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Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia

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Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
•Evento comum
•Mutações simplesIniciação
•Expressão do genoma devido aos agentes promotores (ex: fumo)Promoção
•As celulas alteradas são mantidas na população e isso ocorre quando as 
mutações escapam do processo de apoptoseManutenção
•Alterações genéticas e modificações celulares
•Aparecimento das neoplasiasProgressão
Câncer 
É o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células 
que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos 
Fatores de risco MODIFICÁVEIS Fatores de risco NÃO Modificáveis 
 Tabaco 
 Inatividade física 
 Alimentação inadequada 
 Obesidade 
 Consumo de bebida alcoólica 
 Fatores infecciosos: HPV, vírus da hepatite B e 
bactéria Helicobacter pylori 
 Radiação ultravioleta (solar) e ionizante (raio X) 
 Exposição ocupacional: radiação, agrotóxicos, 
fumaça do tabaco, etc. 
 Poluição ambiental 
 Comportamento sexual 
 Idade: maior idade 
 Etnia e raça 
 Hereditariedade 
 Gênero: diferenças anatômicas 
 
Fisiopatologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentação X Câncer 
A alimentação e a nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida 
Hidrocarbonetos e aminas heterocíclicas Formadas por combustão de carbono e pirólise de proteínas – cozimento 
de carnes alta temperatura (grelhar, assar e defumar) 
Compostos nitrosos Formadas pela reação dos nitratos e nitritos com substratos dietéticos 
aminas e amidas – alimentos curados, salgados defumados 
Acrilamidas Formado pela fritura de alimentos ricos em carboidratos – batatas fritas 
Aflatoxinas  Toxinas produzidas por fungos relacionadas com 
armazenamento 
 Toxina altamente carcinogênica, sendo um dos fatores de 
risco para tumores hepáticos 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
Alterações no metabolismo de carboidratos 
Alta utilização de glicose pelo tumor – 10 a 50 vezes mais em relação as células normais 
A célula tumoral tem preferência em utilização do metabolismo anaeróbico, com formação de lactato, que gasta mais 
energia para produzir uma quantidade muito menor de ATP, quando comparado com o metabolismo aeróbico (Efeito 
Warburg) 
Ativa Ciclo de Cori – Gliconeogênese (AA e Lactato); 
Pode haver RESISTÊNCIA À INSULINA: 
1. Oxidação excessiva de gordura 
2. Hiperglicemia 
3. Permite estimulo ao crescimento da célula tumoral 
Alterações no metabolismo de proteínas 
O estado inflamatório e a produção de citocinas como o Fator Indutor de Proteólise induzem a degradação proteica 
↑ Proteólise 
↑ Utilização de AA para gliconeogênese 
Perda de massa muscular esquelética e visceral 
↑ Síntese de proteínas de fase aguda: PCR 
↓ Síntese de proteínas viscerais: albumina, pré-albumina 
Alterações no metabolismo de lipídeos 
Fator Mobilizador de lipídeos e inflamação causa: 
 Lipólise 
 Ativação da lipase hormônio sensível 
 Degradação de reservas de gordura 
 Liberação da lipogênese 
 Dislipidemias 
Caquexia no câncer 
Definida como “síndrome multifatorial, na qual há perda contínua de massa muscular (com perda ou ausência de perda 
de massa gorda), que não pode ser totalmente revertida pela terapia nutricional convencional, conduzindo ao 
comprometimento funcional progressivo do organismo” 
Características/sintomas clínicos: 
 Anorexia 
 Inflamação 
 Atrofia muscular 
 Fadiga 
 Anomia 
 Alterações gastrointestinais 
 ↓ Capacidade funcional 
 PERDA DE PESO 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
Caquexia oncológica 
 
BRASPEN 2019: TERAPIA NUTRICONAL NO PACIENTE COM CÂNCER 
Estratégia Nutricional 
 Dieta hipercalórica (30 a 35Kcal/Kg/dia) 
 Hiperproteica (1,2 a 2,0gPTN/Kg/dia), na tentativa de estabilizar e/ou recuperar o estado nutricional 
 Ácidos graxos ômega-3 na dose de 2,0g/dia – estabilizar ou melhorar o apetite, a ingestão alimentar, massa 
magra e peso corporal 
Sarcopenia 
Sarcopenia é uma síndrome geriátrica que acomete a musculatura esquelética de forma progressiva e generalizada 
No paciente com câncer, no entanto o termo sarcopenia vem sendo utilizado como sinônimo de depleção muscular 
grave: 
Miopenia ou sarcopenia secundária 
Diagnóstico 
 
 
 
 
PRÉ 
CAQUEXIA
•Perda de peso (PP) < 5%
•Anorexia e alterações metabólicas
CAQUEXIA
•PP > 5% OU
•IMC < 20 e PP > 2% OU
•Sarcopenia e PP > 2%
•Redução da ingestão/inflamação
CAQUEXIA 
REFRATÁRIA
•Catabolismo não responsivo ao 
tratamento
•Baixo desempenho
•Expectativa de vida < 3 meses
M
AS
SA
 M
U
SC
U
LA
R BIA
Antropometria
Tomografia
Densitometria 
óssea FO
RÇ
A 
M
U
SC
U
LA
R Dinamometria
FU
N
ÇÃ
O Teste de Marcha
Índice de 
Barthel
Short Physiccal 
Performance 
Battery
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
SARC-F Triagem da sarcopenia – Indica risco 
SARC-F ≥ 4 – RISCO DE SARCOPENIA 
INDICADORES DE RISCO NUTRICIONAL: ONCOLOGIA 
Quais instrumentos devem ser utilizados para triagem da sarcopenia no paciente oncológico adulto ou idoso? 
SARC-F ≥ 4 
Prosseguir avaliação → força, massa muscular e teste de marcha 
Dieta hiperproteica e fracionada de forma a ofertar 20 a 30g de proteína por refeição 
Recomenda-se a oferta proteica entre 1,2 a 1,5g/Kg/dia para o paciente oncológico sarcopênico 
BRASPEN 2019: TERAPIA NUTRICIONAL NO PACIENTE COM CÂNCER 
Terapia nutricional 
 
Obesidade + Câncer 
Recomendações nutricionais e as estratégias no paciente com câncer e com obesidade 
A perda de peso deve ser indicada com cautela 
Para promover perda de peso gradual e melhorar o perfil metabólico, recomenda-se restrição energética, associada 
a hábitos alimentares saudáveis (20 a 25Kcal/Kg/dia) e uma dieta hiperproteica (1,2 a 1,5g/Kg/dia) associada a um 
programa de exercícios resistidos 
Em pacientes idosos, obesos e com câncer, dietas parar a promoção de perda de peso devem ser evitadas 
 
Paciente crítico 
Utilização de nutrientes específicos no paciente com câncer crítico 
Não há estudos para indicar glutamina, megadoses de vitaminas ou ômega 3 
Quando associar outras vias alternativas de nutrição? 
Se a ingestão oral não for possível, o início da NE deve ser precoce (dentro de 48 horas) 
Se via oral for insuficiente (menos de 60% das necessidades nutricionais do terceiro ao sétimo dia), a NE deve ser 
instituída 
Em caso de contraindicações para alimentação via oral e via enteral, a NP deve ser iniciada após o terceiro dia em 
pacientes de alto risco nutricional e no sétimo dia naqueles sem e/ou baixo risco 
 
 
 
Oral
• Quando a ingestão por via oral convencional é menor que 70% das
necessidades nutricionais
Enteral
• A TNE ou TNP é indicada se os pacientes com câncer não puderem
ingerir adequadamente nenhum alimento por mais de uma
semana, ou menos de 60% da necessidade por mais de 2 semanas
Parenteral
• A NP está indicada em pacientes com câncer que não toleram, não
atingem suas necessidades por via digestiva ou possuem
contraindicação ao uso do TGI
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
Paciente Paliativo 
Quais estratégias nutricionais em pacientes oncológicos em cuidados paliativos? 
A estratégia nutricional dos pacientes em cuidados paliativos deve ser baseada no prognóstico. A tomada de decisão 
deve ser sempre em conjunto com o paciente, família e a equipe multiprofissional 
Qual o limite da terapia nutricional no paciente em cuidados paliativos? 
É recomendado priorizar a alimentação por via oral dando conforto ao paciente 
 
Paciente Hematológico 
Existe evidência científica para recomendar o uso de dieta neutropenica nos pacientes em TCHT? 
Não há evidências científicas que sustentem o uso da dieta neutropenica nos pacientes em TCHT 
Qual esquema alimentar indicado para a doença enxerto contra hospedeiro (DECH)? 
Um dos esquemas de tratamento de 5 etapas é? 
1. Nutrição parenteral 
2. Introdução da dieta oral isotônica e sem lactose 
3. Introdução de sólidos sem lactose e hipolipídica 
4. Expansão da dieta 
5. Restauração da dietaregular 
 
Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas 
Recomendação: Pacientes devem receber aconselhamento dietético a respeito dos alimentos que podem envolver 
risco de infecção e os que podem ser usados com segurança durante o período de neutropenia. Manter restrito 
alimentos de alto risco de infecção 
NEUTROPENIA MODERADA ENTRE 1500 E 500 CÉLULAS/MM3 
 Não se recomenda uso de probióticos 
 Higienizar frutas e verduras com sanitizantes 
 Utilizar água potável filtrada ou fervida 
 Ingerir alimentos processados em embalagens individuais 
 Utilizar preparações produzidas por estabelecimentos que tenham todos os cuidados adequados a segurança 
 
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, 2015 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
BRASPEN 2019: TERAPIA NUTRICINAL NO PACIENTE COM CÂNCER 
Dietas alternativas 
Existe recomendação para dietas alternativas no tratamento do câncer? 
NÃO para nenhuma (alcalina, cetogênica, jejum intermitente) 
Existe evidência no uso de glutamina na diarreia e mucosite? 
NÃO 
Existe evidência para uso de probióticos? 
Indicado na prevenção e tratamento da diarreia em pacientes com câncer 
Entretanto, em caos de alterações imunológicas sua utilização não deve ser indicada 
Existe evidência na suplementação de ômega 3? 
Recomenda-se a suplementação de ômega 3 em pacientes com câncer avançado em tratamento antineoplásico, 
com risco de desnutrição e/ou desnutridos com o objetivo de minimizar a perda de peso e melhorar a ingestão 
alimentar, melhorar massa magra; 
** Atenção na plaquetopenia 
Qual o cuidado com a utilização de fitoterápicos? 
Não existe recomendação segura quanto ao uso dos fitoterápicos em pacientes com câncer, pois podem contribuir 
com interações metabólicas 
Rotina nutricional – pré e pós-operatório 
Pré-cirúrgico: 
 Todos os pacientes candidatos à cirurgia eletiva de grande porte, desnutridos ou apenas em risco de 
desnutrição 
 Fórmula imunomoduladora: 500mL a 1000mL por 5 a 10 dias antes da operação 
 Composição: glutamina, arginina, cisteína, glicina, ácidos graxos, ômega-3, ácidos graxos de cadeia curta, 
vitamina A, E, C, selênio, zinco e nucleotídeos (DITEN, 2011) 
Abreviação do jejum: 
 Na noite anterior à cirurgia: 400mL de fórmula liquida contendo: 
 12,5% de dextrose com ou sem proteína 
 2 a 3 horas antes da indução anestésica: 200mL de fórmula liquida contendo: 
 12,5% de dextrose, com ou sem proteína 
 Jejum para 2 a 3 horas com fórmula contendo Maltodextrina a 12,5% com ou sem fonte nitrogenada na 
quantidade de 200mL 
Pós-cirúrgico: 
 Pacientes com alto risco nutricional, essa fórmula deve ser continuada no pós-operatório por de 5 – 7 dias 
 Dieta precoce nas primeiras 12 a 24 horas na presença de estabilidade hemodinâmica independente da via de 
alimentação, mesmo nas cirurgias altas do aparelho digestório 
Recomendações Nutricionais 
Recomendações Pré e pós-operatório, QT, RXT Quantidade 
 
 
Energia (Kcal/Kg/dia) 
Realimentação 20 
Obeso 21 a 25 
Manutenção de peso 25 a 30 
Ganho de peso 30 a 35 
Repleção 35 a 45 
 
 
Proteínas 
Tratamento: 
Sem complicações 1 a 1,2 
Com estresse moderado 1,2 a 1,5 
Com estresse grave e repleção proteica 1,5 a 2,0 
 
 
 
Hídricas (mL/Kg/dia) 
Idade: 
18 a 55 anos 35 
56 a 65 anos 30 
> 65 anos 25 
Acrescentar perdas dinâmicas e descontar retenções 
 
Fisiopatologia E Dietoterapia Na Oncologia 
Recomendações de oferta energética para paciente com câncer 
Paciente com câncer adulto e idoso, em tratamento 
antineoplásico 
Considerar oferta energética semelhante a indivíduos 
saudáveis. Geralmente entre 25 a 30Kcal/Kg/dia 
Paciente com câncer idoso com IMC < 18,5Kg/m2 Considerar oferta energética de 32 a 38Kcal/Kg/dia 
Pacientes com câncer em tratamento paliativo Considerar a mesma recomendação para o paciente com 
câncer adulto e idoso em tratamento antineoplásico, mas 
na impossibilidade de atingir a meta adequada de oferta 
calórica, escolher a que melhor conforte o paciente 
Pacientes sobreviventes do câncer Semelhante a indivíduos saudáveis e geralmente 
variando entre 25 a 30Kcal/Kg/dia em eutróficos 
Pacientes com câncer e obesidade Considerar oferta energética entre 20 e 25Kcal/Kg/dia 
Pacientes com câncer e caquexia ou desnutridos Considerar oferta energética entre 30 e 35Kcal/Kg/dia 
Recomendações de oferta proteica para paciente com câncer 
Paciente com câncer adulto e idoso, em tratamento 
antineoplásico 
Considerar oferta proteica acima de 1,0g e se a 
inflamação sistêmica for presente considerar: 
1,2 a 2,0g/Kg/dia 
Pacientes com algum grau de desnutrição de: 
1,2 a 1,5g/Kg/dia 
Pacientes com câncer paliativo Considerar a mesma recomendação para o paciente com 
câncer adulto e idoso em tratamento antineoplásico, 
porém não estabelecer metas nutricionais e sim trabalhar 
com oferta proteica que melhor conforte o paciente 
Pacientes sobreviventes do câncer Semelhante a Individuos saudáveis geralmente 
variando entre 0,8 – 1,0g/Kg/dia 
 
Recomendações Nutricionais 
Necessidades energéticas e proteicas para doente oncológico crítico 
 Calorias Proteínas 
IMC < 30Kg/m2 CI: Fase inicial: 50 – 70% do GER 
1º ao 4º dia: 15 a 20Kcal/Kg/dia 
Após: 25 a 30 Kcal/Kg/dia 
 
1,5 a 2,0g/Kg peso real/dia 
IMC > 30 a 50Kg/m2 
IMC > 50Kg/m2 
CI: 60 – 70% do GER 
11 a 14Kcal/Kg peso real/dia OU 
22 a 25Kcal/Kg peso real/ 
 
IMC < 40Kg/m2 = 2,0g/Kg peso 
ideal/dia 
IMC ≥ 40Kg/m2 = 2,5g/Kg peso 
ideal/dia 
 
Tratamento oncológico: Iodoterapia 
É o tratamento feito à base de iodo radioativo (I-131) utilizado no tratamento do câncer de tireoide 
É recomendado uma dieta pobre em iodo durante o tratamento 
Evitando alimentos fontes de sal iodado e corante vermelho como produtos lácteos, ovos, frutos do mar e soja

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