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MÓDULO 1 INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EXPEDIENTE Todo o conteúdo do Curso TraNSPor – Treinamento sobre Novas Substâncias Psicoativas, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Governo Federal - 2023, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial- Sem Derivações 4.0 Internacional. BY NC ND GOVERNO FEDERAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Luís Inácio Lula da Silva MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA Flávio Dino de Castro e Costa SECRETÁRIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS E GESTÃO DE ATIVOS Marta Rodrigues de Assis Machado DIRETORA DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE INFORMAÇÕES Maria Paula Gomes dos Santos COORDENADORA-GERAL DE ENSINO E PESQUISA Andreia de Oliveira Macedo CONTEUDISTAS José Luiz da Costa Luíza Nicolau Brandão Caldas Mônica Paulo de Souza REVISÃO DE CONTEÚDO Jessica Santos Figueiredo Maria de Fatima Pinheiro de Moura Barros Fernanda Flavia Rios dos Santos APOIO Maria Aparecida Alves Dias Gilvan Alves de Araújo Kathyn Rebeca Rodrigues Lima UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA COORDENAÇÃO GERAL Luciano Patrício Souza de Castro FINANCEIRO Fernando Machado Wolf CONSULTORIA TÉCNICA EAD Giovana Schuelter COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Francielli Schuelter COORDENAÇÃO DE AVEA Andreia Mara Fiala SECRETARIA Elson Rodrigues Natario Junior Murilo Cesar Ramos DESIGN INSTRUCIONAL Supervisão: Milene Silva de Castro Gabriel de Melo Cardoso Marielly Agatha Machado DESIGN GRÁFICO Supervisão: Caroline Daufemback Henrique Eduardo Celestino Laura Matielo Frota Luana Pillmann de Barros Vanessa de Oliveira Vieira REVISÃO TEXTUAL Cleusa Iracema Pereira Raimundo PROGRAMAÇÃO Supervisão: Alexandre Dal Fabbro Luiz Eduardo Pizzinato Thiago Assi AUDIOVISUAL Supervisão: Rafael Poletto Dutra Andrei Krepsky de Melo Daniel Almeida Vital de Oliveira Fabíola de Andrade Borges Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira Robner Domenici Esprocati TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Wilton Jose Pimentel Filho SUMÁRIO UNIDADE 1 | CONCEITO ATUAL E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DROGAS UNIDADE 2 | COMO UMA NOVA DROGA É CONTROLADA INTERNACIONALMENTE E NO BRASIL 1.1 Conceito de novas substâncias psicoativas 2.1 Abordagens para o controle de NSP 1.2 Convenções internacionais sobre drogas 2.2 Criação do Grupo de Trabalho sobre novas drogas 6 10 17 17 APRESENTAÇÃO 5 11 23 REFERÊNCIAS 32 2.3 Novas substâncias psicoativas e o Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas (SISNAD) 26 Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 5 MÓDULO 1 APRESENTAÇÃO Olá, cursista! Seja bem-vindo ao seu primeiro módulo de estudos! Este módulo foi projetado para trazer o conceito mais bem aceito de novas substâncias psicoativas (NSP) e a relação deste com o sistema internacional de controle de drogas, assim como a legislação nacional em torno do tema. Por fim, tratará a relação do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as novas substâncias psicoativas. Bons estudos! OBJETIVOS DO MÓDULO ¤ Descrever o conceito de novas substâncias psicoativas. ¤ Descrever os principais tratados internacionais de controle de drogas. ¤ Descrever os controles de substâncias nacionais e internacionais. ¤ Identificar e demonstrar a relação entre novas substâncias psicoativas e o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD). QR CODE Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo de apresentação do módulo. https://youtu.be/TqqJqGerm8U Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 6 UNIDADE 1 CONCEITO ATUAL E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DROGAS CONTEXTUALIZANDO Você sabia que as novas substâncias psicoativas (NSP) representam um novo fenômeno global no mercado de drogas? Nos últimos anos, a proliferação de NSP no mundo resultou em risco significativo para a saúde pública, com aumento do abuso e das consequentes admissões em serviços de emergência hospitalar e até de fatalidades. Com a ajuda da internet, novas drogas se espalham tão rapidamente, que as forças policiais e agências reguladoras têm dificuldade em responder com agilidade quando se trata de identificar e controlar o uso dessas substâncias. Por conta disso, os policiais e profissionais de saúde estão engajados em buscar soluções para reagir ao impacto do uso das novas substâncias psicoativas. Além disso, em muitos países, a legislação tem se mostrado ina- dequada para monitorar e controlar a situação, causando um des- compasso entre a velocidade de proliferação de novas drogas e a capacidade de atendimento dos sistemas de saúde, uma vez que a quantidade de novas drogas que surgem é maior do que o tempo que os profissionais de saúde precisam para compreender o melhor tratamento em caso de intoxicação. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 7 Essa falta de controles legais deu às redes do crime organizado a oportunidade e a margem de manobra para aumentar sua presença nesse mercado e gerar milhões de dólares em lucros para suas organizações. Os impactos sociais e econômicos negativos das novas substâncias psicoativas na comunidade global são significativos, e os desafios para as forças policiais, o Judiciário e os formuladores de políticas públicas não têm precedentes. As NSP são encontradas no mercado das drogas de duas formas diferentes (LSS/RAB/DPA/UNODC, 2016), veja: QR CODE Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo de animação sobre o mercado das drogas. 1. COM O NOME REAL DA SUBSTÂNCIA Neste caso, o usuário usa determinada substância intencionalmente. 2. COMO “FALSIFICAÇÕES” DE DROGAS TRADICIONAIS Neste caso, o usuário acredita estar usando outra droga. As NSP também podem ser vendidas misturadas com drogas contro- ladas ou não, o que pode representar um risco ainda maior à saúde do usuário. Essas novas drogas já foram, e em alguns países ainda são, vendidas de forma aberta nas ruas, em lojas, no mercado de drogas ilícitas ou pela internet. Esta última forma de distribuição oferece maior agilidade ao comércio de drogas ilícitas. É importante destacar que o mercado de novas drogas pode ser muito dinâmico, pois, quando uma substância passa a ser controlada em um país, os fornecedores podem mudar seu foco de vendas para uma nova substância não controlada naquele país ou transferir o negócio para outro país que não controle aquela substância. A primeira opção só é possível porque os fabricantes de drogas, com o objetivo de burlar esses controles, podem promover pequenas modificações na estrutura molecular de substâncias com conhecida ação psicotrópica, gerando uma nova substância ainda não con- trolada. Um exemplo que ilustra como surgem NSP a partir dessas modificações é o caso das catinonas sintéticas. https://youtu.be/W1EAvKO6uYQ Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 8 ¤ O ingrediente ativo catinona da planta khat apresenta efeito estimulante e é controlado internacionalmente desde 1971. ¤ Com o objetivo de burlar os controles internacionais, foram feitas algumas modificações na molécula original. ¤ Como os nomes dessas novas substâncias não constavam nas listas de substâncias de uso proibido, elas não eram consideradas ilegais. No Brasil era nítido o dinamismo desse mercado de novas drogas, pois, tão logo uma substância era proibida, a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) era notificada da presença de uma nova droga parecida, e, assim que essa novíssima droga era controlada, outra surgia, e assim sucessivamente.Os fabricantes pareciam ter substâncias de substituição prontas para venda antes mesmo de uma substância ser controlada. Perceba, a seguir, a diferença entre a molécula original da catinona, controlada em 1971, e as derivações, controladas em agosto de 2016, março de 2017 e junho de 2017. ESTRUTURA QUÍMICA O NH2 Catinona Controlada internacionalmente desde a Convenção de 1971 H C3 3-metilmetcatinona Resolução-RDC nº 143, de 17 de março de 2017 Cl 4-clorometcatinona Resolução-RDC nº 159, de 2 de junho de 2017 4-bromometcatinona Resolução-RDC nº 103, de 31 de agosto de 2016 Br H N O H N O H N O Exemplos de catinonas sintéticas e a data em que se tornaram de uso proscrito no Brasil. Outro ponto importante a ser contextualizado são os diversos nomes que foram e ainda são dados às NSP. Se você acompanha as notícias sobre novas substâncias psicoativas, provavelmente já ouviu alguns destes termos em inglês: designer drugs, legal highs, herbal highs, research che- micals, bath salts, failed pharmaceuticals, party pills. Estes e outros termos serão estudados mais profundamente nos módulos seguintes do curso. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 9 Foto: © [Casimiro] / Adobe Stock. Todos esses nomes foram e ainda são usados por causa de determi- nadas características ou do contexto em que essas substâncias foram inseridas no mercado. Mas por que essas substâncias se tornaram drogas de abuso? Segundo King e Kicman (2011), incialmente, foi por se parecerem com outras drogas já conhecidas. Todavia, também há outros fatores, como medicamentos que não chegaram a ser comercializados ou substâncias que atuam em uma região semelhante às drogas mais tradicionais, mas a estrutura química é diferente. Ao longo dos anos, outros fatores influenciaram o surgimento de novas substâncias psicoativas, o que representou a criação de um grupo de compostos bastante heterogêneo, tanto em relação às suas estruturas químicas quanto aos seus efeitos. Mas como reunir todas em um conceito único? Foi justamente o fato da ausência de controle internacional dessas substâncias que deu origem ao conceito mais aceito nos dias de hoje. QR CODE Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre a Anvisa e o controle de NSP. As substâncias não eram controladas ou proibidas. As semelhanças estruturais tornavam os efeitos semelhantes aos de drogas já conhecidas. FATOR 1 FATOR 2 Podiam ser ainda mais potentes do que as drogas tradicionais. FATOR 3 https://youtu.be/WRfnCHx9Uo8 Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 10 PARA FIXAR As NSP significam um risco para a saúde pública mundial e um problema para os órgãos de controle, uma vez que essas substâncias podem ter efeitos nocivos semelhantes ou ainda mais potentes que os de outras já controladas, mas podem ser consideradas legais em muitos países enquanto não forem devidamente incluídas na legislação vigente local ou nos tratados internacionais. Aprofunde seus estudos acerca das NSP no tópico a seguir. 1.1 CONCEITO DE NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Para continuar os seus estudos neste módulo, cabe destacar a definição de novas substâncias psicoativas adotada tanto pelo Escritório das Na- ções Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) quanto pela União Europeia. “ Drogas com potencial de abuso, na forma pura ou em preparações (misturas), que não são controladas nos termos da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 ou pela Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971, mas que podem constituir uma ameaça à saúde pública. (UNODC, 2013) Nesse contexto, o termo “novas” não se refere necessariamente às subs- tâncias criadas ou sintetizadas nos últimos anos, mas sim às substâncias que foram introduzidas recentemente no mercado para uso abusivo. Ainda sobre as atividades do UNODC, existem cinco áreas de atuação. Uma delas consiste em apoiar a implementação de uma abordagem equilibrada, abrangente e baseada em evidências para o problema mundial das drogas que atenda tanto à oferta quanto à demanda (UNODC, 2019, tradução nossa). As principais formas de atuação do UNODC nessa área são: ¤ Ajudando os Estados-membros a implementar os três principais tratados internacionais de controle de drogas e a desenvolver políticas consistentes com eles. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 11 ¤ Analisando e relatando dados sobre as tendências do tráfico de drogas, incluindo prisões, apreensões, preço e pureza das drogas ilícitas, para aumentar o conhecimento e promover programas que sejam baseados em evidências. SAIBA MAIS Conheça mais sobre o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, disponível em: https://www.unodc.org/ unodc/en/about-unodc/index.html, e o Escritório de Ligação e Parceria no Brasil, disponível em: https://www. unodc.org/lpo-brazil/pt/sobre-unodc/index.html. 1.2 CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DROGAS O conceito de NSP está diretamente relacionado ao controle inter- nacional de drogas. Existem três tratados das Nações Unidas que juntos formam o sistema internacional de controle de drogas em nível global. São eles: Convenção Única sobre Entorpecentes, de 1961, conforme emendada pelo Protocolo de 1972. Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971. Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Drogas Narcóticas e Substâncias Psicotrópicas, de 1988. As três convenções são complementares. A principal proposta das duas primeiras é sistematizar as medidas de controle internacional, com o objetivo de assegurar a disponibilidade de substâncias psi- coativas para uso médico e científico, e prevenir sua distribuição por meios ilícitos. Elas também incluem medidas gerais sobre o tráfico e o abuso de drogas. QR CODE Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo de animação sobre NSP e as Convenções das Nações Unidas. https://www.unodc.org/unodc/en/about-unodc/index.html https://www.unodc.org/unodc/en/about-unodc/index.html https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/sobre-unodc/index.html https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/sobre-unodc/index.html https://youtu.be/hFg-f5utVdw Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 12 A seguir, entenda um pouco mais sobre os objetivos fundamentais dos tratados internacionais de controle de drogas. Confira: Um dos objetivos fundamentais dos tratados internacionais de controle de drogas é garantir o uso de entorpecentes e substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos. Como exemplos de substâncias que estão nas Convenções de 1961 e 1971, temos as substâncias fentanil e clonazepam, respectivamente. O fentanil é um poderoso opioide sintético usado como analgésico e anestésico. É aproximadamente cinquenta a cem vezes mais potente que a morfina. Várias formulações contendo fentanil estão na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde por serem considerados medicamentos eficazes e seguros para responder às necessidades de um sistema de saúde. Já o clonazepam é um benzodiazepínico normalmente prescrito para transtornos psiquiátricos, como transtorno do pânico e fobia social. Portanto, ambas as substâncias têm o seu lugar bem estabelecido na medicina e devem ter seu uso assegurado para esse fim. No entanto, também são reconhecidos o seu uso abusivo e o seu potencial de causar dependência química. Por isso, essas substâncias são controladas internacionalmente. Na legislação brasileira, o fentanil está relacionado na Lista A1. Você já ouviu falar dessa lista? Essa é a lista de substâncias entorpecentes. Já o clonazepam está na Lista B1, que é referente a substâncias psicotrópicas(sujeitas a notificação de receita B). Ambas as listas constam na Portaria do Ministério da Saúde nº 344, de 12 de maio de 1998, republicada no Diário Oficial da União em 1999, e atualizada pelas Resoluções da Diretoria Colegiada da ANVISA. Isso significa que não são substâncias de uso proibido, mas há um controle da sua venda no país, realizado pelo órgão de vigilância sanitária. Podcast transcrito Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 13 Veja a seguir alguns exemplos desses medicamentos contendo as substâncias fentanil e clonazepam, controladas internacionalmente. Fotos: ©[Plural.jor.] / Plural Curitiba; © [Bruno R.B S.] / Adobe Stock; © [Sherry Young] / Adobe Stock. As Convenções de 1961 e 1971 classificam as substâncias controladas em quatro listas ou tabelas, de acordo com seu valor terapêutico percebido e seu potencial risco de abuso. Incluídas em um anexo à Convenção de 1988, estão duas tabelas listando precursores quí- micos, reagentes e solventes, os quais são frequentemente usados na fabricação ilícita de entorpecentes e substâncias psicotrópicas. A Convenção de 1988 também reforçou significativamente a obri- gação dos países de estabelecer infrações penais para combater todos os aspectos da produção, posse e tráfico ilícitos de substâncias psicoativas (SOUZA; CALDAS; ZACCA, 2019). Os quadros a seguir trazem um resumo das listas contidas nos anexos das Convenções de 1961 e 1971. Confira um quadro explicativo sobre as listas da Convenção de 1961: Listas Potencial efeito nocivo Grau de controle Exemplos de substâncias listadas I. Substâncias com propriedades viciantes, apresentando um sério risco de abuso. Muito rígido; “as drogas na Lista I estão sujeitas a todas as medidas de controle aplicáveis às drogas sob esta Convenção” (art. 2.1) Cannabis e seus derivados, cocaína, fentanil, carfentanil, heroína, metadona, morfina, ópio. II. Substâncias normalmente utilizadas para fins médicos e com menor risco de abuso. Menos rígido. Codeína, dihidrocodeína, propiram. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 14 III. Preparações de substâncias listadas na Lista II, bem como preparações de cocaína. Brando, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, essas preparações não apresentam risco de abuso. Preparações de codeína, dihidrocodeína, propiram. IV. As substâncias mais perigosas, já elencadas na Lista I, que são particularmente nocivas e de valor médico ou terapêutico extremamente limitado. Muito rígido, levando a uma proibição total de "produção, fabricação, exportação e importação, comércio, posse ou uso de qualquer droga, exceto para quantidades que possam ser necessárias para a pesquisa médica e científica" (art. 2.5.b) Heroína, carfentanil. Detalhes sobre as listas em que as substâncias entorpecentes foram classificadas na Convenção de 1961. Fonte: Adaptado de EMCDDA (2021). Veja também um quadro explicativo sobre as listas da Convenção de 1971: Listas Potencial efeito nocivo Grau de controle Exemplos de substâncias listadas I. Substâncias que apresentam alto risco de abuso, representando uma ameaça particularmente séria para a saúde pública, com muito pouco ou nenhum valor terapêutico. Muito rígido; o uso é proibido, exceto para fins científicos ou médicos limitados. LSD, MDMA (ecstasy), mescalina, psilocibina, tetrahidrocanabinol. II. Substâncias que apresentam risco de abuso, representando uma séria ameaça à saúde pública, com valor terapêutico baixo ou moderado. Menos rígido. Anfetaminas e estimulantes do tipo anfetamina. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 15 III. Substâncias que apresentam risco de abuso, representando uma séria ameaça à saúde pública, com valor terapêutico moderado ou alto. Essas substâncias estão disponíveis para fins médicos. Barbitúricos, incluindo amobarbital, buprenorfina. IV. Substâncias que apresentam risco de abuso, representando uma pequena ameaça à saúde pública com alto valor terapêutico. Essas substâncias estão disponíveis para fins médicos. Tranquilizantes, analgésicos, narcóticos, incluindo alobarbital, diazepam, lorazepam, clonazepam, fenobarbital, temazepam. Quadro explicativo sobre as listas em que as substâncias psicotrópicas foram classificadas na Convenção de 1971. Fonte: Adaptado de EMCDDA (2021). Veja um exemplo da lista de substâncias controladas pela Convenção de 1971 fazendo download do PDF, disponível em: https://undocs. org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7 Nos últimos anos, devido ao surgimento crescente de novas subs- tâncias psicoativas, houve um grande esforço para que fossem promovidas mudanças nas listas das Convenções de 1961 e 1971. Quando há a revisão dessas listas, os Estados signatários das Con- venções atualizam suas legislações nacionais. Esses tratados contam com uma ampla adesão no mundo, o que dá grande relevância a essas mudanças. Embora seja previsto nos textos das próprias Convenções o procedimento de revisão das listas, elas não con- seguem acompanhar o constante aparecimento de NSP. Por isso é tão importante o controle nacional de novas drogas. https://undocs.org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7 https://undocs.org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7 https://undocs.org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7 Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 16 Relembre, agora, a definição de NSP e os dados que são controlados pelas Convenções de 1961 e 1971. PARA FIXAR As NSP são definidas como drogas cujo uso não é controlado pelas Convenções de 1961 e 1971, mas que podem constituir uma ameaça à saúde pública. A ideia das Convenções é controlar o uso de substâncias psicoativas de forma que seja garantido o uso médico e científico de forma segura. Os anexos das Convenções de 1961 e 1971 trazem 4 grupos de substâncias (I, II, III e IV), com diferentes níveis de controle, sendo considerados para a inclusão em cada grupo: o potencial efeito nocivo, em especial o risco de abuso, e o valor médico ou terapêutico dessas substâncias. Siga para a próxima unidade e continue seus estudos. Entenda mais sobre a remoção da Cannabis da lista IV da Convenção de 1961 com a explicação a seguir. Podcast transcrito Em dezembro de 2020, os 53 Estados-membros da Comissão de Entorpecentes das Nações Unidas (CND), órgão central de formulação de políticas de drogas da ONU, votaram para remover a Cannabis da lista IV, na qual constava por 59 anos, e à qual se aplicam as medidas de controle mais restritivas, que geralmente desencorajam seu uso para fins medicinais. Com 27 votos a favor, 25 contra e uma abstenção, a CND abriu a porta para o reconhecimento do potencial medicinal e terapêutico da droga, embora seu uso para fins não médicos e não científicos continue a ser ilegal. De acordo com reportagens, a decisão pode conduzir pesquisas científicas adicionais sobre as propriedades medicinais da planta. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 17 UNIDADE 2 COMO UMA NOVA DROGA É CONTROLADA INTERNACIONALMENTE E NO BRASIL CONTEXTUALIZANDO Na unidade anterior, você viu como ocorre o controle global de subs- tâncias e a sua importância para a atualização do arcabouço legal dos países. Nesta unidade, você entenderá como os diversos países abordam as temáticas apresentadas, principalmente as questões relativas ao registro e controle de substâncias entorpecentes e psicotrópicas. Você perceberá que a maioria dos países utiliza um sistema de listagem nominal para controlar as substâncias entorpecentes ou psicotrópicas. No entanto, colocar uma substância potencialmente prejudicial sob controle legal pode ser um processo demorado, que muitas vezes re- quer a coleta deevidências, uma revisão científica dos danos e outras consultas. Isso significa que há um lapso temporal desde a entrada de uma nova substância no mercado até a implementação do controle legal. A escassez de dados sobre essas novas drogas contribui para a demora nesse processo. Os fabricantes de NSP frequentemente exploram esse intervalo de tempo desenvolvendo e comercializando substâncias alternativas para contornar os controles estabelecidos. 2.1 ABORDAGENS PARA O CONTROLE DE NSP Em geral, os países afetados por um número limitado de novas substâncias psicoativas costumam controlar substância por subs- tância, ou seja, o controle ocorre individualmente em uma listagem nominal. Confira: Longos processos legislativos Procedimentos rápidos Controles temporários Forma de controle: listagem nominal O processo de inclusão de uma substância na lista nominal acontece por meio de: | PAÍSES AFETADOS POR NÚMERO LIMITADO DE SUBSTÂNCIAS Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 18 Assim, em alguns casos, a inclusão de uma substância na lista no- minal ocorre por meio de longos processos legislativos ou através de procedimentos rápidos e/ou de controles temporários. As proibições temporárias permitem a introdução de controles por tempo limitado de uma nova droga para proteger a saúde pública de substâncias poten- cialmente prejudiciais até que evidências científicas suficientes para informar as decisões de controles permanentes estejam disponíveis. Os países afetados por um grande número de NSP recorreram a medidas que vão além do controle nominal, aplicando, por exemplo, controles genéricos ou por substâncias análogas. Veja: Controle Análogo Controle Genérico Abordagem por Efeitos Substâncias quimicamente semelhantes a um medicamento já controlado. Grupos inteiro de substâncias, com base nas suas estruturas químicas. Substâncias controladas com base no efeito que causam no cérebro. Forma de controle: listagem nominal Além da listagem nominal, também temos: | PAÍSES AFETADOS POR GRANDE NÚMERO DE NSP Essas medidas permitem o controle de NSP quimicamente semelhantes a um medicamento já controlado, chamado de controle por análogos, ou de grupos inteiros de NSP, tendo como base estruturas químicas genéricas, através do controle genérico, sem a necessidade de se referir a cada substância individualmente na legislação. Também há a abordagem por efeitos, na qual as substâncias são controladas com base no efeito que causam no cérebro, e não por meio da listagem de substâncias específicas ou do uso de definições de classes. No Brasil, na tentativa de acompanhar o crescente aparecimento dessas novas drogas, a forma de controle apenas por listagem no- minal precisou ser alterada com a inclusão do controle por classes estruturais, o controle genérico (ANVISA, 2017). Ao utilizar esses sistemas complementares, medidas de controle de drogas previstas no âmbito do sistema de listagem nominal são estendidas ao grupo definido de substâncias do controle genérico. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 19 2.1.1 LISTA NOMINAL DE SUBSTÂNCIAS Seguindo o modelo das convenções internacionais de controle de drogas, as substâncias são controladas nominalmente após terem seus riscos avaliados. Elas são frequentemente inseridas nominal- mente em tabelas e listas que as classificam com base em seu uso médico, seu potencial relativo de abuso e sua probabilidade de causar dependência quando usadas abusivamente. Cada lista está sujeita a um sistema de controle e restrições. Exemplos dessa abordagem para controlar NSP são o controle nominal de benzilpiperazina na Nova Zelândia, em 2008 (SHERIDAN, 2007), e o controle de mefedrona no Brasil, em 2011 (AMBRÓSIO, 2012), duas substâncias que se tornaram controladas internacionalmente apenas em 2015, quando foram inseridas na Convenção de 1971 (UNODC, 2015). VANTAGENS As substâncias controladas são nominalmente especificadas. Seu enquadramento na legislação vigente é mais fácil. Esta abordagem parece ser suficiente em países onde o número de novas substâncias psicoativas identificadas é limitado e onde a disseminação de NSP no mercado de drogas não é previsível em um futuro próximo. LIMITAÇÕES Em muitos sistemas de controle de drogas, dados científicos e resultados de experiências com seres humanos são necessários para avaliar os riscos à saúde associados a uma substância antes de decidir sobre seu escopo de controle. No caso de muitas NSP, esses dados não estão disponíveis, dificultando a justificativa para os controles legais. O processo legislativo associado à inclusão de novas substâncias sob a legislação de controle de drogas é muitas vezes demorado, havendo um grande lapso temporal entre o momento em que uma nova droga perigosa surge no mercado e os controles são introduzidos, colocando em risco a saúde dos usuários. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 20 E você sabe como são as listas nominais de controle de substâncias no Brasil? A seguir, conheça mais sobre a lei que determina esse controle em nosso país. Lei nº 11.343/2006 Art. 66 Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. A Portaria SVS/MS nº 344/1998 aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Assim como nas Convenções de 1961 e 1971, as substâncias e plantas sujeitas a controle especial no Brasil estão organizadas em listas que podem ser encontradas no Anexo I dessa portaria. Conheça: A1 - ENTORPECENTES (Sujeitas a Notificação de Receita “A”) A2 - ENTORPECENTES PERMITIDOS EM CONCENTRAÇÕES ESPECIAIS (Sujeitas a Notificação de Receita “A”) A3 - PSICOTRÓPICAS (Sujeitas a Notificação de Receita “A”) B1 - PSICOTRÓPICAS (Sujeitas a Notificação de Receita “B”) B2 - PSICOTRÓPICAS ANOREXÍGENAS (Sujeitas a Notificação de Receita “B2”) C1 - OUTRAS SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL (Sujeitas a Notificação de Receita Especial em 2 vias) C2 - RETINOICAS (Sujeitas a Notificação de Receita Especial) C3 - IMUNOSSUPRESSORAS (Sujeitas a Notificação de Receita Especial) C5 - ANABOLIZANTES (Sujeitas a Receita de Controle Especial em 2 vias) D1 - PRECURSORES DE ENTORPECENTES E/OU PSICOTRÓPICOS (Sujeitas a controle do Ministério da Justiça e Segurança Pública) D2 - INSUMOS QUÍMICOS UTILIZADOS PARA FABRICAÇÃO E SÍNTESE DE ENTORPECENTES E/OU PSICOTRÓPICOS (Sujeitas a controle do Ministério da Justiça e Segurança Pública) E - PLANTAS PROSCRITAS QUE PODEM ORIGINAR SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES E/OU PSICOTRÓPICAS F1 - ENTORPECENTES PROSCRITAS F2 - PSICOTRÓPICAS PROSCRITAS F3 - PRECURSORAS PROSCRITAS F4 - OUTRAS SUBSTÂNCIAS PROSCRITAS PROIBIDASCONTROLADAS Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 21 Ao todo, são 16 listas, organizadas de acordo com o valor terapêutico e potencial de uso abusivo das substâncias elencadas: A1, A2, A3, B1, B2, C1, C2, C3, C5, D1, D2, E, F1, F2, F3 e F4. SAIBA MAIS Conheça a Lista de substâncias sujeitas a controle especial no Brasil descritas na Portaria 344/98, disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/ medicamentos/controlados/lista-substancias A seguir, veja como ocorre o controle genérico de NSP. 2.1.2 CONTROLES GENÉRICOS DE SUBSTÂNCIAS Os controles genéricos complementam as listas nominais de subs- tâncias controladas, proibindo de uma só vez grupos de substâncias (que incluem um grande número de NSP) e/ou antecipando controles sobre novas substâncias que possam surgir. Oscontroles genéricos têm como alvo a estrutura molecular central, que por si só não precisa ser psicoativa, sendo detalhadas, pela legislação, as aceitáveis varia- ções particulares na estrutura, especialmente grupos substituintes em posições específicas na molécula. A linguagem genérica vai além dos termos isômeros, ésteres, éteres e sais, e se refere, por exemplo, a subgrupos específicos de NSP, como naftoilindóis e benzoilindóis, que são exemplos de estruturas de canabinoides sintéticos, sendo indicadas as substituições que estão sob controle. VANTAGENS Em países afetados pela proliferação de um grande número de NSP, esta abordagem permitiu o controle de grandes grupos de substâncias presentes no mercado sem a necessidade de listá-los nominalmente. Além disso, também permitiu a introdução de legislação "à prova de futuro", por estar um passo à frente dos fabricantes de drogas, controlando antecipadamente as substâncias que ainda não surgiram no mercado. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/controlados/lista-substancias https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/controlados/lista-substancias Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 22 A abordagem genérica parece viável para grupos pequenos e simples de NSP porque o número de compostos potenciais é limitado. LIMITAÇÕES Controlar substâncias com um esqueleto muito maior é um desafio devido às possibilidades de diversificação. Ao introduzir controles genéricos, deve-se considerar que nem todas as modificações em partes da estrutura de um composto controlado garantirão necessariamente que o composto permaneça farmacologicamente ativo e deva ser controlado. Na ausência de definições rigorosas de agrupamento de compostos e/ou na inclusão de exceções específicas sobre medicamentos e substâncias usadas para pesquisa, as substâncias que não deveriam ser controladas devido ao uso industrial, científico e médico legítimo podem cair involuntariamente dentro dos controles genéricos. A aplicação da legislação genérica pode ser um desafio, visto que, em muitos casos, as autoridades responsáveis pela aplicação da lei enfrentam dificuldades em identificar as substâncias controladas por meio de uma abordagem genérica. Veja a seguir um exemplo de controle genérico presente na legislação brasileira: a classe estrutural das catinonas sintéticas, e uma subs- tância que se enquadra na referida classe (4-F-alfa-PHP). ESTRUTURA QUÍMICA O R R1 2 2 1 3 5 4 3 2R R R N H C 21 3 3 F H N O H C Estrutura genérica para catinonas sintéticas 4-F-alpha-PHP Fonte: Adaptado de ANVISA (2019). Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 23 O procedimento de atualização das listas pode ter início a partir de solicitação de entidades nacionais, como órgãos policiais, Ministério Público, órgãos legislativos, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ou internacionais, como a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE) da Organização das Nações Unidas e o Comitê de Especialistas sobre Dependência de Drogas da Organização Mundial de Saúde. Além disso, a ANVISA pode dar início ao procedimento por iniciativa própria, a partir do registro de novos medicamentos ou ainda com base em informações veiculadas pela mídia ou após identificar risco potencial de alguma substância. Podcast transcrito 2.2 CRIAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO SOBRE NOVAS DROGAS Conforme vimos anteriormente, no Brasil, são consideradas drogas as substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial constantes nas listas do Anexo I da Portaria SVS/ MS nº 344/1998, conforme a Lei nº 11.343/2006, art. 1º, § único e art. 66. As listas são atualizadas com frequência, por meio de Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA. Entenda mais sobre o procedimento para atualização das listas da Portaria SVS/MS nº 344/1998. Em uma iniciativa inédita na América Latina, foi criado um Grupo de Trabalho com o objetivo de discutir e aperfeiçoar o modelo regulatório para a classificação e controle de substâncias. O Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias Controladas foi instituído no âmbito da ANVISA (2017), com a participação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o qual é representado pela Polícia Federal (PF/MJSP), pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP) e pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD/MJSP). Com o crescente surgimento de novas substâncias psicoativas no Brasil, foi necessário buscar melhores estratégias e otimizar o pro- cesso de controle de novas drogas. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 24 Veja os órgãos que integram o Grupo de Trabalho para otimizar a forma de classificação e controle de substâncias. Grupo de Trabalho Interministerial (Portaria 898/2015) Regulação em saúde Forense jurídica e política sobre drogas Otimizar a forma de classificação e controle de substâncias Ministério da Saúde: Polícia Federal (PF) Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD) Ministério da Justiça e Segurança Pública: ANVISA Entre as atividades desenvolvidas pelo grupo desde 2015, estão: 1. Avaliação e proposição de classificação de substâncias. 2. Monitoramento e consulta a sistemas de alerta prévio de notificações de aparecimento de drogas de organismos internacionais e estrangeiros. 3. Subsídios para controle internacional de substâncias. 4. Comunicação rápida de NSP. 5. Realização de reuniões técnicas, simpósios, conferências e outros eventos nacionais e internacionais. 6. Promoção de debates a respeito do conceito de “drogas” disposto na Lei nº 11.343/2006. Entre os principais avanços obtidos após o surgimento do grupo estão a adoção de um sistema genérico de classificação de substâncias e maior celeridade na análise e controle nominal de novas substâncias. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 25 ANVISA ÓRGÃOS DE DETECÇÃO A ANVISA faz a análise e a classificação das novas substâncias psicoativas detectadas pelos órgãos de detecção. Ministério da Justiça e Segurança Pública, Secretarias de Segurança Pública estaduais, Polícia Civil e Polícia Federal são exemplos de órgãos que realizam a detecção de NSP. O Grupo de Trabalho sobre novas drogas é um esforço conjunto de vários órgãos que atuam diretamente e contribuem para a execução da Política Nacional sobre Drogas. A iniciativa se insere no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), pois introduz novas abordagens na política nacional, sempre tendo como objetivo a preocupação com a saúde e o bem-estar da comunidade e das pessoas. PARA FIXAR Mundialmente têm sido utilizadas diversas formas de controle de substâncias. No Brasil, as duas formas adotadas são: a listagem nominal e o controle genérico de substâncias, cada uma possui vantagens e limitações no processo de identificação e controle das NSP. Para melhorar as estratégias e otimizar o processo de controle de novas drogas, em 2015, a ANVISA criou o Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias Controladas, que conta também com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Fotos: © [AGPhotography] / Adobe Stock; © [foton1601] / Adobe Stock. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 26 2.3 NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E O SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS (SISNAD) A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, já mencionada anteriormente, também conhecida como Lei das Drogas, é o principal normativo legal brasileiro na área dedrogas. Essa lei, entre outras coisas, instituiu o SISNAD. Lei nº 11.343 Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I. a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II. a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. § 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. § 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde – SUS, e com o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Por ter como finalidade articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas, o SISNAD tem um papel importante no combate às NSP. Ao mesmo tempo, é um sistema pautado na proteção dos direitos humanos e, portanto, prescreve medidas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, atuação relevante também quando o as- sunto são novas drogas. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 27 O SISNAD tem como órgão superior o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD) e está organizado de modo a assegurar a orien- tação central e a execução descentralizada das atividades vinculadas à Política Nacional sobre Drogas (PNAD), envolvendo diversos atores na esfera federal, estadual e municipal por atuar de forma transversal entre as políticas públicas dos órgãos (BRASIL, 2021). Prevenção contra as drogas e o alcoolismo Você pode vencer o vício e o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) pode te ajudar na sua atitude. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 28 Ministério da Justiça e Segurança Pública Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Órgãos da Segurança Pública ANVISA Ministério da Saúde Ministério da Cidadania Polícia Federal Polícia Rodoviária Federal SENASP Órgãos que integram o SISNAD Veja, a seguir, as atividades realizadas por cada integrante do SISNAD. ¥ Ministério da Justiça e Segurança Pública O Ministério da Justiça e Segurança Pública é responsável pela articulação da política de drogas e o combate ao tráfico de drogas e crimes conexos. Também é responsável pela gestão dos bens apreendidos em razão do tráfico de drogas e por promover capacitação e pesquisa. ¥ Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos faz a coordenação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e também é responsável pela prevenção ao uso de entorpecentes e drogas afins por crianças e adolescentes, assim como a ressocialização e proteção dos dependentes químicos. ¥ Órgãos da Segurança Pública Os órgãos da Segurança Pública são responsáveis pelas investigações e operações policiais, pela apreensão de drogas e bens oriundos do tráfico e pela normatização de substâncias precursoras, ou seja, substâncias que são usadas para a fabricação e síntese de drogas. ¥ ANVISA A ANVISA regulamenta, registra, autoriza e monitora o uso de medicamentos controlados, e também estabelece a lista de substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras substâncias de controle especial. Vários órgãos integram o SISNAD, atuando diretamente ou contri- buindo para a execução da Política Nacional sobre Drogas (PNAD). Veja, abaixo, os principais componentes do SISNAD, no âmbito federal; todavia, cabe destacar que esta não é uma representação exaustiva. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 29 ¥ Ministério da Saúde O Ministério da Saúde é responsável pelos Centros de Atenção Psicossocial, pelas Unidades de Pronto Atendimento e pelas Unidades Básicas de Saúde. Proporciona o tratamento para pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso e dependência de drogas e é idealizador do Programa Consultório na Rua. ¥ Ministério da Cidadania O Ministério da Cidadania é responsável pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, pela prevenção e pelo cuidado realizado em Comunidades Terapêuticas. Além disso, é responsável pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social. Qualquer resolução eficaz do fenômeno das NSP exige uma abordagem integrada dentro do SISNAD. Destacam-se as seguintes ações do sistema para a diminuição na proliferação das NSP: Inovações na legislação com a participação de diferentes órgãos, medida já adotada após o surgimento do Grupo de Trabalho sobre novas drogas. Campanhas de informação sobre novas drogas e maior coordenação e cooperação entre diferentes atores (operadores do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), do Sistema Único de Saúde (SUS), Judiciário e população em geral), visando o bem-estar da população brasileira. Promoção e fortalecimento da capacidade dos laboratórios de análise de drogas e de exames toxicológicos, pois desempenham um papel crucial em um Sistema de Alerta Rápido. Desenvolvimento de plataformas de detecção de NSP nacional (Sistema de Alerta Rápido), baseadas nas já existentes, como as do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e do UNODC, que poderiam ser utilizadas e expandidas para uma partilha valiosa de informações e conhecimentos. O treinamento do pessoal de saúde deve ser considerado fator primordial na luta contra a disseminação das NSP e suas terríveis consequências. Os órgãos que lidam com as consequências das NSP necessitam de apoio para sustentar seus esforços na batalha. Incentivo à cooperação internacional em torno do tema. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 30 Somente a colaboração ajudará os formuladores de políticas a diminuir a proliferação de NSP em todo o mundo. Agora, retome a seguir os principais pontos deste módulo: Nos últimos anos, a proliferação de NSP no mundo resultou em risco significativo para a saúde pública. Existem três tratados das Nações Unidas que juntos formam o sistema internacional de controle de drogas em nível global. ¤ A Convenção Única sobre Entorpecentes, de 1961, conforme emendada pelo Protocolo de 1972. ¤ A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971. ¤ A Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Drogas Narcóticas e Substâncias Psicotrópicas, de 1988. Essas substâncias não controladas se tornaram drogas de abuso por possuírem efeitos semelhantes aos de drogas já conhecidas, podendo, inclusive, ser ainda mais potentes do que as drogas tradicionais. Inovações na legislação com a participação de diferentes órgãos, medida já adotada após o surgimento do Grupo de Trabalho sobre novas drogas. Campanhas de informação sobre novas drogas e maior coordenação e cooperação entre diferentes atores (operadores do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), do Sistema Único de Saúde (SUS), Judiciário e população em geral), visando o bem-estar da população brasileira. Promoção e fortalecimento da capacidade dos laboratórios de análise de drogas e de exames toxicológicos, pois desempenham um papel crucial em um Sistema de Alerta Rápido. Desenvolvimento de plataformas de detecção de NSP nacional (Sistema de Alerta Rápido), baseadas nas já existentes, como as do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e do UNODC, que poderiam ser utilizadas e expandidas para uma partilha valiosa de informações e conhecimentos. O treinamento do pessoal de saúde deve ser considerado fator primordial na luta contra a disseminação das NSP e suas terríveis consequências.Os órgãos que lidam com as consequências das NSP necessitam de apoio para sustentar seus esforços na batalha. Incentivo à cooperação internacional em torno do tema. Curso TraNSPor MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 31 Você finalizou este módulo, siga adiante e continue seus estudos! Um dos objetivos fundamentais dos tratados internacionais de controle de drogas é garantir o uso de entorpecentes e substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos. Conceito de NSP: drogas com potencial de abuso, na forma pura ou em preparações (misturas), que não são controladas nos termos da Convenção de 1961 ou pela Convenção de 1971. A Convenção de 1988 reforçou a obrigação dos países de estabelecer infrações penais para combater todos os aspectos da produção, posse e tráfico ilícitos de substâncias psicoativas. Existem duas formas principais de controle de NSP no Brasil: a listagem nominal e o controle genérico de substâncias. O Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias Controladas foi criado em 2015, no Brasil, com o objetivo de otimizar o processo de controle de novas drogas. 32 REFERÊNCIAS AMBRÓSIO, J. C. L. O crescimento do uso de drogas sintéticas “legais” no Brasil. Revista Perícia Federal, n. 29, p. 22-25, mar. 2012. ANVISA. Relatório de atividades 2015/2016: Grupo de trabalho para classificação de substâncias controladas (Instituído pela Portaria Nº 898/2015). Brasília, DF, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/ anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/controlados/novas-substan- cias/arquivos/6668json-file-1. Acesso em: 15 dez. 2020. ANVISA. Relatório de atividades 2017/2018: Grupo de trabalho para classificação de substâncias controladas (Instituído pela Portaria nº 898/2015). Brasília, DF, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/ anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/controlados/novas-substan- cias/arquivos/6669json-file-1. Acesso em: 15 dez. 2020. BRASIL. Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve me- didas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2006/lei/l11343.htm. Acesso em: 15 dez. 2020. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Órgãos e ins- tituições envolvidos na política nacional sobre drogas. Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://www.justica.gov.br/sua-protecao/ politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-aliena- cao-de-bens/orgaos-e-instituicoes-envolvidos-na-politica-na- cional-sobre-drogas. Acesso em: 2 jul. 2021. BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Prevenção dos Problemas Relacionados ao uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias. Brasília, DF: SENAD-MJ/ NUTE-UFSC, 2014. Disponível em: http://conselheiros6.nute.ufsc. br/wp-content/uploads/avea/textos/capitulo-10.pdf. Acesso em: 15 dez. 2020. EMCDDA. Classification of controlled drugs. Lisboa, 2021. Disponível em: https://www.emcdda.europa.eu/publications/topic-overviews/ classification-of-controlled-drugs/html_en. Acesso em: 11 ago. 2021. EMCDDA. New psychoactive substances (NPS). Lisboa, 2021. Dis- ponível em: https://www.emcdda.europa.eu/topics/nps_en. Acesso em: 11 ago. 2021. KING, L. A.; KICMAN, A. T. A brief history of ‘new psychoactive subs- tances’. 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New Psychoactive Substances: Overview of Trends, Challenges and Legal Approaches. Commission on Narcotic Drugs, E/CN.7/2016/CRP.2. Viena, 2016. Disponível em: https://www. unodc.org/documents/commissions/CND/CND_Sessions/CND_59/ ECN72016_CRP2_V1601405_reissued.pdf. Acesso em: 2 jul. 2021. SHERIDAN, J. et al. Legal piperazine-containing party pills-a new trend in substance misuse. Drug and Alcohol Review, v. 26, n. 3, p. 335-343, May 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1080/09595230701255791. Acesso em: 11 ago. 2021. SOUZA, M. P. de; CALDAS, L. N. B.; ZACCA, J. J. Análise de Novas Subs- tâncias Psicoativas - NSP. In: BRUNI, A. T.; VELHO, J. A.; DE OLIVEIRA, M. F. (orgs). Fundamentos de Química Forense: uma análise prática da química que soluciona crimes. Campinas, SP: Millenium Editora, 2019. p. 58-63. UNITED NATIONS. Office on Drugs and Crime. The International Drug Control Conventions. New York, 2021. Disponível em: https:// undocs.org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7. 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Vienna, 2013. Disponível em: https://www.unodc.org/res/commissions/CND/Man- date_Functions/scheduling-elearning-tutorial_html/The_Inter- national_Drug_Control_Conventions.pdf. 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