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Conceito de Doença A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece Conceito de Saúde Saúde é um completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade – é um direito fundamental. Processo Saúde/Doença PRÉ-HISTÓRICO • Enfrentavam a doença como os animais • Maus espíritos IDADE MÉDIA •Guerras frequentes •Epidemias: castigo de Deus, influências cósmicas, bruxaria, envenenamento da água e do ar por grupos estigmatizados como judeus e leprosos. RENASCIMENTO •Retomada da discussão da causalidade: devido ao crescimento das epidemias • Superação da fase contemplação, da filosofia • Fase da experimentação, da análise • Conhecimento das partes para conhecer o todo • Desenvolvimento da Anatomia Humana, Fisiologia, Patologia (sistema classificatório das doenças) Teorias • Miasmática (até séc XIX) – doenças transmitidas pelos gases de animais e dejetos em decomposição. • Socioambientais (final século XVIII) - primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença. •Microbiana (final do século XIX) - advento da Bacteriologia, unicausalidade. • Multicausalidade (século XX) - articulação das dimensões individual e coletiva do processo saúde-doença. • Modelo determinação social da doença (atualidade) – centralização no hospedeiro, desigualdades sociais e desencadeadora de fatores associados às doenças. Determinantes Sociais de Saúde Conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde (Buss, 2007) Os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população (Comissão Nacional sobre os DSS) Prevenção Ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença O processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que variam em diversos momentos históricos e do desenvolviento científico da humanidade Modelos de Assistência à Saúde Modelo biomédico: Não considera os aspectos sociais ou a subjetividade individual (crenças e ações do indivíduo). Modelo Processual: Considera que a doença implica um processo de múltiplas e complexas determinações. Modelo sistêmico: Considera múltiplos determinantes para a doença: biopsicológicos, socioeconômicos e culturais Modelo mágico-religioso: Segmentos religiosos de diferentes culturas mantêm práticas de proteção ou de cura de doenças. Modelo determinante social (holístico ou integral): Considera os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais do ser humano, ou seja, considera o homem um ser biopsicosocioespiritual. História natural da doença A história natural de uma doença: Refere-se à evolução de uma doença no indivíduo através do tempo, na ausência de intervenção. Prevenção primária, secundária e terciária As doenças se desenvolvem em dois períodos e quatro fases •Prevenção primária: as ações são dirigidas para a manutenção da saúde. Trata-se de medidas que previnam a fase patológica evitando novos casos de agravo à saúde. Ex: saneamento básico •Prevenção secundária: medidas tomadas no período patológico, enquanto a doença ainda está progredindo, prevenindo complicações. •Prevenção terciária: As ações se dirigem à fase final do processo, visam a desenvolver a capacidade residual do indivíduo. Basicamente consiste em atenuar a invalidez. Curso da doença •Período pré-patogênico: período em que estão presentes fatores que podem determinar ou colaborar no surgimento de doença ou agravo, consistindo na fase de suscetibilidade. •Período patogênico: período que ocorre o surgimento da doença e todos os possíveis desdobramentos que ela pode provocar. É composto, sequencialmente, pelas fases pré-clínica, clínica e de incapacidade residual (ou de desenlace). Susceptibilidade Do período Pré-Patogênico: Considera-se a intenção de: Agente patológico, hospedeiro humano, meio ambiente, Fase que inexiste a doença ou agravo, mas os fatores de risco estão presentes: Fatores internos, fatores políticos e socioeconômicos, fatores ambientais, fatores psicossociais, fatores socioculturais Período patogênico e as fases: •Fase Pré-Clínico: Sem sinais e sem sintomas. •Fase clínico: Sintomas e sinais. •Fase de incapacidade residual: Quando a doença não progrediu até a morte ou não ouve cura completa mas restam sequelas. Padrão de evolução das doenças Prevenção “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”. São medidas preconizadas que não se dirigem a determinada doença ou desordem, mas objetivam aumentar a saúde e o bem estar gerais. Promoção da Saúde É a prevenção em si, que envolve o emprego de medidas dirigidas à uma doença ou grupo de doenças específicas para interromper as causas das mesmas antes que atinjam o homem. Proteção específica Diagnóstico precoce e tratamento imediato Tem por objetivo evitar a propagação de doenças contagiosas, curar ou estacionar o processo evolutivo da doença, evitar complicações e sequelas e encurtar o período de invalidez. Realizam-se o diagnóstico precoce e o pronto atendimento por meio de medidas individuais e coletivas para a descoberta de casos, notificação compulsória das doenças pesquisas de triagem e exames seletivo Limitação da incapacidade Necessária quando existe um reconhecimento tardio da doença. Nesta fase, pretende-se prevenir ou retardar as consequências das doenças clinicamente avançadas. É um nível tardio de prevenção, no qual as medidas são principalmente terapêuticas e voltadas para o homem: tratamento adequado para evitar o processo mórbido, evitar futuras complicações e sequelas, provisão de meios para limitar a incapacidade e evitar a morte. Reabilitação Consiste na interrupção do processo patológico e da prevenção da incapacidade total após a estabilização das alterações anatômicas e fisiológicas. Objetivo principal: recolocar a pessoa afetada em uma posição útil na sociedade, com a utilização máxima de sua capiacidade restante. Também abrange a educação do público e empresas, no sentido de valorizar o reabilitado, emprego com colocação seletiva, terapia ocupacional e uso de instituições em alguns casos. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO BRASIL Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: II. Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;” (Constituição Federal,1988) PORTARIA 3252, DEZEMBRO DE 200 O conceito de VS inclui: •Vigilância e controle das doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos •Vigilância da situação de saúde •Vigilância ambiental em saúde •Vigilância da saúde do trabalhador •Vigilância sanitária •Promoção da saúde PORTARIA 1378/MS DE 09/07/2013 Substitui a Portaria 3252/2009 Art. 4o As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: I - a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das açõesde saúde pública; II - a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergências de saúde pública; III - a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; IV - a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências; V - a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; VI - a vigilância da saúde do trabalhador; VII - vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; PAPEL DO ENFERMEIRO NA VIGILÂNCIA EM SAÚDE •Orientação, prevenção e Promoção à Saúde •Habilidades de programação e planejamento, de maneira a organizar ações programadas e de atenção a demanda espontânea, que garantam o acesso da população em diferentes atividades e ações de saúde. AÇÕES NA VIGILÂNCIA AMBIENTAL •Processos de poluição dos recursos hídricos, do ar e do solo. •Segurança alimentar. •Gerenciamento de resíduos perigosos e de serviços de saúde. •Toxicologia ambiental e efeitos na saúde. •Políticas públicas ambientais. •Educação ambiental. AÇÕES NA VIGILÂNCIA SANITÁRIA •Fiscalização de hospitais e de outros estabelecimentos de interesse da saúde - medidas de controle de infecção. •Observação da estrutura física, das condições ambientais, da organização e execução do serviço. •Gerenciamento dos resíduos. •Saúde do trabalhador. •Utilização de produtos químicos e farmacêuticos - dosagem, manipulação, armazenamento, técnicas de aplicação. VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA 1965: OMS cria uma Unidade de Vigilância Epidemiológica na Divisão de Doenças Transmissíveis O SUS incorporou o SNVE ”conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.” (Lei 8.080/90) Buscar informações sobre fontes de infecção, mecanismos de transmissão, existência de novos casos, permitindo instituir medidas de controle. •Ciência fundamental para asaúde pública. •Grande contribuição à melhoria da saúde das populações. •Essencial no processo de identificação e mapeamento de doenças emergentes. Coleta de Dados Vigilância Epidemiológica é : Vigilância Epidemiológica–Competência Capacidade para monitorar continuamente a tendência de uma doença/agravo na população, estabelecendo medidas de prevenção e controle. Investigação na Vigilância Funções da Vigilância Epidemiológica •Coleta de dados •Processamento de dados coletados •Análise e interpretação dos dados coletados •Recomendação das medidas de controle •Promoção das ações de controle indicadas •Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas •Divulgação de informações pertinentes Monitorar evento de saúde pública (ESP) situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial Qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; AGRAVO DOENÇA enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos. A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. O valor da informação (dado analisado) depende da precisão com que o dado é gerado. •Demográficos, ambientais e socioeconômicos •Dados de morbidade (conjunto de causas) •Dados de mortalidade •Notificação de emergências de saúde pública, surtos e epidemias; Tipo de Dados Coleta de Dados Notificação- É a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. Principal instrumento de coleta dos dados de notificação compulsória (SINAN) Sistema Nacional de Agravo Notificáveis SINAN •A notificação tem de ser sigilosa •A notificação deverá ser feita mesmo na ausência de casos (Notificação Negativa) Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notifica Fatores relacionados a epidemias/ endemias •Agente Infeccioso: Ex: novo, diferente virulência •Transmissão: direta/indireta Ex: aumento da eficácia •Hospedeiro: (↑susceptíveis) Ex: resposta imunológica •Ambiente: (↑exposição) Ex: mudanças de comportamento, culturais, etc. - Fonte contaminação é modificada/ eliminada - Modo de transmissão interrompido No susceptíveis ↓ou esgotados (imunidade de grupo) -Co-fator(oufatorderiscop/adoença) modificado Ex: Capacitação da comunidade Término de uma epidemia Hipócrates IV a.C 1960-1970 Movimento ambientalista 1980- ações vigilância a saúde do trabalhador e ambiente 1990- ações eram subordinadas a vigilância sanitária 2000- Vigilância ambiental Desenvolve atividades de vigilância dos vetores e hospedeiros transmissores de: Dengue, Doença de Chagas, Febre Amarela, Febre do Nilo, Leishmaniose, Filariose e Oncocercose, com mapeamento das áreas de risco. Vigilância Sanitária Ações pautadas no prevenção e controles de riscos, proteção e promoção a saúde, com a visão de regular as atividades relacionadas a produção, consumo de bens e serviços de interesse de saúde, seja na esfera privada ou pública. Histórico Aglomeração da população Peste , a cólera , a varíola , a febre tifóide Aumento das populações das cidades Séculos 17 e 18 na Europa Séculos 18 e 19 no Brasil •1808 -Controle sanitário dos produtos a serem comercializados e consumidos -Combater propagação de doenças -Resolver questões de saneamento -Fiscalizar exercício profissional de saúde 1889 -Regularização dos serviços -Impedir desenvolvimento das epidemias 1914 -Defensoria Nacional de saúde com ações em portos, domicílios e lugares públicos. Lei 8080/90 -“Definida § 1o do Art. 6o: como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde”. Lei no 9.782, de 26 de janeiro de 1999 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Art. 1º O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por instituições da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Conceitos básicos da Vigilância Sanitária Fiscalização, Controle, Inspeção, Legislação Sanitária, Monitoramento, Risco. Ações na Vigilância Sanitária •Ações de casos de ameaça a saúde •Controle sanitário de cargas e viajantes •Educação e orientação •Normatização e regulamentos Áreas de atuação da Anvisa •Comércios alimentícios •Lojas e áreas de lazer •Indústria •Laboratórios •Agrotóxicos •Radiação Ionizante •Locais Públicos •Portos, fronteiras e aeroportos Vigilância ambiental Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos e das doenças ou agravos relacionados à variável ambiental.Histórico Ações na Vigilância Ambiental Identificação e priorização de áreas com populações expostas ou potencialmente expostas a contaminantes químicos; Participar da preparação e resposta do setor saúde aos desastres naturais; Estabelecer ações de vigilânciaentomológica e malacológica; Realizar o manejo integrado de vetores. Vigilância Ambiental dos Fatores de Riscos Biológicos Trata de coordenar as atividades de vigilância em saúde ambiental relacionada aos contaminantes ambientais na água, no ar e no solo, de importância e repercussão na saúde pública, bem como dos riscosdecorrentes dos desastres naturais, acidentes com produtos perigosos. Vigilância dos Fatores de Risco Não Biológicos
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