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2018 Prof.ª Paula Dittrich Corrêa Laudo Técnico e condições do TrabaLho Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Prof.ª Paula Dittrich Corrêa Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. B468l Corrêa, Paula Dittrich Laudo técnico e condições de trabalho. / Paula Dittrich Corrêa. – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 183 p.; il. ISBN 978-85-515-0232-7 1.Laudos periciais. – Brasil. 2.Segurança do trabalho. – Brasil. I. Corrêa, Paula Dittrich. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 363 Impresso por: III ApresentAção Para que você, acadêmico, possa ampliar seus conhecimentos, vamos iniciar nossos estudos sobre Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho. O conteúdo deste livro, bem como as orientações, contribuirão positivamente no direcionamento do processo ensino/aprendizagem. A elaboração deste livro de estudos tem como objetivo direcioná-lo a ordenar os conteúdos e aspectos teóricos e o auxiliará no desenvolvimento global do seu estudo, agregando conhecimento e possibilitando, no final do curso, sua inserção no mercado de trabalho através do seu mérito e dedicação. Cabe destacar que o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho, também chamado de LTCAT, tem o objetivo de informar as condições ambientais do trabalho em que o trabalhador está inserido, diante dos agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, os quais podem causar enfermidades e afastamentos do trabalho, se estiverem acima dos níveis de tolerância. Você também estudará que o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho é um documento técnico de caráter pericial, que registra as condições ambientais do trabalho, avalia as funções do trabalhador diante da sua exposição a agentes nocivos à saúde e à segurança, de acordo com as Normas Regulamentadoras números 15 e 16, além de classificar as ativi dades com relação à salubridade, insalubridade, periculosidade e enquadramento da aposentadoria especial (INSS). Os assuntos desenvolvidos e relacionados a essa disciplina, apesar de serem carregados de conteúdo, não serão esgotados, porém caberá a você, acadêmico, contribuir através da sua dedicação e esforço, a fim de estudar o conteúdo aqui apresentado. Assim, convidamos você a conhecer brevemente cada unidade que será abordada neste livro de estudos. Na Unidade 1, você irá compreender sobre a evolução do trabalho, como surgiram os cuidados com a segurança do trabalhador e consequentemente como a legislação contribuiu para a aplicação das normas que garantiram, no decorrer das décadas, os direitos e obrigações do trabalhador. Também conhecerá sobre as condições ambientais do trabalho e aspectos gerais sobre o LTCAT. Na Unidade 2, você aprenderá sobre legislação trabalhista e os aspectos que envolvem o acidente de trabalho, tanto para o empregado, quanto para o empregador. Além disso, entenderá sobre os limites de tolerância trazidos pela legislação trabalhista e os aspectos pertinentes à exposição do trabalhador, aos agentes nocivos. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Na Unidade 3, você compreenderá sobre o surgimento de programas relacionados à saúde do trabalhador, para proteção da saúde de quem trabalha, bem como garantias e deveres. Também conhecerá sobre os equipamentos de proteção, mapa de risco e como os laudos se materializam, ou seja, ofereceremos alguns exemplos para que você tenha noção de como são estruturados. Nesse contexto, delinearemos os assuntos importantes a serem conhecidos e dessa forma, convidamos você a iniciar as atividades, sendo multiplicador da boa ideia de trabalharmos juntos e focados nos aspectos que permeiam o Laudo Técnico e Condições Ambientais do Trabalho. Prof.ª Paula Dittrich Corrêa NOTA V Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI VI VII UNIDADE 1 - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO ...... 1 TÓPICO 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO ................................................................................... 4 3 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................... 7 4 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................ 9 5 LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................. 12 5.1 REFERENCIAL NORMATIVO ................................................................................................. 12 5.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO ..................................................... 15 5.3 RESUMO DA EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRASILEIRA ................ 18 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO ...................................................... 23 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 23 2 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO ........................................................................................ 24 3 CONCEITO E OBJETIVO DO LTCAT ......................................................................................... 25 4 RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS ................................................................ 27 4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ..................................................................... 29 4.1.1 Risco físico ........................................................................................................................... 29 4.1.1.1Ruído ..................................................................................................................................30 4.1.1.2 Vibrações ........................................................................................................................... 32 4.1.1.3 Pressões anormais ............................................................................................................ 33 4.1.1.4 Temperaturas extremas ................................................................................................... 35 4.1.1.5 Radiações .......................................................................................................................... 37 4.1.2 Risco Químico .................................................................................................................... 40 4.1.3 Risco Biológico .................................................................................................................... 41 4.1.4 Risco Ergonômico ............................................................................................................... 42 4.1.5 Risco de Acidente ................................................................................................................ 42 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 45 TÓPICO 3 - ASPECTOS GERAIS DO LTCAT ............................................................................... 47 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 47 2 DEFINIÇÕES LEGAIS ..................................................................................................................... 47 2.1 INSALUBRIDADE ....................................................................................................................... 47 2.2 PERICULOSIDADE ..................................................................................................................... 51 3 AVALIAÇÕES AMBIENTAIS ....................................................................................................... 53 3.1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA .................................................................................................... 54 3.2 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA ............................................................................................... 54 4 DESENVOLVIMENTO DO LTCAT .............................................................................................. 55 4.1 ELABORAÇÃO DO LTCAT ....................................................................................................... 55 4.2 UTILIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE PELA IMPLANTAÇÃO ...................................... 58 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 59 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 63 sumário VIII UNIDADE 2 - RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO...................................................... 65 TÓPICO 1 - ACIDENTE DE TRABALHO ...................................................................................... 67 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67 2 ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO ......................................................................... 67 2.1 CONCEITO ................................................................................................................................... 68 3 TIPOS DE ACIDENTES .................................................................................................................. 72 3.1 TÍPICO ........................................................................................................................................... 72 3.2 DOENÇAS OCUPACIONAIS .................................................................................................... 73 3.2.1 Doença profissional ............................................................................................................ 74 3.2.2 Doença do trabalho............................................................................................................. 75 3.3 CONCAUSA .............................................................................................................................. 76 4 BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS .................................................................................................... 77 4.1 AUXÍLIO-DOENÇA .................................................................................................................... 78 4.2 AUXÍLIO-ACIDENTE ................................................................................................................. 79 4.3 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ..................................................................................... 81 4.4 PENSÃO POR MORTE .............................................................................................................. 82 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 84 TÓPICO 2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 87 2 REGISTROS NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................... 87 2.1 EXIGÊNCIAS E CONSEQUÊNCIAS LEGAIS ......................................................................... 89 3 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO ................................................................ 90 3.1 PREENCHIMENTO DA CAT .................................................................................................... 93 4 REABERTURA DA CAT .................................................................................................................. 95 5 RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR PELO ACIDENTE DE TRABALHO .......................................................................................................................................... 96 5.1 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA .............................................................................. 98 5.2 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA .............................................................................. 100 6 EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE ........................................................................... 102 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 105 TÓPICO 3 - AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL .................................. 107 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 107 2 TIPOS DE ACIDENTES E ATENDIMENTO IMEDIATO ..................................................... 109 2.1 QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE ............................................................................... 109 2.2 FRATURAS ................................................................................................................................. 110 2.3 TONTURA E DESMAIO ........................................................................................................... 110 2.4 DOR NO PEITO ........................................................................................................................ 111 2.5 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................................... 111 3 NORMAS DE HIGIENE OCUPACIONAL ............................................................................... 113 3.1 PROGRAMAS DE HIGIENE OCUPACIONAL .................................................................... 114 LEITURA COMPLEMENTAR .........................................................................................................115 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 119 IX UNIDADE 3 - PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO .................... 121 TÓPICO 1 - SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO ................................................ 123 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 123 2 SESMT ............................................................................................................................................... 123 2.1 COMPOSIÇÃO ........................................................................................................................... 124 2.2 COMPETÊNCIA ........................................................................................................................ 125 2.3 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................ 126 3 CIPA ................................................................................................................................................... 127 3.1 HISTÓRICO DA CIPA .............................................................................................................. 128 3.2 ORGANIZAÇÃO ...................................................................................................................... 130 3.3 ESTRUTURA .............................................................................................................................. 132 3.4 PROCESSO ELEITORAL .......................................................................................................... 135 3.5 TREINAMENTO DOS CIPEIROS ........................................................................................... 137 3.6 ATRIBUIÇÕES DOS CIPEIROS ............................................................................................... 138 4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS (PGR)................................................... 139 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 141 TÓPICO 2 - SEGURANÇA DO TRABALHO .............................................................................. 143 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 143 2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS .............................................. 143 2.1 ESTRUTURA .............................................................................................................................. 145 2.2 DESENVOLVIMENTO DO PPRA ........................................................................................... 146 2.3 RESPONSABILIDADES ............................................................................................................ 147 3 MAPA DE RISCOS ......................................................................................................................... 148 3.1 HISTÓRICO ................................................................................................................................ 148 3.2 CONCEITO ................................................................................................................................. 149 3.3 ETAPAS DO MAPEAMENTO ................................................................................................. 149 3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS PELAS CORES .................................................................. 150 4 A IMPORTÂNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ............................................. 153 4.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ................................................... 153 4.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ...................................................... 155 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 158 TÓPICO 3 - PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO ......... 159 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 159 2 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL ............................... 159 2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS ..................................................................................................... 160 2.2 OBJETIVO ................................................................................................................................... 161 2.3 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR REFERENTE AO PCMSO ........................ 162 2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO ....................................................................................... 164 3 RELAÇÃO ENTRE O PPRA E O LTCAT ................................................................................... 167 4 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO .............................................................. 169 4.1 CONCEITO ................................................................................................................................. 169 4.2 OBJETIVOS DO PPP .................................................................................................................. 169 4.3 ASPECTOS RELEVANTES DO PPP ........................................................................................ 170 5 APRESENTAÇÃO DE LAUDOS E PROGRAMAS TÉCNICOS ........................................... 172 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 175 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 178 X 1 UNIDADE 1 LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a importância do laudo técnico; • conceituar o laudo técnico e condições de trabalho; • entender como ocorreu a evolução do trabalho humano; • assimilar a definição de segurança do trabalho; • compreender a importância da segurança do trabalho; • acompanhar a evolução das leis de proteção ao trabalhador; • elencar alguns direitos criados em prol do trabalhador; • compreender a importância da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o trabalhador; • citar alguns objetivos da OIT; • identificar o local da sede da OIT; • explicar a importância das convenções na segurança do trabalho; • identificar quais são os agentes nocivos; • compreender qual a importância da avaliação ambiental; • entender a importância do LTCAT; • saber os requisitos para elaboração do LTCAT. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO TÓPICO 2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO TÓPICO 3 – ASPECTOS GERAIS DO LTCAT 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 SEGURANÇA DO TRABALHO 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada para estudar e entender sobre a segurança do trabalho, presente no nosso dia a dia. A finalidade deste estudo é que você receba as informações e construa seu próprio conhecimento referente ao tema central, para assim discutir a importância das condições do trabalho, com vistas à segurança do trabalhador, visando o aprimoramento para sua trajetória profissional. Diariamente somos postos à prova, basta você pensar num caso prático: você, como engenheiro, vai até um canteiro de obras para verificar o andamento dos trabalhos, então, seu colega percebe que você não está usando capacete e o oferece, em seguida vem a reflexão: mas para que utilizar capacete se nunca aconteceu nenhum acidente comigo? Você acredita queeste pensamento, que pode gerar uma conduta errônea, está correto? É claro que não, você simplesmente deve pegar o equipamento de proteção individual e utilizar, a fim de protegê-lo de eventual sinistro. A segurança do trabalho tem exatamente esse foco, de oferecer proteção ao trabalhador em seu local de atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene ocupacional, prevenindo acidentes e mantendo a integridade da pessoa humana. Dessa forma, a segurança do trabalho é um ramo da engenharia que tem a função de reconhecer, avaliar e controlar as condições do trabalho e as atitudes do trabalhador, com o intuito de evitar acidentes e sinistros indesejáveis para a saúde do trabalhador. Os conteúdos que permeiam esta unidade dizem respeito à evolução do trabalho, ao histórico e conceito de segurança do trabalho, à contribuição de Getúlio Vargas para o trabalhador brasileiro, às mudanças trabalhistas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e conhecimento sobre Organização Internacional do Trabalho. Vamos aos estudos! UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 4 2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO A segurança do trabalho é uma área da engenharia que estuda as causas da ocorrência dos acidentes e incidentes que surgem durante a jornada de trabalho do empregado. Seu maior objetivo é a prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e demais sinistros na saúde do trabalhador. Nesse sentido, havendo prevenção, também haverá um ambiente saudável e seguro tanto para o empregado quanto para o empregador. Segundo Curia et al. (2011), sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da ca pacidade para o trabalho (art. 19 da Lei nº 8.213/91). Barsano e Barbosa (2012) acreditam que algumas áreas, como medicina do trabalho, ergonomia, saúde ocupacional e segurança patrimonial, auxiliam na identificação dos fatores de risco que geram os acidentes e doenças ocupacionais, bem como na avaliação dos seus efeitos na saúde do trabalhador, e também propõem medidas de intervenção técnica a serem implantadas nos ambientes de trabalho. Há uma relação direta entre o trabalho, a saúde e a doença, comprovada pelos relatos históricos, pois onde não havia normas, regras, leis, os trabalhadores eram assolados por jornadas longas de trabalho, ambientes insalubres, alimentação inadequada e, por conseguinte, devastados por doenças, normalmente pestes que se proliferavam em ambientes sombrios e com má higiene. Neves (2011) relata que na antiguidade o trabalho não era considerado uma tarefa digna, pelo contrário, era caracterizado como sendo um trabalho escravo, com regime servil, inexistindo preocupação com a saúde dos trabalhadores, emergindo a ideia de castigo ou estigma. Dessa forma, o trabalho surgiu como sinal de humilhação, desonra e degradação do ser humano, um castigo divino, imposto por Deus ao homem, o qual lutava diariamente para sobreviver em meio à escravidão, em que pessoas menos afortunadas eram vítimas de uma sociedade preconceituosa. Conforme Neves (2011), a origem da palavra trabalho vem do latim tripalium, que significa madeira, pois era com um instrumento feito de madeira que os escravos apanhavam e eram torturados, quando não desempenhavam bem o seu trabalho ou quando simplesmente o seu “dono” tinha prazer em surrá-los. Para Cassar (2010), o vocábulo “trabalho” indica algo penoso ao homem, em linguagem cotidiana tem inúmeros significados, algumas vezes lembra dor, sofrimento, e outras vezes designa operação humana de transformação da matéria. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 5 Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas, em forma de pirâmide e que era cravada no chão, no qual os escravos eram torturados. As três madeiras significavam sofrimento, esforço e luta. FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM ESCRAVO AMARRADO NO TRIPALIUM FONTE: <http://globedia.com/inside-google-ocio-negocio-otium-negotium-trabajo-tripalium>. Acesso em: 29 jun. 2017. Sobre a evolução do trabalho, Cassar (2010, p. 10) afirma que: Se no passado o trabalho tinha conotação de tortura, atualmente significa toda energia física ou intelectual empregada pelo homem com finalidade produtiva. Todavia, nem toda atividade humana produtiva constitui objeto do Direito do Trabalho, pois somente a atividade feita em favor de terceiros interessa ao nosso estudo, e não a energia despendida para si próprio. Depois de vários séculos de sofrimento das condições precárias de trabalho, por volta de 1760, na Inglaterra, surgiu a Revolução Industrial, que provocou grandes mudanças nas condições de trabalho. Antes considerado uma pessoa sem escrúpulo, tratado como animal, sem objetivos, perspectivas, anseios e sem desejos próprios, o trabalhador começou a ter o seu valor. As alterações nas condições de trabalho envolvem vários fatores, como o ambiente, ferramentas, máquinas, equipamentos, jornada de trabalho e forma de organização, bem como as relações interpessoais entre chefes e subordinados. O principal destaque dessa revolução foi a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, através da utilização de máquinas, inicialmente as de fiar. UNI UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 6 Neves (2011) relata que uma máquina de fiar era muito mais rápida do que o melhor artesão, e a maioria dos artesões não podia comprar uma máquina. Dessa forma, o empregador viu a oportunidade de ganhar dinheiro, comprou a máquina e empregou o trabalhador, assim surgiu o capitalismo. Entretanto, em meio a um estopim de pretensões boas por parte do trabalhador, aconteceu um desastre no ambiente de trabalho, pois as fábricas foram instaladas em galpões velhos, sendo que as condições de luminosidade, ventilação e higiene eram precárias, as máquinas, sem segurança, se tornaram perigosas e a jornada de trabalho chegava a 14 ou 16 horas. FIGURA 2 – TRABALHO INSALUBRE NAS FÁBRICAS FONTE: < http://www.historiaegeografia.com/>. Acesso em: 29 jun. 2017. Essa jornada de trabalho era alta, pois agora o trabalhador estava envolvido pelo capitalismo, sendo que quanto mais trabalhava, mais dinheiro ganhava, além disso, a indústria precisava de mão de obra e, dessa forma, acabou contratando crianças, homens, mulheres e idosos. FIGURA 3 – CRIANÇAS TRABALHANDO EM MÁQUINA DE FIAR FONTE: <https://clionainternet.wordpress.com/2012/06/12/revolucao-industrial-exploracao-do- trabalho>. Acesso em: 29 jun. 2017. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 7 Esse ambiente hostil, em que os trabalhadores totalmente despreparados gastavam boa parte de sua vida, inevitavelmente gerou vítimas de constantes acidentes de trabalho e de doenças infectocontagiosas. As doenças adquiridas no trabalho só eram percebidas em estágio avançado, primeiro porque eram confundidas com doenças corriqueiras e porque as pessoas se preocupavam com a produtividade, deixando a doença em segundo plano. Em virtude da queda da produtividade e perda econômica, devido às pestes que acometiam os trabalhadores, o governo começou a intervir com a intenção de ajudar essa classe desfavorecida, introduzindo médicos dentro das fábricas, surgindo posteriormente as primeiras leis de saúde pública. É visível que, ao longo dos séculos, o homem evoluiu dos seus ancestrais, melhorando seus hábitos de saúde e higiene, evidenciando a preocupação de ser acometido por menos doenças e pestes. Evoluindo para um cuidado coletivo, adotando-se a segurança em prol dos trabalhadores, de modo a evitar alguns hábitos danosos à saúde, como também evitando sua repetição e, por conseguinte, passando a garantir melhores condições de vida. 3 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO Doenças e acidentes sempre se fizeram presentes na evolução do homem,desde o período pré-histórico até os dias atuais. As evidências entre a associação do trabalho e doença provêm de papiros egípcios, bem como de referências da Grécia e Roma quanto ao relato de doenças que ocorriam em trabalhadores expostos a poeiras em minas e a utilização de membranas de bexiga de carneiros como máscaras (SALIBA, 2013). No ano de 2360 a.C., no Egito, vários trabalhadores que desenvolviam suas atividades nas minas de cobre foram a óbito, preocupando o faraó, visto que ele não poderia perder trabalhadores, pois precisava da mão de obra desses escravos. Então o soberano percebeu a importância de melhorar as condições de trabalho, pois dessa forma manteria sua exploração de mão de obra (SALIBA, 2013). Você já pensou como a segurança do trabalho surgiu no Brasil, em meio a um cenário caótico de más condições de trabalho, precárias condições de higiene e saúde? Para isso, você precisa entender o contexto histórico em que o país estava vivendo. Dessa forma, vamos relatar brevemente o cenário econômico no início do século XIX. Nessa época, o Brasil estava exportando alguns produtos agrícolas para os Estados Unidos, como café, borracha e açúcar, assim, com o dinheiro dos negócios, o Brasil comprava produtos manufaturados dos Estados Unidos, como carros, máquinas, roupas e até medicamentos, como a aspirina. UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 8 Portanto, o modo de produção no Brasil era a agricultura, enquanto que a nação norte-americana estava vivenciando um outro momento, o da industrialização, que, aliás, estava em franco desenvolvimento, exportando produtos para vários países. Essa relação comercial do Brasil com os Estados Unidos ficou abalada com a queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, pois o principal parceiro deixou de comprar e, dessa forma, o Brasil ficou em situação delicada. Foi nesse período que Getúlio Vargas assumiu o controle do país. Uma das primeiras atitudes do presidente Getúlio Vargas foi regulamentar o trabalho no país, para isso, ele valorizou o produto principal de venda, que era o café, mesmo que para isso precisasse queimar toneladas, com o objetivo de manter o preço alto. Além disso, incentivou a entrada das indústrias, e dessa forma a mão de obra se tornou qualificada, assim, trouxe um novo cenário aos trabalhadores que estavam adoecendo, devido ao risco de agentes físicos e biológicos. FIGURA 4 – QUEIMA DO CAFÉ EM SÃO PAULO NO INÍCIO DOS ANOS 30 FONTE: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20415-15227-1,00- DO+CAFE+A+INDUSTRIALIZACAO.html>. Acesso em: 30 jun. 2017. Após quatro anos no poder, ele criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que é a base para todas as NR (Normas Regulamentadoras). Também criou vários benefícios, dentre eles o descanso semanal, salário mínimo, carteira de trabalho, entre outros. Tudo isso em função do atendimento das normas internacionais traçadas pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, por meio da Organização das Nações Unidas – ONU, para oferecer atendimento com vistas à promoção da saúde, segurança dos trabalhadores, igualdade social e qualidade de vida no trabalho (SANTOS, 2013). Conforme Basile (2010, p. 14), após a morte de Getúlio Vargas houve a promulgação da Constituição de 1967, e com ela foi estabelecido um período crítico de limitações aos direitos e liberdades dos indivíduos. Após esses impasses, no ano de 1988 foi divulgada outra Constituição, que perdura até os dias de hoje e que marcou a história com os direitos sociais dos trabalhadores, princípios TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 9 da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho, baseados no artigo 1º da Carta Magna. 4 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Barsano e Barbosa (2012) entendem que a segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e incidentes originados durante a atividade laboral do trabalhador. Sua função é a de prevenir acidentes, doenças ocupacionais e atuar como agente de mudança de comportamento. Ainda para estes autores, a segurança do trabalho tem o objetivo não só de propor um ambiente harmonioso de trabalho, tanto para o empregado quanto para o empregador, mas identificar os fatores de risco que levam às ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais, bem como avaliar seus efeitos na saúde do trabalhador. Cardella (2014) acredita que a intenção da segurança do trabalho é de utilizar técnicas para diminuir os acidentes no ambiente de trabalho, evitando afastamentos e, por conseguinte, mantendo a produção laboral em um nível satisfatório para o empregador. Segundo Malta (2004, p. 44), segurança do trabalho é: [...] o conjunto de ações planejadas e tecnológicas que buscam a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, no que se refere à questão da segurança e da higiene do trabalho, com a finalidade de prevenir riscos de acidentes nas atividades de trabalho visando a defesa da saúde da pessoa humana. Para Miguel (2014), a segurança do trabalho é um aglomerado de normas técnicas, comportamentais, médicas e psicológicas, que são empregadas com o objetivo de prevenir acidentes e eliminar condições perigosas do ambiente, orientando os trabalhadores a aderirem à implantação de práticas preventivas. Saliba (2013) entende que a segurança do trabalho nada mais é do que uma coletânea de Normas Regulamentadoras, as quais são respaldadas na legislação de Segurança do Trabalho e objetivam dirimir as doenças ocupacionais, possibilitando buscar a prevenção. Você sabe por quem são criadas as normas regulamentadoras? São criadas por uma comissão do governo e também por patrões e funcionários, com posterior publicação pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MIGUEL, 2014, p. 104). UNI UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 10 O objetivo primordial da Segurança do Trabalho é proporcionar a prevenção da saúde do trabalhador, felizmente este ideal mudou com a evolução tecnológica, pois há décadas era visto como um tema que se relacionava somente a equipamentos de proteção do trabalhador. Muitas normas e legislações surgiram em prol do trabalhador, inclusive o Ministério do Trabalho lançou várias portarias, dentre elas a Portaria nº 3.214/1978, a qual aprovou as Normas Regulamentadoras, que são um conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho. Vejamos o que diz a portaria: A Portaria nº. 3.214 do Ministério do Trabalho, editada em 8 de junho de 1978, aprovou as normas regulamentadoras (NRs) relativas à segurança e medicina do trabalho, que, no decorrer do tempo, foram sofrendo diversas alterações e acréscimos (BASILE, 2010, p. 152). Conforme Miguel (2014), há 36 normas regulamentadoras na área de Segurança do Trabalhado, sendo que cada uma se reporta a um determinado assunto, entretanto, elas se complementam, pois são carregadas com aspectos indispensáveis de proteção ao trabalhador. FIGURA 5 – AS NORMAS REGULAMENTADORAS FONTE: <http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&id=2888>. Acesso em: 29 jun. 2017. A segurança do trabalho pode ser classificada, de acordo com Basile (2010), como ausência de riscos indesejáveis nos ambientes de trabalho, proporcionando bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores, evitando perdas físicas e desconforto para o empregador, em virtude dos afastamentos do trabalho. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 11 Vieira (2008) entende que a segurança no trabalho é um agrupamento de vários fatores, em que o campo da engenharia se faz presente, pois ela identificará fatores em desacordo com a legislação, com o intuito de sanar o problema, mas também atuará principalmente de maneira preventiva, evitando acidentes de trabalho, utilizando controle de riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo. Fruhauf et al. (2005) corroboram as ideias dos autores citados e aduzem que a segurança e saúde do trabalho são o conjuntode medidas que visam diminuir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, protegendo assim a integridade física do trabalhador e sua capacidade de trabalho. Dessa forma, um trabalhador poderá utilizar sua força-tarefa de maneira segura e sem riscos para sua saúde, podendo aumentar sua produtividade com menos equívocos. Fruhauf et al. (2005) acreditam que os ideais dos empregados e empregadores são opostos, apesar de se assemelharem no final, pois ambos têm o objetivo de evitar doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, porém, os empregados visam sua integridade física, já o empregador idealiza a redução dos custos que os acidentes causam. Segurança do trabalho tem o objetivo principal de prevenir acidentes do trabalho, doenças ocupacionais, evitando danos à saúde do trabalhador e, dessa forma, protegendo a integridade e a capacidade laboral das pessoas. FIGURA 6 – UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES FONTE: < https://vivamelhoronline.com>. Acesso em: 30 jun. 2017. CAPACETE PARA QUÊ? NUNCA ACONTECEU NADA COMIGO! UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 12 Podemos conceituar segurança do trabalho como um mix de normas ou medidas técnicas nas áreas da saúde, educação e administração, as quais auxiliam na prevenção de acidentes, bem como na eliminação de ambientes perigosos, protegendo a integridade física, emocional e psicológica do trabalhador. Para proporcionar esse ambiente saudável no local de trabalho é necessária a participação de todas as pessoas envolvidas, desde o alto escalão até os menos favorecidos, diminuindo ou eliminando os riscos ocupacionais, gerando segurança ao trabalhador. 5 LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO Na sociedade onde vivemos somos contemplados por normas que regem nossa conduta e nossas atitudes, indispensáveis ao convívio social, preservando o bem mais precioso e indisponível, que é a vida. Assim como na vida privada, há regras específicas de boas maneiras e convivência e na vida laboral elas também existem e visam garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores. 5.1 REFERENCIAL NORMATIVO A segurança do trabalho no Brasil, antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, era vista pelo empregador como uma condição desnecessária para o empregado. As condições de saúde do trabalhador pouco importavam para o empregador. Nessa época, funcionário bom era considerado aquela pessoa que não faltava, que não ficava doente ou não deixava transparecer que estivesse doente, não se queixava de problemas, não reclamava, apenas trabalhava (BARSANO; BARBOSA, 2012). O trabalhador que faltava por motivo de doença era visto como um indivíduo preguiçoso, malandro, folgado, que não tinha intenção de produzir, de trabalhar. Além de sofrer em virtude de sua saúde, também sofria retaliações quando retornava à sua jornada de trabalho, tanto pelo empregador quanto por colegas de trabalho, tornando o ambiente hostil. O assédio moral era normal na esfera de trabalho, pois não havia penalidade para quem o praticasse, assim, os trabalhadores eram desfavorecidos. Quando convalescidos por alguma patologia, só restava se recuperar de sua doença rapidamente, voltar ao trabalho e torcer para que não fosse demitido. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 13 FIGURA 7 – EXPLICAÇÃO ILUSTRATIVA SOBRE ASSÉDIO MORAL FONTE: <http://www.direitodoempregado.com>. Acesso em: 30 jun. 2017. Essas considerações nos reportam a um ditado popular da relação do homem com o porco, que diz: “O porco acorda sete vezes por noite pensando em matar o tratador, porque sabe que a mão que traz a lavagem um dia trará o facão” (CARDELLA, 2014, p. 256). Você pode estar questionando, o que tem isso a ver com a segurança do trabalho? Então vamos contar a história: há alguns anos, os jornais de São Paulo noticiaram que um tratador de aproximadamente 60 anos estava abaixado para repor a lavagem dos animais, na zona rural da região, quando um porco rapidamente se aproximou dele e, sem que o tratador pudesse se defender, o matou. ASSÉDIO MORAL DENUNCIE! Autoritarismo Isolamento Ameaça Pressão Humilhação E NÃO ESFREGUE O NARIZ NO MEU DEDO QUANDO FALAR COMIGO! FIGURA 8 – SÁTIRA DA RELAÇÃO ENTRE HOMEM E O PORCO FONTE: <http://atl.clicrbs.com.br>. Acesso em: 1º jul. 2017. Essa história traz um comparativo muito real que algumas empresas fazem com o trabalhador, pois demitem muitos funcionários sem justificativa, somente para auferir mão de obra mais barata e livre de impostos, ao invés de registrá- los, treiná-los e conscientizá-los. Fazendo uma analogia com a história, é assim que o empregador faz com o empregado, desenvolve exatamente o sentimento que o porco nutre pelo tratador, dessa forma, o salário representa a lavagem, UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 14 que não é suficiente para desenvolver relações de amizade entre empregador e empregado, pois é apenas um mecanismo de segurar o trabalhador, e, por outro lado, o facão traz a conotação da demissão, pois a mão que traz o salário, um dia trará a demissão (BARSANO; BARBOSA, 2012). Com a entrada da Constituição Federal de 1988, chamada também de Carta Magna, considerada legislação soberana e que está acima de qualquer lei brasileira, ficando abaixo dela os decretos e normas da segurança do trabalho, mas que necessitam se ajustar e se remodelar à nova Constituição, foram criadas garantias trabalhistas e inovados os preceitos de segurança e medicina do trabalho, até então esquecidos pela legislação pátria, e, dessa forma, garantindo a saúde física, mental e laboral do trabalhador (BARSANO; BARBOSA, 2012). Conforme os mesmos autores, há vários dispositivos legais que tentam buscar na prática a eficácia dessas tão almejadas garantias. Se pensarmos nos três poderes, sendo estes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, podemos dizer que o primeiro é responsável pelas leis, o Executivo é responsável pelos decretos, regulamentos, regimentos internos, portarias, instruções e resoluções, que auxiliam na segurança, direitos e garantias dos trabalhadores, e o Poder Judiciário tem a função defender os direitos de cada cidadão, com justiça e resolutividade de conflitos da sociedade. Martins (2013) aduz que foi com a Constituição Federal de 1988 que ocorreu a valorização do trabalho humano, onde o homem ascendeu para ter garantida a dignidade social e direito à integridade física e mental, atingindo um equilíbrio na sua vida pessoal e profissional. Conforme Brasil (2004), a Constituição Federal foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e foi resultado dos pedidos, anseios e necessidades da população, que aspirava por direitos e garantias de trabalho. Dessa forma, ela consolidou, ampliou e criou direitos trabalhistas. Falar em condições dignas de trabalho é falar de questões fundamentais para o alcance de uma vida equilibrada, segura e saudável, assim, podemos elencar alguns pontos importantes referentes à segurança e à saúde do trabalhador que o artigo 7º da Constituição Federal trouxe, a saber: • duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários (inciso XIII); • jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (inciso XIV); • repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (inciso XV); • gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal (inciso XVII); • redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII); • seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (inciso XXVIII); • proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (inciso XXXIII)(BRASIL, 2004, p. 19). TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 15 Conforme Barsano e Barbosa (2012), a segurança do trabalho é composta por normas e leis, como exemplo podemos citar as NRs, portarias, decretos e também as convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT. A seguir, relacionamos alguns exemplos de convenções aplicadas à segurança do trabalho: QUADRO 1 – EXEMPLOS DE CONVENÇÕES DA OIT Convenção Nº Título Adoção OIT Ratificação Brasil Status 167 Sobre a segurança e saúde na construção 1988 19/05/2006 Em vigor 168 Promoção do emprego e proteção contra o desemprego 1988 24/03/1993 Em vigor 169 Sobre povos indígenas e tribais 1989 25/07/2002 Em vigor 170 Segurança no trabalho com produtos químicos 1990 23/12/1996 Em vigor 171 Trabalho noturno 1990 18/12/2002 Em vigor 174 Sobre a prevenção de acidentes industriais maiores 1993 02/08/2001 Em vigor 176 Sobre segurança e saúde nas minas 1995 18/05/2006 Em vigor 178 Relativa à inspeção das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores marítimos 1996 21/12/2007 Em vigor 182 Sobre proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação 1999 02/02/2000 Em vigor FONTE: < http://www.ambitojuridico.com.br> Acesso em: 1º jul. 2017. As convenções exercem papel relevante na segurança do trabalho, pois são utilizadas como referências normativas para criar, modificar e até excluir as Normas Regulamentadoras. Depois de ratificadas pela autoridade nacional competente, elas ganham força de lei em todo o território nacional (BARSANO; BARBOSA, 2012). 5.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO A Organização Internacional do Trabalho – OIT foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, ela é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho, que são as convenções e recomendações. O Brasil está no rol dos membros fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião (CASSAR, 2010). UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 16 O Brasil ratificou um total de 82 das 189 convenções da OIT (MARTINS, 2013, p. 68). UNI Para Sussekind (2010, p. 64), o principal objetivo da OIT era a universalização dos princípios da justiça social, como descreve, “[...] com a finalidade de promover a universalização dos princípios da justiça social, especialmente daqueles consagrados por esse tratado como fundamentais ao Direito do Trabalho e à Previdência Social”. Para o mesmo autor, a justiça social desempenha uma função importante, a fim de fornecer uma harmonia e apaziguamento aos trabalhadores que sofriam exploração por parte das empresas, no desempenho de suas funções. Conforme Martins (2013), o papel desempenhado por esta organização foi propulsor na definição das legislações trabalhistas, na implantação de políticas econômicas, sociais e trabalhistas, atuando como um instrumento de fiscalização mundial do trabalho, principalmente através da Recomendação nº 5, que incentivava a implantação de uma fiscalização eficiente de trabalho dentro das fábricas. As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico, vejamos a seguir a quantidade de convenções que foram adotadas: Desde a sua criação, os membros tripartites da OIT adotaram 189 Convenções Internacionais de Trabalho e 200 Recomendações sobre diversos temas (emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e segurança no trabalho, trabalho marítimo etc.). Em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho aprovou a Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. A Declaração estabelece quatro princípios fundamentais a que todos os membros da OIT estão sujeitos: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação no emprego ou na ocupação (BRASIL, 2017). A OIT nasce com o intuito de auxiliar a sociedade, objetivando focar seus interesses na justiça social, alicerçados na paz universal, além de reconhecer que o trabalho não é uma mercadoria, e sim deve ser visto de uma forma digna. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 17 Vejamos no Brasil como a OIT está atuando: Ela tem mantido representação desde a década de 1950, com programas e atividades que refletem os objetivos da Organização ao longo de sua história. Além da promoção permanente das Normas Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil tem se caracterizado, no período recente, pelo apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho decente em áreas tão importantes como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e comercial, à promoção da igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no trabalho e à promoção de trabalho decente para os jovens, entre outras (BRASIL, 2017, p. 20 ). Estar entre os países-membros é questão de orgulho, é questão de ordem, disciplina, pois invoca um ambiente de trabalho agradável e produtivo para os trabalhadores, proporcionando equilíbrio nas condições de saúde, pois são normas internacionais, estabelecidas em prol do indivíduo, em que os países membros participam favoravelmente às mudanças das condições trabalhistas em todo o mundo. FIGURA 9 – 102ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO EM 2013, EM GENEBRA FONTE: <http://www.oitbrasil.org.br>. Acesso em: 1º jul. 2017. A OIT desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, que objetiva promover oportunidade para que homens e mulheres tenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana, sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. Seu eixo central está alicerçado em quatro objetivos estratégicos, conforme Barsano e Barbosa (2012, p. 43 ): UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 18 5.3 RESUMO DA EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRASILEIRA Vamos verificar, na visão de Neto e Buono (2011), a evolução da legislação brasileira em relação às normas de segurança e saúde do trabalho, a partir do século XIX, sendo que o marco para regulamentação da Segurança e Medicina do Trabalho no Brasil foi em 1943, através da CLT, e em 1978 foram aprovadas as Normas Regulamentadoras. Essa evolução ocorreu por meio de órgãos auxiliares e fiscalizadores que ajudaram não somente no desenvolvimento dos direitos sociais, mas num nível mais elevado, ou seja, na promoção dos direitos sociais no âmbito internacional, que são a OMS (Organização Mundial da Saúde) e OIT (Organização Internacional do Trabalho), vejamos abaixo: A partir do ano de 1960, o Brasil mudou substancialmente em termos de Legislação da Segurança e Saúde do Trabalho (SST), sendo dividido em cinco fases: Primeira fase: De 1966 a 1970, nessa época os empresários não consideravam prioritários assuntos que reportassem à segurança do trabalho. Naquela época surgiram os primeiros dados estatísticos internacionais sobre o número de acidentes e mortes no trabalho: o Brasil aparecia como “campeão” mundial de acidentes do trabalho. A OIT, na ocasião, pressionou o Brasil no sentido de que • Respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos princípios e direitos fundamentais do trabalho. • Promoção do emprego de qualidade. • Extensão da proteção social. • Fortalecimento do diálogo social. Conforme Barsano e Barbosa (2012, p. 43 ), o trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT: • Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociaçãocoletiva. • Eliminação de todas as formas de trabalho forçado. • Abolição efetiva do trabalho infantil. • Eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação, a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social. A OIT é composta atualmente por 189 estados-membros, está localizada em Genebra, na Suíça, porém se faz presente em todos os continentes e em vários países por meio de escritórios, a exemplo temos os da Etiópia, do Líbano, Estados Unidos, Peru, Tailândia e Suíça (MARTINS, 2013). Dessa forma, podemos entender que a OIT surgiu em virtude da necessidade da proteção da saúde do trabalhador, promovendo dignidade humana no trabalho e justiça social. TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 19 fossem providenciadas medidas emergentes de controle da saúde dos trabalhadores. Como a Previdência Social se encontrava segmentada em vários institutos, o governo unificou todos esses e criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), estatizando o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) e modificando a estrutura da Comissão Interna da Prevenção de Acidentes (CIPA). Segunda fase: De 1971 a 1977 houve considerável mudança nos assuntos concernentes à preocupação com a saúde do trabalhador no Brasil; a legislação foi implementada no sentido de corrigir condições inseguras. Começou a segurança e higiene do trabalho no Brasil. Terceira fase: De 1979 a 1986, implementou-se a Portaria nº 3.214, de junho de 1978, com ênfase para as Atividades Insalubres, por meio da Norma Regulamentadora (NR) nº 15. Quarta fase: De 1987 a 1990, aprofundaram-se as ideias sobre a responsabilidade civil e criminal, assim como as reivindicações coletivas por melhores condições de trabalho e questionamentos dos papéis das CIPAs e das NR pelos trabalhadores. Um marco importante foi a nova Constituição. O INPS muda para Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Quinta fase: A partir dos anos 1990, as alterações das normas referentes às práticas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) são sensíveis, principalmente com o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR 9) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 7). O PPRA visa a preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente controle da ocorrência de riscos reais ou potenciais do ambiente de trabalho. O PCMSO, que deve estar em sintonia com o PPRA, tem como objetivo promover e preservar a saúde do conjunto dos trabalhadores. Outra evolução ocorre com a modificação da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA, NR 5), pela ação dos próprios trabalhadores, promover a melhoria das condições dos ambientes de trabalho, por exemplo, mediante a elaboração do Mapa de Risco. Não se deve esquecer do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT (NR 18), que melhorou sensivelmente as condições de trabalho nos canteiros de obras (NETO; BUONO, 2011, p. 128-130). Por meio desse apanhado da legislação, conseguimos perceber que, desde a Revolução Industrial, o trabalho sofreu constantes transformações, e podemos arriscar em dizer, se compararmos essa trajetória até os dias atuais, que foi um saldo bem favorável para o trabalhador. Obtivemos muitos direitos conquistados e garantidos por meio da Constituição Federal de 1988, Consolidação das Leis do Trabalho, entre outras legislações infraconstitucionais, todas apontando para a evolução do trabalho humano, digno e com muitas vitórias. 20 Neste tópico, você aprendeu que: • A segurança do trabalho é uma área da engenharia que estuda as causas da ocorrência dos acidentes e incidentes que surgem durante a jornada de trabalho do empregado. • Getúlio Vargas criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que é a base para todas as NR (Normas Regulamentadoras). • A OIT desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, que objetiva promover oportunidade para que homens e mulheres tenham um trabalho produtivo e de qualidade. • Segurança do trabalho tem o objetivo principal de prevenir acidentes, doenças ocupacionais, evitando danos à saúde do trabalhador. • Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foram criadas garantias trabalhistas e inovados os preceitos de segurança e medicina do trabalho. • Por meio da Constituição Federal de 1988, ocorreu a valorização do trabalho humano. • A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho, que são as convenções e recomendações. • A OIT é composta atualmente por 189 estados-membros, está localizada em Genebra, na Suíça, porém se faz presente em todos os continentes. RESUMO DO TÓPICO 1 21 1 A segurança do trabalho é importante para a preservação da saúde do trabalhador, sendo definida por regulamentos, leis e composta por normas regulamentadoras, leis complementares, como portarias, decretos e convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho. Diante dessa afirmativa, conceitue segurança do trabalho. 2 Há muitos séculos, o trabalho foi considerado um castigo, uma forma de o homem pagar pelos seus pecados, o regime era em forma de escravidão e não havia nenhuma preocupação com a saúde dos trabalhadores. Diante dessa afirmativa, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Tripalium era um instrumento de tortura, utilizado nos escravos, quando não desempenhavam bem o seu trabalho. b) ( ) Na antiguidade, o trabalho não era considerado um castigo divino. c) ( ) A Revolução Industrial não contribuiu para o progresso das conquistas trabalhistas. d) ( ) A jornada de trabalho, desde a antiguidade, sempre foi respeitada e de, no máximo, 40 horas por semana. 3 Com a promulgação da Constituição de 1988 foi assegurada aos brasileiros a garantia de direitos sociais essenciais ao exercício da cidadania e estabelecidos mecanismos para garantir o cumprimento desses direitos. Dessa forma, cite três direitos conquistados pela sociedade, a partir da promulgação da Carta Magna. 4 A Organização Internacional do Trabalho (OIT) surgiu em meio a um clamor dos trabalhadores, a fim de garantir a saúde e promover direitos trabalhistas em condições justas no seu labor, através da formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho. Diante de tantos aspectos importantes realizados pela OIT, ela também desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, explique a importância desse programa. AUTOATIVIDADE 22 23 TÓPICO 2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O Laudo Técnico das Condições de Trabalho é um documento ligado às condições de segurança no ambiente de trabalho, ele é redigido em função do ambiente em que os trabalhadores executam suas atividades, a fim de documentar sobre os agentes nocivos que podem causar doenças ou complicações para a saúde dos trabalhadores. Dessa forma, o laudo tem o objetivo de especificar as condições do ambiente de trabalho, evidenciando os agentes envolvidos: químicos, físicos e biológicos existentes na empresa e que causam ameaça à saúde do trabalhador. Esses agentes nocivos existentes no ambiente devem ser monitorados, com o objetivo de permanecer dentro de um limite de tolerância exigido por lei, para não causarem perdas aos trabalhadores. Muitas vezes, os agentes nocivos, como bactérias, fungos, radiação, luminosidade, frio ou calor em excesso, causam doenças e afastamentos do trabalho, gerando insalubridade para os trabalhadores que são expostos de maneira indevida. O LTCAT é um documento a que as empresas necessitam estar atentas, assim como às informações e recomendações previstas pela legislação trabalhista, o qual deve permanecer na empresa e deve ser alterado quando forem introduzidas modificações no ambiente de trabalho, a fim de que a empresa não sofra penalidade frente aos órgãos de fiscalizaçãoe regulação. O parágrafo 3º do Art. 58 da Lei nº 8.213/91, com o texto dado pela Lei nº 9.528/97, diz que se a empresa não atualizar o laudo técnico referente aos agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho ou emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeita à penalidade prevista no Art. 133 desta Lei (CURIA et al., 2011). Podemos afirmar que o LTCAT é um documento considerado pericial, pois sinaliza as condições do ambiente em que o trabalhador executa suas atividades, avaliando as funções de cada pessoa e documentando quanto à exposição frente aos agentes nocivos à saúde. Além disso, classifica as funções dos trabalhadores quanto à insalubridade, à periculosidade e enquadramento para a aposentadoria especial. UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 24 2 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO Acadêmico, você sabe como surgiu o LTCAT? Ele surgiu em 1991, com a Lei nº 8.213 da Previdência Social, pois o Instituto Nacional da Seguridade Social, conhecido por INSS, necessitou definir critérios de verificação referentes às condições do ambiente de trabalho das empresas, para conceder o benefício da aposentadoria especial. Dessa forma, o INSS consegue verificar, por meio do LTCAT, as condições insalubres ou periculosas a que os trabalhadores estão sujeitos na sua atividade laboral, nas empresas, indústrias, fábricas, clínicas, hospitais, supermercados, entre outros. Diante da constatação do INSS frente aos agentes nocivos a que os trabalhadores estão expostos, ele consegue emitir a aposentadoria especial, conforme a legislação prevista para casos específicos. Além de o INSS conceder benefícios como o de insalubridade e periculosidade, por meio das informações do LTCAT as empresas também ficarão cientes quanto à necessidade de implantar prevenção, com o intuito de eliminar ou neutralizar os agentes agressivos que prejudicam a saúde dos trabalhadores. O LTCAT era exigido através do artigo 153 da Instrução Normativa nº 84 do INSS, conforme transcrito abaixo: Deverá ser exigida a apresentação do LTCAT para os períodos de atividade exercida sob condições especiais a partir de 29abr95, exceto no caso do agente nocivo ruído ou outro não arrolado nos decretos regulamentares, os quais exigem apresentação de laudo para todos os períodos declarados (VENDRAME, 2005, p. 51). Apenas a comprovação quanto aos agentes nocivos não era a única exigência que o INSS solicitava para que fosse concedida a aposentadoria especial, pois necessitava de tempo de contribuição do segurado no trabalho, conforme disposição abaixo, baseada no artigo 57 da Instrução Normativa nº 84 do INSS: A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudi quem a saúde ou a integridade física durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a lei. § 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Na cional do Seguro Social — INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condi ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado. § 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físi cos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou integridade física, pelo período exigido para a concessão do benefício (VENDRAME, 2005, p. 51). TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 25 Entretanto, a exigência da apresentação do LTCAT foi dispensada a partir de 1º de julho de 2003, pois o INSS obrigou as empresas a se adequarem ao novo programa, o Perfil Profissiográfico Previdenciário, chamado de PPP. Com essa determinação, o LTCAT necessitou ser realizado apenas para permanecer na empresa e à disposição da previdência social. Portanto, para concessão da aposentadoria especial, será analisado cada segurado exposto ao agente nocivo, de acordo com o LTCAT e o PPP da empresa, a fim de analisar se o direito à aposentadoria é devido, para alterar os códigos que permitem tal benefício. 3 CONCEITO E OBJETIVO DO LTCAT Para Barsano e Barbosa (2012), o LTCAT pode ser definido como um parecer técnico, verificado, analisado e concluído, referente às condições ambientais a que o trabalhador foi exposto durante sua jornada de trabalho na empresa. O que se espera desse documento é que ele reflita a realidade ambiental a que o trabalhador está exposto. O LTCAT é um documento que visa demonstrar a presença ou não de riscos ambientais, em níveis ou concentrações que causem malefícios à saúde ou à integridade física do trabalhador, informando tanto a nocividade do agente quanto o tempo de exposição. As condições do ambiente de trabalho declaradas no LTCAT devem estar comprovadas através das análises realizadas e demonstradas por meio dos seguintes documentos (SESI, 2017): • Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR-9). • Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR-7). • Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT. Por intermédio do LTCAT é possível demonstrar se o ambiente da empresa está de acordo com a legislação vigente, controlando os agentes ou eliminando- os, sejam eles físicos, químicos ou biológicos e, dessa forma, manter um local de trabalho seguro e sem incorrer em problemas de saúde para seus trabalhadores. Assim, podemos nos certificar de que após as avaliações ambientais e análise de cada ambiente aferido, se faz o levantamento dos agentes nocivos, caracterizando funções insalubres ou perigosas, e, estando em desacordo com as normas regulamentadoras, é necessário estabelecer um planejamento, para corrigir os erros e estipular medidas preventivas, a fim de minimizar ou neutralizar os agentes prejudiciais ao organismo. UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 26 O Laudo Técnico de Condições Ambientais é um documento instituído pelo INSS e não pelo Ministério do Trabalho. UNI O LTCAT é um documento técnico, de caráter pericial, instituído pelo INSS, que explora as condições ambientais do trabalho e averigua as funções dos trabalhadores quanto à exposição de agentes nocivos à saúde, além de classificar as atividades para concessão de possíveis benefícios. Vejamos a seguir a legislação pertinente ao laudo: O LTCAT é fundamentado na Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, do MTE e regulamentada pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, do MTE e pelo Decreto nº 3048/99, de 12 de maio de 1999, e pela Instrução Normativa nº 99, de 10 de dezembro de 2003 do INSS. Artigos 189 a 192 da (CLT) e de acordo com o Artigo 57 da Lei 8.213/91 e os Artigos 64 e 65 do Decreto Lei nº 3048/99 (MIGUEL, 2014, p. 239). Este documento é importante para apontar se o trabalhador terá direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade, baseado nas normas regulamentadoras números 15 e 16 do Ministério do Trabalho. O laudo nada mais é do que uma análise do ambiente em que o funcionário está trabalhando, ou seja, é um levantamento realizado no local de trabalho em que a pessoa executa suas atividades laborais, a fim de verificar se há alguma irregularidade frente à legislação trabalhista. Havendo algum quesito que não esteja de acordo com os termos da legislação trabalhista, é necessário estabelecer recomendações para que os agentes nocivos sejam eliminados ou enquadrados dentro dos limites estabelecidos pelas INs. É importante enfatizar que o LTCAT não foi criado exclusivamente para informar sobre a existência ou não de insalubridade ou periculosidade no ambiente de trabalho, ele foi instituído com o objetivo de ser um instrumento mediador do INSS, para auxiliar a estabelecer aposentadoria especial ao segurado. Podemos resumir o conceito do LTCAT, fazendo um apanhado do que estudamos até agora, como sendo um documento que transcreveos agentes agressivos encontrados nos ambientes de trabalho, sejam físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e que possam causar perdas para os trabalhadores, como doenças, incapacitações, acidentes ou qualquer dano à integridade física. Além disso, saber se esses agentes ensejarão o direito ao adicional de insalubridade, periculosidade e, por conseguinte, aposentadoria especial. TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 27 4 RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS Conforme Barsano e Barbosa (2012), o trabalho é considerado uma satisfação pessoal, fazendo parte do rol de tópicos que auxiliam na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Por meio dele, o indivíduo expressa sua criatividade e exercita seu conhecimento, criando uma importância de vida nas atividades que realiza. Afirmam ainda que algumas variáveis presentes no dia a dia de trabalho, como o ambiente, as ferramentas, as máquinas e as posturas assumidas, colocam a saúde do trabalhador à mercê de possíveis danos. Podemos estimar que há chances para que esses elementos contribuam para algum dano à saúde do trabalhador, e a essas oportunidades chamamos de riscos ambientais. As pessoas que trabalham certamente estão expostas a riscos específicos para sua saúde, pois todo ambiente contém agentes prejudiciais ao organismo, quando está em desacordo com a legislação vigente. O ambiente de trabalho é um conjunto de fatores interdependentes, que está relacionado com a qualidade de vida das pessoas, pois um ambiente hostil, ruim e com desarmonias influenciará diretamente na produção e desempenho do trabalhador. Conforme Vieira (2008), fatores ou riscos ambientais são considerados um termo bem amplo, denominado e voltado aos possíveis agentes que provocam doenças ocupacionais, os quais podemos encontrar em uma determinada atividade ou local de trabalho. A higiene ocupacional é responsável pelo reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de saúde no ambiente de trabalho, com a intenção de proteger a saúde dos trabalhadores, considerando o ambiente de trabalho como forma de contágio da doença. Ainda há locais de trabalho em que os agentes nocivos têm agido de forma descontrolada, afetando a saúde humana de maneira adversa e em intensidade variável. Em muitas ocasiões, a produção e o lucro têm exercido prioridade em algumas empresas, deixando a saúde humana e a qualidade de vida em um segundo plano, com efeitos desastrosos. É importante esclarecer que apenas a presença dos agentes nocivos no ambiente de trabalho não causa prejuízos à saúde do trabalhador, pois há necessidade de vários fatores combinados, como exemplo podemos citar a concentração, o tempo de exposição e o nível de toxicidade. Brevigliero (2011) aduz que os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, constituindo os riscos ambientais. UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 28 Conforme Barbosa e Barsano (2012), quanto mais tempo o trabalhador permanecer exposto ao agente nocivo, maiores serão as possibilidades de se obter uma doença ocupacional, sendo que o tempo real de exposição será determinado em função da tarefa executada pelo trabalhador. Da mesma forma, quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes nocivos no ambiente de trabalho, maior será a possibilidade de efeitos maléficos à saúde dos trabalhadores e doenças associadas (BARBOSA; BARSANO, 2012). Desde o momento em que as doenças ocupacionais resultam da exposição a agentes no ambiente de trabalho, sua prevenção deverá ocorrer, através do desenvolvimento de programas de saúde ocupacional, bem como em nível educacional. Enquanto o ambiente de trabalho “insalubre” permanece o mesmo, seu potencial para causar doenças continua, mas para isso é necessário fazer um diagnóstico e, consequentemente, a restauração do ambiente, através do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de saúde existentes, assegurando a possível ruptura do círculo vicioso no ambiente de trabalho. A principal função da higiene ocupacional é assegurar um ambiente de trabalho saudável, através de uma supervisão contínua, porém, frente a algum sinistro relacionado a condições inadequadas de trabalho, deve-se realizar intervenção imediata de controle. Conforme Curia et al. (2011), a NR 9, em seu artigo 9.1.5, informa que são considerados riscos ambientais aqueles causados por agentes físicos, químicos e biológicos capazes de danificar a saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração e tempo de exposição. Além dos três agentes citados pela NR 9, é importante a constatação de mais dois agentes, ergonômicos e de acidentes, que completam a divisão tradicional das cinco classes de riscos, conforme Barbosa (2010), detalhadas a seguir. TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 29 FIGURA 10 – CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS FONTE: <http://omundoacadadia.com.br>. Acesso em: 4 jul. 2017. Os agentes ergonômicos e de acidentes são importantes no âmago da questão, pois oportunizam uma maior abrangência para análise e, por consequência, a extensão de cuidados e controle, em busca da proteção da saúde do trabalhador. Dessa forma, podemos deduzir que em qualquer tipo de atividade exercida pelo trabalhador, é importante e necessário investigar o ambiente laboral, a fim de conhecer os riscos a que está exposto. 4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS O homem interage com o ambiente constantemente, essa interação deveria ser positiva, ou seja, benéfica para ambos, porém, algumas vezes o ambiente pode causar prejuízos à saúde do homem. Vários autores classificam os riscos ambientais em cinco categorias, estudaremos essa divisão com suas particularidades inerentes à saúde ocupacional. 4.1.1 Risco físico Para Ponzetto (2010), os agentes físicos são condições nocivas que encontramos no ambiente de trabalho, ou mesmo condições externas a esse ambiente. A característica do risco físico é que o agente não penetra no organismo, mas pode afetar o trabalhador, devido à nocividade do ambiente de trabalho. Riscos biológicos Riscos químicos Riscos ergônomicos Riscos de acidentes Riscos físicos UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO 30 QUADRO 2 – FREQUÊNCIA SONORA SERES VIVOS INTERVALOS DE FREQUÊNCIAS Cachorro 15 Hz – 45.000 Hz Ser humano 20 Hz – 20.000 Hz Conforme Curia et al. (2011, p. 112), o artigo 9.1.5.1 da NR 9 descreve agentes físicos como sendo as “formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”. Estudaremos cada agente físico que, exposto em concentrações acima dos valores permitidos pela legislação trabalhista, pode causar alguma perda para a saúde do trabalhador. 4.1.1.1Ruído Conforme Ponzetto (2010), é considerado ruído qualquer tipo de som interno ou externo a um ambiente e que não seja harmonioso, ou seja, que seja desagradável para as pessoas ou funcionários que ficam expostos. Dessa forma, o ruído em excesso, ou seja, acima dos níveis tolerados pela legislação, poderá causar deficiência auditiva, perda auditiva, cefaleia e, até mesmo, comprometimento do sistema nervoso central. Ponzetto (2010) afirma que os efeitos do ruído podem manifestar-se no comportamento social dos indivíduos, dispersá-los, tirar sua atenção, provocar irritabilidade, cansaço e comportamentos anormais. Barbosa (2010) alega que o ruído afeta o homem simultaneamente nos planos físico, psicológico e social, causando transtornos em outros sistemas, como: alterações gastrointestinais, dilatação da pupila, problemas cardiocirculatórios, alteração do sono, possibilidades de acidentes por alterar o sistema motor. Oliveira (2009) complementa essas informações dizendo
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