
PSICOPEDAGÓGICA 
 
As intervenções psicopedagógicas no contexto da contemporaneidade 
necessita de profissionais criativos para que seja possível formar estudantes 
criativos. Mas, o que significa ser um profissional criativo? Quais são as suas 
características, bem como os fatores facilitadores da criatividade no processo 
ensino-aprendizagem? Ainda que não esgotemos essa temática, acredito que 
tais indagações são relevantes para reflexão e devem permear o exercício da 
profissionalidade docente atualmente. 
Criatividade e inovação são conceitos que sempre andam juntos e não 
significam a mesma coisa. Quando se fala em criatividade, trata-se 
especificamente do processo de pensar, imaginar e ter ideias, ainda sem, 
necessariamente, um princípio lógico ou baseado em uma necessidade. Está 
associada a processos de imaginação, insights, sonhos e invenção. A 
criatividade é livre! O limite está no que a mente é capaz de produzir. 
 19 
 
 
Houaiss e Villar (2003, p. 92) definem criatividade como “qualidade ou 
característica de quem ou do que é criativo. Inventividade, inteligência e 
talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no 
campo artístico, quer no científico, esportivo etc.”. A criatividade 
implica em novos modos de perceber e pensar as coisas do mundo. 
A inovação, por sua vez, significa fazer o novo, renovar, alterar a ordem 
das coisas, de maneira simplificada, ter novas ideias ou mesmo aplicar uma ideia 
já conhecida em um novo contexto. O Manual de Oslo (2013) – documento de 
referência internacional que analisa e compila os dados sobre os processos de 
inovação – define que inovação é a: 
“implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou 
significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de 
marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, 
na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 
2013, p. 46)). 
Conforme apontado por Camargo e Daros (2018), ainda de acordo com o 
Manual de Oslo (2013), é por meio da inovação que novos conhecimentos são 
criados e difundidos, expandindo o potencial econômico para o desenvolvimento 
de novos produtos e de novos métodos produtivos de operação. 
De modo sintetizado, podemos afirmar que enquanto a criatividade está 
no plano das ideias, a inovação é a capacidade de materializá-las em produtos, 
artefatos ou soluções em determinado contexto. Criatividade e inovação andam 
juntos, pois não adianta ter ideias e não conseguir materializá-las, assim como 
somente a capacidade de materialização sem as ideias não resultam em 
modificações significativas. 
O trabalho psicopedagógico que prioriza o desenvolvimento da 
criatividade no contexto educacional é fundamental para atender às demandas 
sociais, em especial daquelas que exigem nova postura do sujeito nos ambientes 
em que atua – como estudante, trabalhador, membro de uma família, entre 
outros. Corroborando com esse argumento, os estudos de Alencar e Fleith 
(2003, p. 28) defendem que “as habilidades criativas são de crucial importância 
no processo de preparação dos alunos para lidar com o mundo complexo e cheio 
de desafios”. No entanto, ao falar em criatividade no processo educativo, é 
preciso estar atento ao seu verdadeiro significado e às suas implicações 
pedagógicas de modo que o conceito não seja banalizado ou tratado como 
 20 
 
 
simplismo, permeado por mitos e crenças que lhe podem conferir uma visão 
restrita. 
Independente da implementação de um modelo ou uma nova estratégia 
inovadora, toda prática educativa deve conter o caráter intencional e necessita 
de planejamento e sistematização. Nesse sentido, é fundamental que seja 
explicitada a concepção de educação que se tem como elemento norteador, ou 
seja, é necessário ter clareza de qual é a função social da escola e da 
universidade,para que se ensina e quais resultados são esperados por meio do 
ensino proposto, o que especificamente a criança ou o adolescente precisa para 
avançar. Além disso, é preciso levar em conta os diversos fatores que 
contribuem para a configuração de um processo inovador, implicando, além das 
ideias criativas dos sujeitos, a motivação para efetivá-las, o conhecimento e os 
recursos materiais possíveis e necessários. Nessa perspectiva, a próxima seção 
tratará especificamente dos saberes de um psicopedagogo inovador. 
O psicopedagogo criativo e inovador é definido pelas suas técnicas e os 
recursos que utiliza, mas principalmente pela sua postura, seu modo de enfrentar 
como realiza a intervenção. Segundo Wechsler (2001, p. 89), é o profissional 
que: 
“está aberto a novas experiências e, assim sendo, é ousado, curioso, 
tem confiança em si próprio, além de ser apaixonado pelo que faz. 
Trabalha com idealismo e prazer, adotando uma postura de facilitador e 
quebrando paradigmas da e ducação tradicional”. 
 
Cuidar da experiência dos estudantes e potencializar ao máximo as suas 
possibilidades de aprendizagem devem ser os principais focos do trabalho 
docente, pois criar condições motivadoras faz a diferença para efetivar a 
criatividade e inovação no atendimento e na intervenção psicopedagógica. 
O profissional que assume o papel de estimulador da criatividade e da 
inovação organiza atividades pedagógicas que criam condições para que os 
estudantes exercitem o pensamento, desenvolvam novas ideias, estimulem 
diferentes pontos de vista, tomem decisões e façam escolhas. 
 21 
 
 
Um psicopedagogo criativo e inovador corrige e aponta o erro dos 
estudantes, mas reconhece que faz parte do processo, visto que todo erro é 
considerado uma tentativa de acerto. Não expõe os pacientes classificando-os 
como pior ou melhor, mas busca compreender como o pensamento daquele 
estudante se consolidou para a chegada da resposta, ainda que não esteja 
correta. Ao partimos do entendimento de que os estudantes aprendem na 
interação com seus pares, é fundamental levar em consideração o planejamento 
de um espaço que contemple essa premissa. Então, é requerido um espaço 
intencionalmente organizado, de modo que se ja desenvolvido um ambiente rico 
de interações para os estudantes. 
Para que isso ocorra é preciso planejar quais serão os materiais 
disponibilizados, a disposição do espaço, mas principalmente se a estratégia 
selecionada pelo psicopedagogo atende à finalidade da aprendizagem. Não 
adianta ter um espaço carregado de possibilidades se as estratégias 
pedagógicas não favorecem o bom uso dos recursos. 
Para conseguirmos criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do 
conhecimento por meio da criatividade, a organização e a disciplina representam 
condição sine qua non. 
Para que isso o corra, temos algumas orientações: 
► Providencie os materiais com antecedência. 
► Aguarde os estudantes com a sala previamente organizada. 
► Distribua os materiais necessários. 
► Realize a gestão adequada dos insumos, e vitando desperdício. 
► Apresente as regras de execução da atividade. 
► Verifique se todos compreenderam os objetivos. 
► Realize a gestão do tempo. 
 22 
 
 
Estipular as regras e segui-las, tomando providências caso sejam 
quebradas, é essencial para garantir um ambiente seguro. Os estudantes não 
respeitarão ou confiarão no profissional quando este não consegue estabelecer 
limite e organização em sua sala de aula. 
 
4.1 Estimule a colaboração entre os estudantes 
 
A aprendizagem colaborativa refere-se a uma forma de condução do 
trabalho pedagógico, na qual os estudantes precisam necessariamente trabalhar 
juntos, em grupos, focados em um objetivo comum. Não dá para fragmentar o 
trabalho de forma que cada um se responsabilize apenas pela sua parte. Nesta 
abordagem, os estudantes são responsáveis pelo aprendizado uns dos outros, 
de modo que o sucesso de um dos integrantes impacta no sucesso dos demais. 
A cooperação é algo que se aprende exercitando por meio da prática. 
 
4.2 Demostre interesse pelas ideias dos alunos 
 
 
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Os estudantes, independentemente da idade, dedicam-se mais aos 
estudos quando gostam e confiam no profissional. Neste caso, cabe ao 
psicopedagogo demonstrar interesse pelas ideias dos estudantes, tratá-los com 
respeito, ou melhor, da mesma forma como gostaria de ser tratado. É 
recomendado que o profissional ofereça apoio, sorria e ouça sua turma, tratando 
a todos de maneira igual. 
O mais importante: inspire os alunos! 
Imagine um profissional da educação que usa da autoridade apenas para 
manter a ordem, propõe atividades mecânicas, impossibilita a participação dos 
estudantes, pune com provas ou mais exercícios e utiliza o tempo do aluno de 
forma improdutiva. Agora imagine que esse é o seu professor. É inspirador? 
Desperta a vontade de aprender? Obviamente a resposta é não.Inspirar significa 
despertar o potencial dos estudantes, o seu desejo de aprender, participar, 
descobrir e criar. Um profissional que inspira é aquele que consegue gerar no 
outro a vontade de realizar algo, de aprender e crescer profissionalmente. 
 
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Há muitas estratégias, técnicas e recursos que podem contribuir na 
intervenção psicopedagógica de forma que a criatividade e a inovação sejam 
desenvolvidas. Qual delas usar? A escolha depende do conteúdo a ser 
trabalhado, dos recursos disponíveis e, principalmente, dos planos de ensino e 
de aula elaborados pelo profissional, os quais definem os objetivos de 
aprendizagem e como esta pode ser estimulada. 
No atendimento psicopedagógico, não podemos preparar os estudantes 
para uma sociedade que não existe, logo, devemos garantir o conhecimento por 
meio de práticas psicopedagógicas que atendam às demandas sociais. 
Trabalhar a criatividade não pode ser visto como uma prática meramente 
espontânea, sem planejamento, definida pelo simples fato de criar qualquer 
coisa sem sentido. Isso não é criatividade. É enrolação! O trabalho criativo exige 
conhecimento, planejamento, inteligência emocional e muita disciplina. 
 
5. O PSICOPEDAGOGO E A EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA 
 
 
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Psicopedagogia é concebida como a área que estuda o ato de aprender, 
entendendo-se o ato de aprender como os sentimentos, as ações, as 
elaborações do sujeito durante o seu processo de aprendizagem e a consciência 
que ele tem do que realiza. 
 A intervenção psicopedagógica pode ser educacional ou clínica. É 
educacional quando estuda, analisa e propicia condições para que o aprendiz 
organize e elabore dados e informações, utilizando-os em sua vida. É clínica 
quando estuda e analisa bloqueios, para que o aprendiz ultrapasse dificuldades 
e problemas de aprendizagem e possa organizar e elaborar dados e 
informações, utilizando-os em sua vida. 
O papel do psicopedagogo diante de um quadro de inclusão escolar é de 
suma importância; pois será ele o intermediário de facilitações e possibilidades 
de aprendizagens. Através do psicopedagogo se fará a eliminação de barreiras 
e criação de estratégias que muitas vezes são simples, mas que fazem parte da 
estratégia de ensino utilizada pelo professor regente e que irá possibilitar um 
currículo que atenda esse aluno. 
 
 
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O trabalho da psicopedagogia não consiste em aplicar somente teorias, 
em se fazer aprender as teorias, mas sim possibilitar novas formas de aprender, 
observando o educando, buscando meios pra que se compreenda. A 
psicopedagogia não se prende nasdificuldades desse educando, mas sim, em 
estar procurando alternativas de ensinar sobrepondo as dificuldades de 
aprendizagens apresentadas pelo mesmo. 
Para Cunha (2015), o trabalho deve acontecer através da observação, 
primeiro passo para se atingir os pontos posteriores. A observação permite 
“selecionar os estímulos que tornam o aprendente mais receptível às práticas 
pedagógicas. O que o aluno ama o que lhe interessa, seus sonhos e desejos 
são baldrames da atuação psicopedagógica. A sua interioridade deve ser 
priorizada [...]” (Idem, 2015, p 19). 
A observação possibilita conhecer os gostos, as preferências, os desejos, 
e a partir desses detalhes deve ser criada uma linha de trabalho, que também 
venha acompanhada de afeto e estímulos, para que a aprendizagem floresça a 
partir do interior do educando, pois, quanto maior for o número de estímulos, 
maiores e melhores serão as oportunidades de evolução do aprendizado. 
O ato de ensinar exige uma série de habilidades e competências do 
educador, para que este consiga articular fatores individuais, sociais, internos, 
individuais, externos que influenciam o tempo todo o aluno. 
 
 
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As práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula são desenvolvidas 
pelos professores e por uma equipe pedagógica que organizem suas práticas 
relacionando-as com as concepções sobre criança, infância e educação. Essas 
práticas, entretanto, são reguladas pela escola e por toda a sua estrutura 
pedagógica. 
A educação inclusiva exige a adoção de práticas diferenciadas, não sendo 
concebidas práticas que se pautem pela homogeneidade e que considerem uma 
única forma de aprender. Deve-se ainda no processo educacional que as 
práticas pedagógicas não se limitem apenas a concepção da patologia, mas se 
volte para o indivíduo, deve se apoiar nas necessidades desses alunos. 
O atendimento psicopedagógico segundo Bastos (2005) deve considerar 
os seguintes aspectos: 
► Promover o bem-estar emocional da pessoa autista, diminuindo suas 
experiências negativas de medo, ansiedade, frustação, incrementando 
possibilidades de emoções positivas de serenidade, alegria e autoestima. 
► Promover a autonomia pessoal e as competências de autocuidado, 
diminuindo assim sua dependência de outras pessoas. 
► Aumentar suas possibilidades de comunicação, autoconsciência e 
controle do próprio comportamento. 
► Desenvolver habilidades cognitivas e de atenção, que permitam uma 
relação mais rica com o seu meio ambiente. 
► Aumentar a liberdade, espontaneidade e flexibilidade de suas ações, 
assim que estiver preparado. 
► Aumentar sua capacidade de assimilar e compreender as interações 
com outras pessoas, assim como sua capacidade de interpretar as intenções 
dos demais. 
► Desenvolver técnicas de aprendizagem, baseadas na imitação, 
aprendizagem de observação. 
► Diminuir aquelas condutas que trazem sofrimento para o próprio sujeito 
e para os que o rodeiam como as autoagressões, ações destrutivas. 
► Desenvolver suas competências comunicativas. (apud Riviére 1997, p. 
128). 
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O trabalho psicopedagógico deve ser visto como uma ferramenta para 
ajudar na organização e estrutura cognitiva e comportamental dos indivíduos, 
sendo necessário intervenções específicas para melhor atender as Pessoas com 
Deficiência (PcD). 
A inclusão depende do entendimento de que o processo de conhecimento 
é tão importante quanto seu produto final e deve acatar o ritmo da aprendizagem 
e o traçado que cada aprendiz organiza, partindo de seus sistemas de 
significação e de seus conhecimentos obtidos além do que foi herdado. Os 
profissionais precisam entender como os conhecimentos evoluem e como a 
inteligência se evidência na organização das estratégias, ou seja, como os 
alunos podem aplicar conhecimentos que já possuem para se adaptarem a 
situações inéditas e desconcertantes tanto do pensamento, quanto da ação. 
Conforme Mantoan (1997), o processo de inclusão exige da escola novos 
recursos de ensino e aprendizagem, gerados a partir de uma mudança de 
posicionamento e de atitudes dos professores e da própria instituição de ensino, 
simplificando todo o processo conservador de suas práticas, em direção a uma 
educação verdadeiramente focada em atender às necessidades de todos os 
alunos. 
 
5.1 Inclusão: o que cabe ao psicopedagogo? 
 
Considerando o que foi dito sobre Psicopedagogia e sobre inclusão, pode-
se afirmar que a contribuição do psicopedagogo para a inclusão do aluno no 
processo educacional e social seria, pois, o de: 
• oferecer condições à participação no meio social em que se vive; 
• partir do que o aluno dispõe e atender às suas necessidades para 
aprender pensando elaborando e decidindo; 
 
Avaliar possibilidades e dificuldades do aprendiz: 
 
• o que compreende e o que não compreende; 
• habilidades e operações nas áreas de conhecimento; 
• recursos que propiciam organização e elaboração do ensinado; 
 29 
 
 
• recursos para desenvolver habilidades e operações; 
 
Fundamentar e ilustrar a importância de: 
• atender as necessidades e ensinar a partir do que o aluno conhece e 
tem possibilidades; 
• oferecer condições para o aluno elaborar e decidir; 
• avaliar continuamente, propiciando ao aluno oportunidades de refazer 
atividades e compreender o que e onde errou. 
 
Opor-se a: 
• pseudo-escolarização; 
• ausência de avaliação, que elimina o elaborar, o aprender, o pensar; 
• promoção automática, que desrespeita o ser humano e desacredita em 
seu potencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
 
 
6. REFERÊNCIAS: 
 
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Brasília: Universidade de Brasília, 2003. 
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P. Educação Infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009. 
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Psicopedagógica. In: BONALS, J.; CANO, S. M. Avaliação Psicopedagógica. 
São Paulo: Artmed, 2008. 
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educativas na escola e na família. 6 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2015. 
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aprendizagem no espaço clínico. Curitiba: Educere, 2009. 
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Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. 
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2000. 
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2003.

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