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INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO TÓPICO 2ESTUDO DE LETRAS E SÍMBOLOS NO DESENHO TÉCNICO 100 Seu desempenho no tópico 1 INTRODUÇÃO - Em desenho técnico, não é possível utilizarmos letras e números tal como escrevemos, pois a representação possui normas técnicas específicas, que garantem a universalidade na forma de linguagem. A norma utilizada em desenhos técnicos, e documentos semelhantes, é a NBR 8402: Execução de Caracter para Escrita em Desenho Técnico (ABNT, 1994). De acordo com Gislon (2016), orientação inicial para a execução da caligrafia técnica é que as letras sejam padronizadas de maneira que, dentro de um conjunto final de pranchas, elas apresentem a mesma forma escrita. A seguir, serão resumidos os princípios relativos à confecção de letras e símbolos. 2 CALIGRAFIA 100 De acordo com Gislon (2016), a caligrafia técnica é aplicada aos textos das especificações técnicas, ao preenchimento da legenda e à cotagem. As letras precisam ser feitas com traçados firmes, uniformes e legíveis. Para executá-las, devem-se efetuar linhas-guia horizontais, finas e fracas, e escrever, dentro delas, as palavras. Estas linhas auxiliarão na confecção de letras uniformes. As exigências gerais da caligrafia aplicada ao desenho técnico, buscando a uniformidade e a legibilidade das letras, são (baseado em GISLON, 2016): QUADRO 3 – CALIGRAFIA TÉCNICA FONTE: Adaptado de Gislon (2016) * De acordo com Gislon (2016), a ausência da serifa confere legibilidade e simplificação na grafia, e busca evitar os riscos de dupla interpretação das informações, sendo bastante apropriada para informações de caráter técnico. A fim de garantir a qualidade no resultado final, recomenda-se que as letras sejam executadas depois que o desenho for concluído, como finalização do trabalho. É importante destacar que as letras para o desenho técnico possuem traços simples. As principais características para a boa graficação das fontes são: · Altura constante. · Traços com verticalidade ou inclinação uniformes. · Espessura uniforme dos traçados. · Observar o espaçamento mais adequado entre os caracteres e entre as palavras. A seguir, apresentaremos algumas dicas para a caligrafia técnica que irão ajudá-lo na confecção de textos para os seus desenhos (DENCKER, 2009 apud GISLON, 2016): · Escolha a altura das letras maiúsculas e divida em três partes iguais. Utilize 1/3 para baixo para a altura das minúsculas. · As letras minúsculas com perna ou haste, ocupam 1/3 para cima ou para baixo. · Os algarismos devem ter a mesma altura das letras maiúsculas. · Evite letras que possam aparecer mais que os desenhos. 3 LINHAS 100 A padronização das linhas empregadas no desenho técnico é fundamental para a interpretação universal do desenho. Para cada elemento do desenho, devem ser utilizados tipos de linha específicos, garantindo que as informações estejam legíveis para quem interpreta o desenho. Com relação à espessura das linhas a serem utilizadas, costumam-se seguir os seguintes princípios (baseado em GISLON, 2016): QUADRO 4 – PADRONIZAÇÃO DAS LINHAS EM DESENHO TÉCNICO FONTE: <https://pt.slideshare.net/AgnaldoJardelTrennep/desenho-tcnico-mecnico-74465905>. Acesso em: 10 jun. 2018. O resumo apresentado acima descreve as principais informações relativas aos tipos de linha utilizados em desenho técnico. Se você, acadêmico, quiser obter maiores informações acerca destas linhas, sugerimos consultar a NBR 8403: Aplicação de Linhas em Desenhos (ABNT, 1984). A seguir, apresentaremos algumas dicas para a padronização das linhas nos desenho técnico (adaptado de Gislon, 2016): A espessura da linha deve ser proporcional ao tamanho do desenho. · Todas as linhas devem começar e terminar de forma definida. · As linhas contínuas devem ser traçadas num só sentido. · O encontro de duas linhas deve sempre tocar os seus extremos (linhas que não se encontram em cantos dão a falsa impressão de serem arredondados). · Não se deve voltar o lápis sobre a linha traçada, a fim de não acarretar variação na espessura, para garantir a limpeza do traço. É importante traçar as linhas principais com lapiseira 0,3 mm e, somente depois, coloque as espessuras requisitadas, a fim de garantir a qualidade do desenho, e a precisão do traço (DENCKER, 2009). 4 PADRÕES DE FOLHAS, MARGENS E LEGENDA - As folhas em branco, utilizadas em desenhos técnicos, possuem dimensões padronizadas. A série “A”, de padronização do papel, é a mais utilizada para os desenhos técnicos de Engenharia e áreas afins (A0, A1, A2, A3 e A4). As folhas podem ser utilizadas tanto na vertical quanto na horizontal. De acordo com a NBR 10068: Folha de Desenho - Leiaute e Dimensões, os formatos padrão disponíveis são (ABNT, 1987): QUADRO 5 – PADRONIZAÇÃO DAS FOLHAS EM DESENHO TÉCNICO FORMATO TAMANHO (em milímetros) A0 841 x 1189 A1 594 x 841 A2 420 x 594 A3 297 x 420 A4 210 x 297 FONTE: Adaptado de Gislon (2016) Cada um destes formatos deverá possuir margens, que delimitam o espaço para os desenhos, dentro da prancha. A margem esquerda é sempre maior que as demais, pois é nesta margem que as folhas são furadas para fixação nas pastas ou arquivos. Na tabela a seguir são apresentadas as dimensões das margens para cada tamanho de folha de desenho da série “A”. De acordo com a NBR 10068: Folha de Desenho – Leiaute e Dimensões, as margens e suas linhas devem ter as seguintes dimensões (ABNT, 1987): QUADRO 6 – FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES FORMATO Margem esquerda (em milímetros) Demais margens (em milímetros) Largura da linha A0 25 10 1,4 A1 25 10 1,0 A2 25 7 0,7 A3 25 7 0,5 A4 25 7 0,5 FONTE: Adaptado de Gislon (2016) De acordo com Gislon (2016), em todas as pranchas confeccionadas para um projeto, o formato final delas deve receber dobragem, até resultar no tamanho final em A4 (210 mm x 297 mm), a fim de permitir o fácil armazenamento e transporte do material. É importante observar que no formato final, em A4, deve-se sempre deixar visível a legenda, para fácil identificação das informações contidas na prancha. A norma a ser consultada, para obter-se as dimensões da dobragem das pranchas é a NBR 13142: Desenho Técnico – Dobramento de Cópia (ABNT, 1999). Em cada prancha, organiza-se um espaço para desenho, um espaço para texto, e um espaço para a legenda. É importante que cada um destes elementos respeite determinados princípios, a fim de garantir a legibilidade das informações em conjunto (baseado em GISLON, 2016): Espaço para desenho: · Os desenhos são dispostos na ordem horizontal ou vertical. · Devem ser executados levando em consideração o dobramento final das cópias em formato A4. Espaço para texto: · Todas as informações necessárias ao entendimento do conteúdo da prancha são colocadas no espaço para texto. · O espaço para texto é colocado sobre a legenda. · A largura do espaço de texto é igual à da legenda ou no mínimo 100 mm. · As seguintes informações devem constar no espaço para texto: identificação dos símbolos empregados no desenho; informações necessárias à execução do desenho; referência a outros desenhos ou documentos; histórico da elaboração do desenho com identificação/assinatura do responsável. Espaço para legenda: · Na legenda o projetista assina seu projeto, e marca as possíveis revisões feitas. · A posição da legenda deve estar dentro do espaço para o desenho, no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente, como verticalmente. · O comprimento da legenda deve ser de 178 mm (nos formatos A4, A3, A2), e 175 mm (nos formatos A1 e A0). · Em folhas grandes, quando se dobra o desenho, a legenda sempre deve estar visível, para facilitar a procura em arquivo sem necessidade de desdobrá-lo. · A legenda deve conter a identificação completa do desenho, que compreende: ◦ Nome do profissional responsável pelo projeto. ◦ Número de registro, nome do cliente ou empresa para o qual o projeto será realizado. ◦ Título e escala do desenho. ◦ Data e número da prancha. · O modelo de legenda a ser considerado é: QUADRO 7 – MODELODE LEGENDA FONTE: Ferreira, Faleiro e Souza (2008) RESUMO DO TÓPICO Caro acadêmico! Neste momento, chegamos ao final do Tópico 2, da Unidade 1, esperamos que você tenha aprendido que: · As letras precisam ser feitas com traçados firmes, uniformes e legíveis. Para executá-las, devem-se efetuar linhas-guia horizontais, finas e fracas, e escrever, dentro delas, as palavras. As linhas auxiliam na confecção de letras uniformes. · As letras devem ter altura, inclinação, espessura do traçado e espaçamento (entre os caracteres) todos legíveis e uniformes. · Para cada elemento do desenho, devem ser utilizados tipos de linha específicos, garantindo que as informações estejam legíveis para quem interpreta o desenho (linhas fortes, finas, tracejadas, traço-ponto grossas, traço-ponto finas, linhas de hachuras, linhas de ruptura grossas e linhas de ruptura finas). · As linhas contínuas devem ser traçadas num só sentido. · O encontro de duas linhas deve sempre tocar os seus extremos (linhas que não se encontram em cantos dão a falsa impressão de serem arredondados). · Não se deve voltar o lápis sobre a linha traçada, a fim de não acarretar variação na espessura. · Sugere-se traçar as linhas principais com lapiseira 0,3 mm e, somente depois, colocar as espessuras requisitadas, a fim de garantir a qualidade do desenho como um todo, e a precisão do traço final. · A série “A”, de padronização do papel, é a mais utilizada para os desenhos técnicos de Engenharia e áreas afins (A0, A1, A2, A3 e A4). · Cada um destes formatos deverá possuir margens, que delimitam o espaço para os desenhos, dentro da prancha. A margem esquerda é sempre maior que as demais, pois é nesta margem que as folhas são furadas para fixação nas pastas ou arquivos. · O formato final das pranchas de um projeto deve receber dobragem, até resultar no tamanho final em A4 (210 mm x 297 mm), permitindo o fácil armazenamento e transporte do material. Nesta dobragem, a legenda deve ficar visível.
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