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Pâncreas e Baço

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1 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
Abdome 
2M3 – PÂNCREAS E BAÇO 
PÂNCREAS: 
• Anatomia 
• Pancreatite 
• Cistos 
• Trauma 
• Tumores benignos e malignos 
 
O pâncreas começa com 2 processos distintos. O 
processo uncinado e parte da cabeça nascem 
separados do pâncreas principal. 
 
 
O pâncreas tem um ducto pancreático principal 
chamado de ducto de Wirsung. Desemboca na 
ampola de vater junto com ducto colédoco. 
Ele se liga ao colédoco para jogar o suco pancreático, 
da parte exócrina do pâncreas que libera amilases e 
lipases. Muitas vezes um cálculo pode migrar pelo 
colédoco e impactar na ampola. A ampola é uma 
estrutura muito rígida que impede que conteúdo fecal 
entre para os ductos colédoco e pancreático. Quando 
o cálculo impacta, acaba dilatando e isso faz o 
extravasamento do suco pancreático e acaba 
provocando uma pancreatite junto com a inflamação 
do colédoco e da vesícula. 
 
O pâncreas é muito bem vascularizado por diversas 
fontes. Recebe ramos arteriais de mais de uma artéria 
principal – tronco celíaco e artéria mesentérica inferior 
– parte da irrigação do duodeno é dividida com o 
pâncreas. Parte principal vem da artéria esplênica. A 
artéria hepática lança ramo que participa da irrigação 
da cabeça do pâncreas. 
 
 
O pâncreas tem 2 funções: 
• Ajudar na digestão – liberando lipases e amilases 
• Endócrina – produção de insulina e glucagon 
Por isso quando tem processo inflamatório no 
pâncreas o pct fica diabético e precisa de reposição 
de insulina na BIC. 
 
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS 
PANCREÁTICAS: 
• Pâncreas divisum (PD): É uma ausência de fusão 
ou uma fusão incompleta da porção ventral e 
dorsal do pâncreas, principalmente dos canais de 
drenagem, Wirsung e Santorini. O PD é a 
malformação congênita do pâncreas mais 
comum. Por definição, encontra-se um pâncreas 
com dois canais separados e orifícios de 
drenagem independentes. 
• Pâncreas anular: É um envolvimento circular do 
duodeno pelo pâncreas. Essa malformação é 
diagnosticada nas primeiras semanas de vida e 
poucos casos são descritos no adulto. 
• Agenesia dorsal do pâncreas (ADP): Também 
conhecida como pâncreas congênito curto. É uma 
malformação congênita rara, em que existe 
apenas um sistema canalicular pancreático, com 
ausência de canal de Santorini, ausência de corpo 
e cauda do pâncreas. 
• Síndrome do canal comum: É uma malformação 
congênita dos canais, pancreático e biliar, cuja 
relevância clínica resulta da má junção 
pancreatobiliar também denominada de 
síndrome do canal comum. 
 
2 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
• Pâncreas ectópico: Definido como tecido 
pancreático em localização aberrante, sem 
ligação com o órgão principal. 
• Cisto pancreático congênito: É uma entidade 
rara, particularmente no adulto. Estão localizados 
no corpo e na cauda do pâncreas e não têm 
comunicação com o canal pancreático 
 
Pâncreas Divisum: 
Reforma linear curvada do conjunto de dados de TC 
transversal seguindo o curso dos dutos através da 
glândula representa o ducto dorsal (seta branca 
longa), ducto ventral (seta preta longa) e a bílis 
comum duto (seta preta curta). O ducto dorsal é mais 
largo do que o ducto ventral; este é o sinal do ducto 
dorsal dominante. 
 
Normalmente só se tem um ducto pancreático 
comum. Se ver mais de um, sabe-se que tem um 
ducto pancreático acessório. Quase sempre esse 
ducto acessório se liga ao duodeno – ajuda quando o 
cálculo impacta. Mas quando esse ducto acessório 
não tem ligação nenhuma com o ducto principal, o 
pâncreas fica dividido – 2 pâncreas: as vezes pode 
ocorrer inflamação extensa do pâncreas principal e o 
outro fica intacto. 
 
Pâncreas anular: 
Radiografia do abdome mostrando distensão gasosa 
no estômago e duodeno, com pobreza de gás 
distalmente, caracterizando o sinal da “dupla bolha”. 
B,C: Ultrassonografia do abdome demonstrando o 
tecido pancreático (cabeças de setas em B) 
envolvendo parcialmente o duodeno (setas em C). D: 
Fotografia obtida durante laparotomia confirmando a 
presença do tecido pancreático (setas) envolvendo o 
duodeno. 
 
Imita o estreitamento do duodeno. 
O pâncreas nasce dividido em 2. As vezes a parte que 
formaria o processo uncinado da cabeça fica 
hipertrófica e se liga a cabeça dando uma volta no 
duodeno. Parte do pâncreas vem por trás e outra pela 
frente e o duodeno se estreita. 
Atresia duodenal e sinal da dupla bolha. 
Sinal da dupla bolha é: duodeno distendido. 
 
Agenesia dorsal do pâncreas: 
Imagens de tomografia computadorizada de uma 
paciente com agenesia dorsal pancreática e 
pancreatite aguda. Ausência de corpo e cauda do 
pâncreas. Círculo vermelho indica a presença da 
cabeça e do colo e ausência do corpo e cauda. 
 
Isso pode simular doença. Se tem um processo 
inflamatório e parte do pâncreas morre, ele cicatriza 
formando tecido adiposo. 
Se vê pct que não tem parte do pâncreas, pode supor 
que ele teve pancreatite. 
Nessa imagem só sobrou cabeça de pâncreas. 
Pct não vai ter problema – é assintomático. 
 
PANCREATITE: 
Pancreatite aguda é um processo inflamatório 
agudo decorrente da autodigestão do pâncreas 
causado pelas próprias enzimas pancreáticas, 
podendo ou não envolver outros tecidos regionais, 
órgãos ou tecidos a distância. 
Pode ser classificada em: 
• pancreatite aguda leve ou edematosa e 
• pancreatite aguda grave ou necrohemorrágica. 
 
3 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
As principais causas relacionadas à pancreatite aguda 
são a litíase biliar e o etilismo. 
Outras causas podem ser hiperlipemias, pancreatite 
hereditária, hiperparatireodismo, hipercalcemia, 
anormalidades anatômicas (pâncreas divisum), 
medicamentos (quimioterápicos, retrovirais), 
infecções virais (Coxsackie vírus), doenças vasculares, 
procedimentos cirúrgicos (colangiopancreatografia 
retrógrada endoscópica, pós – operatório de cirurgias 
abdominais e cardíacas), trauma abdominal e fibrose 
cística. 
 
No Brasil e EUA, a incidência média de pancreatite 
aguda é, respectivamente, de 19 e 65 casos por 100 
mil pessoas ao ano. Nos EUA 220 mil internações ao 
ano são devido a episódios de pancreatite aguda. A 
incidência é maior em homens e idosos. A 
ultrassonografia, a tomografia computadorizada ou a 
ressonância magnética abdominal podem ser 
utilizadas para confirmar o diagnóstico, determinar se 
há complicações presentes, avaliar a evolução da 
doença e auxiliar no diagnóstico diferencial. O 
diagnóstico diferencial compreende cólica biliar, 
doença péptica, perfuração intestinal, isquemia 
mesentérica, obstrução intestinal, infarto do 
miocárdio, aneurisma dissecante de aorta e prenhez 
ectópica. Dos pacientes internados por pancreatite 
aguda, 20 a 30% evoluem para a forma grave. A 
mortalidade geral na pancreatite aguda é estimada 
em 5%. Entretanto, na forma grave com necrose 
pancreática estéril a mortalidade aproxima-se a 10%, 
podendo chegar a 30% quando há necrose 
pancreática infectada. 
 
Índice de gravidade da TC: 
O índice de severidade da TC (ISTC) combina o grau 
de Balthazar (0-4 pontos) com a extensão da necrose 
pancreática (0-6 pontos) em uma escala de gravidade 
de 10 pontos. No dia da admissão, os sistemas de 
pontuação baseados em imagens não superam os 
sistemas de pontuação baseados em parâmetros 
clínicos e bioquímicos em relação à previsão do 
resultado clínico. Portanto, a realização de TC no dia 
da internação apenas para fins de previsão não é 
recomendada. 
 
Utiliza a TC! 
7-10 é alta – vai direto para UTI. 
0-3 – leve. 
4-6 moderado. 
 
Pancreatite aguda leve: 
Ao US pâncreas (setas) aumentado de volume e 
difusamente hipoecogênico, com redução da 
ecogenicidade periférica (coleções) e aumento da 
ecogenicidade da gordura adjacente (por 
inflamação). 
 
 
Pâncreas normal: Na frente do pâncreas tem o fígado. 
Gordura envolta do pâncreas branca – normal. Sem 
sinal de edema ou necrose – ecogenicidade 
homogênica. Quem contorna o pâncreas é a veia 
porta. 
 
4 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICOPOR IMAGEM | 7°P 
2ª imagem: pâncreas heterogêneo, volume 
aumentado. Coleção envolta do pâncreas – coleção 
peripancreática. Não tem necrose – pancreatite leve. 
Mas USG não é para fazer escala e classificar. Sempre 
indica TC com contraste pq necrose não é fácil de ver 
no USG. 
 
Estas imagens são de um paciente que apresentou 
dor epigástrica aguda e intensa, muito sugestiva 
de pancreatite aguda. No entanto, o nível de 
amilase estava dentro dos níveis normais. Foi 
realizado uma tomografia computadorizada com 
contraste e as descobertas são: A maior parte do 
pâncreas é normal. Algum edema do processo 
uncinado da cabeça do pâncreas (seta azul). Edema 
na gordura peripancreática (seta amarela), 
compatível com pancreatite intersticial. Não houve 
complicações e foi feito o diagnóstico de pancreatite 
leve. 
 
Seta amarela indica borramento da gordura – todo 
processo inflamatório de estrutura abdominal gera 
borramento da gordura. O borramento é a gordura 
estar branca/cinza (era para estar preta). Contorno 
mal definido – a gordura envolta reage ao processo 
inflamatório. 
 
Pancreatite intersticial aguda. Pâncreas de realce 
normal com edema e pouco acúmulo de gordura 
peripancreática (setaslongas à esquerda e cabeça de 
seta à direita). 
 
Contorno do pâncreas mal definido. Gordura envolta 
borrada – hiperemia. 
 
A ressonância magnética é melhor na detecção de 
pancreatite aguda leve e na elucidação da causa da 
pancreatite aguda com alta sensibilidade e 
especificidade para coledocolitíase e anomalias 
pancreáticas congênitas. A sequência ponderada em 
T2 mostra pouco edema Peri pancreático (setas) ao 
redor do corpo e da cauda do pâncreas. 
 
Em geral, pancreatites graves causam necrose – mata 
o tecido pancreático. 
Nessa imagem é pancreatite leve: pâncreas normal 
com borramento da gordura. 
 
Pancreatite aguda grave: 
Pancreatite necrotizante 
A necrose do parênquima pancreático ou dos tecidos 
peripancreáticos ocorre em 10-15% dos pacientes. É 
caracterizada por um curso clínico prolongado, alta 
incidência de complicações locais e alta taxa de 
mortalidade. 
Existem 3 subtipos de pancreatite necrosante: 
• Necrose do parênquima pancreático e dos 
tecidos peripancreáticos (mais comum). 
• Necrose apenas de tecido extrapancreático sem 
necrose do parênquima pancreático (menos 
comum). 
• Necrose do parênquima pancreático sem necrose 
circundante do tecido peripancreático (muito 
rara). 
A necrose do parênquima pancreático pode ser 
diagnosticada em TC com contraste ⩾ 72 horas. A 
necrose do tecido peripancreático pode ser difícil de 
diagnosticar, mas suspeita-se quando a coleção não 
é homogênea, ou seja, várias densidades na TC. 
 
 
5 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
A TC mostra pancreatite aguda necrosante. O corpo 
e a cauda do pâncreas não realçam. Há realce normal 
da cabeça do pâncreas (seta). Mais de 50% do 
pâncreas está necrótico e há pelo menos duas 
coleções (círculos vermelhos). Balthazar: 4 + 6 = 10 
pontos. 
 
Com contraste. 
Fígado com inflamação em volta. Gordura é preta. 
Estômago, fígado e rim brancos – contraste. 
O pâncreas morreu – não tem como injetar contraste 
e ele não realçar o pâncreas – necrose pancreática. 
Circulado em vermelho é coleção dentro da gordura 
– coleção de sulco pancreático que extravasa do 
pâncreas. As lipases quebram gordura, ou seja, 
destroem a gordura em volta. 
A necrose é limpa – não tem bactéria. Com o tempo, 
o organismo reage ao processo inflamatório e forma 
cistos. 
 
Os achados são: Necrose do pâncreas; Coleção não 
homogênea no tecido peripancreático (círculo). 
 
É necrose – o pâncreas não realça como as outras 
estruturas. 
 
As descobertas são: Realce normal de todo o 
pâncreas. Extensas coleções peripancreáticas, que 
apresentam densidades líquidas e não líquidas na TC. 
Há pelo menos duas coleções, mas sem necrose do 
parênquima pancreático (ISTC: 4). No dia 18 há 
expansão das coleções peripancreáticas e uma 
parede incompleta está presente. 
No dia 5 esta coleção pode ser diagnosticada como 
provável coleção necrótica aguda. 
No dia 18, uma parede incompleta está presente, 
mas podemos supor que em alguns dias será uma 
parede de necrose com uma parede completa. 
Quando as coleções peripancreáticas persistem ou 
aumentam, geralmente é devido à presença de 
necrose gordurosa. 
 
Dia 5 evoluindo e organizando. 
Dia 18 o pâncreas não morreu inteiro e formou 
coleção envolta do pâncreas – pct sobrevive, é só 
drenar. 
 
Há uma coleção peripancreática homogênea bem 
demarcada no saco menor (círculo vermelho), que 
confina com o estômago e o pâncreas. A paciente não 
apresentou febre. A coleção foi submetida a 
drenagem percutânea com sucesso (seta azul), que 
apresentou líquido límpido com amilase elevada e 
posteriormente resolvido juntamente com os 
sintomas do paciente. Portanto, esta coleção mostrou 
ser um verdadeiro pseudocisto pancreático. Um 
pseudocisto é uma coleção de suco pancreático ou 
fluido envolto por uma parede completa de tecido 
fibroso. Ocorre na pancreatite intersticial e a ausência 
de tecido necrótico é imprescindível para o seu 
diagnóstico. Pode haver comunicação com o ducto 
pancreático. Um pseudocisto requer 4 ou mais 
semanas para se desenvolver. O diagnóstico 
diferencial inclui necrose isolada e, às vezes, um 
pseudoaneurisma ou mesmo um tumor cístico. 
 
6 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
 
A maioria das coleções que persistem após 4 semanas 
são necrose isolada. Na imagem superior há uma 
coleção na área da cabeça do pâncreas no espaço 
pararrenal anterior direito. Nesta fase, não é possível 
distinguir entre uma coleção líquida peripancreática 
aguda e uma coleção necrótica aguda. Em uma 
varredura de acompanhamento, a coleção no espaço 
pararrenal anterior direito aumentou de tamanho. 
Tem densidade fluida e uma parede fina. Isso pode 
ser um pseudocisto ou necrose isolada e pode ou não 
estar infectado. A paciente apresentou quadro 
séptico e foi realizada drenagem percutânea. Após a 
drenagem, a coleção mal diminuiu de tamanho pois o 
material era espesso. 
 
A coleção se organiza pq a gordura envolta está 
inflamando e reagindo ao líquido altamente 
inflamatório (suco pancreático) e aí a gordura 
encapsula esse líquido, localizando a coleção. 
Se a capsula romper dá problema – tem que entrar 
com o dreno e tirar antes que complique. 
 
Aqui vemos uma coleção pancreática e 
peripancreática homogênea, bem demarcada com 
parede realçada, no dia 25 de um episódio de 
pancreatite aguda necrosante. Este paciente teve 
febre e falência múltipla de órgãos. Portanto, essa 
coleção era suspeita de ser uma necrose isolada 
infectada e não um pseudocisto. Na cirurgia, a 
coleção continha muitos detritos necróticos, que não 
foram visualizados na TC. Esses casos ilustram que às 
vezes a TC não pode diferenciar com segurança entre 
coleções que consistem apenas em fluido e aquelas 
que contêm fluidos e detritos necróticos sólidos com 
ou sem infecção. 
 
Coleção bem organizada 
 
Este caso é um exemplo típico de necrose pancreática 
infectada. No dia 1, há aumento do pâncreas e parece 
apenas uma pancreatite intersticial leve. No dia 3 não 
há realce do pâncreas, consistente com necrose. A 
necrose também envolve o tecido peripancreático. 
Portanto, esta é uma coleção necrótica aguda. No dia 
17, há bolhas de gás na coleção necrótica consistente 
com necrose pancreática e peripancreática infectada. 
Uma parede envolve a coleção. 
 
7 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
Dia 17 – bolhas de ar. O processo inflamatório gera 
uma coleção que tem que ser asséptica – não tem 
bactéria no meio. Se aparece qualquer bolha de ar, 
deixa de ser coleção e virou abscesso. 
 
Neste paciente, há realce normal do pâncreas com 
coleções necróticas agudas heterogêneas septadas 
circundantes com densidades de fluido e gordura. 
Duas semanas depois, há bolhas de gás na coleção 
peripancreática (setas amarelas) consistente com umacoleção necrótica aguda infectada. Este paciente foi 
submetido a cirurgia. O cirurgião removeu uma 
grande quantidade de tecido necrótico e estimou ter 
removido mais de 90% do pâncreas. Uma TC 
realizada 6 meses após a cirurgia mostrou um 
pâncreas normal. Isso indica que durante a cirurgia a 
diferenciação entre necrose pancreática e necrose 
dos tecidos peripancreáticos às vezes é impossível. 
 
 
A necrose central do pâncreas é uma forma específica 
de pancreatite necrotizante, representando necrose 
de espessura total entre a cabeça e a cauda do 
pâncreas e quase sempre está associada à ruptura do 
ducto pancreático. Isso leva a coleções persistentes, 
pois a cauda pancreática viável continua a secretar 
sucos pancreáticos. 
 
Dissocia a cabeça do pâncreas – joga o sulco 
pancreático no meio da coleção. 
 
TC versus RM na necrose isolada. A TC (topo) mostra 
necrose isolada substituindo grande parte do 
parênquima pancreático. A RM ponderada em T2 
correspondente (abaixo) mostra com precisão o 
material necrótico (pontas de seta) dentro da 
coleção. 
 
8 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
Muitas áreas de necrose 
 
LESÕES TRAUMÁTICAS DO PÂNCREAS: 
O pâncreas é vulnerável a lesões por esmagamento 
em trauma contuso por impacto contra a coluna 
vertebral. Dois terços das lesões ocorrem no corpo 
pancreático. Os sintomas e achados clínicos 
geralmente são inespecíficos e não confiáveis. 
A tríade clássica da febre, leucocitose e a elevação 
dos níveis séricos de amilase raramente é 
encontrada. 
Lesões na cabeça do pâncreas são fatais em 28% dos 
casos, contra 16% das lesões da cauda, devido ao 
envolvimento das estruturas vasculares locais. 
A TC é usada como primeira linha no paciente com 
trauma agudo e pode ser útil na definição de 
lesões no pâncreas e complicações associadas. 
Sinais diretos de lesão pancreática incluem laceração 
pancreática, transecção e cominuição. Coleções 
líquidas, como hematomas, pseudocistos e 
abscessos, são frequentemente observadas. 
Aumento focal do pâncreas e líquido peripancreático 
são sugestivos de lesão pancreática e fratura fraca as 
linhas podem ser vistas em uma inspeção mais 
próxima. Aderência de gordura peripancreática, 
hemorragia e fluido entre a veia esplênica e o 
pâncreas são sinais secundários úteis. 
 
Trauma pancreático: 
Fratura do colo do pâncreas em mulher de 35 anos 
após colisão automobilística. (a, b) Tomografias 
computadorizadas axiais com contraste mostram 
extensas lacerações hepáticas (a) e uma linha de 
fratura no colo do pâncreas (cabeça de seta em B). (c) 
A imagem ultrassonográfica (US) transversal mostra 
fluido separando os fragmentos pancreáticos no local 
da fratura (seta). (d) A imagem da 
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica 
(CPRE) mostra uma grande coleção de material de 
contraste extravasado (cabeças de seta), o que indica 
ruptura do ducto pancreático. 
 
O raio x é feito como complemento de uma 
endoscopia – CPRE. As setas indicam que o contraste 
extravasou – tem dissociação entre a cabeça e a cauda 
causada por trauma pancreático. 
 
Fratura pancreática com rompimento do ducto 
pancreático em homem de 27 anos após colisão de 
veículo motorizado lision. (a) TC axial com contraste 
obtida na apresentação mostra uma fratura do colo do 
pâncreas (seta). (b) TC axial com contraste obtida no 
dia 6 mostra coleções fluidas em expansão. O 
segmento do ducto pancreático a montante das 
coleções é claramente demonstrado (seta). (g, h) 
Imagens de RM ponderadas em T1 (g) e em T2 (h) 
com supressão de gordura obtidas 1 mês depois 
mostram resolução do fluido coleções com uma linha 
de fratura residual (setas). 
 
O que está preto não está realçando – fratura. 
Pct começou a fazer coleções. 
 
(Topo) Laceração pancreática superficial sem lesão do 
ducto em um homem de 19 anos após uma colisão de 
veículo automotor. A TC com contraste axial mostra 
uma laceração da cauda pancreática distal (setas em 
a, seta em b). Lesões do ducto pancreático não foram 
observadas na laparotomia. O paciente se recuperou 
após tratamento conservador. 
 
9 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
 
(Embaixo) Laceração pancreática profunda com lesão 
do ducto em uma menina de 14 anos após uma 
colisão de veículo automotor. A TC axial com 
contraste mostra um pâncreas lacerado que envolve 
mais de 50% da espessura do parênquima (seta). 
Observe o espessamento da cauda pancreática e o 
líquido circundante. Transecção do ducto pancreático 
foi confirmado na cirurgia, e foi realizada ressecção da 
cauda pancreática. 
 
 
TUMORES PANCREÁTICOS: 
O câncer de pâncreas é a quarta maior causa de morte 
por câncer nos Estados Unidos e na Europa, com mais 
de 100.000 mortes por ano somente na Europa. 
A sobrevida global em 5 anos varia de 2 a 7% e quase 
não melhorou nas últimas duas décadas. 
Aproximadamente 15% de todos os pacientes têm 
doença presumivelmente ressecável no momento do 
diagnóstico e, desses, apenas um subgrupo tem um 
tumor ressecável na exploração cirúrgica. A 
ressecção completa do tumor é o único tratamento 
curativo, mas o câncer de pâncreas raramente é 
detectado em estágio inicial, pois 40% dos 
pacientes apresentam metástases à distância e 40% 
apresentam câncer de pâncreas localmente avançado 
(CPLA), irressecável. 
O envolvimento de estruturas vasculares críticas é o 
fator mais importante, que determina a 
ressecabilidade de um adenocarcinoma pancreático. 
Ao mesmo tempo, é um importante preditor de 
sobrevivência. Achados adicionais importantes de 
interesse para o cirurgião, que são facilmente 
negligenciados são: Invasão perineural, Invasão da 
raiz do mesentério, Invasão do mesocólon. 
 
O primeiro sinal clínico de um tumor de pâncreas é 
icterícia – invade o colédoco. 
 
Câncer de pâncreas: 
Uma reformatação coronal mostra um pequeno tumor 
na cabeça do pâncreas (pontas de seta) com 
obstrução do ducto biliar comum. Parece haver 
apenas contato limitado com a veia porta (seta). 
 
Invasão de vaso é um sinal clássico de tumor de 
pâncreas. Não tem plano de clivagem – clivagem é a 
separação, ou seja, não tem plano entre o vaso e o 
tumor, ou entre a víscera e o tumor – o tumor vai 
invadindo as estruturas envolta. 
 
Uma reformatação coronal mostra um pequeno tumor 
na cabeça do pâncreas (pontas de seta) com 
obstrução do ducto biliar comum. Parece haver 
apenas contato limitado com a veia porta (seta). 
 
 
Sinal de lágrima - Refere-se a uma mudança na forma 
do PV ou SMV de oval ou redondo para uma lágrima. 
Isso pode ser causado pelo envolvimento do tumor 
ou amarração por fibrose adjacente. 
Irregularidade do contorno do vaso - A 
irregularidade de um vaso é sugestiva de invasão 
vascular. Ainda mais nas artérias, já que a parede de 
uma artéria é mais espessa do que a de uma veia. 
Trombose - A presença de trombo em uma artéria é 
sugestiva de invasão vascular. 
 
O tumor costuma causar trombos dentro da veia porta 
 
A TC axial mostra: Tumor no corpo do pâncreas 
(ponta de seta branca). Focal < 90º de contato com a 
SMA. Contato mais extenso de 90º – 180º com o SMV 
, que é levemente estreitado e deformado (seta 
amarela). Dilatação do ducto pancreático A 
reconstrução coronal mostra: A irregularidade da 
 
10 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
parede do vaso da VMS é melhor apreciada nesta 
reformatação coronal (seta). Tumor no corpo do 
pâncreas (ponta de seta branca). Trombose em ramos 
laterais da SMV (pequenas setas verdes). 
 
 
Um carcinoma do processo uncinado pode facilmente 
envolver o mesentério jejunal, espalhando-se ao 
longo desta via. Os primeiros ramos jejunais da AMS 
e VMS servem como marcos para identificar esse tipo 
de invasão. Se a invasão for limitada, a ressecção e a 
reconstrução podem ser possíveis, mas uma invasão 
mais extensa é praticamente irressecável. 
 
 
Um carcinoma do processo uncinado pode facilmente 
envolver o mesentério jejunal, espalhando-se ao 
longo desta via. Os primeiros ramos jejunais da AMSe VMS servem como marcos para identificar esse tipo 
de invasão. Se a invasão for limitada, a ressecção e a 
reconstrução podem ser possíveis, mas uma invasão 
mais extensa é praticamente irressecável. 
 
 
Um carcinoma da cabeça do pâncreas envolvendo 
todo o mesentério jejunal e os ramos jejunais da AMS 
e VMS. O tumor apresenta uma invasão mais extensa 
e é praticamente irressecável. 
 
Invadindo artéria mesentérica – não dá para retirar. 
 
BAÇO: 
• Anatomia 
• Esplenomegalia 
• Cistos 
• Trauma 
• Tumores benignos e malignos 
Maior órgão do sistema linfático, faz reciclagem de 
eritrócitos. 
Polpa branca: funções imulógicas. 
Polpa vermelha: hemácias. 
Irrigado pela artéria esplênica. 
Dentro dele sinusoides – estrutura vascular. 
 
 
 
 
MALFORMAÇÕES ESPLÊNICAS: 
O baço é o maior órgão do sistema linfático e tem 
função imunológica e hematológica desempenhados 
 
11 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
por duas polpas, uma branca, formada por tecido 
linfoide e que produz e armazena os linfócitos (células 
de defesa do corpo), e outra vermelha, que destrói as 
hemácias defeituosas e idosas e armazena células de 
defesa, liberando-as na circulação quando 
necessário. Comprimento normal do baço é de até 12 
cm. 
• Esplenúnculo ou baço acessório: Os 
esplenúnculos, também conhecidos como baços 
acessórios, são pequenos nódulos do baço 
separados do resto do órgão. 
• Baço errante: Baço errante é uma condição rara 
na qual o baço migra de sua posição anatômica 
usual, geralmente para a parte inferior do 
abdome ou pelve. 
• Poliesplenia: Síndrome de poliesplenia é um tipo 
de síndrome em que há múltiplos baços. 
• Asplenia: Asplenia anatômica: ausência de tecido 
esplênico (pode ser congênita, adquirida ou 
iatrogênica). Asplenia funcional: tecido esplênico 
presente, porém não funcionante. 
• Baço bilobar: baço único apresentando dois 
grandes lobos. 
• Fenda esplênica (que pode simular laceração 
traumática). 
 
Baço acessório: 
Na TC massa com densidade igual a do baço, bem 
circunscrita com margens definidas, geralmente 
próxima ao baço. TC sem contraste e com cortes axial 
e sagital pós-contraste. 
 
 
Baço ectópico: 
Baço ectópico ou baço errante é uma condição rara 
na qual o baço migra de sua posição anatômica 
usual, geralmente para a parte inferior do abdome ou 
pelve. Imagens de TC pós-contraste mostram baço na 
região pélvica (b e c). 
 
Baço não fica na posição anatômica. O pedículo fica 
longo e pode torcer – os vasos fecham e o baço 
infarta. Única alteração com relevância clínica. 
 
Poliesplenia: 
A síndrome de poliesplenia, também conhecida 
como isomerismo esquerdo, é um tipo de síndrome 
congênita em que há múltiplos baços. 
 
 
Asplenia: 
Asplenia refere-se à ausência do baço, levando assim 
a função esplênica deficiente. TC pós-contraste 
demonstra a ausência do baço. 
Assintomático. 
 
Fígado ocupa o hipocôndrio esquerdo. 
 
TRAUMA ESPLÊNICO: 
Trauma esplênico pode ocorrer após trauma contuso 
ou penetrante ou secundário a intervenção médica 
(isto é, iatrogênico). O baço é o órgão interno mais 
freqüentemente lesado após trauma contuso. No 
trauma contuso, o baço pode ser responsável por até 
49% das lesões de órgãos abdominais. Os pacientes 
podem apresentar quadrante superior esquerdo, dor 
torácica esquerda, dor na ponta do ombro esquerdo 
(referida por irritação diafragmática) e sinais de 
hipotensão ou choque. Tipos: laceração; hematoma: 
subcapsular (mais comum) ou intraparenquimatoso; 
hemorragia ativa; pseudoaneurisma ou fístula AV (em 
~15% do trauma esplênico); infarto esplênico (raro). 
Trauma esplênico é classificado conforme o Sistema 
de Classificação de Lesão Esplênica - AAST. 
 
Diagrama simplificado que descreve cada grau de 
lesão esplênica de acordo com a atualização de 
lesões de órgãos da AAST de 2018. 
 
12 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
Grau III em diante tem necrose de mais de 50% tem 
que intervir cirurgicamente – pq pode se formar 
hematomas grandes. 
 
TC com contraste nas fases arterial e excretora (at e 
ex) mostra lacerações de alto grau no baço e rim 
esquerdo, com desvascularização do polo renal 
inferior. Laceração através do lobo hepático direito. 
Grande hemoperitônio. 
 
AT – arterial, EX – excretor. 
Exame que foi feito na hora e depois 15 min – com 
contraste. A coleção preta começa a realçar pq tem 
vaso grande jogando sangue dentro da coleção. Tem 
que ir para cirurgia. 
 
INFARTO ESPLÊNICO: 
O infarto esplênico é resultado de isquemia do baço 
e, em muitos casos, não requer tratamento. No 
entanto, a identificação da causa do infarto é 
essencial. Os infartos esplênicos podem ocorrer 
devido a vários processos, envolvendo o suprimento 
arterial, o próprio baço ou a drenagem venosa. Como 
tal, não há nenhum grupo demográfico afetado; em 
vez disso, os dados demográficos variam de acordo 
com a causa subjacente. Pacientes com infarto 
esplênico podem apresentar dor no quadrante 
superior esquerdo. Alguns podem apresentar 
sintomas constitucionais como febre e calafrios, 
enquanto outros podem até apresentar dor 
abdominal difusa. Devido à localização do baço, sob 
o hemidiafragma esquerdo, a dor referida no ombro 
esquerdo também é uma característica. 
Aproximadamente 40% dos pacientes com infarto 
esplênico são assintomáticos. 
 
TC nos cortes axiais pré e pós-contraste demonstram 
que o baço está aumentado e com densidade 
heterogênea, com numerosas áreas de baixa 
densidade que não realçam. 
 
O baço não capta o contraste pq está ocluído. 
 
HEMANGIOMA ESPLÊNICO: 
Os hemangiomas esplênicos, também conhecidos 
como malformações venosas esplênicas, embora 
sejam lesões raras, são considerados a segunda lesão 
focal mais comum envolvendo o baço depois dos 
cistos esplênicos simples e são os tumores benignos 
primários mais comuns do baço. Eles geralmente são 
encontrados incidentalmente e têm aparência de 
imagem semelhante aos hemangiomas hepáticos. Os 
hemangiomas esplênicos são constituídos por canais 
vasculares não encapsulados, não neoplásicos, de 
tamanhos variados, desde capilares a cavernosos, 
contendo sangue de fluxo lento. Esses vasos são 
revestidos com uma única camada de endotélio. A 
síndrome de Kasabach-Merritt, também conhecida 
como síndrome de trombocitopenia de hemangioma, 
é uma doença rara com risco para lactentes, na qual 
um tumor vascular de crescimento rápido é 
responsável por trombocitopenia, anemia hemolítica 
microangiopática e coagulopatia. 
 
US abdominal realizada e revela uma lesão 
hipoecóica bem definida no pólo superior do baço 
sem vascularização significativa. 
 
Tumor vascular benigno. Aparece preto no USG, sem 
vascularização. Tem que fazer TC para ter certeza. 
 
TC do abdome na fase arterial revela realce periférico 
da lesão esplênica com subseqüente preenchimento 
nas fases tardias. 
 
 
Massa esplênica ovoide bem definida de localização 
subcapsular, com tênue baixo sinal para o 
 
13 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
parênquima esplênico em T1, leve sinal alto 
heterogêneo em T2, com realce centrípeto capsular e 
progressivo na fase arterial, e preenchimento 
centrípeto progressivo na fase venosa portal e 
preenchimento quase completo na fase tardia. 
 
 
LINFANGIOMA ESPLÊNICO: 
Os linfangiomas esplênicos são tumores benignos 
relativamente raros que correspondem à dilatação 
anormal dos canais linfáticos, podendo ser 
congênitos ou adquiridos. Na imagem, eles 
geralmente se apresentam como lesões císticas 
lobuladas e multiloculadas sem componente sólido 
ou realce significativo. A maioria ocorre em crianças, 
raramente foram relatados em adultos. A 
apresentação varia de achado incidental 
assintomático a uma grande massa sintomática 
multicêntrica que requer intervenção cirúrgica. Pode 
ocorrer isoladamente no baço ou como parte de uma 
linfangiomatose sistêmica. A parede cística e os 
septos são compostos por faixas finas de tecido 
fibroso revestidas por endotélio brando, cujanatureza 
pode ser confirmada por imuno-histoquímica por 
meio de marcadores endoteliais (CD31, 
podoplanina); isso pode ser necessário para descartar 
uma lesão epitelial cística. As paredes/septos fibrosos 
do cisto podem mostrar calcificação focal. 
 
No US o baço é substituído por múltiplas estruturas 
císticas de tamanhos variados. 
 
Cistos no meio do baço – irregulares, septos espessos, 
calcificados. 
 
Na TC o baço apresenta múltiplas lesões císticas de 
tamanhos variados, algumas com calcificações septais 
e murais. 
 
 
ANGIOSARCOMA ESPLÊNICO: 
Os angiossarcomas esplênicos são neoplasias 
esplênicas malignas raras. O termo geralmente é 
usado para descrever um angiossarcoma primário do 
baço, embora angiossarcomas em outros lugares 
também possam raramente metastatizar para o baço. 
Apesar de sua absoluta raridade, o angiossarcoma 
esplênico é considerado a neoplasia esplênica 
primária não hematolinfóide mais comum. Não há 
predileção reconhecida por gênero (ocorre quase 
igualmente em mulheres e homens). São comumente 
vistos em pacientes mais velhos. A TC pode mostrar 
massas nodulares solitárias ou múltiplas de baixa 
atenuação heterogênea em um baço aumentado; 
necrose e áreas hemorrágicas podem explicar a 
heterogeneidade. Geralmente há contornos 
irregulares e mal definidos. Grandes coleções 
sanguíneas subcapsulares intraesplênicas ou 
extracapsulares periesplênicas ocasionais 
(hemoperitônio) podem estar presentes. Algumas 
dessas massas podem apresentar realce periférico 
com as margens das lesões muitas vezes irregulares 
ou mal definidas. 
 
Imagens de uma mulher de 72 anos com dor 
epigástrica. (a) O espécime ressecado mostra 
múltiplos nódulos tumorais na periferia da borda 
(setas brancas) e uma área central de tumor com 
necrose e fibrose (setas pretas). (b) A imagem 
transversal dos EUA do baço mostra uma massa 
solitária com borda ecogênica (seta) e centro 
hipoecogênico (cabeça de seta). Os resultados do 
Doppler mostraram que essa borda era hipervascular. 
(c) A tomografia computadorizada de fase venosa 
portal precoce com contraste mostra uma massa 
solitária de 6 cm com realce de contraste na borda 
(seta branca) e diminuição atenuação no centro 
(ponta de seta). Duas massas realçadas (setas pretas) 
são vistas no fígado. 
 
 
Imagens de uma mulher de 62 anos com dor 
abdominal superior. (a) Superfície cortada do 
espécime ressecado mostra áreas escuras de infarto e 
hemorragia (setas) na periferia e áreas centrais de um 
tumor vascular (setas). (b) Portal inicial com contraste 
transverso A TC de fase venosa mostra massas 
realçadas (setas) no centro de um grande baço. A 
periferia do baço apresenta baixa atenuação, 
sugerindo infarto e necrose. O fígado contém 
múltiplas metástases hipervasculares (pontas de 
seta) variando em tamanho de alguns milímetros a 1–
2 cm. (c) Na imagem de RM gradiente-eco ponderada 
em T1 transversal pré-contraste, a massa substitui o 
baço por áreas irregulares irregulares de alto sinal 
intensidade. O fígado tem áreas difusas de alta 
intensidade de sinal semelhantes ao baço. (d) A 
imagem de RM gradiente-eco ponderada em T1 pós-
contraste mostra intensa intensificação do contraste 
do centro (setas) da lesão e de múltiplos nódulos 
metastáticos no fígado. 
 
14 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P 
 
 
METÁSTASES ESPLÊNICAS: 
Metástases esplênicas são relativamente raras em 
exames de imagem, embora sejam mais comumente 
encontradas em autópsias. Normalmente, eles fazem 
parte de uma doença metastática generalizada. A taxa 
de metástases esplênicas varia entre 1-10% dos 
estudos de autópsia, dependendo se foram incluídas 
metástases microscópicas ou macroscópicas. Mais 
comumente, as metástases são uma massa 
esplênica solitária (sólida ou cística), raramente 
podem ser infiltrativas. Locais mais comuns: 
melanoma maligno cutâneo (mais comum); mama; 
ovário; câncer colorretal; carcinoma endometrial; 
câncer de intestino; câncer de pulmão; carcinoma 
renal de células claras e tumor neuroendócrino 
pancreático. No ultrassom nota-se massas bem 
definidas solitárias ou múltiplas, mais comumente 
aparece como uma lesão hipoecóica (aparência alvo), 
embora possa ser iso ou hiperecóica. Na TC as massas 
são geralmente hipoatenuantes e com componentes 
císticos. 
 
Os achados da TC são consistentes com massa 
infiltrativa da cauda do pâncreas, provavelmente 
adenocarcinoma, invadindo a flexura esplênica do 
cólon, polo superior do rim esquerdo, adrenal 
esquerda, envolvendo e atenuando a artéria renal 
esquerda, veia e artéria esplênica, com trombose da 
veia esplênica, linfadenopatia, nódulos secundários 
no fígado esparsos. O diagnóstico foi comprovado 
por biópsia. 
 
 
Uma massa de baixo realce de 70 × 40 mm é 
observada na cauda pancreática que invade o baço 
adjacente. Múltiplas linfadenopatias são observadas 
nas proximidades do segmento doente. Numerosas 
massas de baixo realce são evidentes no fígado com 
menos de 55 mm. Algumas massas de baixo realce 
também são observadas no baço com menos de 50 
mm. Uma pequena quantidade de líquido livre é vista 
no espaço peri-hepático e na goteira paracólica 
esquerda.

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