Buscar

sl-117ma-23-see-sp-artes-ret

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

CÓD: SL-117MA-23
7908433236603
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE 
SÃO PAULO 
SEE-SP
Professor de Ensino Fundamental 
e Médio - EDUCACAO ARTÍSTICA
a solução para o seu concurso!
Editora
EDITAL DE ABERTURA DE
 INSCRIÇÕES Nº 01/2023
INTRODUÇÃO
a solução para o seu concurso!
Editora
Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro 
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como 
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução 
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter 
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você 
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma 
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, 
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não 
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É 
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha 
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto 
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque 
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses 
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais 
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma 
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é 
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo 
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação 
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
O concurso SEE-SP é uma oportunidade única para quem deseja ingressar no serviço público como servidor da 
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Por isso, é importante se preparar adequadamente para enfrentar 
essa prova desafiadora. A Editora Solução se orgulha de apresentar uma apostila exclusiva para Conhecimentos 
Específicos - Especialidade, a fim de auxiliar os estudantes a alcançar seus objetivos.
Nosso material foi organizado de forma a introduzir o aluno no que é cobrado pelo edital e nas principais 
bibliografias indicadas para o concurso. Ressaltamos que a apostila é uma ferramenta introdutória e complementar 
aos estudos. Para obter um conhecimento completo, é fundamental que o estudante vá atrás de cada bibliografia 
e documento oficial indicado no edital.
Nossa apostila visa auxiliar na compreensão dos principais pontos cobrados no edital, assim como fornecer 
uma base teórica sólida para a resolução de questões. Acreditamos que, com dedicação e empenho, nossos 
alunos terão sucesso nesse desafio.
É importante lembrar que, além do conteúdo abordado na apostila, o edital do concurso SEE-SP também 
exige conhecimentos específicos em outras áreas. Por isso, é fundamental que o estudante busque informações 
complementares em outras fontes.
Por fim, ressaltamos a importância do estudo sério e constante, bem como a dedicação ao aprendizado. 
Desejamos a todos um excelente preparo e sucesso no concurso SEE-SP. A Editora Solução está à disposição para 
auxiliar no que for preciso.
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
Editora
Conhecimentos 
1. Do processo dinâmico, comunicativo, dialógico, ético, estético, protagonista e democrático entre ensinar e aprender, respei-
tando a pluralidade de saberes presentes na aula de arte enquanto espaço de constituição de seres humanos dotados de 
autonomia, sensibilidade, criticidade e inventividade ............................................................................................................... 7
2. Do processo simbólico inerente ao ser humano por meio das linguagens artísticas em situações de produção e apreciação 
entre diferentes contextos culturais e diante de múltiplas manifestações artísticas ................................................................ 7
3. Da produção artística contemporânea brasileira e estrangeira em sua multiplicidade de manifestações ................................ 8
4. Dos processos que envolvem pesquisa, experimentação, apreciação e as dimensões do conhecimento (Criação; Crítica; Es-
tesia; Expressão; Fruição e Reflexão), superando a dicotomia entre teoria e prática ............................................................... 8
5. Das linguagens das artes visuais, da dança, da música e do teatro e dos elementos visuais, sonoros, gestuais e signos, nos 
mais variados textos verbais e não verbais ................................................................................................................................ 9
6. Dos conceitos sobre as linguagens artísticas a partir de saberes estéticos, artísticos e culturais, tais como: história da arte nas 
diferentes linguagens, filosofia da arte, práticas culturais, relações entre arte e sociedade e o fazer artístico ........................ 11
7. Dos processos e experiências que valorizem a singularidade dos saberes populares e eruditos como fruto da intensa intera-
ção do ser humano consigo mesmo, com o outro, com seu meio, sua cultura e com seu tempo e espaço ............................. 30
8. Dos patrimônios culturais materiais e imateriais e dos instrumentos que permitam identificar as características de seus es-
tudantes e a comunidade onde vivem, buscando aproximações e modos de acesso aos seus universos, instigando o contato 
significativo com a arte .............................................................................................................................................................. 31
9. Da intertextualidade e interdisciplinaridade relacionando as linguagens artísticas às demais áreas do conhecimento ........... 33
10. Dos processos criativos do/com o estudante a partir das
dimensões do conhecimento, ao desenvolver projetos nas lingua-
gens específicas e projetos interdisciplinares entre as linguagens artísticas e com as outras áreas de conhecimento do Currí-
culo Paulista ............................................................................................................................................................................... 33
11. Dos códigos das linguagens artísticas, com a especificidade de seus saberes e fazeres, contribuindo para o seu aprofunda-
mento, por meio de conceitos abordados no Currículo Paulista ............................................................................................... 34
12. Das experiências artísticas e estéticas que propiciem a ampliação do olhar, a escuta, a sensibilidade e as possibilidades de 
ação dos estudantes .................................................................................................................................................................. 34
13. Dos referenciais teóricos e recursos didáticos disponíveis, de acordo com as características dos contextos educativos, às 
necessidades dos estudantes e às propostas educativas ........................................................................................................... 35
14. Dos conceitos, objeto de conhecimentos, técnicas, procedimentos, materiais, tecnologias e instrumentos envolvidos nos 
processos de trabalho propostos nas linguagens, compreendendo e articulando diferentes teorias e métodos de ensino .... 35
15. Dos processos de criação em arte na construção de poéticas pessoais, coletivas ou colaborativas ......................................... 36
16. Do trabalho colaborativo com seus pares e a comunidade escolar, da mediação cultural no modo de organizar, acompanhar 
e orientar visitas presenciais e virtuais a museus e mostras de arte, apresentações de espetáculos de teatro, música e dança, 
exibições de filmes, a ateliês de artistas, entre outros .............................................................................................................. 36
17. Da aula de arte como um processo dinâmico, um ato comunicativo dialógico, ético e estético e como espaço de constituição 
de seres humanos dotados de autonomia, sensibilidade, criticidade e inventividade .............................................................. 37
18. Do campo da história do ensino da arte no Brasil, bem como as diversas teorias e propostas metodológicas que fundamen-
tam as práticas educativas em arte ............................................................................................................................................ 38
19. Da construção de uma práxis docente integrada pelas dimensões cognitivas, físicas, socioemocionais, sociais e humanas que 
reconhecem o valor da experiência, do diálogo, da empatia, da sensibilidade, da pesquisa, da imaginação, da experimenta-
ção e da criação, na sua atuação em processos formativos em arte ......................................................................................... 38
Bibliografia Livros e Artigos
1. ALMEIDA, Berenice. Encontros musicais: pensar e fazer música na sala de aula. São Paulo: Melhoramentos, 2011 ............... 45
2. BARBOSA, Ana Mae. John Dewey e o ensino da arte no Brasil. São Paulo: Cortez, 2015 ................................................ 45
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
Editora
3. BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: propostas para formação integral da criança. São Paulo: Pei-
-rópolis, 2003 ............................................................................................................................................................................. 46
4. CAZNOK, Yara Borges. Música: entre o audível e o visível. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2008. ....................................................... 46
5. KOUDELA, Ingrid Dormien. Léxico de pedagogia do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015 ........................................................ 46
6. LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: Com Arte, 2013 .................................... 47
7. MARQUES, Isabel Azevedo. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2018 .................................... 47
8. NUNES, Fabio Oliveira. Ctrl+Art+Del: distúrbios em arte e tecnologia. São Paulo: Perspectiva, 2010 ...................................... 47
9. SABINO, Jorge; LODY, Raul. Danças de matriz africana: antropologia do movimento. Rio de Janeiro: Pallas, 2015 ........... 48
10. SPOLIN, Viola. Jogos teatrais na sala de aula: um manual para o professor. São Paulo: Perspectiva, 2017 .............................. 48
11. SCHWARCZ, Lilia Moritz; NOGUEIRA, Thyago. Por trás daquela foto: contos e ensaios a partir de imagens. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2011 ...................................................................................................................................................... 48
Publicações Institucionais
1. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC/ SEB/DICEI, 2013. ................................................................ 51
1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. p. 191-
209 ............................................................................................................................................................................................. 52
2. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa ensino médio. São Paulo: SEDUC, 2020. p. 
153-178 ...................................................................................................................................................................................... 61
3. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa ensino médio. São Paulo: SEDUC, 2020. p. 
52-57 .......................................................................................................................................................................................... 75
7
a solução para o seu concurso!
Editora
CONHECIMENTOS 
DO PROCESSO DINÂMICO, COMUNICATIVO, DIALÓGI-
CO, ÉTICO, ESTÉTICO, PROTAGONISTA E DEMOCRÁTICO 
ENTRE ENSINAR E APRENDER, RESPEITANDO A PLURA-
LIDADE DE SABERES PRESENTES NA AULA DE ARTE EN-
QUANTO ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DE SERES HUMA-
NOS DOTADOS DE AUTONOMIA, SENSIBILIDADE, 
CRITICIDADE E INVENTIVIDADE
Nesse contexto, é importante compreender que a arte vai 
além da mera reprodução técnica de habilidades. Ela envolve uma 
experiência interativa, na qual o professor e o aluno dialogam e 
colaboram de forma ativa. O processo de ensinar e aprender arte 
se torna dinâmico, estimulando a participação e o engajamento 
de todos os envolvidos. A comunicação desempenha um papel 
fundamental nesse processo. Através da expressão artística, seja 
por meio das artes visuais, música, dança, teatro ou outras for-
mas de manifestação, os indivíduos são capazes de se comunicar, 
transmitindo emoções, ideias e reflexões. A arte se torna uma lin-
guagem universal, capaz de promover conexões e compreensão 
entre diferentes culturas e realidades.
O diálogo também se estabelece entre as diferentes mani-
festações artísticas e entre os diversos saberes presentes na aula 
de artes. Através da interdisciplinaridade, é possível explorar as 
relações entre a arte e outras áreas do conhecimento, enrique-
cendo o processo de aprendizagem e ampliando as perspectivas 
dos estudantes. Além disso, o ensino de arte deve ser pautado em 
princípios éticos, respeitando a diversidade de expressões e valo-
rizando a pluralidade de culturas e identidades presentes na sala 
de aula. A arte tem o poder de promover a inclusão e
a valorização 
das diferenças, proporcionando um ambiente de respeito e aco-
lhimento. No aspecto estético, a aula de arte busca desenvolver 
o olhar sensível dos alunos, despertando a apreciação estética e 
estimulando a criação de obras originais. 
Através do contato com diferentes manifestações artísticas, 
os estudantes são incentivados a explorar sua própria criativida-
de, experimentando novas formas de expressão e descobrindo 
sua identidade artística. O protagonismo dos alunos também é 
essencial na aula de arte. Eles são encorajados a serem agentes 
ativos no processo de aprendizagem, assumindo o papel de cria-
dores e intérpretes de suas próprias produções. A autonomia é 
desenvolvida, permitindo que os estudantes tomem decisões e 
expressem suas ideias de forma autêntica. 
Por fim, a aula de arte se configura como um espaço demo-
crático, no qual todos têm voz e oportunidade de se expressar. Os 
saberes individuais são valorizados e compartilhados, enriquecen-
do a experiência coletiva. A diversidade de perspectivas contribui 
para a formação de seres humanos críticos, capazes de compreen-
der o mundo de forma mais ampla e transformadora. Em suma, o 
processo dinâmico, comunicativo, dialógico, ético, estético, prota-
gonista e democrático entre ensinar e aprender na aula de arte é 
fundamental para a constituição de seres humanos.
DO PROCESSO SIMBÓLICO INERENTE AO SER HUMANO 
POR MEIO DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS EM SITUAÇÕES 
DE PRODUÇÃO E APRECIAÇÃO ENTRE DIFERENTES CON-
TEXTOS CULTURAIS E DIANTE DE MÚLTIPLAS MANIFES-
TAÇÕES ARTÍSTICAS
A expressão humana encontra sua essência simbólica nas di-
versas linguagens artísticas. Independentemente do contexto cul-
tural e das manifestações artísticas, a arte desempenha um papel 
fundamental na produção e apreciação de significados profundos 
e emocionais. Através da arte, somos convidados a explorar as 
infinitas possibilidades de expressão que residem em nós. Seja 
na pintura, escultura, música, dança, teatro ou literatura, as lin-
guagens artísticas nos permitem comunicar sentimentos, ideias e 
pensamentos de maneira única e simbólica.
Em cada contexto cultural, as manifestações artísticas assu-
mem características distintas e refletem a diversidade de expe-
riências e perspectivas humanas. Desde a arte tradicional de po-
vos ancestrais até as formas de expressão contemporâneas, a arte 
nos conecta com diferentes visões de mundo e nos enriquece com 
novos entendimentos e sensibilidades. Além da produção artísti-
ca, a apreciação da arte também desempenha um papel relevante 
nesse processo simbólico. Ao contemplar uma obra de arte, so-
mos convidados a interpretar, questionar e refletir sobre os sig-
nificados presentes. Cada indivíduo traz consigo suas bagagens 
culturais e experiências pessoais, o que enriquece ainda mais a 
apreciação artística ao promover uma multiplicidade de interpre-
tações e diálogos.
A arte não se restringe a espaços específicos, mas está pre-
sente em todos os lugares onde a expressão humana se manifes-
ta. Dos murais urbanos às galerias de arte, das performances nas 
ruas às grandes exposições, a arte transcende fronteiras físicas e 
nos convida a explorar a diversidade de manifestações artísticas 
ao redor do mundo. Diante da multiplicidade de linguagens e ma-
nifestações artísticas, cada indivíduo tem a oportunidade de en-
contrar sua voz e se expressar de maneira única. Através da arte, 
podemos nos conectar uns aos outros, compartilhar experiências, 
despertar emoções e promover um diálogo profundo sobre nossa 
humanidade compartilhada.
Portanto, o processo simbólico inerente ao ser humano en-
contra na arte um caminho para explorar e revelar nossa essência. 
Por meio das linguagens artísticas, somos capazes de transmitir, 
compreender e apreciar os significados que permeiam nossa exis-
tência, conectando-nos com diferentes culturas e manifestações 
CONHECIMENTOS 
88
a solução para o seu concurso!
Editora
artísticas ao redor do mundo. A arte nos convida a mergulhar em 
um universo simbólico que transcende barreiras e nos conecta à 
nossa própria essência e à vastidão da experiência humana.
DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA 
E ESTRANGEIRA EM SUA MULTIPLICIDADE DE MANIFESTA-
ÇÕES
A arte contemporânea é um universo em constante trans-
formação e expansão, onde artistas de todo o mundo encontram 
espaço para expressar suas visões e ideias de maneiras diversas e 
inovadoras. Nesse cenário vibrante e eclético, artistas brasileiros 
e estrangeiros convergem, criando um panorama artístico rico e 
inspirador. A arte contemporânea rompe com as convenções es-
tabelecidas, desafiando limites e explorando novos caminhos de 
expressão. Pintura, escultura, instalação, fotografia, performance, 
videoarte e muitas outras formas de manifestação são utilizadas 
por esses artistas para materializar suas criações e transmitir suas 
mensagens ao público.
No contexto brasileiro, a produção artística contemporânea 
reflete a diversidade cultural e social do país. Artistas provenien-
tes de diferentes regiões exploram uma ampla gama de temáticas, 
desde questões históricas e políticas até reflexões sobre identi-
dade, gênero, meio ambiente e tecnologia. Obras carregadas de 
originalidade e criatividade emergem das galerias, museus, bie-
nais e espaços alternativos, contribuindo para a construção de 
um cenário artístico pulsante e multifacetado.Da mesma forma, 
a produção artística contemporânea internacional também se 
destaca pela multiplicidade de manifestações. Artistas de diferen-
tes partes do mundo abordam questões globais, como migração, 
desigualdade social, globalização e sustentabilidade, utilizando 
linguagens artísticas inovadoras para comunicar suas mensagens. 
Exposições internacionais, bienais e eventos artísticos fomentam 
a interculturalidade e promovem o diálogo entre perspectivas di-
versas, enriquecendo o panorama artístico global.
No contexto educacional, o estudo da produção artística con-
temporânea oferece aos estudantes uma oportunidade única de 
expandir seu repertório cultural, ampliar sua percepção estética e 
desenvolver habilidades de pensamento crítico. Através da análi-
se e apreciação das obras de arte contemporânea, os alunos são 
desafiados a questionar, refletir e estabelecer conexões com o 
mundo ao seu redor. Além disso, atividades práticas, como expe-
rimentações artísticas e projetos criativos, incentivam a expressão 
individual e a busca por novas linguagens e técnicas. A compreen-
são da produção artística contemporânea é enriquecida quando 
se promove o diálogo entre diferentes culturas e contextos. A tro-
ca de experiências e perspectivas entre artistas brasileiros e es-
trangeiros contribui para a ampliação dos horizontes artísticos e 
para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural.
Diante da multiplicidade de manifestações e do constante 
fluxo da produção artística contemporânea, é fundamental valo-
rizar e difundir o conhecimento em artes. Estimular a apreciação, 
a crítica e a criação artística proporcionam uma formação mais 
completa e significativa, permitindo que os indivíduos explorem 
sua criatividade, sensibilidade e capacidade de expressão. Nes-
se sentido, é essencial que o ensino de artes esteja presente nas 
escolas, oferecendo aos estudantes ferramentas e oportunidades 
para compreender, apreciar e criar arte contemporânea. A inte-
gração de visitas a exposições, palestras com artistas e projetos 
artísticos no currículo escolar amplia a experiência artística dos 
alunos, estimulando seu envolvimento com a produção artística 
contemporânea brasileira e estrangeira.
Em resumo, a produção artística contemporânea brasileira e 
estrangeira é um universo dinâmico e plural, que reflete as múl-
tiplas perspectivas e experiências dos artistas. Através do estudo 
e apreciação dessa produção, é possível ampliar o conhecimento, 
desenvolver pensamento crítico e enriquecer a formação cultural 
dos indivíduos, estimulando sua participação ativa
no mundo das 
artes. A produção artística contemporânea nos convida a explorar 
novos horizontes, desafiando-nos a questionar, refletir e apreciar 
a diversidade das manifestações artísticas ao nosso redor.
DOS PROCESSOS QUE ENVOLVEM PESQUISA, EXPERI-
MENTAÇÃO, APRECIAÇÃO E AS DIMENSÕES DO CONHE-
CIMENTO (CRIAÇÃO; CRÍTICA; ESTESIA; EXPRESSÃO; 
FRUIÇÃO E REFLEXÃO), SUPERANDO A DICOTOMIA 
ENTRE TEORIA E PRÁTICA
Nos domínios das artes, os processos que envolvem pesquisa, 
experimentação, apreciação e as diversas dimensões do conheci-
mento desempenham um papel fundamental no desenvolvimen-
to e na compreensão aprofundada das expressões artísticas. Esses 
processos permitem uma interação criativa entre teoria e prática, 
superando a dicotomia frequentemente estabelecida entre esses 
dois aspectos. A pesquisa assume um papel crucial na arte, for-
necendo uma base sólida para a compreensão e a contextualiza-
ção das manifestações artísticas. Por meio da pesquisa, os artistas 
exploram fontes de inspiração variadas, investigam movimentos 
artísticos do passado, estudam a história da arte e mergulham em 
questões sociais, culturais e individuais pertinentes. A pesquisa 
possibilita que os artistas ampliem seu repertório, expandam seus 
horizontes e desenvolvam uma compreensão mais profunda dos 
temas que desejam explorar em sua prática.
 A experimentação constitui um elemento essencial no pro-
cesso artístico. É por meio da experimentação que os artistas 
testam materiais, técnicas e abordagens inovadoras, desafiando 
os limites estabelecidos e explorando novas possibilidades de ex-
pressão. A experimentação fomenta a liberdade criativa, permi-
tindo que os artistas descubram novas formas de transmitir suas 
ideias e conceitos. Ao experimentar, os artistas abrem caminho 
para a descoberta e a evolução de sua prática artística. A aprecia-
ção é o ato de contemplar e interpretar obras de arte. Por meio 
da apreciação, os espectadores são convidados a mergulhar em 
experiências sensoriais e emocionais proporcionadas pela arte. A 
apreciação envolve uma análise crítica das obras, a interpretação 
de suas mensagens e significados, e a conexão pessoal com as ex-
pressões artísticas. Através da apreciação, o público desenvolve 
uma compreensão mais profunda das obras de arte e é capaz de 
apreciar sua beleza, originalidade e impacto. As dimensões do co-
nhecimento - criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão 
- são pilares fundamentais no campo das artes. A criação refere-se 
ao processo de concepção e produção de obras de arte, onde os 
artistas dão forma às suas ideias e visões. A crítica envolve a aná-
lise e a avaliação das obras de arte, promovendo discussões e de-
bates acerca de sua qualidade, relevância e significado. A estesia 
CONHECIMENTOS 
9
a solução para o seu concurso!
Editora
diz respeito à experiência estética, ao prazer sensorial e emocio-
nal que a arte proporciona. A expressão é a capacidade dos artis-
tas de comunicar suas emoções, pensamentos e perspectivas por 
meio de suas obras. A fruição é a vivência do público diante das 
obras de arte, permitindo que sejam tocados e impactados por 
elas. A reflexão envolve a análise e o questionamento das ques-
tões suscitadas pelas obras de arte, estimulando a contemplação 
e o diálogo crítico.
Ao integrar esses processos - pesquisa, experimentação, 
apreciação e as dimensões do conhecimento - os artistas trans-
cendem a dicotomia entre teoria e prática. Eles são capazes de 
explorar, questionar e ampliar os limites da arte, criando obras 
significativas e relevantes. Da mesma forma, os apreciadores da 
arte são convidados a se envolver de forma mais profunda, com-
preendendo as diferentes camadas de significado e desenvolven-
do uma apreciação mais abrangente das expressões artísticas.
 
Sendo assim, é essencial reconhecer e valorizar a importância 
desses processos no campo das artes. Eles desempenham um pa-
pel fundamental na evolução da arte, na formação dos artistas e 
na ampliação do entendimento e da apreciação da arte pelo públi-
co. Ao integrar pesquisa, experimentação, apreciação e as dimen-
sões do conhecimento, os processos artísticos se tornam mais en-
riquecedores, desafiadores e transformadores, permitindo que a 
arte continue a desempenhar seu papel vital na sociedade.
DAS LINGUAGENS DAS ARTES VISUAIS, DA DANÇA, DA 
MÚSICA E DO TEATRO E DOS ELEMENTOS VISUAIS, SONO-
ROS, GESTUAIS E SIGNOS, NOS MAIS VARIADOS TEXTOS 
VERBAIS E NÃO VERBAIS
Definição
Conforme a própria designação, as artes visuais compreendem 
as expressões artísticas que somente podem ser apreciadas através 
da visão, por isso, exploram os recursos da linguagem visual, como 
formas e cores. As produções artísticas visuais apresentam um po-
tencial criativo humano e uma qualidade estética que despertam a 
sensibilidade dos espectadores através do olhar. Assim, essa cate-
goria artística pode ser definida, também, como um composto de 
arte que reproduz a realidade ou a imaginação, pela assimilação 
óptica. 
Origem
A concepção das artes visuais teve origem na década de 1940, 
após a Segunda Guerra Mundial, precisamente para caracterizar a 
assimilação óptica das proporções de expressões artísticas. 
Formas de artes visuais 
• Cerâmica: o “bê-á-bá” de historiadores e arqueólogos, esse 
tipo de arte, criada no barro ou na argila, revela-se na cultura das 
civilizações desde a mais longínqua Antiguidade, e proporciona só-
lidas condições para reprodução dos diversos aspectos da vida dos 
povos primitivos. 
• Pintura: habilidade amadora ou técnica profissional, esse tipo 
de arte consiste na coloração de superfícies, a partir da aplicação de 
corantes e pigmentos. 
• Gravura: processo artístico de impressão e reprodução em 
série a partir de um modelo original. 
• Desenho: técnica fundamentada em traços, pontos, linhas e 
figuras bidimensionais, para representação e produção artística. 
• Fotografia: técnica de reprodução de imagens, para fins artís-
ticos ou documentais. 
• Cinema: reprodução de imagens e sons (audiovisual) em 
ação, como documentários e filmes. 
• Novela: obra de ficção narrativa, cuja exposição pode ser por 
meios como literatura, rádio e TV. 
• Arquitetura: método de ordenação e arranjo de ambientes 
para projetos de edificações. 
• Paisagismo: arte utilizada para harmonizar os espaços cole-
tivos a fim de se conseguir melhor aproveitamento e bem-estar do 
convívio social. 
• Decoração: composição e ornamentação de ambientes so-
ciais. 
• Escultura: uso de diversas técnicas, entre fundir e esculpir, 
para representar talhes e figuras. 
• Moda: apresenta os diversos estilos de vida, com seus com-
portamentos, ideias, tendências, criando novas tendências com o 
passar do tempo. 
Artes visuais em outras áreas 
• Educação: por contribuir para o estímulo da criatividade e da 
sensibilidade artística das crianças no decorrer do processo de aqui-
sição de conhecimento, as artes visuais constituem instrumentos 
pedagógicos indispensáveis na educação infantil. São citadas, inclu-
sive, como modos de importantes para comunicação e expressão 
do ser humano, pelo Ministério da Educação, no documento Refe-
renciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RNECI) 
• Tecnologia: tradicionalmente criada com o auxílio de mate-
riais como tinturas, tela para pintura, folhas de papel, etc., há algum 
tempo, as artes visuais têm nos recursos tecnológicos instrumentos 
e ferramentas adequadas para sua construção. Programas de com-
putadores como Adobe InDesign e Adobe Illustrator proporcionam 
a criação de obras chamadas web art. Esta, por sua vez, constitui 
uma categoria digital de trabalhos artísticos, desenvolvidos em re-
des de computadores, e têm como principal característica a intera-
tividade entre os internautas, o que agrega comicidade e estética 
à obra. 
CONCEPÇÕES DE ARTE (ARTES VISUAIS, DANÇA, MÚSICA, 
TEATRO E ARTES INTEGRADAS)
— A arte como linguagem e expressividade do indivíduo (e do 
coletivo) em relação
a si mesmo e ao seu meio social
A arte é uma experiência humana de conhecimento estético 
que transmite e expressa ideias e emoções na forma de um objeto 
artístico (desenho, pintura, escultura, arquitetura e etc.) e que 
possui em si o seu próprio valor.
A expressividade do corpo (linguagem) se amplia na construção 
de formas visuais, táteis e sonoras e na incorporação de objetos 
simbólicos, investidos das experiências vividas. A apropriação do 
mundo se dá num processo perceptivo entranhado nas culturas e 
nas formas sensíveis da realidade.
A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no retrato 
fiel da realidade, mas sim, na representação simbólica do mundo 
humano. A arte é socialmente determinada:
CONHECIMENTOS 
1010
a solução para o seu concurso!
Editora
1 – Pela finalidade social das obras: Na antiguidade estavam 
destinadas ao culto religioso; na Renascença eram feitas para dar 
prestígio a seus patrocinadores e hoje estão destinadas a percorrer 
circuitos do mercado de arte.
2 – Pelo lugar social ocupado pelo artista: Na antiguidade, 
mago-artesão-oficiante de ritos; na Renascença, financiado e 
protegido por um mecenas, nos dias de hoje, profissional liberal 
dependente do mercado de arte.
3 – Pelas condições de recepção da obra de arte: na Antiguidade, 
a comunidade de fiéis; na Renascença, uma elite rica, cultivada 
e com poder político; em nossos dias, a classe economicamente 
dominante e politicamente dirigente, de um lado, e as classes 
populares ou de massa, de outro.
Podemos distinguir quatro funções principais para a arte: 
– Função pragmática ou utilitária: Ela serve como meio para se 
alcançar um fim não-artístico, não sendo valorizada por si mesma, 
mas pela sua finalidade. Segundo este ponto de vista a arte pode 
estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou 
sociais.
– Função naturalista: O que interessa é a representação da 
realidade ou da imaginação o mais natural possível para que o 
conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador.
– Função formalista: Atribui maior qualidade na forma de 
apresentação da obra preocupando-se com seus significados, 
valores e motivos estéticos. Essa função trabalha com os princípios 
que determinam a organização da imagem – os elementos e a 
composição da imagem.
– Função interativa: Já na metade do séc. XX muitos artistas de 
vanguarda questionavam os motivos e valores estéticos produzidos 
em suas obras e, com o advento das tecnologias de comunicação 
em massa, as facilidades em obtenção de materiais e o avanço 
tecnológico de produção, fez com que os criadores repensassem 
seu papel na sociedade e a maneira de como o observador não 
fosse um expectador passivo, mas sim participante e integrante 
da arte, em algumas vezes tornando-se até mesmo colaborador 
criativo e ativo.
ELEMENTOS DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS 
Os elementos visuais são os elementos básicos da linguagem 
visual, basicamente, são aquilo que vemos. Porém. eles precisam 
estar dentro de um contexto para ganhar seu verdadeiro significado.
– Arte Visual: ponto, linha, forma, direção, cor e textura;
– Teatro: cenário, figurino, maquiagem, sonoplastia e 
iluminação;
– Música: melodia, ritmo, harmonia, altura, intensidade e 
direção;
– Dança: movimento corporal, espaço e tempo.
Ponto: Menor elemento das artes visuais, mas não é o menos 
importante. Sozinho ele tem pouco significado, mas se eles se 
juntam produzem ideias de sombra, luz e tonalidade.
Linha: Outro elemento muito importante. Pode ser usada reta, 
curva ou de forma mais complexa, tracejada ou não.
As linhas podem ser classificadas como:
– Geométricas: São abstratas e tem apenas uma dimensão, o 
comprimento;
– Gráficas: Linhas desenhadas ou traçadas numa superfície 
qualquer;
– Físicas: Pode ser observada, principalmente, nos contornos 
dos objetos, naturais ou construídos, criada de maneira abstrata na 
forma de uma percepção visual ilusória e imaginária como fios de 
lã, fios de energia, rachaduras em pisos, horizonte etc.
Cor: É um dos elementos mais importantes das artes visuais. 
As cores primárias são o amarelo, o vermelho e o azul. A partir da 
mistura dessas cores podemos criar outras cores, como as cores 
secundárias: laranja (mistura do amarelo com o vermelho), o verde 
(mistura do azul com o amarelo) e o roxo (mistura do vermelho com 
azul). Assim é possível colorir qualquer arte feita.
Forma: As formas básicas como o quadrado, o círculo e o 
triângulo nós vimos e como delas podem surgir novas formas 
representando as formas reais ou imaginárias. Também é uma 
relação estabelecida entre quem dança com o outro, com o espaço 
e com objetos.
Espaço: Direção, nível, amplitude, foco, ordem e forma.
Tempo: Uma boa obra tem a capacidade de nos dizer algo 
sobre o espírito de seu tempo de um modo que não poderia ser 
diferente. Assim como a recepção dela pela posteridade também 
nos ajuda a compreender seu tempo.
Dimensão / Plano: Trabalha em conjunto com a linha e com 
a forma para iludir o nosso olhar criando um efeito tridimensional 
na imagem, que está numa superfície bidimensional, uma folha de 
papel, por exemplo. As três dimensões são: altura, comprimento e 
profundidade.
Movimento: Ao percorremos a imagem com os olhos durante 
a observação seguindo uma ou várias direções (horizontal, vertical, 
inclinado e curva) estamos trabalhando também com o elemento 
básico do movimento. Ele funciona como uma ação que se realiza 
através da ilusão criada pelo olho humano. 
Gesto: Movimentos como rotação, flexão, extensão e vibração.
Representação: As esculturas, como a pintura, a fotografia e o 
vídeo são memórias de nossa relação com mundo, apresentadas em 
diversos olhares, suportes, poéticas e experiências, corporificadas 
pela experiência vital e sensorial de cada artista.
Ação poética: Ajudam a criar a história ou provocar a reação 
do leitor.
Som: É a impressão causada no ouvido humano, pela vibração 
de um corpo. É expressa na arte através da música.
Silêncio: Ao silêncio segue-se o som, cada som ou palavra 
criativa deve originar-se do silêncio. O silêncio não é somente abster-
se do falar, mas também abster-se de certas linhas de pensamento, 
da eliminação das fantasias e do uso insano da imaginação.
Parâmetros sonoros: Nada mais do que os conceitos básicos e 
teóricos que devemos saber para ensinar ou fazer música. Trata se 
das características das propriedades do som. São eles:
– Duração: essa é a propriedade que fala se um som é curto 
ou longo, ou seja, se ele tem mais ou menos duração na execução.
– Intensidade: essa é a propriedade do som que trata 
diretamente do volume.
– Altura: essa é a propriedade que trata dos sons graves e 
agudos.
– Timbre: essa propriedade é a própria característica do som, 
ou seja, é nele que identificamos as diferenças sonoras e podemos 
distinguir um som do outro.
CONHECIMENTOS 
11
a solução para o seu concurso!
Editora
DOS CONCEITOS SOBRE AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS A 
PARTIR DE SABERES ESTÉTICOS, ARTÍSTICOS E CULTURAIS, 
TAIS COMO: HISTÓRIA DA ARTE NAS DIFERENTES LINGUA-
GENS, FILOSOFIA DA ARTE, PRÁTICAS CULTURAIS, RELA-
ÇÕES ENTRE ARTE E SOCIEDADE E O FAZER ARTÍSTICO
HISTÓRIA DA ARTE
No desenvolvimento dos contextos histórico e sociocultural da 
humanidade, a Arte sempre esteve presente por meio de diversas 
representações, com variadas características estéticas, condizentes 
com os valores específicos de cada época – que acabavam sendo 
tomadas como elementos base para a definição de um padrão de 
beleza, para o momento ao qual estavam relacionadas.
Deste modo, a sociedade pôde se expressar de forma variada 
e criativa em torno dos sentimentos – elementos subjetivos que o 
homem tentava (e ainda tenta) compreender e interpretar para ou-
trem. O estímulo dos sentidos talvez tenha sido a forma mais eficaz 
e direta do indivíduo em evolução mostrar para os outros aspectos 
relevantes do cotidiano, bem como as descobertas feitas em rela-
ção às capacidades humanas e no ambiente
em torno deles.
Assim, formas, cores, sons, movimentos e até mesmo recursos 
tecnológicos, em constante desenvolvimento, puderam servir para 
o início de manifestações como o desenho, a pintura, a música, a 
dança, tornando-se estas mais complexas à medida que as civiliza-
ções se desenvolveram, sendo ainda complementadas por outras 
expressões, tais como a escultura, o teatro e, posteriormente, o 
cinema.
Com o passar do tempo, a Arte foi reafirmando seu valor na so-
ciedade, diante daqueles que a consideravam como realização su-
pérflua, comparando-a dentre as áreas científicas, colocadas como 
fundamentais para o aprendizado e a formação pessoal e profissio-
nal do indivíduo.
As manifestações artístico-culturais deixaram de ser apenas re-
presentações da realidade, para apresentarem ao mundo as carac-
terísticas humanas, subjetivas e individuais, por meio do ponto de 
vista de seus artistas que, com seus estilos diversos, transmitiam 
as próprias emoções e, com elas, criavam diversos momentos de 
identificação com quem contemplava (e contempla) suas telas, es-
culturas, canções, encenações e filmes.
Arte na Pré-história e as diferenças com a Arte na Atualidade
A arte neste período pode ser inferida a partir dos povos que 
vivem atualmente ou viveram até recentemente na pré-história 
(por exemplo, os aborígenes, os índios). Na pré-história, a arte não 
era algo que pudesse ser separado das outras esferas da vida, da 
religião, economia, política, e essas esferas também não eram se-
paradas entre si, formavam um todo em que tudo tinha que ser 
arte, ter uma estética, porque nada era puramente utilitário, como 
são hoje um abridor de latas ou uma urna eleitoral. Tudo era ao 
mesmo tempo mítico, político, econômico e estético. A arte como 
uma palavra que designa uma esfera separada de todo o resto só 
surgiu quando surgiram as castas, classes e Estados, isto é, quando 
todas aquelas esferas da vida se tornaram especializações de deter-
minadas pessoas: o governante com a política, os camponeses com 
a economia, os sacerdotes com a religião e os artesãos com a arte. 
Só aí é que surge a arte “pura”, separada do resto da vida, e palavra 
que a designa.
Mas antes do renascimento, os artesãos eram muito ligados à 
economia, muitos eram mercadores e é daí que vem a palavra “ar-
tesanato”. Então a arte ainda era raramente separada da economia 
(embora na Grécia antiga, a arte tenha chegado a ter uma relativa 
autonomia), por isso, a palavra “arte” era sinônimo de “técnica”, 
ou seja, “produzir alguma coisa” num contexto urbano. No renas-
cimento, alguns artesãos foram sustentados por nobres (os Médici, 
por exemplo) apenas para produzir arte, uma arte “pura”. Aí é que 
surgiu a arte como a arte que conhecemos hoje.
Achados arqueológicos: Apesar de convencionar-se a con-
solidação da religião no período Neolítico, a arqueologia registra 
que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no culto 
a uma Deusa mãe, ao feminino e a associação desta ao poder de 
dar a vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em 
Les Eyzies, conchas cauris, descritas como “o portal por onde uma 
criança vem ao mundo” e cobertas por um pigmento de cor ocre 
vermelho, que simbolizava o sangue, e que estavam intimamente 
ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas; escavações 
apresentaram que estas estatuetas, as chamadas vênus neolíticas 
eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição 
aos símbolos masculinos localizados em posições periféricas ou la-
deando as estatuetas femininas.
Divisão da Pré-História
Paleolítico
A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Las-
cada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por 
exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, 
reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a 
explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, 
e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procura-
va-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do 
Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse 
a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro 
desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Uti-
lizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes 
de cavernas. O início deste período era nômade. Os artistas do Pa-
leolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, 
tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras 
masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo 
como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado 
e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf. 
Paleolítico Inferior
-aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.;
- primeiros hominídios;
- caça e coleta;
- controle do fogo; e
- instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, 
machados.
Paleolítico Superior
- instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, 
arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha; e 
- desenvolvimento da pintura e da escultura.
CONHECIMENTOS 
1212
a solução para o seu concurso!
Editora
Neolítico
A fixação do início da Idade da Pedra Polida, garantida pelo 
cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um 
aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras 
instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o início do 
Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmi-
cas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros 
arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do 
atrito e deu início ao trabalho com metais. Todas essas conquistas 
técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O início, que se tornara 
um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do ca-
çador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído 
pela abstração e racionalização. Como consequência surge um esti-
lo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem 
do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: 
começaram as representações da vida coletiva. Além de desenhos 
e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que re-
vela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade 
do objeto, também esculturas de metal. Desse período temos as 
construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais 
pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem 
paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente sobre 
elas, parecendo um teto. E o menir que era monumento megalítico 
que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em sentido 
vertical. O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser 
considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a Histó-
ria registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas 
a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando 
outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco 
semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do 
horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de 
que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando 
que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de 
nenhuma argamassa. 
As Cavernas
Antes de pintar as paredes da caverna, o início fazia ornamen-
tos corporais, como colares, e, depois magníficas estatuetas, como 
as famosas “Vênus”. Existem várias cavernas pelo mundo, que de-
monstram a pintura rupestre, algumas delas são: Caverna de ALTA-
MIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos há 14.000 
anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua au-
tenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902. Caverna de LAS-
CAUX, França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 
anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de 
manganês. Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cava-
los, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais 
diversos, descoberta
em 1994. Gruta de RODÉSIA, África, com mais 
de 40.000 anos. Parque Nacional Serra da Capivara - Sudeste do 
Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo 
Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. Nessa re-
gião encontra-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, 
a maioria com pinturas e gravuras rupestres.
A arte na pré-história brasileira e arte indígena
A arte da Pré-História brasileira
O Brasil possui valiosos sítios arqueológicos em seu território, 
embora nem sempre tenha sabido preserválos. Em Minas Gerais, 
por exemplo, na região que abrange os municípios de Lagoa Santa, 
Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matosinhos e Prudente de Moraes, 
existiram grutas que traziam, em suas pedras, sinais de uma cultu-
ra préhistórica no Brasil. Algumas dessas grutas, como a chamada 
Lapa Vermelha, foram destruídas por fábricas de cimento que se 
abasteceram do calcário existente em suas entranhas. Além des-
sas cavernas já destruídas, muitas outras encontramse seriamente 
ameaçadas.
Das grutas da região, a única protegida por tombamento do 
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é a 
gruta chamada Cerca Grande. Ela é considerada importante mo-
numento arqueológico por causa de suas pinturas rupestres e de 
fósseis descobertos em seu interior, indicadores de antigas culturas 
existentes em nosso país.
Naturalismo e Geometrismo: as duas faces da arte rupestre 
no Brasil
No sudeste do Estado do Piauí, município de São Raimundo 
Nanato, há um importante sítio arqueológico onde, desde 1970, 
diversos pesquisadores vêm trabalhando. Em 1978, uma missão 
franco-brasileira coletou uma grande quantidade de dados e ves-
tígios arqueológicos. Esses cientistas chegaram conclusões esclare-
cedoras a respeito de grupos humanos que habitaram a região por 
volta do ano 6 000 a.C., ou talvez numa época mais remata ainda. 
Segundo as pesquisas, os primeiros habitantes da área de São Rai-
mundo Nonato provavelmente caçadorescoletores, nômades e se-
minômades utilizavam as grutas da região como abrigos ocasionais 
A hipótese mais aceita, portanto, é a de que esses homens foram os 
autores das obras pintadas e gravadas nas grutas da região.
Os pesquisadores classificaram essas pinturas e gravuras em 
dois grandes grupos: obras com motivos naturalistas e obras com 
motivos geométricos. Entre as primeiras predominam as represen-
tações de figuras humanas que aparecem ora isoladas, ora partici-
pando de um grupo, em movimentadas cenas de caça, guerra e tra-
balhos coletivos. No grupo dos motivos naturalistas, encontramse 
também figuras de animais, cujas representações mais frequentes 
são de veados, onças, pássaros diversos, peixes e insetos 
As figuras com motivos geométricos são muito variadas: apre-
sentam linhas paralelas, grupos de pontos, círculos, círculos con-
cêntrico, cruzes, espirais e triângulos.
A partir do estudo dos vestígios arqueológicos encontrados em 
São Raimundo Nonato, os estudiosos levantaram a hipótese da exis-
tência de um estilo artístico denominado Várzea Grande). Esse esti-
lo tem como característica a utilização preferencial da cor vermelha, 
o predomínio dos motivos naturalistas, a representação de figuras 
antropomorfas e zoomorfas (com corpo totalmente preenchido e 
os membros desenhados com traços) e a abundância de represen-
tações animais e humanas de perfil. Notase também a frequente 
presença de cenas em que participam numerosas personagens, 
com temas variados e que expressam grande dinamismo.
As pesquisas científicas de antigas culturas que existiram no Bra-
sil, a partir das descobertas realizadas no sudeste do Piauí, abrem 
uma perspectiva nova tanto para a historiografia como para a arte 
brasileiras. Esses fatos nos permitem ver mais claramente que a his-
tória de nosso país está ligada à história do mundo todo, e que as 
nossas raízes são muito mais profundas do que o limite inicial de 
uma data, no tão próximo século XV
A arte dos índios brasileiros
Na época do descobrimento, havia em nosso país cerca de 5 
milhões de índios. Hoje, esse número caiu para aproximadamente 
200 000. Mas essa brutal redução numérica não é o único fator a 
CONHECIMENTOS 
13
a solução para o seu concurso!
Editora
causar espanto nos pesquisadores de povos indígenas brasileiros. 
Assustaos também a verificação da constante e agora já acelerada 
destruição das culturas que criaram, através dos séculos, objetos de 
uma beleza dinâmica e alegre.
Uma arte utilitária
A Primeira questão que se coloca em relação à arte indígena é 
defini-la ou caracterizála entre as muitas atividades realizadas pelos 
índios. Quando dizemos que um objeto indígena tem qualidades 
artísticas, podemos estar lidando com conceitos que são próprios 
da nossa civilização, mas estranhos ao índio. Para ele, o objeto pre-
cisa ser mais perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria. 
Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a noção 
indígena de beleza. Desse modo, um arco cerimonial emplumado, 
dos Bororo, ou um escudo cerimonial, dos Desana podem ser con-
siderados criações artísticas porque são objetos cuja beleza resulta 
de sua perfeita realização.
Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena é mais 
representativa das tradições da comunidade em que está inserida 
do que da personalidade do indivíduo que a faz. É por isso que os 
estilos da pintura corporal, do trançado e da cerâmica variam signi-
ficativamente de uma tribo para outra.
As culturas indígenas 
Apesar de terem existido muitas e diferentes tribos, é possível 
identificar ainda hoje duas modalidades gerais de culturas indíge-
nas: a dos silvícolas, que vivem nas áreas florestais, e a dos cam-
pineiros, que vivem nos cerrados e nas savanas. Os silvícolas têm 
uma agricultura desenvolvida e diversificada que, associada às ati-
vidades de caça e pesca, proporcionalhes uma moradia fixa. Suas 
atividades de produção de objetos para uso da tribo também são 
diversificadas e entre elas estão a cerâmica, a tecelagem e o trança-
do de cestos e balaios.
Já os campineiros têm uma cultura menos complexa e uma agri-
cultura menos variada que a dos silvícolas. Seus artefatos tribais 
são menos diversificados, mas as esteiras e os cestos que produzem 
estão entre os mais cuidadosamente trançados pelos indígenas. É 
preciso não esquecer que tanto um grupo quanto outro, conta com 
uma ampla variedade de elementos naturais para realizar seus ob-
jetos: madeiras, caroços, fibras, palmas, palhas, cipós, sementes, 
cocos, resinas, couros, ossos, dentes, conchas, garras e belíssimas 
plumas das mais diversas aves. Evidentemente, com um material 
tão variado, as possibilidades de criação são muito amplas, como 
por exemplo, os barcos e os remos dos Karajá, os objetos trançados 
dos Baniwa, as estacas de cavar e as pás de virar beiju dos índios 
xinguanos.
A tendência indígena de fazer objetos bonitos para usar na vida 
tribal pode ser apreciada principalmente na cerâmica, no trançado 
e na tecelagem. Mas ao lado dessa produção de artefatos úteis, há 
dois aspectos da arte índia que despertam um interesse especial. 
Tratase da arte plumária e da pintura corporal, que veremos mais 
adiante.
A arte do trançado e da tecelagem
A partir de uma matériaprima abundante, como folhas, palmas, 
cipós, talas e fibras, os índios produzem uma grande variedade de 
pé, cestos, abanos e redes .Da arte de trançar e tecer, Darcy Ribeiro 
destaca especialmente algumas realizações indígenas como as ves-
timentas e as máscaras de entrecasca, feitas pelos Tukuna e primo-
rosamente pintadas; as admiráveis redes ou maqueiras de fibra de 
tucum do Rio Negro; as belíssimas vestes de algodão dos Paresi que 
também, lamentavelmente, só se podem ver nos museus
Cerâmica
As peças de cerâmica que se conservaram testemunham mui-
tos costumes dos diferentes povos índios e uma linguagem artística 
que ainda nos impressiona. São assim, por exemplo, as urnas fune-
rárias lavradas e pintadas de Marajó, a cerâmica
decorada com de-
senhos impressos por incisão dos Kadiwéu, as panelas zoomórficas 
dos Waurá e as bonecas de cerâmica dos Karajá.
Plumária
Esta é uma arte muito especial porque não está associada a ne-
nhum fim utilitário, mas apenas à pura busca da beleza. Existem 
dois grandes estilos na criação das peças de plumas dos índios brasi-
leiros. As tribos dos cerrados fazem trabalhos majestosos e grandes, 
como os diademas dos índios Bororo ou os adornos de corpo, dos 
Kayapó. As tribos silvícolas como a dos Munduruku e dos Kaapor fa-
zem peças mais delicadas, sobre faixas de tecidos de algodão. Aqui, 
a maior preocupação é com o colorido e a combinação dos matizes. 
As penas geralmente são sobrepostas em camadas, como nas asas 
dos pássaros. Esse trabalho exige uma cuidadosa execução 
Máscaras
Para os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo 
tempo que são um artefato produzido por um homem comum, são 
a figura viva do ser sobrenatural que representam. Elas são feitas 
com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas ge-
ralmente em danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do 
Aruanã, entre os Karajá, quando representam heróis que mantêm 
a ordem do mundo.
A pintura corporal
As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o 
vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do 
suco do jenipapo e o branco da tabatinga. A escolha dessas cores é 
importante, porque o gosto pela pintura corporal está associado ao 
esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e in-
tensas. São os Kadiwéu que apresentam uma pintura corporal mais 
elaborada. Os primeiros registros dessa pintura datam de 1560, 
pois ela impressionou fortemente os colonizados e os viajantes 
europeus. Mais tarde foi analisada também por vários estudiosos, 
entre os quais LéviStrauss, antropólogo francês que esteve entre os 
índios brasileiros em 1935.
De acordo com LéviStrauss, “as pinturas do rosto conferem, de 
início, ao indivíduo, sua dignidade de ser humano; elas operam a 
passagem da natureza à cultura, do animal estúpido ao homem ci-
vilizado. Em seguida, diferentes quanto ao estilo e à composição 
segundo as castas, elas exprimem, numa sociedade complexa, a 
hierarquia dos status. Elas possuem assim uma função sociológica”. 
Os desenhos dos Kadiwéu são geométricos, complexos e revelam 
um equilíbrio e uma beleza que impressionam o observador. Além 
do corpo, que é o suporte próprio da pintura Kadiwéu, os seus de-
senhos aparecem também em couros, esteiras e abanos, o que faz 
com que seus objetos domésticos sejam inconfundíveis.
Respirando os ares das revoluções e do nacionalismo, o Brasil 
do século XIX esteve marcado pelo interesse em se pensar a “nação 
brasileira”. Artistas e intelectuais realizavam a busca por elementos 
de identidade em uma época na qual as modas parisienses eram 
CONHECIMENTOS 
1414
a solução para o seu concurso!
Editora
abraçadas pelas elites. Nesse sentido, a europeização teve gran-
de influência para que a produção literária, a pintura e a música 
ganhassem espaço entre um pequeno universo de pessoas ins-
truídas no Brasil. Na literatura, Gonçalves Dias e José de Alencar 
se aventuravam pelo romantismo com a construção de heróis in-
dígenas que se tornavam grandes símbolos da nação. Ao mesmo 
tempo, nessa mesma tendência de construção identitária, poetas 
como Castro Alves proporcionavam versos que combinavam qua-
lidade estética e a denúncia aos horrores que se ligavam à escravi-
dão. Com isso, o índio e o negro eram abraçados como importantes 
formadores de nossa gente.
Apontando ainda para o afrancesamento dos costumes, vemos 
que a população alfabetizada também consumiria o romance de 
folhetim. Nele encontramos histórias de amores impossíveis que 
alimentavam a imaginação de várias jovens educadas para uma 
vida de submissão. No fim desse século, o realismo promoveu uma 
guinada buscando realizar uma descrição menos fantasiosa e mais 
racional do mundo. Entre os vários ícones desse momento, destaca-
mos a valorosa obra de Machado de Assis. Na cena musical, o Bra-
sil teve um grande instante de notoriedade com o frisson causado 
pela ópera “O Guarani”. Carlos Gomes, autor da obra, se inspirou na 
obra homônima de José de Alencar para exercitar o conhecimento 
musical erudito acumulado nos anos em que estudou na Itália. Nos 
nascentes centros urbanos, já podemos vislumbrar o diálogo entre 
os ditames da música clássica e popular nas obras de Ernesto Na-
zareth e Chiquinha Gonzaga, com suas marchinhas carnavalescas 
geniais.
Nas artes plásticas, a Academia Imperial de Belas-Artes foi um 
passo significativo para que os pintores nacionais ganhassem mais 
espaço. Até então, uma boa parte dos quadros que tematizavam a 
nação era fruto de missões artísticas estrangeiras. Na época, pode-
mos grifar o legado dos pintores Vítor Meireles, Pedro Américo e 
Almeida Júnior. Em geral, vemos nesses quadros a representação 
de cenas históricas e políticas, bem como a das figuras típicas da 
população urbana e caipira.
A variedade de manifestações artísticas dessa época poderia ser 
vista como um desdobramento significativo da prosperidade mate-
rial alcançada pela economia cafeeira. O crescimento dos centros 
urbanos e a disseminação das instituições de ensino, apesar de sua 
ação restrita, moldavam um novo momento para o estado das ar-
tes. Com o passar do tempo, esses vários braços da arte brasileira 
experimentaram outras possibilidades que trouxeram à tona outros 
talentos e outros contextos da história nacional.
Arte Acadêmica no Brasil1
Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa 
prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabili-
dade política, depois que Dom Pedro II assumiu o governo e domi-
nou as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, 
o próprio imperador procurou dar ao país um desenvolvimento cul-
tural mais sólido, incentivando as letras, as ciências e as artes. Es-
tas ganharam um impulso de tendência nitidamente conservadora, 
que refletia modelos clássicos europeus.
O Academicismo teve início com a Escola Real de Ciências, Artes 
e Ofícios fundada por Dom João VI em 1816 por incentivo da Mis-
são Artística Francesa, floresceu com a Academia Imperial de Belas 
Artes e o mecenato de Dom Pedro II e encerrou-se com a incorpora-
ção de sua sucessora republicana, a Escola Nacional de Belas Artes, 
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931.
1 https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-19/arte-academica/
Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os 
padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista 
não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em 
suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente os 
gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura.
Antes que um estilo específico, o Academismo é um método de 
ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao 
ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido 
no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos 
principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas român-
ticas, realistas, simbolistas e outras que deram o tom à virada do 
século XIX para o XX, expurgando delas o que não se enquadrasse 
na formalidade da Academia.
Apesar de o termo Academismo se aplicar mais comumente na 
História da Arte brasileira ao período acima delimitado, o sistema 
acadêmico de ensino sobreviveu aos atropelos do Modernismo e 
das correntes vanguardistas do século XX, embora se tenha modifi-
cado, inserindo-se no ambiente das escolas de arte das modernas 
universidades, que hoje produzem e teorizam a arte em alto nível 
e são filhas diretas da Escola fundada por Dom João e os franceses.
Os principais artistas acadêmicos são:
Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu no dia 29 de abril 
de 1843 na cidade de Areia, estado da Paraíba. Proveniente de uma 
família
de poucos recursos, juntamente com seu irmão Francisco 
Aurélio de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde 
cedo. A família, como um todo, tinha vínculos com a arte, e o talen-
to de Pedro Américo logo se destacou, repercutiu pela cidade sua 
capacidade em desenhar. O jovem Pedro Américo impressionou o 
viajante francês Louis Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso 
menino em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nor-
deste do Brasil. Em 1854, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro 
estudar no Colégio Dom Pedro II, onde mais uma vez se destacou. 
Não tardou para que entrasse na Academia Imperial de Belas Artes 
e conquistasse sucesso. O próprio imperador o concedeu uma pen-
são para que estudasse na Europa.
Pedro Américo de Figueiredo e Melo – Sua pintura abrangeu 
temas bíblicos e históricos, mas também realizou imponentes retra-
tos, como o De Dom Pedro II na Abertura da Assembleia Geral, que 
é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis – RJ. A sua obra 
mais divulgada é O Grito do Ipiranga, que atualmente no Museu 
Paulista.
CONHECIMENTOS 
15
a solução para o seu concurso!
Editora
Victor Meirelles de Lima nasceu em 1832 em Florianópolis (Santa Catariana). Seu primeiro mestre de desenho foi o engenheiro argen-
tino Marciano Moreno. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro e se matriculou na Academia Imperial de Belas Artes onde cursou de pintura 
histórica.
Como ainda não havia ensino superior no país, a saída era fazer faculdade na Europa, para quem podia pagar ou conseguia uma bolsa. 
Foi o caso de Victor, que conquistou uma bolsa e foi estudar pintura na Itália e na França, em 1853. Em Roma, assistiu às aulas dos pintores 
Tommaso Minardi e Nicola Consoni. Quatro anos mais tarde, ganhou uma extensão da bolsa e matriculou-se na Escola Superior de Belas 
Artes, em Paris. Nas aulas com o mestre Leon Cogniet e com Andrea Gastaldi, entrou em contato com a pintura purista, de desenho e cores 
mais suaves que na escola neoclássica, então em voga.
Consagrado como pintor histórico, seu quadro mais reproduzido nos livros escolares é “A Primeira Missa no Brasil”, feito durante sua 
estadia na França e exposto no Salão de Paris de 1861. Retrata a primeira missa da maneira como foi descrita na carta de Pero Vaz de Ca-
minha, e muitos intelectuais do século 19 o consideraram como a primeira grande obra de arte brasileira. Nesse mesmo ano retornou ao 
Brasil e foi nomeado professor de pintura histórica da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio. Exerceu o cargo até 1890 e formou uma 
geração de pintores importantes.
José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em Itu – São Paulo em 1850. Provavelmente, foi o primeiro artista plástico brasileiro a retratar 
nas telas o homem do povo em seu cotidiano, em contraste com a monumentalidade que até então predominava nas artes plásticas do 
Brasil. A forma inovadora como tratava a luz é ainda hoje comentada e apreciada. Em sua honra, o dia do Artista Plástico Brasileiro é co-
memorado a 8 de Maio, dia do nascimento do pintor.
Desde menino Almeida Júnior demonstrou inclinações artísticas e teve no padre Miguel Correa Pacheco seu primeiro incentivador, em 
sua cidade natal. Foi o padre quem obteve recursos para que o futuro artista, já então com cerca de 19 anos de idade, pudesse ir estudar 
no Rio de Janeiro.
Em 1869 Almeida Júnior entrou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Jules Le Chevrel, Victor 
Meirelles e possivelmente de Pedro Américo. Em 1876, o Imperador D. Pedro 2o concedeu-lhe uma bolsa de estudo que lhe permitiu 
matricular-se na Ècole de Beaux Arts de Paris, onde foi aluno de Alexandre Cabanel. Participou do Salão dos Artistas franceses nos anos 
de 1880, 1881 e 1882.
Em 1882 o pintor voltou ao Brasil e fez sua primeira mostra individual, na Academia Imperial de Belas artes do Rio de Janeiro. Depois 
abriu seu ateliê em São Paulo.
CONHECIMENTOS 
1616
a solução para o seu concurso!
Editora
A arte afro-brasileira
Embora nascida a partir de uma funda raiz africana, a arte afro-
-brasileira teve um longo percurso de séculos que lhe possibilitou, 
não só uma visível autonomia, como uma criatividade própria. Ela 
percorreu uma trajetória de trocas, sobretudo com os europeus, no 
seio de um mundo escravocrata e católico que lhe acarretou perdas 
e ganhos, continuidade e mudança, sem, contudo, ter havido uma 
ruptura. Essa arte permaneceu realimentada pela seiva africana 
que lhe inspira uma visão de mundo herdada do continente negro, 
mas sujeita a uma dinâmica proveniente da evolução da sociedade 
brasileira. Participou de tal modo na construção e desenvolvimento 
dessa sociedade que, pioneiramente, Gilberto Freyre considero o 
negro como “um co-colonizador, apesar da sua condição de escra-
vo”. Após a Abolição ele continuou sofrendo uma enredada, mas 
pertinaz discriminação racial.
A Arte Africana Tradicional
A arte africana, presente nas sociedades predominantemente 
rurais, não tem o propósito de ser uma reprodução literal da reali-
dade ou um objeto de pura contemplação, embora o seja também 
de deleite espiritual e estético. A sua função primordial é a de pro-
duzir valores emocionais para as comunidades às quais pertence 
e que possuem um saber cultural já estabelecido. Por via disso, as 
pessoas dessas comunidades têm uma capacidade de compreen-
dê-la que antecede qualquer reflexão. São apreciadas não pelo que 
apresentam, mas sim pelo que representam. A também chamada 
“arte negra” acompanha a vida da comunidade, é instrumento da 
sua relação com o espiritual, participando dos ritos e rituais da vida 
doméstica desde o nascimento, os ritos de passagem, passando 
pela morte e continuando na perene ligação com a ancestralidade.
Essa arte africana não tem compromisso com o retrato da rea-
lidade. Ela se apresenta sem a simetria e a proporção que podería-
mos esperar. Quase sempre a cabeça é demasiado grande, pois ela 
representa a personalidade, o saber, sobretudo quando é a de um 
“Mais Velho” da comunidade; a língua, por vezes ultrapassa a cavi-
dade da boca: ela expressa a fala, que é a chave da tradição oral; a 
barriga e os seios femininos representam a fertilidade; os pés, nor-
malmente grandes, são bem fixados na terra.
Tais representações são expressões culturais, sujeitas a diver-
sidades étnicas, mas todas provenientes do sopro do Criador, que 
emite uma força vital (axé, no Brasil dos orixás, vindos do oeste 
nigeriano e leste do Benim). Essa força vital circula por todos os 
reinos do universo: o humano e o animal, o vegetal e até o mineral, 
e é passível de ser manipulada, e assim transferida entre todos os 
seres, através da intervenção dos ancestrais, tendo como interme-
diários-intérpretes os sacerdotes.
Essa arte africana, de base rural-comunitária, que feria os câ-
nones europeus até quase o final do século XIX, atraiu, com o seu 
“expressionismo”, pintores como Picasso e Braque, quando eles 
enveredaram pelo cubismo. Entretanto, por essa mesma época, os 
europeus também reagiram com espanto a um outro tipo de arte 
africana: foram trazidos para a Europa, após a conquista colonial, os 
“bronzes de Benim”. O crítico alemão F. von Luncham escreveu, em 
1901: “Estes trabalhos de Benim (elaborados com a secular técnica 
da ‘cera perdida’) estão no patamar mais elevado da técnica de fun-
dição da Europa. Cellini, e ninguém antes nem depois dele, poderia 
tê-los fundido melhor”. Essas cabeças e estátuas em bronze eram já 
assim produzidas pelos iorubás desde o século XVI, conforme tes-
temunharam os portugueses quando ali aportaram no tempo das 
navegações.
Não é propósito deste texto tratar da arte africana contem-
porânea, produzida sobretudo no período pós-colonial. Esta, seja 
figurativa ou abstrata, carrega a tradição mas tem propósitos se-
melhantes ao de qualquer arte contemporânea de caráter inter-
nacional. Entretanto, artistas e artesãos continuam produzindo a 
arte tradicional, quer para uso comunitário, quer para deleite dos 
turistas. Parte
dela, de qualidade bem menor, é chamada de “arte 
de aeroporto”.
A Recriação Afro-Brasileira
Analisando a fraca presença do negro brasileiro nas artes visuais 
contemporâneas, em flagrante contraste com o período do barroco, 
quando eram dominantes, Clarival do Prado Valadares, num texto 
de 1988, menciona que essa presença passou a traduzir-se, quase 
que exclusivamente no que se convencionou chamar de “arte pri-
mitiva”. E explicava que essa arte, aceitavelmente dócil, era o que 
se esperava do negro. Enfim, uma arte adequada ao lugar que era 
permitido ao negro na sociedade brasileira.
Compreende-se melhor isso ao consultar uma publicação do 
Ministério das Relações Exteriores, em 1966, intitulada Quem é 
Quem nas Artes e Letras do Brasil. Nela estão listadas 298 fichas 
biográficas de artistas brasileiros. Dessa lista, somente 16 eram ne-
gros. O mesmo Itamaraty, numa edição, em francês, do seu Anuário 
de 1966 (p. 227) assinala que, no que respeita à cor: “a maioria da 
população brasileira é constituída de brancos; a percentagem de 
mestiços é fraca”. Hoje, não só desapareceu dos Anuários do Ita-
maraty essa “distração” étnica quanto progrediu a participação dos 
negros nas artes nacionais. No entanto, em tempo algum os negros 
constituíram uma elite nas nossas artes como aconteceu na época 
do barroco.
O Barroco Afro-Brasileiro
O barroco brasileiro, com epicentro em Minas Gerais, mas com 
núcleos importantes em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, bene-
ficiou-se economicamente do Ciclo do Ouro das décadas de 1729 a 
1750. Além de terra das pedras preciosas, Minas Gerais era o maior 
centro mundial de produção do ouro na primeira metade do sé-
culo XVIII. Apesar das restrições da Metrópole, preocupada quase 
que exclusivamente com a arrecadação do metal para cunhagem de 
moedas, Vila Rica, atual Ouro Preto, era uma das mais faustosas ci-
dades do mundo dessa época. No entanto, o auge do barroco só vi-
ria a ocorrer um pouco depois, na segunda metade do século XVIII.
Sua inspiração é europeia, sobretudo italiana e francesa (estilo 
rococó). O barroco foi uma tentativa de resposta ideológica e artís-
tica da Contrarreforma, à expansão das doutrinas ditas protestantes 
da Reforma e também à herança humanista da Renascença. Isso 
ajuda a explicar a extrema religiosidade do barroco; ele pretendia 
o triunfo da sensibilidade teatral sobre o intelectual. Foi do perío-
do barroco que resultaram os mais belos monumentos religiosos 
do Brasil, no dizer de Fernando Azevedo, que acrescenta ter sido o 
setecentos o “século do Aleijadinho”. Este foi o gênio que deu aos 
“centros urbanos de Minas Gerais algumas das igrejas rococó mais 
belas do mundo”. É natural, portanto, que muitos críticos conside-
rem que é com o estilo barroco que se inicia, de fato, a história das 
artes no Brasil.
Além do ouro e das pedras preciosas, o barroco mineiro foi be-
neficiado por outras circunstâncias. Uma delas relaciona-se com as 
associações laicas chefiadas por patronos abastados e a outra foi 
o enfraquecimento das ordens religiosas, provocado pela política 
laica e centralizadora do Marquês de Pombal, primeiro-ministro do 
CONHECIMENTOS 
17
a solução para o seu concurso!
Editora
rei D. José I, de Portugal. Essas ordens religiosas, além de exclusivis-
tas do ponto de vista racial, não toleravam a participação de quem 
não provasse ter “sangue puro” (judeus, por exemplo). Outro fator 
benéfico foram as Irmandades, a quem estavam ligadas as corpora-
ções de ofícios. Estas eram separadas pela cor dos seus membros: 
brancos, pardos (ou mulatos) e pretos, que competiam entre si. 
Contudo, não era uma competição muito excludente já que, com 
frequência, o talento era priorizado. Dois exemplos: foi a Irmanda-
de do Rosário dos Homens Pretos quem patrocinou a publicação, 
em Lisboa, do livro Testemunho Eucarístico de o Aleijadinho, assim 
como ele foi o escolhido pela Irmandade de São Francisco, de bran-
cos, para fazer a planta e construir as suas duas mais belas igrejas, 
em Vila Rica e em São João d’El Rei.
O Aleijadinho e Mestre Valentim
Esses dois símbolos da brasilidade nasceram na mesma época, 
na mesma capitania de Minas Gerais e morreram com a diferença 
de um ano. No entanto, não há notícia de que tenham se encontra-
do. Ambos eram filhos de pai português e mãe escrava. O primeiro, 
atuou em Minas Gerais, o segundo, no Rio de Janeiro. O Aleijadi-
nho, no terreno da arte religiosa, arquitetura e escultura. Mestre 
Valentim imortalizou-se no campo do urbanismo e da construção 
civil.
Por quê os nomes de o Aleijadinho e de Mestre Valentim são 
tão facilmente reconhecidos por qualquer brasileiro razoavelmente 
informado, mesmo que ele nunca tenha lido um livro de arte co-
lonial? Myriam Ribeiro de Oliveira, num estudo comparativo entre 
essas duas figuras maiores da arte brasileira, fez essa pergunta. Se-
gundo ela, a sobrevivência desses dois nomes na memória coletiva 
brasileira não se explica somente pela qualidade de suas obras, e 
comenta: “Há algo com raízes mais profundas na psicologia do povo 
brasileiro que arriscaríamos chamar de uma espécie de identidade 
nacional com esses dois artistas, ambos mulatos e, portanto, repre-
sentantes autênticos da originalidade de uma cultura criada na pe-
riferia do mundo e que apresenta tal força e originalidade”.
Originalidade capaz de manifestar uma força expressionista, de 
talha geométrica, angulosa, tão próxima da África como se sente 
em o Aleijadinho. O mesmo se pode dizer do Mestre Valentim, com 
os traços negroides de suas esculturas e pinturas. Quem nos suge-
riu o reconhecimento dessa africanidade presente na arte desses 
dois mestres – e em tantos outros artistas, menos estudados – foi o 
crítico George Nelson Prestan, com a sua teoria do Neoafricanisimo 
voltada para a evolução da arte da diáspora africana nas Américas. 
Emanel Araújo lembra que Mário de Andrade chamava de raciali-
dade brasileira essa marca deixada pelos nossos artistas negros. Já 
Sérgio Buarque de Holanda preferiu o termo mulatismo, que não se 
limita aos dois artistas aqui citados. O crítico Augusto de Lima Júnior 
considera o mulatismo uma marca que se reconhece em artistas 
dessa época, muitas vezes anônimos, que também apresentavam 
traços negroides nas figuras humanas dos painéis que pintavam.
As primeiras civilizações da antiguidade: Mesopotâmia e Egito
Mesopotâmia
A Mesopotâmia abrigou as primeiras sociedades conhecidas e 
era localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Nessa região viveram 
vários povos como sumérios, babilônios, acádios e etc., esses povos 
adaptaram-se a esse lugar construindo diques e barragens para se 
defender das cheias dos rios. Organizaram-se em aldeias onde havia 
a divisão do trabalho em grupos, essas aldeias deram origem as pri-
meiras cidades, onde ainda era preservada a vida rural, misturando 
o espaço urbano com regiões de pastoreio. 
Os mesopotâmicos eram politeístas e as decisões nessas cida-
des eram tomadas pelos grupos mais poderosos: os sacerdotes, o 
rei e sua corte. Além das funções religiosas os sacerdotes também 
exerciam atividades econômicas, com as oferendas recebidas pelos 
fiéis acumularam rico patrimônio, e para controlar essas finanças 
começaram a desenvolver um sistema de escrita e numeração. A 
escrita dos povos sumérios é a que possui a mais antiga datação, 
e os primeiros sinais dessa escrita era pictográfico, que consistiam 
em desenhos figurativos do objeto representado, mas que com o 
passar do tempo começaram a representar os sons da fala humana, 
e a registrar com estilete em forma de cunha na argila. 
Na Mesopotâmia também se desenvolveram os primeiros “có-
digos de justiça” escritos, onde se destaca o de Hamurábi com 280 
códigos, onde encontramos o princípio do talião que diz que a pena 
não seria uma vingança arbitrária, mas proporcional à ofensa pro-
vocada pelo criminoso, essa pena podia ser revertida em uma re-
compensa econômica como gado, terra, armas e etc. 
Egito
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando