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Prévia do material em texto

2018
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
Laudo Técnico e 
condições do TrabaLho
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
B468l
 Corrêa, Paula Dittrich
 Laudo técnico e condições de trabalho. / Paula Dittrich Corrêa. 
– Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 183 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0232-7
1.Laudos periciais. – Brasil. 2.Segurança do trabalho. – Brasil. I. 
Corrêa, Paula Dittrich. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 363
Impresso por:
III
ApresentAção
Para que você, acadêmico, possa ampliar seus conhecimentos, vamos 
iniciar nossos estudos sobre Laudo Técnico das Condições Ambientais do 
Trabalho. O conteúdo deste livro, bem como as orientações, contribuirão 
positivamente no direcionamento do processo ensino/aprendizagem.
A elaboração deste livro de estudos tem como objetivo direcioná-lo 
a ordenar os conteúdos e aspectos teóricos e o auxiliará no desenvolvimento 
global do seu estudo, agregando conhecimento e possibilitando, no final do 
curso, sua inserção no mercado de trabalho através do seu mérito e dedicação.
Cabe destacar que o Laudo Técnico das Condições Ambientais 
do Trabalho, também chamado de LTCAT, tem o objetivo de informar as 
condições ambientais do trabalho em que o trabalhador está inserido, diante 
dos agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, os quais podem 
causar enfermidades e afastamentos do trabalho, se estiverem acima dos 
níveis de tolerância.
Você também estudará que o Laudo Técnico de Condições Ambientais 
do Trabalho é um documento técnico de caráter pericial, que registra as 
condições ambientais do trabalho, avalia as funções do trabalhador diante 
da sua exposição a agentes nocivos à saúde e à segurança, de acordo com as 
Normas Regulamentadoras números 15 e 16, além de classificar as ativi dades 
com relação à salubridade, insalubridade, periculosidade e enquadramento 
da aposentadoria especial (INSS).
Os assuntos desenvolvidos e relacionados a essa disciplina, apesar de 
serem carregados de conteúdo, não serão esgotados, porém caberá a você, 
acadêmico, contribuir através da sua dedicação e esforço, a fim de estudar o 
conteúdo aqui apresentado. Assim, convidamos você a conhecer brevemente 
cada unidade que será abordada neste livro de estudos.
Na Unidade 1, você irá compreender sobre a evolução do trabalho, como 
surgiram os cuidados com a segurança do trabalhador e consequentemente como 
a legislação contribuiu para a aplicação das normas que garantiram, no decorrer 
das décadas, os direitos e obrigações do trabalhador. Também conhecerá sobre 
as condições ambientais do trabalho e aspectos gerais sobre o LTCAT.
Na Unidade 2, você aprenderá sobre legislação trabalhista e os 
aspectos que envolvem o acidente de trabalho, tanto para o empregado, 
quanto para o empregador. Além disso, entenderá sobre os limites de 
tolerância trazidos pela legislação trabalhista e os aspectos pertinentes à 
exposição do trabalhador, aos agentes nocivos.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Na Unidade 3, você compreenderá sobre o surgimento de programas 
relacionados à saúde do trabalhador, para proteção da saúde de quem 
trabalha, bem como garantias e deveres. Também conhecerá sobre os 
equipamentos de proteção, mapa de risco e como os laudos se materializam, 
ou seja, ofereceremos alguns exemplos para que você tenha noção de como 
são estruturados.
Nesse contexto, delinearemos os assuntos importantes a serem 
conhecidos e dessa forma, convidamos você a iniciar as atividades, sendo 
multiplicador da boa ideia de trabalharmos juntos e focados nos aspectos 
que permeiam o Laudo Técnico e Condições Ambientais do Trabalho.
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
NOTA
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO ...... 1
TÓPICO 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO ................................................................................... 4
3 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................... 7
4 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................ 9
5 LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................. 12
5.1 REFERENCIAL NORMATIVO ................................................................................................. 12
5.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO ..................................................... 15
5.3 RESUMO DA EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRASILEIRA ................ 18
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO ...................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 23
2 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO ........................................................................................ 24
3 CONCEITO E OBJETIVO DO LTCAT ......................................................................................... 25
4 RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS ................................................................ 27
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ..................................................................... 29
4.1.1 Risco físico ........................................................................................................................... 29
4.1.1.1Ruído ..................................................................................................................................30
4.1.1.2 Vibrações ........................................................................................................................... 32
4.1.1.3 Pressões anormais ............................................................................................................ 33
4.1.1.4 Temperaturas extremas ................................................................................................... 35
4.1.1.5 Radiações .......................................................................................................................... 37
4.1.2 Risco Químico .................................................................................................................... 40
4.1.3 Risco Biológico .................................................................................................................... 41
4.1.4 Risco Ergonômico ............................................................................................................... 42
4.1.5 Risco de Acidente ................................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 45
TÓPICO 3 - ASPECTOS GERAIS DO LTCAT ............................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 47
2 DEFINIÇÕES LEGAIS ..................................................................................................................... 47
2.1 INSALUBRIDADE ....................................................................................................................... 47
2.2 PERICULOSIDADE ..................................................................................................................... 51
3 AVALIAÇÕES AMBIENTAIS ....................................................................................................... 53
3.1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA .................................................................................................... 54
3.2 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA ............................................................................................... 54
4 DESENVOLVIMENTO DO LTCAT .............................................................................................. 55
4.1 ELABORAÇÃO DO LTCAT ....................................................................................................... 55
4.2 UTILIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE PELA IMPLANTAÇÃO ...................................... 58
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 63
sumário
VIII
UNIDADE 2 - RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO...................................................... 65
TÓPICO 1 - ACIDENTE DE TRABALHO ...................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67
2 ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO ......................................................................... 67
2.1 CONCEITO ................................................................................................................................... 68
3 TIPOS DE ACIDENTES .................................................................................................................. 72
3.1 TÍPICO ........................................................................................................................................... 72
3.2 DOENÇAS OCUPACIONAIS .................................................................................................... 73
3.2.1 Doença profissional ............................................................................................................ 74
3.2.2 Doença do trabalho............................................................................................................. 75
3.3 CONCAUSA .............................................................................................................................. 76
4 BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS .................................................................................................... 77
4.1 AUXÍLIO-DOENÇA .................................................................................................................... 78
4.2 AUXÍLIO-ACIDENTE ................................................................................................................. 79
4.3 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ..................................................................................... 81
4.4 PENSÃO POR MORTE .............................................................................................................. 82
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 87
2 REGISTROS NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................... 87
2.1 EXIGÊNCIAS E CONSEQUÊNCIAS LEGAIS ......................................................................... 89
3 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO ................................................................ 90
3.1 PREENCHIMENTO DA CAT .................................................................................................... 93
4 REABERTURA DA CAT .................................................................................................................. 95
5 RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR PELO ACIDENTE DE 
TRABALHO .......................................................................................................................................... 96
5.1 RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA .............................................................................. 98
5.2 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA .............................................................................. 100
6 EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE ........................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 105
TÓPICO 3 - AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL .................................. 107
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 107
2 TIPOS DE ACIDENTES E ATENDIMENTO IMEDIATO ..................................................... 109
2.1 QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE ............................................................................... 109
2.2 FRATURAS ................................................................................................................................. 110
2.3 TONTURA E DESMAIO ........................................................................................................... 110
2.4 DOR NO PEITO ........................................................................................................................ 111
2.5 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................................... 111
3 NORMAS DE HIGIENE OCUPACIONAL ............................................................................... 113
3.1 PROGRAMAS DE HIGIENE OCUPACIONAL .................................................................... 114
LEITURA COMPLEMENTAR .........................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 119
IX
UNIDADE 3 - PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO .................... 121
TÓPICO 1 - SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO ................................................ 123
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 123
2 SESMT ............................................................................................................................................... 123
2.1 COMPOSIÇÃO ........................................................................................................................... 124
2.2 COMPETÊNCIA ........................................................................................................................ 125
2.3 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................ 126
3 CIPA ................................................................................................................................................... 127
3.1 HISTÓRICO DA CIPA .............................................................................................................. 128
3.2 ORGANIZAÇÃO ...................................................................................................................... 130
3.3 ESTRUTURA .............................................................................................................................. 132
3.4 PROCESSO ELEITORAL .......................................................................................................... 135
3.5 TREINAMENTO DOS CIPEIROS ........................................................................................... 137
3.6 ATRIBUIÇÕES DOS CIPEIROS ............................................................................................... 138
4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS (PGR)................................................... 139
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 141
TÓPICO 2 - SEGURANÇA DO TRABALHO .............................................................................. 143
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 143
2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS .............................................. 143
2.1 ESTRUTURA .............................................................................................................................. 145
2.2 DESENVOLVIMENTO DO PPRA ........................................................................................... 146
2.3 RESPONSABILIDADES ............................................................................................................ 147
3 MAPA DE RISCOS ......................................................................................................................... 148
3.1 HISTÓRICO ................................................................................................................................ 148
3.2 CONCEITO ................................................................................................................................. 149
3.3 ETAPAS DO MAPEAMENTO ................................................................................................. 149
3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS PELAS CORES .................................................................. 150
4 A IMPORTÂNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ............................................. 153
4.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ................................................... 153
4.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ...................................................... 155
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 158
TÓPICO 3 - PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO ......... 159
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 159
2 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL ............................... 159
2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS ..................................................................................................... 160
2.2 OBJETIVO ................................................................................................................................... 161
2.3 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR REFERENTE AO PCMSO ........................ 162
2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO ....................................................................................... 164
3 RELAÇÃO ENTRE O PPRA E O LTCAT ................................................................................... 167
4 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO .............................................................. 169
4.1 CONCEITO ................................................................................................................................. 169
4.2 OBJETIVOS DO PPP .................................................................................................................. 169
4.3 ASPECTOS RELEVANTES DO PPP ........................................................................................ 170
5 APRESENTAÇÃO DE LAUDOS E PROGRAMAS TÉCNICOS ........................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 178
X
1
UNIDADE 1
LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES 
AMBIENTAIS DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a importância do laudo técnico;
• conceituar o laudo técnico e condições de trabalho;
• entender como ocorreu a evolução do trabalho humano;
• assimilar a definição de segurança do trabalho;
• compreender a importância da segurança do trabalho;
• acompanhar a evolução das leis de proteção ao trabalhador;
• elencar alguns direitos criados em prol do trabalhador;
• compreender a importância da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT) para o trabalhador;
• citar alguns objetivos da OIT;
• identificar o local da sede da OIT;
• explicar a importância das convenções na segurança do trabalho;
• identificar quais são os agentes nocivos;
• compreender qual a importância da avaliação ambiental;
• entender a importância do LTCAT;
• saber os requisitos para elaboração do LTCAT.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
TÓPICO 2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
TÓPICO 3 – ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
 SEGURANÇA DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada para estudar e entender 
sobre a segurança do trabalho, presente no nosso dia a dia.
 
A finalidade deste estudo é que você receba as informações e construa seu 
próprio conhecimento referente ao tema central, para assim discutir a importância 
das condições do trabalho, com vistas à segurança do trabalhador, visando o 
aprimoramento para sua trajetória profissional.
 
Diariamente somos postos à prova, basta você pensar num caso prático: 
você, como engenheiro, vai até um canteiro de obras para verificar o andamento 
dos trabalhos, então, seu colega percebe que você não está usando capacete e 
o oferece, em seguida vem a reflexão: mas para que utilizar capacete se nunca 
aconteceu nenhum acidente comigo? Você acredita queeste pensamento, que 
pode gerar uma conduta errônea, está correto? É claro que não, você simplesmente 
deve pegar o equipamento de proteção individual e utilizar, a fim de protegê-lo 
de eventual sinistro.
A segurança do trabalho tem exatamente esse foco, de oferecer proteção 
ao trabalhador em seu local de atuação profissional, abrangendo aspectos 
relacionados à segurança e à higiene ocupacional, prevenindo acidentes e 
mantendo a integridade da pessoa humana.
Dessa forma, a segurança do trabalho é um ramo da engenharia que tem 
a função de reconhecer, avaliar e controlar as condições do trabalho e as atitudes 
do trabalhador, com o intuito de evitar acidentes e sinistros indesejáveis para a 
saúde do trabalhador.
Os conteúdos que permeiam esta unidade dizem respeito à evolução 
do trabalho, ao histórico e conceito de segurança do trabalho, à contribuição de 
Getúlio Vargas para o trabalhador brasileiro, às mudanças trabalhistas com a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 e conhecimento sobre Organização 
Internacional do Trabalho.
 
Vamos aos estudos!
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
4
2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO
A segurança do trabalho é uma área da engenharia que estuda as causas 
da ocorrência dos acidentes e incidentes que surgem durante a jornada de 
trabalho do empregado. Seu maior objetivo é a prevenção de acidentes, doenças 
ocupacionais e demais sinistros na saúde do trabalhador. Nesse sentido, 
havendo prevenção, também haverá um ambiente saudável e seguro tanto para 
o empregado quanto para o empregador.
Segundo Curia et al. (2011), sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho 
é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da ca pacidade para o trabalho (art. 19 da Lei nº 8.213/91).
Barsano e Barbosa (2012) acreditam que algumas áreas, como medicina 
do trabalho, ergonomia, saúde ocupacional e segurança patrimonial, auxiliam na 
identificação dos fatores de risco que geram os acidentes e doenças ocupacionais, 
bem como na avaliação dos seus efeitos na saúde do trabalhador, e também propõem 
medidas de intervenção técnica a serem implantadas nos ambientes de trabalho.
Há uma relação direta entre o trabalho, a saúde e a doença, comprovada 
pelos relatos históricos, pois onde não havia normas, regras, leis, os trabalhadores 
eram assolados por jornadas longas de trabalho, ambientes insalubres, alimentação 
inadequada e, por conseguinte, devastados por doenças, normalmente pestes que 
se proliferavam em ambientes sombrios e com má higiene.
Neves (2011) relata que na antiguidade o trabalho não era considerado 
uma tarefa digna, pelo contrário, era caracterizado como sendo um trabalho 
escravo, com regime servil, inexistindo preocupação com a saúde dos 
trabalhadores, emergindo a ideia de castigo ou estigma. Dessa forma, o trabalho 
surgiu como sinal de humilhação, desonra e degradação do ser humano, um 
castigo divino, imposto por Deus ao homem, o qual lutava diariamente para 
sobreviver em meio à escravidão, em que pessoas menos afortunadas eram 
vítimas de uma sociedade preconceituosa.
Conforme Neves (2011), a origem da palavra trabalho vem do latim 
tripalium, que significa madeira, pois era com um instrumento feito de madeira 
que os escravos apanhavam e eram torturados, quando não desempenhavam bem 
o seu trabalho ou quando simplesmente o seu “dono” tinha prazer em surrá-los.
Para Cassar (2010), o vocábulo “trabalho” indica algo penoso ao homem, 
em linguagem cotidiana tem inúmeros significados, algumas vezes lembra dor, 
sofrimento, e outras vezes designa operação humana de transformação da matéria. 
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
5
Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas 
de madeira bastante afiadas, em forma de pirâmide e que era cravada no chão, no qual os 
escravos eram torturados. As três madeiras significavam sofrimento, esforço e luta.
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE UM ESCRAVO AMARRADO NO TRIPALIUM
FONTE: <http://globedia.com/inside-google-ocio-negocio-otium-negotium-trabajo-tripalium>. 
Acesso em: 29 jun. 2017.
Sobre a evolução do trabalho, Cassar (2010, p. 10) afirma que:
Se no passado o trabalho tinha conotação de tortura, atualmente 
significa toda energia física ou intelectual empregada pelo homem 
com finalidade produtiva. Todavia, nem toda atividade humana 
produtiva constitui objeto do Direito do Trabalho, pois somente a 
atividade feita em favor de terceiros interessa ao nosso estudo, e não a 
energia despendida para si próprio.
Depois de vários séculos de sofrimento das condições precárias de 
trabalho, por volta de 1760, na Inglaterra, surgiu a Revolução Industrial, que 
provocou grandes mudanças nas condições de trabalho. Antes considerado uma 
pessoa sem escrúpulo, tratado como animal, sem objetivos, perspectivas, anseios 
e sem desejos próprios, o trabalhador começou a ter o seu valor.
As alterações nas condições de trabalho envolvem vários fatores, como 
o ambiente, ferramentas, máquinas, equipamentos, jornada de trabalho e forma 
de organização, bem como as relações interpessoais entre chefes e subordinados. 
O principal destaque dessa revolução foi a substituição do trabalho escravo pelo 
trabalho assalariado, através da utilização de máquinas, inicialmente as de fiar.
UNI
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
6
Neves (2011) relata que uma máquina de fiar era muito mais rápida do 
que o melhor artesão, e a maioria dos artesões não podia comprar uma máquina. 
Dessa forma, o empregador viu a oportunidade de ganhar dinheiro, comprou a 
máquina e empregou o trabalhador, assim surgiu o capitalismo.
Entretanto, em meio a um estopim de pretensões boas por parte do 
trabalhador, aconteceu um desastre no ambiente de trabalho, pois as fábricas 
foram instaladas em galpões velhos, sendo que as condições de luminosidade, 
ventilação e higiene eram precárias, as máquinas, sem segurança, se tornaram 
perigosas e a jornada de trabalho chegava a 14 ou 16 horas.
FIGURA 2 – TRABALHO INSALUBRE NAS FÁBRICAS
FONTE: < http://www.historiaegeografia.com/>. Acesso em: 29 jun. 2017.
Essa jornada de trabalho era alta, pois agora o trabalhador estava 
envolvido pelo capitalismo, sendo que quanto mais trabalhava, mais dinheiro 
ganhava, além disso, a indústria precisava de mão de obra e, dessa forma, acabou 
contratando crianças, homens, mulheres e idosos.
FIGURA 3 – CRIANÇAS TRABALHANDO EM MÁQUINA DE FIAR
FONTE: <https://clionainternet.wordpress.com/2012/06/12/revolucao-industrial-exploracao-do-
trabalho>. Acesso em: 29 jun. 2017.
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
7
Esse ambiente hostil, em que os trabalhadores totalmente despreparados 
gastavam boa parte de sua vida, inevitavelmente gerou vítimas de constantes 
acidentes de trabalho e de doenças infectocontagiosas.
As doenças adquiridas no trabalho só eram percebidas em estágio avançado, 
primeiro porque eram confundidas com doenças corriqueiras e porque as pessoas 
se preocupavam com a produtividade, deixando a doença em segundo plano.
Em virtude da queda da produtividade e perda econômica, devido às 
pestes que acometiam os trabalhadores, o governo começou a intervir com a 
intenção de ajudar essa classe desfavorecida, introduzindo médicos dentro das 
fábricas, surgindo posteriormente as primeiras leis de saúde pública.
É visível que, ao longo dos séculos, o homem evoluiu dos seus ancestrais, 
melhorando seus hábitos de saúde e higiene, evidenciando a preocupação de ser 
acometido por menos doenças e pestes. Evoluindo para um cuidado coletivo, 
adotando-se a segurança em prol dos trabalhadores, de modo a evitar alguns 
hábitos danosos à saúde, como também evitando sua repetição e, por conseguinte, 
passando a garantir melhores condições de vida.
3 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO
Doenças e acidentes sempre se fizeram presentes na evolução do homem,desde o período pré-histórico até os dias atuais. As evidências entre a associação 
do trabalho e doença provêm de papiros egípcios, bem como de referências da 
Grécia e Roma quanto ao relato de doenças que ocorriam em trabalhadores 
expostos a poeiras em minas e a utilização de membranas de bexiga de carneiros 
como máscaras (SALIBA, 2013).
No ano de 2360 a.C., no Egito, vários trabalhadores que desenvolviam 
suas atividades nas minas de cobre foram a óbito, preocupando o faraó, visto 
que ele não poderia perder trabalhadores, pois precisava da mão de obra desses 
escravos. Então o soberano percebeu a importância de melhorar as condições de 
trabalho, pois dessa forma manteria sua exploração de mão de obra (SALIBA, 
2013).
Você já pensou como a segurança do trabalho surgiu no Brasil, em meio a 
um cenário caótico de más condições de trabalho, precárias condições de higiene 
e saúde? Para isso, você precisa entender o contexto histórico em que o país estava 
vivendo. Dessa forma, vamos relatar brevemente o cenário econômico no início 
do século XIX.
Nessa época, o Brasil estava exportando alguns produtos agrícolas para 
os Estados Unidos, como café, borracha e açúcar, assim, com o dinheiro dos 
negócios, o Brasil comprava produtos manufaturados dos Estados Unidos, como 
carros, máquinas, roupas e até medicamentos, como a aspirina.
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
8
Portanto, o modo de produção no Brasil era a agricultura, enquanto 
que a nação norte-americana estava vivenciando um outro momento, o da 
industrialização, que, aliás, estava em franco desenvolvimento, exportando 
produtos para vários países.
Essa relação comercial do Brasil com os Estados Unidos ficou abalada 
com a queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, pois o principal parceiro 
deixou de comprar e, dessa forma, o Brasil ficou em situação delicada. Foi nesse 
período que Getúlio Vargas assumiu o controle do país.
Uma das primeiras atitudes do presidente Getúlio Vargas foi regulamentar 
o trabalho no país, para isso, ele valorizou o produto principal de venda, que era o 
café, mesmo que para isso precisasse queimar toneladas, com o objetivo de manter 
o preço alto. Além disso, incentivou a entrada das indústrias, e dessa forma a mão 
de obra se tornou qualificada, assim, trouxe um novo cenário aos trabalhadores 
que estavam adoecendo, devido ao risco de agentes físicos e biológicos.
FIGURA 4 – QUEIMA DO CAFÉ EM SÃO PAULO NO INÍCIO DOS ANOS 30
FONTE: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20415-15227-1,00-
DO+CAFE+A+INDUSTRIALIZACAO.html>. Acesso em: 30 jun. 2017.
Após quatro anos no poder, ele criou a CLT (Consolidação das Leis do 
Trabalho), que é a base para todas as NR (Normas Regulamentadoras). Também 
criou vários benefícios, dentre eles o descanso semanal, salário mínimo, carteira 
de trabalho, entre outros. Tudo isso em função do atendimento das normas 
internacionais traçadas pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, por 
meio da Organização das Nações Unidas – ONU, para oferecer atendimento com 
vistas à promoção da saúde, segurança dos trabalhadores, igualdade social e 
qualidade de vida no trabalho (SANTOS, 2013).
Conforme Basile (2010, p. 14), após a morte de Getúlio Vargas houve a 
promulgação da Constituição de 1967, e com ela foi estabelecido um período 
crítico de limitações aos direitos e liberdades dos indivíduos. Após esses impasses, 
no ano de 1988 foi divulgada outra Constituição, que perdura até os dias de hoje 
e que marcou a história com os direitos sociais dos trabalhadores, princípios 
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
9
da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho, baseados no 
artigo 1º da Carta Magna.
4 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Barsano e Barbosa (2012) entendem que a segurança do trabalho é a ciência 
que estuda as possíveis causas dos acidentes e incidentes originados durante a 
atividade laboral do trabalhador. Sua função é a de prevenir acidentes, doenças 
ocupacionais e atuar como agente de mudança de comportamento.
Ainda para estes autores, a segurança do trabalho tem o objetivo não só de 
propor um ambiente harmonioso de trabalho, tanto para o empregado quanto para o 
empregador, mas identificar os fatores de risco que levam às ocorrências de acidentes 
e doenças ocupacionais, bem como avaliar seus efeitos na saúde do trabalhador.
Cardella (2014) acredita que a intenção da segurança do trabalho é de 
utilizar técnicas para diminuir os acidentes no ambiente de trabalho, evitando 
afastamentos e, por conseguinte, mantendo a produção laboral em um nível 
satisfatório para o empregador. 
Segundo Malta (2004, p. 44), segurança do trabalho é:
[...] o conjunto de ações planejadas e tecnológicas que buscam a 
proteção do trabalhador em seu local de trabalho, no que se refere 
à questão da segurança e da higiene do trabalho, com a finalidade 
de prevenir riscos de acidentes nas atividades de trabalho visando a 
defesa da saúde da pessoa humana.
Para Miguel (2014), a segurança do trabalho é um aglomerado de normas 
técnicas, comportamentais, médicas e psicológicas, que são empregadas com 
o objetivo de prevenir acidentes e eliminar condições perigosas do ambiente, 
orientando os trabalhadores a aderirem à implantação de práticas preventivas.
Saliba (2013) entende que a segurança do trabalho nada mais é do que 
uma coletânea de Normas Regulamentadoras, as quais são respaldadas na 
legislação de Segurança do Trabalho e objetivam dirimir as doenças ocupacionais, 
possibilitando buscar a prevenção.
Você sabe por quem são criadas as normas regulamentadoras? São criadas por 
uma comissão do governo e também por patrões e funcionários, com posterior publicação 
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MIGUEL, 2014, p. 104).
UNI
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
10
O objetivo primordial da Segurança do Trabalho é proporcionar a 
prevenção da saúde do trabalhador, felizmente este ideal mudou com a evolução 
tecnológica, pois há décadas era visto como um tema que se relacionava somente 
a equipamentos de proteção do trabalhador. Muitas normas e legislações 
surgiram em prol do trabalhador, inclusive o Ministério do Trabalho lançou 
várias portarias, dentre elas a Portaria nº 3.214/1978, a qual aprovou as Normas 
Regulamentadoras, que são um conjunto de requisitos e procedimentos relativos 
à segurança e medicina do trabalho. Vejamos o que diz a portaria:
A Portaria nº. 3.214 do Ministério do Trabalho, editada em 8 de junho 
de 1978, aprovou as normas regulamentadoras (NRs) relativas à 
segurança e medicina do trabalho, que, no decorrer do tempo, foram 
sofrendo diversas alterações e acréscimos (BASILE, 2010, p. 152).
Conforme Miguel (2014), há 36 normas regulamentadoras na área de 
Segurança do Trabalhado, sendo que cada uma se reporta a um determinado 
assunto, entretanto, elas se complementam, pois são carregadas com aspectos 
indispensáveis de proteção ao trabalhador.
FIGURA 5 – AS NORMAS REGULAMENTADORAS
FONTE: <http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&id=2888>.
Acesso em: 29 jun. 2017.
A segurança do trabalho pode ser classificada, de acordo com Basile (2010), 
como ausência de riscos indesejáveis nos ambientes de trabalho, proporcionando 
bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores, evitando perdas físicas e 
desconforto para o empregador, em virtude dos afastamentos do trabalho.
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
11
Vieira (2008) entende que a segurança no trabalho é um agrupamento de 
vários fatores, em que o campo da engenharia se faz presente, pois ela identificará 
fatores em desacordo com a legislação, com o intuito de sanar o problema, mas 
também atuará principalmente de maneira preventiva, evitando acidentes 
de trabalho, utilizando controle de riscos associados ao local de trabalho e ao 
processo produtivo.
Fruhauf et al. (2005) corroboram as ideias dos autores citados e aduzem 
que a segurança e saúde do trabalho são o conjuntode medidas que visam 
diminuir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, protegendo assim a 
integridade física do trabalhador e sua capacidade de trabalho. Dessa forma, um 
trabalhador poderá utilizar sua força-tarefa de maneira segura e sem riscos para 
sua saúde, podendo aumentar sua produtividade com menos equívocos.
Fruhauf et al. (2005) acreditam que os ideais dos empregados e 
empregadores são opostos, apesar de se assemelharem no final, pois ambos têm 
o objetivo de evitar doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, porém, os 
empregados visam sua integridade física, já o empregador idealiza a redução dos 
custos que os acidentes causam.
Segurança do trabalho tem o objetivo principal de prevenir acidentes do 
trabalho, doenças ocupacionais, evitando danos à saúde do trabalhador e, dessa 
forma, protegendo a integridade e a capacidade laboral das pessoas.
FIGURA 6 – UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
FONTE: < https://vivamelhoronline.com>. Acesso em: 30 jun. 2017.
CAPACETE PARA QUÊ?
NUNCA ACONTECEU
NADA COMIGO!
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
12
Podemos conceituar segurança do trabalho como um mix de normas ou 
medidas técnicas nas áreas da saúde, educação e administração, as quais auxiliam 
na prevenção de acidentes, bem como na eliminação de ambientes perigosos, 
protegendo a integridade física, emocional e psicológica do trabalhador.
Para proporcionar esse ambiente saudável no local de trabalho é 
necessária a participação de todas as pessoas envolvidas, desde o alto escalão 
até os menos favorecidos, diminuindo ou eliminando os riscos ocupacionais, 
gerando segurança ao trabalhador.
5 LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO
Na sociedade onde vivemos somos contemplados por normas que regem 
nossa conduta e nossas atitudes, indispensáveis ao convívio social, preservando o 
bem mais precioso e indisponível, que é a vida. Assim como na vida privada, há 
regras específicas de boas maneiras e convivência e na vida laboral elas também 
existem e visam garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores.
5.1 REFERENCIAL NORMATIVO 
A segurança do trabalho no Brasil, antes da promulgação da Constituição 
Federal de 1988, era vista pelo empregador como uma condição desnecessária 
para o empregado. As condições de saúde do trabalhador pouco importavam 
para o empregador. Nessa época, funcionário bom era considerado aquela pessoa 
que não faltava, que não ficava doente ou não deixava transparecer que estivesse 
doente, não se queixava de problemas, não reclamava, apenas trabalhava 
(BARSANO; BARBOSA, 2012).
O trabalhador que faltava por motivo de doença era visto como um 
indivíduo preguiçoso, malandro, folgado, que não tinha intenção de produzir, 
de trabalhar. Além de sofrer em virtude de sua saúde, também sofria retaliações 
quando retornava à sua jornada de trabalho, tanto pelo empregador quanto por 
colegas de trabalho, tornando o ambiente hostil.
O assédio moral era normal na esfera de trabalho, pois não havia 
penalidade para quem o praticasse, assim, os trabalhadores eram desfavorecidos. 
Quando convalescidos por alguma patologia, só restava se recuperar de sua 
doença rapidamente, voltar ao trabalho e torcer para que não fosse demitido.
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
13
FIGURA 7 – EXPLICAÇÃO ILUSTRATIVA SOBRE ASSÉDIO MORAL
FONTE: <http://www.direitodoempregado.com>. Acesso em: 30 jun. 2017.
Essas considerações nos reportam a um ditado popular da relação do 
homem com o porco, que diz: “O porco acorda sete vezes por noite pensando em 
matar o tratador, porque sabe que a mão que traz a lavagem um dia trará o facão” 
(CARDELLA, 2014, p. 256).
Você pode estar questionando, o que tem isso a ver com a segurança do 
trabalho? Então vamos contar a história: há alguns anos, os jornais de São Paulo 
noticiaram que um tratador de aproximadamente 60 anos estava abaixado para 
repor a lavagem dos animais, na zona rural da região, quando um porco rapidamente 
se aproximou dele e, sem que o tratador pudesse se defender, o matou.
ASSÉDIO MORAL
DENUNCIE!
Autoritarismo
Isolamento
Ameaça
Pressão
Humilhação
E NÃO ESFREGUE
O NARIZ NO MEU
DEDO QUANDO
FALAR COMIGO!
FIGURA 8 – SÁTIRA DA RELAÇÃO ENTRE HOMEM E O PORCO
FONTE: <http://atl.clicrbs.com.br>. Acesso em: 1º jul. 2017.
Essa história traz um comparativo muito real que algumas empresas fazem 
com o trabalhador, pois demitem muitos funcionários sem justificativa, somente 
para auferir mão de obra mais barata e livre de impostos, ao invés de registrá-
los, treiná-los e conscientizá-los. Fazendo uma analogia com a história, é assim 
que o empregador faz com o empregado, desenvolve exatamente o sentimento 
que o porco nutre pelo tratador, dessa forma, o salário representa a lavagem, 
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
14
que não é suficiente para desenvolver relações de amizade entre empregador e 
empregado, pois é apenas um mecanismo de segurar o trabalhador, e, por outro 
lado, o facão traz a conotação da demissão, pois a mão que traz o salário, um dia 
trará a demissão (BARSANO; BARBOSA, 2012). 
Com a entrada da Constituição Federal de 1988, chamada também de 
Carta Magna, considerada legislação soberana e que está acima de qualquer lei 
brasileira, ficando abaixo dela os decretos e normas da segurança do trabalho, 
mas que necessitam se ajustar e se remodelar à nova Constituição, foram criadas 
garantias trabalhistas e inovados os preceitos de segurança e medicina do 
trabalho, até então esquecidos pela legislação pátria, e, dessa forma, garantindo a 
saúde física, mental e laboral do trabalhador (BARSANO; BARBOSA, 2012).
Conforme os mesmos autores, há vários dispositivos legais que tentam buscar 
na prática a eficácia dessas tão almejadas garantias. Se pensarmos nos três poderes, 
sendo estes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, podemos dizer que o primeiro 
é responsável pelas leis, o Executivo é responsável pelos decretos, regulamentos, 
regimentos internos, portarias, instruções e resoluções, que auxiliam na segurança, 
direitos e garantias dos trabalhadores, e o Poder Judiciário tem a função defender os 
direitos de cada cidadão, com justiça e resolutividade de conflitos da sociedade.
Martins (2013) aduz que foi com a Constituição Federal de 1988 que 
ocorreu a valorização do trabalho humano, onde o homem ascendeu para ter 
garantida a dignidade social e direito à integridade física e mental, atingindo um 
equilíbrio na sua vida pessoal e profissional.
Conforme Brasil (2004), a Constituição Federal foi promulgada em 5 de 
outubro de 1988 e foi resultado dos pedidos, anseios e necessidades da população, 
que aspirava por direitos e garantias de trabalho. Dessa forma, ela consolidou, 
ampliou e criou direitos trabalhistas. Falar em condições dignas de trabalho é 
falar de questões fundamentais para o alcance de uma vida equilibrada, segura e 
saudável, assim, podemos elencar alguns pontos importantes referentes à segurança 
e à saúde do trabalhador que o artigo 7º da Constituição Federal trouxe, a saber:
• duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 
semanais, facultada a compensação de horários (inciso XIII); 
• jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos 
de revezamento, salvo negociação coletiva (inciso XIV);
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos 
(inciso XV);
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a 
mais do que o salário normal (inciso XVII);
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança (inciso XXII);
• seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa (inciso XXVIII); 
• proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de 18 
anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição 
de aprendiz, a partir dos 14 anos (inciso XXXIII)(BRASIL, 2004, p. 19).
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
15
Conforme Barsano e Barbosa (2012), a segurança do trabalho é composta 
por normas e leis, como exemplo podemos citar as NRs, portarias, decretos e 
também as convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT. A seguir, 
relacionamos alguns exemplos de convenções aplicadas à segurança do trabalho:
QUADRO 1 – EXEMPLOS DE CONVENÇÕES DA OIT
Convenção
Nº Título
Adoção 
OIT
Ratificação 
Brasil Status
167 Sobre a segurança e saúde na construção 1988 19/05/2006 Em vigor
168 Promoção do emprego e proteção contra o desemprego 1988 24/03/1993
 Em 
vigor
169 Sobre povos indígenas e tribais 1989 25/07/2002 Em vigor
170 Segurança no trabalho com produtos químicos 1990 23/12/1996
 Em 
vigor
171 Trabalho noturno 1990 18/12/2002 Em vigor
174 Sobre a prevenção de acidentes industriais maiores 1993 02/08/2001
 Em 
vigor
176 Sobre segurança e saúde nas minas 1995 18/05/2006 Em vigor
178 Relativa à inspeção das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores marítimos 1996 21/12/2007
 Em 
vigor
182
Sobre proibição das piores formas de 
trabalho infantil e ação imediata para sua 
eliminação 
1999 02/02/2000 Em vigor
FONTE: < http://www.ambitojuridico.com.br> Acesso em: 1º jul. 2017.
As convenções exercem papel relevante na segurança do trabalho, pois 
são utilizadas como referências normativas para criar, modificar e até excluir 
as Normas Regulamentadoras. Depois de ratificadas pela autoridade nacional 
competente, elas ganham força de lei em todo o território nacional (BARSANO; 
BARBOSA, 2012).
5.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO 
A Organização Internacional do Trabalho – OIT foi criada em 1919, como 
parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, ela é 
responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho, 
que são as convenções e recomendações. O Brasil está no rol dos membros 
fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde 
sua primeira reunião (CASSAR, 2010).
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
16
O Brasil ratificou um total de 82 das 189 convenções da OIT (MARTINS, 
2013, p. 68). 
UNI
Para Sussekind (2010, p. 64), o principal objetivo da OIT era a 
universalização dos princípios da justiça social, como descreve, “[...] com a 
finalidade de promover a universalização dos princípios da justiça social, 
especialmente daqueles consagrados por esse tratado como fundamentais ao 
Direito do Trabalho e à Previdência Social”.
 
Para o mesmo autor, a justiça social desempenha uma função importante, 
a fim de fornecer uma harmonia e apaziguamento aos trabalhadores que sofriam 
exploração por parte das empresas, no desempenho de suas funções.
 
Conforme Martins (2013), o papel desempenhado por esta organização foi 
propulsor na definição das legislações trabalhistas, na implantação de políticas 
econômicas, sociais e trabalhistas, atuando como um instrumento de fiscalização 
mundial do trabalho, principalmente através da Recomendação nº 5, que incentivava 
a implantação de uma fiscalização eficiente de trabalho dentro das fábricas.
As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, 
passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico, vejamos a seguir a quantidade 
de convenções que foram adotadas: 
Desde a sua criação, os membros tripartites da OIT adotaram 189 
Convenções Internacionais de Trabalho e 200 Recomendações sobre 
diversos temas (emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e 
segurança no trabalho, trabalho marítimo etc.). Em 1998, a Conferência 
Internacional do Trabalho aprovou a Declaração dos Princípios e 
Direitos Fundamentais no Trabalho. A Declaração estabelece quatro 
princípios fundamentais a que todos os membros da OIT estão 
sujeitos: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de 
negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho 
forçado; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as 
formas de discriminação no emprego ou na ocupação (BRASIL, 2017).
A OIT nasce com o intuito de auxiliar a sociedade, objetivando focar seus 
interesses na justiça social, alicerçados na paz universal, além de reconhecer que 
o trabalho não é uma mercadoria, e sim deve ser visto de uma forma digna. 
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
17
Vejamos no Brasil como a OIT está atuando: 
Ela tem mantido representação desde a década de 1950, com 
programas e atividades que refletem os objetivos da Organização ao 
longo de sua história. Além da promoção permanente das Normas 
Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das condições 
de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no 
Brasil tem se caracterizado, no período recente, pelo apoio ao esforço 
nacional de promoção do trabalho decente em áreas tão importantes 
como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico 
de pessoas para fins de exploração sexual e comercial, à promoção 
da igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no 
trabalho e à promoção de trabalho decente para os jovens, entre outras 
(BRASIL, 2017, p. 20 ).
 
Estar entre os países-membros é questão de orgulho, é questão de ordem, 
disciplina, pois invoca um ambiente de trabalho agradável e produtivo para 
os trabalhadores, proporcionando equilíbrio nas condições de saúde, pois são 
normas internacionais, estabelecidas em prol do indivíduo, em que os países 
membros participam favoravelmente às mudanças das condições trabalhistas em 
todo o mundo.
FIGURA 9 – 102ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO EM 2013, EM GENEBRA
FONTE: <http://www.oitbrasil.org.br>. Acesso em: 1º jul. 2017.
A OIT desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, 
que objetiva promover oportunidade para que homens e mulheres tenham 
um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, 
segurança e dignidade humana, sendo considerado condição fundamental para 
a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da 
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. Seu eixo central 
está alicerçado em quatro objetivos estratégicos, conforme Barsano e Barbosa 
(2012, p. 43 ):
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
18
5.3 RESUMO DA EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
BRASILEIRA
Vamos verificar, na visão de Neto e Buono (2011), a evolução da legislação 
brasileira em relação às normas de segurança e saúde do trabalho, a partir do 
século XIX, sendo que o marco para regulamentação da Segurança e Medicina 
do Trabalho no Brasil foi em 1943, através da CLT, e em 1978 foram aprovadas as 
Normas Regulamentadoras. 
Essa evolução ocorreu por meio de órgãos auxiliares e fiscalizadores que 
ajudaram não somente no desenvolvimento dos direitos sociais, mas num nível 
mais elevado, ou seja, na promoção dos direitos sociais no âmbito internacional, 
que são a OMS (Organização Mundial da Saúde) e OIT (Organização Internacional 
do Trabalho), vejamos abaixo:
A partir do ano de 1960, o Brasil mudou substancialmente em 
termos de Legislação da Segurança e Saúde do Trabalho (SST), sendo 
dividido em cinco fases: Primeira fase: De 1966 a 1970, nessa época os 
empresários não consideravam prioritários assuntos que reportassem 
à segurança do trabalho. Naquela época surgiram os primeiros dados 
estatísticos internacionais sobre o número de acidentes e mortes no 
trabalho: o Brasil aparecia como “campeão” mundial de acidentes 
do trabalho. A OIT, na ocasião, pressionou o Brasil no sentido de que 
• Respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos 
princípios e direitos fundamentais do trabalho.
• Promoção do emprego de qualidade.
• Extensão da proteção social.
• Fortalecimento do diálogo social.
Conforme Barsano e Barbosa (2012, p. 43 ), o trabalho decente é o ponto de 
convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT:
• Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociaçãocoletiva.
• Eliminação de todas as formas de trabalho forçado.
• Abolição efetiva do trabalho infantil.
• Eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de 
emprego e ocupação, a promoção do emprego produtivo e de 
qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do 
diálogo social.
A OIT é composta atualmente por 189 estados-membros, está localizada 
em Genebra, na Suíça, porém se faz presente em todos os continentes e em vários 
países por meio de escritórios, a exemplo temos os da Etiópia, do Líbano, Estados 
Unidos, Peru, Tailândia e Suíça (MARTINS, 2013).
Dessa forma, podemos entender que a OIT surgiu em virtude da 
necessidade da proteção da saúde do trabalhador, promovendo dignidade 
humana no trabalho e justiça social.
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
19
fossem providenciadas medidas emergentes de controle da saúde dos 
trabalhadores. Como a Previdência Social se encontrava segmentada 
em vários institutos, o governo unificou todos esses e criou o Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS), estatizando o Seguro de 
Acidente do Trabalho (SAT) e modificando a estrutura da Comissão 
Interna da Prevenção de Acidentes (CIPA). Segunda fase: De 1971 
a 1977 houve considerável mudança nos assuntos concernentes à 
preocupação com a saúde do trabalhador no Brasil; a legislação foi 
implementada no sentido de corrigir condições inseguras. Começou 
a segurança e higiene do trabalho no Brasil. Terceira fase: De 1979 a 
1986, implementou-se a Portaria nº 3.214, de junho de 1978, com ênfase 
para as Atividades Insalubres, por meio da Norma Regulamentadora 
(NR) nº 15. Quarta fase: De 1987 a 1990, aprofundaram-se as ideias 
sobre a responsabilidade civil e criminal, assim como as reivindicações 
coletivas por melhores condições de trabalho e questionamentos dos 
papéis das CIPAs e das NR pelos trabalhadores. Um marco importante 
foi a nova Constituição. O INPS muda para Instituto Nacional do 
Seguro Social (INSS). Quinta fase: A partir dos anos 1990, as alterações 
das normas referentes às práticas de Segurança e Saúde no Trabalho 
(SST) são sensíveis, principalmente com o PPRA – Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR 9) e o Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 7). O PPRA 
visa a preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores 
por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do 
consequente controle da ocorrência de riscos reais ou potenciais do 
ambiente de trabalho. O PCMSO, que deve estar em sintonia com o 
PPRA, tem como objetivo promover e preservar a saúde do conjunto 
dos trabalhadores. Outra evolução ocorre com a modificação da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA, NR 5), pela ação 
dos próprios trabalhadores, promover a melhoria das condições dos 
ambientes de trabalho, por exemplo, mediante a elaboração do Mapa 
de Risco. Não se deve esquecer do Programa de Condições e Meio 
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT (NR 18), 
que melhorou sensivelmente as condições de trabalho nos canteiros de 
obras (NETO; BUONO, 2011, p. 128-130).
Por meio desse apanhado da legislação, conseguimos perceber que, desde 
a Revolução Industrial, o trabalho sofreu constantes transformações, e podemos 
arriscar em dizer, se compararmos essa trajetória até os dias atuais, que foi um 
saldo bem favorável para o trabalhador. Obtivemos muitos direitos conquistados 
e garantidos por meio da Constituição Federal de 1988, Consolidação das Leis do 
Trabalho, entre outras legislações infraconstitucionais, todas apontando para a 
evolução do trabalho humano, digno e com muitas vitórias.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• A segurança do trabalho é uma área da engenharia que estuda as causas da 
ocorrência dos acidentes e incidentes que surgem durante a jornada de trabalho 
do empregado.
• Getúlio Vargas criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que é a base 
para todas as NR (Normas Regulamentadoras).
• A OIT desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, que 
objetiva promover oportunidade para que homens e mulheres tenham um 
trabalho produtivo e de qualidade.
• Segurança do trabalho tem o objetivo principal de prevenir acidentes, doenças 
ocupacionais, evitando danos à saúde do trabalhador.
• Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foram criadas garantias 
trabalhistas e inovados os preceitos de segurança e medicina do trabalho.
• Por meio da Constituição Federal de 1988, ocorreu a valorização do trabalho 
humano.
• A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do 
trabalho, que são as convenções e recomendações.
• A OIT é composta atualmente por 189 estados-membros, está localizada em 
Genebra, na Suíça, porém se faz presente em todos os continentes.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 A segurança do trabalho é importante para a preservação da saúde 
do trabalhador, sendo definida por regulamentos, leis e composta por 
normas regulamentadoras, leis complementares, como portarias, decretos 
e convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho. 
Diante dessa afirmativa, conceitue segurança do trabalho.
2 Há muitos séculos, o trabalho foi considerado um castigo, uma forma de o 
homem pagar pelos seus pecados, o regime era em forma de escravidão e 
não havia nenhuma preocupação com a saúde dos trabalhadores. Diante 
dessa afirmativa, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Tripalium era um instrumento de tortura, utilizado nos escravos, quando 
não desempenhavam bem o seu trabalho.
b) ( ) Na antiguidade, o trabalho não era considerado um castigo divino.
c) ( ) A Revolução Industrial não contribuiu para o progresso das conquistas 
trabalhistas.
d) ( ) A jornada de trabalho, desde a antiguidade, sempre foi respeitada e de, 
no máximo, 40 horas por semana.
3 Com a promulgação da Constituição de 1988 foi assegurada aos brasileiros 
a garantia de direitos sociais essenciais ao exercício da cidadania e 
estabelecidos mecanismos para garantir o cumprimento desses direitos. 
Dessa forma, cite três direitos conquistados pela sociedade, a partir da 
promulgação da Carta Magna.
4 A Organização Internacional do Trabalho (OIT) surgiu em meio a um clamor 
dos trabalhadores, a fim de garantir a saúde e promover direitos trabalhistas 
em condições justas no seu labor, através da formulação e aplicação das 
normas internacionais do trabalho. Diante de tantos aspectos importantes 
realizados pela OIT, ela também desenvolve alguns programas e dentre eles 
está o trabalho decente, explique a importância desse programa.
AUTOATIVIDADE
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23
TÓPICO 2
CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO 
TRABALHO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O Laudo Técnico das Condições de Trabalho é um documento ligado às 
condições de segurança no ambiente de trabalho, ele é redigido em função do 
ambiente em que os trabalhadores executam suas atividades, a fim de documentar 
sobre os agentes nocivos que podem causar doenças ou complicações para a 
saúde dos trabalhadores.
Dessa forma, o laudo tem o objetivo de especificar as condições do 
ambiente de trabalho, evidenciando os agentes envolvidos: químicos, físicos e 
biológicos existentes na empresa e que causam ameaça à saúde do trabalhador.
Esses agentes nocivos existentes no ambiente devem ser monitorados, 
com o objetivo de permanecer dentro de um limite de tolerância exigido por lei, 
para não causarem perdas aos trabalhadores.
Muitas vezes, os agentes nocivos, como bactérias, fungos, radiação, 
luminosidade, frio ou calor em excesso, causam doenças e afastamentos do 
trabalho, gerando insalubridade para os trabalhadores que são expostos de 
maneira indevida.
O LTCAT é um documento a que as empresas necessitam estar atentas, 
assim como às informações e recomendações previstas pela legislação trabalhista, 
o qual deve permanecer na empresa e deve ser alterado quando forem 
introduzidas modificações no ambiente de trabalho, a fim de que a empresa não 
sofra penalidade frente aos órgãos de fiscalizaçãoe regulação.
O parágrafo 3º do Art. 58 da Lei nº 8.213/91, com o texto dado pela Lei nº 
9.528/97, diz que se a empresa não atualizar o laudo técnico referente aos agentes 
nocivos presentes no ambiente de trabalho ou emitir documento de comprovação 
de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeita à 
penalidade prevista no Art. 133 desta Lei (CURIA et al., 2011).
Podemos afirmar que o LTCAT é um documento considerado pericial, 
pois sinaliza as condições do ambiente em que o trabalhador executa suas 
atividades, avaliando as funções de cada pessoa e documentando quanto à 
exposição frente aos agentes nocivos à saúde. Além disso, classifica as funções 
dos trabalhadores quanto à insalubridade, à periculosidade e enquadramento 
para a aposentadoria especial.
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
24
2 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO
Acadêmico, você sabe como surgiu o LTCAT? Ele surgiu em 1991, com 
a Lei nº 8.213 da Previdência Social, pois o Instituto Nacional da Seguridade 
Social, conhecido por INSS, necessitou definir critérios de verificação referentes 
às condições do ambiente de trabalho das empresas, para conceder o benefício da 
aposentadoria especial.
Dessa forma, o INSS consegue verificar, por meio do LTCAT, as condições 
insalubres ou periculosas a que os trabalhadores estão sujeitos na sua atividade 
laboral, nas empresas, indústrias, fábricas, clínicas, hospitais, supermercados, 
entre outros.
Diante da constatação do INSS frente aos agentes nocivos a que os 
trabalhadores estão expostos, ele consegue emitir a aposentadoria especial, 
conforme a legislação prevista para casos específicos. 
Além de o INSS conceder benefícios como o de insalubridade e 
periculosidade, por meio das informações do LTCAT as empresas também ficarão 
cientes quanto à necessidade de implantar prevenção, com o intuito de eliminar 
ou neutralizar os agentes agressivos que prejudicam a saúde dos trabalhadores.
O LTCAT era exigido através do artigo 153 da Instrução Normativa nº 84 
do INSS, conforme transcrito abaixo:
Deverá ser exigida a apresentação do LTCAT para os períodos de 
atividade exercida sob condições especiais a partir de 29abr95, exceto 
no caso do agente nocivo ruído ou outro não arrolado nos decretos 
regulamentares, os quais exigem apresentação de laudo para todos os 
períodos declarados (VENDRAME, 2005, p. 51).
Apenas a comprovação quanto aos agentes nocivos não era a única 
exigência que o INSS solicitava para que fosse concedida a aposentadoria especial, 
pois necessitava de tempo de contribuição do segurado no trabalho, conforme 
disposição abaixo, baseada no artigo 57 da Instrução Normativa nº 84 do INSS:
A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência 
exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições 
especiais que prejudi quem a saúde ou a integridade física durante 15 
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a lei.
§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação 
pelo segurado, perante o Instituto Na cional do Seguro Social — INSS, 
do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, 
em condi ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física, durante o período mínimo fixado.
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição 
aos agentes nocivos químicos, físi cos, biológicos ou associação de 
agentes prejudiciais à saúde ou integridade física, pelo período exigido 
para a concessão do benefício (VENDRAME, 2005, p. 51).
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
25
Entretanto, a exigência da apresentação do LTCAT foi dispensada a partir 
de 1º de julho de 2003, pois o INSS obrigou as empresas a se adequarem ao novo 
programa, o Perfil Profissiográfico Previdenciário, chamado de PPP. Com essa 
determinação, o LTCAT necessitou ser realizado apenas para permanecer na 
empresa e à disposição da previdência social.
Portanto, para concessão da aposentadoria especial, será analisado cada 
segurado exposto ao agente nocivo, de acordo com o LTCAT e o PPP da empresa, 
a fim de analisar se o direito à aposentadoria é devido, para alterar os códigos que 
permitem tal benefício.
3 CONCEITO E OBJETIVO DO LTCAT
Para Barsano e Barbosa (2012), o LTCAT pode ser definido como um 
parecer técnico, verificado, analisado e concluído, referente às condições 
ambientais a que o trabalhador foi exposto durante sua jornada de trabalho na 
empresa. O que se espera desse documento é que ele reflita a realidade ambiental 
a que o trabalhador está exposto.
O LTCAT é um documento que visa demonstrar a presença ou não de 
riscos ambientais, em níveis ou concentrações que causem malefícios à saúde ou 
à integridade física do trabalhador, informando tanto a nocividade do agente 
quanto o tempo de exposição. 
As condições do ambiente de trabalho declaradas no LTCAT devem 
estar comprovadas através das análises realizadas e demonstradas por meio dos 
seguintes documentos (SESI, 2017):
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR-9).
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR-7).
• Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.
Por intermédio do LTCAT é possível demonstrar se o ambiente da empresa 
está de acordo com a legislação vigente, controlando os agentes ou eliminando-
os, sejam eles físicos, químicos ou biológicos e, dessa forma, manter um local de 
trabalho seguro e sem incorrer em problemas de saúde para seus trabalhadores.
 
Assim, podemos nos certificar de que após as avaliações ambientais e 
análise de cada ambiente aferido, se faz o levantamento dos agentes nocivos, 
caracterizando funções insalubres ou perigosas, e, estando em desacordo 
com as normas regulamentadoras, é necessário estabelecer um planejamento, 
para corrigir os erros e estipular medidas preventivas, a fim de minimizar ou 
neutralizar os agentes prejudiciais ao organismo.
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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O Laudo Técnico de Condições Ambientais é um documento instituído pelo 
INSS e não pelo Ministério do Trabalho.
UNI
O LTCAT é um documento técnico, de caráter pericial, instituído pelo 
INSS, que explora as condições ambientais do trabalho e averigua as funções dos 
trabalhadores quanto à exposição de agentes nocivos à saúde, além de classificar 
as atividades para concessão de possíveis benefícios. Vejamos a seguir a legislação 
pertinente ao laudo: 
O LTCAT é fundamentado na Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 
1977, do MTE e regulamentada pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho 
de 1978, do MTE e pelo Decreto nº 3048/99, de 12 de maio de 1999, e 
pela Instrução Normativa nº 99, de 10 de dezembro de 2003 do INSS. 
Artigos 189 a 192 da (CLT) e de acordo com o Artigo 57 da Lei 8.213/91 
e os Artigos 64 e 65 do Decreto Lei nº 3048/99 (MIGUEL, 2014, p. 239).
Este documento é importante para apontar se o trabalhador terá 
direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade, baseado nas normas 
regulamentadoras números 15 e 16 do Ministério do Trabalho.
O laudo nada mais é do que uma análise do ambiente em que o funcionário 
está trabalhando, ou seja, é um levantamento realizado no local de trabalho em 
que a pessoa executa suas atividades laborais, a fim de verificar se há alguma 
irregularidade frente à legislação trabalhista.
Havendo algum quesito que não esteja de acordo com os termos da legislação 
trabalhista, é necessário estabelecer recomendações para que os agentes nocivos 
sejam eliminados ou enquadrados dentro dos limites estabelecidos pelas INs.
É importante enfatizar que o LTCAT não foi criado exclusivamente para 
informar sobre a existência ou não de insalubridade ou periculosidade no ambiente 
de trabalho, ele foi instituído com o objetivo de ser um instrumento mediador do 
INSS, para auxiliar a estabelecer aposentadoria especial ao segurado.
Podemos resumir o conceito do LTCAT, fazendo um apanhado do que 
estudamos até agora, como sendo um documento que transcreveos agentes 
agressivos encontrados nos ambientes de trabalho, sejam físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos e que possam causar perdas para os trabalhadores, como 
doenças, incapacitações, acidentes ou qualquer dano à integridade física. Além 
disso, saber se esses agentes ensejarão o direito ao adicional de insalubridade, 
periculosidade e, por conseguinte, aposentadoria especial.
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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4 RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS
Conforme Barsano e Barbosa (2012), o trabalho é considerado uma 
satisfação pessoal, fazendo parte do rol de tópicos que auxiliam na melhoria 
da qualidade de vida das pessoas. Por meio dele, o indivíduo expressa sua 
criatividade e exercita seu conhecimento, criando uma importância de vida nas 
atividades que realiza. Afirmam ainda que algumas variáveis presentes no dia 
a dia de trabalho, como o ambiente, as ferramentas, as máquinas e as posturas 
assumidas, colocam a saúde do trabalhador à mercê de possíveis danos. Podemos 
estimar que há chances para que esses elementos contribuam para algum dano à 
saúde do trabalhador, e a essas oportunidades chamamos de riscos ambientais.
As pessoas que trabalham certamente estão expostas a riscos específicos 
para sua saúde, pois todo ambiente contém agentes prejudiciais ao organismo, 
quando está em desacordo com a legislação vigente.
O ambiente de trabalho é um conjunto de fatores interdependentes, 
que está relacionado com a qualidade de vida das pessoas, pois um ambiente 
hostil, ruim e com desarmonias influenciará diretamente na produção e 
desempenho do trabalhador.
Conforme Vieira (2008), fatores ou riscos ambientais são considerados um 
termo bem amplo, denominado e voltado aos possíveis agentes que provocam 
doenças ocupacionais, os quais podemos encontrar em uma determinada 
atividade ou local de trabalho.
A higiene ocupacional é responsável pelo reconhecimento, avaliação e 
controle dos riscos de saúde no ambiente de trabalho, com a intenção de proteger 
a saúde dos trabalhadores, considerando o ambiente de trabalho como forma de 
contágio da doença.
Ainda há locais de trabalho em que os agentes nocivos têm agido de forma 
descontrolada, afetando a saúde humana de maneira adversa e em intensidade 
variável. Em muitas ocasiões, a produção e o lucro têm exercido prioridade em 
algumas empresas, deixando a saúde humana e a qualidade de vida em um 
segundo plano, com efeitos desastrosos.
É importante esclarecer que apenas a presença dos agentes nocivos 
no ambiente de trabalho não causa prejuízos à saúde do trabalhador, pois há 
necessidade de vários fatores combinados, como exemplo podemos citar a 
concentração, o tempo de exposição e o nível de toxicidade.
Brevigliero (2011) aduz que os agentes físicos, químicos e biológicos 
existentes nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador, constituindo os riscos ambientais.
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
28
Conforme Barbosa e Barsano (2012), quanto mais tempo o trabalhador 
permanecer exposto ao agente nocivo, maiores serão as possibilidades de se obter 
uma doença ocupacional, sendo que o tempo real de exposição será determinado 
em função da tarefa executada pelo trabalhador. 
Da mesma forma, quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes 
nocivos no ambiente de trabalho, maior será a possibilidade de efeitos maléficos 
à saúde dos trabalhadores e doenças associadas (BARBOSA; BARSANO, 2012).
Desde o momento em que as doenças ocupacionais resultam da exposição 
a agentes no ambiente de trabalho, sua prevenção deverá ocorrer, através do 
desenvolvimento de programas de saúde ocupacional, bem como em nível educacional.
Enquanto o ambiente de trabalho “insalubre” permanece o mesmo, 
seu potencial para causar doenças continua, mas para isso é necessário fazer 
um diagnóstico e, consequentemente, a restauração do ambiente, através do 
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de saúde existentes, assegurando 
a possível ruptura do círculo vicioso no ambiente de trabalho.
A principal função da higiene ocupacional é assegurar um ambiente de 
trabalho saudável, através de uma supervisão contínua, porém, frente a algum 
sinistro relacionado a condições inadequadas de trabalho, deve-se realizar 
intervenção imediata de controle.
Conforme Curia et al. (2011), a NR 9, em seu artigo 9.1.5, informa que são 
considerados riscos ambientais aqueles causados por agentes físicos, químicos e 
biológicos capazes de danificar a saúde do trabalhador em função de sua natureza, 
concentração e tempo de exposição.
Além dos três agentes citados pela NR 9, é importante a constatação de mais 
dois agentes, ergonômicos e de acidentes, que completam a divisão tradicional 
das cinco classes de riscos, conforme Barbosa (2010), detalhadas a seguir.
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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FIGURA 10 – CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS
FONTE: <http://omundoacadadia.com.br>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Os agentes ergonômicos e de acidentes são importantes no âmago 
da questão, pois oportunizam uma maior abrangência para análise e, por 
consequência, a extensão de cuidados e controle, em busca da proteção da saúde 
do trabalhador.
Dessa forma, podemos deduzir que em qualquer tipo de atividade exercida 
pelo trabalhador, é importante e necessário investigar o ambiente laboral, a fim 
de conhecer os riscos a que está exposto.
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS
O homem interage com o ambiente constantemente, essa interação 
deveria ser positiva, ou seja, benéfica para ambos, porém, algumas vezes o 
ambiente pode causar prejuízos à saúde do homem. Vários autores classificam 
os riscos ambientais em cinco categorias, estudaremos essa divisão com suas 
particularidades inerentes à saúde ocupacional.
4.1.1 Risco físico
Para Ponzetto (2010), os agentes físicos são condições nocivas que 
encontramos no ambiente de trabalho, ou mesmo condições externas a esse 
ambiente. A característica do risco físico é que o agente não penetra no organismo, 
mas pode afetar o trabalhador, devido à nocividade do ambiente de trabalho.
Riscos
biológicos
Riscos
químicos
Riscos
ergônomicos
Riscos de
acidentes
Riscos
físicos
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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QUADRO 2 – FREQUÊNCIA SONORA
SERES VIVOS INTERVALOS DE FREQUÊNCIAS
Cachorro 15 Hz – 45.000 Hz
Ser humano 20 Hz – 20.000 Hz
Conforme Curia et al. (2011, p. 112), o artigo 9.1.5.1 da NR 9 descreve 
agentes físicos como sendo as “formas de energia a que possam estar expostos 
os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom 
e o ultrassom”. 
Estudaremos cada agente físico que, exposto em concentrações acima dos 
valores permitidos pela legislação trabalhista, pode causar alguma perda para a 
saúde do trabalhador.
4.1.1.1Ruído
Conforme Ponzetto (2010), é considerado ruído qualquer tipo de som 
interno ou externo a um ambiente e que não seja harmonioso, ou seja, que seja 
desagradável para as pessoas ou funcionários que ficam expostos.
Dessa forma, o ruído em excesso, ou seja, acima dos níveis tolerados 
pela legislação, poderá causar deficiência auditiva, perda auditiva, cefaleia e, até 
mesmo, comprometimento do sistema nervoso central.
Ponzetto (2010) afirma que os efeitos do ruído podem manifestar-se no 
comportamento social dos indivíduos, dispersá-los, tirar sua atenção, provocar 
irritabilidade, cansaço e comportamentos anormais.
Barbosa (2010) alega que o ruído afeta o homem simultaneamente nos 
planos físico, psicológico e social, causando transtornos em outros sistemas, como: 
alterações gastrointestinais, dilatação da pupila, problemas cardiocirculatórios, 
alteração do sono, possibilidades de acidentes por alterar o sistema motor.
Oliveira (2009) complementa essas informações dizendo

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