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16/02/2022 12:00 Fitoterapia: sistemas nervoso, circulatório e tegumentar
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02416/index.html#imprimir 1/56
Fitoterapia: sistemas 
nervoso, circulatório 
e tegumentar
Prof. Magno Maciel Magalhães
Descrição
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos para tratamento das principais patologias dos sistemas nervoso e
cardiovascular e das doenças inflamatórias, reumáticas e dermatológicas.
Propósito
O conhecimento sobre o uso medicinal de plantas e fitoterápicos é de fundamental importância para uma
formação abrangente dos profissionais de saúde, em especial os farmacêuticos e médicos.
Objetivos
Módulo 1
Plantas medicinais e �toterápicos com ação no sistema nervoso
Reconhecer as plantas medicinais e os fitoterápicos que podem ser utilizados no tratamento de patologias do
sistema nervoso central.
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Módulo 2
Plantas medicinais e �toterápicos úteis na terapêutica de doenças do
sistema cardiovascular
Identificar as plantas medicinais e fitoterápicos úteis na terapêutica de doenças do sistema cardiovascular.
Módulo 3
Plantas medicinais e �toterápicos usados no tratamento de patologias
in�amatórias e reumáticas
Relacionar os fitoterápicos e as plantas medicinais que são úteis para manejo clínico das doenças
inflamatórias e reumáticas.
Módulo 4
Plantas medicinais e �toterápicos usados no tratamento de patologias
dermatológicas
Reconhecer quais plantas medicinais e fitoterápicos podem ser utilizados para o tratamento de doenças
dermatológicas.
Sabe-se que, desde a Antiguidade, as plantas já eram utilizadas medicinalmente. Relatos antigos e textos
médicos trazem informações sobre esse uso desde muitos séculos antes do “ano zero”, inclusive trazendo
informações sobre doses e modos de preparo desses fitoterápicos.
Até os dias de hoje, mesmo com toda tecnologia e conhecimento que possuímos sobre as diversas áreas
que permeiam a área da saúde, ainda se realizam muitos estudos científicos para tentar desvendar os usos
medicinais das plantas, seus mecanismos de ação e efeitos adversos.
Neste conteúdo, serão apresentadas algumas das patologias mais comuns dos sistemas nervoso,
cardiovascular e tegumentar (pele), além de doenças reumáticas e inflamatórias, assim como algumas das
plantas medicinais utilizadas no Brasil para seus respectivos tratamentos. Ao fim de cada módulo, as
espécies citadas serão aprofundadas, de modo que falaremos um pouco sobre seus componentes
Introdução
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1 - Plantas medicinais e �toterápicos com ação no sistema
nervoso
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as plantas medicinais e os �toterápicos que
podem ser utilizados no tratamento de patologias do sistema nervoso central.
Sistema nervoso central e suas patologias
Na sociedade atual, queixas relacionadas a sintomas de depressão, ansiedade e insônia são cada vez mais
fitoquímicos, os mecanismos de ação já descobertos e as atividades farmacológicas.
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.
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frequentes. São doenças pouco compreendidas, que podem ser causadas por uma diversidade de fatores e
podem chegar a extremos em que o paciente se sente completamente incapacitado de exercer suas funções
diárias.
As plantas medicinais parecem atuar por mecanismos de ação semelhantes aos medicamentos sintéticos, e a
utilização de fitoterápicos mostra resultados positivos em casos de ansiedade, depressão e insônia, com a
vantagem de produzirem efeitos adversos menores. Vale a pena salientar, no entanto, que existe a possibilidade
de aparecimento de efeito paradoxal (o mesmo que efeito contraditório) no consumo de plantas como a
valeriana e a passiflora, que podem desencadear sintomas de ansiedade e insônia em vez de proporcionar
tranquilidade e sono.
Além disso, ao prescrevermos fitoterápicos, devemos levar em conta o uso junto de outros medicamentos que
possam apresentar interação medicamentosa, e também perguntar sobre os hábitos diários do paciente, por
exemplo, se ele costuma ingerir café, mate, chá e refrigerantes à base de cola, cafeína ou guaraná, já que em
algumas situações, simplesmente diminuir o consumo dessas substâncias ou evitá-las no período noturno já
seria capaz de reduzir as queixas de insônia.
Depressão
Os sintomas da depressão mais citados são alterações repentinas de humor, decaimento da libido com perda de
interesse e prazer, e distúrbios do sono. Também são comuns sintomas como diminuição da concentração,
geração de sentimento de culpa por não estar dando conta da rotina, sensação constante de cansaço e perda
tanto de apetite quanto de peso.
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Os tratamentos que utilizam medicamentos sintéticos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina
e os inibidores da monoaminoxidase, agem na tentativa de aumentar a ação dos neurotransmissores nas fendas
sinápticas.
O �toterápico mais indicado para casos de depressão é a �or de hipérico (Hypericum
perforatum).
Nos casos em que o paciente se queixa de insônia juntamente à depressão, pode-se associar também folhas de
Passiflora spp. (maracujá) ou a erva de Lippia alba (erva-cidreira). Nos casos opostos, nos quais o paciente sente
mais sono que o normal, lentidão de raciocínio e anorexia, é comum associarmos rizomas de Zingiber officinale
(gengibre), ou sementes de guaraná.
Ansiedade e insônia
Para começar, precisamos saber: O que é ansiedade?
Resposta
Podemos definir ansiedade como uma sensação de expectativa e apreensão, medo ou pressentimento que pode
resultar em preocupações persistentes e excessivas, diminuição da capacidade de concentração, hiperatividade,
dificuldade para dormir, palpitações, taquicardia, sensação de impaciência e tensão muscular.
A desregulação dos receptores benzodiazepínicos parece ser a principal causadora da ansiedade, sendo os
medicamentos sintéticos desta classe os mais utilizados para tratamento, apesar de gerarem dependência
facilmente. No transtorno do pânico, que é uma crise de ansiedade mais potente, também parecem estar
envolvidos mecanismos como hiperatividade adrenérgica, disfunção serotoninérgica, hipersensibilidade dos
receptores de CO2 no tronco cerebral e fatores genéticos.
E a insônia, como é caracterizada?
Resposta
A insônia inclui tanto a dificuldade para adormecer quanto um despertar precoce ou sono interrompido durante a
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noite. A qualidade do sono afeta a disposição ao longo do dia. Temos que levar em conta que, embora uma
média de 8 horas de sono seja um hábito mais comum na população, algumas pessoas necessitam de menos
que isso para acordarem plenas e, com o envelhecimento, é comum que se durma menos.
O tratamento fitoterápico da ansiedade e o da insônia são semelhantes, uma vez que tais patologias costumam
se manifestar juntas nos pacientes. São utilizados:
fitoterápicos à base de folhas de Passiflora spp. (maracujá);
ervas de Lippia alba (erva cidreira);
flores deMatricaria chamomilla (camomila);
raízes de Piper methysticum (kava-kava);
raízes de Angelica sinensis (angélica chinesa);
e raízes de Valeriana officinalis (valeriana).
Em casos de ansiedade e insônia que afetem também o trato gastrointestinal, as mais recomendadas são a erva-
cidreira e a camomila.
Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais vistas neste módulo, serão apresentadas
a seguir algumas de suas características, os principais componentes fitoquímicos, para o que servem e suas
contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
Na fitoterapia, utilizam-se as raízes de angélica. São compostas por muitos ácidos orgânicos (ácidos
ferúlico, protocatéquico, cafeico, ftálico, vanílico, fólico, dentre outros), alguns ftalídeos (ligustulídeo,
butilidenoftalídeo, levistolídeo, dentre outros) e polissacarídeos (fucose, galactose, glicose, arabinose,
Angelica sinensis (angélica chinesa) 
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dentre outros). Possui ainda óleo essencial composto principalmente por betacadineno e carvacrol.
A angélica demonstra atividade na redução da pressão arterial e, em estudos recente, na fibrilação atrial,
porém sem mecanismo de ação proposto. Também apresenta ação calmante e sonífera, possivelmente
ligada à redução da pressão arterial.
As raízes são utilizadas em cápsulas preparadas com o extrato seco da planta ou na forma de decocto.
Atenção: Não deve ser utilizada por pacientes com sangramentos ou diarreia, pois parece aumentar o
fluxo sanguíneo e as contrações intestinais.
Raízes de angélica.
As flores amarelas dessa planta são as partes utilizadas na fitoterapia. Seus constituintes principais são
naftodiantronas hipericina, pseudo-hipericina, iso-hipericina e proto-hipericina. Também possui
flavonoides, como o hiperosídeo, a hiperina, a rutina e a quercetina, ácidos cafeico e nicotínico, xantonas,
taninos e óleo essencial.
Sua atividade antidepressiva é gerada principalmente pelas naftodiantronas, que inibem a
monoaminoxidase e reduzem a receptação de serotonina, dopamina e norepinefrina na fenda sináptica,
tornando esses neurotransmissores disponíveis por mais tempo, agindo de forma similar a
medicamentos sintéticos como a fluoxetina.
A forma mais comum de uso do hipérico é a infusão (chá) das flores, mas também podem ser utilizados
extratos secos encapsulados, desde que padronizados na concentração de 0,4% de hipericina.
Atenção: Deve-se tomar cuidado ao recomendar o hipérico a pacientes que utilizem outros
medicamentos sintéticos para o tratamento de depressão, para evitar exacerbação de efeito, gerando
síndrome serotoninérgica, por exemplo.
Hypericum perforatum (hipérico) 
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Hipérico.
Suas folhas são utilizadas na fitoterapia, e seu principal componente fitoquímico é o óleo essencial rico
em geranial, neral, cariofileno, citronelal, geraniol, limoneno, mirceno e carvona. Possui também iridoides,
como o geniposídeo, e flavonoides.
Seu óleo essencial tem ação analgésica, anti-inflamatória, anticonvulsivante, ansiolítica e promove o
relaxamento muscular. Também tem atividade mucolítica e atua no alívio de cólicas menstruais e
intestinais, em variedades de erva-cidreira com teores mais elevados de carvona, indicando que este
fitofármaco pode ser responsável por tais atividades.
É importante lembrar que o teor de fitocompostos de uma planta pode mudar dentro da mesma espécie,
de acordo com diversas variáveis, como qualidade do solo, quantidade de água, tempo de exposição ao
sol etc.
Erva-cidreira.
A camomila é uma planta medicinal bastante utilizada na forma de infusão de seus capítulos florais,
especialmente para tratamento de sintomas da ansiedade. Seu uso etnofarmacológico ocorre desde os
tempos antigos como “chá calmante”.
Seus principais fitocomponentes são os flavonoides apigenina, quercetina e derivados glicosídeos;
Lippia alba (erva-cidreira) 
Matricaria chamomilla (camomila) 
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cumarinas como umbeliferona; taninos; ácidos graxos; o óleo essencial composto de bisabolol e seus
derivados bisabolóxidos A, B, C e bisabolonoído A; lactonas como a matricina e a matricarina; e alguns
terpenoides.
A apigenina possui a capacidade de ligar-se aos receptores do neurotransmissor GABAA, agindo de forma
similar aos sintéticos benzodiazepínicos. Com isso, gera-se o efeito ansiolítico da camomila. Já sua
capacidade anti-inflamatória decorre da inibição de prostaglandinas e leucotrienos, também pela
apigenina, auxiliada pelo bisabolol do óleo essencial. Estudos científicos também demonstraram que
cremes contendo extrato de camomila são úteis para tratamento tópico de feridas e de hemorroidas,
agindo como anti-inflamatório e cicatrizante.
Camomila.
As plantas do gênero Passiflora, em especial P. edulis e P. incarnata, são utilizadas desde a antiguidade
para tratar efeitos de ansiedade e depressão. Ao contrário do que muitos acreditam, a melhor forma de
consumir medicinalmente o maracujá é através do chá das folhas da árvore, e não na forma de suco da
fruta, uma vez que os componentes responsáveis pela sua atividade farmacológica estão presentes em
maiores quantidades nas folhas. Também pode-se utilizar cápsulas contendo pó ou extrato seco das
folhas.
Os principais constituintes fitoquímicos da planta são os flavonoides crisina, vitexina, isovitexina,
derivados de apigenina e saponarina; os alcaloides harman, harmano, harmina, harmanol e harmalina;
esteróis; lignanas; heterosídeos cianogênicos; taninos (catecol, ácido gálico, leucoantocianidinas); e óleo
essencial composto de limoneno, cumeno e alfapineno. No caso específico dos flavonoides e dos
alcaloides harmânicos, eles estão mais presentes nas folhas da planta do que em qualquer outra parte
dela.
Apesar de ainda não existir uma definição completa e definitiva sobre o mecanismo de ação do maracujá
no tratamento da ansiedade, já existem estudos científicos demonstrando que o flavonoide crisina é
capaz de realizar atividade no receptor GABAA, enquanto os alcaloides do harmano agem sobre a
monoaminoxidase, inibindo-a. Com isso, acredita-se que essas duas classes de fitofármaco são as
Passiflora spp. (maracujá) 
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responsáveis pelo efeito ansiolítico do maracujá.
Flores e folhas de maracujá.
A parte utilizada farmacologicamente da kava-kava é a sua raiz, que normalmente é consumida na forma
de cápsulas contendo o extrato seco ou a planta seca rasurada. Os principais fitoquímicos da kava-kava
são: kavalactonas metisticina; dihidrometisticina; kavaína; di-hidro-kavaína; iangonina; e 11-metoxi-
iangonina. Possui ainda os flavonoides flavokavinas A, B e C, saponinas, mucilagem, alcaloides e
glicosídeos.
As kavalactonas da kava-kava são capazes de interagirem com os receptores gabaérgicos e
benzodiazepínicos a nível central, estimulando-os e realizando assim sua atividade ansiolítica, sedativa e
anticonvulsivante. Elas também bloqueiam os canais de cálcio dependentes de voltagem, reduzindo a
excitabilidade neuronal, com consequente redução da liberação de neurotransmissores excitatórios. Os
outros componentes fitoquímicos da kava-kava parecem contribuir com o processo de absorção das
kavalactonas, gerando um efeito sinérgico que culmina no aumento da biodisponibilidade dos princípios
ativos.
Atenção: A kava-kava é contraindicada para pacientes com problemas hepáticos e alcoólatras.
Raízes de kava-kava.
Pipermethysticum (kava-kava) 
Valeriana officinalis (valeriana) 
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O uso medicinal da valeriana também é descrito desde a antiguidade, sendo as raízes a parte utilizada da
planta como fitoterápico. As raízes podem ser consumidas na forma de infusão, planta seca ou extrato
seco (cápsulas). Sua composição fitoquímica é muito rica, sendo os componentes principais os iridoides
valepotriatos (valtrato, isovaltrato, homovaltrato, acevaltrato, valeclorina, di-hidrovaltratos), os
sesquiterpenoides (valeranona, vaterianol), ésteres terpênicos, ácidos sesquiterpênicos, alcaloides
(valerina e valerianina), flavonoides e óleo essencial composto de monoterpenóis.
O efeito farmacológico da valeriana depende de uma ação sinérgica de diversos de seus fitocompostos.
Estudos indicam que as ações de sedação e relaxante muscular seriam provocadas, principalmente,
pelos valepotriatos, que também apresentam atividade vasodilatadora e antiarrítmica. Já o ácido
valerênico parece inibir a degradação de GABA, e agir como agonista parcial do receptor de serotonina,
gerando efeito ansiolítico similar ao de benzodiazepínicos.
Em casos de ansiedade e transtorno bipolar, a associação de V. officinalis e H. perforatum (hipérico)
parece ser mais eficiente do que o medicamento sintético diazepam, um benzodiazepínico comumente
utilizado nesses casos.
Raízes de valeriana.
A parte do gengibre a ser utilizada na fitoterapia é seu rizoma (ou caule subterrâneo), podendo ser
consumido na forma de alimento, decocto ou em xaropes. Seu principal constituinte é o óleo essencial,
composto por bisaboleno, zingibereno, canfeno, citral, mirceno, limoneno, entre outros. Também possui
compostos fenólicos como gingeróis e shogaóis, amido, proteínas, triglicerídeos, lecitina, vitaminas e sais
minerais.
Sua ação principal é anti-inflamatória, realizada pelos gingeróis, que possuem a capacidade de inibir as
prostaglandinas e os leucotrienos. Contudo também atua como antiemético, inotrópico positivo,
colagogo e promotor das secreções gástricas, sem os mecanismos ainda identificados.
Atenção: Deve ser utilizado com cautela em pacientes hipertensos, devido à chance de elevar a pressão
Valeriana officinalis (valeriana) 
Zingiber officinale (gengibre) 
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sanguínea e os batimentos cardíacos.
Rizoma de gengibre.
Fitoterápicos que atuam no sistema nervoso
Assista ao vídeo sobre a fitoterapia aplicada às patologias do sistema nervoso. Confira!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 1
Vem que eu te explico!


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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta a planta medicinal mais utilizada no tratamento da depressão:
A Hypericum perforatum
B Passiflora spp.
C Matricaria chamomilla
D Valeriana officinalis
E Lippia alba
Parabéns! A alternativa A está correta.
Apesar de também utilizarmos Passiflora spp. e Lippia alba no tratamento da depressão, estas
plantas tratam apenas sintomas específicos, que podem ou não estar presentes. A planta
medicinal que se utiliza na depressão é o hipérico – Hypericum perforatum.
Questão 2
Qual parte da Passiflora spp. possui maior concentração de seus princípios ativos no combate à ansiedade?
A Flores
B Frutos
C Folhas
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2 - Plantas medicinais e �toterápicos úteis na terapêutica
de doenças do sistema cardiovascular
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as plantas medicinais e os �toterápicos
úteis na terapêutica de doenças do sistema cardiovascular.
Si di l l i
D Caule
E Raiz
Parabéns! A alternativa C está correta.
Apesar de seus componentes farmacológicos estarem presentes em todas as partes da planta,
eles se encontram em maior concentração nas folhas. Por isso, é recomendada utilização de chá
das folhas de maracujá, e não o suco do fruto, por exemplo.

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Sistema cardiovascular e suas patologias
O sistema cardiovascular engloba diversos órgãos do corpo humano, mas é principalmente constituído pelo
coração, cuja função básica é bombear o sangue por meio dos vasos sanguíneos, que atuam como uma
complexa rede de encanamento:
Levando sangue
Com nutrientes e oxigênio para o restante do corpo (pelas artérias).
Trazendo o sangue
“Sujo” de volta (pelas veias) para que seja purificado (nos rins, em geral), renutrido e novamente distribuído.
Diversas doenças estão relacionadas ao sistema cardiovascular, e as principais delas, cujo tratamento pode ser
realizado fitoterapicamente, estão relacionadas a seguir.
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
A pressão arterial (PA) é um parâmetro cardiovascular influenciado pelo volume sanguíneo, pelo débito cardíaco
e pela resistência vascular periférica, e cuja função é manter a perfusão de sangue (e de oxigênio,
consequentemente) do organismo.
Quando são atingidos valores muito baixos de pressão, como no caso da hipotensão ortostática, a perfusão
correta não é garantida e, por isso, o corpo em conjunto com os sistemas simpático e renina-angiotensina-
aldosterona e o hormônio antidiurético desencadeia reações como sensação de sede e apetite por sal, visando
impedir a queda da PA.
A hipertensão arterial, quando ocorre de forma aguda, frequentemente não se apresenta com sintomatologia,

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mas algumas pessoas podem experimentar dores de cabeça e pontadas na nuca. Contudo, quando ocorre de
maneira crônica, a elevação da PA produz sobrecarga circulatória, podendo levar a alterações degenerativas
vasculares e do miocárdio.
Atenção!
O indivíduo hipertenso tem maior risco de apresentar acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, lesões
na retina, insuficiência cardíaca e cardiopatia isquêmica. Atualmente, define-se hipertensão arterial pela medida
da PA com valores iguais ou maiores que 140 × 90mmHg obtidos em duas verificações em diferentes dias ou
diversas vezes no mesmo dia, por meio do exame chamado Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial
(MAPA).
A hipertensão arterial pode ser classifica em primária ou secundária. Veja a seguir um pouco mais sobre elas.
Hipertensão arterial primária
Esta responde por cerca de 95% dos casos de HAS, que são aquelas em que não é possível determinar um
motivo específico para elevação frequente da pressão. Existem alguns fatores que contribuem para essa
elevação: predisposição genética (casos na família), consumo excessivo de cloreto de sódio, baixa ingestão
de potássio e abuso de bebida alcoólica.
Hipertensão arterial secundária
Esta corresponde aos outros 5%, a HAS pode decorrer de nefropatias, hiperaldosteronismo primário,
síndrome de Cushing, feocromocitoma, consumo de estrogênios, gravidez, entre outras causas ainda
menos frequentes.
Algumas plantas medicinais podem ser utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial de maneira isolada
nas hipertensões leves ou em conjunto com anti-hipertensivos sintéticos em casos moderados e graves. Em
geral, possuem atividades farmacológicas similares aos fármacos sintéticos, como diuréticos, sedativos einibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs), porém causam menos efeitos colaterais. As seguintes
plantas são indicadas para o tratamento da hipertensão arterial:
Alpinia speciosa (colônia);
Angelica sinensis (angélica chinesa);
Cecropia pachystachya (embaúba);
Equisetum arvense (cavalinha);
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Valeriana officinalis (valeriana).
Palpitações e arritmias
Palpitações e arritmias podem ocorrer sem gravidade e sem outras patologias associadas, especialmente em
situações de ingestão exagerada de álcool ou de bebidas ricas em cafeína, tabagismo e estresse. Contudo, caso
ocorram taquicardia ou bradicardia intensas acompanhadas de vertigem e dispneia, é necessária a investigação
cardiológica imediata.
As situações leves respondem bem ao tratamento com plantas medicinais, em especial à Crataegus oxyacantha
(crataego), que possui ação antiarrítmica e ansiolítica. Também podem ser utilizadas outras plantas com
atividade ansiolítica, com a expectativa de reduzir esses sintomas cardiovasculares e o desconforto no paciente.
Varizes e hemorroidas
Varizes são dilatações anormais dos vasos sanguíneos, muito comuns nas pernas. O surgimento delas está
relacionado à genética do paciente, ao uso de anticoncepcionais orais e à menstruação. Pessoas que passam
longos períodos de tempo em pé ou sentadas sem se movimentar têm maior tendência de desenvolvê-las. Os
sintomas gerados pelas varizes são cansaço nas pernas, edema e dores.
Veias normais e veias varicozas.
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Uma forma de auxiliar o tratamento das varizes é praticar exercício físico, com a finalidade de promover impulso
muscular sobre as veias. As meias de compressão também são ótimas aliadas no tratamento. Apesar de não
serem capazes de curar as varizes, medicações de uso oral auxiliam na diminuição da sensação de desconforto
e do edema, reduzindo a dor nas pernas. As plantas medicinais utilizadas atuam sobre os vasos sanguíneos e
realizam atividade anti-inflamatória, venotônica, antiexsudativa e antiedematosa.
As hemorroidas correspondem a uma inflamação das veias localizadas ao redor do canal anal, gerando uma
dilatação. Podem ser classificadas quanto à gravidade, podendo ter indicação cirúrgica em casos mais graves.
Nos casos leves, que podem ser tratados clinicamente, podemos utilizar as mesmas plantas medicinais
aplicadas em casos de varizes, na forma de cremes, pomadas ou supositórios. Também é importante alterar a
alimentação, de forma a inserir mais fibras para evitar constipação intestinal. As principais plantas utilizadas
nesses casos são:
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia);
Aloe sp. (babosa);
Centella asiatica (centela).
Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia
A elevação dos níveis de colesterol e/ou dos triglicerídeos é fator de risco para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares por influenciar na formação de placas ateromatosas.
Placas ateromatosas
Placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos.
Diferentes estágios de entupimento causados pela formação de placas ateromatosas.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento:
Allium sativum (alho);
Crataegus oxyacantha (crataego);
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Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão).
Plantas medicinais importantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais vistas neste módulo, serão apresentadas
a seguir algumas de suas características, os principais componentes fitoquímicos, para o que servem e suas
contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
As sementes de castanha-da-índia são utilizadas há muitos séculos como fitoterápicos, especialmente no
tratamento de doenças vasculares. Elas contêm um teor elevado de saponinas, especialmente as
aescinas alfa e beta, afrodescina, argirescina e criptoescina. Possuem também alguns flavonoides,
triterpenoides, fitosteróis, epicatequinas, antocianidinas e glicosídeos cumarínicos.
Suas aescinas são as responsáveis pelos efeitos venotônicos (aumento do tônus venoso), antiexsudativa
(redução ou inibição da formação de exsudato) e antiedematoso (inibição ou redução da formação de
edema). Os mecanismos de ação pelos quais executam estas funções envolvem o aumento da
sensibilidade dos canais de cálcio ao íon Ca2+.
As castanhas podem ser utilizadas na forma de cápsulas contendo o extrato seco ou como decocto.
Seus possíveis efeitos adversos incluem o risco aumentado de sangramentos, especialmente se utilizada
em conjunto com anticoagulantes, e pode causar náuseas, vômito e gastrite.
Castanha-da-índia.
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia) 
Allium sativum (alho) 
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Muito utilizada na culinária, a parte do alho que serve também como fitoterápico são os bulbilhos (ou
“dentes de alho”, como conhecidos popularmente). A utilização pode ocorrer como suco, na mastigação
do alho cru ou em cápsulas com o pó seco do bulbilho.
Seu principal componente é a aliina, que é convertida em alicina pela enzima alinase. Também contém
saponinas, ácidos fosfórico e sulfúrico, proteínas e sais minerais. No bulbo fresco, tende-se a encontrar
maior teor de alicina, enquanto no pó seco encontramos mais aliina, pois a enzima foi desativada no
preparo do pó.
O alho possui diversas atividades farmacológicas, como antitrombótico, antiagregante plaquetário, anti-
hipertensivo, hipoglicemiante, antimicrobiano e antifúngico. O chá de alho é considerado extremamente
seguro, não apresentando efeitos tóxicos nem colaterais. Contudo, seu uso deve ser realizado com
cautela em pacientes que já utilizem outros antiagregantes como o clopidogrel ou anticoagulantes como
a warfarina.
Cabeças e dente (bulbilho) de alho.
As partes da babosa utilizadas para a fitoterapia são a mucilagem (gel) das folhas e a resina extraída da
parte externa destas. São compostas de polissacarídeos (pectinas, hemiceluloses, glucomanana,
acemanana e derivados de manose), aminoácidos, lipídeos, fitosteróis como o lupeol e o campesterol,
taninos, vitaminas e sais minerais. Na resina, em especial, encontramos antraquinona específica da
babosa, chamada de aloé-emodina, antronas e seus glicosídeos.
Os polissacarídeos da mucilagem da babosa são extremamente úteis em processos de cicatrização, pois
estimulam a atividade de macrófagos e de fibroblastos. Preparos para uso interno do gel se mostraram
úteis até mesmo na recuperação de úlceras estomacais. Também existem estudos científicos que
demonstraram a atividade anti-inflamatória da babosa, com sucesso especial em casos de artrite
reumatoide. Já a resina, rica em antraquinona, tem ação laxativa, sendo útil em casos de constipação.
O uso interno da planta, quando feito em excesso, pode causar desmaio, tonteira, fraqueza, diarreia forte
e precipitar o aparecimento de hemorroidas.
Aloe sp. (babosa) 
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Babosa.
Suas folhas, flores e raízes são utilizadas na fitoterapia. Seu principal constituinte é o óleo essencial,
composto de mono e sesquiterpenos (cineol e terpineol), flavonoides e substâncias fenólicas.
Nas flores, destacam-se o 1,8-cineol, a cânfora, o metil cinamato e o borneol. Já as folhas contêm
monoterpenos e sesquiterpenos (4-terpinenol, 1,8-cineol e γ-terpineno).
Os óleos essenciais de colônia possuem atividade hipotensora, diurética e sedativa. O terpineol é tido
comoprincipal responsável pelas ações farmacológicas, pois possui a capacidade de bloquear o influxo
de cálcio nas células, relaxando o músculo liso vascular e consequentemente gerando o efeito
hipotensor.
A planta colônia é utilizada em cápsulas contendo o pó ou as folhas e os frutos triturados, e não
apresenta toxicidade ou efeitos adversos conhecidos até o momento.
Flor e folhas de colônia.
Suas folhas eram utilizadas como fitoterápicos pelos povos indígenas da América do Sul desde antes das
Grandes Navegações. São compostas de saponinas (sendo a principal a ambaína), alcaloides, ácidos
orgânicos, flavonas, flavonoides, ácidos fenólicos, glicosídeos cardiotônicos, sesquiterpenoides e óleo
Alpinia speciosa (colônia) 
Cecropia pachystachya (embaúba) 
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essencial composto por limoneno, calameno e alfacopaeno.
Sabe-se que sua atividade hipotensora é realizada pelo bloqueio dos canais de cálcio do tipo L na
musculatura lisa, mas ainda não foram identificadas quais moléculas são as responsáveis por esse
efeito. Acredita-se que a ambaína possa desempenhar um papel importante nessa ação farmacológica.
Além dessa atividade, a embaúba também apresenta ação anti-inflamatória, broncodilatadora e
antidiabética, sendo esta última realizada pelo ácido clorogênico, que reduz a produção hepática de
glicose ao inibir a enzima glicose-6-fosfato translocase.
Pode ser utilizada na forma de decocto, cápsulas contendo a planta seca ou xarope para tosse asmática.
Não se conhece nenhum registro de toxicidade da embaúba até o momento.
Embaúba.
A planta inteira pode ser utilizada como fitoterápico, sendo os triterpenoides seus principais constituintes,
em especial o asiaticosídeo e o madecassídeo. Possui ainda agliconas (ácido asiático e ácido
madecassíco), flavonoides (quercetina, kaempferol e outros), ácidos graxos, vitaminas, carotenoides e
óleo essencial rico em terpenos.
Sabe-se que o asiaticosídeo e seus derivados têm atividade cicatrizante por estimular a síntese de
colágeno e a angiogênese, tornando o extrato de centelha útil no tratamento de feridas e condições
vasculares como as varizes, quando utilizado de forma tópica. No uso interno, a centela demonstra
atividades cardioprotetora, ansiolítica e redutora de edemas, mas sem mecanismos de ação bem
esclarecidos até o momento.
Pode gerar dor de cabeça, vertigem, hipotensão e sedação leve.
Centella asiatica (centela) 
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Centela.
Tanto as folhas, as flores quanto seus frutos são utilizados como fitoterápicos. São ricos em catequina,
epicatequina e procianidina B2, flavonoides derivados do quercetol e do apigenol, compostos fenólicos,
fitosteróis, triterpenoides e taninos.
O crataego possui diversas atividades farmacológicas cardiovasculares. Realiza ação cronotrópica
(acelera os batimentos cardíacos), porém de maneira distinta dos fármacos betabloqueadores
tradicionais. Possui atividade ionotrópica positiva mediada por aumento da concentração intracelular de
íons de cálcio e pela inibição da fosfodiasterase, levando ao aumento da concentração intracelular de
AMP cíclico. Suas procianidinas geram aumento na liberação de óxido nítrico, causando vasodilatação e
bloqueio da enzima conversora de angiotensina, o que reduz a pressão arterial. Alguns estudos já
demonstraram que a crataego é útil na proteção de vasos e do coração, mas sem mecanismos de ação
completamente descritos.
Pode ser utilizada como cápsulas contendo a planta seca ou seu pó ou extrato seco. Pode potencializar o
efeito de algumas classes de fármacos sintéticos, como benzodiazepínicos, hipertensivos e
antiarrítmicos.
Crataego.
Muito utilizadas na culinária, as raízes da cúrcuma são úteis também na fitoterapia. Possui polifenóis
Crataegus oxyacantha (crataego) 
Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão da terra) 
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chamados de curcuminoides, sendo a curcumina o principal. Seu óleo essencial é rico em álcoois
sesquiterpênicos e cetonas como a bisabolona, a germacrona e o curcumeno, monoterpenoides,
diterpenoides e esteroides.
O açafrão da terra possui diversas atividades farmacológicas documentadas, dentre elas anti-
inflamatória, gastroprotetora, hepatoprotetora e carminativa (antiflatulência). Atribui-se à curcumina todas
estas atividades, pois esta apresenta afinidade por aminoácidos presentes em proteínas que agem como
receptoras e, ao interagir com essas moléculas, a curcumina as torna mais disponíveis para ligação aos
seus mediadores bioquímicos correspondentes.
Estudos indicam que a curcumina tem atividade na redução do colesterol e de triglicerídeos, agindo como
cardioprotetora e antitrombótica, uma vez que reduz a formação de ateromas. Também se mostrou eficaz
na cicatrização de úlcera péptica e outras feridas.
Devido a ampla ação observada, doenças inflamatórias crônicas, como a osteoartrite, vem sendo cada
vez mais tratadas com o açafrão da terra, com resultados muito positivos. A curcumina atua em diversos
alvos na inflamação. Ela interage com interleucinas, fatores de crescimento, TNF-α, COX, enzima óxido
nítrico sintase, entre outros. Em todos os alvos, a ação da curcumina acarreta a redução do processo
inflamatório. Além dessa ação, a cúrcuma também demonstra ser analgésica para as dores fortes da
osteoartrite, porém sem mecanismo de ação descrito até o momento.
A cúrcuma pode ser consumida diariamente nos alimentos, na forma de tempero. Porém, para ação
terapêutica, é interessante seu uso como cápsulas contendo o pó ou decocto do rizoma. Deve ser
prescrita com cuidado para pacientes com predisposição ao cálculo biliar, pois a ingestão deste
fitoterápico pode desencadear obstrução das vias biliares.
Rizomas de cúrcuma e pó produzido a partir deles.
Ao contrário da maioria das plantas, a cavalinha é rica em compostos inorgânicos, como o ácido silícico e
diversos silicatos distintos solúveis em água, sais de potássio e de cálcio, fosfatos e outros elementos
inorgânicos. Outros componentes fitoquímicos que podemos citar são alcaloides como a nicotina e a
espermidina, saponina equisetonina, glicosídeos como os equisetumosídeos, flavonoides (quercetina,
isoquercitrina, luteolina, apigenina), fitosteróis como campestrol e taraxerol, ácidos ursólico, oleanólico e
Equisetum arvense (cavalinha) 
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betulínico, taninos e vitaminas C, E, K, e complexo B. Possui ainda óleo essencial rico em cisgeranil
acetona, timol, transfitol e hexa-hidrofarnesil acetona.
A cavalinha apresenta atividades hepatoprotetora, antioxidante, analgésica, anti-inflamatória e diurética,
sendo útil em casos de doenças renais e hipertensão arterial, além de agir como antimicrobiana contra
diversos microrganismos.
As formas de consumo utilizadas são infusão das partes aéreas, pó para diluição em água, cápsula e
supositório (indicado no tratamento de hemorroidas, devido à ação anti-inflamatória). É contraindicada na
gravidez devido aos seus alcaloides que são capazes de acelerar o parto.
Cavalinha.
Fitoterápicos que atuam no sistema cardiovascular
Veja agora alguns casos que abordam a fitoterapia aplicada às patologias do sistema cardiovascular. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 2

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Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta uma planta medicinal utilizada no tratamento de varizes e hemorroidas:
A Alpinia speciosa (colônia).
B Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia).
C Cecropia pachystachya (embaúba).
D Equisetum arvense (cavalinha).
E Valeriana officinalis (valeriana).
Parabéns! A alternativa B está correta.
A castanha-da-índia é utilizada em patologias como varizes e hemorroidas, não sendo prescrita
para casos de hipertensão arterial.
Questão 2
A Centella asiatica (centela) é utilizada de maneira tópica no tratamento das varizes. Qual fitofármaco presente
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nesta planta exerce atividade nesta patologia?
A Ácido asiático
B Quercetina
C Asiaticosídeo
D Kaempferol
E Caratenoides
Parabéns! A alternativa C está correta.
O asiaticosídeo e seus derivados estimulam a síntese de colágeno e auxiliam na angiogênese.
Com isso, são ativos utilizados no tratamento das varizes.

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3 - Plantas medicinais e �toterápicos usados no
tratamento de patologias in�amatórias e reumáticas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar os �toterápicos e as plantas medicinais que
são úteis para manejo clínico das doenças in�amatórias e reumáticas.
In�amação e doenças reumáticas
Dores musculoesqueléticas e processos inflamatórios correspondem a muitas patologias distintas, com
diferentes processos fisiológicos, e podem ocorrer em todo o corpo humano. Em outros módulos deste
conteúdo, são abordadas algumas doenças desencadeadas ou culminando em inflamação, e que são tratáveis
com plantas medicinais, visando à cura ou à redução dos sintomas.
A inflamação é um mecanismo de defesa do corpo, seja contra um patógeno ou contra uma lesão tecidual.
Nesse processo, ocorre um aumento do fluxo sanguíneo na região afetada, causando o rubor (vermelhidão) no
local, que também fica mais quente em relação ao restante do corpo. Células do sistema imune também são
recrutadas para o local afetado e secretam mediadores inflamatórios que causam a sensação de dor. Em alguns
casos, o processo inflamatório pode ser mais destrutivo para o corpo do que a própria lesão, como no
desenvolvimento da artrite reumatoide e da asma, por exemplo.
As doenças reumáticas são aquelas que acometem o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações,
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s doe ças eu át cas são aque as que aco ete o apa e o oco oto , ou seja, ossos, a t cu ações,
músculos, tendões, cartilagens e ligamentos. Em alguns casos, dependendo da doença instaurada, pode
também afetar órgãos internos, como rins, coração e pulmões. Já existem mais de cem doenças reumáticas
conhecidas e descritas na literatura médica, sendo as mais comuns osteoartrite, fibromialgia, osteoporose,
tendinites, febre reumatoide e lombalgia.
Ao contrário do que se pensa, as doenças reumáticas não afetam apenas os idosos, podendo afetar pacientes
de todas as idades, e são agravadas dependendo de condições genéticas, falta ou excesso de exercício físico,
estresse e acometimentos psiquiátricos como ansiedade e depressão. Se caracterizam como patologias muito
dolorosas, de cunho inflamatório, geralmente com vermelhidão, inchaço e/ou calor no local afetado, e requerem
atenção o mais rápido possível, a fim de evitar a piora do quadro geral.
A fitoterapia é capaz de reduzir dores agudas e crônicas, assim como auxiliar na
resolução de processos inflamatórios, seja utilizando de forma isolada ou em
combinação com medicamentos sintéticos.
Principais plantas utilizadas, de maneira geral, no tratamento de patologias reumáticas: Ageratum conyzoides
(mentrasto); Carapa guianensis (andiroba); Copaifera langsdorffii (copaíba); Cordia verbenacea (erva-baleeira);
Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão da terra); Echinodorus grandiflorus (chapéu-de-couro); Harpagophytum
procumbens (garra-do-diabo); Solidago chilensis (arnica-do-campo); Urtica dioica (urtiga).
Dores agudas e crônicas
As contusões são lesões inflamatórias que normalmente decorrem de um trauma, gerando dor local e
dificuldade de movimentação da parte do corpo afetada. Dependendo da lesão, pode ocorrer a formação de
hematoma no local.
Para redução do processo inflamatório local, além do uso das plantas já descritas,
pode-se aplicar gelo na lesão, desde que esta lesão não apresente sangramento
externo.
Uma vez que a dor seja crônica, o tratamento fitoterápico depende também de outros sintomas:
Caso de rigidez
Por exemplo, pode-se utilizar plantas como a canela e o gengibre, que também possuem ação anti-inflamatória e
auxiliam nesse sintoma.
Vermelhidão e calor acentuados no local da dor
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Vermelhidão e calor acentuados no local da dor
Neste caso, a cúrcuma pode ser associada, por possuir propriedade refrescante.
Local da dor edemaciado (com acúmulo de água)
Podemos lançar mão de plantas que contribuam na eliminação de água (diuréticas) como a cavalinha e/ou o
chapéu-de-couro.
Plantas como Cordia verbenacea (erva-baleeira) e Solidago chilensis (arnica-do-campo) têm ação analgésica e
anti-inflamatória em uso tópico, sendo muito utilizadas em compressas, cremes e pomadas para tratamento de
dores agudas e crônicas.
Osteoartrite
É uma inflamação articular que se inicia com um processo degenerativo na cartilagem. Existem alguns fatores
que influenciam o início dessa patologia:
má postura corporal;
impacto excessivo nas articulações provocado por esportes ou obesidade;
entre outros.
Osteoartrite.
As articulações acumulam líquidos, e sua movimentação gera dor, que pode ser extrema e incapacitante. Em
casos mais avançados de osteoartrite, a progressão da doença pode levar ao comprometimento dos ossos
conectados pela articulação afetada. O tratamento envolve substâncias naturais de origem animal, como os
sulfatos de glicosamina (1,5g/dia) e de condroitina (1,2g/dia), que contribuem ao lentificar a progressão do
processo patológico. O condicionamento físico com alongamento e fortalecimento muscular contribui na
manutenção da qualidade de vida.
Saiba mais
Por fim, doenças articulares são frequentemente relacionadas com depósitos de substâncias tóxicas e
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indesejáveis. Por isso, recomenda-se dietas com determinadas restrições e uso de plantas medicinais
depurativas como o chapéu-de-couro e a urtiga.
Contratura muscular
A contratura muscular é uma ativação dos elementos contráteis das fibras musculares, podendo ocorrer de
maneira prolongada e gerar muita dor no processo. Podem ser tratadas topicamente com substâncias que
estimulem as fibras que conduzem o impulso nervoso rapidamente e que são sensíveis à temperatura.
Inicialmente pode ocorrer eritema, dor e aumento da temperatura no local da aplicação, mas estes sintomas
passam rapidamente, gerando o alívio desejado, que pode durar até mesmo por horas.
As principais plantas usadas no tratamento das contraturas musculares são:
Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais vistas neste módulo, serão apresentadas
a seguir algumas de suas características, os principais componentes fitoquímicos, para o que servem e suas
contraindicações ou possíveisefeitos adversos.
Ageratum conyzoides (mentrasto ou erva de São João)
Mentrasto ou erva de São João.
1
Cordia verbenacea (erva-
baleeira).
2
Piper methysticum (kava-
kava).
3
Valeriana oficcinalis
(valeriana).
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O óleo essencial das folhas da erva de São João é rico em monoterpenos e sesquiterpenos, especialmente
linalool, limoneno e eugenol. Contém também cumarina e seus derivados, flavonoides como ageconiflavona e
kaempferol, fitosteróis (estigmasterol, fridelina e brassicasterol), alcaloides pirrolizidínicos, taninos, e compostos
fenólicos.
Ensaios já demonstraram a capacidade anti-inflamatória do óleo essencial do
mentrasto, especialmente no tratamento de artrose, reduzindo tanto a dor quanto a
restrição de movimento causada pela doença. Também já são conhecidas as ações
analgésica e antipirética da erva. Ainda não foram identificadas, no entanto, as
moléculas responsáveis por esses efeitos, ou seus mecanismos de ação.
Pode ser utilizada na forma de infusão das folhas, em pó diluído em água, ou em cápsulas contendo o pó ou a
planta seca. Nas flores, estão presentes alcaloides pirrolizidínicos em alta concentração, que podem causar
anemia normocrômica. Portanto, deve-se utilizar somente as folhas da erva de São João como fitoterápico.
Carapa guianensis (andiroba)
Sementes de andiroba.
A partir das sementes da andiroba, é produzido um óleo que pode ser utilizado de forma medicinal. Esse óleo é
rico em ácidos graxos, principalmente os ácidos mirístico, palmítico, oleico e linoleico, e em diversos
tetranortriterpenos chamados de meliacinas e fitosteróis, como o campesterol e o estigmasterol.
O óleo da andiroba é utilizado tradicionalmente por diversas culturas indígenas das américas, principalmente
como repelente de insetos e antimalárico. Sabe-se que essas duas atividades são efetuadas pelas meliacinas,
mas os mecanismos de ação ainda não foram elucidados.
O óleo de andiroba também demonstrou atividade anti-inflamatória e analgésica, sendo
capaz de inibir a formação de granulomas e a migração de neutrófilos. Estudos
também já demonstraram que uma mistura das meliacinas presentes no óleo de
andiroba foi capaz de reduzir as dores e a inflamação na artrite, demonstrando que
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este pode ser um aliado útil no combate às dores reumáticas e musculares.
Ele deve ser utilizado de forma tópica, podendo ser associado à massagem no local da inflamação ou dor. Não
existem dados concretos sobre sua toxicidade.
Copaifera langsdor�i (copaíba)
O óleo resinoso extraído do interior do caule da copaíba é utilizado como fitoterápico, especialmente para
tratamento de feridas, por populações tradicionais e indígenas do cerrado brasileiro há vários séculos. Ele é
composto de sesquiterpenoides, diterpenoides, polissacarídeos e ácidos copaiférrico, copaiferrólico e copálico.
Copaíba.
Na tentativa de identificar quais fitomoléculas são as responsáveis pela ação farmacológica anti-inflamatória do
óleo de copaíba, chegou-se ao consenso que os diterpenoides são os mais importantes para a atividade, mas o
óleo age de maneira sinérgica, sendo ele inteiro necessário para o efeito completo desejado. De maneira tópica,
o óleo da copaíba é útil no tratamento de doenças da pele como psoríase por exemplo, e também em casos de
dores reumáticas e articulares. Também apresenta atividade cicatrizante, tripanossomicida e leishmanicida,
porém não foram desenvolvidos estudos específicos.
Cordia verbenacea (erva-baleeira)
Erva-baleeira.
Suas folhas (parte da planta utilizada como medicinal) possui flavonoides, sitosterol, terpenoides (cordialinas A e
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B), saponinas, alcaloides, xantonas, fenóis, esteroides, taninos, quinonas, cumarina e óleo essencial composto de
betacariofileno, alfapineno, acetato de citronelol, betaelemeno, transcariofileno, alfahumuleno e outras
moléculas.
O óleo essencial da erva-baleeira exerce atividade anti-inflamatória pela inibição da migração de células
inflamatórias e pela inibição da fosfolipase A2. O transcariofileno e o alfahumuleno, quando isolados, também
exercem atividade anti-inflamatória leve, realizada por meio da inibição de alguns mediadores inflamatórios
como a histamina, o TNF- α e a prostaglandina E2.
Saiba mais
Existe um fitomedicamento de uso tópico, comercializado no Brasil sob o nome de Acheflan, que é composto
pelo óleo essencial da erva-baleeira. Seu uso é indicado para o tratamento de dores causadas pelas doenças
reumáticas como artralgia, artrose e artrite, e para lesões de pele, por aumentar a produção do fator de
crescimento endotelial vascular e da matriz metaloprotease-9.
Echinodorus grandi�orus (chapéu-de-couro)
Chapéu-de-couro.
As partes dessa planta utilizadas como fitoterápico são as folhas, cujo sabor é amargo e refrescante. Seus
principais componentes fitoquímicos são ácidos fenólicos (ferúlico, cafeico e isoferúlico), ácidos graxos como o
linolênico e o dodecanoico, alcaloides echinofilinas, diterpenoides como echinodol, fitol, echinodolídeos e
solidagolactona, esteróis, flavonoides como a vitexina e a isovitexina, terpenoides como o transcariofileno, e óleo
essencial composto de óxido de cariofileno, dilapiol e 2-tridecanona.
Apesar de ainda não ser definido se existe uma molécula específica que seja a responsável pelos efeitos do
chapéu-de-couro, os pesquisadores acreditam que se trate de um efeito sinérgico, especialmente entre os
alcaloides e os ácidos.
Sabe-se que a planta possui efeito hipotensivo, diurético, redutor de edemas,
vasodilatador, anti-inflamatório e levemente analgésico. Adicionalmente, um estudo
científico já demonstrou ação nefroprotetora do extrato bruto da planta.
Pode ser utilizado como decocto ou infuso, por via oral. É contraindicada para pacientes hipotensos, em casos
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de diarreia e para portadores de insuficiência renal.
Harpagophytum procumbens (garra-do-diabo)
Garra-do-diabo.
O tubérculo da garra-do-diabo possui glicosídeos iridoides como o harpagosídeo, o harpagídeo e a procumbina;
glicosídeos fenólicos como o verbascosídeo e o acetosídeo; flavonoides; fitosteróis; triterpenoides pentacíclicos;
ácidos orgânicos e harpagoquinona.
Seus efeitos anti-inflamatório e analgésico são realizados pela inibição das enzimas
COX-2 e óxido nítrico sintase, do TNF-α e do fator NF-κB, sendo útil no tratamento de
doenças reumáticas como a osteoartrite e disfunções dolorosas musculoesqueléticas
sem origem determinada.
A garra-do-diabo pode ser utilizada internamente na forma de infusão ou cápsulas contendo o pó ou extrato seco
do tubérculo. É contraindicada para pacientes com úlceras gástricas e obstrução das vias biliares.
Solidago chilensis (arnica-do-campo)
As partes utilizadas da planta na fitoterapia são suas folhas e inflorescências. Essas partes possuem
flavonoides, saponinas, diterpenoides clerodânicos e labdânicos (solidagenona — principal marcador da espécie
—, solidagolactona e derivados de solidagolactol), ácidos orgânicos e óleo essencial composto principalmente
por diterpenoides e sesquiterpenoides.
Essa espécie é muito utilizada no Brasil de maneira etnomedicinal, especialmente de maneira tópica para o
tratamento de contusões e dor. Ela pode ser confundida com a Arnica montana, mas são plantas diferentes,
sobretudo fitoquimicamente.
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Arnica montana.
A Arnica montana, além de não possuir a solidagenona como marcador, tem como principais constituintes
fitoquímicos as aminas como a betaína e a colina e uma mistura de flavonoides muito específica (betuletol,
eupafolina e flavonol).
Repare como as plantas são visualmente distintas.
Extratos aquosos de arnica-do-campo, a S. chilensis, ricos em solidagenona, apresentam efeito anti-inflamatório
mediado por inibição da migração de leucócitos e de mediadores inflamatórios como bradicinina, histamina e
óxido nítrico (NO). Géis preparados com extratos de arnica-do-campo são úteis no tratamento de dor lombar e
tendinites. Um estudo também demonstrou a aceleração do processo de cicatrização de feridas cutâneas
tratadas com arnica-do-campo.
Arnica-do-Campo.
Pode ser utilizada como anti-inflamatório tópico, seja na forma de compressas do infuso ou da tintura de folhas
de arnica-do-campo ou de cremes e géis produzidos em farmácias com manipulação. O uso interno, apesar de
existirem relatos, não deve ser encorajado por não existirem estudos suficientes acerca das possíveis
toxicidades causadas pelos extratos de S. chilensis.
Urtica dioica (urtiga)
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Urtiga.
No caso da urtiga, a planta inteira pode ser utilizada medicinalmente, na forma de decocto por via oral, e também
podem ser preparadas em cápsulas contendo o pó ou o extrato seco da planta.
As folhas da urtiga, em especial, são utilizadas como diurético leve e anti-inflamatório,
porém ainda sem o mecanismo de ação totalmente esclarecido. Já suas raízes, ricas
em lignanas, são úteis no tratamento da hiperplasia benigna de próstata.
Os principais constituintes fitoquímicos encontrados na urtiga são os flavonoides como a quercetina e o
kaempferol, alguns carotenoides, vitaminas C, B e K, triterpenoides, esteróis como o betasitosterol, ácidos cítrico,
acético e fórmico, polissacarídeos e sais minerais.
Fitoterápicos que atuam nas doenças in�amatórias e
reumáticas
Acompanhe agora as aplicações terapêuticas de plantas medicinais e fitoterápicos que atuam nas doenças
inflamatórias e reumáticas. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

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MÓDULO 3
Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta uma planta medicinal utilizada no tratamento da inflamação e das doenças
reumáticas:
A Hypericum perforatum (hipérico)
B Allium sativum (alho)
C Copaifera langsdorffii (copaíba)
D Aesculus hippocastanum (castanha da índia)
E Cecropia pachystachya (embaúba)
Parabéns! A alternativa C está correta.
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A Copaifera langsdorffii (copaíba) é utilizada para o tratamento de inflamações e dores reumáticas
devido às suas ações anti-inflamatória e analgésica conhecidas. As demais plantas são utilizadas
para outros fins terapêuticos.
Questão 2
Sobre as formas de uso da Solidago chilensis (arnica-do-campo), quais opções abaixo podem ser utilizadas na
prática clínica? 
I. Cápsulas contendo o pó das folhas. 
II. Gel para uso tópico. 
III. Emplastros com a infusão das folhas. 
IV. Chá das folhas para ingerir.
A I e II.
B I e III.
C I e IV.
D II e III.
E II e IV.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Não existem dados suficientes sobre a toxicidade da arnica-do-campo para que se possa utilizá-la
pela via oral. Portanto, apenas aplicações tópicas da planta devem ser utilizadas.

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4 - Plantas medicinais e �toterápicos usados no
tratamento de patologias dermatológicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer quais plantas medicinais e �toterápicos
podem ser utilizados para tratamento de doenças dermatológicas.
Patologias dermatológicas
A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme.
Epiderme (primeira camada)
É a camada mais externa e serve de barreira física para a entrada de coisas estranhas ao corpo.
Derme (segunda camada)
É a camada intermediária onde se localizam as glândulas sudoríparas, os vasos sanguíneos que nutrem a pele e
as terminações nervosas como as responsáveis pelo tato.
Hipoderme (terceira camada)
É a camada mais interna de todas, é composta por tecido adiposo e feixes nervosos, além de vasos sanguíneos
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calibrosos de onde se originam os que ficam localizados na derme.
A pele apresenta algumas funções importantíssimas para o corpo humano e, para executá-las, precisa estar
sempre o mais íntegra possível.
Exemplo
Ela é responsável por limitar a entrada de microrganismos no corpo, regular a temperatura corporal, agir como
barreira aos raios solares, entre outras funções.
Diversos tipos de lesão cutânea são conhecidos, e todos eles comprometem as funções básicas da pele, sendo
necessário saná-las o mais rápido possível. A seguir, falaremos brevemente sobre as lesões mais comuns na
prática dermatológica e elencaremos as plantas medicinais úteis no tratamento dessas lesões.
Herpes simples
A herpes é causada pelos vírus da família Herpesvirus hominis, e sua forma de contágio se dá através da
mucosa ou da pele não íntegra. Após penetrar, o vírus se multiplica nas células da pele e acaba atingindo as
terminações nervosas sensoriais. Eles são então transportados pelo axônio até o corpo da célula nervosa, onde
pode inclusive ficar aquiescente até que haja um momento propício para o retorno da infecção.
Lábio com herpes simples.
Os sintomas mais comuns são dor ou incômodo local seguido do surgimento de pequenas bolhas (vesículas),
que podem surgir em qualquer área da pele e podem ou não desencadear prurido (coceira). A herpes, no entanto,
é mais comumente localizada nos lábios e nas regiões urogenitais.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento da herpes simples:
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Eczemas
O surgimento de eczemas se dá por meio de um processo inflamatório inespecífico, que pode surgir na pele ao
longo da vida sem que os motivos sejam descobertos pelo paciente. Existem duas formas de eczema:
Exsudativa
Nessa forma, ocorre a produção de líquido purulento, que passa através das paredes de um vaso para os
tecidos adjacentes.
Descamativa
Nessa forma a pele descama, soltando pequenos pedaços ao ser tocada.
Líquido purulento
Composto de células, proteínas e outros materiais.
Em geral, a área afetada fica avermelhada, indicando a presença da inflamação. Podem surgir bolhas, erosões,
exsudato, sensação de calor no local, descamação da pele e prurido.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de eczemas:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Chamomilla recutita (camomila);
Copaifera langsdorffii (copaíba).
Psoríase
Echinacea sp. (equinácea). Lippia alba (erva-cidreira). Melaleuca alternifolia
(Melaleuca).
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Psoríase
Cotovelo com psoríase.
A psoríase é uma doença inflamatória crônica. Acredita-se quesua origem está em questões emocionais aliadas
a propensões genéticas. Normalmente se apresenta como placas eritematoescamosas espalhadas pelo corpo,
podendo ou não causar prurido no local. Pode surgir em qualquer local do corpo, sendo os mais comuns as
articulações como joelhos e cotovelos, as palmas das mãos, a sola dos pés e o couro cabeludo.
Saiba mais
Estudos demonstram que existe uma correlação entre a psoríase e o desenvolvimento de artrite, com dados
demonstrando que cerca de 10% dos pacientes desenvolvem artrite após algum tempo convivendo com a
psoríase.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento da psoríase:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Copaifera langsdorffii (copaíba);
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã).
Acne
O surgimento de acnes é uma reação inflamatória, mais comumente desenvolvida na época da puberdade, mas
que, em algumas pessoas, pode surgir ou permanecer até a fase adulta. Apresenta-se como lesões do tipo
cistos, pápulas e pústulas, normalmente localizadas na face e na região superior do tronco.
O sinal característico da acne é a presença dos comedões, que são cistos formados
nos folículos pilosos. Estes acabam retendo o sebo, determinando o início do processo
inflamatório.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de acnes vulgares:
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Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Echinacea spp. (equinácea);
Melaleuca alternifolia (melaleuca).
Queimaduras
As queimaduras são classificadas em três níveis de gravidade, de acordo com a profundidade:
Primeiro grau
Aquelas que não passam da epiderme e provocam apenas vermelhidão local.
Segundo grau
Aquelas que atingem a derme e resultam em bolhas.
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Terceiro grau
Aquelas que atingem tecidos mais profundos.
O uso de fitoterápicos de ação tópica é indicado apenas para as de primeiro e segundo graus, quando não estão
muito graves.
Atenção!
Lesões mais sérias necessitam de tratamento hospitalar, devido à possibilidade de complicações e
contaminação por microrganismos patogênicos como Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de queimaduras leves:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Chamomilla recutita (camomila);
Echinacea spp. (equinácea);
Hypericum perforatum (hipérico);
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã).
Cicatrização de feridas
Feridas são rupturas das estruturas anatômicas e funcionais da pele, acarretando na perda da continuidade do
tecido, ocorrendo em maior ou menor gravidade. Podem ser classificadas em agudas ou crônicas, dependendo
do tempo necessário para o processo de cicatrização. Veja a seguir.
Agudas
Exigem um tempo menor de retorno à normalidade (até 6 semanas), como cortes, incisões cirúrgicas e
perfurações.
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Crônicas
São lesões de longa duração, de cicatrização difícil e sujeita a complicações, como as úlceras por pressão e
lesões causadas por complicações decorrentes da diabetes, como o pé diabético.
Também podemos classificar as feridas de acordo com a extensão e profundidade, sendo chamadas de:
Super�ciais
São aquelas que estão limitadas à epiderme, derme e hipoderme.
Profundas
Quando atingem fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ligamentos, ossos,
vasos calibrosos e órgãos internos.
A cicatrização de uma ferida é iniciada logo após sua ocorrência, por meio de diversos mecanismos. Pode-se
separar este processo em três fases:
Fase in�amatória
É a responsável pela formação do coágulo e pelo recrutamento de células de defesa do organismo, como os
neutrófilos (que produzirão radicais livres com ação bactericida no local) e os macrófagos (que promovem a
secreção de citocinas e de fatores de crescimento e favorecem a angiogênese, a fibroplasia e a síntese de
matriz extracelular).
Fase proliferativa
Ocorre a formação do novo epitélio no local, quando as células das camadas mais internas da pele migram em
direção à epiderme, ou as células das bordas da ferida migram até se juntarem, ocluindo o local.
Fase de remodelamento
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Ocorre a deposição de colágeno, que preferencialmente deve acontecer de maneira organizada, formando uma
rede densa e dinâmica resultante da sua constante deposição e reabsorção.
A principal complicação no processo de cicatrização ocorre na fase inflamatória, devido à formação contínua de
espécies reativas do oxigênio. Por isso, é importante a utilização de fitoterápicos com ação antioxidante na
cicatrização de feridas. Um exemplo de antioxidante natural é a quercetina, presente em diversas espécies
vegetais.
Resumindo
Os principais efeitos das plantas medicinais no processo de cicatrização de feridas são as ações antioxidante,
anti-inflamatória e antimicrobiana (que visam evitar a ocorrência de uma infecção oportunista, aquela que utiliza
a ferida aberta como porta de entrada para o organismo).
Principais plantas utilizadas na cicatrização de feridas:
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia);
Anacardium occidentale (cajueiro);
Calendula officinalis (calêndula);
Casaelpinia ferrea (pau-ferro);
Casearia sylvestris (guaçatonga);
Melaleuca alternifolia (melaleuca).
Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais vistas neste módulo, serão apresentadas
a seguir algumas de suas características, os principais componentes fitoquímicos, para o que servem e suas
contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
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Árvore originalmente brasileira, de cerca de 5 a 10 metros de altura, com flores pequenas e perfumadas
com cores que vão do vermelho à púrpura. Seus frutos são as castanhas-de-caju, muito utilizadas na
culinária, que se apresentam presas à árvore por meio do pedúnculo carnoso, popularmente conhecido
como caju.
As partes utilizadas na fitoterapia são suas folhas, as cascas do caule e as castanhas, na forma de
infusão ou decocção para uso interno e de emplastros tópicos utilizando o infuso. Além disso, o suco do
pedúnculo apresenta atividade em diabetes e serve como alimento nutritivo.
Seus principais constituintes fitoquímicos são ácidos orgânicos, açúcares redutores, taninos, fenóis e
compostos fenólicos. Estes últimos possuem alta capacidade antioxidante, sendo muito úteis no
processo de cicatrização, tanto de feridas externas quanto de úlceras estomacais.
O cajueiro exerce diversas atividades fitoterápicas, tanto interna quanto externamente. Internamente
pode ser utilizado como antidiarreico, antiasmático, anti-inflamatório e digestivo. Externamente, como
antisséptico, anti-inflamatório e cicatrizante.
Cajueiro.
As partes utilizadas como fitoterápico são os capítulos florais da calêndula, geralmente na forma de
cremes, compressas com tinturas e óvulos vaginais, todos em concentrações de 10%. Pode também ser
utilizada como infusão.
As flores são ricas em flavonoides (quercitina, isoquercitrina, narcissina e rutina), e também possui
terpenoides (amirinas, lupeol e longispinogemina), fitosteróis, polissacarídeos, taninos e carotenoides.
É muito utilizada no tratamento de contusões, queimaduras, lesões cutâneas e mucosas, dermatites e
furúnculos. Possui atividade anti-inflamatória e cicatrizante.Por via oral, possui atividade espasmolítica.
Anacardium occidentale (cajueiro) 
Calendula officinallis (calêndula) 
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Flores de calêndula.
O pau-ferro é uma árvore nativa da Mata Atlântica e, devido à sua madeira resistente, é muito utilizada na
construção civil e na carpintaria. Fitoterapicamente, são utilizadas as cascas tanto de seu caule como de
seus frutos, pois são ricas em polissacarídeos, saponinas, taninos, flavonoides, cumarinas e derivados
antracênicos.
Um estudo científico demonstrou a utilidade do extrato das cascas em feridas, com ação sendo realizada
principalmente pelos polissacarídeos e pelos flavonoides do pau-ferro. O uso é indicado na forma de
pomadas ou cremes preparados farmacotecnicamente a partir do extrato glicólico das cascas.
Pau-ferro.
São árvores de cerca de 5 metros de altura, nativa de quase todo o território brasileiro. Seu uso data de
antes da chegada dos europeus ao continente, e existem relatos de tribos indígenas que utilizavam um
esmagado de raízes de guaçatonga para tratamento de feridas e tratamento contra veneno de picada de
cobras.
As partes utilizadas na fitoterapia são suas folhas, cascas do tronco e raízes, na forma de banho,
utilizando a infusão das folhas ou emplastro com extrato das cascas, raízes e/ou folhas. Seus principais
constituintes fitoquímicos são terpenos (tri e sesquiterpenos), cumarinas, taninos e flavonoides. Estes
últimos possuem grande ação antioxidante pela inibição da produção de espécies reativas de oxigênio,
Casaelpinia ferrea (pau-ferro) 
Casearia sylvestris (guaçatonga) 
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útil no tratamento de feridas. Possuem também capacidade de inibir a síntese de óxido nítrico, gerando
efeito anti-inflamatório.
A guaçatonga também possui atividade antimicrobiana contra fungos (Aspergillus niger, Candida albicans,
Candida tropicalis) e bactérias (Bacillus subtilis, Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Enterococcus
faecalis, Salmonella enteritidis).
Guaçatonga.
Na fitoterapia, utilizamos todas as suas partes aéreas, na forma de infusão ou cápsulas contendo seu
extrato seco. Como principal fitoquímico da equinácea, temos o ácido cafeico, assim como seus
derivados cicórico, caftárico e clorogênico. Podemos citar também a alquilamida equinaceína,
polissacarídeos como a arabinogalactana, flavonoides como quercetina e kaempferol, terpenoides,
ácidos graxos, vitaminas e óleo essencial composto por borneol, acetato de bornila, pentadeceno e
cariofileno.
A equinácea age por meio de imunoestimulação, realizada pelos derivados do ácido cafeico, em conjunto
com os polissacarídeos e as alquilamidas. Contudo pesquisas ainda são realizadas para tentar definir o
mecanismo de ação exato de cada constituinte da planta. O que sabemos até o momento é que, ao
utilizar a equinácea, ocorre um recrutamento de interleucina-2 com aumento da circulação de linfócitos.
Baseado no uso empírico em casos de herpes simples, cientistas também desenvolveram um estudo
para verificar atividade antiviral da equinácea e chegaram à conclusão que o extrato da planta possui
ação contra o herpes-vírus, promovendo a melhora das lesões causadas por essa infecção em tempo
similar ao medicamento sintético Aciclovir, comumente utilizado para tratamento de lesões de herpes
simples.
Echinacea purpurea (equinácea) 
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Flores de equinácea ou cometa roxo.
A atividade antisséptica do óleo essencial da melaleuca depende do sinergismo entre seus mais de cem
fitofármacos conhecidos, sendo o principal deles o terpinen-4-ol. Dentre os demais, podemos destacar o
alfapineno, o terpineno, o limoneno, o paracimeno e o alfaterpinoleno.
O óleo de melaleuca já possui atividade comprovada contra diversos microrganismos, sendo muito útil no
tratamento de infecções da pele e podendo ser utilizada na forma de óleo puro, diluído ou em cremes e
géis preparados farmacotecnicamente.
Sua forma de utilização é tópica, não devendo ser ingerida. Como efeitos adversos, podem ocorrer
dermatites de contato, especialmente por substâncias como o limoneno, e caso seja ingerido por via oral,
pode causar confusão mental.
Melaleuca.
São ervas do gênero Mentha, utilizadas tanto na culinária quanto na fitoterapia. Em geral, possuem os
mesmos componentes, variando suas concentrações, sem alterar os efeitos farmacológicos.
O óleo essencial é o principal componente e possui mentol, mentona, isomentona, eucaliptol, limoneno e
outras substâncias minoritárias. São encontrados ainda alguns polifenóis e flavonoides como a
eriocitrina. O sinergismo entre as moléculas do óleo essencial e os polifenois é o responsável pelas
Melaleuca alternifolia (melaleuca) 
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã) 
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atividades farmacológicas do gênero, especialmente na redução de coceiras e na ação anti-inflamatória e
analgésica. Como efeito adicional, podemos acrescentar o auxílio na redução da sensação de calor em
casos de queimadura, quando aplicada infusão de menta (depois de esfriar) topicamente (para
queimaduras de primeiro grau).
Não se deve utilizar o óleo essencial em altas concentrações devido ao risco de ocorrer uma
superestimulação do sistema nervoso central. A dose de 1g/kg do óleo essencial pode ser fatal, de
acordo com estudo científico realizado acerca da dose letal 50. A forma mais recomenda de consumo é a
infusão, para evitar efeitos adversos.
Menta ou hortelã.
Fitoterápicos que atuam no sistema tegumentar
Veja agora a fitoterapia aplicada às patologias que afetam a pele. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 4
Vem que eu te explico!
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q p
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação à calêndula (Calendula officinallis), quais são as partes da planta que são utilizadas na terapêutica?
A Raízes
B Caule
C Folhas
D Capítulos florais
E Sementes
Parabéns! A alternativa D está correta.
A parte da planta utilizada na fitoterapia são seus capítulos florais, ricos em flavonoides e
terpenoides. Geralmente são utilizados em forma de cremes de uso tópico, mas também podem
ser realizadas infusões.
Questão 2
Dos fitoterápicos listados abaixo, quais são utilizados no tratamento da acne vulgar? 
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Considerações �nais
Como vimos, existem diversas plantas medicinais que são utilizadas no tratamento de patologias dos sistemas
nervoso e cardiovascular e também no tratamento de doenças da pele, reumáticas e inflamatórias.
Muitas pesquisas científicas ainda ocorrem no campo das plantas medicinais para tentarmos compreender
melhor os efeitos farmacológicos dos fitoterápicos, assim como identificar qual fitofármaco é o responsável pela
ação observada, ou se ela depende de uma sinergia entre diversos compostos fitoquímicos presentes no vegetal.
I. Calendula officinallis (calêndula). 
II. Lippia alba (erva-cidreira). 
III. Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã).
IV. Melaleuca alternifolia (melaleuca).
A I e II.
B I e III.
C I e IV.
D II e III.
E II e IV.
Parabéns! A alternativaC está correta.
As plantas utilizadas no tratamento da acne são a calêndula e a melaleuca, de forma tópica. A
Lippia alba (erva-cidreira) é utilizada no tratamento da herpes e as do gênero Mentha em casos de
psoríase e queimaduras.
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Podcast
Para encerrar, ouça um resumo sobre os principais fitoterápicos utilizados para doenças que acometem os
sistemas nervoso, circulatório e tegumentar. Confira!
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Referências
BINNS, S. E. et al. Antiviral activity of characterized extracts from Echinacea spp. (Helintheae: Asteraceae) against
Herpes simples virus (HSV-I). Planta Medica. 2002; 68:780-783.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na
Atenção Básica/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2012.
BUENO, M. J. A.; MARTÍNEZ, B. B.; BUENO, J. C. Manual de plantas medicinais e fitoterápicos utilizados na
cicatrização de feridas. Pouso Alegre: Univás, 2016.
MAUAD, T. et al. Guia informativo sobre plantas medicinais da horta comunitária da faculdade de medicina da
Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2016.
SAAD, G. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2018.
VIEIRA, A. C. M. et al. Esta planta é para ver ou pra comer? Jogo educativo – “Pavê ou Pacumê?”. Rio de Janeiro:
Cerceau, 2021.
VIEIRA, A. C. M. et al. Manual sobre uso racional de plantas medicinais. Rio de Janeiro: Cerceau, 2016.
VIEIRA, A. C. M. et al. Manual sobre uso racional de plantas medicinais: volume 2. Rio de Janeiro: Cerceau, 2020.
16/02/2022 12:00 Fitoterapia: sistemas nervoso, circulatório e tegumentar
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Busque pelo artigo Plantas medicinais no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada: uma revisão dos
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medicinais que podem auxiliar no tratamento da ansiedade.
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mellitus ou dislipidemias, as autoras Bruna Quevedo e Siomara Hahn debatem sobre as plantas medicinais
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