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1) Revisar as adaptações na voz cantada nos diferentes estilos musicais; VOZVOZ Adulto e idoso Problema 01 Voz Falada x Voz Cantada Mota (2010) , afirmou que “o mecanismo básico para falar e cantar é o mesmo”. No entanto, esse autor adverte que, mesmo existindo um único órgão e um mesmo grupo muscular responsável pelas duas funções, há vários aspectos fundamentais relacionados à produção vocal que diferem muito ao comparar-se a voz falada com a cantada. Voz Falada É basicamente realizada de forma natural e inconsciente. Para que sua mensagem seja expressada da forma desejada, é necessário o uso de ênfase, entonação, ressonância e frequências adequadas, a isso denomina expressividade, a qual, em conjunto com a postura corporal e mímica facial, passa ao ouvinte as emoções encaixadas no contexto da comunicação Voz Cantada Exige treinamento prévio, com adaptações e ajustes previamente pensados e realizados de forma consciente, para que também passe a emoção e a mensagem desejada durante a música cantada. Além disso, os aspectos que diferem as duas modalidades dizem respeito à respiração, fonação, ressonância e projeção da voz, qualidade vocal, articulação, pausas, velocidade e ritmo, postura e expressividade. Respiração VOZ FALADA – é natural, ocorrendo variação do ciclo respiratório conforme as emoções e a extensão das frases. A inspiração é relativamente lenta e nasal nas pausas longas e rápida e bucal durante a fala. VOZ CANTADA - é treinada e os ciclos respiratórios são pré-programados de acordo com as frases musicais. A inspiração é muito rápida e bucal e o volume de ar inspirado é maior, havendo o controle do ar expirado. Fonação VOZ FALADA - o cociente de abertura das pregas vocais é levemente maior que o de fechamento. VOZ CANTADA - a depender do gênero musical, o cociente de abertura e fechamento deve ser o mesmo ou, então, o tempo de fechamento maior que o de abertura Ressonância VOZ FALADA - a ressonância é média, sem uso particular de alguma cavidade e não há a necessidade de projeção vocal. VOZ CANTADA - a ressonância é geralmente alta ou de cabeça, fazendo com que o foco de concentração de energia fique na parte superior do trato vocal, exige também que a projeção seja amplificada Qualidade Vocal Tanto a voz falada quanto o canto popular permitem pequenos desvios, que muitas vezes podem ser considerados disfônicos, possuindo aceitação de público. Já o canto lírico tem um modelo de perfeição vocal, em que os desvios de qualidade vocal não são aceitos. Articulação VOZ FALADA - tem grande importância, já que é fundamental para que a transmissão da mensagem seja passada, e desse modo deve ser precisa. VOZ CANTADA - a mensagem transmitida vai além das palavras e, por isso, é aceito que sejam realizadas algumas subarticulações, com movimentos reduzidos e a influência da melodia da música Pausas VOZ FALADA - são realizadas de forma individual, podendo ocorrer por hesitações, ênfase ou interrupções do discurso. VOZ CANTADA – as pausas são programadas e definidas por diversos fatores, como apelo emocional e interpretação. Velocidade e Ritmo VOZ FALADA - dependem de muitos fatores, como idioma, personalidade, entre outros. VOZ CANTADA - são influenciados a partir do tipo de música, harmonia ou melodia. Postura VOZ FALADA – é variável, com mudanças constantes. VOZ CANTADA – faz diferença durante o canto e, por isso, se exige que seja ereta. Diferentes estilos de voz cantada Para fins didáticos, o canto é dividido em três grupos/estilos: canto popular, canto erudito e canto coral. Canto Popular De modo geral, a definição de canto popular é diferente em cada região do mundo, estando diretamente relacionada com a cultura de um povo, sendo assim, eles se diferem em estilo, técnica e língua. Preparação e Demanda Vocal No canto popular brasileiro, os ajustes fonatórios se aproximam muito dos ajustes da fala, na maioria dos estilos. A interpretação é o principal recurso utilizado para a transmissão da emoção, estando subjugadas as variações de ritmo, intensidade ou mesmo de frequência. No canto popular, as palavras e a articulação assumem maior importância e a voz é, em geral, amplificada por equipamentos eletrônicos, os quais podem proporcionar recursos adicionais como eco, controle de graves e agudos, entre outros. Com isso, os cantores populares, utilizando-se destes recursos, não necessitam desenvolver técnicas especificas de produção e projeção de voz. Nessa questão uma outra característica do canto popular é a utilização do microfone, com o objetivo de amplificação e projeção da voz, com isso na maioria das vezes, o cantor popular não dispõe das técnicas necessárias para trazer a palavra a um alto nível de desempenho em termos de expansão pulmonar, pressão e fluxo de ar, tonificação e relaxamento dos músculos intercostais e faciais, ou outras técnicas tradicionais do canto clássico. O cantor popular desenvolve um estilo próprio e nesta busca é frequente observar imitação de alguns ídolos, no início da carreira, muitas vezes podendo estabelecer-se um padrão de abusos vocais, como ataques bruscos ou uso de uma frequência não compatível com sua voz. Tais abusos podem-se acrescentar desvios de uma produção vocal dita habitual que podem vir a se tornar a marca registrada do cantor. De modo geral, o cantor popular não tem treino formal de voz e inicia a carreira no canto informalmente, além de que, desconhece muitas das regras de higiene vocal e das estratégias de conservação da voz. Na categoria de canto popular brasileiro, podemos reconhecer diversos estilos e os mais comumente encontrados no Brasil são: MPB, bossa-nova, samba, rock, sertanejo, pagode, axé-music e rap (ultimamente inclui-se também o forro, piseiro, bregafunk, entre outros). Apesar de pertencerem a uma mesma categoria, cada estilo tem características auditivas especificas, que são facilmente identificáveis pelo público-alvo. Quanto a essa variação, é importante compreender a forma como o som é produzido em cada estilo para que a terapia e a orientação sejam coerentes e mais eficientes. MPB Pode ser observada uma enorme variedade vocal, nas quais as exigências vocais podem ser desde mínimas, o que se observa em um tipo de canto quase falado, até mais sofisticado, com demanda de controle de frequência, intensidade e qualidade vocal. Bossa-Nova Quase sempre é produzida com qualidade vocal de pequeno volume, podendo chegar a ser soprosa, exigindo melodia e métrica, mas do que projeção e ajustes laríngeos específicos. Samba e Pagode Podem exigir rápidas variações rítmicas e de qualidade, com alguns desvios vocais de natureza interpretativa, podendo levar a um fonotrauma. Rock É mais submetido a exigências que requerem tensões e constrições laríngeas, com uma qualidade vocal que pode ser intensamente desviada, áspera ou rouca, por vezes tensa e comprimida, marcada pelos excessos na produção dos sons, principalmente em agudos em forte intensidade. Sertanejo Incorpora e adapta elementos dos estilos populares da América Central, com influência da tradição musical baiana. Nesse estilo é comum associar o canto com a dança, com isso pode representar uma exigência adicional, com maior desgaste vocal e corporal. Axé-music O cantor sertanejo pode apresentar um maior grau de compressão laríngea mediana e, muitas vezes, um foco importante de ressonância nasal e excesso de vibrato. É frequentemente observado também a constrição supraglótica ântero-posterior, com qualidade vocal que pode ser tensa e comprimida, com objetivos interpretativos, porém, com menos grau de rouquidão e aspereza, mais comuns nos cantores de rock Rap Representa um falar cantado moderno, geralmente utilizado como crítica social, acompanhado de marcação corporal rítmica definida e repetitiva. OBS.: A ampla movimentação corporal observada no axé-music e no rap requer atenção especial para a produção vocal, principalmente nas variações de frequência e na coordenação pneumofonoarticulatória. Canto Erudito O cantoerudito não utiliza amplificação e uma apresentação pode envolver mais de 50 cantores em cena, incluindo os solistas e o coro. O canto erudito é universal e, neste estilo, a técnica é imprescindível para que haja um controle completo da emissão tanto em intensidade quanto em frequência. Neste estilo de canto, a qualidade vocal tem mais importância que as palavras, ou seja, o instrumento vocal, o som produzido é fundamentalmente importante, em detrimento muitas vezes da articulação dos sons e da compreensão das palavras pelo público. Outras características próprias do canto erudito são por exemplo a partitura, a qual deve ser executada exatamente como foi escrita, em termos rítmicos, melódicos e de dinâmica, o que restringe as possibilidades de criação de um estilo próprio. Também, no canto erudito, além da qualidade vocal, a habilidade especifica de projeção vocal e a dimensão interpretativa tem peso enorme no sucesso de um cantor lírico. Preparação e Demanda Vocal O canto erudito pressupõe necessariamente a existência de um treinamento vocal prévio. O desenvolvimento de uma voz erudita é um trabalho que exige dom, empenho, dedicação e longos anos de estudo continuado. Por ter um aprendizado especifico, o perfil do cantor erudito é completamente diferente do cantor popular. Pois o cantor erudito desenvolve uma consciência vocal particular, geralmente conhecendo a fisiologia básica de produção da voz e valorizando as regras de higiene vocal. A técnica do canto erudito exige uma serie de adaptações respiratórias, vibratórias, ressonantais e posturais. 2) Estudar o Refluxo e os impactos na qualidade vocal (e a atuação fonoaudiológica) refluxo gastroesofágico De acordo com o congresso, a doença do RGE é um transtorno crônico, relacionando com a presença de fluxo gastroduodenal retrógrado para dentro do esôfago/e ou órgãos adjacentes, resultando em um espectro variado de sintomas, com ou sem lesão tecidual. Assim, na doença de refluxo ocorre um retorno do conteúdo ácido do estomago para o esôfago, que não possui mucosa adequada para recebê-lo. A relação entre refluxo gastroesófagico e alterações vocais laríngeas foi apresentada na década de 1960 e 1968 que descrevem três pacientes com sintomas de rouquidão, tosse, globo faríngeo e pigarro, associados a hiperemia laríngea e granuloma, atribuídos ao reflexo gastroesofágico, o que foi comprovado por meio de esofagrama com bário. Sintomas típicos: apresenta epigástria, pirose, azia e sensação de fluxo retrógrado no trato digestivo. Descrita como sensação de queimação e ardência. Podem ser observadas quatro categorias de manifestações atípicas do refluxo, classificadas em esofágicas, pulmonares, otorrinolaringológicas e orais. Alguns desses sintomas atípicos são: dor torácica, tosse, manifestações otorrinolaringológicas rouquidão, pigarro, laringite e asma e formas complicadas. O refluxo gastroesófagico, conhecido e tratado pelo médico gastroenterologista, difere do paciente com refluxo que tem sido frequentemente identificado na clinica laringológica. Transtorno é multifatorial, podendo envolver uma alteração no gradiente de pressão entre o estômago e o esófago, alterações nas barreiras anti-refluxo (fraqueza muscular, esfincter inferior de tamanho reduzido ou deslocamento, fatores neuroendócrinos e relaxamento transitórios) incoordenação do musculo cricofaríngeo, diminuição da peristalse esofágica, além de intubação orotraquial, presença de sonda nasogástrica ou nasoenteral e fatores psíquicos, como a depressão. O uso do termo doença do refluxo gastresofágico deveria ser reservado ás situações em que tal transtorno é comprovado por exames subsidíario. Quando não há comprovação de que as alterações das vias áero-digestivas sejam decorrentes da doença de refluxo, o grupo de Instituto da Laringe (INLAR), sugeriu utilizar, de modo alternativo, o termo síndrome do refluxo gastresófagico, ou mais especificamente, síndrome laringofaringea do refluxo. Os autores ressaltam que, nesta situação, não existe a doença do refluxo gastresofágico propriamnete dita, mas uma série de sintomas laringofaringeos (tais como rouquidão, pigarro, tosse crônica, halitose, garganta irritada), além de alguns sinais observados no exame de laringe (edema ou espessamento na região posterior da laringe, hiperemia das cartilagens aritenóideas, edema e/ou hiperemia de pregas vocais, além de leocoplasias) que são frequentemente, mas não exclusivamente, associados á doença do refluxo. Tais pacientes não apresentam a pirose, o sintoma cardinal da doença do refluxo gastroesofágico, exatamente porque não há a presença da doença de refluxo. Sintomas e sinais vocais e laríngeos da doença do refluxo gastroesofágico com manifestações laringofaríngeas vários são os sintomas vocais e correlatos descritos em pacientes com refluxo laríngofaringeo. Uma lista parcial inclui: Disfonia crônica ou intermitente, rouquidão, fadiga vocal, quebras de sonoridade, pigarro, aquecimento vocal prolongado, sensação de muco espesso, boca seca, halitose, regurgitação, dor de garganta crônica, odifagia, tosse noturna, azia, pneumonia, dentre outros. Diversas alterações laríngeas podem ser associadas á presença de refluxo: As mais comuns são o edema difuso e o eritema de laringe. Além dessas, o refluxo tem sido apontado como causa ou co- fator casual de uma série de outras alterações, das quais podemos ressaltar: Laringite posterior, granuloma úlcera, leucoplasia, laríngoespasmos, estenose glótica posterior, estenose subglótica, fixação uni ou bilateral de aritenóide, edema de reinke, nódulos vocais e laringomalácia. Foi a primeira alteração laríngea relacionada com a doença do refluxogastroesófagico com manifestações faringolaríngeas. A imagem típica é a de uma hiperemia centrada na região posterior da laringe, que geralmente inclui as cartilagens artitenóideas, a mucosa interatinóidea e as pewgas aripiglóticas. Pode também haver hiperemia típica na epiglote, formando o triângulo hepirêmico formado pelo fechamento laríngeo quando da invasão do refluxo. Granuloma laríngeo e úlceras Os granulomas laríngeos geralmente ocorrem em região posterior da glote, uni ou bilateral, assintomáticos ou sintomáticos, podendo apresentar sintomas como dor, sensação de corpo estranho ou rouquidão. Granuloma tem sido tradicionalmente associado ao abuso vocal e, mais recentemente á doeça do refluxo. Está é uma lesão que pode ter causa funcional ou orgânica. Edema difuso da laringe ou concentrado na mucosa retrocricóidea É um achado comum por doença de refluxo com manifestação laringofaríngea. Sua aparência difusa pode criar falsa ilusão de sulco vocal, chamado de pseudo-sulco, resultado do edema subglótico no espaço de Reinke. Ter sua apresentação na subglote, com extensão mais além do processo vocal da cartilagem aritenóidea auxilia na precisão diagnóstica. A voz associada ao quadro é de rouquidão por edema. Em vez da presença de um edema difuso, pode-se observar um edema concentrado na mucosa retrocricóidea, acompanhado do espessamento da mucosa intraritenóidea e hiperemia das cartilagens aritenóideas. Em alguns pacientes, além das aritenóides hiperemiadas, a ponta da cartilagem epiglote também aparece hiperêmica pela ação do refluxo nessa superfície, quando há o fechamento abrupto da laringe. Edema de Reinke É produto de uma irritação crônica da laringe, em geral decorrente da associação de tabagismo e fonotrauma, podendo ser uni ou bilateral. Contudo, quando o edema aparece em um indivíduo não fumante e que não apresenta hipertiroidismo, pode-se pensar em refluxo gastroesofágico com manifestações laringofaríngeas. Laringoespasmos É caracterizado por uma abrupta hiperedução das pregas vocais, em geral associada a um estridor inspiratório com obstrução do fluxo aéreo de duração e intensidade variáveis. O laringoespasmo é frequentemente paroxístico e pode ocorrer sem nenhum sinal de aviso; pode ser diurno, noturno, ou ainda disparado por exercícios físicos ou devido a um episódio refluxo. Tanto criançaquanto adultos podem apresentar laringoespasmos ocasionais, porém sua manifestação em episódios tem sido recentemente associada á presença de refluxo. Um estudo sugere que existem receptores sensitivos na laringe, responsáveis pelo disparo dos espasmos. Essa possibilidade foi apontada em virtude da interrupção dos laringoespasmos quando os autores realizaram a ressecção do nervo laríngeo superior. Recentemente, o laringoespasmo relacionado a refluxo e rouquidão foi apresentado como um componente importante da chamada síndrome da laringe irritável (SLI). Ocorrem alterações plásticas neurais que deixam a laringe em um estado "pronto para espasmos". Carcinoma de laringe Alguns pacinetes com carcinoma de laringe possam ter tido desenvolvimento desta lesão associada á presença do refluxo com manifestações laringofaríngea. Estudo sugere fator multicausais para o aparecimento de câncer de laringe e não apenas associado ao fumo, mas orefluxo também tendo participação irritativa importante. Tratamento fonoaudiologico Não existe tratamento fonoaudiológico especificamente direcionado para o refluxo gastro esofágico, uma vez que não se pode agir voluntariamente nos esficters esofágicos. Dessa forma, a ação fonoaudiológica diz respeito á análise da influência do comportamento vocal como fator causal ou de manutenção da disfonia do paciente. Verificando-se a ocorrência de alterações do comportamento vocal, quer sejam causais, co- ocorrentes ou consequentes á presença do refluxo, deve-se proceder ao estabelecimento de uma produção de voz adaptada. Na presença de lesões secundárias, é possível desenvolver um processo de reabilitação que favoreça a reabsorção dessas lesões, a melhora da movimentação de mucosa, uma coaptação glótica mais adequada e, com objetivo final, uma produção vocal que não agrave ainda mais as alterações vocais apresentadas pelo paciente. Além disso, devido á constância do atnendimento fonoaudiológico, o terapeuta pode auxiliar o paciente a manter o protocolo de refluxo empregado, principalmente quando á observância das estratégias de modificação de dieta e estilo de vida. 3) Entender os tipos de fendas e os impactos na reabilitação fonoaudiológica; Fendas Glóticas As alterações posturais das pregas vocais dizem respeito às chamadas fendas glóticas, por vezes chamadas de hiatos glóticos. As fendas consistem na presença de um espaço remanescente da rima glótica durante a fonação. Um fechamento glótico normal e adequado, também denominado de coaptação glótica completa, é aquele que não deixa à mostra nenhum espaço entre as pregas vocais, principalmente no sexo masculino. O tamanho da fenda e a configuração variam de acordo com a qualidade vocal, a frequência e a intensidade da emissão. Os tipos são: As fendas triangulares, fendas fusiformes, fendas paralelas, fendas duplas, fendas em ampulheta e fendas irregulares Tipos de Fendas Glóticas Fendas triangulares Características Apresentam formato muito próximo ao de um triângulo com base na região posterior. Pode ser classificada como posterior, médio-posterior e ântero- posterior, de acordo com a região envolvida na formação desse triângulo. A presença desta está associada a insuficiência muscular, onde há apenas o fechamento de uma região mais anterior da laringe. (Hipotonia muscular). Classificação Fenda triangular posterior Está restrita a região da área respiratória da laringe, ou seja, a glote cartilagínea. Representa o padrão laríngeo feminino e quase nunca interfere na qualidade vocal. Homens com fenda triangular posterior tem laringe de padrão feminino, reduzida em tamanho. Em alguns casos percebe-se um leve aumento do fluxo aéreo na produção vocal e tempos máximos de fonação reduzidos. Está fenda é causada primariamente por estruturas anatômicas e não comportamento vocal. Não há indicação de fonoterapia para esses casos. Podem evoluir para fenda médio posterior, caso ocorra contração muscular excessiva Fenda triangular médio-posterior O vértice oposto à base atinge geralmente o terço médio das pregas vocais. Decorre de um estado de contração excessiva da musculatura intrínseca da laringe. (hipercinesia) envolvida globalmente. Em função dos músculos cricoaritenóideos posteriores, os únicos abdutores, a laringe mantém as pregas vocais afastadas na região posterior Essa fenda é típica da disfonia por tensão muscular ou disfonia por síndrome de tensão musculoesquelética. A voz é geralmente soprosa, podendo ser rouca ou áspera. Mais associada a presença de nódulos vocais, sendo considerada a percursora destes. O tempo máximo de fonação (TMF) é encurtado, frequentemente abaixo de 10 no adulto, com ataque vocal brusco e o volume e a extensão vocal estão reduzidos O impacto dessa fenda é fadiga vocal evidente, acompanhada de incoordenação pneumofonoarticulatória. O tratamento indicado é a fonoterapia, para o favorecimento de um padrão de fonação mais equilibrado. Fenda triangular ântero-posterior É a situação menos comum das fendas triangulares Ao contrario da fenda médio-posterior, nesse caso predomina a hipocontração ou hipocinesia da laringe. Apresenta voz soprosa em grau de alteração variável, de baixa intensidade e projeção vocal restrita, com o TMF encurtado e ataque vocal soproso. Fenda triangular ântero-posterior. 41 Anos Fenda triangular posterior. 22 Anos Fenda triangular médio-posterior 37 Anos Fendas Fusiformes (fendas ovais) Características Classificação Tem a forma de um fuso com maior separação em sua região mediana. Podem ser classificadas em: anterior e posterior. Fenda fusiforme anterior Apresenta-se como um fuso restrito à região anterior da glote, com fechamento completo dos dois terços posteriores. É atribuída a uma deficiência na atividade dos músculos cricotireóideos. A voz apresenta frequência fundamental discretamente elevada, pois a porção vibrante da PV é reduzida. É de qualidade vocal soprosa ou áspera, geralmente em grau de alteração discreto. Nos homens, pode ser confundido com muda vocal incompleta. Tratamento: terapia enfatizando modulação de altura e intensidade, utilização de voz sussurrada Fenda fusiforme ântero-posterior Observa-se a formação de um fuso ao longo de toda a glote, sem região de contato efetivo. Esta fenda decorre de alterações estruturais, porém, quase sempre está associada à hiperconstrição do vestíbulo como uma tentativa reflexa de corrigir a abertura. Quando há um esforço intenso, pode ter também nódulos ou pólipos. A qualidade vocal desta fenda apresenta característica de desagradabilidade, com a interação de elementos de soprosidade, rouquidão, aspereza e bitonalidade Tratamento: fonoterapia oferece melhoras limitadas, mas algumas técnicas podem apresentar resultados satisfatórios como – técnica de utilização de som de apoio basal, técnicas facilitadoras (técnica bocelo-suspiro) e o trabalho com escalas musicais. Fenda fusiforme posterior Geralmente corresponde a uma variação da fusiforme antero- posterior, apenas com menor rigidez na região anterior, onde ocorre primariamente o fechamento glótico. Características Resultam de uma complexa interação de inadaptações miodinâmicas e orgânicas. São bastante incomuns e podem ser confundidas com as triangulares ântero-posterior. Durante avaliação observa-se uma falta de coaptação praticamente uniforme ao longo de toda a borda livre Geram pouco impacto vocal. Não há qualidade vocal especifica que auxilie a identificação, podendo ou não haver voz com discreta redução de intensidade. Fenda fusiforme anterior 31 Anos Fenda fusiforme ântero- anterior 35 Anos Fenda fusiforme posterior 27 Anos Fendas Paralelas Fenda Paralela 34 anos Características Apresentam duas regiões de coaptação insuficiente, formando um pequeno fuso na região anterior e um triangulo na região posterior. Em algumas situações esta fenda pode refletir uma contração excessiva da faringe, o que contribui para a aproximação da parte central das PV. A voz apresenta qualidadevocal rouco-soprosa Pode haver queixa de fadiga vocal e diminuição de potencia e projeção, com o uso continuado da voz. Desaparece rapidamente quando o paciente é submetido a fonoterapia e ocorre a reabsorção da lesão de massa. Fendas Duplas Fendas Duplas (com nódulo) 26 anos Características Apresentam duas regiões de abertura glótica, assim como na fenda dupla, porém, se diferem, pois, na região posterior apresenta a aproximação dos processos vocais das cartilagens aritenóideas. É mais frequente nos casos de alteração estrutural mínima com lesão de massa secundaria. Tratamento: fonoterapia, porem a contribuição pode ser limitada. Fenda Ampulheta Características Apresentam coaptação glótica insuficiente pela borda livre das pregas vocais não apresentarem um traçado definido, com limite nítido, constante ou uniforme, o que produz uma configuração geométrica do espaço glótico irregular. Tratamento: fonoterapia, com as técnicas que favorecem a movimentação muco-ondulatória da mucosa, como as técnicas de vibração e de utilização de som nasal Fenda Ampulheta 28 anos Fendas Irregulares Fenda irregular com cisto bilateral 44 anos Presbifonia Presbifonia é a designação dada ao processo de envelhecimento da voz. A voz envelhece, com perda de força, velocidade, estabilidade e precisão articulatória. A qualidade vocal é extremamente modificada com o passar dos anos, sendo fácil reconhecer pela fonação um indivíduo após a sexta ou sétima década de vida. Ocorrem atrofia e arqueamento das pregas vocais e a musculatura da laringe fica mais flácida, o que torna a voz trêmula, rouca, soprosa, com pouca projeção. Este processo tem início a partir dos 50 ou 55 anos de idade, acentuando-se de forma dependente do estilo de vida e histórico de doenças do indivíduo. Muitos pacientes apresentam concomitantemente deficiência auditiva associada. Por conta dessas limitações, vemos sérios problemas de comunicação entre marido e mulher nessa faixa etária, e deles com a sociedade. Tais alterações vocais interferem sobremaneira na qualidade de vida desses indivíduos. Alterações Anatomo Fisiológicas no Idoso O ciclo vibratório das pregas vocais depende da integridade e mobilidade da musculatura e epitélio vocal e do fluxo expiratório adequado capaz de promover a fase de abertura e gerar pressão aérea subglótica suficiente para o efeito vibratório. Algumas alterações que ocorrem no idoso prejudicam o desempenho satisfatório da função. Laringe Ao nascimento, a cartilagem tiroide e o osso hioide estão aderidos sendo então separados e começando, assim, o lento processo de ossificação das cartilagens laríngeas. Esta ossificação, exceto das cartilagens cuneiformes e corniculadas, termina por volta dos 65 anos. Assim, o esqueleto laríngeo na idade mais avançada se encontra mais ossificado e calcificado. No recém-nascido, a laringe se encontra ao nível da 3ª vértebra cervical. Inicia sua descida no pescoço chegando até a altura da quinta e sexta vértebras cervicais aos 5 anos e até a sétima vértebra cervical entre quinze e vinte anos. Esse processo de rebaixamento continua até a sexta década de vida em ambos os sexos. Logo, o idoso tem as relações de comprimento do trato vocal alteradas promovendo a diminuição do pitch vocal. O esqueleto laríngeo é composto de articulações, que são fundamentais na produção vocal. Estas, como todas as outras do corpo humano no idoso, vão sendo erodidas com subsequente redução da mobilidade, acarretando prejuízos vocais. Além disto, os músculos responsáveis pela tensão e mobilização sofrem atrofia, alterando todo o ciclo vibratório responsável pela emissão vocal. Microscopicamente, ocorrem alterações histológicas das pregas vocais decorrente do envelhecimento. Na camada da lâmina própria, logo abaixo do epitélio, observa- se redução na densidade das fibras colágenas e elásticas. Na camada intermediária, as fibras elásticas tornam-se mais finas, geralmente a partir dos 40 anos de idade. Na camada profunda, após os 50 anos, percebe-se o espessamento das fibras colágenas que perdem sua linearidade, distribuindo- se de modo desigual em várias direções, o que se traduz em fibrose. Outras modificações na senilidade incluem as alterações neurais como degeneração e regeneração do nervo laríngeo recorrente, responsáveis por tremores, fraqueza e variação do pitch, e as alterações nas glândulas secretoras de muco, possibilitando a presença de maior quantidade de irritantes na mucosa laríngea. Sistema respiratório Ocorre diminuição da contratilidade da musculatura respiratória, enrijecimento da caixa torácica, perda da elasticidade dos tecidos pulmonares, redução da capacidade vital, aumento do volume residual e diminuição do volume de reserva inspiratório e expiratório, todos prejudicando em grau variável a emissão vocal adequada. Cavidade oral, faringe e cavidades nasossinusais A produção do som é realizada pela laringe, porém sua articulação e ressonância são responsabilidade da cavidade oral, faringe e cavidades nasossinusais. As mudanças decorrentes da idade nestas regiões como alterações e perdas de elementos dentários, perda da elasticidade da mucosa, alterações degenerativas na musculatura faríngea e palatal, diminuição da produção salivar, obstrução nasal medicamentosa, diminuição da secreção nasossinusal e outras também alteram a qualidade vocal. Características Acústicas da voz no idoso As mudanças fundamentais no envelhecimento muitas vezes podem modificar o som da voz falada e cantada. Em cantores mais velhos, essas alterações podem incluir soprosidade, perda de amplitude, alteração das características de vibração, desenvolvimento de tremores, perda do controle da respiração, fadiga vocal, imprecisões de pitch, e outras características indesejáveis. Os ouvintes podem diferenciar pela voz entre os jovens e idosos, porque o envelhecimento afeta o tom vocal, loudness e qualidade, embora os efeitos possam ser altamente variáveis. No sexo masculino, a frequência fundamental da voz diminui ao se aproximar a meia idade, por efeitos dos hormônios masculinos e, então, sobe aproximadamente 35 Hz até alcançar 130- 160Hz por volta dos 65 anos. Este crescimento é atribuído à atrofia muscular e ao enrijecimento das pregas vocais encontrados após o envelhecimento No sexo feminino, a frequência fundamental se mantém por volta de 200-260 Hz até a menopausa. A partir desta, há uma queda de 10 a 50Hz, resultando em frequência de 150- 190 Hz após os 65 anos. A intensidade do discurso no homem aumenta, mesmo naqueles com boa acuidade auditiva, pela diminuição da resistência das vias aéreas com o envelhecimento. Entretanto, há dificuldade na manutenção desta intensidade pela incapacidade de aproximação completa das pregas vocais durante a fonação, justificada pela atrofia muscular. Nas mulheres, não se observa qualquer alteração relacionada na intensidade de fala com a idade, quer em leitura ou da fala conversacional. Outro ponto importante e que se deve-se ter em mente que “o envelhecimento em si não é a causa mais comum de rouquidão na população idosa”. Estudos que investigam a incidência de presbifonia em populações idosas com rouquidão descobriram que os mesmos geralmente sofrem de rouquidão devido à doença orgânica, ao invés do envelhecer laríngeo. Lesões benignas nas pregas vocais como pólipos são a causa mais comum de rouquidão em pacientes acima de 60 anos de idade, seguido por lesões malignas, paralisia de pregas vocais e disfonias funcionais. Distúrbios neurológicos, tais como Doença de Parkinson e tremor essencial são comuns, além das condições inflamatórias como laringite crônica por doença do refluxo laringofaríngeo. A maioria dos estudos sugere que a presbifonia é causa de rouquidão em menos de 10% dos pacientes idosos. Diagnóstico da Presbifonia O diagnóstico de presbifonia é um diagnóstico de exclusão. Quando atendemos um paciente idoso com queixas sobre sua qualidade vocal é necessário fazer uma investigação apurada sobre patologias que possamestar envolvendo a laringe ou os demais órgãos que auxiliam na produção vocal. Uma anamnese detalhada quanto as comorbidades, remédios utilizados e tratamentos instituídos previamente é fundamental nesta investigação. Doenças sistêmicas como hipotireoidismo, doença de Parkinson, Mal de Alzheimer, cirurgias cervicais ou torácicas, doenças pulmonares, entre outros, podem estar contribuindo para o prejuízo da fonação e não as alterações laríngeas do envelhecimento. Após anamnese e exame físico otorrinolaringológico, recorre-se a visualização da laringe em busca de alterações que justifiquem as queixas apresentadas. Na videolaringoscopia, após afastarmos causas orgânicas ou funcionais que justifiquem a disfonia, podemos verificar alterações sugestivas do envelhecimento laríngeo como a atrofia das pregas vocais que se encontram arqueadas, medialização compensatória das bandas ventriculares, proeminência do processo vocal ou edema das pregas vocais principalmente em mulheres relacionado a alterações hormonais. A videolaringoestroboscopia confirma a incompetência no fechamento glótico e anormalidades ou assimetrias das pregas vocais onde não pode ser desconsiderada a paralisia de pregas vocais por lesão de laríngeo superior. Nesse caso, complementa-se a investigação com a eletromiografia. Analisando as características da onda mucosa na videolaringoestroboscopia, verifica-se a redução da amplitude da onda, além de assimetria da mesma. Tais alterações sugerem estarmos diante de uma Presbifonia/Presbilaringe. Tratamento Depois de uma avaliação abrangente, o paciente com presbifonia deve ser tratado conservadoramente com terapia de voz ou por meio de outras intervenções, como intervenção cirúrgica. Fonoterapia Todos os pacientes devem ser submetidos à terapia vocal com fonoterapia. A equipe multidisciplinar institui um programa de condicionamento aeróbico juntamente com o fonoaudiólogo que é responsável por identificar e eliminar o abuso vocal, ensinar a adequada higiene vocal e desenvolver um programa de exercícios para a voz que enfatize a respiração, suporte abdominal, relaxamento da musculatura da cabeça e pescoço e o uso da ressonância para otimizar a audibilidade. Os exercícios trabalham a coordenação motora da boca e da laringe, numa calibração sensorial para aumentar a velocidade, a altura e a força de projeção da voz. É como se o idoso passasse por uma reprogramação, reaprendendo a se comunicar em outro patamar. Habitualmente os pacientes que apresentam incompetência glótica mínima geralmente têm melhora com os exercícios vocais, aumentando a massa muscular de forma suficiente para restaurar o fechamento glótico. Tratamento Cirúrgico O tratamento cirúrgico é preconizado nos casos em que a terapia vocal não foi suficiente para superar a presbifonia ou por desejo e vontade do paciente, notadamente nos casos em que utiliza a voz de forma primordial, como profissionais, cantores e oradores. Normalmente são casos em que permanece uma incompetência glótica acentuada, causando fadiga e rouquidão persistente, com hiperfunção muscular evidente que pode gerar nódulos vocais, hemorragias ou outras lesões ou, então, casos mais severos com atrofia das cordas vocais com perda importante da massa muscular
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