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As Três Faces da Globalização 3ano

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As Três Faces da Globalização
Segundo Milton Santos
Para Milton Santos, geógrafo brasileiro, a globalização é o ápice do processo de
internacionalização do mundo capitalista. Neste contexto, ele enxerga três diferentes mundos em um
só: O primeiro seria o mundo como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o outro, o mundo tal
como ele é: a globalização como perversidade; e por fim, o mundo como ele pode ser: uma outra
globalização.
A globalização tem um caráter de fábula porque é propagandeada como um processo
inexorável, que leva à rendição de todos a um único modo de vida, compatível com esse novo mundo. A
mídia tem um importante papel na disseminação dessa nova cultura. As mensagens midiáticas,
emitidas por um mercado de poucas e oligopolizadas agências de notícias se esforça em difundir a ideia
de que a globalização é inevitável e que, para se adentrar nesse novo mundo, é preciso aceitar a crise
como inevitável e o desemprego e a pobreza como efeitos colaterais necessários.
A globalização também se revela como perversidade porque traz consequências econômicas
perversas para os mais pobres, principalmente nos países subdesenvolvidos. O processo, que teria um
caráter uniformizante, na realidade, produz mais excluídos e uma acentuada concentração de renda.
Mas a globalização pode ter outro destino. Nas últimas décadas, o mundo vem aperfeiçoando
meios de disseminação de informação que têm servido ao debate sobre a economia na escala
planetária. Para ele, a globalização como está posta hoje não é irreversível. Outros usos são possíveis
para os sistemas técnicos que hoje são usados pelos atores hegemônicos. Nota-se hoje tecnologias,
criadas dentro do capitalismo e a seu serviço, sendo usadas por e para as classes subalternas,
possibilitando visibilidade, voz e organização. As lutas sociais e ecológicas ganham o mundo a partir
das novas técnicas criando condições favoráveis à mobilização das populações do mundo. A
globalização pode se tornar um processo humano, desvinculado da sua base financeira. Nesse sentido,
Milton Santos mostra uma convicção quase mística de que o mundo pode e vai ser melhor, com maior
inclusão, distribuição de recursos e participação.

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