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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Instituto de Química (IQ) Departamento de Química Orgânica (GQO) Química Orgânica XI Experimental (Turma ED) Profª Isakelly Pereira Marques PRÁTICA: SUBLIMAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO Por Victor Alves de Souza Guedes Niterói, 16 de setembro de 2022. 1 1. INTRODUÇÃO Partindo do princípio que a temperatura é um fator de suma importância na variação da pressão de vapor de um líquido e que a pressão de vapor, por sua vez, aumenta conforme a temperatura. Sendo assim, no momento de ebulição de um líquido sua pressão de vapor é igual a pressão aplicada. A pressão de vapor do sólido também varia com a temperatura tal que é possível alguns sólidos serem capazes de passar de forma direta para a fase gasosa sem precisar passar pela fase líquida, procedimento denominado sublimação. 1 Considerando que o vapor pode ser ressolidificação, o ciclo total de vaporização solidificação também pode ser empregado como uma técnica de purificação, entretanto, o mesmo só será considerado eficaz se as impurezas alocadas na amostra apresentarem pressões de vapor muito menores que à do composto. Como dito anteriormente, a capacidade de sublimar não é característica de todos os compostos, já que é um fator mais comum em substâncias apolares e simétricas. Uma vantagem a ser destacada é que a sublimação não utiliza solventes, não precisando retirá-lo posteriormente, e é mais rápida que a cristalização. Por outro lado, a mesma não se mostra tão seletiva, já que é iminente a similaridade entre as pressões de vapor dos sólidos. 1 Abrangendo ainda mais a área de purificação, podemos citar também a recristalização. Costumeiramente utilizada devido a sua facilidade de execução e baixo custo, esse método é baseado na dissolução de uma amostra contendo impurezas na presença de um solvente adequado em elevadas temperaturas e posterior resfriamento culminando na cristalização da amostra requerida ao mesmo tempo que as impurezas permanecem solubilizadas no solvente. A filtração e a secagem é feita então para desassociar os cristais do solvente. 2 Logo no início, temos a etapa mais importante para que o procedimento ocorra de forma eficiente, a escolha do solvente. Isso porque o mesmo, quando quente, deve ser capaz de solubilizar o determinado composto e, quando frio, deve ser insolúvel composto, de forma análoga, as impurezas que devem ser insolúveis ou solúveis à qualquer temperatura, pois se não forem, as mesmas vão cristalizar junto com a amostra na solução. Outra característica imprescindível do solvente é que ele deve ter o ponto de ebulição baixo para que sejam facilmente eliminados dos cristais. 2 Além disso, é preciso que eles não reajam com o composto em questão e, preferencialmente, apresentam polaridade relativamente diferente à do composto. 3 2. OBJETIVO Purificação do naftaleno e do ácido benzóico através das técnicas de sublimação e purificação, respectivamente. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Discussão do trabalho experimental Durante o aquecimento do naftaleno foi possível observar o mesmo se transformando fisicamente da fase sólida para a fase gasosa, subindo e indo de encontro ao vidro de relógio. Visto que a superfície do vidro de relógio se encontrava a uma temperatura inferior, ocorreu um choque térmico por meio do contato das moléculas aquecidas com o vidro proporcionado a cristalização do naftaleno. Vale ainda ressaltar que mesmo em condições de temperatura, umidade e pressão ambientes, o naftaleno já é submetido a esse processo espontaneamente. Por isso, nas condições do experimento, com aumento de temperatura é criado um sistema extremamente favorável para a composição dos cristais de naftaleno, refletindo a sua estrutura cristalina bicíclica organizada. Se tratando da recristalização, o solvente escolhido foi a água destilada já que é quimicamente inerte ao ácido benzóico, apresenta baixo custo de uso, além de ser capaz de dissolver as impurezas mesmo a frio, ou então, não dissolvê-las, até mesmo a quente. A filtração foi feita logo após a ebulição, ainda à quente, a fim de retirar as impurezas insolúveis justamente pelo fato de que possivelmente haveria a perda de amostra no papel de filtro ou no funil já que há a formação de cristais durante o resfriamento. Por fim, na etapa da filtração a vácuo, foi o momento em que as impurezas solúveis foram separadas do produto final, enquanto o sólido foi recristalizado no papel de filtro em razão do abaixamento de temperatura, voltando ao estado sólido. 3.2. Apresentação de resultados - Acido Benzoico: Peso inicial: 1,416 g. Peso final: 0,450 g. Rendimento da recristalização: 31,78%. 3 4. CONCLUSÕES Em geral, a prática foi conduzida de forma bastante elucidativa. Todavia, houve uma certa dificuldade na etapa de regular a velocidade e a temperatura da placa de agitação e aquecimento já que ambos os fatores deveriam ser controlados atenciosamente para que não ocorresse uma perturbação brusca no sistema, sendo por isso, a ausência de um rendimento melhor no produto final. 5. PARTE EXPERIMENTAL 5.1. Desenho da aparelhagem de extração Legenda: 1. Suporte universal; 2. Argola; 3. Funil; 4. Papel de filtro; 5.2. Procedimentos experimentais Em primeiro lugar, para o processo de sublimação, foi adicionada uma pequena porção de naftaleno a um béquer de 100 mL, que foi tampado com um vidro de relógio. Dessa forma, o béquer foi submetido a uma placa de aquecimento. 4 Para a execução do procedimento de recristalização, foram adicionados cerca de 1,5 gramas de ácido benzóico e 20 mL de água destilada a um béquer de 100 mL. Depois de inserir o agitador magnético ao béquer, o foi colocado sob a placa de agitação e aquecimento. Prontamente, o conteúdo foi filtrado à quente e deixado um tempo em repouso. Após isso, foi feita a filtração a vácuo do produto seguida pela secagem do mesmo. 5.3. Dados físicos 5.3.1. Naftaleno 4 Fórmula molecular 𝐶 10 𝐻 8 Massa molar 128,17 g/mol. Aparência Sólido branco. Ponto de Fusão - 98,0 °C. Ponto de Ebulição 64,6 °C. Densidade 0,791 g/cm3. Toxicidade Podem causar cefaléia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e febre, além de manifestações neurológicas em casos mais graves. Fórmula estrutural (Figura 1: molécula de naftaleno. Fonte: Google Imagens.) 5.3.2. Ácido Benzóico 4 Fórmula molecular 𝐶 7 𝐻 6 𝑂 2 Massa molar 122,12 g/mol. Aparência Sólido branco. Ponto de Fusão 122,4 °C. Ponto de Ebulição 149,2°C. Densidade 1,266g/ml a 15 °C. 5 Toxicidade Relativamente irritante para a pele e olhos. Pode causar erupções cutâneas, asma, inflamação das membranas mucosas do nariz, ou choque anafilático. Fórmula estrutural (Figura 2: molécula de ácido benzóico. Fonte: Google Imagens.) 5.3.3. Água 4 Fórmula molecular 𝐻 2 𝑂 Massa molar 18,01528 g/mol. Aparência Líquido incolor. Ponto de Fusão 0 °C. Ponto de Ebulição 100 °C. Densidade 997 kg/m³. Fórmula estrutural (Figura 3: molécula de água. Fonte: Google Imagens.) 6. BIBLIOGRAFIA 1. PAIVA, D. L; LAMPMAN G. M; KRIZ, G. S. E.; ENGEL, R. G.Química Orgânica Experimental – Técnica de Escala Pequena, 2ª Ed., Porto Alegre: Bookman. 2009. 2. DIAS, A. G., DA COSTA, M. A., GUIMARAES, P. I C.Guia Prático de Química Orgânica - Técnicas e Procedimentos: Aprendendo a fazer, 1a ed., Rio de Janeiro: Interciencia. 2004. Vol. 1. 3. AlLLINGER. M.Química Orgânica. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC. 1976. 4. OLIVEIRA, P. H. R.; REIS, R. R.Métodos de Preparação Industrial de Solventes e Reagentes Químicos. Rev. Virtual Quim., 2017. 6