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REGISTRO EM PRONTUÁRIO NO HOSPITAL O PSICÓLOGO NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE Prontuário significa “Lugar onde se guardam ou depositam coisas das quais se pode necessitar a qualquer instante” e, atualmente, o código de ética médica (2009) impõe a elaboração de um prontuário para cada paciente. O Conselho Federal de Medicina, pela Resolução n.º 1.638/02, determina no art. 1º que o prontuário configura “documento único, constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”. São colocadas no prontuário, informações como: Identificação do paciente, dados socioeconômicos, história clinica (anamnese) exame físico, exames complementares, resultados, hipóteses diagnosticas, diagnóstico, tratamentos efetuados, prescrições medicamentosas. Numa internação ainda adiciona-se dados sobre a evolução diária do paciente, de cada procedimento ao qual foi submetido, bem como os profissionais de saúde responsáveis. Registro Psicológico no prontuário: “Anotações concisas, mas ao mesmo tempo abrangentes, sobre o andamento de um acompanhamento psicológico, privilegiando informações que sirvam como instrumento de orientação para o manejo mais otimizado do paciente pela equipe, ao mesmo tempo em que o preservem de uma exposição excessiva sobre alguns temas tratados no atendimento psicológico, vêm sendo uma medida oportuna”. É necessário ponderar o que vai ser colocado no prontuário, para o sigilo profissional permanecer resguardado, assim como, privilegiar os dados que ajudem a equipe no manejo do tratamento do paciente. Além disso, é necessário evitar alguns termos como “histeria”, “compulsão”, uma vez que o conhecimento popular destoa do significado técnico. (Obvio, já que é uma linguagem psicanalítica) Discussões sobre o registro em prontuário no âmbito da Residência multiprofissional Por um lado, o prontuário expõe o universo de saberes, linguagem e jargões de categorias profissionais, por outro lado, dá acesso as praticas dos profissionais da equipe. No âmbito da expressão de prática profissional, o registro em prontuário tem cumprido o papel de negligenciar os saberes coletivos, em defesa do sigilo e do individual. Algumas vezes os psicólogos podem acabar por não oferecer informações relevantes, se resguardando através do sigilo, mas, defendemos que algo no dito do paciente, que diz de sua posição como sujeito, deve ser comunicado à equipe de forma a não desconsiderar o sigilo e a ética e nem também utilizá-los como uma espécie de “escudo” de nossas práticas. Algo deve ser comunicado, considerando que há informações primordiais acerca do sujeito, como seu posicionamento diante do adoecimento e do “ser cuidado”, por exemplo, que não devem ser privadas do conhecimento dos outros profissionais da equipe, visto que tais informações conduzirão de forma mais eficaz as ações da equipe junto a este paciente. Por fim, a comunicação falada também é de extrema importância no contexto hospitalar.