Buscar

3 Teoria geral do crime

Prévia do material em texto

RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
TEORIA GERAL DO CRIME 
CONCEITO DE CRIME 
CRITÉRIO MATERIAL 
Toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos tutelados pelo 
direito. 
CRITÉRIO LEGAL 
Crime é a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. 
Diferença de crime e contravenção é a pena imposta na conduta. 
• Crime → reclusão ou detenção;
• Contravenção penal → prisão simples ou multa
CRITÉRIO ANALÍTICO/FORMAL/DOGMÁTICO) 
Foca nos elementos que compõem o delito: 
a. Tipicidade: adequação do fato com a conduta definida em lei
b. Ilicitude(antijuricidade): conduta definida em lei como ilícita
c. Culpabilidade: Juízo de reprovação sobre determinada conduta que contraria a norma
penal
d. Punibilidade: Possibilidade de punição para o infrator.
Teorias do crime segundo o critério analítico: 
✓ TEORIA QUADRIPARTIDA → FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE + 
PUNIBILIDADE. 
✓ TEORIA CLÁSSICA DA AÇÃO (ADOTADA NO BRASIL) → FATO TÍPICO + ILÍCITO E 
CULPÁVEL 
✓ TEORIA BIPARTIDA/ FINALISTA DA AÇÃO →FATO TÍPICO E ILÍCITO 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 
 
OBJETO DO CRIME 
É o bem o qual se dirige a conduta criminosa. Pode ser: 
1. Jurídico: interesse protegido pela lei penal 
2. Material: é a pessoa ou a coisa a qual a conduto criminosa atinge. 
Não há crime sem objeto jurídico, pois qualquer crime viola uma lei. entretanto é 
possível um delito sem objeto material. exemplo: ato obsceno. 
 
 
 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
SUJEITO ATIVO 
 É quem pratica a figura típica descrita na norma penal incriminadora. Somente o ser 
humano, 
✓ Autor: toda a pessoa que pratica o núcleo do tipo penal. 
✓ Co-autor: agente que mais se aproxima do núcleo do tipo penal, juntamente com o 
autor principal, podendo sua participação ser parcial ou direta. 
✓ Partícipe: não participa dos atos de execução, mas auxilia o autor (ou co-autor) na 
realização do fato típico. 
 
PESSOA JURÍDICA COMO SUJEITO ATIVO: 
1. Teoria da ficção: A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo do crime. Somente os 
responsáveis concretos pelo delito são responsabilizados penalmente. 
2. Teoria da Realidade (Predominante): pessoa jurídica é um ser natural e que tem 
vontade própria. Assim, admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Ex: crime 
ambiental. 
 
SUJEITO ATIVO QUALIFICADO (CRIMES PRÓPRIOS QUANTO AO 
SUJEITO ATIVO): 
Há crimes que reclamam determinada capacidade especial do sujeito ativo. (Ex: Ser funcionário 
público para cometer o crime de peculato). 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 
SUJEITO PASSIVO 
Titular do bem jurídico lesado ou ameaçado. Espécies: 
1. Sujeito passivo formal ou mediato → Estado (sempre lesado pela conduta do sujeito 
ativo). 
2. Sujeito passivo material ou imediato → Titular do interesse penalmente protegido. 
a. Pessoas físicas → Homicídio 
b. Estado → Crimes contra a Adm. Pub. 
c. Pessoa jurídica → Fraude contra seguro 
d. Coletividade → Incitar prática de crime 
 
CASOS ESPECIAIS DE SUJEITO PASSIVO 
a. Incapaz: pode ser sujeito passivo. 
b. Morto: Não pode ser sujeito passivo de nenhum delito. O sujeito passivo em alguma 
conduta contra os mortos será sua família o a coletividade. 
c. Nascituro: Pode ser sujeito passivo. 
d. Animais e coisas inanimadas: Não pode ser vítimas. Os sujeitos passivos são os seus 
proprietários ou a coletividade. 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES 
CRIMES COMUNS, CRIMES PRÓPRIOS E DE MÃO PRÓPRIA 
✓ Comuns → Podem ser praticados por qualquer pessoa. Ex: Homicídio 
✓ Próprios → Exigem que o autor seja portador de capacidade especial. Ex: Peculato, 
infanticídio. 
✓ De mão própria → cometidos por qualquer pessoa, mas não podem ser praticados por 
intermédio de outro, ou seja, admite apenas a participação. Ex: Falso testemunho. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 
 
CRIMES INSTANTÂNEOS, PERMANENTES E INSTANTÂNEOS DE 
EFEITOS PERMANENTES 
✓ Crime Instantâneo → É aquele que, quando consumado, encerra-se. 
✓ Crime Permanente → Existe quando a consumação se prolonga no tempo, dependente da 
ação ou omissão do sujeito ativo. Não se admite a tentativa. 
✓ Delito Instantâneo De Efeitos Permanentes → é aquele em que a permanência do efeito 
não depende do prolongamento da ação do sujeito ativo. 
 
 
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS 
CONDUTA 
TEORIAS DA CONDUTA: 
a) Causal-naturalística: 
Conduta é a ação humana. Assim, basta que haja movimento corporal para que exista 
conduta 
 
b) Social: 
A conduta é a ação humana, voluntária e que é dotada de alguma relevância social 
 
c) Finalista (adotada no Código Penal): 
A conduta humana é a ação (positiva ou negativa) voluntária dirigida a uma determinada 
finalidade. 
a. Dolo - O agente quer ou assume o resultado. 
b. Culpa - O agente não quer nem assume o resultado, mas o causa por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
 
DOLO 
Dolo ocorre quando o agente quis o resultado (teoria da vontade) ou assumiu o risco de 
produzi-lo (teoria do assentimento). 
 
TIPOS DE DOLO: 
➢ Dolo direto ou determinado: vontade consciente de praticar uma conduta para alcançar um 
resultado pretendido (teoria da vontade). 
➢ Dolo de primeiro grau: é a conduta dirigida para determinado resultado. É sinônimo de dolo 
direto. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
➢ Dolo de segundo grau: também chamada de dolo necessário. Para alcançar o resultado 
visado, é necessário outro resultado paralelo. 
➢ Dolo indireto ou indeterminado: O agente assume o risco de produzir o resultado, EMBORA, 
não o queira diretamente, e nem haja certeza de que isso irá acontecer. 
➢ Dolo alternativo: vontade consciente de praticar uma conduta para alcançar qualquer um dos 
resultados previstos. 
➢ Dolo eventual: vontade consciente de praticar uma conduta assumindo o risco de alcançar um 
resultado previsto, em relação ao qual se é indiferente. 
➢ Dolo geral: O dolo geral ou erro sucessivo ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado 
um resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. Ex: Determinado 
agente pretende matar uma vítima por asfixia e, achando equivocadamente que ela estaria 
morta, joga o corpo no rio, causando a morte por afogamento. 
➢ Dolo cumulativo: é um conjunto de dolos, manifestados de forma sequencial. É o que ocorre 
na progressão criminosa, configurada quando o agente deseja inicialmente produzir um 
resultado e, após atingi-lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão, produzindo lesão mais 
grave sob o mesmo bem jurídico. 
CULPA 
Culpa - Acontece quando o agente deixando de observaro dever objetivo de cuidado por 
imprudência, negligência ou imperícia realiza voluntariamente uma conduta. 
 
➢ Imprudência → O agente atua com precipitação, afoiteza, sem os cuidados que o caso requer 
é a forma positiva da culpa - in agendo – Ex: conduzir um veículo em alta velocidade num dia 
de muita chuva. 
➢ Negligência → É a ausência de precaução. Ex: Conduzir veículo automotor com pneus gastos. 
Diferentemente da imprudência – ação positiva - a negligência é negativa. O agente não adota 
ação cuidadosa que se exige no caso concreto, daí advindo o resultado lesivo. 
➢ Imperícia → é a falta de aptidão técnica para o exercício da arte ou profissão- Ex. condutor 
que troca o pedal do freio pelo da embreagem, gerando o atropelamento. 
 
TIPOS DE CULPA: 
➢ Culpa consciente: O agente tem a previsibilidade objetiva e subjetiva do resultado, mas 
acredita firmemente que ele não irá ocorrer. Acredita que o mesmo não irá ocorrer porque ele 
é bom o suficiente, ou irá usar as diligências necessárias. 
➢ Culpa inconsciente: Embora uma pessoa normal preveja o resultado danoso (previsibilidade 
objetiva), o agente não consegue enxergar. Nesse caso não há previsibilidade por parte do 
agente, seja objetiva ou subjetiva." 
➢ Preterdoloso: Uma conduta dolosa acarreta a produção de um resultado mais grave por culpa. 
Coexistem os dois elementos subjetivos: dolo na conduta antecedente e culpa na conduta 
consequente. 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 Consciência Vontade Tradução 
Dolo direto Prevê Quer Quero foder mesmo 
Dolo eventual Prevê Assume o risco Foda-se 
Culpa consciente Prevê Acha que pode evitar Fodeu 
Culpa 
inconsciente 
Não prevê Não quer Nem fodendo 
 
RESULTADO 
O resultado naturalístico é a modificação do mundo real provocada pela conduta do 
agente. Apenas nos crimes chamados materiais se exige um resultado naturalístico. Nos crimes 
formais e de mera conduta não há essa exigência. 
 
O resultado pode ser: 
Resultado naturalístico - nem sempre estará presente; 
Resultado jurídico - ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Esse resultado 
sempre estará presente. 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido. 
 
O nexo de causalidade pode ser entendido como o vínculo que une a conduta do agente ao 
resultado naturalístico ocorrido no mundo exterior. 
 
TEORIAS DO NEXO DE CAUSALIDADE 
➢ Equivalência dos antecedentes: (“conditio sine qua non”): causa é todo e qualquer 
acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido como e quando 
ocorreu. É a regra geral do Código Penal, art. 13. 
 
➢ Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir 
o resultado. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no caso de concausa 
relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. 
É a regra art. 13, §1º do Código Penal. 
 
➢ Teoria da imputação objetiva: A causalidade objetiva precisa analisar o nexo físico (apenas 
esse elemento basta para a "conditio sine qua non") + nexo normativo (criação ou 
incremento de um risco proibido; realização do risco no resultado; resultado dentro 
do alcance do tipo) + dolo e culpa. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
TIPICIDADE 
A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade material. 
 
➢ Tipicidade formal: adequação da conduta do agente a uma previsão típica (prevista 
na Lei como crime). 
• Imediata (direta) – Conduta do agente é exatamente aquela descrita na 
norma penal incriminadora. Ex.: José atira em Maria, querendo sua morte, e 
Maria morre. Há adequação típica imediata ao tipo penal do art. 121 do CP. 
 
• ⇒ Mediata (indireta) – A conduta do agente não corresponde exatamente 
ao que diz o tipo penal, sendo necessária uma norma de extensão. Ex.: Paulo 
empresta a arma para que José mate Maria, o que efetivamente ocorre. Paulo 
não praticou a conduta de “matar alguém”, logo, a adequação típica depende 
do art. 29 do CP (que determina que os partícipes respondam pelo crime). 
Assim: art. 121 + art. 29 do CP. 
 
➢ Tipicidade material: a ocorrência de uma ofensa (lesão ou exposição a risco) 
significativa ao bem jurídico. Observação: não haverá tipicidade material quando a 
conduta, apesar de formalmente típica (prevista na Lei como crime), não for capaz de 
afetar significativamente o bem jurídico protegido pela norma (princípio da 
insignificância). 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DO FATO TÍPICO 
➢ Coação física irresistível → Exclui a conduta 
➢ Erro de tipo inevitável → Exclui o dolo e a culpa 
➢ Sonambulismo e atos reflexos → Não há dolo ou culpa. 
➢ Insignificância e adequação social da conduta → Não há tipicidade material 
 
 
 
ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO 
Erro de tipo. 
Art. 20 do CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
 
Erro de proibição 
Art. 21 do CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, 
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
ERRO DE TIPO 
Falsa percepção da realidade. 
Recai sobre o fato típico (conduta) 
Sempre exclui o dolo. 
 
Análise da culpa: 
1) Inescusável/evitável → A culpa permanece 
2) Escusável/Inevitável → Exclui totalmente a conduta 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
A realidade é conhecida, mas acredita que a conduta está de 
acordo com a Lei. 
Recai sobre a ilicitude do fato. Sobre a culpabilidade 
(potencial consciência da ilicitude) 
Análise da culpabilidade: 
1) Inescusável/evitável → Aplica-se diminuição de pena, 
de 1/6 a 1/3 
2) Escusável/Inevitável → Exclui a culpabilidade 
 
 
 
 
 
CRIME CONSUMADO E TENTADO 
ITER CRIMINIS 
1. Cogitação 
2. Atos preparatórios 
3. Atos executórios 
4. Consumação 
5. Exaurimento 
 
 
TENTATIVA 
O crime é considerado tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
A tentativa pode ser: 
➢ Tentativa branca ou incruenta: o agente não atinge o objeto que pretendia lesar. 
Ex.: José atira em Maria, com dolo de matar, mas erra o alvo. 
 
➢ Tentativa vermelha ou cruenta: O agente atinge o objeto, mas não obtém o resultado 
naturalístico esperado, em razão de circunstâncias alheias à sua vontade. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
Ex.: José atira em Maria, com dolo de matar, e acerta o alvo. Maria, todavia, sofre 
apenas lesões leves no braço, não vindo afalecer. 
 
➢ Tentativa perfeita: Ocorre quando o agente esgota completamente os meios de que 
dispunha para lesar o objeto material, mas o crime não é consumado. 
Ex.: José atira em Maria, com dolo de matar, mas Maria é socorrida e não morre. 
 
➢ Tentativa imperfeita: Ocorre quando o agente, antes de esgotar toda a sua 
potencialidade lesiva, é impedido por circunstâncias alheias, sendo forçado a interromper 
a execução. 
Ex.: José possui um revólver com 06 projéteis. Dispara os 03 primeiros contra Maria, 
mas antes de disparar o quarto é surpreendido pela chegada da Polícia Militar. Por isso, 
Maria não morre. 
 
CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA: Contravenções, Culposos, Habituais, 
Omissivos próprios, Unissubsistentes, Preterdolosos, Empreendimento (ou de atentado) 
BIZU PARA DECORAR: CCHOUPE 
 
 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR E CRIME IMPOSSÍVEL 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
(desistência voluntária) ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos 
já praticados. 
É uma causa de exclusão da tipicidade, pois não há consumação do crime. 
Na desistência voluntária o agente, por ato voluntário, desiste de dar sequência aos atos 
executórios, mesmo podendo fazê-lo. 
Tentativa → O agente quer, mas não pode prosseguir. 
Desistência voluntária → O agente pode, mas não quer prosseguir. 
 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza (arrependimento eficaz), só responde pelos atos já 
praticados. 
O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
Para que o arrependimento eficaz ocorra, é necessário que não haja a consumação do 
resultado. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado 
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
O arrependimento posterior, por sua vez, não exclui o crime, pois este já se consumou, mas 
é causa obrigatória de diminuição de pena. 
 
CRIME IMPOSSÍVEL 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
Súmula 567 do STJ 
“Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de 
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração 
do crime de furto.” 
 
QUADRO RESUMO 
TENTATIVA Agente pratica a conduta delituosa, mas 
por circunstâncias alheias à sua 
vontade, o resultado não ocorre. 
Responde pelo crime, com 
redução de pena de 1/3 a 
2/3. 
DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA 
O agente INICIA a prática da conduta 
delituosa, mas se arrepende, e CESSA a 
atividade criminosa (mesmo podendo 
continuar) e o resultado não ocorre. 
Responde apenas pelos 
atos já praticados. 
Desconsidera-se o “dolo 
inicial”, e o agente é punido 
apenas pelos danos que 
efetivamente causou. 
ARREPENDIMENTO 
EFICAZ 
O agente INICIA a prática da conduta 
delituosa E COMPLETA A EXECUÇÃO DA 
CONDUTA, mas se arrepende do que fez 
e toma as providências para que o 
resultado inicialmente pretendido não 
ocorra. O resultado NÃO ocorre. 
Responde apenas pelos 
atos já praticados. 
Desconsidera-se o “dolo 
inicial”, e o agente é punido 
apenas pelos danos que 
efetivamente causou. 
ARREPENDIMENTO 
POSTERIOR 
O agente completa a execução da 
atividade criminosa e o resultado 
efetivamente ocorre. Porém, após a 
ocorrência do resultado, o agente se 
arrepende E REPARA O DANO ou 
RESTITUI A COISA. 
O agente tem a pena 
reduzida de 1/3 a 2/3. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
1. Só pode ocorrer nos crimes cometidos 
sem violência ou grave ameaça à 
pessoa 
2. Só tem validade se ocorre antes do 
recebimento da denúncia ou queixa. 
 
 
 
 
ILICITUDE E CAUSAS DE EXCLUSÃO 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Excesso Punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio 
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
REQUISITOS: 
1) Perigo atual (a conduta do agente tem que ser inevitável) 
2) Não provocou, nem podia evitar 
3) Direito próprio ou alheio, sacrifício não razoável (a conduta deve ser proporcional) 
OBSERVAÇÕES 
1) Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
2) Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços. 
 
TIPOS DE ESTADO DE NECESSIDADE: 
a. Agressivo – o agente sacrifica o bem jurídico de terceiro que não provocou a situação 
de perigo 
b. Defensivo – o agente sacrifica o bem jurídico de quem provocou a situação de perigo 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
Estado de necessidade 
recíproco 
É admissível que duas ou mais pessoas estejam, simultaneamente, em estado 
de necessidade, umas contra as outras. Nesse caso, fica afastada a ilicitude do 
fato. 
Comunicabilidade do 
Estado de necessidade 
Se um dos autores houver praticado o fato por estado de necessidade, a 
excludente de ilicitude se comunica a todos os coautores e partícipes da infração 
penal. 
Erro na execução Pode acontecer. Nesse caso, o agente permanece coberto pela excludente de 
ilicitude. 
Condição de 
miserabilidade 
É possível, mas o STJ entende que a simples alegação de miserabilidade não 
gera o estado de necessidade para que seja excluída a ilicitude do fato. 
LEGÍTIMA DEFESA 
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
REQUISITOS: 
1) Uso moderado dos meios 
2) Injusta agressão atual ou iminente 
3) Direito seu ou de outrem 
 
Considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele 
agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
 
 
ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 
A lei não pode punir a quem cumpre um dever que ela impõe. 
O agente responderá pelo seu excesso. 
 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
Um comportamento não pode ser ao mesmo tempo um direito de agir e crime. 
 
 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospoliciahttps://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
CULPABILIDADE 
Culpabilidade é o juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias 
pessoais. 
 
TEORIAS 
a) Teoria Psicológica → agente seria culpável se era imputável no momento do crime e 
se havia agido com dolo ou culpa; 
b) Teoria normativa ou psicológico-normativa → Para essa teoria, mais evoluída, ainda 
que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só seria culpável se no 
caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro comportamento que não o 
comportamento criminoso. 
c) Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) → Essa teoria deixa de 
considerar o dolo e culpa como elementos da culpabilidade. 
Para esta teoria, os elementos da culpabilidade são: a) imputabilidade; b) potencial 
consciência da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa. Para a teoria extremada, 
todo erro que recaia sobre uma causa de justificação seria equiparado ao erro de 
proibição. 
d) Teoria limitada da culpabilidade → a teoria extremada e a teoria limitada dizem a 
mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser dispensado às 
descriminantes putativas. Na teoria limitada, o erro pode ser tratado como erro de tipo 
ou erro de proibição. 
 
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
1) Imputabilidade → é a possibilidade de se atribuir o fato típico e ilícito ao agente; 
2) Potencial consciência da ilicitude → Capacidade de conhecer a ilegalidade da conduta 
3) Exigibilidade de conduta diversa → Possibilidade de agir de outra forma perante as 
circunstâncias. 
 
IMPUTABILIDADE 
 
Sistemas da imputabilidade: 
➢ Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou determinada idade para que o agente seja 
inimputável. É adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. 
➢ Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na análise do caso concreto. 
➢ Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve 
analisar no caso concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter ilícito da conduta e de 
se comportar conforme o Direito (critério psicológico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo 
nosso Código Penal. 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
 
Excludentes de imputabilidade: 
a. Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado no tempo do fato; 
b. Menor de 18 anos; 
c. Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior 
 
DOENÇA MENTAL 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
 
É um critério biopsicológico, pois mescla o biológico (possua doença) e o psicológico 
(inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-
se conforme este entendimento). 
Se o agente for semi-imputável → Terá sua pena reduzida. 
 
EMBRIAGUEZ 
Embriaguez Acidental 
Completa Inimputável 
Parcial 
Imputável com diminuição de 
pena 
Voluntária (Culposa ou dolosa) Imputável 
Preordenada Imputável + agravante 
 
 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
É a possibilidade de saber que o fato é criminoso. 
O desconhecimento da lei é inescusável. 
 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
São causas de exclusão da exigibilidade de conduta diversa: 
a. Coação moral irresistível 
b. Obediência hierárquica 
➢ a ordem não pode ser manifestadamente ilegal. Se ele sabe que é ordem ilegal, 
responde pelo crime juntamente com o chefe. 
➢ Só se aplica aos funcionários públicos. 
 
 
 
 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, 
na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 
um sexto a um terço. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada 
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave. 
 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. 
 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
 
TEORIAS 
1) Pluralista: Cada colaborador responde pelo crime que cometeu. 
2) Dualista: Existem dois crimes. Um para aqueles que praticam o verbo o tipo e outro 
para quem tem participação secundária. 
3) Monista: Todos colaboram para responder o mesmo crime. (adotada no Código 
Penal) 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
REQUISITOS 
1) Pluralidade de pessoas → precisa de pelo menos duas pessoas. 
2) Liame subjetivo → Aderência de uma vontade à outra. Não é necessariamente um 
acordo prévio. Basta que o agente venha a consentir com a vontade do outro agente. 
3) Relevância causal → o comportamento tem que ter sido relevante para a realização 
do crime. 
4) Unidade de crime → é necessário que todos atuem unindo os esforços na consecução 
de um único crime. 
 
SUJEITOS 
➢ Co-autores: Várias pessoas participam da execução do crime. Possuem domínio do fato 
e todos praticam o fato próprio. 
➢ Partícipes: colaboram sem realizar o verbo nuclear do tipo. São ajudantes. 
➢ Autor Mediato: O agente se vale de alguém incupável para praticar um crime. Não 
existe concurso de pessoas. Ex: instigar uma criança a cometer um crime. 
➢ Autor colateral: O agente pratica a mesma infração penal sem combinação prévia. 
Cooperação dolosamente distinta 
Ocorre quando o agente aceita colaborar com um dos crimes, mas não com outro. 
O agente responderá apenas nos limites do crime que aceitou colaborar. 
 
Em concurso com funcionário público 
 Quem age em concurso com servidor público responde por crime funcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw
RESUMO 
DIREITO PENAL 
https://irmaospolicia.com.br/ Para mais conteúdo, clique aqui → 
 
INFRAÇÕES PENAIS – CRIME E CONTRAVENÇÃOA infração penal ocorre quando uma pessoa pratica qualquer conduta descrita na lei e, através 
dessa conduta, ofende um bem jurídico de uma terceira pessoa. 
 
 
ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL 
 
 A legislação brasileira apresenta um sistema bipartite, sendo a infração penal dividida em duas 
espécies: crime(delito) e contravenção. 
 
Espécie Crime Contravenção 
Pena Reclusão e detenção (mais 
multa, em alguns casos) 
Prisão simples e multa 
Ação penal Ação pública e privada Ação pública incondicionada 
Tentativa A tentativa é punida A tentativa não é punida 
Extraterritorialidade Admite Extraterritorialidade Não admite 
Extraterritorialidade 
Esfera Estadual e Federal Estadual 
Limite máximo da pena 40 anos 5 anos 
 
 
 
 
 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
https://irmaospolicia.com.br/
https://instagram.com/irmaospolicia
https://www.youtube.com/channel/UCbwFCy44nCv0JpTlkbPbKxw

Continue navegando