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SISTEMA DE ENSINO
SERVIÇO SOCIAL
Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) – Parte I
Livro Eletrônico
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................5
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I ..............................................................................6
Disposições Preliminares do Direito da Criança e do Adolescente ....................................................6
Conceito .................................................................................................................................................................................8
Distinguindo a Criança do Adolescente ..............................................................................................................8
Doutrina Jurídica de Proteção ............................................................................................................................... 10
Doutrina da Situação Irregular ............................................................................................................................. 10
Doutrina da Proteção Integral .............................................................................................................................. 10
Princípios ............................................................................................................................................................................12
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ....................................................................................................13
Princípio da Proteção Integral à Criança e ao Adolescente ..................................................................13
Proteção da Prioridade Absoluta .........................................................................................................................14
Princípio da Condição da Criança e do Adolescente ..................................................................................15
Princípio da Responsabilidade Primária e Solidária do Poder Público ..........................................15
Princípio da Privacidade ............................................................................................................................................16
Princípio da Responsabilidade Parental ..........................................................................................................16
Princípio da Oitiva Obrigatória e Participação .............................................................................................16
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente ................................................................16
Princípio da Excepcionalidade ................................................................................................................................16
Princípio da Brevidade ................................................................................................................................................17
Dos Direitos Fundamentais .....................................................................................................................................17
Do Direito à Vida e a Proteção ao Nascituro: Aspectos Constitucionais e Legais ..................17
Do Direito à Vida .............................................................................................................................................................21
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade ...................................................................................26
Do Pátrio Poder ao Poder Familiar ..................................................................................................................... 29
Da Adoção .........................................................................................................................................................................42
Do Estágio de Convivência ......................................................................................................................................46
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
Da Documentação da Adoção ................................................................................................................................48
Preferência no Trâmite do Processo ..................................................................................................................48
Da Duração do Processo de Adoção ..................................................................................................................48
Do Cadastro Nacional de Adoção ........................................................................................................................48
Do Acesso à Origem Biológica do Adotado ...................................................................................................49
Da Morte do Adotante ................................................................................................................................................49
Da Adoção Internacional ...........................................................................................................................................51
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer .......................................................................55
Da Prevenção ..................................................................................................................................................................56
Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos ............................................... 58
Dos Produtos e Serviços ........................................................................................................................................... 59
Do Direito à Profissionalização no Trabalho ................................................................................................ 59
Do Trabalho Rural ........................................................................................................................................................62
Trabalho Infanto-Juvenil ..........................................................................................................................................62
Da Autorização para Viajar .....................................................................................................................................64
Resumo ...............................................................................................................................................................................66
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................77
Gabarito .............................................................................................................................................................................. 89
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................90
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
Olá, concurseiro(a), tudo bem com você? Esperamos que esteja ótimo (a)!
Iniciamos agora o estudo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que será 
cobrado na prova da Fundação Universidade de Brasília (FUB) – Centro Brasileiro de Pesquisa 
em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) nos níveis médio e superior e 
nas áreas administrativa, saúde, tecnologia da informação (TI), dentre outras. Esta disciplina 
foi dividida em apostilas e, nesta, há conteúdos dos arts. 1º ao 85 do referido Estatuto.
O concurso, que é uma excelente oportunidade para ingressar no serviço público, será or-
ganizado e realizado pelo Cebraspe/Cespe, banca que trabalha com alguns tipos de questão: 
aquelas em que a resposta ou é certa ou errada; ou questões de múltipla-escolha contendo 
quatro ou cinco alternativas, sendo uma a correta. Neste material, foram inseridas questões de 
todas as modalidades, para que o treino possa ser efetivo.
O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) costumeiramente cobra textos 
literais da lei, parte destes ou então julgados recentes do Superior Tribunal de Justiça. Ao es-
tudar o material, você verá que inseri os mais recentes julgados, assim como os mais atuais 
enunciados. Os enunciados das questões sempre exigem do candidato atenção, por isso, é 
essencial lê-lo e relê-lo. Se sentir necessidade, sugiro grifar exatamente o que é perguntado 
pelo examinador.
Por tais razões, o nosso curso é essencialmente focado nesta banca organizadora. Es-
tudaremos os principais entendimentos e autores utilizados por ela e também resolveremos 
diversas questões que foram anteriormente elaboradas pela instituição.
Creio muito na fala de Usain Bolt que diz: “Diferença entre o fácil e o difícil é a PREPARA-
ÇÃO” (BOLT..., 2014, on-line 1). Então, vamos juntos na preparação! Se a preparação for intensa, 
o resolver da prova será tranquilo. Prepare-se!
Professora, é necessário estudar o ECA diante de tantas outras disciplinas que serão co-
bradas?
A resposta para a questão é: Sim. A disciplina em comento é de grande relevância para o 
exercício das atividades, haja vista a criança o adolescente serem prioridades absolutas do 
Estado e o tema ser recorrente na atuação prática, portanto, a temática deve ser aprendida em 
sua totalidade, uma vez que é de importância para a realização da prova em si, mas também 
para o exercício da atividade pretendida.
1 BOLT mostra treino e frisa: “Diferença entre o fácil e o difícil é a preparação”. GloboEsporte, 16 jul. 2014. Disponível em: 
http://ge.globo.com/atletismo/noticia/2014/07/bolt-mostra-treino-e-frisa-diferenca-entre-o-facil-e-o-dificil-e-preparacao.
html.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
ApresentAção
Sou Fabiana Borges, formada e pós-graduada pela Universidade de Franca, de São Paulo, 
em Direito. Advogo na área civil, na área da criança e do adolescente, em questões envolvendo 
idosos etc. Ademais, leciono a mais de 13 anos nessas áreas e em outras.
O estudar para concurso é solitário, contudo, o resultado supera a privação de sono, de 
tempo com a família, de passeios etc. Estando no meio acadêmico nesses anos todos, nunca 
ouvi de aluno que estivesse arrependido de estudar, muito pelo contrário – arrependem-se pelo 
tempo desperdiçado. Os alunos que logram êxito nas carreiras jurídicas durante o curso de 
Direito ou logo após a formação são extremamente agradecidos pelo tempo investido com o 
estudo, sendo inúmeros os testemunhos.
Portanto, é imperioso que, neste momento, você de fato se dedique aos estudos, com mui-
to esmero e força de vontade. Essa é a hora, vamos para cima. Conte comigo tanto na torcida 
como em relação a qualquer eventual dúvida sobre o conteúdo. Estou junto de você!
Superado esse introito, passemos à metodologia proposta do curso. Vamos lá?
Metodologia Utilizada
A intenção do curso é que este seja seu único fonte de estudo na disciplina Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Durante a elaboração do material, tudo é pensado para que não fi-
quem lacunas e que todas as questões no edital sejam abordas de forma minuciosa.
Por tais razões, as aulas serão divididas da seguinte forma:
• Teoria: as aulas serão escritas para que você, neste momento, preocupe-se tão somente 
em entender os conceitos apresentados. Ao final, os principais tópicos abordados serão 
reunidos em forma de resumo, que será essencial para solidificar tudo o que foi aprendi-
do, além de uma bateria de exercícios para que você treine.
Obs.: � Toda disciplina está ancorada, especialmente, na Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Contudo, ela se comunica com o direito constitucional, com 
o direito civil, dentre outras áreas. Conforme os temas são abordados, são inseridos os 
artigos correspondentes no decorrer da aula. Ademais, além da lei em si, serão coloca-
dos também entendimentos dos Tribunais, jurisprudências e doutrinas.
• Suporte: a dúvida surgirá quando sua mente estiver procurando aprender e assimilar a 
matéria, momento este em que sua dúvida precisa ser sanada, sem deixar cair no es-
quecimento. Anote tudo: escrever a matéria ajuda na memorização. E então me envie 
sua dúvida, terei maior satisfação em respondê-lo(a) de forma individualizada. Dúvida 
sanada, aprendizado consolidado.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) – 
PARTE I
Disposições preliminAres Do Direito DA CriAnçA e Do ADolesCente
A criança e o adolescente por muito tempo não tiveram qualquer respaldo protetivo da le-
gislação brasileira e até mesmo mundial. Em meados de 1830, a regência da norma referente à 
criança, no território brasileiro, originou-se das Ordenações Afonsinas e Filipinas (Portugal-Bra-
sil). Houve, depois, em 1890, o Código Penal, o Código Mello Mattos – datado de 1927, que se 
destinava a legislar para adolescentes em conflito com a lei – e ainda o Código de Menores, de 
1979 – que tinha a mesma intenção da codificação anterior, norma em que a criança e o ado-
lescente ostentavam condição de objeto de proteção –, entretanto, nenhum desses códigos 
tratava a criança e o adolescente como sujeito de direitos, mas tinha uma olhar voltado para 
os marginalizados, era uma visão assistencialista.
Referindo-se ao mundo de forma brevíssima, o direito internacional teve grande relevância 
para alçar a proteção existente hoje e algumas merecem destaque, como: a Declaração de 
Genebra (1924), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), depois a Declaração 
dos Direitos da Criança (1959), aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações 
Unidas (ONU), que passou a considerar a criança e o adolescentecomo sujeitos de direitos, e 
que foi ratificada em 1990. Também citamos o Pacto São José da Costa Rica (1969).
Em 1989 a Convenção de Nova Iorque ampliou a extensão da aplicabilidade desses direitos, 
reiterando a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e que faziam jus à proteção inte-
gral. Vale ressaltar que diversos Estados ratificaram a Convenção de Nova Iorque.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), que surgiu no ano de 1919, rapidamente 
aprovou duas convenções direcionadas à proteção dos interesses da criança, como redução de 
jornada de trabalho, proibição de trabalho noturno e proteção à maternidade. Tais documentos 
internacionais devem ser analisados sob duas óticas de proteção: homogênea e heterogênea.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
A Declaração Universal dos Direitos do Homem reconheceu que toda a criança e todo o 
adolescente têm direito a cuidados e assistência especiais – independentemente de serem 
nascidas dentro do matrimônio ou não, ambas gozam da mesma proteção. Essas proteções 
foram consolidadas com o advento da Declaração dos Direitos da Criança.
A Associação Save the Children (International Save the Children Alliance) atuou na elabora-
ção da Declaração de Genebra, documento de caráter amplo e genérico com relação à criança 
e ao adolescente.
Em 1959, a Declaração dos Direitos da Criança, como documento complementar à De-
claração Universal dos Direitos Humanos, mas destinado à proteção especial para criança, a 
passou para sujeito de direitos, independente de classe social.
As regras de Beijing ou Pequim se referiam à situação de crianças e adolescentes que 
cometiam delitos, então visavam garantias processuais, julgamento justo e imparcial, dirigido 
por juiz imparcial.
A Convenção Sobre os Direitos da Criança definiu “criança” como todo ser humano menor 
de 18 anos, garantiu o desenvolvimento integral da criança, tutelando direito à nacionalidade, 
à proteção no caso de adoção, à liberdade, à saúde, à educação, à proteção contra abuso se-
xual, dentre outras.
Por fim, o protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU tratou 
sobre a proibição de venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil, o que fora 
aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro pelo Decreto Legislativo n. 230, em 2003.
Retornando ao Brasil, dá-se um grande salto no tempo, já superadas as Ordenações Fili-
pinas e Afonsinas, que permitiam aos pais amplo poder sobre os filhos, excluindo a ilicitude 
paterna caso o filho, em situação de correção morresse ou sofresse lesão, tudo visando à edu-
cação da criança. Neste momento, a imputabilidade penal ocorria aos 7 anos de idade. Havia 
a doutrina do direito do menor, que se sustentava no binômio carência-delinquência, o que foi 
denominado “fase da criminalização da infância pobre”.
Em meados de 1926, publicou-se o Primeiro Código de Menores do Brasil, que tinha o olhar 
direcionado aos infantes expostos e menores abandonados. No ano seguinte, surgiu o Código 
Mello Mattos, em que o juiz é quem dava o destino ao menor, momento em que foram criadas 
medidas assistencialistas para minimizar a infância de rua.
A Constituição Federal brasileira do ano de 1937 ampliou a proteção da criança e do ado-
lescente. Em 1941, surgiu o Decreto n. 3.799, de 1941, que criou o Serviço de Assistência a 
Menores (SAM), que cuidava de menores delinquentes e abandonados. Nesse contexto, prima-
va-se por vínculos institucionais, quando o vínculo familiar era quebrado.
No ano de 1979, foi criado o Código de Menores, que manteve a doutrina da situação irre-
gular da criança e do adolescente. Já Constituição Federal de 1988 previu a criação de uma 
norma protetiva à criança e ao adolescente. Em 1990, foi promulgada a Lei n. 8.069, de 1990, 
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
nominada de Estatuto da Criança e do Adolescente, que nada mais é do que a materialização 
de lutas por tais direitos.
Portanto, a criança e o adolescente passaram de meros objetos de proteção a ser consi-
derados sujeitos de direito, titulares de direitos humanos. A seguir, acompanhe ale registrar a 
evolução do tratamento jurídico que fora destinado a eles:
Por fim, podemos afirmar que as crianças e os adolescentes são titulares de direitos hu-
mano como todas as pessoas (sistema homogêneo de proteção) e que, por serem pessoas 
em desenvolvimento, ou seja, mais frágeis, ou até mesmo hipossuficientes, merecem maior 
atenção do legislador (sistema heterogêneo de proteção).
ConCeito
Pode-se conceituar que o Estatuto da Criança e do Adolescente é um conjunto de normas 
de alta proteção a seus destinatários em razão da fase de seu desenvolvimento. É uma norma 
que rege assuntos relacionados à criança e ao adolescente de forma interdisciplinar, uma vez 
que dialoga com diversas áreas do saber, como a Constituição Federal, o Código Civil e a Con-
solidação das Leis do Trabalho.
Vale registrar que, em 30 de julho de 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescente comple-
tou 30 anos, sendo considerado um marco de como os campos jurídico e político encaram e 
preservam direitos de pessoas menores de 18 anos de idade. Portanto, é lei de grande aborda-
gem no que toca aos assuntos referentes à criança e ao adolescente.
DistinguinDo A CriAnçA Do ADolesCente
O critério adotado pelo legislador para definição da pessoa que é considerada criança e 
aquela considerada adolescente é o critério cronológico.
Segundo o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente é considerada criança a pessoa 
que tenha até 12 anos de idade incompletos e adolescente a pessoa que tenha entre 12 e 18 
anos de idade. Portanto, no Brasil, a regra é:
C R I A N Ç A A D O L E S C E N T E
• Até 12 anos de idade incompletos. • De 12 aos 18 anos incompletos.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
C R I A N Ç A A D O L E S C E N T E
Obs.: Nos casos expressos em lei, 
aplica-se EXCEPCIONALMENTE o 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.
No que tange à aplicabilidade do Estatuto da Criança e do Adolescente, é oportuna a leitura 
do Enunciado 530, da VI Jornada de Direito Civil, do Conselho de Justiça Federal2:
A emancipação, em que pese assegurar a possibilidade de realizar pessoalmente os atos da vida 
civil por aqueles que não alcançaram a maioridade civil, não tem o condão, isoladamente conside-
rada, de afastar as normas especiais de caráter protetivo, notadamente o Estatuto da Criança e do 
Adolescente. O Estatuto da Criança e do Adolescente insere-se em um contexto personalista, garan-
tindo tutela jurídica diferenciada em razão da vulnerabilidade decorrente do grau de discernimento 
incompleto. Assim, a antecipação da aquisição da capacidade de fato pelo adolescente não signi-
ficaque ele tenha alcançado necessariamente o desenvolvimento para afastar as regras especiais.
À criança, em caso de cometimento de ato infracional, aplicar-se-á uma medida de proteção, e 
ao adolescente, na prática do mesmo ato, uma medida socioeducativa.
Registra-se que a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança3 estabelece que 
todo ser humano com menos de 18 anos de idade é considerado criança.
Para que a criança ou adolescente que tenha idade de até 16 anos incompletos, pratique 
atos da vida civil de forma válida, ela deve ser representada pelos pais ou tutor, sob pena de 
nulidade absoluta. Vale frisar que a representação para os menores, nesse caso, deve se dar 
até 16 anos incompletos. Todavia, o adolescente entre 16 e 18 anos incompletos, para prática 
dos atos da vida civil, devem ser assistidos, sob pena de anulabilidade.
Professora, qual a diferença entre representar e assistir a pessoa menor de idade?
Bem tranquilo! representar implica fazer pelo menor, como a aquisição de um aparelho celu-
lar para pessoas que tenham até 16 anos incompletos – essa compra deve ser feita pelos pais 
ou tutor dessas pessoas. De outro modo, assistir significa acompanhar a pessoa que tenha entre 
16 e 18 anos para atos da vida civil, como estar junto na hora da compra e venda de um celular.
2 BRASIL. Enunciado 530. Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/141. Acesso em: 21 jan. 2022.
3 BRASIL. Decreto n. 99.710, de 21 de novembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1990-1994/D99710.htm. Acesso em: 1 jan. 2020.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D99710.htm
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
DoutrinA JuríDiCA De proteção
Como fora visto no introito desta apostila, a questão da proteção da criança e do adoles-
cente passou por diversas modificações ao longo dos anos. Houve momentos de ausência de 
proteção, mas hoje temos a proteção integral. Vejamos cada uma delas.
DoutrinA DA situAção irregulAr
A doutrina da situação irregular, esculpida no Código de Menores, destinava-se tão somente 
ao menor privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução, dada a falta 
de ação dos pais, ou então o menor é vítima de maus tratos e ainda o autor de infração penal.
A criança e adolescente que não se enquadrava nessas hipóteses descritas tinham as nor-
mas previstas no Código Civil. Não havia proteção à criança ou qualquer cuidado específico. O 
menor em situação irregular acabava sendo destinado a internatos, ou em caso de infratores, 
à Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (FEBEM).
A doutrina de proteção integral tratava a criança e o adolescente como objeto de proteção 
e não como sujeito de direitos.
DoutrinA DA proteção integrAl
A doutrina da proteção integral, oriu nda da Convenção dos Direitos da Criança e existente 
até hoje, traduz-se na extensão de normas independentes que reconhecem a criança e o ado-
lescente como sujeito de direitos. A sua previsão está esculpida no art. 227 da Constituição 
Federal (1988, grifos da autora):
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza-
ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão.
Note que a Constituição garante à criança e ao adolescente vida, saúde, alimentação, educa-
ção, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar e comu-
nitária e protege contra negligência, discriminação, exploração violência, crueldade e opressão.
Veja, em forma de esquema, as garantias previstas na Constituição para criança e para o 
adolescente das quais comenta o parágrafo anterior:
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
E a Constituição protege a criança e o adolescente contra:
Para dar efetividade à norma constitucional citada, promulgou-se o Estatuto da Criança e 
do Adolescente, que se funda em dois pilares:
• criança e adolescente são sujeitos de direitos;
• condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
SERVIÇO SOCIAL
Fabiana Borges
Ademais, diversas outras normas jurídicas dentro de suas especificidades também se refe-
rem à criança e ao adolescente como sujeito de direitos, e tais normas tecem regras conside-
rando a condição peculiar de desenvolvimento.
Obs.: � A doutrina da proteção integral é ideal, resta-nos torná-la efetiva em todos os aspectos.
Para melhor elucidação, colaciona-se a seguir um quadro comparativo confrontando entre a 
doutrina da situação irregular e da proteção integral, apresentando por Leoberto Narciso Bran-
cher e citado na obra Curso de Direito da Criança e do Adolescente: aspectos teóricos e práticos4.
Aspecto Anterior (doutrina da situação irregular)
Atual (doutrina da 
proteção integral)
Doutrinário Situação irregular Proteção integral
Caráter Filantrópico Política Pública
Fundamento Assistencialista Direito Subjetivo
Centralidade Local Judiciário Município
Competência executória União/Estados Município
Decisório Centralizador Participativo
Institucional Estatal Cogestão sociedade civil
Organização Piramidal hierárquica Rede
Gestão Monocrática Democrática
prinCípios
Princípios são normas em que se fundamenta toda a estrutura de determinado direito da 
qual surge aquela temática, são verdades imutáveis de determinada ciência. Quanto ao direito 
da criança e do adolescente, não poderia ser diferente, existem diversos princípios que regem 
a matéria, que serão estudados de forma pormenorizada na sequência.
4 MACIEL, K. R. F. L. A.; CARNEIRO, R. M. X. G. Curso de Direito da Criança e do Adolescente: aspectos teóricos e práticos. 6. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 57.
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prinCípio DA DigniDADe DA pessoA HumAnA
A dignidade da pessoa humana se refere ao mínimo existencial da pessoa. Tal princípio 
é fundamento de todos os outros que serão abordados neste tópico. A Constituição Federal 
esculpe em seu art. 1º, parágrafo III:
Art. 1º A RepúblicaFederativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...]
III – a dignidade da pessoa humana.
Ao meu sentir, Bulos5, citado por Pricila Lima, aborda o princípio da dignidade da pessoa 
humana de forma precisa:
Este vetor agrega em torno de si a unanimidade dos direitos e garantias fundamentais do homem, 
expressos na Constituição de 1988. Quando o texto Maior proclama a dignidade da pessoa humana, 
está consagrando um imperativo de justiça social, um valor constitucional supremo. Por isso, o pri-
mado consubstancia o espaço de integridade moral do ser humano, independentemente de credo, 
raça, cor, origem ou status social. [...] a dignidade humana reflete, portanto, um conjunto de valores 
civilizatórios incorporados ao patrimônio do homem. [...] abarca uma variedade de bens sem a qual 
o homem não subsistiria. A força jurídica do pórtico da dignidade começa a espargir efeitos desde 
o ventre materno, perdurando até a morte, sendo inata ao homem.
prinCípio DA proteção integrAl à CriAnçA e Ao ADolesCente
Crianças e adolescentes, em razão de tenra idade e fase de formação, pressupostamente 
são mais frágeis, razão pela qual o legislador lhes garante direitos e privilégios em detrimento 
de demais pessoas, e de forma abrangente, como na saúde, educação, lazer, moradia, trans-
porte etc. Protege desde a concepção, o pré-natal, até a chegada da maioridade civil.
O princípio da proteção integral se fundamenta no art. 6º da Constituição Federal de 1988:
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição.
Da mesma feita, também é preconizado no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu 
art. 1º: “Esta lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. E, ainda, o art. 3º 
do mesmo diploma legal estabelece:
5 LIMA, P. Princípios de proteção à criança e ao adolescente. Jus, 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/40335/
principios-de-protecao-a-crianca-e-ao-adolescente. Acesso em: 25 jul. 2020.
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A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros 
meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, 
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Oportuna a leitura do art. 3º, parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente:
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescen-
tes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou 
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, 
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias 
ou a comunidade em que vivem.
E, por fim, a Convenção sobre os Direitos da Criança (Decreto n. 99.710, de 1990), que fora 
ratificado pelo governo brasileiro, determina em seu art. 3º, parágrafo 2º:
Os Estados Partes se comprometem a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam neces-
sários para seu bem-estar, levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores ou 
outras pessoas responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, tomarão todas as medidas 
legislativas e administrativas adequadas.
Note que toda legislação existente sobre criança e adolescente faz referência à proteção in-
tegral, para que tais pessoas desfrutem da infância e da juventude com mínimo de dignidade.
proteção DA prioriDADe AbsolutA
Como mencionado, a criança e o adolescente gozam da prioridade integral, ou seja, em todas 
as áreas, entretanto, essa prioridade deve ser acima de todas as demais pessoas, por isso é cha-
mado de sistema heterogêneo de proteção. Na verdade, tal princípio é denominado metaprincípio.
Nesse sentido, a Convenção sobre os Direitos da Criança em seu art. 3, parágrago 1º 
estabelece:
Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem 
estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primor-
dialmente, o interesse maior da criança.
Dentre tantas prioridades que o Estado tem, a Constituição Federal em seu art. 227 insti-
tuiu, como direito fundamental, a prioridade absoluta, como já comentamos, o que foi ratifica-
do pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 4º:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com 
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
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A criança e o adolescente, como dito, pressupõem fragilidade em razão da tenra idade, 
da fase de formação. Ademais, são o futuro do país, o que motiva a serem tratados com ab-
soluta prioridade – precisam aprender a serem protegido, a fim de se formarem, para serem 
bons cidadãos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 4º, parágrafo único, estabeleceu, em quais 
hipóteses a garantia de prioridade compreende. Veja:
Desse princípio derivam outros, os quais analisaremos na sequência.
prinCípio DA ConDição DA CriAnçA e Do ADolesCente
Estabelece que a criança e o adolescente são pessoas, sujeitos de direitos, com proteção 
constitucional e também na norma infraconstitucional. Prevê a legislação de forma genérica 
direitos a todas as pessoas, contudo, crianças e adolescente, em razão do desenvolvimento 
inerente à idade, gozam de atenção especial do legislador, o que faz com que seus direitos 
sobreponham a qualquer outra pessoa.
A criança e o adolescente se encontram em fase de desenvolvimento psicológico, físico, 
social e moral. O legislador, em vários dispositivos, utiliza-se da expressão “pessoa em desen-
volvimento” como vetor da atuação do Estado.
Como exemplo, cita-se o art. 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual se refere 
à medida socioeducativa que o menor pode sofrer: “A internação constitui medida privativa da 
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar 
de pessoa em desenvolvimento”.
prinCípio DA responsAbiliDADe primáriA e soliDáriA Do poDer públiCo
Tal princípio determina à administração pública conferir plena efetivação aos direitos asse-
gurados à criança e ao adolescente, de modo que, ressalvadas as hipóteses legais, é de respon-
sabilidade PRIMÁRIA e SOLIDÁRIA das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal.
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prinCípio DA privACiDADe
Este princípio estabelece que se deva observar quanto à criança e ao adolescente o respei-
to à intimidade, à imagem e proteção à sua vida privada.
prinCípio DA responsAbiliDADe pArentAl
É dever dos pais assumir suas obrigações em detrimento às necessidades da criança e ao 
adolescente, conforme previsão do art. 229 da Constituição Federal: “Os pais têm o dever de 
assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar 
os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
prinCípio DA oitivA obrigAtóriA e pArtiCipAção
A criança e o adolescente têm direito a serem ouvidos a participar nos atos e na definição 
da medida de promoção dos direitos e proteção, seja na companhia dos pais ou em separado, 
ou ainda em companhia de responsável ou de pessoa por ele indicada. Sua opinião deve ser 
considerada pela autoridade judiciária competente.
prinCípio Do melHor interesse DA CriAnçA e Do ADolesCente
A ideia de melhor interesse deve ser um vetor para interpretar a lei diante dos casos concre-
tos, primando pela dignidade da criança e do adolescente e lhes dando acesso a seus direitos 
fundamentais.
É, diante do caso concreto, observar, dentro das possibilidades, qual melhor atende aos 
interesses da criança ou do adolescente.
prinCípio DA exCepCionAliDADe
Ao menor, enquanto adolescente (entre 12 e 18 anos incompletos) cometendo ato infracio-
nal, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê algumas medidas socioeducativas, dentre 
elas, a mais extrema, a privativa de liberdade. Contudo, deve ser aplicada essa medida somen-
te quando não for possível outra, em meio aberto, justamente pelo princípio da excepcionali-
dade. De forma redundante, frisa-se restringir a liberdade do menor somente em último caso.
Tal princípio encontra fundamento no art., 227, parágrafo 3º, inciso V da Constituição Federal:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza-
ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão.
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[...]
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
[...]
V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de 
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade.
prinCípio DA breviDADe
Outro princípio que deve ser observado junto ao princípio da excepcionalidade é o da bre-
vidade. Nas hipóteses em que for aplicado ao menor medida socioeducativa restritiva de liber-
dade, deve ser observado o princípio da brevidade, ou seja, observância no limite de tempo 
da manutenção da medida aplicada, que deve ser o mais breve possível, o essencial para que 
efetivamente aconteça a reintegração social do adolescente em conflito com a lei.
Dos Direitos FunDAmentAis
Os direitos fundamentais são aqueles, garantidos pela Constituição Federal e efetivados 
por meio de políticas públicas, que são essenciais ao homem. Além dessa previsão em má-
xima hierarquia, o Estatuto da Criança e do Adolescente destinou capítulo tão somente para 
tratar dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.
Do Direito à viDA e A proteção Ao nAsCituro: AspeCtos ConstituCionAis 
e legAis
Antes de abordar os artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente, faz-se necessário 
tocar a questão da proteção ao nascituro. A proteção ao nascituro está prevista em vários di-
plomas legais. O Código Civil, em seu art. 2º prevê: “A personalidade civil da pessoa começa 
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
O nascituro é aquele que foi concebido, ou seja, está no útero materno, todavia ainda não 
nasceu. Diante do art. 2º do Código Civil, acima descrito, surgiram duas teorias: a natalista e a 
teoria concepcionista. No entanto, o enfoque será sobre a segunda teoria, que sustenta que o 
nascituro é pessoa humana que tem seus direitos resguardados pela legislação. Tal teoria é a 
que prevalece entre os doutrinadores contemporâneos do Direito Civil brasileiro.
Sobre tal proteção, o Conselho de Justiça Federal6, por meio do Enunciado n. 1, aprovado pela 
I Jornada de Direito Civil, estabelece: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o 
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura”.
Embasando a prevalência da teoria concepcionista, o Supremo Tribunal de Justiça7 decidiu:
6 BRASIL. Enunciado n. 1. Disponível em: https://cjf.jus.br/enunciados/enunciado/647. Acesso em: 23 jul 2020.
7 BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça. REsp 399028 SP 2001/0147319-0. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/juris-
prudencia/293761/recurso-especial-resp-399028-sp-2001-0147319-0. Acesso em: 23 jul. 2020.
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JURISPRUDÊNCIA
DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MORTE. ATROPELAMENTO. COMPOSIÇÃO FÉRREA. 
AÇÃO AJUIZADA 23 ANOS APÓS O EVENTO. PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. INFLUÊNCIA 
NA QUANTIFICAÇÃO DO QUANTUM. PRECEDENTES DA TURMA. NASCITURO. DIREITO 
AOS DANOS MORAIS. DOUTRINA. ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA INSTÂNCIA. POSSIBI-
LIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
I – Nos termos da orientação da Turma, o direito à indenização por dano moral não desa-
parece com o decurso de tempo (desde que não transcorrido o lapso prescricional), mas 
é fato a ser considerado na fixação do quantum.
II – O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circuns-
tância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum.
III – Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo, inclusive nesta 
instância, buscando dar solução definitiva ao caso e evitando inconvenientes e retarda-
mento da solução jurisdicional
(STJ - REsp: 399028 SP 2001/0147319-0, Relator: Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEI-
XEIRA, Data de Julgamento: 26/02/2002, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 
15.04.2002 p. 232 RSTJ vol. 161 p. 395 RT vol. 803 p. 193)
O mesmo Tribunal anteriormente citado confirmou a proteção ao nascituro no Informativo 
547 do Superior Tribunal de Justiça8: “Grávida que sofre aborto por causa de acidente de trân-
sito tem direito de receber do DPVAT indenização pela morte do nascituro”.
A Lei de Alimentos Gravídicos (Lei n. 11.804, de 2008) reforçou a proteção ao nascituro, 
estabelecendo em seus arts. 1º e 2º:
Art. 1º Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as 
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam deladecorrentes, da concepção ao parto, 
inclusive as referentes à alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames comple-
mentares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indis-
pensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá 
ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela 
mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
No Brasil existe a proibição ao aborto, que é também uma forma de proteção ao nascituro. 
O Código Penal tipifica o aborto como crime contra a vida, inclusive julgado pelo Tribunal do 
Júri. Veja previsão nos artigos a seguir descritos, do Código Penal:
8 BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça. Informativo Esquematizado 547. Disponível em: https://www.dizerodireito.com.
br/2014/12/informativo-esquematizado-547-stj_1.html. Acesso em: 23 jul 2020.
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Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, 
ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal 
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém à morte.
Há, entretanto, algumas exceções, que estão elencadas no art. 128 do Código Penal:
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quan-
do incapaz, de seu representante legal.
Sobre o tema, faz-se necessária a leitura da decisão final da Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental9 (Medida Liminar) 54:
JURISPRUDÊNCIA
Origem: DISTRITO FEDERAL
Entrada no STF:17-Jun-2004
Relator: MINISTRO MARCO AURÉLIO
Distribuído: 17-Jun-2004
Partes:
Requerente: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA SAÚDE - CNTS (CF 
103, 0IX)
Requerido:
Dispositivo Legal Questionado: Art. 124, 126 e 128, 00I e 0II, do Decreto-Lei n. 2848, de 07 
de dezembro de 1940 (Código Penal).
Decreto-Lei n. 2848, de 07 de dezembro de 1940.
9 BRASIL. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (Medida Liminar) 54. Disponível em: http://www.stf.jus.br/
portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54. Acesso em: 23 jul 2020.
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Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 126 Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 128 Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
00I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
0II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Resultado da Liminar
Decisão Monocrática - Deferida
Resultado Final
Procedente
Decisão Final
Após o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio, Relator, resolvendo a questão de ordem no 
sentido de assentar a adequação da ação proposta, pediu vista dos autos o Senhor Minis-
tro Carlos Britto. Em seguida, o Tribunal, acolhendo proposta do Senhor Ministro Eros 
Grau, passou a deliberar sobre a revogação da liminar concedida e facultou ao patrono da 
arguente nova oportunidade de sustentação oral.
Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, referendou a primeira parte da limi-
nar concedida, no que diz respeito ao sobrestamento dos processos e decisões não tran-
sitadas em julgado, vencido o Senhor Ministro Cezar Peluso. E o Tribunal, também por 
maioria, revogou a liminar deferida, na segunda parte, em que reconhecia o direito cons-
titucional da gestante de submeter-se à operação terapêutica de parto de fetos anence-
fálicos, vencidos os Senhores Ministros Relator, Carlos Britto, Celso de Mello e Sepúlveda 
Pertence. Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Falaram, pela arguente, o Dr.Luís 
Roberto Barroso e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Cláudio Lemos Fonteles, Procu-
rador-Geral da República.
Plenário, 20.10.2004.
Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Carlos Britto, justificadamente, nos termos 
do § 001º do artigo 001º da Resolução n. 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência 
do Senhor Ministro Nelson Jobim.
Plenário, 09.12.2004.
Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, entendeu admissível a arguição de 
descumprimento de preceito fundamental e, ao mesmo tempo, determinou o retorno dos 
autos ao relator para examinar se é caso ou não da aplicação do artigo 006º, § 001º da 
Lei n. 9.882/1999, vencidos os Senhores Ministros Eros Grau, Cezar Peluso, Ellen Gracie e 
Carlos Velloso, que não a admitiam. Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim.
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Plenário, 27.04.2005.
Após o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), que julgava procedente o pedido 
para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da 
gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124, 126, 128, incisos I 
e II, todos do Código Penal, no que foi acompanhado pelos Senhores Ministros Rosa 
Weber, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen Lúcia, e o voto do Senhor Ministro Ricardo 
Lewandowski, que julgava improcedente o pedido, o julgamento foi suspenso. Impedido 
o Senhor Ministro Dias
Toffoli. Falaram, pela requerente, o Dr. Luís Roberto Barroso e, pelo Ministério Público 
Federal, o Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos.
Plenário, 11.04.2012.
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação para 
declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundoa qual a interrupção da gra-
videz de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124, 126, 128, incisos I e II, 
todos do Código Penal, contra os votos dos Senhores Ministros Gilmar Mendes e Celso 
de Mello que, julgando-a procedente, acrescentavam condições de diagnóstico de anen-
cefalia especificadas pelo Ministro Celso de Mello; e contra os votos dos Senhores Minis-
tros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso (Presidente), que a julgavam improcedente. 
Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e Dias Toffoli.
Plenário, 12.04.2012.
Acórdão, DJ 30.04.2013.
Decisão Monocrática da Liminar
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - LIMINAR - ATUAÇÃO
A Constituição Federal tem como fundamento da ordem constitucional a pessoa humana. 
Tal ordenamento assegura inviolabilidade à vida, o que se estende ao nascituro, seja quando 
veda a prática do aborto ou quando dialoga com outras fontes e protege ao nascituro, garan-
tindo alimentos, direitos da personalidade, dentre outros.
Do Direito à viDA
A proteção à vida é garantia fundamental esculpida no caput do art. 5º da Constitui-
ção Federal:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
O Estatuto da Criança e do Adolescente caminha no mesmo sentido. Em seu art. 7º, 
prevê que:
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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Parte I
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A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de polí-
ticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência.
Transcrevem-se as lições de José Afonso da Silva, em forma de esquema, sob a ótica de 
dimensões de proteção à vida, citadas pelos respeitados autores Luciano Alves Rossato, Paulo 
Eduardo Lépore e Rogério Sanches Cunha10:
Sobre a Proteção à Gestante/Gestação
A mulher tem acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e do planejamento 
reprodutivo. A lei fez um panorama de 360 graus visando garantir proteção a todas as fases da 
gestação: antes, durante e depois (após o parto).
Às gestantes são garantidos os seguintes direitos:
10 ROSSATO, L. A.; LÉPORE, P. E.; CUNHA, R. S. Estatuto da Criança e do Adolescente: comentado artigo por artigo. 11. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2019, p. 97.
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Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante às gestantes e às parturientes 
os seguintes direitos:
Nas hipóteses em que a gestante ou a mulher com o filho na primeira infância esteja sob 
custódia em unidade de privação de liberdade, deve-se atender às normas sanitárias e assis-
tenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) para o acolhimento do filho, em articulação com o 
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.
No ano de 2019, buscando instrução e prevenção da gravidez na adolescência, a Lei n. 
13.798, de 2019, instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que 
deve ser realizada todos os anos no primeiro dia de fevereiro. Tais ações ficarão a cargo do 
poder público em conjunto com organizações da sociedade civil.
A legislação protege também a questão do aleitamento materno, determinando que o po-
der público, as instituições e os empregadores propiciem condições adequadas à função, in-
clusive aos filhos de mães submetidas à medida privativa de liberdade.
Determina a lei que os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações 
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avalia-
ção de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação comple-
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mentar saudável, de forma contínua. E, por fim, os serviços de unidades de terapia intensiva 
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano.
No que tange às gestantes que intencionam doar o filho quando do nascimento, a lei asse-
gura estes direitos:
• As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção 
serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e 
da Juventude.
• Assistência psicológica a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus 
filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de 
privação de liberdade.
Sobre a temática, no ano de 2017 foi inserido o art. 19-A no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, que estabelece:
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou 
logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juven-
tude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos 
do estado gestacional e puerperal.
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestan-
te ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para 
atendimento especializado.
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta 
Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família 
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do 
poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habili-
tado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai re-
gistral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta 
Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família 
extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária 
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem 
esteja habilitado a adotá-la.
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, 
contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe in-
terprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, 
eserá determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo 
de 180 (cento e oitenta) dias.
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas 
famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
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Devido à extensão do art. 19-A, anteriormente descrito, quando a gestante ou mãe que 
manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, resu-
mir-se-ão os requisitos, a saber:
• A gestante ou mãe será ouvida por equipe interdisciplinar, que fará relatório.
• O magistrado encaminhará a gestante ou mãe à rede pública de saúde, para atendimen-
to especializado.
• A busca de família extensa respeitará o prazo de 90 dias, prorrogável por igual período.
• Não tendo informação sobre o genitor, e ausente informação de outro familiar, o magis-
trado decretará a extinção do poder familiar e colocará a criança sob guarda provisória.
• Após o nascimento da criança, os genitores serão ouvidos em audiência e haverá sigilo 
na entrega.
• Caso não compareça na audiência, o genitor ou alguém da família extensa, o magistrado 
suspenderá o poder familiar da mãe e a criança será colocada sob guarda provisória de 
quem esteja habilitado a adotá-la.
• Os guardiões possuem prazo de 15 dias para propor ação de adoção, contado do dia 
seguinte à data do término do estágio de convivência.
• No caso de desistência dos genitores, a criança será mantida com eles, e será determi-
nado acompanhamento familiar pelo prazo de 180 dias.
• Serão cadastradas para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas 
por suas famílias no prazo de 30 dias, contado do dia do acolhimento.
Sobre os Hospitais e Estabelecimentos de Atenção à Saúde de Gestantes
Os hospitais públicos ou privados são obrigados a:
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Quanto à Saúde da Criança e do Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura acesso integral à saúde da criança e do 
adolescente, por intermédio do SUS, observando o princípio de equidade no acesso a ações e 
serviços para promoção e recuperação da saúde.
Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais de terapia inten-
siva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo 
integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das 
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, bem como campanhas de edu-
cação sanitária para pais, educadores e alunos.
Obs.: � A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, ini-
cialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posterior-
mente, no 6º e no 12º ano de vida, com orientações sobre saúde bucal.
É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, 
assim como é obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros 18 meses de vida, 
de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta 
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico.
Do Direito à liberDADe, Ao respeito e à DigniDADe
Tais direitos estão previstos no art. 15 do Estatuto da Criança e do Adolescente, confira:
A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas 
em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos 
na Constituição e nas leis.
O direito à liberdade compreende:
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O direito ao respeito consiste em:
Já o direito à dignidade, que é dever de todos velar, consiste em:
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Ainda sobre a dignidade da criança e do adolescente, a Lei n. 13.010, de 2014, inseriu o art. 
18-A no Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante proteção contra castigo físico ou 
de tratamento cruel ou degradante como forma de correção, disciplina, educação ou outro pre-
texto pelos pais, integrantes da família ampliada, responsáveis, agentes públicos executores 
de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar dela, de tratá-los, 
de educá-los ou de protegê-los.
Tais pessoas estarão sujeitas, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
didas, que serão aplicadas conforme gravidade do caso, pelo Conselho Tutelar:
• Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família.
• Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
• Encaminhamento a cursos ou programas de orientação.
• Obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado.
• Advertência.
A referida lei considera castigo físico a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada 
com o uso da força física sobre a criança ou adolescente que resulte em:
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E considera tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em 
relação à criança ou ao adolescente que:
Do pátrio poDer Ao poDer FAmiliAr
Num breve introito, vale registrar que, inicialmente, tal poder era denominado “pátrio poder”, 
ou seja, poder do pai sobre os filhos. O Código Civil vigente a época, o de 1916, preconizava:
Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido com a colaboração da 
mulher. Na falta ou impedimento de um dos progenitores, passará o outro a exercê-lo com exclusividade.
Obs.: � A expressão “pátrio poder” remetia ao “pater potestas”, figura do chefe da família (pai) 
que tinha poderes absolutos sobre os filhos.
Contudo, devido diversas mudanças sociais e legais, a Constituição Federalde 1988 trouxe 
a plena isonomia de gêneros, em seu artigo 5º, parágrafo I:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
Nesse sentido, o art. 226 da Carta Magna, em seu parágrafo V, prevê: “Os direitos e deveres 
referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”.
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A partir de então, de forma geral, acabou a distinção que havia entre o homem e a mulher 
–de forma específica ao nosso tema, o dito poder passou a ser do pai e da mãe, que se observa 
um caráter democrático no que tange aos cuidados sobre os filhos. Alguns anos mais a frente, 
com a recodificação do direito civil, em 2003, essa lei trouxe de forma expressa no art. 1.631 
que: “Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou 
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade”.
Finalmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, de forma ainda mais clara, estabelece 
em seu art. 21:
O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que 
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recor-
rer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.
Tal alteração, de pátrio poder ao poder familiar, decorre do princípio da plena isonomia 
entre gêneros.
Conceito e Competência para o Exercício do Poder Familiar
O poder familiar é atributo obrigatório, inerente à relação materno-filial e/ou paterno filial, 
e se refere aos direitos e deveres que os pais têm sobre os filhos. É também denominado 
poder/dever.
O Código Civil determina em seu art. 1.630: “Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, en-
quanto menores”. Segundo Milton Paulo de Carvalho Filho (2019), poder familiar é o conjunto 
de deveres e obrigações dos pais em relação aos filhos menores não emancipados e aos bens 
destes, decorrentes da relação de parentesco existente entre eles.
Pode-se, portanto, afirmar que o poder/dever familiar é o conjunto de responsabilidades 
que os pais (mãe e pai) têm sobre os filhos enquanto menores de idade que não foram eman-
cipados. Vale registrar que os filhos são considerados menores até que façam 18 anos, con-
forme estabelece o art. 5º do Código Civil brasileiro: “A menoridade cessa aos dezoito anos 
completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”.
A mesma legislação apresenta algumas situações nas quais o menor pode ser emancipa-
do, tornando-se civilmente capaz, o que cessa, dessa forma, o poder familiar. Vejamos:
Art. 5º [...]
Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
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V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
A ideia está em consonância ao princípio da isonomia previsto na Constituição Federal, 
art. 5º, parágrafo I: “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição”, e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza:
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma 
do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordân-
cia, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.
Nesse mesmo sentido, temos o art. 22, parágrafo único, da mesma legislação:
A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilha-
dos no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão fami-
liar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei.
A codificação civil também prevê em seu art. 1.631, caput: “Durante o casamento e a união 
estável compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro exer-
cerá com exclusividade”.
Importante registrar, que na falta ou impedimentos de um dos pais, o outro exercerá com ex-
clusividade tal mister.
Das Obrigações Derivadas do Poder Familiar
Deriva do poder familiar todas as obrigações em relação aos filhos, como alimentação, 
guarda, educação etc. O art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê: “Aos pais in-
cumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no 
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
De forma mais abrangente quanto ao poder familiar, o Código Civil, em seu art. 1.634, esta-
belece as obrigações que derivam do exercício do poder familiar, a saber:
Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder 
familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I – dirigir-lhes a criação e a educação;
II – exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem
IV – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para 
outro Município;
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VI – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobrevi-
ver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e 
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
Da Cessação do Poder Familiar
Como dito, o poder familiar vigora por determinado período, justamente o período de for-
mação da pessoa: a infância e adolescência. O Código Civil, em seu art. 1.635, estabelece as 
hipóteses em que o poder familiar será extinto:
Extingue-se o poder familiar:
I – pela morte dos pais ou do filho;
II – pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
III – pela maioridade;
IV –

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