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Relatório Anatomia dos Sistema

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO: ENFERMAGEM DISCIPLINA: ANATOMIA DOS SISTEMAS 
NOME DO ALUNO: KATHARINA DE MEDEIROS PADE 
RA: 2209868 POLO: GUARUJÁ 
DATA: 12/04/2023 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 | Cerebelo – vista lateral | página 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Ao longo das aulas práticas de anatomia pudemos estudar mais de perto os diferentes 
órgãos e estruturas que formam o corpo humano através dos modelos sintéticos disponíveis. 
Durante as aulas, os conteúdos foram ministrados pela professora na primeira parte da aula, 
através de mapas mentais, na segunda parte podíamos explorar os modelos sintéticos e tirar 
dúvidas, e na última parte respondíamos a uma pergunta referente as estruturas estudadas – que 
estão anexadas ao final deste trabalho. 
Iniciamos nossos estudos pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso 
periférico (SNP) que foram os temas das nossas três primeiras aulas. Ártico et al. (2015) 
entende o sistema nervoso como um coordenador das diversas funções do organismo, 
contribuindo para o homeostase corporal e possibilitando a rápida reação frente a estímulos do 
ambiente. O sistema nervoso pode ser dividido em SNC – composto pelo encéfalo e medula 
espinal – que e responsável pelo processamento e integração de informações; e pelo SNP – 
composto pelos nervos e gânglios – responsável pela condução de informações entre os 
receptores de estímulo, o SNC e os órgão efetuadores (músculos). Para além, também podemos 
classificar o sistema nervoso como somático – formado por nervosos motores que regulam os 
músculos esqueléticos e os comandam com base em resposta ao ambiente externo, essas 
respostas são, em sua maioria, voluntárias – e como nervoso autônomo – que controla as 
glândulas, os músculos lisos e o músculo cardíaco, ou seja, controla as atividades involuntárias. 
Em sua maioria os órgãos que são controlados pelo sistema nervoso autônomo recebe dois tipos 
de nervos: os autônomos simpáticos, que estimulam seu funcionamento; e os autônomos 
parassimpáticos, que inibem seu funcionamento (ÁRTICO et al., 2015). 
O próximo sistema a ser estudado foi o digestório. O sistema digestório é responsável 
pela digestão dos alimentos, esse processo nos permite quebrar as moléculas do alimentos até 
atingirem um tamanho pequeno o suficiente que as células do nosso corpo possam absorver e 
utilizar os nutrientes e energia química presentes nos alimentos (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). Dessa forma tem como suas funções preensão, mastigação, transformação química e 
absorção dos alimentos, e a expulsão dos resíduos. A atividade das enzimas e a motilidade 
(movimentos peristálticos) do sistema são os dois principais mecanismos pelos quais o alimento 
é reduzindo, sendo a digestão um processo muito mais químico do que físico (DANGELO; 
FATINNI, 2007). O sistema digestório é um sistema tubular composto pela boca, parte da 
faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e pelas suas glândulas acessórias – 
fígado, pâncreas e glândulas salivares (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Em seguida estudamos o sistema urinário. O sistema urinário é responsável pela 
osmorregulação, ou seja, controla a concentração de líquido no corpo através da excreção de 
água e sais. Este sistema também colabora para o homeostase fazendo a excreção de substancias 
prejudiciais resultantes do metabolismo, como ureia e outras substancias nitrogenadas. De 
modo geral o sistema urinário é formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, havendo uma 
pequena diferença entre o sistema urinário masculino e o feminino que veremos mais adiante 
(ÁRTICO et al., 2015). 
Por fim, estudamos o sistema genital masculino e o sistema genital feminino. Os órgãos 
genitais são imprescindíveis na reprodução sexual que é o processo pelo qual se geram 
descendentes pela produção de células germinativas chamadas gametas. Tortora e Derrickson 
(2016) discorrem que: 
Os órgãos genitais masculinos e femininos podem ser agrupados por função. As 
gônadas – testículos nos homens e ovários nas mulheres – produzem gametas e 
secretam hormônios sexuais. Vários ductos então armazenam e transportam os 
gametas, e as glândulas sexuais acessórias produzem substâncias que protegem os 
gametas e facilitam o seu deslocamento. Por fim, estruturas de suporte, como o pênis 
nos homens e o útero nas mulheres, ajudam no transporte de gametas; o útero é 
também o local para o crescimento do embrião e do feto durante a gestação. 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1421). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Aula 1 – Roteiro 1: Sistema Nervoso Central e Periférico 
 
O encéfalo é a principal estrutura anatômica do Sistema Nervoso Central (SNC) e é 
composto por pelo telencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. Podemos identificar na superfície 
do telencéfalo giros (circunvoluções cerebrais), sulcos (que delimitam os giros e nos ajudam a 
delimitar os lobos cerebrais) e fissuras, que são os sulcos mais profundos (MOORE, 2014) 
(VILICEV; COSTA, 2019). 
Em uma vista superior do encéfalo podemos notar a fissura longitudinal, em posição 
mediana, dividindo o encéfalo em dois hemisférios: o direito e o esquerdo. Conseguimos 
também observar os diferentes lobos cerebrais, que foram nomeados com base nos ossos do 
crânio que estão próximos. Dessa forma, temos anteriormente o lobo frontal, posteriormente o 
lobo occipital, dentre estes dois temos o lobo parietal, e, por fim, lateralmente temos os lobos 
temporais (NETTER, 2014) (SOBOTTA, 2000). 
Conseguimos identificar e separar um lobo do outro graças à alguns giros e sulcos. O 
sulco central, localizado perpendicularmente a fissura longitudinal e coronal, separa o lobo 
frontal do lobo parietal. Em uma vista lateral temos o sulco lateral (transverso) que faz a 
separação do lobo frontal superiormente do lobo temporal inferiormente. Imediatamente 
anterior ao sulco central temos o giro pré-central – região que contém a área motora primária 
do córtex cerebral – e imediatamente após o giro pré-central temos o giro pós-central – que por 
sua vez contém a área somatossensitiva primária (SOBOTTA, 2000) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
O sulco lateral está localizado na lateral de cada hemisfério, se inicia na base do cérebro 
e se dirige para a face dorsolateral do cérebro, este sulco separa o lobo frontal do lobo temporal. 
Ao afastar as bordas do sulco lateral é possível visualizar o lobo da ínsula, que é um lobo 
pequeno em formato cônico que fica recoberto pelos lobos frontal, temporal e parietal. Seus 
sulco são o sulco central da insula – que divide o lobo em uma porção anterior e outra posterior 
– o sulco circular da insula – que o delimita. Seus giros são conhecido como giros longos – são 
um par de giros que formam o porção posterior do lobo – e os giros curtos – um trio de giros 
que formam a poção anterior do lobo (MACHADO, 1991) (VIEIRA, 2022). 
No lobo frontal o sulco frontal superior, de acordo com Machado (1991) se inicia na 
parte superior do sulco pré-central (que é paralelo ao sulco central) e segue perpendicularmente 
a este, já o sulco frontal inferior tem início na porção inferior do sulco pré-central e segue para 
frente e para baixo. O giro frontal superior se localiza acima do sulco frontal superior, o giro 
frontal médio ocupa a posição entre o sulco frontal superior e o sulco frontal inferior e, seguindo 
esta mesma lógica, o giro frontal inferior está localizado abaixo do sulco frontal inferior. No 
giro frontal inferior está localizada uma área chamada de área de Broca que é responsável pelo 
componente motor da fala, ou seja, pela fluência verbal, processamento fonológico, 
processamento gramatical e atenção durante a fala. Outra parte importantíssimapara a nossa 
capacidade de comunicação é a área de Wernicke – localizada na parte posterior do lobo 
temporal –, está área faz o processamento dos sons que escutamos e os relaciona com a fala e 
com a linguagem, ou seja, nos faz ser capaz de entender o que nos é dito (MACHADO, 1991) 
(VIEIRA, 2022). 
Em um secção sagital do lobo frontal podemos identificar o lóbulo paracentral, Machado 
(1991) descreve dizendo: 
“Destacando-se do sulco do cíngulo, em direção a à margem superior do hemisfério, 
existe quase sempre o sulco paracentral, que se delimita com o sulco do cíngulo e seu 
ramo marginal, o lóbulo paracentral, assim denominado em razão de suas relações 
com o sulco central, cuja extremidade superior termina aproximadamente no seu 
meio.” (MACHADO, 1991, p. 66). 
 
Ainda sobre o lobo frontal este apresenta um sulco importante chamado de sulco 
olfatório que é profundo e segue anteroposteriormente. “Medialmente ao sulco olfatório, 
continuando dorsalmente como giro frontal superior, situa-se o giro reto. O resto da face inferior 
do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros muito irregulares, os sulcos e giros orbitários.” 
(MACHADO, 1991, p.66). 
No lobo parietal o giro supra marginal se encontra na parte inferior do lobo, curvado 
sobre a extremidade posterior do sulco lateral e o giro angular está curvado em torno da porção 
ascendente final do sulco temporal superior. O lobo superior e o lobo inferior do lobo parietal 
são divididos pelo sulco intraparietal. O lobo paracentral é um giro do cérebro localizado na 
superfície medial do hemisfério, adjacente aos giros pré-central e pós-central. Inclui áreas do 
lobo frontal e parietal. Constitui a parte mais medial do giro frontal superior. Já o lóbulo pré-
cúneo se localiza no lobo parietal superior à frente do lobo occipital, está escondido na fissura 
longitudinal medial entre os dois hemisférios cerebrais (MACHADO, 1991) (VIEIRA, 2022). 
No lobo temporal temos o sulco temporal superior que se inicia próximo ao polo 
temporal e segue até chegar no lobo parietal, já o sulco temporal inferior é paralelo ao sulco 
temporal superior. O giro temporal superior está localizado entre o sulco lateral e o sulco 
temporal superior, o giro temporal médio se localiza entre os sulcos temporal superior e inferior 
e o giro temporal inferior está situado logo abaixo do sulco temporal inferior, limitado pelo 
sulco occipto-temporal (MACHADO, 1991) (VIEIRA, 2022). 
Segundo Machado (1991) o lobo occipital ocupa parte relativamente pequena da face 
dorsolateral do cérebro e possui sulcos e giros pequenos, inconstantes e irregulares. Vieira 
(2022) acrescenta que existe grande variabilidade anatômica nos sulcos e giros do lobo 
occipital, mas identifica o giro occipital superior como sendo um giro “claramente demarcado” 
na superfície lateral do lobo occipital. Já os giros médio e inferior são indistintos e podem, 
inclusive, estar ausentes. Referente aos sulcos, o sulco intra-occipital – que é uma extensão do 
sulco intraparietal – separa o giro superior do médio, quando este último está presenta. O sulco 
occipital lateral, também chamado de sulco occipital inferior, separa o giro occipital inferior do 
giro occipital superior (VIEIRA, 2022). 
Ainda no lobo occipital, o sulco calcarino se inicia abaixo do esplênio do corpo caloso 
e se arqueia até atingir o polo occipital. O sulco parietoccipital separa o lobo occipital do 
parietal, este sulco é profundo e encontra o sulco calcarino em um ângulo agudo (MACHADO, 
1991). “Entre o sulco parietoccipital e o sulco calcarino situa-se o cúneos, giro complexo, de 
forma triangular. Abaixo do sulco calcarino situa-se o giro occipto-temporal medial, que 
continua anteriormente com o giro para-hipocampal, já no lobo temporal” (MACHADO, 1991, 
p. 64). 
O lobo límbico é uma estrutura medial que circunda a borda dos ventrículos do cérebro 
e se encontra imediatamente profundo aos lobos frontal, parietal e temporal, fazendo fronteira 
com o corpo caloso na face medial de cada hemisfério. Seu giro paraterminal é um pequeno 
giro que se situa inferiormente ao rostro do corpo caloso, já o giro do cíngulo é uma estrutura 
em forma de “C” que é dividida em quatro córtex. Os giros parahipocampais podem ser mais 
bem visualizados na superfície inferior do lobo temporal do cérebro. Parte da extremidade 
anterior do giro parahipocampal projeta-se medialmente, formando uma estrutura 
chamada uncus (VIEIRA, 2022). 
O corpo caloso é uma comissura encefálica, formada por matéria branca, localizada 
entre os dois hemisférios cerebrais, sendo responsável por conectar ambos os hemisférios. O 
corpo caloso pode ser dividida em quatro partes: o rostro, o joelho, o tronco e o esplênio. O 
joelho é a curva anterior do corpo caloso e suas fibras conectam os lobos frontais. O tronco é a 
longa parte central da estrutura e alcança a superfície dos hemisférios cerebrais. Por fim, o 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/corpo-caloso
esplênio é a parte afunilada posterior do corpo caloso, e liga os dois lobos occipitais 
(MACHADO, 1991) (SOBOTTA, 2000). 
O mesencéfalo faz parte do tronco cerebral e é seu elemento mais curto, ele se estende 
caudalmente da base do tálamo até o teto do IV ventrículo. O mesencéfalo é atravessado pelo 
aqueduto do mesencéfalo que é um canal que une o III ventrículo ao IV ventrículo, esse 
aqueduto também divide o mesencéfalo em uma porção posterior chamada de teto do 
mesencéfalo e outra porção, maior, anterior que recebe o nome de tegmento do mesencéfalo. 
No teto do mesencéfalo existem quatro eminencias de formato redondo chamadas de colículos 
superiores e inferiores. Já na sua porção anterior, o mesencéfalo possui feixes de fibras 
chamadas de pedúnculos cerebrais que estão separadas umas das outras pela fossa 
interpenducular, que é uma fossa triangular profunda limitada pelos corpos mamilares – 
estruturas redondas que pertencem ao diencéfalo (DANGELO. FATINNI, 2007). 
Assim como o mesencéfalo, o ponte também faz parte do tronco encefálico estando 
localizada entre o mesencéfalo e o bulbo. A ponte “está situada ventralmente ao cerebelo e 
repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide” 
(MACHADO, 1991, p.46). A base da ponte é formada por diversos feixes de fibras que 
convergem e formam um feixe robusto chamado de pendúculo cerebelar. A ponte recebe fluxo 
sanguíneo através da artérias basilar que fica localizada no sulco basilar, que é um sulco que 
percorre longitudinalmente a superfície ventral da ponte (MACHADO, 1991) (DANGELO. 
FATINNI, 2007). 
A parte final do tronco encefálico é o bulbo, que também é conhecido como medula 
oblonga. O bulbo possui formato de cone e sua extremidade final, e menor, se prolonga 
cauldalmente com a medula espinal, já em relação a ponte, se separa desta através do sulco 
bulbopontino, que corresponde a margem inferior da ponte. Os sulcos existentes na medula 
espinal continuam no bulbo delimitando áreas anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal). Na 
porção ventral do bulbo temos a fissura mediana anterior que é acompanhada de cada lado por 
uma projeção alongada chamada de pirâmide, pela qual feixes de fibras nervosas fazem a 
conexão entre as áreas motoras do cérebro e os neurônios motores da medula espinal. 
Posteriormente a cada pirâmide temos estruturas ovais chamadas de olivas – formadas pela 
presença do núcleo olivar inferior no bulbo (MACHADO, 1991) (DANGELO. FATINNI, 
2007). 
Por fim, 
Os fascículos grácil e cuneiforme da medula também podem ser vistos no bulbo. São 
constituídos por fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, e que terminam 
em duas massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme, cuja presença 
provoca a existência de duas saliências ovoides, os tubérculos grácil, medial, e 
cuneiforme, lateral. Os tubérculos grácil e cuneiforme divergem como os ramos de 
um V,em virtude do aparecimento do 4º ventrículo, e continuam superiormente (...). 
(DANGELO; FATINNI, 2007, p.70) 
 
Aula 2 – Roteiro 1: Sistema Nervoso Central e Periférico 
 
De acordo com Dangelo e Fatinni (2007) o cerebelo “(...) situa-se posteriormente ao 
bulbo e à ponte, pertence ao SN supra-segmentar e contribui para a formação do teto da 4º 
ventrículo.” (DANGELO; FATINNI, 2007, p.73). Tortora e Derrickson (2016) comparam o 
formato do cerebelo com o de uma borboleta, a área central corresponde ao verme do cerebelo 
e as “asas” correspondem aos hemisférios (direito e esquerdo) do cerebelo, que são compostos 
por três lobos – os lobos anterior, posterior e flóculo-nodular. Os lobos anterior e posterior 
controlas aspectos dos movimentos subconscientes da musculatura esquelética enquanto o lobo 
flóculo-nodular está relacionada ao equilíbrio. O cerebelo é composto por substância branca 
mas sua camada superficial – chamada de córtex do cerebelo – é composta por substancia 
cinzenta organizada diversas dobras (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os pedúnculos cerebelares conectam o cerebelo ao tronco encefálico, sendo que o 
pedúnculo superior conecta o cerebelo ao mesencéfalo, o pedúnculo médio com a ponto e o 
pedúnculo inferior com o bulbo. A tonsila do cerebelo é uma parte dilatada do cerebelo 
localizada na parte anteroinferior do lobo posterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016) 
(DANGELO; FATINNI, 2007). 
Além da divisão do cerebelos em lobos este é também dividido em lóbulos por suas 
diversas fissuras. Como é possível identificar na imagem abaixo, retirada de Machado (1991), 
a fissura horizontal separa o lóbulo semilunar superior do lóbulo semilunar inferior – 
localizados na parte media do cerebelo –, a fissura primária, também conhecida como prima, 
separa o lóbulo quadrangular anterior do lóbulo quadrangular posterior – localizados na parte 
superior do cerebelo –, a fissura pré-pirâmidal antecede o lóbulo biventre na parte inferior do 
cerebelo. Por fim, a fissura pós-clival separa o lóbulo quadrangular posterior do lóbulo 
semilunar superior. Já as estruturas conhecidas como pirâmide e úvula são porções do verme 
do cerebelo que se encontram na porção inferior do cerebelo. A pirâmide é delimitada pela 
fissura pré-pirâmidal superiormente e pela fissura pós-pirâmidal inferiormente, já a úvula se 
situa abaixo da pirâmide, se encontrando entre a fissura pós-pirâmidal superiormente e a 
póstero-lateral inferiormente (MACHADO, 1991). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao realizar um corte sagital separando os dois hemiencéfalos podemos observar o 
diencéfalo, que é o núcleo central do encéfalo (MOORE, 2014). O diencéfalo se encontra logo 
acima do cerebelo, se estendendo do tronco encefálico até o telencéfalo, circundando o III 
ventrículo, O diencéfalo é composto pelas seguintes estruturas: epitálamo, tálamo e o 
hipotálamo (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O fórnice é um feixe de fibras de associação em formato de “C” presente nos dois 
hemisférios que conecta o hipocampo aos corpos mamilares do hipotálamo. O fórnice pode ser 
dividido em: coluna (anteriormente), corpo (localizada na linha média e é suspenso do corpo 
caloso), ramo (porção posterior), álveo e fímbrias (VIEIRA, 2023) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
Entre o fórnice e o corpo caloso existe uma cavidade conhecida como ventrículo lateral 
que faz parte do sistema ventricular – uma rede de cavidades preenchidas com líquido 
cefalorraquidiano. Possuímos dois ventrículos laterais, também chamados de I e II ventrículo, 
localizados em cada hemisfério cerebral. Esses ventrículos são separados entre si por uma fina 
membrana chamada de septo pelúcido e elas se abrem através do forame interventricular para 
o III ventrículo (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Tortora e Derrickson 
(2016) descrevem o III ventrículo como “uma estreita cavidade em formato de fenda ao longo 
Figura 1 – Cerebelo: vista lateral 
(MACHADO, 1991) 
da linha média, superior ao hipotálamo e entre as metades direita e esquerda do tálamo” 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 656). 
Como dito anteriormente, o diencéfalo é formado pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo. 
O tálamo “corresponde a duas massas ovoides, volumosas de substância cinzenta, dispostas 
uma de cada lado, na porção látero-posterior do diencéfalo.” (DANGELO; FATINNI, 2007, 
p.77), mede cerca de 3cm e corresponde quase a totalidade do diencéfalo, uma estrutura 
chamada de aderência intertalâmica liga as metades do tálamo – isso em cerca de 70% das 
pessoas TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O hipotálamo está localizado abaixo do tálamo e é uma pequena estrutura dividida em 
quatro regiões que controlam a atividade visceral. Para além, suas estruturas compõem a parede 
lateral do III ventrículo e seu assoalho, as paredes laterais deste ventrículo são separadas por 
um sulco (anteroposterior) chamado de sulco hipotalâmico que separa o tálamo (superiormente) 
do hipotálamo (inferiormente) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 
2007) (NETTER, 2014). Ligado ao hipotálamo pelo infundíbulo (que também permite a 
passagem de hormônios) temos a hipófise – principal glândula do sistema endócrino que tem 
como função o controle das demais glândulas do corpo humano. A hipófise é formada por duas 
partes principais: a adeno-hipófise (porção anterior) que secreta hormônios como a 
somatotrofina, LH, prolactina, TSH e ACTH; e a neuro-hipófise (porção posterior) que secreta 
os hormônios ocitocina e vasopressina (CARMO, 2022a). 
O epitálamo está localizado supero posteriormente ao tálamo, é o limite posterior do III 
ventrículo e está situado na transição com o mesencéfalo. O epitálamo é composto pela gandula 
pineal (faz parte do sistema endócrino secretando melatonina) e pelos núcleos habenulares 
(relacionados a resposta emocional a certos cheiros) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) 
(DANGELO; FATINNI, 2007). 
A medula espinal é uma estrutura cilíndrica, ligeiramente achatada anterior e 
posteriormente, alojada no canal vertebral, se inicia no bulbo e se estende até o nível da L2. Sua 
principal função é conduzir os impulsos nervosos do encéfalo para o restante do corpo além de 
viabilizar os arcos reflexos. A medula espinal é formada, internamente, por substancia cinzenta 
e substancia branca. A substância cinzenta está disposta em formato de “H” e a sustância branca 
está organizada em funículos anterior, lateral e posterior que circunscrevem a substância 
cinzenta. Cada funículo possui tratos ascendentes e/ou tratos descendentes que funcionam como 
vias de transmissão dos impulsos nervosos (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; 
FATINNI, 2007) (LINHARES, 2023a) 
A medula espinal se comunica com as diferentes regiões do corpo através dos nervos 
espinais. Os trinta e um pares de nervos espinais se originam em intervalos regulares e deixam 
a coluna vertebral através dos forames intervertebrais. Podemos agrupar os nervos espinais com 
base no segmenta da medula do qual se originam, dessa forma tem oitos pares de nervos 
cervicais (C1 a C8), doze pares de nervos torácicos (T1 a T12), cinco pares de nervos lombares 
(L1 a L5), cinco pares nervos sacrais (S1 a S5) e um par de nervo coccígeo (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016) (LINHARES, 2023a). Tortora e Derrickson (2016) discorrem sobre a 
formação dos nervos espinais: 
Dois feixes de axônios, chamados de raízes, conectam cada nervo espinal a um 
segmento da medula por meio de feixes ainda menores de axônios conhecidos como 
radículas (ver Figura 13.3A). A raiz posterior (dorsal) e suas radículas contêm apenas 
axônios sensitivos, os quais conduzem impulsos nervosos de receptores sensitivos da 
pele, dos músculos e dos órgãos internos para o sistema nervoso central. Cada raiz 
posterior apresenta uma protuberância, o gânglio sensitivo do nervo espinal (da raiz 
posterior), que contém os corpos celulares de neurônios sensitivos. A raiz anterior esuas radículas contêm axônios de neurônios motores, que conduzem impulsos 
nervosos do SNC até os órgãos efetores (músculos e glândulas). (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016, p.615). 
 
Possuímos doze pares de nervos cranianos que fazem a conexão com o encéfalo, estes 
nervos possuem nomenclatura própria e são numerados em números romanos sendo: 
I. Olfatório – nervo aferente somático especial cuja função é olfação; 
II. Óptico – nervo aferente somático especial responsável pela visão; 
III. Oculomotor – nervo eferente motor, sua principal função é a movimentação do 
bulbo do olho; 
IV. Troclear – nervo eferente motor, também participa da movimentação do bulbo 
do olho; 
V. Trigêmeo – nervo misto, entre suas funções estão a sensibilidade geral da face e 
de parte da língua, também inerva músculos responsáveis pela mastigação; 
VI. Abducente – nervo eferente motor, também participa da movimentação do bulbo 
do olho; 
VII. Facial – nervo misto, participa da movimentação da face, inerva as glândulas 
salivares e 2/3 anteriores da língua, participando, dessa forma, da gustação; 
VIII. Vestibular – nervo sensitivo, uma porção é responsável pelo equilíbrio enquanto 
a outra participa da audição; 
IX. Glossofaríngeo – nervo misto, inerva a faringe e suas estruturas participando de 
sua movimentação, inerva também 1/3 da língua participando da gustação; 
X. Vago – nervo misto, realiza a inervação das vísceras; 
XI. Acessório – nervo misto, inerva músculos do ombro promovendo sua 
movimentação e auxilia o nervo vago na inervação de algumas vísceras; 
XII. Hipoglosso – nervo motor, movimenta a língua (FONTES, 2020) (TISSI, 2021). 
 
Os nervos cranianos fazem o suprimento sensitivo e motor da cabeça e do pescoço e 
podem ser classificados em: eferentes ou motores (levam informação do sistema nervoso), 
aferentes ou sensitivos (trazem informação para o sistema nervoso), ou mistos. Dos dozes pares 
de nervos cranianos dez se originam do tronco encefálico, o nervo olfatório (I) se origina na 
região olfatória das fossas nasais, e o nervo óptico (II) se origina na retina (TISSI, 2021) 
(FONTES, 2020). 
 
Aula 3 – Roteiro 1: Sistema Nervoso Central e Periférico 
 
A artéria aorta emerge do ventrículo esquerdo através da valva da aorta que se localiza na 
parede posterosuperior do ventrículo esquerdo. Podemos dividir a aorta em quatro partes: aorta 
ascendente, arco da aorta, parte torácica da aorta e parte abdominal da aorta. A aorta ascendente é 
a parte da aorta que emerge do ventrículo esquerdo e da origem as artérias coronárias que irrigam 
o músculo do coração. Seguindo, a parte ascendente da aorta se curva para a esquerda e forma o 
arco da aorta. Do arco da aorta emergem o tronco braquiocefálico, a artéria carótida comum 
esquerda e a artéria subclávia esquerda (CARMO, 2022b) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A irrigação arterial do cérebro é feita por diferentes artérias que formam o círculo arterial do 
cérebro. As artérias carótidas internas se originam no pescoço a partir das carótida comuns e ascendem 
sem ramificações até a base do crânio. As artérias carótidas internas adentram o crânio através da 
canal carótico na parte petrosa da temporal, depois disso seguem anteriormente até chegar no sulco 
carótico na lateral do corpo do esfenoide. Suas ramificações finais são chamadas de artérias 
cerebrais anterior e média (MOORE, 2014). Para além: 
 
Clinicamente, as artérias carótidas internas e seus ramos costumam ser chamados de 
circulação anterior do encéfalo. As artérias cerebrais anteriores são unidas pela artéria 
comunicante anterior. Perto de seu término, as artérias carótidas internas são unidas 
às artérias cerebrais posteriores pelas artérias comunicantes posteriores, completando 
o círculo arterial do cérebro ao redor da fossa interpeduncular, a depressão profunda 
na face inferior do mesencéfalo entre os pedúnculos cerebrais (MOORE, 2014, p. 
1057). 
 
As artérias vertebrais se originam no pescoço e são ramificações das artérias subclávias. 
Essas artérias ascendem através dos forames transversários das vertebras cervicais, após 
perfuram a dura-máter e a aracnoide-máter e atravessam o forame magno e em sua parte 
intracraniana se unem na margem caudal da ponte e formam a artéria basilar. A artéria basilar 
segue pela base do crânio até o forame magno, depois ascende até atingir a margem superior da 
ponte, onde acaba de dividindo em duas artérias cerebrais posteriores (MOORE, 2014). 
Da artéria basilar também se ramificam a artéria cerebelar superior, que nasce logo atrás 
das cerebrais posteriores, distribuindo-se ao mesencéfalo e parte superior do cerebelo; e a artéria 
cerebelar inferior, que distribui-se à parte anterior da face inferior do cerebelo (GOMES, 2021). 
As artérias cerebrais são responsáveis por irrigar as partes mais profundas do encéfalo 
e cada um de seus ramos irá irrigar uma superfície e um polo do cérebro. Seus ramos são: o 
cerebral anterior, que irriga a maior parte das faces medial e superior do encéfalo e o polo 
frontal; o ramo cerebral médio, que irriga a face lateral do encéfalo e o polo temporal; e o ramo 
cerebral posterior, responsável por irrigar a face inferior do encéfalo e o polo occipital 
(MOORE, 2014). 
Todo o sistema nervoso central é envolto por membranas fibrosas conhecidas como 
meninges. A meninge mais externa é a dura-máter, sendo também a mais espessa e resistente, 
esta pode ser dividida entre dura-máter encefálica, possuindo duas camadas, e dura-máter 
espinal, apresentando apenas uma camada. A dura-máter apresenta três projeções que separam 
o encéfalo: a primeira é a foice do cérebro que separa os dois hemisférios cerebrais; a segunda 
é a foice do cerebelo, que separa os dois hemisférios do cerebelo; e por fim, a terceira é o 
Tenório do cerebelo, que faz a separação do telencéfalo do cerebelo (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Na sequência temos a aracnoide-máter que é uma meninge intermediária se localizando 
entre a dura-máter e a pia-máter, é serosa e possui um formato semelhante ao de uma teia de 
aranha. Por último, temos a pia-máter que é a meninge mais interna e também mais delicada e 
vascularizada das meninges (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 
2007). 
Na medula espinal existem três espaços em relação as meninges. O primeiro deste 
espaços é chamado de espaço epidural e se situa entre a dura-máter e o periósteo do canal 
vertebral, este espaço é preenchido por tecido adiposo e o plexo venoso interno. O segundo 
espaço é o espaço subdural situado entre a dura-máter e a aracnoide-máter, é um espaço 
potencial 9uqe pode surgir devido a um traumatismo por exemplo) e é preenchido por uma 
pequena quantidade de líquido que evita a aderência entre as paredes. O último espaço é o 
subaracnóideo localizado entre a aracnoide-máter e a pia-máter que contem liquido 
cefalorraquidiano (LCR) e grandes vasos sanguíneos (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 
2007). 
Segundo Moore (2014), 
O sistema ventricular do encéfalo consiste em dois ventrículos laterais e os terceiro e 
quarto ventrículos medianos unidos pelo aqueduto do mesencéfalo. O LCS, secretado 
principalmente pelos plexos corióideos dos ventrículos, preenche essas cavidades 
encefálicas e o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula espinal. (MOORE, 
2014, p. 1054). 
 
 Os ventrículos laterais, também chamados de I e II ventrículos, ocupam áreas extensas 
de ambos os hemisférios cerebrais e abrem-se através do forame interventricular para o III 
ventrículo. O III ventrículo possui formato de fenda e está localizado entre a metade direita e a 
esquerda do diencéfalo, ele se estende posteroinferiormente até se conectar com o IV ventrículo 
através do aqueduto do mesencéfalo. Por sua vez, o IV ventrículo é piramidal e se localiza na 
parte posterior da ponte e do bulbo e segue inferoposteriormente até formar o canal central na 
medula espinal(MOORE, 2014). 
A medula espinal se comunica com as diferentes regiões do corpo através dos nervos 
espinais. Os trinta e um pares de nervos espinais se originam em intervalos regulares e deixam 
a coluna vertebral através dos forames intervertebrais. Podemos agrupar os nervos espinais com 
base no segmenta da medula do qual se originam, dessa forma tem oitos pares de nervos 
cervicais (C1 a C8), doze pares de nervos torácicos (T1 a T12), cinco pares de nervos lombares 
(L1 a L5), cinco pares nervos sacrais (S1 a S5) e um par de nervo coccígeo (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016) (LINHARES, 2023a). 
 Existem cinco plexos nervosos, sendo esses: o plexo cervical, o plexo braquial, 
o plexo lombar, o plexo sacral e o plexo coccígeo. Os plexos se formam pois muito axônios dos 
ramos anteriores dos nervos espinais não conseguem chegar diretamente nas estruturas que 
inervam. Dessa forma, criam-se redes em ambos os lados do corpo, que são as ligações de 
vários axônios de ramos anteriores de nervos adjacentes coccígeo (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
 
 
Aula 4 – Roteiro 1: Sistema Digestório – Canal Alimentar 
 
 O sistema digestório é um sistema tubular que se estende da boca até o anus e pode ser 
dividido em canal alimentar e órgãos anexos. Fazem parte do canal alimentar órgãos que se 
encontram na cabeça, pescoço, tórax abdome e pelve, sendo estes: boca, faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e anus (DANGELO; FATTINI, 2007). Os 
órgão anexo incluem: os dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016). Devido a vasta extensão do sistema digestório que, de 
acordo com Tortora e Derrickson (2016), pode variar entre 5 a 7 metros, podemos dividi-lo 
também com base na localização de suas estruturas em relação ao diafragma – que é o 
principal divisor da região do tórax e abdômen. Por isso, chamamos os órgão que se localizam 
acima do diafragma de supradiafragmáticos (cavidade oral, faringe e parte do diafragma) e os 
que se localizam abaixo do diafragma de infradiafragmáticos (parte do esôfago, estômago, 
intestinos, reto e anus). 
 A boca, que se localiza inferiormente na face exatamente sobre o eixo sagital 
mediano, é formada, segundo Tortora e Derrickson (2016) pelas bochechas, palatos duro e mole 
e a língua. A boca se comunica com o mundo exterior pela rima da boca, que nada mais é do 
que a fenda entre o lábio superior e inferior (DANGELO; FATTINI, 2007). 
Os lábios são pregas musculofibrosas que cercam a boca. Superiormente o lábio é 
delimitado pelo nariz; lateralmente pelos sulcos nasolabiais (marcação na pele que se estende 
do canto do nariz até o canto externo dos lábios) e pelos sulcos labiomarginais (linha que vai 
do ângulo da boca até à base da mandíbula; e inferiormente pelo sulco mentolabial (linha que 
separa o lábio inferior do mento/queixo) (MOORE, 2014). 
O lábio superior se une ao inferior, em ambas as extremidades, e formam a comissura 
dos lábios. A porção central da mucosa externa do lábio superior é conhecido como tubérculo 
do lábio superior, dessa estrutura até o septo nasal existe uma depressão vertical que chamamos 
de filtro labial (DANGELO; FATTINI, 2007). 
A boca, que também pode ser chamada de cavidade oral, pode ser dividida em vestíbulo 
da boca e cavidade própria da boca. A primeira corresponde ao espaço delimitado anteriormente 
pelos lábios, lateralmente pelas bochechas, ínfero e superiormente pela gengiva e 
posteriormente pelos dentes. Já a cavidade própria da boca se estende dos dentes até às fauces 
– abertura entre a cavidade oral e faringe. Na região da cavidade própria da boca encontramos 
os palatos duro e mole que formam o céu da boca, estrutura que separa a cavidade oral da nasal. 
O palato duro, também conhecido como palato ósseo, corresponde a parte anterior do céu da 
boca e é formado pelos ossos da maxila e palatinos. O palato mole, por sua vez, forma a parte 
posterior do céu da boca, é muscular e possui formato de arco e separa a parte oral da faringe 
da parte nasal da mesma (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Na parte posteroinferior do palato mole encontramos uma estrutura muscular cônica 
chamada de úvula que, quando engolimos, essa estrutura juntamente com o palato mole são 
elevados e fecham a parte nasal da faringe, impedindo que alimentos atinjam essa região. Em 
sua lateral o palato mole se une à língua e à faringe através de pregas musculares chamadas de 
arcos. O arco pataglosso une o palato mole à língua e o arco palatofaríngeo o palato mole à 
faringe (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (MOORE, 2014). 
Os músculos da mastigação são o masseter, o temporal e os pterigoideos medial e lateral. 
O masseter é o músculo mais forte da mastigação e junto com o temporal e o pterigoide medial 
são responsáveis pelo fechamento da mandíbula e pela força da mordida. Já o pterigoide lateral 
e medial movem a mandíbula de um lado para o outro. O músculo masseter tem origem na 
maxila e no arco zigomático e se insere no ângulo e no ramo da mandíbula. O músculo temporal 
se origina nos ossos temporais e se inserem no processo coronoide e ramo da mandíbula. O 
músculo pterigoideo medial se origina na face medial da parte lateral do processo pterigoide do 
esfenoide e da maxila e se insere no ângulo e no ramo da mandíbula. E, por fim, o músculo 
pterigoideo lateral se origina na asa maior e face lateral da parte lateral no processo pterigoideo 
do esfenoide e se insere no côndilo da mandíbula e na articulação temporomandibular 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os músculos do soalho da boca ajudam na deglutição e na fala e são os músculos: 
diagástrico ventre anterior e ventre posterior, gênio-hioideo e milo-hioideo. Todos estes são 
músculos supra-hióideos, ou seja, se localizam superiormente ao hioide. O músculo diagástrico 
apresenta dois ventres, o anterior e o posterior, que estão unidos por um tendão. O ventre 
anterior tem origem no lado mais interno da margem inferior da mandíbula e se insere no corpo 
do hioide através do tendão intermediário, já o ventre posterior tem origem no osso temporal e 
se insere no mesmo local que seu par. Esse músculo tem a função de elevar o hioide e a laringe 
durante a fala e a deglutição. Tanto o músculo milo-hioideo quanto o gênio-hioideo se originam 
na face mais interna da mandíbula e se inserem no corpo do hioide. O primeiro tem como função 
ajudar a elevar a língua até o céu da boca fazendo com que o alimento se mova em direção a 
garganta durante a deglutição. Já o músculo gênio-hioideo traciona e eleva o osso hioide 
gerando um encurtamento do assoalho da cavidade oral e ampliação da faringe para facilitar o 
recebimento dos alimentos (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O músculo bucinador é o músculo da bochecha e preenche o espaço entre a mandíbula 
e a maxila. Esse músculo é formado por três partes. A primeira é a parte superior que se origina 
do processo alveolar da maxila, a segunda é a parte inferior que se origina da parte alveolar da 
mandíbula, e, por fim, temos a terceira parte que é a parte posterior que tem como origem a 
margem anterior da rafe pterigomandibular. Todas as partes se inserem no ângulo da boca e são 
responsáveis por pressionar a bochecha contra os dentes molares e, juntamente com a língua, 
manter o alimento na cavidade própria da boca (MOORE, 2014). 
A faringe é um tubo muscular que está associada tanto ao sistema respiratório quanto 
digestório. Segundo Tortora e Derrickson (2016) a faringe se encontra discretamente posterior 
às cavidades nasal e oral, superior à laringe e anterior às vértebras cervicais; se estendendo da 
base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea (MOORE, 2014). 
Anatomicamente podemos dividir a faringe em três regiões: 1) parte nasal da faringe – 
é a parte superior que se comunica com a cavidade nasal através dos cóanos, essa parte se 
localiza posteriormente a cavidade nasal e seestende até o palato mole e possui função 
respiratória; 2) parte oral da faringe – parte intermédia com comunicação com a cavidade oral, 
se estende do palato mole até a margem superior da epiglote, é limitada superiormente pelo 
palato mole, inferiormente pela base da língua e lateralmente pelos arcos palatoglosso e 
palaofaríngeo, possui tanto função respiratória quanto digestória; 3) parte laríngea da faringe – 
se inicia no nível do hioide e inferiormente se conecta com o esôfago posteriormente e com a 
laringe anteriormente, assim como a porção oral da faringe, está também desempenha função 
respiratória e digestória (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; 
FATINNI, 2007). 
A parte nasal da faringe se comunica com a cavidade nasal através das coanas, a parte 
oral se comunica com a cavidade oral através do istmo das fauces e a parte laríngea se comunica 
diretamente com o esôfago. Vale notar que não existem limites precisos ou estruturas que 
comunicam uma parte da faringe com a outra (DANGELO; FATINNI, 2007). Os alimentos 
ingeridos não atingem a parte nasal da faringe por conta de duas estruturas, já vistas, chamadas 
de palato e úvula; durante a deglutição o palato mole e a úvula se elevam e fecham a passagem 
da parte oral da faringe para a nasal, impedindo que alimentos e líquidos vão em direção a 
porção nasal da faringe (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Mais adiante na faringe, os 
alimentos são impedidos de adentrar o sistema respiratório, através da laringe, graças a 
cartilagem epiglótica que, na deglutição, fecha o adito da laringe impossibilitando que 
alimentos ou líquidos sigam para a laringe (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Formando a parede muscular da faringe temos dois grupos principais de músculos: os 
músculos constritores da faringe e os músculos longitudinais internos. A contração dos 
músculos constritores é involuntária e ocorre de modo sequencial da extremidade superior para 
a inferior da faringe empurrando o alimento até o estômago. Os músculos constritores são: o 
superior – que se origina do hâmulo pterigoideo, da rafe pterigomandibular, da extremidade 
posterior da linha milo-hioidea da mandíbula e da face lateral da língua e se insere no tubérculo 
faríngeo na parte basilar do occipital; o médio – se origina no ligamento estilohioideo e cornos 
maior e menor do hioide e se insere na rafa da faringe; e o inferior – se origina na linha oblíqua 
da cartilagem tireóidea da lateral da cartilagem cricóidea. (MOORE, 2014). 
O outro grupo de músculos, os longitudinais internos, possuem contração voluntária e 
são responsáveis pela elevação da laringe e encurtamento da faringe durante a fala e deglutição. 
Temos três músculos nesse grupo, começando pelo palatofaríngeo – que se origina no palato 
duro e aponeurose palatina e se insere na margem posterior da lâmina da cartilagem tireóidea e 
na face lateral da faringe e do esôfago; seguindo temos o salpingofaríngeo – se origina na parte 
cartilagínea da tuba auditiva e se fundo ao músculo palatofaríngeo; e por fim, temos o músculo 
estilofaríngeo – que se origina no processo estiloide do temporal e se insere nas margens 
posterior e superior da cartilagem tireóidea com o músculo palatofaríngeo (MOORE, 2014). 
O nervo trigêmeo, como o nome já diz, possui três ramos: o oftálmico, o maxilar e o 
mandibular. Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem impulsos nervosos de tato, 
dor e sensação térmica. A ramificação maxilar, que possui tamanho intermediário, contém os 
axônios sensitivos da mucosa do nariz, do palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, do 
lábio superior e da pálpebra inferior. Por sua vez, a ramificação da mandíbula, a maior das três 
ramificações, contém os axônios sensitivos dos dois terços anteriores da língua, da bochecha, 
dos dentes inferiores, do assoalho da boca e da pele sobre a mandíbula e anterior à orelha. Os 
neurônios motores do nervo trigêmeo estão presentes no ramo mandibular e provém os 
músculos da mastigação, ou seja, controlam os movimentos mastigatórios (MOORE, 2014). 
O nervo facial é o nervo que inerva mais músculos no corpo humano, ele se origina da 
margem posterior da ponte e atravessa o meato acústico interno e o canal facial na parte petrosa 
do temporal. O nervo facial inerva os músculos da expressão facial (músculos estapédio, ventre 
posterior do músculo digástrico, estilo-hioideo, faciais e do couro cabeludo) e conduz fibras 
sensitivas somáticas, parassimpáticas e do paladar (dois terços anteriores da língua e palato) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016) (MOORE, 2014). 
O nervo glossofaríngeo se origina da extremidade rostral do bulbo e sai do crânio pelos 
forames jugulares, dali seguem pelos músculos constritores superior e médio da faringe e 
chegam no terço posterior da língua. Esse nervo envia fibras motoras somáticas para o músculo 
estilofaríngeo e fibras motoras viscerais (parassimpáticas pré-ganglionares) para o gânglio ótico 
para inervação da glândula parótida. Também envia fibras sensitivas para o terço posterior da 
língua (incluindo paladar), faringe, cavidade timpânica, tuba auditiva, glomo e seio caróticos. 
Interessante notar que o nervo glossofaríngeo tem também axônios sensitivos de 
barorreceptores (receptores de pressão) que monitoram a pressão sanguínea, e 
quimiorreceptores que monitoram os níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016) (MOORE, 2014). 
O nervo vago possui ampla distribuição pelo corpo, passando pela cabeça, pescoço, 
tórax e abdômen. Esse neurônio possui axônios sensitivos que, em sua maioria, se originam de 
receptores da maior parte dos órgãos da cavidade torácica e abdominal transmitindo sensações 
de fome, plenitude e desconforto. Também possuem alguns receptores gustativos na epiglote e 
na faringe, assim como barorreceptores, quimiorreceptores e axônios sensitivos que se originam 
na orelha externa que enviam informações sensíveis táteis, térmicas e de dor. Além disso, 
possuem neurônios motores braquiais que suprem músculos da faringe, da laringe e do palato 
mole que são utilizados na deglutição, na vocalização e na tosse; e axônios de neurônios 
motores parassimpáticos que inervam os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal 
(TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do 
intestino delgado e de boa parte do intestino grosso – que estimulam a contração dos músculos 
lisos do TGI, na secreção das glândulas digestórias, ativam músculos lisos das vias respiratórias 
para diminuir seu calibre e diminuem a frequência cardíaca (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). 
O nervo hipoglosso é um nervo craniano motor que conduz impulsos nervosos 
relacionados com a fala e a deglutição, inerva os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua 
(estiloglosso, hioglosso e genioglosso) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (MOORE, 2014). 
O esôfago é um músculo tubular colabável que leva o alimento da faringe até o 
estômago. Possui três partes – cervical, torácica e abdominal – tendo início na extremidade 
inferior da parte laríngea da faringe, passando pelo aspecto inferior do pescoço seguindo a curva 
da coluna vertebral (parte cervical do esôfago), entra no mediastino anteriormente a aorta e a 
coluna vertebral, seguindo sua curvatura, e posteriormente à traqueia (parte torácica do esôfago) 
e, por fim, passa pelo diafragma através de uma abertura chamada hiato esofágico no nível da 
vértebra T X, e termina na parte superior do estômago no nível da 7ª cartilagem costal esquerda 
e da vértebra T XI (parte abdominal do esôfago) (MOORE, 2014) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Existem três constrições esofágicas onde estruturas adjacentes deixam impressões, as 
constrições são: a cervical, a broncoaórtica e a diafragmática. A cosntrição cervical se inicia na 
junção da faringe ao esôfago e é causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor dafaringe. A constrição broncoaórtica, na região torácica do esôfago, é uma constrição combinada 
ocorrendo no local de cruzamento do arco da aorta com o esôfago – pode ser observado em 
vista anteroposterior – e no local do cruzamento entre com o brônquio principal esquerdo – 
podendo ser observada em vistas laterais. Por último temos a constrição diafragmática que 
ocorre no local onde o esôfago atravessa o hiato esofágico (MOORE, 2014). 
O estômago é um órgão visceral, oco e considerado um alagamento do canal alimentar 
que liga o esôfago ao intestino delgado e possui função de acumular e preparar química e 
mecanicamente o alimento ingerido. Se situa logo abaixo do diafragma e sua maior porção fica 
à esquerda do plano mediano. O estômago possui quatro partes. A primeira é chamada de cárdia 
e corresponde a região que cerca o óstio cárdico, que é a abertura do esôfago para o estômago, 
se localiza no nível da vértebra T XI. A segunda parte é chamada de fundo gástrico e se localiza 
imediatamente a esquerda da cárdia, é arredondada e superior. A terceira é a maior e mais 
central parte do estômago e recebe o nome de corpo gástrico. O corpo gástrico se localiza 
inferiormente ao fundo gástrico conectando este a quarta e última parte que é a parte pilórica – 
região afunilada de saída do estômago. A parte pilórica é subdividida em três regiões: a primeira 
é a parte mais larga chamada de antro pilórico que leva a segunda região, e mais estreita, 
conhecida como canal pilórico que se conecta a última região, que é o piloro. O piloro é uma 
região esfincteriana que conecta o estômago ao duodeno (primeira parte do intestino delgado) 
(MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O estômago possui a curvatura menor, que forma a margem medial direita côncava e 
mais curta do estômago, e a curvatura maior, forma a margem lateral convexa mais longa. A 
diferença de comprimento dessas curvaturas confere ao estômago o formato semelhante a letra 
J. Na parte inferior da curvatura menor, logo à esquerda da linha mediana, temos a incisura 
angular, que marca a junção do corpo gástrico com a parte pilórica do estômago (MOORE, 
2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Na cavidade abdominal temos uma membrana que reveste os órgãos e auxilia a fixa-los 
na parede abdominal, essa membrana recebe o nome de peritônio. No estômago temos duas 
estruturas formadas por peritônio dobrado sobre si mesmo que se ligam ao órgão e constituem 
marcos anatômicos importantes. Essas estruturas recebem o nome de omento maior e menor. O 
omento maior se liga ao estômago em sua curvatura maior e vai até o cólon transverso (parte 
do intestino grosso). O omento menos, por sua vez, se liga ao estômago em sua curvatura menor 
e anexa o estômago e o duodeno ao fígado (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O intestino delgado é dividido anatomicamente em duodeno, jejuno e íleo. O duodeno 
é a parte inicial do intestino delgado e vai do óstio pilórico até a flexura duodenojejunal, que é 
a transição do duodeno para o jejuno. Possui forma de um arco lateralizado aberto para a 
esquerda e abraça a cabeça do pâncreas. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior, 
descendente, horizontal (ou inferior) e ascendente. A parte superior situa-se anterolateralmente 
ao corpo da vértebra L I, ascende a partir do piloro e é justaposta pelo fígado e vesícula biliar. 
A parte seguinte é a parte descendente que desce ao longo das faces direitas da vértebras L I à 
L III e se curva ao redor da cabeça do pâncreas. Nesta parte desemboca o ducto colédoco e 
pancreático que se projetam para dentro da mucosa do duodeno através da papila duodenal 
maior. Acima da papila duodenal maior temos a papila duodenal menor que através da qual 
desemboca o ducto pancreático assessório (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
A parte horizontal do duodeno cruza em direção a esquerda sobre a vértebra L III, a veia 
cava inferior e a aorta. É cruzada pela artéria e veia mesentéricas superiores e pela raiz do 
mesentério do jejuno e íleo. É limitada superiormente pela cabeça do pâncreas. A parte final do 
duodeno, a parte ascendente, tem início à esquerda da vértebra L III e segue junto a aorta até a 
margem superior da L II e inferior do pâncreas, nesse ponto ela se curva anteriormente e se une 
ao jejuno pela flexura duodenojejunal (MOORE, 2014). 
A segunda parte do intestino delgado é o jejuno, que se estende da flexura 
duodenojejunal até o íleo – vale ressaltar que não existe limite nítido entre o jejuno e o íleo. A 
maior parte de jejuno se encontra no quadrante superior esquerdo. O Íleo, que é a parte final do 
intestino delgado, termina na junção ileocecal, que é a união da parte terminal do íleo 
(normalmente se encontra na pelve) e o ceco (parte inicial do intestino grosso). A maior parte 
do íleo se encontra no quadrante inferior direito. O jejuno e o íleo se encontram presos a parte 
posterior do abdome por uma prega de peritônio em formato de leque chamada de mesentério 
(MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O intestino grosso é a porção final do canal alimentar. Se estendo do íleo até o ânus e se 
liga à parede posterior do abdome pelo mesocolo, que é uma dupla camada de peritônio. O 
intestino grosso é dividido em: ceco, colo ascendente, colo transverso, colo descendente e colo 
sigmoide. É possível diferenciar o intestino grosso do delgado através de algumas 
características morfológicas macroscópicas encontradas na região do colo do intestino grosso. 
A primeira são as regas semilunares, são pregas que se formam na superfície interna no colo 
devido as contrações musculares do órgão. Essas pregas formam bolsas na superfície externa 
do colo chamas de saculações, que são a segunda característica morfológica que nos permite 
diferenciar o intestino grosso do delgado. Para além, temos também as tênias do colo, que são 
três faixas espessas de músculo liso longitudinais. A tênia mesocólica prende o mesocólon, 
enquanto a tênia omental prende o omento maior e a tênia livre não se ligam a nenhuma 
estrutura (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Na abertura do íleo para o intestino grosso temos uma prega chamada de óstio ileal que 
conecta o íleo ao ceco. O ceco é uma bolsa intestinal cega que corresponde a parte inicial do 
intestino grosso, se localiza na fossa ilíaca (quadrante inferior direito). Anexado ao ceco 
encontramos o apêndice vermiforme que se conecta ao mesentério do íleo através do seu próprio 
mesentério chamado de mesoapêndice (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A parte seguinte do intestino grosso é o colo que se divide em quatro regiões. A primeira é 
o colo ascendente que sobe pelo lado direito d abdome até a face inferior do fígado, aonde vira 
abruptamente para a esquerda, formando a flexura direita do colo. Após a flexura direita temos a 
região do colo transverso que cruza o abdome até o lado esquerdo, ao chegar na extremidade inferior 
do baço, vira abruptamente para baixo formando a flexura esquerda do colo. Essa estrutura marca 
o início do colo descendente que desce até o nível da crista ilíaca esquerda, aonde passa a ser 
chamado de colo sigmoide, que se projeta medialmente em direção a linha média, terminando como 
reto no nível da vértebra S III (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Lateralmente ao colo ascendente e ao colo descendente temos duas depressões longitudinais 
chamadas de sulcos paracólicos. Estes sulcos determinam como e onde materiais os materiais 
contidos na cavalidade peritoneal (líquido peritoneal, sangue, pus, dentre outros) vão se acumular 
e se deslocar (CARDOSO; RUBINSTEIN, 2022). 
O reto é a parte terminal fixa do intestino grosso e é continuo com o colo sigmoide no 
nível da vértebra S III, situando-se anteriormente ao sacro e ao cóccix. Possui uma parte dilatada 
chama de ampola do reto e os últimos centímetros do intestino grosso são conhecidos como 
cana anal, que é constituído por uma túnica mucosaque contém pregas longitudinais que 
contém artérias e veias chamas de colunas anais. O canal anal se abre no ânus, que é guardado 
por dois músculos: músculo esfíncter interno do ânus – composto por músculo liso involuntário, 
e músculo esfíncter externo – composto por músculo esquelético voluntário. Esses esfíncteres, 
normalmente, se mantem fechados até o momento da evacuação (TORTORA; DERRICKSON, 
2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
 
 
 
Aula 5 – Roteiro 1: Sistema Digestório – Órgãos Anexos 
 
A língua é um órgão muscular que se situa parte na cavidade oral e parte na porção oral 
da faringe. A língua é dividida em: raiz – parte posterior e fixa, se estende entre a mandíbula, o 
hioide e a face posterior da língua –; corpo – corresponde aos dois terços anteriores da língua 
entre a raiz e o ápice –; ápice – corresponde a ponta da língua, é a extremidade anterior do 
órgão, se apoia nos dentes incisivos. A língua também possui duas faces. O dorso é a face mais 
extensa, superior e posterior e é caracterizado pelo sulco terminal da língua, sulco em forma de 
V, cujo vértice aponta para o forame cego na parte posterior. Essa porção posterior da língua 
conta com uma estrutura chamada de tonsila lingual que faz parte do anel linfático da faringe 
(MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
A outra face é a inferior e descansa sobre o soalho da boca. Na face inferior da língua 
temos uma estrutura chamada de frênulo da língua, que nada mais é que uma prega túnica 
localizada na linha média e se insere no soalho de forma a ajudar a limitar o movimento da 
língua posteriormente (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A face dorsal e lateral da língua são recobertas por papilas – projeções recobertas por 
epitélio escamoso estratificado – sendo que muitas possuem receptores para a gustação que são 
chamados de papilas gustativas e outras possuem receptores para o tato (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). Existem quatro tipos de papilas. O primeiro tipo são as papilas 
circunvaladas que se encontram à frente do sulco terminal, são grande e com o topo achatado e 
possuem papilas gustativas. Outro tipo são as papilas folhadas, possuem formato de folha e se 
encontram nas margens da língua, sendo pouco desenvolvidas nos seres-humanos. As papilas 
filiformes são longas e numerosas e possuem terminações nervosas sensíveis ao toque. Por fim, 
temos as papila fungiformes, que são mais numerosas no ápice e nas margens da língua e 
possuem formato de cogumelo (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
A língua é formada por músculos extrínsecos (hioglosso, genioglosso e estiloglosso) 
que se originam fora da língua e são responsáveis por mover a língua de um lado para o outro 
e para dentro e para fora, formar o soalho da boca e manter a língua em posição. O outro 
conjunto de músculos que forma a língua são os músculos intrínsecos, estes se originam e se 
inserem na língua e são responsáveis por alterar o tamanho e forma da língua o que possibilita 
a deglutição e a fala (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os dentes são órgão acessórios da digestão e se localizam nos soquetes dos processos 
alveolares da mandíbula e da maxila. Os adultos possuem, normalmente 32 dentes permanentes, 
sendo oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e doze molares que se distribuem 
igualmente nas arcadas superior (maxila) e inferior (mandíbula) (TORTORA; DERRICKSON, 
2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Somos considerados seres difodônticos pois apresentamos dois conjuntos de dentes, os 
decíduos, que são os primários e estão presentes nas crianças e que serão substituídos pelos 
permanentes (secundários) que começam sua erupção a partir dos seis anos de idade (MOORE, 
2014). 
Podemos identificar os tipos de dentes pelas suas características. Os incisivos possuem 
margens cortantes finas, uma única raiz e estão inseridos anteriormente na arcada dentaria. Os 
caninos tem formato de cones, possuem uma raiz e se localizam lateralmente aos incisivos. Os 
pré-molares possuem duas cúspides, raiz única e localizam-se na região lateral da arcada 
dentaria e posteriormente aos caninos. Por fim, os molares possuem três ou mais cúspides, duas 
ou três raízes e são posteriores aos pré-molares (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 
2007). Os incisivos possuem a função de cortar os alimentos, os caninos são usados para rasgar 
e triturar e, por fim, os pré-molares e molares ficam responsáveis por esmagar e triturar os 
alimentos de forma a prepara-los para deglutição (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os dentes são formados por três regiões externas: a coroa – projeta-se da gengiva e é a 
parte visível – o colo – situa-se entre a coroa e a raiz – e a raiz – que fixa o dente ao alvéolo 
dental. Já internamente, a dentina forma a maior parte do dente, este é um tecido conjuntivo 
calcificado que confere ao dente sua forma e rigidez. O esmalte, composto por fosfato de cálcio 
e carbonato de cálcio, é a substância mais dura do nosso organismo e recobre a dentina de forma 
a protege-la. Na raiz a dentina é recoberta por cemento, que se assemelha aos ossos. No interior 
da coroa existe um espaço, que é protegido pela dentina, que chamamos de cavidade pulpar e 
contem a polpa do dente, que é um tecido conjuntivo que abriga vasos sanguíneos, nervos e 
vasos linfáticos (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Na boca dos seres-humano existem dois tipos de glândulas, as glândulas salivares 
maiores e as glândulas salivares menores. As glândulas salivares menores possuem menos 
importância e estão dispersas no palato, nos lábios, bochechas, tonsilas e língua. As glândulas 
salivares maiores são as mais importantes e são essas: a glândula parótida, a glândula 
submandibular, e a glândula sublingual. A glândula parótida se situa em posição posterolateral 
aos ramos da mandíbula e aos músculos masseteres, é a maior das glândulas salivares e o seu 
canal excretor, chamado de ducto parotídeo, se abre no vestíbulo da boca na região do segunda 
dente molar superior. A glândula submandibular situa-se ao longo da mandíbula e do músculo 
milo-hioideo, seu ducto, chamado de ducto submandibular, possui cerca de 5cm e se abre no 
soalho da boca, embaixo da língua. Já a glândula sublingual é a menor e mais profunda das 
glândulas salivares, se localiza na soalho da boca entre a mandíbula e o músculo genioglosso. 
Possui diversos pequenos ductos sublinguais dispersos no soalho da boca ao longos das pregas 
sublinguais (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O fígado é uma glândula que se encontra inferiormente ao diafragma, posteriormente as 
costelas VII a XI no lado direita, ocupando a maior parte do quadrante superior direito do 
abdome, é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma e cruza a linha mediana em direção a 
papila mamária esquerda. O fígado possui uma face diafragmática e uma visceral. A face 
diafragmática é convexa, mantém contato com o diafragma e possui um lobo direito maior e 
um lobo esquerdo menor. Os lobos direito e esquerdo são divididos pelo ligamento falciforme, 
que é uma prega do mesentério (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) 
(DANGELO; FATINNI, 2007). 
A parte visceral do fígado é relativamente plana e está em contato com diversas vísceras 
abdominais, dessa forma, possui diversas fissuras e impressões resultantes desse contato. A 
parte visceral é toda recoberta por peritônio, com exceção da fossa da vesícula biliar e da porta 
do fígado – fissura transversal pela qual entram e saem diversas estruturas como a veia porta, a 
artéria hepática, os vasos linfáticos e o ducto hepático comum. A parte visceral é dividida em 
quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado. Assim como na face diafragmática, os 
lobos direito e esquerdo da face visceral também são divididos pelo ligamento falciforme. Os 
lobos quadrado (anteroinferior) e caudado (posterosuperior) são cruzados pelas fissuras sagitais 
esquerda e direita (MOORE, 2014). 
Entre o lobo direito eo lobo quadrado – da parte visceral – encontramos a vesícula biliar. 
A vesícula biliar é um saco com forma similar a uma pera e normalmente pende da margem 
inferior anterior do fígado. A vesícula biliar armazena bile produzida pelo fígado e a libera no 
duodeno, é dividida em três partes. A primeira parte é o fundo – extremidade larga e 
arredondada do órgão que se projeta da margem inferior do fígado –; depois temos o corpo – 
parte principal de vesícula biliar, está em contato com a face visceral do fígado, colo transverso 
e duodeno –; por fim temos o colo – extremidade estreita, oposta ao fundo, com uma curvatura 
em forma de S que conecta a vesícula biliar ao ducto hepático comum através do duto cístico. 
Temos também o ducto colédoco, que é formado pela união do ducto hepático comum e do 
ducto cístico. O ducto colédoco desce posteriormente à parte superior do duodeno e situa-se em 
um sulco na face posterior da cabeça do pâncreas (MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 
2007). 
Já entre os lobos direito e caudado está presente um sulco que abriga a veia cava inferior. 
E entre os lobos caudado e quadrado se encontra a porta do fígado, que vimos anteriormente 
(DANGELO; FATINNI, 2007). 
Para além do ligamento falciforme temos no fígado também os ligamentos coronários 
direito e esquerdo – que são extensões do peritônio e que suspendem o fígado do diafragma –; 
o ligamento triangular – que é uma mistura do ligamento falciforme com o omento menor –; e 
o ligamento redondo – se estende do fígado até o umbigo e é um remanescente da veia umbilical 
do feto que o provia de sangue oxigenado e com nutrientes (MOORE, 2014) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
De acordo com Moore (2014), 
O pâncreas é uma glândula acessória da digestão, alongada, retroperitoneal, situada 
sobrejacente e transversalmente aos corpos das vértebras L I e L II na parede posterior 
do abdome. Situa-se atrás do estômago, entre o duodeno à direita e o baço à esquerda. 
(MOORE, 2014, p. 335). 
 
O pâncreas é formado por uma cabeça – que corresponde a porção expandida do órgão 
e emoldurada pelo duodeno –, superiormente e a esquerda temos o corpo do pâncreas – está 
disposto transversalmente – e, por fim, temos a cauda – extremidade afilada situada 
anteriormente ao rim esquerdo. O pâncreas é uma glândula exócrina que excreta suco 
pancreático. O suco pancreático secretado é colhido pelo ducto pancreático, que, em sua 
extremidade, se conecta ao ducto colédoco (que vem do fígado e vesícula biliar) e desemboca 
no duodeno como um ducto comum que chamamos de ampola hepatopancreática (MOORE, 
2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O pâncreas possui uma relação íntima com o duodeno pois, quando o quimo chega ao 
duodeno, este secreta um hormônio (secretina) que ativa as células pancreáticas, ativando a 
produção de suco pancreático (DANGELO; FATINNI, 2007). 
 
Aula 6 – Roteiro 1: Sistema Urinário 
 
 O sistema urinário é formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Os rins filtram o 
sangues, produzindo a urina, os ureteres conduzem a urina para a bexiga, onde a urina fica 
armazenada até ser eliminada através da uretra (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). 
O rim é um órgão par, avermelhado, possui a forma de um feijão e se localizam na região 
da cintura, mais especificamente entre o peritônio e a parede posterior do abdome (sendo então 
considerados retroperitoneais), cada um ocupando um lado da coluna vertebral no nível da T12 
a L3. O rim direito se encontra levemente deslocado para baixo quando comparado com o rim 
esquerdo, esse deslocamento se dá pois o fígado ocupa um espaço considerável do lado direito 
da cavidade abdominal (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os rins possuem 
duas faces – anterior e posterior –, duas margens – medial e lateral – e dois polos – inferior e 
superior, que são sua extremidades (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Os polos inferiores dos rins tem relação com os músculos psoas maior e com o quadrado 
do lombo. Já os polos superiores se encontram posteriormente às costelas 11 e 12, Moore (2014) 
discorre que o nível dos rins se altera conforme a respiração (dado o movimento do diafragma) 
e a postura. Ainda no polo superior, cada rim está em contato com as glândula adrenais (também 
chamadas de suprarrenais) através de um septo. Interessante notar que as glândula adrenal 
direita é menor do que a esquerda e possui um formato piramidal, enquanto a glândula adrenal 
esquerda possui um formato semilunar. As glândulas renais compõem o sistema endócrino 
possuindo funções separadas as funções dos rins (MOORE, 2014) (SANAR, 2019). 
A margem lateral dos rins é convexa enquanto a margem medial é côncava. Na margem 
medial encontramos uma fenda vertical, chamada de hilo renal, que serve de passagem para a 
entrada e saída de algumas estruturas do rim, como: o ureter, artéria renal e veia renal - 
elementos que, segundo Dangelo e Fatinni (2007), constituem o pedículo renal. Quanto suas 
posições anatômicas, a artéria renal se encontra superiormente no hilo renal, a veia renal ocupa 
o posição medial e, por fim, o ureter se encontra inferiormente as duas estruturas citadas 
anteriormente (SOBOTTA, 2000) (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
 Ao realizar um corte frontal, dividindo o órgão em uma metade anterior e outra 
posterior, conseguimos analisar as estruturas internas do rim. Após esse corte podemos perceber 
duas regiões do rim, uma mais exterior, localizada na periferia do órgão, com uma cor vermelho 
clara chamada de córtex renal, e uma região mais interna e escura denominada medula renal. A 
medula renal é formada por estruturas de formato cônico, chamadas de pirâmides renais. A base 
das pirâmides estão voltadas para o córtex renal enquanto os ápices, que chamamos de papilas 
renais, estão voltados para o hilo renal (DANGELO; FATINNI, 2007) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). Segundo Pereira (2022) as “papilas [renais] se projetam em cálices 
menores pelos ductos papilares transportando até um cálice renal maior a urina produzida e 
esses, por sua vez, desembocam na pelve renal, porção dilatada do ureter, levando a urina até o 
destino pelas vias urinárias”. 
Já o córtex renal se projeta em direção a medula renal separando uma pirâmide renal da 
outra – essas projeções são chamadas de colunas renais (DANGELO; FATINNI, 2007) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
 Para entendermos melhor a anatomia dos principais vasos sanguíneos encontrados no 
rim é necessário compreendermos o que é um lobo renal. De acordo com Tortora e Derrickson 
(2016), um lobo renal é constituído por uma pirâmide renal, uma porção da coluna renal de 
cada lado da pirâmide e o córtex renal na base da pirâmide. 
 Após a artéria renal adentrar o rim pelo hiato renal esta se divide em diversas artérias 
segmentares que irão irrigar diferentes partes do órgão. Cada artéria segmentar se ramifica em 
artérias interlobares que, como o próprio nome infere, se localizam entre os lobos renais. 
Quando essas artérias chegam até a base das pirâmides renais elas se envergam entre o córtex 
e a medula renal e passam a se chamar artérias arqueadas. As artérias arqueadas se ramificam 
mais uma vez produzindo diversas artérias interlobulares (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
 Dangelo e Fatinni (2007) descreve o ureter como: 
 
(...) um tubo muscular que une o rim à bexiga, com um comprimento aproximado de 
25cm. Partindo da pelve renal, que constitui sua extremidade superior dilatada, o 
ureter, com trajeto descendente, acola-se à parede posterior do abdome e penetra na 
pelve para terminar na bexiga, desembocando neste órgão pelo óstio uretral. 
(DANGELO; FATINNI, 2007, p. 177) 
 
Podemos dividir o ureter em duas partes: a abdominal e a pélvica. A fração abdominal 
consiste na parte do ureter que sai do rim até chegar na artéria ilíaca comum, após cruzar a 
artéria o ureter curva-se medialmente para chegar a bexiga, essafração corresponde a parte 
pélvica do ureter. Dangelo e Fatinni (2007) dividem o ureter em mais uma parte, chamada de 
intramural, de acordo com os autores esta é a parte do ureter que atravessa a parede da bexiga. 
A bexiga urinara é um órgão oco, funciona como um reservatório para a urina e é 
caracterizada pela sua distensibilidade. A bexiga se situa na cavidade pélvica, posteriormente a 
sínfise púbica e apoiada sobre o púbis. Nos homens a bexiga está localizada logo anteriormente 
ao reto, já nas mulheres é anterior a vagina e inferior ao útero (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). Pode ser dividida em: ápice, corpo, fundo e colo. Moore (2014) explica que, 
 
O ápice da bexiga aponta em direção à margem superior da sínfise púbica 
quando a bexiga urinária está vazia. O fundo da bexiga é oposto ao ápice, formado 
pela parede posterior um pouco convexa. O corpo da bexiga é a parte principal da 
bexiga urinária entre o ápice e o fundo. O fundo e as faces inferolaterais encontram-
se inferiormente no colo da bexiga. (MOORE, 2014, p. 445). 
 
 
As paredes da bexiga são formadas, em sua maioria, pelo músculo detrusor que é 
composto por três camadas de fibras de músculo liso senda: uma camada interna que é 
longitudinal, a camada intermediaria com formato circular e a camada externa apresentando 
formato também longitudinal (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Quando 
a bexiga está vazia podemos claramente ver uma área onde a mucosa é lisa e plana chamada de 
trígono da bexiga. Essa região é limitada por três orifícios sendo dois óstios do ureter (direito e 
esquerdo) nos cantos posteriores do trígono, e um óstio da uretra no canto anterior (DANGELO; 
FATINNI, 2007) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Comparando a hemipelve masculina com a feminina podemos notar que a uretra 
masculina é cerca de cinco vezes maior que a feminina e participa tanto do sistema urinário 
quanto do sistema genital – sendo um ducto comum para a micção e a ejaculação – enquanto 
nas mulheres a uretra participa apenas do sistema urinário. (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). Dessa forma, a uretra masculina pode ser dividida em algumas partes. Dangelo e Fatinni 
(2007) e Tortora e Derrickson (2016) dividem a uretra masculina em três segmentos: prostático, 
membranáceo e esponjoso, enquanto Moore (2014) a divide em quatro, acrescentando o 
segmento pré-prostático. 
Moore (2014) discorre que a parte pré-prostática da uretra masculina possui entre 0,5 a 
1,5 cm e estende-se verticalmente através do colo da bexiga e seu comprimento e diâmetro 
variam dependendo do quão cheia a bexiga urinária esteja. A parte prostática possui de 3,0 a 
4,0 cm e “Desce através da parte anterior da próstata, fazendo uma curva suave, com 
concavidade anterior;” (MOORE,2014, p.449), esse segmento é mais largo e dilatável e é nele 
em que ocorre a fusão doa tratos urinários e reprodutivos. A parte membranácea atravessa o 
períneo possuindo entre 1,0 a 1,5 cm, e é a parte mais estreita e menos elástica da uretra. Por 
fim, a parte esponjosa mede cerca de 15cm atravessa o corpo esponjoso do pênis se 
caracterizando como a maior e mais móvel parte da uretra (MOORE, 2014). 
O final da uretra recebe o nome de óstio externo da uretra tanto na uretra feminina 
quanto masculina. No homem, na parte esponjosa da uretra, adjacente ao óstio externa da uretra 
existe uma porção dilatada do canal eu recebe o nome de fossa navicular da uretra (DANGELO; 
FATINNI, 2007). 
 
Aula 7 – Roteiro 1: Sistema Urinário 
 
O escroto é uma estrutura ímpar em formato de bolsa que contém os testículos, situa-se 
atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. O escroto é separado em porção esquerda e direita por 
uma estrutura mediana chamada de rafe do escroto, internamente o escroto é dividido em dois 
sacos – cada um contendo um testículo – pelo septo do escroto (DANGELO; FATINNI, 2007) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os testículos são os órgãos produtores dos 
espermatozoides e do hormônio testosterona. São dois testículos de formato ovoide medindo 
cerca de 5cm de comprimento e 3cm de largura e de localizam dentro do escroto. Cada testículo 
apresenta as seguintes extremidades: polos superior e inferior, face medial e lateral e uma 
margem anterior e outra posterior (DANGELO; FATINNI, 2007). 
O epidídimo é um órgão em formato de vírgula que se localiza ao longo da margem 
posterior de cada um dos testículos. O epidídimo mede cerca de 4cm, é responsável pelo 
armazenamento dos espermatozoides até o momento da ejaculação e pode ser dividido em 
cabeça – parte superior e maior, neste os ductos eferentes dos testículos se unem aos ductos do 
epidídimo –, corpo – sessão média e estreita – e em cauda – parte inferior, menor e final do 
epidídimo, em sua extremidade distal se transforma em ducto deferente (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
O ducto deferente se origina no reservatório de espermatozoide e os conduz até o ducto 
ejaculatório. Este ducto ascende ao longo da margem posterior do epidídimo e entra na cavidade 
pélvica, através do canal inguinal, em seguida contorna o ureter e segue lateralmente descendo 
pela face posterior da bexiga. A parte final do ducto deferente é dilatada e chamada de ampola. 
O ducto deferente possui cerca de 45cm e data sua grande extensão pode ser dividido em quatro 
partes, sendo a primeira a parte funicular – contida no funículo espermático – a segunda à parte 
escrotal – contida no escroto – depois a parte inguinal – onde adentra a cavidade pélvica – e, 
por fim, a parte pélvica – que corresponde ao restante do seu trajeto dentro da cavidade pélvica 
(DANGELO; FATINNI, 2007) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O par de glândulas seminais são estruturas alongadas em formato de bolsa que se 
encontram entre o funda da bexiga e o reto. Se posicionam obliquamente superiormente a 
próstata e são responsáveis pela secreção de um líquido alcalino que contem frutose e um agente 
coagulante que corresponde a cerca de 60% do volume do sêmen. As glândulas seminais 
possuem um ducto que se une ao ducto deferente formando o ducto ejaculatório (MOORE, 
2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os ductos ejaculatórios têm aproximadamente 
2,5cm de comprimento e se originam perto do colo da bexiga, seguem, pareados, 
anteroinferiormente atravessando parte da próstata e desembocam na parte prostática da uretra 
(MOORE, 2014). 
A próstata é a maior glândula acessório do sistema genital masculino. Dois terços da 
próstata é glandular enquanto o outro terço é fibromuscular. A próstata é um órgão pélvico, do 
tamanho de uma bola de golfe, situa-se inferiormente a bexiga e é atravessado pela parte 
prostática da uretra. Essa glândula produz uma secreção que compõe cerca de 25% do sêmen e 
é lançada na parte prostática da uretra através de inúmeros ductos prostáticos não visíveis ao 
olho nu (MOORE, 2014) (TORTORA; DERRICKSON, 2016) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
Moore (2014) discorre que o pênis é “formado por três corpos cilíndricos de tecido 
cavernoso erétil: dois corpos cavernosos dorsalmente e um corpo esponjoso ventralmente” 
(MOORE, 2014, p.508). Esses tecidos eréteis estão envoltos por fáscia, túnicas fibrosas e, pelo 
lado externo, por pele fina distensível. Podemos dividir o pênis em três regiões: a primeira é a 
raiz que é a porção fixa do membro localizada no espaço superficial do períneo, entre a 
membrana do períneo (superiormente) e a fáscia do períneo (inferiormente). Em seguida temos 
o corpo do pênis que consiste na parte livre e pendente. Na parte distal do corpo do pênis o 
corpo esponjoso se expande formando a glande do pênis, também conhecida de cabeça do pênis 
(MOORE, 2014) (DANGELO; FATINNI, 2007). 
A glande do pênis possui uma região proximal chamada de colo da glande que é uma 
constrição sulcada oblíqua e separa a região distal da glande – chamada de coroa da glande – 
do corpo do pênis. Na coroa da glande existe uma fenda mediana chamada de óstio externo da

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