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Computação Forense Aula 4: Crimes Cibernéticos – parte II Apresentação O estudo do novo Direito resultado da sociedade digital tornou-se essencial como ferramenta técnica-jurídica para apoiar os pro�ssionais dos mais variados setores da Sociedade. Quando a sociedade muda, o Direito também precisa mudar, evoluir, acompanhar a transformação social causada pelo advento das novas tecnologias que hoje desa�am Governos e Autoridades e exigem respostas cada vez mais rápidas, em tempo real, do Poder Público e da Iniciativa Privada. Estar atualizado sobre o Direito Digital é requisito para atuar no mercado de trabalho nesta era que vai do Big Data, Wi-Fi, Internet das Coisas e até Deep Web. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Objetivo Descrever os pilares que sustentam o desenvolvimento do Direito Digital; Identi�car as Competências Territoriais e Jurisdicionais no Ciberespaço; De�nir as características do Direito Digital. Direito Digital A chegada da era digital trouxe muitos desa�os para a população. Todos os setores e esferas mudaram devido às novas tecnologias, que geraram impacto signi�cativo na sociedade moderna. Embora alguns setores não se sintam satisfeitos com essas mudanças inevitáveis, todos foram forçados a aceitar os impactos da era tecnológica. Segundo John Howkins (2001), “as pessoas possuidoras de ideias são mais poderosas do que as pessoas que trabalham com as máquinas e, em muitos casos, mais poderosas do que pessoas que são as donas das máquinas”, visto que o mundo tem se transformando a favor de uma economia dependente muito mais da criatividade e do conhecimento do que de qualquer outra matéria-prima, inclusive do petróleo. Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), a tese de Howkins ganha cada vez mais sentido, pois testemunhamos o surgimento de uma era que discute novos valores, na qual participação e compartilhamento são direitos e deveres essenciais e há um grande paradoxo criado pela própria globalização. Com a crescente evolução e democratização da tecnologia e das telecomunicações, desenvolveu-se a chamada sociedade da informação, a qual vem transferindo para o ambiente virtual as relações sociais. Como o Direito espelha as relações sociais, cada vez mais a computação forense tem um papel fundamental na resolução dos problemas jurídicos inerentes ao uso malicioso dos recursos tecnológicos. Fonte: geralt / pixabay. O cidadão do século 21 também mudou, ele está muito mais informado e colaborativo, e escolhe ter como marcas favoritas aquelas que estejam com plataformas de negócios �ncadas em quatro pilares: Computação móvel, redes sociais, computação em nuvem e big data. Clique nos botões para ver as informações. O primeiro pilar denominado de computação móvel pode ser tecnicamente resumido em uma tríade: Processamento/armazenamento + mobilidade + comunicação sem �o. Trata-se da liberdade do usuário em ter a computação permeando todas as suas atividades, onde quer que esteja. A computação móvel não para de evoluir, desdobrando-se inclusive em equipamentos vestíveis. Equipamentos computacionais portáteis e de telefonia móvel já superaram o número de habitantes no País, mostrando a importância do tema para computação forense. Di�cilmente um local de crime não terá um telefone celular ou dispositivo portátil. Computação móvel O segundo pilar está fundado no conceito de social business e social networking, ou seja, na capacidade tanto do usuário doméstico quanto corporativo de gerir, informar e comunicar de forma colaborativa e fraternal o grande volume de informações do ambiente computacional. É a aplicação da teoria de redes, em que tudo informa e comunica, em prol da evolução e benefício da humanidade. Esse tema é de suma importância para a Computação Forense, pois atualmente as redes sociais são instrumentos de informação e comunicação que permeiam toda sociedade. Redes Sociais O terceiro pilar é a computação em nuvem (Cloud computing), a qual pode ser resumida como a computação em ambientes virtualizados. Este termo ganhou popularidade com os ambientes virtualizados de grandes empresas, porém é uma realidade ao alcance tanto de usuários corporativos quanto domésticos. Computação em nuvem O quarto e último pilar está diretamente relacionado ao grande volume de dados armazenados e disponíveis no meio ambiente computacional. Por isso, este pilar é denominado big data. O tema é tão importante para a sociedade que os avanços trazidos pela big data são comparados aos avanços trazidos pela internet. Big data Como a computação é extremamente dinâmica e transdisciplinar, o operador de direito passou a ter que conhecer mais de tecnologia, gestão de risco e inovação, para que possa cunhar soluções que permitam garantir segurança jurídica e proteção dos indivíduos e de seu patrimônio tecnológico. Da mesma forma com os pro�ssionais que adentram o frontão da academia das Ciências Forenses aplicadas à computação, o conhecimento é construído em ato contínuo, evolutivo e constante de pesquisa e inovação, além de ser um exercício diário da meditação e re�exão sobre os avanços tecnológicos e suas relações. Os pro�ssionais abertos a esta ciência em constante formação, ao aplicar a hermenêutica em um caso envolvendo o ambiente computacional, devem atentar para a dinamicidade, complexidade, transdisciplinaridade e volatilidade do meio ambiente computacional; em caso contrário, correm o sério risco de uma interpretação rasa e atemporal. Esse risco pode ser visualizado no exemplo datado de 1876 em que a polícia prendeu um homem tentando vender ações de uma empresa de telefonia: "A polícia deve ser cumprimentada por suas providências. Na manhã de ontem, do lado de fora da Bolsa de Valores, a polícia prendeu um homem que, obviamente, estava tentando vender ações falsi�cadas. Dizia ele que ia formar uma companhia telefônica. Obviamente roubando esta palavra do termo “telegra�a”, que está bem estabelecida como um serviço útil. Todo mundo sabe que é impossível falar através de um �o de arame. Somente as providências da polícia, que prendeu rapidamente este indivíduo, evitou que se tomasse o dinheiro público." - New York Times 9.04.1876 (VELHO, 2016, p. 537) Qual seria o resultado da perícia? Seria mesmo “impossível falar através de um �o de arame”? Uma interpretação rasa simplista iria a�rmar que não seria possível falar por um �o de arame, mas uma interpretação complexa e transdisciplinar questionaria isso. Este exemplo serve para mostrar que o exercício construtivista e evolucionista em ciências tecnológicas em formação não é novidade no mundo �losó�co jurídico, e que aqueles que operam o direito aplicado à tecnologia devem sempre fazer o exercício de eslética e do pensamento paralelo dos casos envolvendo o ambiente computacional.1 Comentário https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0687/aula4.html Além de um exemplo da necessidade do exercício da eslética e do pensamento lateral, o fato de 1877 serve de alerta aos doutrinadores e legisladores para que não engessem o direito aplicado à tecnologia por meio de normas taxativas que não espelham as relações do mundo tecnológico, pois certamente estarão criando normas meramente simbólicas que �carão obsoletas antes mesmo da publicação. Portanto, para não serem atingidos pela �echa do tempo os operadores do direito, doutrinadores, legisladores e usuários permeados pelos direitos e deveres aplicados à tecnologia deverão conceder, conhecer e compreender a questão comportamental e de mentalidade da sociedade, pois a lei tem a função de harmonia, uma razão de ser e uma função social. No ambiente computacional não é diferente, temos que ter a nítida certeza de que: Fonte: O autor. Estamos diante de um momento de re�exão e meditação, em que os princípios seculares do direito evoluem e se transformam em um novo marco jurídico. Como sabiamente conceitua Carneiro (2013): "Se já não é fácil estabelecer os limites de onde começa avida pública e termina a vida privada, a questão se torna muito mais complexa com a inclusão dos aspectos múltiplos, como, por exemplo, o da tecnologia. Estamos nos referindo ao espaço virtual, no qual ocorre o denominado Ciberdireito." - CARNEIRO, 2013 Fonte: TheDigitalArtist / pixabay. Essa é a síntese dos desa�os conceituais da abordagem dos novos direitos e deveres, em especial quando o novo é dinâmico, volátil e repleto de ativos inatingíveis, como o Direito Digital. Competência Territorial e Jurisdicional no Ciberespaço Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A Internet é uma rede semelhante a uma teia de aranha, que se distribui por todo o mundo sem fronteiras nem territórios. WWW é World Wide Web em português. A Internet é o maior conglomerado de redes de comunicação global. Milhões de computadores estão conectados por meio do protocolo de comunicação TCP/IP, que permite acesso a informações e diversos tipos de transmissão de dados. Fonte: Adaptado do autor. Quanto a isso é importante observar que: Ainda não existe uma legislação especí�ca sobre o assunto, mas sim muitas teorias, então o que se pode fazer no momento é analisar o contexto de cada caso separadamente. Em caso de dúvida, usa-se a jurisprudência como base para resolver as divergências. A grande verdade é que o direito se desenvolve por meio de con�itos e invasões de liberdade; ou seja, em miúdos, podemos a�rmar que a liberdade de um termina com o início da liberdade do outro. Os direitos subjetivos de cada um também se aplicam no que diz respeito ao direito de terceiros. Isso era uma grande verdade no passado e também será uma grande verdade no futuro. Desde então, a lei se expandiu para outras áreas, sendo que as regras de desenvolvimento das organizações coletivas estabelecidas pela sociedade acabaram constituindo-se em um modelo de liberdade humana em harmonia com direitos inerentes às organizações público-privadas. Essa simbiose de conceitos deu origem ao que hoje chamamos de País Democrático de Direito, no qual todos, supostamente, têm proteção jurídica inerente, respeito aos direitos e funcionamento das instituições públicas e privadas. Há um outro aspecto da lei, não só para regular os con�itos individuais, mas também para restringir o poder de quem está governando. Se não houver uma ferramenta que faça o contrapeso entre os direitos políticos e sociais dos governados, haverá uma tendência ao autoritarismo. É por isso que a lei deve ser uma prioridade, e geralmente vem acompanhada de sanções, porque incorpora um forte poder de �scalização para fazer cumprir suas decisões. O direito digital desenvolvido nas últimas décadas é uma disciplina em constante atualização que, juntamente com a tecnologia da informação, está em pleno desenvolvimento. Mesmo com a inclusão de normas jurídicas aplicáveis ao espaço cibernético continuamente, veri�camos que cada dia mais a legislação atual é insu�ciente para acompanhar esse avanço tecnológico. Esta nova disciplina representa a renovação da forma de compreender o próprio direito a partir do novo paradigma e da nova visão estabelecida nos campos da �loso�a, da ciência, da sociedade e da cultura. Portanto, o direito digital deu origem a diferentes interpretações. Vale ressaltar que a Lei nº 12.965 / 2014 (conhecida como Marco Civil da Internet) a�rma em seu artigo 6º: "Na interpretação desta lei, serão levados em conta, além dos fundamentos, princípios e objetivos previstos, a natureza da Internet, seus usos e costumes particulares e sua importância para a promoção do desenvolvimento humano, econômico, social e cultural." - Lei nº 12.965 / 2014 Características do Direito Digital Para implementar as leis da Internet, ela deve ter alguns princípios e características da chamada revolução digital. O principal poder dessa nova era é a disseminação em tempo real das informações, que leva a hábitos e relacionamentos sociais por meio do progresso tecnológico. E qual é a importância da informação? Fonte: Adaptado de freepik. A informação é o principal ativo e seu impacto é particularmente visível em transações comerciais promovendo responsabilidade civil e potencializando a liberdade de expressão. Nesse sentido, a premissa das realizações virtuais baseia-se em: Fonte: O autor. O rápido desenvolvimento da cidadania digital mobilizou forças políticas e fortaleceu o diálogo entre indivíduos, governos e empresas. Novas interpretações do direito e cibridismo Clique no botão acima. Os operadores do direito precisam de novas interpretações quanto à liberdade de expressão e suas restrições, veri�cação da autenticidade das provas eletrônicas, aplicação da interpretação do Direito do Consumidor, proteção de dados pessoais, proteção de direitos de propriedade intelectual, crime eletrônico e tributação. A nova interpretação das intimações das partes envolvidas na operação comercial e inúmeros exemplos de resistência às instituições judiciais não podem ser eliminados apenas pela boa hermenêutica. De maneira geral, o judiciário utilizará os recursos interpretativos que a lei pode fornecer para arbitrar problemas existentes na realidade de modo a cuidar do passado, ou seja, con�itos e fatos ocorridos anteriormente. Por outro lado, o legislador visa o futuro ao formular novas regras, buscando preencher a omissão do ordenamento jurídico vigente, orientando e evitando disputas que de�nitivamente existirão na sociedade adiante. É o caso típico da lei que tipi�cou os delitos informáticos (Lei 12.737/2012). E novas leis estão prestes a chegar, sendo até bem previsíveis. Está se aproximando a hora de cenários futuros se tornarem realidade, como, por exemplo, chips instalados em pessoas e dispositivos eletrodomésticos que poderão se comunicar e usar identi�cação de endereço IP, comumente utilizado para comunicação digital. Diante desse contexto, temos o exemplo da geladeira que guarda os alimentos. Ela terá um chip ligado a um supermercado, que será ativado sempre que o estoque daqueles alimentos estiver escasso, exigindo novas compras. É a chamada Internet das Coisas (IoT), onde questões tais como responsabilidade civil e inadimplência terão que ser regulamentadas por via legal, já que a geladeira é e será sempre “inimputável”. Já há, inclusive, pessoas que implantaram chips em seus corpos com as mais variadas funções, seja para controlar a saúde (medindo, por exemplo, a pressão arterial), seja para atender a certas funcionalidades da vida, tais como abrir uma porta com sinais eletromagnéticos, sem precisar utilizar a chave. Esta é mais uma instigante novidade, que dá ainda mais impulso ao que se convencionou chamar cibridismo, um caminho diferente para a vida, visto que hoje temos uma vida que se comporta simultaneamente online e o�ine e em que dispositivos de inteligência arti�cial se integram e complementam a inteligência real. O direito aplicado à tecnologia Sobre o direito digital temos: É também chamado de Direito Cibernético, Direito Eletrônico, Direito da Informática e Direito da Tecnologia da Informação. É um conjunto de regras e códigos de Conduta que regem o comportamento e as novas relações dos indivíduos, cujo meio de ocorrência, ou a prova da manifestação de vontade, seja digital, computacional, cibernético, eletrônico, informático, gerando dados que consubstanciam e representam as obrigações assumidas e sua respectiva autoria. Comentário Portanto, no que diz respeito às características peculiares que possui, o direito digital apresenta elementos tanto do direito codi�cado (baseado em leis), quanto do direito costumeiro (baseado nos costumes e julgados), com uma aplicação maior dos princípios da: Analogia, Generalidade, Uniformidade, Continuidade, Durabilidade, Notoriedade (Publicidade), bem como deve ser capaz de reunir princípios, leis e normas de auto-regulamentação que atendam ao novo cenário social não presencial, interativo e em tempo real. Sendo assim, estenovo direito digital tem como premissas: 1 Ser mais técnico, dinâmico e costumeiro. 2 Usar mais a auto-regulamentação, mediação e arbitragem para se manter atualizado e adaptado às rápidas mudanças tecnológicas e seus impactos sociais. Por isso, o direito digital é fundamentalmente estratégico, preventivo e exige um preparo essencial da informação quando ela é gerada para que tenha o pressuposto de validade jurídica para uso como prova legal e proteção efetiva das relações originárias. Em linguagem tecnológica, pode-se dizer que o direito digital é um upgrade do próprio direito para atender às mudanças de comportamento e necessidades de novos controles de Conduta geradas pelo uso maciço da tecnologia na sociedade atual. O direito digital deve trazer novas respostas e soluções jurídicas para atender às questões cruciais da privacidade e liberdade de expressão, segurança da informação, neutralidade, eliminação de lixo eletrônico, entre outras questões, como o direito ao esquecimento, proteção da propriedade intelectual, soberania e relações internacionais. Normatização Internacional Convenção de Budapeste 2001 – Elaboração da convenção Esta convenção foi elaborada em 2001 com o objetivo de de�nir as normas de Direito (Penal e Processual) relativas aos crimes de ordem cibernética ocorridos dentro do campo jurisdicional dos Estados-membros do Conselho da Europa. 2013 – Convite de participação Em 2013, os Estados não membros também foram convidados, de maneira formal, a participar da convenção pelo Comitê de Ministros do Conselho da Europa. Segundo Pimentel, a Convenção de Budapeste: "É, atualmente, o mais amplo instrumento jurídico para fazer frente às fraudes praticadas por computador, às violações de direitos autorais, à pornogra�a infantil etc. e promover a cooperação internacional indispensável ao trato da matéria, dado o caráter transnacional e dinâmico dos cibercrimes. Declara como seu escopo a garantia do ‘equilíbrio adequado entre os interesses da aplicação da lei e o respeito pelos direitos fundamentais do ser humano’, tal como garantidos por outros tratados internacionais." - PIMENTEL, 2018, p. 25 2019 – Brasil é convidado a participar da convenção Em 2019, foi a vez de o Brasil receber o convite para participar da Convenção de Budapeste. Esse convite foi resultado da Lei nº 12.965/2014 – Marco Civil da Internet – para dar conta de uma lacuna em termos de justiça criminal, criando parâmetros penais para punir crimes cometidos que ultrapassam os limites de fronteiras geográ�cas. Aderindo a esse convite, o País fará parte do conjunto que contempla 44 Estados-membros do Conselho da Europa e 20 Estados não membros. GDPR – Regulamentação Geral de Proteção de Dados O que é o GDPR? Trata-se de uma norma obrigatória a todas as empresas que detêm ou manipulam dados pessoais dos cidadãos europeus, onde quer que estejam sediadas. Os dados são o principal ativo das organizações e impulsionam a economia digital. Hoje, acredita-se que o uso indevido de dados tornará possível manipular milhões de pessoas e in�uenciar a eleição de uma Nação. Protegê-los de forma consistente é essencial para manter a democracia, o Estado de Direito e a liberdade (PIMENTEL, 2018, p. 27). "O GDPR [fundamenta-se] no consentimento. O titular do dado pessoal deve permitir que este seja coletado e pode, a qualquer tempo, revogar a concessão. Os serviços [que porventura coletem dados de usuário] devem informar claramente que o fazem. [...] Pelo GDPR, só se admite a transferência internacional de dados se o país receptor dispuser de norma com o mesmo nível de proteção da regulamentação europeia. No Brasil, o assunto é tratado pelo Marco Civil da Internet, de forma menos abrangente." - PIMENTEL, 2018, p. 27 Leis Brasileiras que tratam o Direito Digital Clique no botão acima. Decreto nº 9.854/19 – Plano Nacional de Internet das Coisas; Lei nº 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados; Lei nº 12.965/2014 – Lei Marco Civil da Internet; Decreto nº 8135/2013 – Segurança Nacional das Informações e Comunicações de Dados; Lei nº 12.846/2013 – Lei Anticorrupção; Lei nº 12.850/2013 – Lei de Provas Eletrônicas; Lei nº 7.962/2013 – Lei do Comércio Eletrônico; Lei nº 12.735 e 12.737/2012 – Lei de Crimes Eletrônicos; Lei nº 7.845/2012 – Lei de Tratamento de Informação Classi�cada; Lei nº 12.551/2011 – Lei Home O�ce e Teletrabalho; Lei nº 12.527/2011 – Lei de Acesso à Informação; Lei nº 10.764/2003 – Lei de Pornogra�a Infantil na Internet; Lei nº 9.610/1998 – Lei de Direitos Autorais; Lei nº 9.609/1998 – Lei de Software; Lei nº 9.296/1996 – Lei de Interceptação; Lei nº 9.279/1996 – Lei de Propriedade Industrial. A evolução da prova no Direito Digital Para Tourinho Filho (2013), "Provar é, antes de mais nada, estabelecer a existência da Verdade; e as provas são os meios pelos quais se procura estabelecê-la. Entendem-se, também, por prova, de ordinário, os elementos produzidos pelas partes ou pelo próprio juiz visando a estabelecer, dentro do processo, a existência de certos fatos." - TOURINHO FILHO, 2013. Já para Grecco Filho (1998), meio de prova é: "Tudo que possa servir, direta ou indiretamente, a comprovação da verdade que se procura no processo [...]. São os instrumentos pessoais ou materiais aptos a trazer ao processo a convicção da existência ou inexistência de um fato." - GRECCO FILHO, 1998. A de�nição contemporânea de prova no direito brasileiro possui raízes nos doutrinadores Malatesta (direito italiano) e Mittermaier (direito alemão), do século XIX, e possui signi�cado gramatical com três acepções: 1 Ato de provar Ação pelo qual se veri�ca a exatidão ou verdade do fato alegado pela parte no curso do processo, por exemplo, fase probatória ou período de prova da suspensão do livramento condicional; 2 Meio de prova Instrumento pelo qual se demonstra verdade de algo, como prova testemunhal, pericial ou documental. 3 Resultado da ação de provar Extraído da análise dos instrumentos de prova oferecidos, demonstrando a verdade de um fato, por exemplo, na expressão que o juiz utiliza ao sentenciar: fez-se prova de que o réu é autor do crime. Para o direito digital, há uma nova categoria de prova, resultante da junção da telecomunicação com os sistemas informáticos (compostas por hardware, software e bases de dados), e que fez nascer a telemática, de�nida por Frosini (1984 apud PAESANI, 1999, p. 21) como sendo o procedimento de elaboração das informações à distância por meio de terminais inteligentes capazes de receber e transmitir dados. Desse modo, "A prova digital reúne características únicas de portabilidade, reprodutibilidade e volatilidade que a tornam diferente das demais, e também di�culta muitas vezes a sua coleta e análise. Porém, tais características colocam em destaque a Computação Forense como instrumento sine qua non de obtenção da prova e alcance da Justiça." - PINHEIRO, 2016. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1. É o pilar focado na capacidade tanto do usuário doméstico como corporativo de gerir, informar e comunicar de forma colaborativa e fraternal o grande volume de informações do ambiente computacional. Estamos falando de: a) Social networking b) Computação móvel c) Computação em nuvem d) Big data e) Comunicação sem fio 2. É o campo que nos auxilia a pensar juridicamente enquanto atravessamos barreiras geográ�cas e temporais, numa época em que a tomada de decisões por indivíduos e empresas é movida pela velocidade própria do mundo virtual. Estamos falando de: a) Direito Civil b) Direito das Coisas c) Direito Internacional Público d) Direito Digital e) Direito Internacional Privado 3. É composto de quatro capítulos (Terminologia, Medidas a tomar a nível Nacional, Cooperação Internacional e Disposições Finais). Estamos falando de: a) LGPD b) Marco Civil da Internet c) Convenção de Budapeste d) Lei Carolina Dieckman e) GDPR Notas Eslética1 Diz-se do processo de raciocínio utilizadoa �m de obter conhecimento a partir do envolvimento construtivo das partes na elaboração de respostas, soluções, ou novos entendimentos. Referências ARAÚJO, M.B. Comércio eletrônico; Marco Civil da Internet; Direito Digital. Confederação Nacional do Comercio de Bens, Serviços e Turismo. Rio de Janeiro – RJ, 2017. CARNEIRO, M.F. Direito e Lógica. 4.ed. Curitiba: Juruá, 2013. GRECCO FILHO, V. Manual de Processo Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 5.ed, 1998. GUIMARÃES, C.C. et al. Forense Computacional: Aspectos Legais e Padronização. Campinas – SP. Instituto de Computação – UNICAMP, 2008. HOWKINS, Jonh. The Creative Economy. London: Penguin Books, 2001. KOTLER, P. et al. Welcome to Marketing 3.0, in Marketing 3.0: From Products to Customers to the human Spirit. John Willey & Sons, Inc., Hoboken, NJ, USA, 2010. PAESANI, L.M. Direito de Informática: comercialização e desenvolvimento internacional do Software. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. PIMENTEL, J.E.S. Introdução do Direito digital. Revista Jurídica ESMP-SP, v. 13, p. 16-39, 2018. PINHEIRO, P.P. Direito Digital. 6.ed. São Paulo – SP, 2016. REALE. M. Teoria tridimensional do Direito, 5.ed. Ed. Saraiva, 1994. TOURINHO FILHO, F.C. Manual de Processo Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 16.ed, 2013. VELHO, J.A. Tratado de Computação Forense. Campinas – SP: Millenium Editora, 2016. Próxima aula Crimes cibernéticos. Explore mais É sempre necessária uma autorização Judicial para a realização de perícia no Conteúdo de um equipamento ou sistema computacional? Um bom ponto de partida para pesquisa é veri�car o Código de Processo Civil no que tange o processo judicial.
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