TEMA 02 - CRIMES CONTRA A HONRA- Aula 04 Disposições Comuns aos Crimes Contra a Honra

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Módulo:
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Aula 04 – Disposições Comuns aos Crimes 
Contra a Honra
Após fazer a previsão das três modalidades de crimes contra a honra — calúnia 
(artigo 138), difamação (artigo 139) e injúria (artigo 140) —, o legislador fixou — entre os 
artigos 141 a 145 —, uma série de disposições gerais de caráter comum às três figuras 
delituosas, conforme:
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, 
se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangei-
ro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Pre-
sidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tri-
bunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou 
pessoa com deficiência, exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
 § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, 
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
 § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das 
redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
 Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu 
procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação 
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ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela 
difamação quem lhe dá publicidade.
 Retratação
 Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da 
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
 Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia 
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-
-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se prati-
cou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
 Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação 
ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele 
que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, respon-
de pela ofensa.
 Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta 
lesão corporal.
 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, 
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso 
do § 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
Disposições comuns
O artigo 141 estabelece uma causa de aumento de pena, em um terço, para as hi-
póteses de ofensa praticada:
•	 contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
•	 contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presi-
dentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribu-
nal Federal; (Redação dada pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
•	 na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria.
•	 contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou pessoa 
com deficiência, exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Estabelece, ainda, a causa de aumento de pena fixada no dobro se o crime contra 
a honra é cometido mediante paga ou promessa de recompensa e no triplo se o crime for 
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cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de 
computadores.
Exclusão de crime
Considerando as características peculiares dos crimes contra a honra, notada-
mente a caracterização do dolo específico como elemento fundamental desses delitos, o 
legislador entendeu por bem desde logo afastar a caracterização da injúria e da difamação 
em determinadas circunstâncias que não se acomodam com o escopo da tutela penal da 
honra.
Assim, fica excluída do tipo penal a ofensa proferida em juízo, por ocasião de 
debate da causa colocada, quando proferida entre as partes ou entre seus procuradores 
(artigo 142, inciso I). É o que a doutrina chama de imunidade judiciária, incidente tanto 
quando a ofensa for verbal ou escrita.
Também não configura difamação ou injúria a crítica literária, artística ou científi-
ca (artigo 142, inciso II), por serem situações que não se acomodam com o dolo específico. 
Bem por isso o delito não fica excluído caso o ofensor valha-se de contexto dessa ordem 
de crítica para, evidentemente desbordar para a ofensa a honra.
Por derradeiro o legislador excluiu a difamação e a injúria em relação ao conceito 
desfavorável que venha a ser emitido por agente público ao apreciar ou prestar informa-
ções decorrentes de seu dever funcional (artigo 142, inciso III).
Nas hipóteses dos incisos I e III do referido artigo 142, responderá pela difamação 
ou pela injúria o terceiro que lhe der publicidade.
Retratação
O legislador estabeleceu a possibilidade de retratação da calúnia ou da difamação.
Considerando que essas duas modalidades delituosas trazem como ponto comum 
a imputação de fato determinado, o legislador houve por bem estabelecer medida de polí-
tica criminal consistente na isenção de pena em razão do arrependimento e formal retra-
tação do ofensor. A retratação, no entanto, deverá ocorrer antes da prolação da sentença.
Observe-se que, em relação à injúria, não há possibilidade de retratação, uma vez 
que esta, além de atingir a honra subjetiva do ofendido, não importa na atribuição de um 
fato.
Caso a ofensa tenha se operado através de meios de comunicação, o ofendido 
poderá exigir que a retratação se dê através do mesmo meio (artigo 143, parágrafo único).
Pedido de explicações
Em sede de crimes contra a honra, existe a possibilidade de que a ofensa seja 
irrogada de maneira sub-reptícia, não explícita, de forma insinuante, dando azo à dúvida 
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acerca da real intenção do agente quando se referiu ao ofendido e ao conteúdo do quanto 
disse. 
Reconhecendo essa situação, o legislador previu o instrumento processual do 
pedido de explicações, consistente, em síntese, na possibilidade de o ofendido interpelar 
judicialmente o ofensor para que esclareça o conteúdo do que pretendeu atribuir àquele. A 
providência, portanto, tem lugar somente quando de referências, alusões ou frases houver 
a aparência de que implicitamente se pretendeu atingir a honra alheia.
É facultado ao ofensor responder ou não ao pedido de explicações, observando-se 
que a interposição desse não interrompe o semestre decadencial para a propositura da 
ação penal privada.
Ação Penal
Enquanto regra, a ação penal nos crimes contra a honra se processa através de 
queixa, cabendo, portanto, ao ofendido, promover a ação penal através de seu procurador.
A regra da ação penal privada, no entanto, comporta algumas exceções, contidas 
no artigo 145:
•	 No caso de injúria real, quando houver a ocorrência de lesão corporal, a 
ação penal será pública condicionada ou incondicionada, dependendo da 
extensão das lesões;
•	 No caso de ofensa à honra do Presidente da República ou de Chefe de Go-
verno Estrangeiro, a ação penal será pública e dependerá de requisição for-
mulada pelo Ministro da Justiça;
•	 No caso de ofensa a funcionário público em razão de suas funções, a ação 
penal será pública condicionada à representação do ofendido;
•	 No caso de injúria discriminatória (artigo 140, §3.º), a ação penal também 
será pública condicionada à representação do ofendido.
Os crimes contra o Estado Democrático de Direito, incluído no código penal 
no título XII, visa a tutela do regime de governo e suas instituições demo-
cráticas de acordo com o processo de redemocratização do país pós-pe-
ríodo militar. Para analisar os novos tipos penais, são apresentadas refe-
rências ao contexto histórico-político da Lei de Segurança Nacional, para 
depois situá-los no contexto constitucional de cunho democrático como 
um todo, conforme a Constituição Federal de 1988, especificando-se a gua-
rida dos bens jurídicos tutelados pela lei n° 14. 197 de 2021. Também foram 
feitas considerações sobre o conteúdo de cada crime trazidos pela norma 
ordinária.
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Leitura Complementar
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NUCCI, Guilherme de S. Direito Penal: Partes Geral e Especial. (Esquemas & Siste-
mas). Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo GEN, 2022.
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