Buscar

Controle Social, Gestão DoTerritório e Vigilância Socioassistencial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Controle SoCial, 
GeStão Do 
território e ViGilânCia 
SoCioaSSiStenCial
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Prof.ª Valquiria Viviani Rodrigues Backes Forster
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Prof.ª Valquiria Viviani Rodrigues Backes Forster
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P618c
Pieritz, Vera Lúcia Hoffmann
Controle social, gestão do território e vigilância socioassistencial. 
/ Vera Lúcia Hoffmann Pieritz; Valquiria Viviani Rodrigues Backes Forster. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
193 p.; il.
ISBN 978-65-5663-295-7
ISBN Digital 978-65-5663-290-2
1. Assistência social. - Brasil. 2. Controle social. – Brasil. I. Forster, 
Valquiria Viviani Rodrigues Backes. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 300
apreSentação
“Pergunta-se frequentemente: qual é a real necessidade dos ex-
cluídos? Aos pobres basta o alimento? Aos discriminados basta 
a lei? Às crianças basta o acesso à escola? É evidente que não. 
Essas medidas são fundamentais, mas não são suficientes. Os 
excluídos, como todos os homens, têm fome de dignidade”. 
(SAWAIA, 2003, p. 55)
Caro acadêmico! Tudo bem com você? Esperamos que sim. Antes de 
iniciarmos os estudos da disciplina de Controle Social, Gestão do Território e 
Vigilância Socioassistencial, apresentaremos um breve currículo das profes-
soras autoras deste livro de estudos. 
A professora Vera Lúcia Hoffmann Pieritz é doutora em gestão da saú-
de pública, mestre em desenvolvimento regional, especialista em educação a dis-
tância: gestão e tutoria; MBA profissional em gestão administrativa e marketing; 
direito empresarial e direito médico e hospitalar. Ela tem graduação em serviço 
social e em direito, possui experiência profissional em coordenação dos cursos 
de serviço social e das áreas do direito, além de docência no Ensino Superior e 
orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso. Assistente social do Artigo 170 
– UNIEDU/UNIASSELVI. Foi a conselheira municipal dos direitos do idoso e dos 
direitos das crianças e dos adolescentes de Indaial (Santa Catarina), além de ser 
conselheira municipal da habitação do mesmo município. Ela é integrante do Nú-
cleo de Educação Permanente das SUAS/SC. Advogada e consultora empresarial 
na área de gestão. Docente do curso de Introdução ao Exercício do Controle Social 
do SUAS (CapacitaSUAS), do Programa Nacional de Capacitação do SUAS do 
MDSA. Tem experiência na área de serviço social, estágio, consultoria e assessoria 
técnica de gestão, atuando principalmente nos seguintes temas: direito médico e 
hospitalar, economia solidária, redes, políticas públicas, gestão, autogestão, plane-
jamento estratégico, organização empresarial, direito e serviço social. 
A professora Valquíria Viviani Rodrigues Backes Forster é especialista 
em violência doméstica contra crianças e adolescentes. Tem graduação em ser-
viço social. Ela é assistente social da Secretaria Municipal de Assistência Social 
de Joinville e participante da Implantação do SUAS no município de Joinville 
(Santa Catarina). É conselheira do Conselho Municipal de Assistência Social 
(CMAS) de Joinville. Coordenadora da área de vigilância socioassistencial de 
Joinville. Docente do curso de Introdução ao Exercício do Controle Social do 
SUAS e do curso de Vigilância Socioassistencial (CapacitaSUAS), do Progra-
ma Nacional de Capacitação do SUAS do MDSA. Ela é professora tutora exter-
na do curso de bacharelado de serviço social da UNIASSELVI e orientadora de 
Trabalho de Conclusão do Curso de bacharelado em serviço social.
Iniciamos a disciplina de Controle Social, Gestão do Território e Vigilância 
Socioassistencial estudando, nesta Unidade 1, as questões relativas ao controle so-
cial da política de assistência social, em que analisaremos a política de assistência so-
cial, perpassando pela linha do tempo e marcos normativos, além de proporcionar 
a compreensão dos objetivos, princípio e diretrizes da política de assistência social. 
Também será discutido a questão dos movimentos sociais e a participação popular, 
como também verificaremos os marcos normativos do controle social da política de 
assistência social e o papel do controle social na política de assistência social.
Na Unidade 2, estudaremos a gestão do território, verificando a fun-
ção da gestão na política de assistência social. Estudaremos também sobre o 
conceito de território e o lugar do território na política de assistência social, 
para assim compreender a questão do cotidiano e lugar, sem esquecer de 
trabalhar as territorialidades, ou seja, os territórios em perspectiva.
Na Unidade, 3 será discutido a questão da vigilância socioassistencial, 
sua função e área de atuação, também proporcionaremos uma discussão re-
lativa ao papel da vigilância socioassistencial na política de assistência social.
Além disso, não poderia faltar uma discussão a respeito dos concei-
tos pertinentes à função de vigilância socioassistencial, tratando do risco e 
da vulnerabilidade.
Será abordado, ainda, a questão dos indicadores sociais, das macro ativi-
dades da vigilância socioassistencial, da organização, estruturação e padronização 
dos dados, do gerenciamento e consulta de sistemas informatizados, do monito-
ramento e avaliação, do planejamento e organização de busca ativa e notificação 
de violências e violações de direito, estudaremos também a questão da elaboração 
de diagnósticos e estudos, do diagnóstico socioterritorial e do mapa falado.
Prontos para começar a compreender o Controle Social, Gestão do 
Território e Vigilância Socioassistencial? Então vamos à luta, e bons estudos! 
Desejamos muito sucesso em sua vida profissional!
Professora Vera Lúcia Hoffmann Pieritz 
Professora Valquiria Viviani Rodrigues Backes Forster
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETESumário
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ............... 1
TÓPICO 1 — A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA – LINHA DO
 TEMPO E MARCOS NORMATIVOS ....................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 MARCOS NORMATIVOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NA LINHA DO TEMPO .............. 4
2.1 OBJETIVOS, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE 
 ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS .................................................................................................. 6
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 23
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 24
TÓPICO 2 — MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR ................................ 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 MOVIMENTOS SOCIAIS ............................................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 — PRINCIPAIS MARCOS NORMATIVOS DO CONTROLE SOCIAL DA 
 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 44
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47
TÓPICO 4 — O PAPEL DO CONTROLE SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
 SOCIAL ......................................................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
1.1 DESAFIOS DO CONTROLE SOCIAL ....................................................................................... 52
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 56
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 62
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 64
UNIDADE 2 — GESTÃO DO TERRITÓRIO ................................................................................. 67
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA GESTÃO NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ......... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 CONCEITO E INSTRUMENTOS DE GESTÃO NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
 SOCIAL ................................................................................................................................................ 69
2.1 PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................ 72
2.2 ORÇAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................ 74
2.3 PLANO PLURIANUAL (PPA) .................................................................................................... 76
2.4 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ................................................................... 77
2.5 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) .................................................................................... 78
2.6 FINANCIAMENTO DO SUAS ................................................................................................... 79
2.7 GESTÃO DA INFORMAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ............................... 82
2.8 RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO........................................................................................... 86
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 — CONCEITO DE TERRITÓRIO ................................................................................. 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 CONCEITO DE TERRITÓRIO ....................................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 100
TÓPICO 3 — O LUGAR DO TERRITÓRIO NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA 
 SOCIAL ....................................................................................................................... 101
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 101
2 O COTIDIANO E O LUGAR......................................................................................................... 101
3 TERRITORIALIDADES: OS TERRITÓRIOS EM PERSPECTIVA ....................................... 103
4 TERRITORIALIZAÇÃO ................................................................................................................ 106
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 115
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 123
UNIDADE 3 — VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL – FUNÇÃO OU ÁREA .................. 125
TÓPICO 1 — O PAPEL DA VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL NA POLÍTICA 
 DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 MARCO NORMATIVO ................................................................................................................. 128
2.1 LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS ........................................................ 130
2.2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS ............................................ 132
2.3 NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL–
 NOB/SUAS 2012 .......................................................................................................................... 135
3 ORGANIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL.............................................. 140
4 CONCEITOS PERTINENTES À FUNÇÃO DE VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL:
 RISCO E VULNERABILIDADE ................................................................................................... 143
4.1 VULNERABILIDADE SOCIAL ................................................................................................ 144
4.2 RISCO ........................................................................................................................................... 145
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152
TÓPICO 2 — INDICADORES SOCIAIS ....................................................................................... 153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 153
2 RECINHECENDO OS INDICADORES SOCIAIS ................................................................... 154
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 162
TÓPICO 3 — AS MACROATIVIDADES DA VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL ....... 163
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 163
2 ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DOS DADOS ...................... 166
3 GERENCIAMENTO E CONSULTA DE SISTEMAS INFORMATIZADOS........................ 167
4 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ........................................................................................ 172
5 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE BUSCA ATIVA E NOTIFICAÇÃO DE
 VIOLÊNCIAS E VIOLAÇÕES DE DIREITO ............................................................................. 175
6 ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS E ESTUDOS ............................................................... 175
6.1 DIAGNÓSTICO SOCIOTERRITORIAL ................................................................................. 176
6.2 MAPA FALADO ......................................................................................................................... 182
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 185
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 191
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 192
1
UNIDADE 1 — 
CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar os principais marcos normativos da Assistência Social 
brasileira;
• constatar os objetivos, princípios e diretrizes da Política de Assis-
tência Social;
• refletir sobre a importância dos movimentos sociais e da partici-
pação popular no Brasil;
• reconhecer os principais marcos normativos e históricos e o papel 
do controle social na política de assistência social.
2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA 
– LINHA DO TEMPO E MARCOS NORMATIVOS 
TÓPICO 2 – MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR
TÓPICO 3 – PRINCIPAIS MARCOS NORMATIVOS DO CONTROLE 
SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
TÓPICO 4 – O PAPEL DO CONTROLE SOCIAL NA POLÍTICA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — A 
UNIDADE 1
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA – 
LINHA DO TEMPO E MARCOS NORMATIVOS
FIGURA 1 – PÚBLICO USUÁRIO DA POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
FONTE: <https://bit.ly/32XFWpg>. Acesso em: 15 jun. 2020.
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico, você terá a oportunidade de conhecer os 
principais momentos históricos e legislativos que permeiam a Política de Assistência 
Social no Brasil. Descreveremos um pouco dos movimentos populares tão impor-
tantes para a organização e a aprovação da Assistência Social como política pública, 
ofertado pelo Estado em defesa e garantia de direitos dos cidadãos brasileiros.
Nessa caminhada, você terá oportunidade de compreender como se organiza 
a estrutura da Política Pública de Assistência Social e seu papel na proteção social, bem 
como identificar como a vigilância socioassistencial interfere na formulação de novas 
estratégias de atendimento às expressões da questão social, a partir da análise quali-
quantitativa. Se familiarizar com este tema é fundamental para você, acadêmico, pois, a 
Política de Assistência Social ainda é uma das maiores empregadoras dos profissionais 
de Serviço Social no nosso país, tanto na rede privada quanto na rede pública.
Bons estudos!
FIGURA 2 – CONTROLE SOCIAL
FONTE: <https://bit.ly/2UFcNL9>. Acesso em: 15 jun. 2020.
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
4
2 MARCOS NORMATIVOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NA 
LINHA DO TEMPO
Tendo seu ponto de partida nas ações caritativas, de benesse e assistencialismo, 
a Política de Assistência Social ganhou um lugar de destaque e discussão na década de 
1980, quando a sociedade brasileira vivenciou um intenso momento de engajamento 
social da população, que se reunira reivindicando melhores condições sociais. 
FIGURA 3 – DIREITOS E POLÍTICAS SOCIAIS
FONTE: https://bit.ly/3nBSFG4. Acesso em: 15 jun. 2020.
Dessa luta, fortaleceram-se os movimentos sociais, que protagonizaram 
forte pressão popular que impulsionaram a discussão sobre direitos e políticas 
sociais, sendo estas incorporadas à Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988, também chamada de Carta Magna ou Constituição Cidadã, con-
siderada a maior e mais abrangente legislação brasileira, reconhecida internacio-
nalmente como uma das melhores e mais avanças legislações de um país.
O marco normativo que apresentou a Assistência Social como política 
pública no Brasil, junto à Política de Saúde e a Previdência Social, formando 
o sistema brasileiro de seguridade social, foi a Constituição Federal de 1988 – 
CF/1988, que assim cita o Art. 194: “a Seguridade Social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destina-
das a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social 
(EC no 20/98)” (BRASIL, 1988, p. 117). 
A Constituição Cidadã definiu em seu texto que o Poder Público ficaria 
responsável por regulamentar cada uma das áreas (Saúde, Previdência e Assis-
tência Social) dispondo legislativamente como deveria ser sua organização, qual 
seu alcance e como as pessoas poderiam acessar seus direitos sociais. 
Discorreremos brevemente a seguir, sobre as três áreas que compõem o 
sistema de seguridade brasileiro, dando ênfase à Política de Assistência Social, 
nosso foco primordial durante todo este conteúdo.
Com relação à Política Pública de Saúde, em seu Art. 196, a CF/1988 dis-
põe: “a Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticasTÓPICO 1 — A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA – LINHA DO TEMPO E MARCOS NORMATIVOS
5
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos 
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção 
e recuperação” (BRASIL, 1988, p. 118).
Dessa forma, a Carta Magna estabelece que todos brasileiros, independen-
temente de sua classe social, local de moradia e condição socioeconômica, terão 
direito ao atendimento nas questões de saúde de forma gratuita, sob a responsabi-
lidade precípua do Estado, ofertado por meio do Sistema Único de Saúde – SUS.
No seu Art. 201, a Constituição Cidadã discorre sobre a Previdência Social, 
determinando que ela é uma Política Pública de caráter contributivo, devendo estar 
organizada em forma de regime geral. A Previdência Social deve fazer a cobertura aos 
contribuintes que estejam passando por situações de doenças, invalidez, morte, idade 
avançada, maternidade, entre outras previsões indicadas na legislação brasileira (BRA-
SIL, 1988). Por fim, nossa Carta Magna, assim se profere sobre a Assistência Social:
Art. 203. A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência 
e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família, conforme dispuser a lei (BRASIL, 1988, p. 122).
Como você observou até aqui, a Constituição Federal de 1988 apresentou uma 
série de direitos aos cidadãos os quais devem ser entregues à sociedade por meio de 
políticas públicas, sob a responsabilidade primeira do Estado, sem descartar a responsa-
bilidade da sociedade, garantindo o atendimento às necessidades básicas dos cidadãos.
Após a CF/1988, a Assistência Social passa a ser garantida em lei, tornan-
do-se oficialmente uma política pública de direito, com caráter universal para 
quem dela precisar, sem a exigência de nenhuma contribuição.
Após esse grande ganho garantidor de direitos, o segundo importante 
marco normativo da Assistência Social foi a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 
1993, denominada de Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.
A LOAS regulamentou o texto da CF/1988 no que se refere à Assistência So-
cial como um direito público de cidadania. A LOAS apontou, entre outras questões, 
os objetivos, princípios e diretrizes para a assistência social, os pilares organizativos 
e normativos da Assistência Social brasileira, os quais serão explorados mais adiante.
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
6
FIGURA 4 – LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
FONTE: <https://bit.ly/3nJ67rB>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Mais de dez anos depois da aprovação da LOAS, fora apresentado um novo 
marco normativo no país. Em 2004, o país conquistou a Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS), que foi proposta pela Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e 
pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). A PNAS é, também, o resultado 
das deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em 2003, o 
que demonstra desde já a força dos movimentos sociais em busca de direitos. 
A PNAS é resultado da construção coletiva e participativa, de ações discu-
tidas em eventos oficiais, como conferências, oficinas, seminários, rodas de con-
versa, entre outros meios, pelos diversos Estados brasileiros, permitindo à po-
pulação brasileira opinar e auxiliar nessa construção. Após intensas discussões, 
em setembro de 2004, o CNAS aprovou o texto que norteia e orienta as ações da 
Política de Assistência Social no país, o que festejado como uma grande conquista 
brasileira pelos atores sociais envolvidos nessa luta. 
Conheça a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) na íntegra e tenha 
a oportunidade de compreender como se dá a execução dessa política pública no nosso 
país. Acesse o link a seguir: https://bit.ly/38UCwaJ.
DICAS
2.1 OBJETIVOS, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA 
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS
Ao aprovar a PNAS, o Brasil passa a ter um norte para as ações de As-
sistência Social em todo o território nacional, determinando o papel do Estado e 
afiançando a proteção social e a universalização dos direitos sociais aos cidadãos 
que estejam em situação de vulnerabilidade e/ou risco pessoal e/ou social. 
TÓPICO 1 — A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA – LINHA DO TEMPO E MARCOS NORMATIVOS
7
FIGURA 5 – USUÁRIOS DO SUAS
FONTE: <https://bit.ly/3kLoWIU>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Sendo assim, é a PNAS que normatiza o proceder do Estado e da socie-
dade civil na execução das ofertas socioassistenciais, isso equivale a dizer que é a 
PNAS quem baseia todas as demais normativas que foram aprovadas após o ano 
de 2004, por isso, para que você melhor compreenda os pontos principais da Po-
lítica Social Pública de Assistência Social, detalharemos a seguir um pouco mais 
sobre o seu conteúdo. A PNAS tem como objetivos: 
• Prover serviços, programas, projetos e benefícios de prote-
ção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e 
grupos que deles necessitarem. 
• Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e gru-
pos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços so-
cioassistenciais básicos e especiais, em área rural e urbana. 
• Assegurar que as ações no âmbito da Assistência Social te-
nham a centralidade na família, e que garantam a convivên-
cia familiar e comunitária (MDS/CNAS, 2004, p. 33).
Conforme observamos, a PNAS é bastante clara quanto ao provimento 
das ofertas socioassistenciais e prossegue reafirmando o que a LOAS já havia 
definido, apontando que a Assistência Social prestará proteção social a quem 
dela necessitar e estará organizada por meio de serviços, programas, projetos e 
benefícios, sendo que, cada uma dessas modalidades de serviço socioassistencial 
respeitará suas próprias características. 
A NOB/SUAS (BRASIL, 2005a, p. 90) define em breves linhas o que se espe-
ra da proteção social ofertada pelo SUAS, apontando que a proteção social abran-
ge um “conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo 
SUAS para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao 
ciclo de vida, à dignidade humana e à família”. E, ainda, acrescenta que as ofertas 
socioassistenciais serão organizadas no SUAS por nível de proteção, sendo eles, 
a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial de Média ou de Alta Comple-
xidade. Este conhecimento é importante para que você, acadêmico e futuro profis-
sional da área do Serviço Social, consiga compreender o universo de discussões que 
são feitas sobre a Assistência Social, desde o seu planejamento, financiamento (ou 
sua execução), avaliação e monitoramento, os quais veremos mais adiante.
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
8
Passaremos agora a explorar um pouco sobre a organização do SUAS, que 
regula em todo território brasileiro a hierarquia, os vínculos e responsabilidades da 
Política de Assistência Social, respeitando a diversidade das regiões, de acordo com o 
porte dos Municípios e Estados, características culturais, políticas, sociais e econômicas 
(MDS, 2005). Segundo a LOAS (BRASIL, 1993), os serviços socioassistenciais se carac-
terizam por terem caráter continuado intentando a melhoria de vida dos indivíduos 
e famílias, cujo contexto as coloquem em situação de demandatários da proteção da 
Assistência Social. Os serviços socioassistenciais estão definidos na Resolução CNAS 
nº 109/2009, chamada também de Tipificação Nacional de ServiçosSocioassistenciais, a 
qual organiza as ações a partir de sua complexidade, no entanto, é preciso ficar atento, 
pois a organização desta tão importante Política Pública pode ser melhorada, ampliada 
e novas ofertas socioassistenciais podem surgir no decorrer dos anos.
Crus (et al., 2013, p. 106) colabora com o entendimento sobre serviços so-
cioassistenciais, discorrendo:
Serviços: reúnem um conjunto de atividades prestadas com intencio-
nalidade e de forma continuada. Com oferta e metodologias de aten-
dimento norteadas pela centralidade na família, são reconhecidos pela 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, que contempla a 
definição, objetivos, provisões, público, as situações atendidas e segu-
ranças socioassistenciais a serem afiançadas por cada um dos serviços 
socioassistenciais para sua organização e oferta, os conceitos de vul-
nerabilidade social e risco pessoal e social são basilares. Os serviços 
devem necessariamente ser conduzidos de forma planejada por pro-
fissionais que atuem no SUAS com reconhecida competência para tal. 
Os autores deixam claro que a Tipificação Nacional dos Serviços Socioas-
sistenciais é quem “dá o tom” sobre os serviços socioassistenciais, é ela quem dá 
as diretrizes detalhadas, pormenorizadas sobre as ofertas, e essas orientações de-
vem ser seguidas por todos aqueles que se propõe a executar serviços socioassis-
tenciais, tanto na execução governamental quanto na execução da sociedade civil.
Caro acadêmico, convidamos você para conhecer a Tipificação Nacional dos 
Serviços Socioassistenciais na íntegra, ela é o Norte para a execução dos serviços de Assis-
tência Social, que pode ser encontrada no endereço a seguir: https://bit.ly/3lLqBiY.
DICAS
TÓPICO 1 — A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA – LINHA DO TEMPO E MARCOS NORMATIVOS
9
Já os programas socioassistenciais se diferenciam dos serviços pelo seu 
caráter e abrangência temporários e não continuados. Complementares aos servi-
ços, devem ser analisados e definidos pelos Conselhos de Assistência Social res-
peitando as características de acordo com as potencialidades existentes no territó-
rio. Os mesmos autores colaboram com a descrição de programas assim expondo:
Programas: norteados pelo princípio da intersetorialidade, articulam ações 
no SUAS e com outras políticas voltadas ao enfrentamento ou promoção de 
questões específicas, potencializando, dentre outros aspectos, as ações desen-
volvidas pelos serviços e pelo âmbito da gestão (CRUS et al., 2013, p. 106).
Nesse sentido, pode-se observar o caráter complementar e articulador que 
os Programas possuem, os quais tanto complementam os serviços socioassisten-
ciais quanto articulam intersetorialmente com outras políticas afins.
Também previstos nas normativas, há os projetos socioassistenciais, os 
quais tem uma caracterização bastante específica, pois, a modalidade foi desen-
volvida como estratégia de enfrentamento a pobreza (vulnerabilidade econômica, 
ausência ou insuficiência de renda), por meio de investimentos técnico-financeiros 
nas iniciativas da população, objetivando a garantia de renda, a melhora no padrão 
de qualidade de vida e de subsistência. Possuem temporalidade e objetivos defini-
dos e devem ser discutidos e analisados pelos Conselhos de Assistência Social.
Ainda estão previstos para a Assistência Social os benefícios socioassistenciais, 
que se dividem em Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Benefícios Eventuais. 
Esses últimos carecem de legislação própria em cada município e estado, de acordo 
com as necessidades municipais e estaduais e se prestam a aliviar emergências, de-
vendo ter caráter extraordinário. Os benefícios socioassistenciais se prestam a afiançar 
uma das principais seguranças previstas no SUAS, que é a segurança de sobrevivência 
ou rendimento e autonomia, que objetiva, resumidamente, através dos benefícios, o 
alcance de condições mínimas dignas de sobrevivência para os indivíduos.
Visando colaborar com seu conhecimento sobre a proteção social que deve 
ser ofertada pela Política de Assistência Social, por meio do SUAS, passaremos a 
explorar como se dá a organização dessa política nos níveis de proteção que são: 
proteção social básica e proteção social especial de média e de alta complexidade.
Na figura a seguir, podemos ter uma breve ideia de como se organiza a Política 
de Assistência Social na oferta de Proteção Social aos indivíduos que dela necessitam:
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
10
FIGURA 6 – NÍVEIS DE PROTEÇÃO SOCIAL DO SUAS
FONTE: <https://bit.ly/3pIfM3C>. Acesso em: 15 jun. 2020.
A Proteção Social Básica (PSB) tem como foco e objetivo principal reali-
zar a prevenção de situações de risco à população que se encontra em situação 
de vulnerabilidade social, especialmente pela incidência ou por decorrência de 
pobreza, inexistência ou insuficiência de renda, inacesso ou acesso precário a po-
líticas públicas, ausência ou fragilização de vínculos familiares ou comunitários. 
Deve ser ofertada nos territórios de moradia e/ou vivência dos usuários, 
de maneira articulada com as demais políticas públicas e com a Proteção Social 
Especial de Média e de Alta Complexidade, possibilitando que os indivíduos e 
famílias desenvolvam suas potencialidades, ampliem sua rede de proteção e es-
tabeleçam relações e vínculos positivos, tanto com a família quanto com a comu-
nidade e o território ondem vivem. A Proteção Social Básica pode ter execução 
direta (aquela que é ofertada pelo Estado em unidades públicas) ou indireta (que 
é executada pelas Organizações da Sociedade Civil – OSC’s). 
Já a Proteção Social Especial (PSE) de Média e de Alta Complexidade tem 
como destinatários dos seus atendimentos/acompanhamentos, segundo a PNAS:
[...] famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pesso-
al e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psí-
quicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de 
medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infan-
til, entre outras (MDS, 2004, p. 37).
A PSE é uma modalidade que requer mais atenção ao acompanhamento 
particularizado; tem estreita articulação e interface com o Sistema de Garantia 
de Direitos e, exige maior flexibilidade nas soluções protetivas. A PSE está sub-
dividida em PSE de Média Complexidade e PSE de Alta Complexidade, ambas 
ofertando atenção especializada e sistemática.
No que se refere às ofertas da PSE de Média Complexidade podemos dizer 
que, o esforço realizado na sua execução objetiva atender indivíduos e famílias 
11
com direitos violados, com agravo, com vínculos familiares fragilizados, porém, 
ainda não rompidos. Já a PSE de Alta Complexidade está voltada aos usuários 
que necessitam de proteção integral, os quais se encontram sem vínculos familia-
res ou cujos vínculos encontram-se temporária ou permanentemente rompidos.
A seguir, você poderá conhecer uma pouco mais dos princípios, funções, 
diretrizes e objetivos da Assistência Social no Brasil.
Em todos os níveis de proteção, a Assistência Social possui três funções 
precípuas, que são: a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de 
direitos e rege-se pelos seguintes princípios:
I – upremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exi-
gências de rentabilidade econômica. 
II – Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário 
da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas. 
III – Respeito à dignidade do cidadão, a sua autonomia e ao seu direi-
to a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência 
familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexa-
tória de necessidade. 
IV – Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação 
de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações 
urbanas e rurais. 
V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo PoderPúbli-
co e dos critérios para sua concessão (MDS, 2004, p. 32).
Como pode-se observar, a PNAS apontou como princípio a exigência de 
equidade para todos os cidadãos que precisarem da Assistência Social, não de-
vendo haver qualquer ação discriminatória por parte do Estado ou da sociedade. 
Os princípios esclarecem que essa é uma política de direito e deverá ser 
ofertada obrigatoriamente aos que dela precisarem, com qualidade, respeito, 
equidade, publicidade, fácil acesso, bem como propiciando a ampliação da auto-
nomia e do acesso aos demais direitos. 
É imprescindível que o trabalho seja intersetorial, visando a integralida-
de nos atendimentos aos usuários, para isso, deverá agir articuladamente com 
as diversas áreas que estão envolvidas no cotidiano dos cidadãos, como: saúde, 
habitação, lazer, cultura, segurança pública, trabalho, economia e tantas outras.
Ao refletir sobre a organização da Política de Assistência Social, você deve lem-
brar que ela provém de ações de benesse e de caridade, onde não havia profissiona-
lização e as ações eram desprovidas de metodologia universalizada, também não se 
tinha a assistência como direito dos cidadãos e tampouco como dever do Estado; para 
superação dessas práticas a PNAS, com base na CF/1988 e na LOAS (BRASIL, 1993), 
constituiu parâmetros, objetivos, conceitos, princípios e diretrizes para a sua execução 
no país, com o intuito de fazer chegar aos cidadãos uma política pública de direito.
12
Para melhor compreensão sobre o que é o assistencialismo e quais as caracterís-
ticas que o diferem da Política de Assistência Social, segue um quadro que apresenta, 
resumidamente, a essência de cada uma das duas vertentes. Lembre-se que o Assisten-
te Social tem a Política de Assistência Social como área de intervenção, não devendo 
esse tornar-se assistencialistas no seu fazer profissional. Essa reflexão é pertinente neste 
momento, para que você, acadêmico, possa compreender as características da PNAS, 
que lhe são apresentadas nesta unidade, já com olhar crítico, necessário à profissão.
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS ENTRE A ASSISTÊNCIA SOCIAL E O ASSISTEN-
CIALISMO
Assistência Social Assistencialismo
É uma Política Pública de direito dos 
cidadãos (que dela precisam) e dever 
do Estado.
Refere-se à doação, troca de favores 
(que pode inclusive objetivar a manu-
tenção de quem está no poder).
É baseada em técnicas e cientificidade. Provoca dependência nos indivíduos de outrem.
Objetiva o protagonismo, emancipação 
e a autonomia dos indivíduos e famílias. Tem cunho caritativo e de benesse.
Oferta proteção social e defesa de direitos. É paliativo, ajuda pontual e momentânea.
Está formalizada e regulamentada em leis. É informal e fragmentado.
Tem natureza protetiva e preventiva. É ligado ao voluntariado.
Possui ações projetadas para coletivi-
dade, de forma territorializada. Ações projetadas para indivíduos.
Promove protagonismo dos indivíduos. Prática de dominação.
Seu resultado é a longo prazo. Ação baseada no imediatismo.
FONTE: As autoras
Como se pode ver no quadro apresentado, há diversas diferenças entre a 
Assistência Social e o Assistencialismo, cabendo aos profissionais do Serviço Social 
o discernimento, a reflexão e o cuidado para saber diferenciá-los e não cair nas ar-
madilhas do assistencialismo, muitas vezes disfarçadas de assistência emergencial.
Não obstante, não se pode deixar de refletir que, em alguns momentos, ações 
imediatistas são necessárias para o alívio pontual das necessidades urgentes dos 
indivíduos, no entanto, as ações emergenciais devem ser acompanhadas de ações 
socioeducativas, de proteção e de defesa de direitos, de cidadania e de incentivo a 
autonomia, diferenciando-se das ações assistencialistas, cujo objetivo não é emanci-
patório, ao contrário, deixa ou leva os indivíduos ao lugar de sujeição ao poder.
13
FIGURA 7 – ASSISTÊNCIA SOCIAL X ASSISTENCIALISMO
FONTE: <https://bit.ly/2UFiCrZ>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Tendo realizado esse recorte para refletir brevemente sobre as diferenças 
que existem entre assistência social e assistencialismo, retomamos agora para a 
apresentação da essência da Política de Assistência no Brasil, abordaremos, a se-
guir, as diretrizes da PNAS, que definem, de maneira geral, como a Assistência 
Social será conduzida no território nacional. 
Apontaremos cada uma delas separadamente, de modo que você consiga 
apreender seu importante conteúdo. A primeira diretriz da PNAS é:
Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respecti-
vos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das 
ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e as ca-
racterísticas socioterritoriais locais (MDS, 2004, p. 32).
Essa diretriz aponta para a importância da organização do Estado em cada 
esfera de governo (Federal, Estadual, Distrito Federal e Municipal), as quais de-
verão responder em Comando Único as ações de assistência social, ou seja, cada 
esfera deverá se responsabilizar por executar a Assistência Social de acordo com 
as normativas existentes, bem como criar mecanismos para atender às particulari-
dades da população e do território sob sua responsabilidade. O Comando Único é 
um conceito muito importante e ele nos remete a saber que, todas as ações de As-
sistência Social de cada esfera de governo, sejam elas de execução governamental 
ou não governamental deverão responder a esse Comando Único, que podem ser 
uma Secretaria, um Ministério, uma Diretoria, enfim, cada local definirá quem 
exerce o Comando Único de Assistência Social na sua jurisdição. Do Comando 
Único partirão as definições locais sobre a execução das ofertas socioassistenciais 
e a ele cabe também responder por todos os atos referentes à Assistência Social.
A segunda diretriz apontada pela PNAS diz respeito à “participação da 
população, por meio das organizações representativas, na formulação das polí-
14
ticas e no controle das ações em todos os níveis” (MDS, 2004, p. 33). Essa dire-
triz garante aos cidadãos participação ativa e efetiva em todos os momentos da 
assistência social, desde seu planejamento até a avaliação de sua execução, essa 
participação é denominada controle social. 
Essa é uma prerrogativa já apontada na Carta Magna e reforça a importân-
cia de se incluir a população usuária das políticas públicas na formulação das ações, 
nas discussões sobre ampliação das ofertas e no planejamento dos investimentos 
para a área. Assim, é necessário que haja um esforço do Estado e da sociedade 
para que essa participação seja efetiva, ampliada e que os cidadãos compreendam 
essa diretriz como a possibilidade de atuação direta na formulação e avaliação das 
políticas públicas. É a oportunidade e o direito de interferência direta dos cidadãos 
usuários das políticas públicas e precisa ser defendido e difundido à sociedade pe-
los profissionais de todas as áreas, em especial, do Serviço Social.
Mais adiante você terá oportunidade de conhecer mais sobre o controle social 
na assistência social.
ESTUDOS FU
TUROS
A terceira diretriz assevera a “Primazia da responsabilidade do Estado na 
condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo” (MDS, 2004, 
p. 33). Essa responsabilidade refere-se à condução, gerenciamento e planejamento 
do financiamento e da execução da Política de Assistência Social, ou seja, é do Esta-
do (Governo) a função de garantir que a Assistência Social seja universal e que seus 
serviços sejam disponibilizados a quem esteja em situação de risco social.
Dessa forma, ainda que as ações da Assistência Social possam ser execu-
tadas de forma direta (pelo Estado) ou indireta (pelas OSC’s), é do Estado a res-
ponsabilidade pelo conjunto das ofertas socioassistenciais, devendo partir dele o 
planejamento, a execução e a avaliação e o financiamento principal, respeitando-
-see garantindo a participação popular.
A quarta diretriz apontada pela PNAS (MDS, 2004, p. 33) diz respeito a “centrali-
dade na família para a concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e 
projetos”. Essa diretriz indica que todas as ações socioassistenciais devam ser focadas na 
família, que é considerada pela Política de Assistência Social como o “lócus” precípuo de 
possibilidade de proteção para os indivíduos que fazem parte desse núcleo. 
Diante dessa diretriz, é necessário refletir também sobre o conceito de 
família usado por esta importante Política Social Pública, pois, a família é uma 
instituição que vem passando por longas e diversas transformações ao longo do 
15
tempo, e, essas transformações precisam ser consideradas no planejamento das 
ofertas socioassistenciais. Corrobora com esse pensamento a PNAS (MDS/CNAS, 
2004, p. 41) que assim refere sobre as famílias brasileiras: 
[...] faz-se primordial sua centralidade no âmbito das ações da política 
de assistência social, como espaço privilegiado e insubstituível de prote-
ção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus membros, 
mas que precisa também ser cuidada e protegida. Essa correta percep-
ção é condizente com a tradução da família na condição de sujeito de 
direitos [...] A família, independentemente dos formatos ou modelos 
que assume, é mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade, 
delimitando, continuamente os deslocamentos entre o público e o priva-
do, bem como geradora de modalidades comunitárias de vida. Todavia, 
não se pode desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço con-
traditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por confli-
tos, e, geralmente, também, por desigualdades, além de que nas socie-
dades capitalistas a família é fundamental no âmbito da proteção social.
A citação anterior esclarece de forma magistral a importância que tem a 
família para as ações socioassistenciais, colocando-a num lugar de destaque e de 
demandatária da proteção do Estado sempre que ela própria não conseguir prover 
os cuidados necessários para os seus. Ainda para colaborar com nossa reflexão, 
apresento o conceito de família trazido pela PNAS (MDS/CNAS, 2004, p. 41, grifo 
nosso) que nos traz que, “[...] podemos dizer que estamos diante de uma família 
quando encontramos um conjunto de pessoas que se acham unidas por lações 
consanguíneos, afetivos, e, ou de solidariedade”. Diante desse conceito, que deve-
rá ser levado em conta sempre e em todas as ofertas de Assistência Social, devemos 
praticar uma reflexão ética e cuidadosa ao lidar com os diversos arranjos familiares 
que encontramos no cotidiano dos trabalhos realizados na Assistência Social.
A centralidade na família proposta pela PNAS incentiva o trabalho 
realizado objetivando o empoderamento e a construção da autonomia dos grupos 
familiares, e, para isso, propõe que todo o esforço realizado pelos trabalhadores 
seja na direção de valorizar as potencialidades das famílias e investir na 
minimização das situações de risco e vulnerabilidades que se lhes apresentam.
A Política de Assistência Social é uma política social pública, garantida em lei, 
com normativas próprias e organizada através do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS). Destinada para famílias e indivíduos que estejam em situação de risco pessoal 
e social e ou vulnerabilidade social, de acesso universal, não contributiva e que prevê 
a participação popular em todos os seus processos, no planejamento, execução, avalia-
ção, monitoramento, construção das normativas, realizando o controle social.
16
FIGURA 8 – PARTICULARIDADES DO SUAS
FONTE: <https://bit.ly/3lZ9GJK>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Caro aluno, durante a leitura realizada até aqui, você pode estar se per-
guntando: existe diferença entre a Política de Assistência Social – PNAS e o Siste-
ma Único de Assistência Social – SUAS? e mais: como surgiu e qual a importância 
do SUAS? Para auxiliar a sua compreensão, descreveremos a seguir como se deu 
o surgimento do SUAS, seus objetivos e seus princípios.
Ao estudar sobre o tema é importante que você compreenda que não 
há diferenças entre a PNAS e o SUAS. De modo resumido, pode-se dizer que o 
SUAS foi constituído para organizar a execução de tudo o que foi anteriormen-
te definido, ainda que, com necessidade de detalhamento, pela PNAS. O SUAS 
complementa algumas lacunas e define a operacionalização da Assistência Social 
em todo o país, oportunizando um fazer unificado em todo o território nacional, 
reservadas, é claro as particularidades regionais.
O SUAS foi criado por meio da Resolução nº 130/2005 do Conselho Nacional 
de Assistência Social – CNAS BRASIL, 2005b), que aprovou a Norma Operacional 
Básica da Assistência Social – NOB/SUAS/2005. Esse Sistema é resultado de pouco 
mais de uma década de discussões na área da assistência social, da qual participaram 
e contribuíram os estados brasileiros, por meio das instituições, grupos e indivíduos 
interessados em construir um Sistema que unificasse a assistência social no solo bra-
sileiro. Sua criação oportunizou a operacionalização das ofertas socioassistenciais de 
modo técnico, com objetivos, diretrizes, bases conceituais seguras e definidas.
De 2005 a 2012, a Resolução CNAS nº 130/2005 (BRASIL, 2005b) definiu como 
se daria o SUAS no nosso país. No entanto, pela própria dinâmica da sociedade e pelas 
diversas necessidades de adequação e avanços, no dia 12 de dezembro de 2012, o CNAS 
aprovou a nova Norma Operacional Básica – NOB/SUAS, que revogou a NOB/SUAS an-
terior e disciplinou a Assistência Social brasileira de maneira mais ampla. Conforme in-
formam Tapajós, Colin e Campello (2012, p. 11-12) na apresentação da NOB/SUAS 2012:
A nova norma foi elaborada a partir de um processo assentado em am-
plo debate, iniciado em maio de 2010, em reunião realizada em Brasília, 
com a CIT e as Comissões Intergestores Bipartites (CIB), cujas contri-
buições foram incorporadas à minuta preliminar, disponibilizada para 
17
Consulta Pública. Além da Consulta, enriqueceram também a elabora-
ção do documento as reuniões realizadas, em 2010, nos 26 Estados e Dis-
trito Federal pelos Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Fede-
ral, CIBs, gestores e trabalhadores do SUAS. A participação de gestores, 
técnicos, conselheiros, acadêmicos e especialistas na área permitiu enri-
quecer o texto inicial e concluir um processo marcado pelos princípios 
da democracia, da participação social e da transparência pública. [...] A 
NOB SUAS 2012 reafirma a política de assistência social como política 
de Seguridade Social, afiançadora de direitos, tal como consagrado pela 
Constituição Federal de 1988 e representa, sem dúvida, uma conquista 
do Estado, gestores, conselhos, trabalhadores, especialistas, e também 
da população brasileira, em especial, daquela atendida pelo SUAS.
A citação anterior, retirada da apresentação da NOB/SUAS (2012), de-
monstra que a necessidade de aprimoramento das normativas do SUAS foram 
discutidas coletivamente e apoiadas pelos Estados e Municípios, e foi uma gran-
de conquista para os envolvidos com essa Política Social Pública, sejam usuários, 
gestores, trabalhadores, estudiosos e pesquisadores da área. Em seu contexto ge-
ral, “a nova” NOB/SUAS imprimiu mecanismos de avaliação e controle e uma 
nova organização para o SUAS, adequando seu texto ao novo momento social 
vivido, e, incluindo novas estratégias de ação, financiamento e gestão.
A seguir, apresentaremos a você a essência do SUAS, seus objetivos, princí-
pios e diretrizes, assim como as seguranças por ele afiançadas e que devem chegar 
até os cidadãos que precisarem da Assistência Social. O SUAS tem como objetivos:
I – consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a coo-
peração técnica entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios que, de modo articulado, operam a proteção social 
não contributiva e garantem os direitos dos usuários; 
II – estabelecer as responsabilidadesda União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios na organização, regulação, ma-
nutenção e expansão das ações de assistência social; 
III – definir os níveis de gestão, de acordo com estágios de organiza-
ção da gestão e ofertas de serviços pactuados nacionalmente; 
IV – orientar-se pelo princípio da unidade e regular, em todo o terri-
tório nacional, a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades 
quanto à oferta dos serviços, benefícios, programas e projetos 
de assistência social; 
V – respeitar as diversidades culturais, étnicas, religiosas, socioeco-
nômicas, políticas e territoriais; 
VI – reconhecer as especificidades, iniquidades e desigualdades re-
gionais e municipais no planejamento e execução das ações; 
VII – assegurar a oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios 
da assistência social; 
VIII – integrar a rede pública e privada, com vínculo ao SUAS, de ser-
viços, programas, projetos e benefícios de assistência social; 
IX – implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na 
assistência social; 
X – estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; 
XI – afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos 
como funções da política de assistência social (CNAS, 2012).
18
Os objetivos do SUAS devem ser respeitados em todo o território nacional e 
servem para direcionar os trabalhadores do SUAS na operacionalização da Política 
de Assistência Social de forma regular e sistemática, planejada e articulada. Esses 
objetivos visam a garantia de justiça social para a sociedade brasileira, especialmente, 
aos cidadãos sob os quais incidem as maiores desigualdades e processos de exclusão, 
inclusive apontando o compartilhamento das responsabilidades dos entes.
Na organização do SUAS, fica estabelecido o monitoramento e a avaliação 
das ofertas socioassistenciais, com o objetivo de parametrizar as ações e resguar-
dar a qualidade nas ofertas, isso significa que todas as ofertas socioassistenciais 
(executadas pelo Estado ou pelas OSCs) serão monitoradas para que não haja 
desvio no objetivo das ações desenvolvidas.
O SUAS tem pretensão de incentivar nos indivíduos e famílias que estejam 
em situação de vulnerabilidade ou risco social, condição de exercerem sua autono-
mia na busca pela cidadania. Para alcançar esse intento, por meio da proteção so-
cial, trabalha para que os usuários da Assistência Social sejam protagonistas da sua 
própria história, não sendo submetidos a quaisquer situações de subalternização. 
A garantia de proteção social impressa no SUAS visa o favorecimento de condições 
dignas de vivência, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a criação 
e o fortalecimento de redes de apoio e a construção de projetos de vida, de acordo 
com a capacidade, limites e potencialidades dos indivíduos ou famílias.
Segundo a NOB/SUAS (CNAS, 2012), são princípios éticos do SUAS para 
a oferta de proteção socioassistencial:
I – defesa incondicional da liberdade, da dignidade da pessoa 
humana, da privacidade, da cidadania, da integridade física, 
moral e psicológica e dos direitos socioassistenciais; 
II – defesa do protagonismo e da autonomia dos usuários e a recu-
sa de práticas de caráter clientelista, vexatório ou com intuito 
de benesse ou ajuda; 
III – oferta de serviços, programas, projetos e benefícios públicos gratui-
tos com qualidade e continuidade, que garantam a oportunidade 
de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais; 
IV – garantia da laicidade na relação entre o cidadão e o Estado na 
prestação e divulgação das ações do SUAS; 
V – respeito à pluralidade e diversidade cultural, socioeconômica, 
política e religiosa; 
VI – combate às discriminações etárias, étnicas, de classe social, de gê-
nero, por orientação sexual ou por deficiência, dentre outras; [...] 
XII – acesso à Assistência Social a quem dela necessitar, sem discri-
minação social de qualquer natureza, resguardando os crité-
rios de elegibilidade dos diferentes benefícios e as especifici-
dades dos serviços, programas e projetos; [...] 
XV – Simplificação dos processos e procedimentos na relação com 
os usuários no acesso aos serviços, programas, projetos e be-
nefícios, agilizando e melhorando sua oferta; 
XVI – garantia de acolhida digna, atenciosa, equitativa, com qualida-
de, agilidade e continuidade; 
19
XVII – prevalência, no âmbito do SUAS, de ações articuladas e integra-
das, para garantir a integralidade da proteção socioassistencial 
aos usuários dos serviços, programas, projetos e benefícios; 
XVIII – garantia aos usuários do direito às informações do respectivo 
histórico de atendimentos, devidamente registrados nos pron-
tuários do SUAS.
Como você pode perceber na citação anterior, a NOB/SUAS traçou de modo 
minucioso os procedimentos da política de assistência para seu público usuário. 
Sendo assim, cabe aos gestores, conselheiros, trabalhadores do SUAS, entre eles os 
assistentes sociais, conhecerem na íntegra essas normativas, de modo a executar 
um trabalho de qualidade e lutar por melhores condições de vida para todos os que 
da política de Assistência Social precisarem. Além dos objetivos e princípios éticos, 
a realização do trabalho no SUAS, deve estar apoiada nos princípios organizativos 
apontados pela NOB/SUAS (2012), que são: universalidade, gratuidade, integrali-
dade da proteção social, intersetorialidade e equidade. A seguir, você poderá ob-
servar o significado de cada um desses princípios organizativos:
QUADRO 2 – PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUAS E SEUS SIGNIFICADOS
Princípio organizativo Significado
Universalidade
Todos têm direito à proteção socioassistencial, prestada 
a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à 
autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer 
espécie ou comprovação vexatória da sua condição.
Gratuidade
A assistência social deve ser prestada sem exigência 
de contribuição ou contrapartida (observado o que 
dispõe o art. 35, da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 
2003 – Estatuto do Idoso).
Integralidade da proteção 
social
Oferta das provisões em sua completude, por meio 
de conjunto articulado de serviços, programas, pro-
jetos e benefícios socioassistenciais.
Intersetorialidade Integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais.
Equidade
Respeito às diversidades regionais, culturais, socioe-
conômicas, políticas e territoriais, priorizando aque-
les que estiverem em situação de vulnerabilidade e 
risco pessoal e social.
FONTE: Adaptado de NOB/SUAS (2012)
Como se pode verificar até aqui, os princípios organizativos acompanham 
e orientam a maneira como o SUAS deverá ordenar suas práticas para que seus 
objetivos sejam alcançados e seus princípios éticos sejam respeitados.
Por fim, não poderíamos deixar de chamar sua atenção para as seguranças 
afiançadas pelo SUAS, pois, de maneira simplificada, na prática, são elas que são vi-
venciadas pelos usuários do SUAS quando do seu atendimento/acompanhamento pe-
20
los serviços socioassistenciais. Apresenta-se, a seguir, na íntegra, o que declara a NOB/
SUAS (2012) no seu Art. 4º sobre as seguranças afiançadas pelo SUAS aos seus usuários: 
I – acolhida: provida por meio da oferta pública de espaços e servi-
ços para a realização da proteção social básica e especial, devendo 
as instalações físicas e a ação profissional conter: a) condições de 
recepção; b) escuta profissional qualificada; c) informação; d) refe-
rência; e) concessão de benefícios; f) aquisições materiais e sociais; 
g) abordagem em territórios de incidência de situações de risco; 
h) oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência de 
indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência; 
II – renda: operada por meio da concessão de auxílios financeiros e da 
concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para ci-
dadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, 
que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vidae/
ou incapacidade para a vida independente e para o trabalho; 
III – convívio ou vivência familiar, comunitária e social: exige a oferta 
pública de rede continuada de serviços que garantam oportuni-
dades e ação profissional para: a) a construção, restauração e o 
fortalecimento de laços de pertencimento, de natureza geracio-
nal, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns 
e societários; b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos 
sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade;
IV – desenvolvimento de autonomia: exige ações profissionais e so-
ciais para: a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades 
para o exercício do protagonismo, da cidadania; b) a conquista de 
melhores graus de liberdade, respeito à dignidade humana, pro-
tagonismo e certeza de proteção social para o cidadão e a cidadã, 
a família e a sociedade; c) conquista de maior grau de indepen-
dência pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os cidadãos e 
as cidadãs sob contingências e vicissitudes;
V – Apoio e auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta 
de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter transitó-
rio, denominados de benefícios eventuais para as famílias, seus 
membros e indivíduos.
Diante do exposto, você pode perceber a grandeza e alcance do SUAS e 
sua capacidade de proteção aos indivíduos demandatários das ofertas socioassis-
tenciais. No entanto, não podemos deixar de destacar que, apesar dos importan-
tes pontos aqui elencados e tantos outros que compõem o direcionamento para 
a execução desse sistema, o sucesso do atingimento dos objetivos com eficiência, 
eficácia e efetividade depende daqueles direta ou indiretamente envolvidos no 
SUAS, assim como da participação popular por meio do controle social dessa 
fundamental política social pública.
21
O site da secretaria nacional de assistência social tem uma ampla biblioteca 
sobre a PNAS. Visite! Estude! Inteire-se! Acesse o site: https://bit.ly/3nJwga1.
ATENCAO
Caro acadêmico, para melhor compreensão do conteúdo, sugerimos a leitura 
do Dicionário crítico: política de assistência social no Brasil, das autoras Rosa M. Castilhos 
Fernandes e Aline Hellmann (Org.), publicado em 2016.
FONTE: <https://www.ufrgs.br/cegov/files/pub_70.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2020.
DICAS
FIGURA – DICIONÁRIO
FONTE: <https://bit.ly/3fdNaKK>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Para finalizar os estudos deste tópico, leia o texto a seguir:
22
Democracia representativa
Democracia representativa é uma forma de exercício do poder político em 
que o povo de um país elege os seus representantes, por meio do voto, nas elei-
ções. Os candidatos eleitos são legitimados como representantes do povo. Por ser 
uma forma de exercício indireto da democracia, por meio dos representantes es-
colhidos, a democracia representativa também é chamada de democracia indireta.
Como funciona a democracia representativa
A escolha dos representantes dos cidadãos é feita através do voto direito 
e secreto, que é a forma de colocar em prática o sufrágio universal. O sufrágio é 
um direito garantido pela Constituição. A eleição acontece tanto para os represen-
tantes do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos), como para os 
representantes do Poder Legislativo (senadores, deputados federais, deputados 
estaduais e vereadores). Esses representantes são eleitos para garantir e trabalhar 
pelos interesses dos cidadãos durante o seu mandato. Por exemplo: os deputados 
estaduais e os deputados federais representam os eleitores dos seus estados. Já os 
Senadores, tem como função principal trabalhar para garantir que as prioridades 
do estado que representam no Senado sejam colocadas em prática.
Críticas à democracia representativa
O sistema de democracia representativa recebe algumas críticas. A maior 
delas é ligada ao fato de que o poder sobre as decisões do país fica concentrado 
nas mãos de poucas pessoas. A concentração de poder pode gerar desvio nas 
finalidades dos cargos ou aproveitamento de vantagens em benefício próprio.
Democracia participativa
A democracia participativa é um sistema que tem características de demo-
cracia indireta (eleição de representantes do povo) e democracia direta (quando o 
povo participa diretamente das decisões). Esse sistema também é chamado de de-
mocracia semidireta. O Brasil adota a democracia participativa, já que em algumas 
situações a participação popular acontece. Os cidadãos são chamados para dar sua 
opinião na escolha de projetos e ideias, por meio da expressão da sua opinião sobre 
o que é mais importante ou que deve ser solucionado primeiro pelo governo.
A participação popular pode acontecer de muitas formas: pela votação 
em referendos e plebiscitos ou participação em audiências públicas. Outra for-
ma de contribuir é fazer a proposição de projetos de lei de iniciativa popular 
ou colaborar na votação e escolha das políticas públicas.
LENZI, T. Democracia Representativa. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3nL1f5D. Acesso em: 
21 dez. 2019.
23
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• A Assistência Social teve seu nascimento em ações caritativas, de benesse e 
assistencialismo.
• A Constituição Federal de 1988 foi o marco normativo principal para essa 
área, pois transformou a Assistência Social em política pública de direito.
• Após a Carta Magna, outras normativas relacionadas à assistência social fo-
ram aprovadas no Brasil. Dentre elas, estão: a Lei Orgânica de Assistência So-
cial (BRASIL, 1993), a Política Nacional de Assistência Social (2004), a Norma 
Operacional Básica do SUAS (2005, que foi revogava pela nova NOB SUAS 
2012) e a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (2009).
• A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é quem norteia a execução da 
política de Assistência Social no Brasil e é organizada pelo Sistema Único de As-
sistência Social (SUAS), que possui objetivos, diretrizes e princípios próprios.
• O SUAS tem como prerrogativa colaborar com indivíduos e famílias para que te-
nham uma vida autônoma, digna, com acesso aos direitos sociais previstos em lei.
• O SUAS se operacionaliza com base nos objetivos, diretrizes, princípios orga-
nizativos, princípios éticos, proteção socioassistencial e seguranças afiança-
das, expostos na NOB/SUAS 2012.
24
1 Agora que você já teve a oportunidade de estudar sobre os marcos normativos 
e constitutivos da política de assistência social, retome o conteúdo estudado 
e responda à pergunta, seguida da afirmativa:
 “As políticas de proteção social, dentre as quais se incluem as que compõem 
a Seguridade Social brasileira – a saúde, a previdência e a assistência social 
– são consideradas produto histórico das lutas dos trabalhadores.”
 Quais as principais características de cada uma delas? E o que as diferencia 
entre si?
2 O Sistema Único de Assistência Social – SUAS, organiza a execução 
da Política de Assistência Social no Brasil. Esse sistema afiança aos seus 
usuários algumas “seguranças”. Discorra sobre elas.
3 A realização do trabalho no SUAS está apoiada nos objetivos, princípios éticos 
e princípios organizativos. Aponte quais são os princípios organizativos do 
SUAS discorrendo sobre eles.
AUTOATIVIDADE
25
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
MOVIMENTOS SOCIAIS E 
PARTICIPAÇÃO POPULAR
FIGURA 9 – MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR
FONTE: <https://bit.ly/38YGrU0>. Acesso em: 15 jun. 2020.
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você será convidado a refletir sobre a importância da participação 
popular e dos movimentos sociais na história do Brasil. Em breve, você poderá reco-
nhecer alguns dos principais movimentos sociais brasileiros, em especial os chamados 
novos movimentos sociais (NMS), os quais tem íntima ligação com a luta e a conse-
cução da ampliação de direitos sociais, com ênfase para as classes menos favorecidas. 
É importante lembrar que a participação social e o engajamento são im-
portantes características do Serviço Social e que está no escopodas atribuições 
dos profissionais da área, incentivar e mobilizar os cidadãos para a participação 
popular social ativa, que é uma das formas de se exercer a democracia.
A história dos movimentos sociais no Brasil é antiga, mas consta que eles 
se fortaleceram e melhor se organizaram a partir do resultado negativo do pro-
cesso de urbanização e industrialização na vida da população menos favorecida, 
já que esses processos trouxeram consigo diversas transformações no campo eco-
nômico e social, incidindo sobre as famílias e deixando grande parte delas em 
situação de vida precária, pela falta de emprego, falta de renda, exploração do 
trabalho, inclusive infantil, moradia insuficiente e insalubre, entre outras situa-
ções que colaboravam para uma situação degradante às famílias. 
26
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Outro momento sócio-histórico que influenciou a narrativa dos Movimen-
tos Sociais no Brasil, foi o período de Regime Ditatorial brasileiro, que se estendeu 
por 21 anos, de 1964 a 1985, e, foi marcado pelo autoritarismo e pela repressão do 
Governo (tortura, sequestro, execuções, censura, ataques a bomba, prisões arbitrá-
rias, entre outros). Iniciou com o objetivo de derrubar o governo de João Goulart 
(chamado de Jango), conhecido como um presidente comunista, o qual tinha um 
projeto trabalhista e de promoção de bem-estar social e também a conhecida “Re-
forma de Base”, que incluía reformas nas áreas de habitação, agrária, bancária, edu-
cacional/universitária, petroleira, entre outras, as quais não encontravam aceitação 
de uma parcela da população, pois, mexia com grandes proprietários de terra, com 
o empresariado e diversos outros, entre eles, imprensa, grande parte da classe mé-
dia brasileira, setores mais conservadores da sociedade, parte dos parlamentares 
do Congresso Nacional, Estados Unidos (que defendia o capitalismo em contrapar-
tida da União Soviética que defendia o socialismo), cada qual com seus interesses.
Assim, nas décadas de 1960 e 1970, acentuaram-se as lutas de cunho po-
lítico contra o Regime Ditatorial que estava estabelecida no país. Essa busca pela 
democracia e pelo fim da repressão era feita pelas comunidades de base e pastorais 
sociais (ligadas à igreja), pelo sindicalismo combativo e pelo movimento estudantil.
Este foi um período conhecido também como berço de legislações impor-
tantes no país, pois, dos Movimentos Sociais, restaram legislações mais justas e 
voltadas aos direitos de todos, trazendo ao país muito mais segurança jurídica e a 
possibilidade de uma sociedade democrática, ao menos no papel.
Prezado acadêmico!
Os períodos em que o Brasil passou pelo chamado Regime Ditatorial são de extrema im-
portância para compreendermos as lutas políticas e de classe presentes na nossa história 
atual. Faça uma pesquisa sobre o assunto e se inteire sobre esses momentos pelos quais 
passaram os brasileiros em tempos pretéritos, pois durante sua vida acadêmica e profis-
sional, você terá necessidade de conhecer essa parte da nossa história, para compreender 
muitos outros conteúdos além da política de assistência social.
NOTA
TÓPICO 2 — MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR
27
2 MOVIMENTOS SOCIAIS
FIGURA 10 – MOVIMENTOS SOCIAIS
FONTE: <https://bit.ly/3lLsCfe>. Acesso em: 15 jun. 2020. 
Os movimentos sociais são compostos pela participação popular e tem nela 
sua iniciativa. Via de regra, originam-se das injustiças sociais, como forma de comba-
tê-las. Montaño e Duriguetto (2011, p. 264), assim discorrem sobre Movimento Social:
[...] caracteriza uma organização, com relativo grau de formalidade e de esta-
bilidade, que não se reduz a uma dada atividade ou mobilização. [...] dentre 
outras determinações, é conformado pelos próprios sujeitos portadores de 
certa identidade / necessidade / reivindicação / pertencimento de classe, que 
se mobilizam por resposta ou para enfrentar tais questões – o movimento 
social constitui-se pelos próprios envolvidos diretamente na questão.
O Movimento Social, via de regra, possui uma relação conflituosa com o 
Estado (porém, podem haver casos em que as lutas estão alinhadas e Movimento 
Social e Estado buscam a mesmo objetivo); os Movimentos Sociais sãos perme-
ado por relações de tensão, com motivação para que haja transformação social, 
buscando equidade e melhor condição de vivência, minimizando as diferenças 
sociais entre indivíduos e grupos. São compostos por um projeto, que vai apontar 
os objetivos, a ideologia (quais causas são defendidas, qual a pauta de luta) e a 
hierarquia organizacional, de modo que tenha premissas a serem seguidas por 
todos os que dele participam, com foco no alcance das metas propostas.
Segundo a estudiosa e autora do assunto, Maria da Glória Gohn, os movi-
mentos sociais se formam a partir de quatro estágios, são eles: inquietação, exci-
tação, formalização, institucionalização. Para Gohn (2011), os movimentos sociais 
possuem capacidade de produzir saber, fazer diagnóstico de realidades, mobilizar 
a sociedade para um fazer propositivo, por meio de jornadas de lutas, manifesta-
ções, marchas, protestos, passeatas, mobilizações, concentração e podem se relacio-
nar pelas redes sociais, redes institucionais, redes temáticas, entre outras formas.
28
UNIDADE 1 — CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
FIGURA 11 – MOVIMENTOS SOCIAIS
FONTE: <https://bit.ly/3fmicQH>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Montaño e Durigueto (2011) chamam a atenção para a diferença existente 
entre Movimento Social e mobilização social, já que a mobilização social é uma ati-
vidade pontual que não tem organização contínua e nem exige formalidades. A mo-
bilização social pode fazer parte do movimento social e pode mesmo se transformar 
formando um movimento social, mas, pela característica da informalidade e da pon-
tualidade não é em si um movimento social (MONTAÑO; DURIGUETO, 2011).
Sobre os movimentos sociais, vamos perceber que seu nascimento se deu 
atrelado às lutas imediatamente à esfera do trabalho, esses primeiros movimen-
tos sociais são chamados de movimentos sociais tradicionais. No entanto, com o 
passar do tempo, surgiram os chamados Novos Movimentos Sociais (NMS). 
Esses novos movimentos têm os mais diferentes focos de lutas. Como pu-
demos identificar anteriormente, a formação dos movimentos sociais, parte, via 
de regra, de pessoas que organizadas, lutam para enfrentar questões relacionadas 
à liberdade, aos direitos políticos e sociais que lhes afetam direta ou indiretamen-
te e podem estar relacionados às mais diversas áreas e temas, por exemplo: 
• direto à terra; 
• à habitação de qualidade; 
• movimentos identitários; 
• questões políticas; 
• a políticas públicas que levem à equidade; 
• ao respeito pelo gênero, sexo, etnia, raça, cultura e religião; 
• ao trabalho e renda;
• à educação de qualidade, mais creches e escolas públicas; em 
favor do meio ambiente, enfim, diversos são os âmbitos que 
podem envidar a constituição de um Movimento Social.
Diante do conteúdo apresentado, é importante refletir sobre a notável 
relevância dos movimentos sociais na luta pelos direitos básicos dos cidadãos, 
TÓPICO 2 — MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR
29
empreendendo força e foco para a garantia de que os direitos apontados pela 
Constituição Cidadã sejam uma realidade na vida de todos os brasileiros.
Assista ao vídeo sobre movimentos sociais no link a seguir: https://bit.ly/33hgThl. 
DICAS
Apresento a você, acadêmico, alguns dos prevalecentes tipos de movimen-
tos sociais; são eles: reivindicatórios, políticos, de resistência e de classe. Para au-
xiliar o seu conhecimento, demonstro, a seguir, alguns dos principais movimentos 
sociais brasileiros e lhe convido a, posteriormente, pesquisar mais sobre eles:
• Movimentos dos Trabalhadores sem Terra (MST).
• Movimento de Meninos e Meninas de Rua (MMMR).
• Movimento LGBTQI+.
• Movimento Mulheres em Luta.
• Movimento Negro ou Afrodescendente.
• Movimento de População em Situação

Continue navegando