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Biossegurança - Apostila para estudo

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BIOSSEGURANÇA 
 
Jorge Eduardo de Menezes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DA BIOSSEGURANÇA EM DIVERSOS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE ....................... 3 
2 PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA, CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS BIOLÓGICOS E NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA ............ 9 
3 NORMATIVAS EM BIOSSEGURANÇA ......................................................................................................................... 13 
4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO .................................................................................................................................... 19 
5 BIOSSEGURANÇA EM RESÍDUOS DE SAÚDE .............................................................................................................. 24 
6 DOCUMENTAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA ................................................................................................................... 31 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................ 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
1. HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DA BIOSSEGURANÇA EM 
DIVERSOS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
Há muito tempo é uma preocupação da sociedade as consequências do trabalho na vida 
e na saúde do ser humano. Nas atividades que envolvem as áreas da saúde e outras, que 
atuam com o envolvimento de organismos que podem promover doenças, sabe-se que 
historicamente os trabalhadores da área da saúde não vinham sendo considerados uma 
categoria de alto risco para acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, mas, 
recentemente, essa prática tem adquirido cada vez mais importância dentre os 
profissionais de saúde, de modo que entender essa evolução é o objetivo deste bloco. 
 
1.1 História da biossegurança 
Em 1790, Edward Jenner cria a vacina contra a varíola bovina a partir da observação das 
ordenhadoras, que se tornavam imunes à varíola humana. Faz experiências para 
comprovar sua eficácia. 
 
Em 1863, Florence Nightingale diminui a infecção hospitalar com medidas de higiene e 
limpeza. 
 
Em 1864, Louis Pasteur derruba a teoria da geração espontânea e desenvolve a 
pasteurização. 
 
Em 1867, Joseph Lister trata os ferimentos cirúrgicos com fenol, reduzindo a infecção 
hospitalar. 
 
 
 
 
4 
 
Em 1876, Robert Koch descreve os postulados de Koch. Uma doença específica é 
causada por um microrganismo específico. 
 
Em 1941, Meyer e Eddie publicam uma pesquisa em que 74 casos de brucelose 
associados a laboratório ocorridos nos Estados Unidos concluíram que a manipulação 
de culturas ou espécies e a inalação da poeira contendo a bactéria Brucella são 
eminentemente perigosas para os trabalhadores de um laboratório. Inúmeros casos 
foram atribuídos à falta de cuidados ou a uma técnica de manuseio ruim de materiais 
infecciosos. 
 
Em 1949, Sulkin e Pike publicam a primeira de uma série de pesquisas sobre infecções 
associadas a laboratórios. Eles constataram 222 infecções virais, sendo 21 delas fatais. 
Em pelo menos um terço dos casos, a provável fonte de infecção estava associada ao 
manuseio de animais e tecidos infectados. Acidentes conhecidos foram registrados em 
27 (12%) casos relatados. 
 
Em 1951, Sulkin e Pike publicam a segunda de uma série de pesquisas baseadas em um 
questionário enviado a 5.000 laboratórios. Somente um terço dos 1.342 casos citados 
foram relatados na literatura. 
 
Em 1956, durante o flagelo da peste ocorrido na Europa, alguns médicos usam um 
“equipamento” para sua proteção composto de chapéu, luvas de couro e máscara com 
bico longo e afunilado, no qual eram colocadas ervas aromáticas de efeito antisséptico. 
 
Em 1970, há a primeira discussão sobre os impactos da engenharia genética na 
sociedade. A introdução da tecnologia dos transgênicos dá início a um novo paradigma 
científico por meio do qual genes podem ser transferidos de uma espécie para a outra, 
originando novos campos do conhecimento, as chamadas ciências da vida. 
 
 
 
 
5 
 
Em fevereiro de 1975 foi realizada uma reunião de 140 cientistas norte-americanos e 
estrangeiros no Centro de Convenções de Asilomar, localizado em Pacific Grove, 
Califórnia. 
 
Em 1988, no Brasil, a primeira legislação que poderia ser classificada como de 
biossegurança foi a resolução nº1 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 
 
Em 1995, o Ministério da Saúde inclui como meta prioritária a capacitação em 
biossegurança das instituições de saúde no projeto de capacitação científica e 
tecnológica para doenças emergentes e reemergentes. É estabelecida a Lei da 
Biossegurança. A partir de então se cria a Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio). 
 
Em 2005, é aprovado o Projeto da Lei de Biossegurança, agora Lei 11.105/2005. Alguns 
dos pontos mais polêmicos são a liberação da pesquisa e cultivo e armazenamento dos 
organismos geneticamente modificados e a liberação do uso de embriões humanos para 
pesquisas de células-tronco, utilizando apenas o material que estiver congelado há três 
anos. 
 
1.2 Biossegurança e os diversos níveis da atenção à saúde 
A fim de compreender a relação da biossegurança com as diferentes áreas da saúde, é 
necessário termos em mente a hierarquização do Sistema de Atenção em Saúde e que 
ele é estabelecido em níveis crescentes de complexidade e o objetivo da biossegurança. 
 
Objetivos da Biossegurança na área da saúde 
A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, 
mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer 
a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente (BRASIL, 2010). 
 
Já a atenção primária pode ser interpretada como a base do sistema de saúde, e a partir 
dela são organizados todos os demais níveis de assistência à saúde, devendo organizar 
e racionalizar toda a rede de serviços, tecnologias apropriadas e com custo efetivo. 
 
 
 
6 
 
 
Destacam-se como os principais espaços nos quais são oferecidos os serviços desse nível 
de atenção as unidades básicas de saúde, unidades de saúde tradicional, clínicas da 
família ou postos de saúde. 
Os riscos que envolvem esse nível são biológicos, tais como doenças infectocontagiosas 
de transmissão aéria; e de acidentes mecânicos, envolvendo agulhas contaminadas, 
acidentes com perfurocortante ou inoculação acidental de produtos imunobiológicos. 
 
Pode-se utilizar como estratégias para manejo: o transporte por empresas 
adequadamente capacitadas para desenvolver esta prática, atendimento com hora 
marcada, ambiente bem ventilado, manutenção das janelas e portas sempre abertas 
durante o atendimento. 
 
A atenção secundária é formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e 
hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a 
terciária, historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. 
Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e 
terapêutico e atendimento de urgência e emergência (Erdmann, 2013). 
 
E os riscos na atenção secundária envolvem os biológicos, como doenças 
infectocontagiosas com transmissões por fluídos; e acidentes mecânicos, como 
acidentes com perfurocortante, inoculação acidental de produtos químicos e 
radiológicos. Isso pode ser minimizado com as seguintes estratégias para manejo: 
cuidados no acondicionamento e manuseio de solução; sala blindada para guarda de 
materiais radiológicos, sinalização adequada de cada risco envolvido; utilização de 
barreiras de contenção, higienização e desinfecção de equipamentos, instrumentos e 
vestimentas. 
 
A atenção terciária é formada pelos serviços em nível hospitalar, com densidade 
tecnológica complexa. Esse nível compreende serviços médicos especializados,de apoio 
diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência (Erdmann, 2013). 
 
 
 
7 
 
 
Além dos riscos e estratégias de manejo já citadas, podemos destacar os cuidados na 
seleção dos materiais e sua utilização tais como orienta a classificação dos artigos 
hospitalares, divididos em artigos críticos, artigos semicríticos e artigos não críticos. 
 
Já em hospitais veterinários, há a preocupação com o descarte de animais mortos com 
ou sem risco de contaminação, devendo-se ter um controle de descarte de resíduos bem 
rigoroso, assim como os materiais gerados em laboratórios de parasitologia, 
microbiologia clínica e de análise clínica que envolvem material contaminado com HIV. 
 
Além dos locais de atenção à saúde, outros ambientes estão compreendidos nos 
critérios de proteção da biossegurança, são eles: laboratórios ou indústrias de 
manipulação de organismos geneticamente modificados (OGM), de alimentos 
geneticamente modificados e na utilização dos animais transgênicos. 
 
1.3 A Biossegurança e sua Regulamentação no Brasil e no Mundo 
Foi em uma reunião científica, no Estado da Califórnia, EUA, em meados de 1970, que o 
termo Biossegurança é construído e dá início a discussão sobre o impacto da engenharia 
genética na sociedade. Já no Brasil se iniciou a partir do processo de institucionalização, 
na década de 1980, a preocupação do ponto de vista ocupacional da implantação de 
legislações que visavam a segurança do trabalhador já com algum viés para a área da 
saúde. Esse movimento ficou mais intenso quando o país participou do programa de 
treinamento internacional em biossegurança proposto pela Organização Mundial de 
Saúde - OMS. 
 
No ano de 1985, foi promovido pela Fiocruz o primeiro curso de biossegurança com 
enfoque na área de saúde. Então se iniciaram implantações de medidas que visassem a 
segurança nos laboratórios. 
 
Já em 1995 foi publicada a primeira lei de biossegurança, a Lei 8.974, de 5 de janeiro, 
que posteriormente foi revogada pela Lei 11.105, de 24 de março de 2005, estendendo 
 
 
 
8 
 
sua aplicabilidade a uma série de atividades não contempladas na lei revogada, tais 
como pesquisas de organismos geneticamente modificados e seus derivados. 
 
A Portaria 485, de novembro de 2005, aprova a Norma Regulamentadora 32 (NR-32) a 
respeito da segurança e saúde no trabalho e em estabelecimentos de saúde, tornando-
se referência ao trabalhador a respeito de medidas preventivas que zelam pela saúde, 
uma vez que considera determinados riscos no cenário de prestação de serviço em 
saúde. Para cada risco definido, a portaria expõe atos que zelam pela harmonia 
trabalhística. 
 
SAIBA MAIS 
No vídeo a seguir você poderá assistir à apresentação do Dr. Drauzio Varella discursando 
sobre a Lei de Biossegurança. Foi transmitido pela TV Senado, num encontro no Senado 
Federal durante a Comissão de Educação e Vida. 
 
Vídeo: Lei da Biossegurança com Drauzio Varella. 
Disponível em: https://youtu.be/rSilzXikQck. Acesso em: 11 jul. 2018. 
 
Conclusão 
Podemos então compreender os fatos históricos que permitiram a evolução dos 
conceitos de biossegurança, verificando como ela é abordada nos diferentes níveis de 
atenção à saúde e áreas afins, observando os principais fatos legais que permitiram sua 
implantação no Brasil e no mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
2. PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA, CLASSIFICAÇÃO DOS 
RISCOS BIOLÓGICOS E NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 
 
O ambiente laboratorial é o espaço físico destinado à realização de experimentos, 
pesquisas, prestação de serviços de saúde e ensino. Conta com uma estrutura adequada 
para a atividade que será desenvolvida: bancadas, instrumentos de medida, amostras, 
livros, pessoas etc. Trata-se de um ambiente hostil, visto que são manipulados 
microrganismos que podem comprometer o resultado e a confiabilidade de uma 
pesquisa. Portanto, abordaremos conceitos e princípios envolvidos na área, classificação 
de perigo e risco, abrangendo divergências e aplicações, riscos ocupacionais, 
terminologia básica, métodos de controle microbiano e níveis de Biossegurança 
aplicados em laboratórios e ambientes de saúde. 
 
2.1 Princípios de Biossegurança 
A biossegurança pode ser definida como uma atuação estratégica na qual se analisam e 
se gerenciam riscos que possam comprometer significativamente a vida humana, 
vegetal e animal. No Brasil ela trata do disposto na Política Nacional de Biossegurança, 
criando Normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o 
cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a 
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação 
no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados - OGM e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de 
biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e 
a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. 
Também trata das questões que são comuns em instituições de saúde acerca de riscos 
químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, cuidando então dos riscos 
ocupacionais. 
 
2.2 Classificação de Riscos 
Não há consenso a respeito das definições de risco e perigo atualmente: há estudiosos 
defendendo que esses termos são sinônimos, e outros (a maioria) preconizando que são 
termos completamente diferentes, tanto na nomenclatura quanto no conceito técnico 
 
 
 
10 
 
propriamente dito. Por isso, veremos a seguir as definições aceitas pela doutrina 
dominante da área de Segurança do Trabalho. 
Os riscos podem ser classificados da seguinte forma: 
- Riscos Físicos: ruído, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas 
extremas, umidade, chama e iluminação. 
- Riscos Químicos: poeiras, fumos, neblinas, névoas, gases e vapores, explosivos, 
inflamáveis, corrosivos, irritantes, tóxicos, cancerígenos. 
- Riscos Biológicos: vírus, bactérias, protozoários, parasitas, insetos, organismos 
geneticamente modificados (OGM). 
- Riscos Ergonômicos: esforço físico ou carga de peso excessivos, produtividade ou ritmo 
de trabalho excessivos, postura inadequada, jornada de trabalho prolongada, 
monotonia, repetitividade. 
- Riscos de Acidentes: arranjo físico e iluminação inadequados, equipamentos 
inadequados, defeituosos ou sem proteção, sobrecarga na eletricidade, risco de 
incêndio ou explosão, armazenamento inadequado de materiais. 
 
2.3 Níveis de Biossegurança 
A Biossegurança em laboratórios tem por objetivos: 
- criar programas de treinamento e conscientização, com a finalidade de prevenir e 
monitorar possíveis acidentes de trabalho em ambientes laboratoriais; 
- identificar e classificar áreas com potencial de risco à saúde; 
- implementar normas preconizadas em Biossegurança, com a finalidade de prevenir 
riscos para funcionários, alunos, pacientes e o meio ambiente; 
- normatizar e padronizar procedimentos que regulamentam normas de segurança e 
Biossegurança Hospitalar. 
Em ambientes laboratoriais, o nível de Biossegurança de determinado procedimento 
será norteado conforme o agente biológico de maior classe de risco envolvido. Caso não 
seja possível conhecer a patogenicidade desse agente, deve-se realizar uma avaliação 
do risco para estimar o nível de contenção. 
NB-1: nível 1 de Biossegurança: O primeiro nível de Biossegurança é aplicado às 
atividades que envolvam agentes biológicos com menor grau de risco (Classe de Risco I) 
para profissionais do laboratório e para o meio ambiente. Nesse nível encontram-se os 
 
 
 
11 
 
agentes biológicos pertencentes à Classe de Risco I, ou seja, os agentes que apresentam 
nenhum ou baixo risco individual e comunitário, assim como os microrganismos que 
tenham pouca probabilidadede causar enfermidades humanas e em animais. Por 
exemplo, o Lactobacillus casei e o Bacillus subtilis (também conhecido como bacilo da 
grama ou bacilo do feno). 
NB-2: nível 2 de Biossegurança: é aplicado às atividades que envolvam agentes de risco 
moderado para os profissionais e para o meio ambiente, em geral, agentes causadores 
de doenças infecciosas (Classe de Risco II). 
Os agentes dessa classe apresentam risco individual moderado e risco comunitário 
limitado. A exposição ao agente patogênico pode provocar doença humana ou animal, 
porém se dispõe de medidas eficazes de tratamento e prevenção, sendo o risco de 
propagação limitado. Por exemplo, Clostridium tetani, Staphylococcus aureus, Candida 
albicans, Schistosoma mansoni, Plasmodium falciparum etc. 
Características de contenção: controle de acesso, procedimentos especiais de 
manipulação com OGM ou material contaminante, equipamentos de proteção 
individual, autoclave. 
NB-3: nível 3 de Biossegurança: é aplicado às atividades que envolvem microrganismos 
com elevado risco infeccioso (Classe de Risco III), podendo causar doenças sistêmicas 
graves e potencialmente letais. Entretanto, para os agentes classificados nesse nível de 
Biossegurança, ainda existe profilaxia e/ou tratamento. Por exemplo, Mycobacterium 
tuberculosis, Coxiella burnetii, Bacillus anthracis, Brucella spp.,Trypanosoma cruzi, vírus 
da hepatite, HIV, entre outros. As características de contenção para esse nível exigem 
as mesmas empregadas ao nível 2 acrescidas de cabines de segurança biológica (Classes 
I, II ou III), comunicação a CIBio e CTNBio na instalação do laboratório e janelas fechadas 
ou lacradas. 
NB-4: nível 4 de Biossegurança: representa o nível máximo de segurança em 
laboratórios. É aplicado às atividades que envolvem o manuseio de agentes infecciosos 
que possuem alto risco de infecção individual e de transmissão pelo ar e sempre que o 
trabalho envolver OGM resultante de organismo receptor ou parenteral classificado 
como classe de risco NB-4. 
Os agentes patogênicos pertencentes à Classe de Risco IV apresentam elevado risco 
individual e comunitário. Em outras palavras, representam grande ameaça para pessoas 
e animais, com fácil propagação de um indivíduo para o outro, direta e indiretamente, 
não existindo profilaxia nem tratamento. Por exemplo: vírus de febres hemorrágicas, 
vírus Ebola, certos arbovírus etc. E as medidas de contenção envolvem: câmara de 
fumigação ou sistema de barreira de ar, acondicionado em recipiente de contenção 
inquebrável e selado, todo o pessoal deverá tomar banho ao deixar essas áreas, entrada 
 
 
 
12 
 
e saída de pessoal por antecâmara pressurizada, instalação de filtros e esgotos devem 
estar confinados à área de contenção. 
 
SAIBA MAIS 
Para melhor entendimento dos princípios de Biossegurança, recomendamos a leitura do 
capítulo 1 – “Biossegurança: Aspectos Introdutórios”, do livro Biossegurança no 
contexto da saúde. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520735/cfi/21!/4/4@0.00
:0.00 
 
Conclusão 
Neste capítulo aprendemos os conceitos e princípios empregados em biossegurança e 
suas classificações de perigo e risco, bem como suas divergências e aplicações. 
Estudamos os principais métodos de contenção e terminologia básica utilizada na área. 
Aprendemos ainda os quatro níveis de Biossegurança aplicados em laboratórios nos dias 
de hoje e suas principais formas de contenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3. NORMATIVAS EM BIOSSEGURANÇA 
 
Nas últimas décadas, a discussão acerca da segurança e proteção do trabalhador em seu 
ambiente de trabalho tem se intensificado, em especial para aqueles profissionais 
expostos a agentes químicos, físicos e biológicos. É importante que o trabalhador adote 
estilo saudável de trabalho. Para isso, deve-se adotar medidas de biossegurança sempre 
que for realizar o cuidado direto e indireto ao paciente. Porém, objetivando a segurança 
durante a realização de suas atividades laborais, com o mínimo de exposição possível, 
algumas normatizações foram estabelecidas, e dentre elas algumas relacionadas a 
equipamentos de proteção individual e coletivo, que estabelecem diretrizes para 
implementar medidas de proteção para segurança e saúde do profissional e paciente 
assistido. 
 
3.1 Lei Nacional da Biossegurança 
O Brasil conta com uma legislação de biossegurança desde 1995, com a entrada em vigor 
da Lei 8.974/95, que estabeleceu normas de biossegurança para regular a manipulação 
e o uso de organismos geneticamente modificados (OGM) no país. Dez anos depois, essa 
lei foi substituída por uma nova, a Lei de Biossegurança 11.105/05, que atualizou os 
termos da regulação de OGM no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, 
experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e 
comercialização. Antes de ser sancionado, esse projeto de lei tramitou no Congresso 
Nacional por dois anos, sob o nº 2.401/03, e foi amplamente discutido por toda a 
sociedade civil, incluindo cientistas, membros de organizações não governamentais 
(ONG), do Governo Federal e do Ministério Público, entre outros. Ao longo desse 
processo, ocorreram várias audiências públicas, quando foram ouvidas as observações 
de todas as representações. Após o período de debates, em 2005, o projeto foi 
convertido definitivamente na Lei de Biossegurança, que atualmente regula o uso da 
biotecnologia no país. 
Por conta de todas essas etapas e cuidados, o processo regulatório brasileiro é 
reconhecido internacionalmente como um dos mais rígidos e completos do mundo. Ele 
tem o dever de assegurar a efetividade da qualidade do meio ambiente, valendo-se do 
poder de fiscalizar todas as atividades que envolvam a natureza e a biogenética e de 
aplicar sanções penais e administrativas àqueles que derem causa a prejuízos, conforme 
os incisos do parágrafo primeiro do artigo em questão e as disposições da legislação de 
biossegurança. 
 
 
 
14 
 
Com o passar do tempo, decretos e medidas provisórias foram editados para seu ajuste, 
uma vez que havia conflitos de legislação relacionada ao meio ambiente e às 
competências entre órgãos. Com o propósito de equacionar tais dificuldades, foi 
formulado o Projeto de Lei n. 2.401 de 2003 que, em 24 de março de 2005, foi 
transformado em lei, passando a vigorar a nova Lei de Biossegurança, n. 11.105/2005. 
 
Regulamentada pelo Decreto n. 5.591, de 22.11.2005, a Lei n. 11.105/2005 estabelece 
normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam OGM e 
seus derivados, cria o CNBS e reestrutura a CTNBio, dispondo sobre a Política Nacional 
de Biossegurança (PNB). 
 
3.2 Normativas trabalhistas 
As normas regulamentadoras são dispositivos legais elaborados pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego que determinam as condições adequadas de segurança e saúde 
ocupacional no Brasil. A Portaria n. 3.214 de 8.6.1978 do Ministério do Trabalho e 
Emprego aprova as Normas Regulamentadoras (NR) integrantes da Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. O cumprimento 
dessas Normas Regulamentadoras é obrigatório pelas instituições privadas e públicas e 
pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos 
poderes legislativo e judiciário que possuam empregados regidos pela CLT. 
As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante: 
NR 01 - Disposições Gerais 
NR 02 - Inspeção Prévia 
NR 03 - Embargo ou Interdição 
NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI 
NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais 
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 
NR 12 - Máquinas e EquipamentosNR 16 - Atividades e Operações Perigosas 
 
 
 
15 
 
NR 17 - Ergonomia 
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 
NR 25 - Resíduos Industriais 
NR 26 - Sinalização de Segurança 
NR 28 - Fiscalização e Penalidades 
NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração 
Florestal e Aquicultura 
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 
No trabalho de OGM as atividades são normalizadas por Instruções Normativas e novas 
Resoluções Normativas. No âmbito das instituições de ensino e pesquisa, compreendem 
as seguintes: 
a. Resoluções Normativas CNS ns. 196, 251 e 292; 
b. Resoluções Normativas CNBS ns. 1, 2, 3 e 4; 
c. Instruções Normativas CTNBio ns. 2, 4, 8, 9, 13, 17, 18 e 19; 
d. Resoluções Normativas CTNBio ns. 1, 2, 6, 7 e 8. 
 
3.3 A Biossegurança e sua Regulamentação no Brasil e no Mundo 
A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar, criada através da lei nº 11.105, de 
24 de março de 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e 
assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da 
Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de 
normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde 
humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a 
construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, 
consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados. 
Instruções Normativas Publicadas em Vigor pela CTNBio 
- Instrução Normativa CTNBio nº 19, de 19.04.2000 
- Instrução Normativa CTNBio nº 18, de 15.12.98 
- Instrução Normativa CTNBio nº 17, de 17.11.98 
- Instrução Normativa CTNBio nº 13, de 1º.06.98 
 
 
 
16 
 
- Instrução Normativa CTNBio nº 9, de 10.10.97 
- Instrução Normativa CTNBio nº 8, de 09.07.97 
- Instrução Normativa CTNBio nº 4, de 19.12.96 
- Instrução Normativa CTNBio nº 2, de 10.09.96 
As normas técnicas (NBR) são diretrizes elaboradas pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) e tratam, entre outros fatores, sobre os requisitos exigidos para 
manuseio, acondicionamento, tratamento, coleta, transporte e destino final de resíduos 
dos serviços de saúde. As normas mais aplicadas à Biossegurança são: 
NBR 7.500 – Símbolos de riscos e manuseio para o transporte e armazenamento de 
materiais 
NBR 9.190 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Classificação 
NBR 9.191 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Especificação 
NBR 9.195 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Método de ensaio 
NBR 10.004 – Resíduos sólidos – Classificação 
NBR 10.005 – Lixiviação de resíduos – Procedimento 
NBR 10.006 – Solubilização de resíduos – Procedimento NBR 10.007 – Amostragem de 
resíduos – Procedimento 
NBR 10.157 – Aterros de resíduos perigosos – critérios para projeto, construção e 
operação – Procedimento 
NBR 12.807 – Resíduos de serviços de saúde – Terminologia 
NBR 12.808 – Resíduos de serviços de saúde – Classificação 
NBR 12.809 – Manuseio de resíduos de saúde – Procedimentos 
NBR 12.810 – Coleta de resíduos de saúde – Procedimentos 
NBR 12.980 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos – 
Terminologia 
NBR 13.055 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Determinação de 
capacidade volumétrica 
NBR 13.056 – Filmes plásticos para sacos plásticos para acondicionamento de lixo 
 
 
 
17 
 
NBR 13.056 – Filmes plásticos para sacos plásticos para acondicionamento de lixo – 
Verificação de transparência. Método de ensaio 
NBR 13.221 – Transporte de resíduo 
NBR 13.853 – Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – 
Requisitos e métodos de ensaio 
O hotsite da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possui uma série de 
manuais e protocolos técnicos para rotinas em cada área de aplicação, assim como 
recomendação de produtos dermossanitizantes e de higienização, que poderão ser 
empregados nas diversas áreas de prestação a serviços de saúde, entre eles se destacam 
as Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC). Seguem alguns exemplos: 
RDC nº 63/2011 - Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para 
os Serviços de Saúde. 
RDC 51/2011 - Requisitos para Aprovação de Projetos Físicos de Estabelecimentos de 
Saúde. 
RDC nº 2/2010 - Dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em saúde em 
estabelecimentos de saúde. 
RDC nº 7/2010 - Requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia 
Intensiva e dá outras providências. 
RDC nº 36/2008 - Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção 
Obstétrica e Neonatal. 
RDC nº 44/2009 - Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do 
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de 
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. 
RDC nº 45/2003 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização 
das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
SAIBA MAIS 
Nos links abaixo você encontrará diversos manuais e publicações técnicas que auxiliarão a 
compreender e estabelecer os critérios e cuidados para instalação de rotinas seguras, segundo 
as normas técnicas e legais. 
Manuais: Higienização das mãos em serviços da saúde. 
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/index.htm. Acesso em: 11 
jul. 2018. 
Manuais: Manuais Gerais de Segurança ao Paciente. 
Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes. 
Acesso em: 11 jul. 2018. 
 
Conclusão 
Podemos então conhecer a Lei Nacional da Biossegurança e seu impacto na regulamentação da 
Biossegurança no Brasil, da mesma forma como foi possível conhecer e compreender a divisão 
entre as Normativas Técnicas aplicadas à atuação segura dos profissionais de serviços em saúde 
e as normativas trabalhistas que garantem a implantação de rotinas de controle e fiscalização 
sobre os critérios de biossegurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 
 
O ambiente de trabalho em serviço de saúde sempre foi relacionado a riscos que podem 
levar à incapacidade, doenças e até à morte, dependendo da maneira como a rotina 
laboral está organizada e de como ela é executada pelos profissionais de equipes 
multidisciplinares. 
 
Ao iniciar o trabalho, é fundamental que se conheça os procedimentos de segurança 
que irão permitir uma atuação com o mínimo de riscos, assim como a utilização de 
Equipamentos de Proteção Individual e Coletivos, bem como as barreiras de contenção. 
Dentre os riscos existentes, destaca-se o biológico, pela manipulação diária de material 
com sangue e/ou fluidos corpóreos na realização das rotinas. 
 
4.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
O termo Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é definido como todo dispositivo ou 
produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Os equipamentos de 
proteção individual são classificados conforme as vias de exposição: inalatória (nariz), 
ocular (olhos), oral (boca) e dérmica (pele). 
 
O equipamento deve ser utilizado sempre que uma dessas vias receber exposição direta 
a riscos não controláveis ou exposição a riscos parcialmente controlados, em casos de 
emergências, e tem como objetivo impedir o contato do trabalhador com fator de risco. 
Alguns equipamentos são: 
 Meia 
 Calçado 
 Calça 
 Perneira 
 Respirador / Purificador de ar 
 Respirador de adução de ar 
 Respirador de fuga 
 
 
 
20 
 
A máscara mais adequada é a de tripla proteção. E quando houver atendimento de 
pacientes com infecção ativa, particularmente tuberculose, éimportante usar máscaras 
especiais. 
 
Os óculos de segurança protegem, principalmente, a mucosa ocular contra impactos de 
partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta e infravermelha e 
respingos de produtos químicos. 
 
Os protetores oculares mais indicados possuem vedação periférica e melhor adaptação 
ao rosto. Os óculos comuns não oferecem a proteção adequada. 
 
A proteção da cabeça serve contra riscos de origem térmica; respingos de produtos 
químicos; risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas; impactos de 
objetos sobre o crânio; choques elétricos e fontes geradoras de calor nos trabalhos de 
combate a incêndio. 
 
Coletes, aventais, macacões e vestimenta para o corpo inteiro protegem em 
determinados tipos de atividade: existem coletes de vários tipos, como refletores, à 
prova de balas, contra radiação (dentista). Aventais são úteis contra a temperatura de 
produtos/alimentos. Vestimenta de corpo inteiro deve ser usado por pesquisadores de 
doenças de risco ou mesmo apicultores. Além disso, contra queda, podem ser usados 
cinturões e dispositivo de trava-queda. 
 
Para proteção corpórea, ainda podemos utilizar: manga, braçadeira, luva, creme 
protetor ou dedeira. 
 
O mercado dispõe de diversos tipos de luvas segundo as finalidades de uso, as de vinil 
não oferecem boa adaptação, e servem para a realização de procedimentos, tais como 
exame clínico, remoção de sutura e como sobreluva; já as de látex oferecem boa 
adaptação e são usadas em procedimentos clínicos e/ou cirúrgicos (estéreis e 
 
 
 
21 
 
descartáveis). As de borracha grossa são usadas para serviços de limpeza e 
descontaminação de instrumentos. 
 
4.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
Os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) podem ser definidos como todo 
dispositivo ou produto destinado à proteção coletiva de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho. Os principais equipamentos de proteção coletiva são: 
 
Cabine de Segurança Biológica (CSB): utilizada no trabalho com OGM e células que 
permitam a infecção ou dispersão no ambiente, a cabine deverá ser construída de forma 
aerodinâmica, de maneira que o fluxo de ar ambiental não cause turbulências e 
correntes, reduzindo assim o perigo de inalação e a contaminação do operador e do 
ambiente. 
 
Vaso ou balde de areia: é utilizado sobre o derramamento de álcalis para neutralizá-los. 
 
Dispositivos de pipetagem: são os dispositivos de sucção para pipetas. Ex.: pipetador 
automático, pera de borracha e outros. 
 
Mangueira de incêndio: o modelo padrão, comprimento e localização são fornecidos 
pelas normas do Corpo de Bombeiros. 
 
Sprinkler: é o sistema de segurança que, através da elevação de temperatura, produz 
fortes borrifos de água no ambiente (borrifador de teto). 
 
Manta ou cobertor: é utilizado para abafar ou envolver a vítima de incêndio, devendo 
ser confeccionado em lã ou algodão grosso, não sendo admitido tecidos com fibras 
sintéticas. 
 
Extintor: sua finalidade é a de extinguir ou controlar princípios de incêndio em casos de 
emergência. 
 
 
 
22 
 
 
Autoclave: é um aparelho utilizado para esterilizar artigos através do calor úmido sob 
pressão, inventado pelo auxiliar de Louis Pasteur e inventor Charles Chamberland. 
 
Descarte de material perfurocortante: trata-se de um recipiente seguro, resistente e que 
não corra o risco de ruptura e vazamento, além de obrigatoriamente estar identificado 
com o símbolo internacional para descarte de perfurocortantes. 
 
Proteção do sistema de vácuo: são filtros do tipo cartucho, que impedem a passagem 
de aerossóis. Também é usado o frasco de transbordamento, que contém desinfetante. 
O funcionamento dos EPCs deve ser verificado periodicamente. Um sistema de 
ventilação central com deficiência de exaustão, por exemplo, pode comprometer 
seriamente o ambiente no qual são manuseados produtos químicos perigosos, expondo 
os trabalhadores a risco de saúde. 
 
4.3 Barreiras de Contenção 
De acordo com o nível de biossegurança exigido, são definidos os requisitos 
recomendados e obrigatórios, que se classificam em barreiras de contenção primárias e 
secundárias: 
 
- Barreiras primárias: são consideradas como barreiras primárias qualquer equipamento 
projetado para remover ou minimizar exposições aos materiais biológicos perigosos que 
possam ser utilizados pelo profissional no momento do exercício da função. 
 
Contenção primária: qualquer dispositivo ou atitude que minimize o risco do profissional 
no exercício de suas funções. Alguns exemplos: uso de vacinas e equipamentos de 
segurança individual. 
 
- Barreiras secundárias: entende-se como barreiras secundárias algumas soluções físicas 
presentes nos ambientes, devidamente previstas nos projetos de arquitetura e de 
instalações prediais, e construídas de forma a contribuírem para a proteção da equipe 
 
 
 
23 
 
do estabelecimento de saúde, proporcionando uma barreira de proteção para as 
pessoas que se encontram fora do laboratório contra agentes infecciosos que podem 
ser liberados acidentalmente para o ambiente externo. Alguns exemplos de barreiras de 
contenção secundária: limpeza e desinfecção de artigos e áreas, medidas de 
emergências, sistemas de ventilação especializados em assegurar o fluxo de ar 
unidirecionado, sistemas de tratamento de ar para a descontaminação ou remoção do 
ar liberado. 
 
Conclusão 
O profissional de saúde encontra-se constantemente exposto a atividades que o 
colocam em contato com artigos e materiais biológicos, os quais de certa forma colocam 
em risco sua integridade física. Uma assistência deve ser prestada com o máximo de 
segurança possível, tanto para o profissional que exerce essa atividade como para o 
paciente que a recebe. 
 
Para que isso ocorra, faz-se necessária a adesão dos profissionais ao uso de 
equipamentos de proteção, sejam eles de uso individual ou coletivo e das barreiras de 
contenção primárias e secundárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
5. BIOSSEGURANÇA EM RESÍDUOS DE SAÚDE 
 
A geração de lixo nos últimos anos é um motivo de grande preocupação, pois houve um 
maior uso dos recipientes descartáveis – latas, vidros e embalagens plásticas –, que 
aumentaram o consumo de energia e inundaram o ambiente com material não passível 
de decomposição biológica. Uma medida que tem sido aplicada há alguns anos como 
forma de redução da grande quantidade de resíduos que é formada nas cidades é a 
reciclagem. Assim como acontece com os resíduos sólidos, para os quais, em geral, 
existe um direcionamento para o tratamento, as propostas de gerenciamento para os 
resíduos gerados por empresas de serviços em saúde tem-se fundamentado em padrões 
de países desenvolvidos. A questão central que se coloca é sobre a periculosidade ou 
não desses resíduos. Embora esta seja uma questão ainda não resolvida, os países 
desenvolvidos adotam uma política cautelosa e consideram tais resíduos como 
materiais que exigem um tratamento especial (perigosos, patogênicos, patológicos, 
entre outras denominações). A recomendação de incineração dos resíduos, ou de parte 
deles, é a prática mais comum adotada. 
 
5.1 Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Saúde 
Segundo a Resolução ANVISA - RDC n.º 306/2004 e a ResoluçãoCONAMA n.º 358/2005, 
são geradores de RSS (Resíduos Sólidos em Saúde) todos os serviços relacionados com 
o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive: 
 
 Os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; 
 Laboratórios analíticos de produtos para saúde; 
 Serviços de medicina legal; 
 Drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; 
 Necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de 
embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); 
 Estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; 
 Centrosde controle de zoonoses; 
 
 
 
25 
 
 Distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e 
produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; 
 Unidades móveis de atendimento à saúde; 
 Serviços de acupuntura; 
 Serviços de tatuagem, dentre outros similares. 
 
Pode ser compreendido como resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS), todo 
resíduo resultante de serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou 
animal (RDC de n.º 306 da ANVISA). Alguns exemplos de resíduos classificados nesse 
grupo são os gerados como resíduo hospitalar, resíduo biomédico, resíduo médico, 
resíduo clínico, resíduo farmacológico, resíduo patogênico, resíduo patológico, resíduo 
de saúde. 
 
Nesse sentido, foi feita uma classificação dos resíduos de serviços de saúde (RSS) 
baseada na composição desses, segundo as características biológicas, físicas, químicas, 
o estado da matéria e a origem, para um manuseio seguro. Desse modo, o CONAMA 
publicou uma classificação geral dos resíduos sólidos em grupos conforme segue abaixo: 
 
Resíduos do grupo A – resíduos infectantes: resíduos com a possível presença de agentes 
biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. 
 
Agente biológico: todo aquele que contenha informação genética e seja capaz de 
autorreprodução ou de se reproduzir em um sistema biológico. Inclui bactérias, fungos, 
vírus, clamídias, riquétsias, micoplasmas, príons, parasitos, linhagens celulares e outros 
organismos. 
 
Resíduos do grupo B – resíduos químicos: os resíduos químicos são aqueles com 
substâncias que não podem receber tratamento convencional. Eles são resultado de 
atividades industriais e da indústria farmacêutica. 
 
 
 
 
26 
 
São exemplos: catalisadores gastos ou não tratados; solventes; sais; ácidos; 
medicamentos; restos de embalagens contaminados com produtos; entre outros tipos 
de compostos que podem vir a ter substâncias danosas à saúde. 
 
Resíduos do grupo C – resíduos radioativos: são considerados rejeitos radioativos 
quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos 
em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na norma CNEN-NE-
6.02, e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista, sendo todos os resíduos 
contaminados com radionuclídeos. 
 
Exemplo: Material de medicina nuclear e produtos radiológicos. 
 
Resíduos do grupo D – resíduos comuns: resíduos que não apresentem risco biológico, 
químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos 
resíduos domiciliares (comuns). 
 
Exemplos: papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de 
vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia 
de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1. 
 
Resíduos do grupo E – resíduos perfurocortantes: os resíduos perfurantes ou cortantes 
não poderão ser encaminhados a usinas de reciclagem e compostagem. 
 
Exemplos: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas 
endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, 
micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados 
no laboratório. 
 
5.2 Gestão Integrada de Resíduos em Saúde 
O primeiro esforço de qualquer instituição de saúde é implementar um programa de 
gestão do risco para o manejo correto dos resíduos de serviços de saúde, contidos em 
 
 
 
27 
 
um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS) para atender às 
necessidades das legislações pertinentes dentro dos padrões de qualidade assistencial 
e segurança do paciente. 
 
Com a implantação desse plano, espera-se inventariar, estocar, utilizar, controlar e 
descartar resíduos e materiais perigosos gerados pela instituição, como também ativar 
um programa de reciclagem, minimizando a quantidade e a periculosidade dos resíduos, 
por meio da sua valorização, e com os resultados obtidos, promover ações que 
beneficiem a comunidade na qual a instituição esteja inserida. 
 
Os recentes avanços nas questões que envolvem o gerenciamento dos resíduos dos 
serviços de saúde são incontestáveis, considerando que, até bem pouco tempo atrás, 
não havia um envolvimento sistematizado gerencial sobre esse assunto. 
 
Ao se criar um plano, considerando as diretrizes constantes nas diferentes resoluções e 
legislações (federal, estadual e municipal), torna-se necessário a construção de um 
plano integrado, considerando que os serviços de saúde são responsáveis pelo correto 
gerenciamento de todos os RSS gerados nos estabelecimentos da saúde, desde o 
momento de sua geração até a sua destinação final. 
 
A gestão integrada considera as avaliações de riscos, serviços especializados (SESMT, 
CIPA), recursos humanos, capacitação, controle de inseto e roedores, situações de 
emergência e acidentes, identificação e locação em esquemas ou fluxogramas e 
indicadores de execução e avaliação. Devem ser também observadas as ações para a 
capacitação e a prevenção de acidentes ocupacionais, assim como compreender os 
termos utilizados conforme descritos a seguir: 
 
Segregação: consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de 
acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos 
envolvidos. 
 
 
 
 
28 
 
Acondicionamento: consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou 
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A 
capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração 
diária de cada tipo de resíduo. 
 
Identificação: consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos 
resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo 
dos RSSs. 
 
Transporte Interno: a coleta e o transporte interno dos Resíduos de Serviço de Saúde 
(RSS) consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado 
ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de 
disponibilização para a coleta. 
 
Armazenamento Temporário: consiste na guarda temporária dos recipientes contendo 
os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar 
a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos 
geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. 
 
Tratamento: consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as 
características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de 
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. 
 
Armazenamento Externo: consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a 
realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para 
os veículos coletores. 
 
Gerenciamento externo 
Coleta e Transporte Externos: consistem na remoção dos RSSs do abrigo de resíduos 
(armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando 
técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a 
 
 
 
29 
 
integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de 
acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. 
 
Disposição Final dos Resíduos: consiste na disposição de resíduos no solo, previamente 
preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, 
e com licenciamento ambiental. 
 
5.3 PGRSS e seus impactos na sociedade e no meio ambiente 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a elaboração do plano de 
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde deve contemplar dados sobre o 
estabelecimento e caracterização dos aspectos ambientais, cominformações sobre o 
abastecimento de água, efluentes líquidos e emissões gasosas. 
 
O plano de gerenciamento deve incluir, também, tipos e quantidades de resíduos 
gerados, segregação, tipos de acondicionamento, coleta e transporte interno dos RSSs, 
roteiro de coleta, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento 
para a coleta externa, coleta e transporte externo, tratamento dos RSSs, disposição final. 
 
O PGRSS deve contemplar as fases pelas quais passa o RSS desde a sua geração até o 
transporte final para os aterros sanitários, se este for o destino final. 
 
O plano de gerenciamento de resíduos sólidos pode ser subdividido em gerenciamento 
interno (intraunidade) e externo (extraunidade). A abordagem do gerenciamento em 
etapas distintas facilita a visualização dos problemas e as ações que devem ser 
empreendidas. Assim, um plano eficiente de gerenciamento do RSS reduz os riscos 
potenciais de infecção e acidentes, preservando a saúde pública e o meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
SAIBA MAIS 
Para melhor entendimento dos princípios de Biossegurança, recomendamos a Leitura 
do capítulo 8 – “Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde”, do livro: Biossegurança no 
contexto da saúde. 
 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536520735/pageid/121 
 
Conclusão 
Observa-se que as questões sobre resíduos sólidos, seu manejo e disposição são 
crescentes, apresentando a necessidade de haver orientação e controle sobre eles 
através de diferentes órgãos e sistemas de classificação para priorizar as formas de 
controle e destino destes materiais nos serviços de saúde. 
 
Há atualmente definições importantes sobre manuseio e gerenciamento correto dos 
resíduos sólidos, colaborando para que haja maior fiscalização, incluindo pessoas físicas 
ou jurídicas, responsabilizando-as pelo envolvimento direto ou indireto na geração dos 
resíduos, sendo preciso que o profissional garanta um gerenciamento adequado nas 
diversas etapas de segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, 
tratamento e destino final, para que não haja danos à saúde humana e ao meio 
ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
6. DOCUMENTAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA 
 
A organização das atividades em serviços da saúde é um aspecto fundamental para a 
segurança do trabalhador e para a garantia de resultados precisos e de qualidade. A falta 
de organização no ambiente de trabalho pode gerar situações de risco para o 
trabalhador e para outros indivíduos presentes no local, além de promover danos às 
instalações prediais. As situações de risco predispõem à ocorrência de acidentes que 
podem ser irreversíveis, levando ao afastamento temporário ou definitivo do 
trabalhador. Portanto, é fundamental que qualquer atividade seja previamente 
planejada e executada em ambiente seguro. 
 
Para isso é preciso considerar as condições de trabalho e todos os fatores de risco, bem 
como as instalações, os locais de armazenamento, o manuseio de produtos e 
equipamentos, as condições operacionais dos equipamentos, as bancadas, os 
equipamentos de proteção, entre outros. Nesse sentido, para orientar e assegurar um 
trabalho seguro e de qualidade, se faz necessário a implantação de procedimentos, 
instruções de trabalho e manuais operacionais. 
 
6.1 Mapa de Riscos 
A avaliação dos riscos ambientais é utilizada para reduzir o risco de manuseio de 
materiais e fornecer proteção aos colaboradores e ao meio ambiente. Essa análise deve 
se basear na informação válida sobre a periculosidade ou a patogenicidade do agente 
específico que o trabalhador está exposto no seu ambiente e atividades. 
 
O mapeamento de riscos permite fazer um diagnóstico da situação de segurança e saúde 
ocupacional nos laboratórios, com a finalidade de estabelecer medidas preventivas. 
 
O Mapeamento de Riscos Ambientais e a confecção do Mapa de Riscos são atribuições 
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e fornecem dados importantes 
 
 
 
32 
 
que devem ser considerados no planejamento e na execução do PPRA (Programa de 
Prevenção dos Riscos Ambientais). 
 
Para a construção do mapa de riscos, deve-se observar inicialmente o elemento humano 
(o pessoal), o processo (as atividades desenvolvidas), o material (os instrumentos e 
materiais utilizados) e o ambiente (o laboratório). Posteriormente é preciso identificar 
os riscos existentes, utilizando um roteiro de abordagem e a classificação dos riscos, em: 
 
Grupo 1 - Riscos físicos: Ruído, Calor, Luz UV – Coloração Verde 
Grupo 2 - Riscos químicos: Sólidos, Líquidos, Vapores – Coloração Vermelha 
Grupo 3 - Riscos Biológicos: Amostras biológicas – Coloração Marrom 
Grupo 4 - Riscos ergonômicos: Posturas de trabalho – Coloração Amarela 
Grupo 5 - Riscos de acidentes: Chama, Iluminação, Espaços inadequados, Eletricidade – 
Coloração Azul. 
 
A intensidade da exposição ao risco é demonstrada através do tamanho do círculo no 
mapa obedecendo 3 grandezas (grande, média e baixa). Para essa determinação é 
necessário avaliar as medidas preventivas de proteção coletiva, organização das 
atividades de laboratório, proteção individual e higiene e conforto. 
 
Faz parte do mapeamento dos riscos identificar os indicadores de saúde, representados 
por queixas mais frequentes, acidentes de trabalho, doenças ocupacionais 
diagnosticadas e faltas/ausências ao trabalho. 
 
6.2 Manual de Biossegurança 
A introdução de Procedimentos Operacionais Padrão (POP) nas diferentes atividades 
leva à execução de práticas seguras no ambiente profissional. O conjunto de 
procedimentos que visam reduzir a exposição aos riscos no ambiente de trabalho 
organizados de modo metodológico e referenciado constrói o Manual de Biossegurança. 
 
 
 
 
33 
 
Essas práticas compreendem a ordem e a limpeza dos materiais, a separação e a limpeza 
das áreas de trabalho, o manuseio adequado de equipamentos elétricos, substâncias 
químicas, materiais biológicos e radioativos, o uso adequado de equipamentos de 
proteção e segurança, entre outras. 
 
Para a construção desses procedimentos, recomenda-se a avaliação preliminar do risco 
seguida da indicação dos meios de redução ou eliminação desses riscos, e isso passa por 
mudança do método de trabalho, tornando o procedimento mais flexível e ajustado à 
capacidade do trabalhador e uma reestruturação organizacional, adequando o ritmo de 
trabalho e a participação do pessoal na sua organização, favorecendo a integração e 
melhorando o ambiente de trabalho. 
 
6.3 Procedimento Operacional Padrão 
Um programa de prevenção de acidentes deve incluir uma série de medidas, entre as 
quais a elaboração dos chamados procedimentos operacionais padrão (POP) para as 
operações realizadas no ambiente de trabalho, abrangendo a aquisição, o 
armazenamento adequado, os critérios para identificação, as formas de manipulação 
segura, e o transporte dos produtos devem ser executadas com segurança. 
 
Os manuais de POP para realização das diferentes tarefas devem descrever em detalhes 
e de forma clara os procedimentos e rotinas operacionais, incluindo a forma de descarte 
dos resíduos. Por exemplo, o protocolo de uma análise precisa incluir todos os 
procedimentos para preparo e manuseio dos reagentes, onde acondicioná-los e 
manuseá-los e sob que forma. Após análise, deve constar onde deverão ser colocados 
os resíduos e como eles deverão ser acondicionados e identificados. Todo o pessoal 
envolvido nas rotinas profissionais, inclusive o pessoal de apoio, terá de ser treinado e 
adotar os POPs. 
 
Através dos POPs será possível verificar se as rotinas e prerrogativas adotadas podem 
ser executadas e por que devem ser executadas. 
 
 
 
34 
 
Cada uma das etapas de elaboração do POP deverá ter a participação da equipe 
envolvida, que poderáavaliar e validar seus procedimentos, e, se necessário, contratar 
pessoal especializado para esta função. Nesses casos, é importante que a equipe 
detenha o conhecimento do setor e interaja com o grupo do centro, conhecendo cada 
um dos seus processos e discutindo cada novo POP elaborado. 
 
Os itens a serem descritos devem ser os seguintes: 
 
a) Objetivo: descrever neste item os objetivos do documento, por exemplo: “Estabelecer 
procedimentos a serem adotados para manter a segurança da água que entra em 
contato direto ou indireto com os alimentos ou que é usada na fabricação de gelo.” 
 
b) Documentos de referência: citar normas técnicas e legais que servem como base para 
o documento. 
 
c) Campo de aplicação: descrever para que setores/ áreas da empresa o procedimento 
se aplica. 
 
d) Definições: definir termos usados. Citar conceitos. 
 
e) Responsabilidades: citar quem serão os responsáveis pela execução do 
procedimento, pela sua monitorização, verificação e pelas ações corretivas. 
 
f) Descrição: nesta etapa devem ser descritos os procedimentos, passo a passo. 
 
g) Monitorização: citar como será feita a monitorização do procedimento. Se o uso de 
tabelas e planilhas se fizer necessário, devem ser anexados os modelos. 
 
h) Ação corretiva: descrever quais serão as ações corretivas para cada situação de não 
conformidade possível. 
 
 
 
 
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i) Verificação: descrever de forma clara e objetiva o que, como, quando e quem 
executará os procedimentos. 
 
j) Anexos 
 
SAIBA MAIS 
Para melhor entendimento dos princípios de Biossegurança, recomendamos a leitura do 
artigo “A importância dos procedimentos operacionais padrão (POPs) para os centros 
de pesquisa clínica”. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n2/v57n2a07. Acesso em: 12 jul. 
2018. 
 
Verifique um exemplo prático da implantação descrito no artigo “Procedimento 
operacional padrão: utilização na assistência de enfermagem em serviços hospitalares”. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n6/pt_05.pdf. Acesso em: 12 jul. 
2018. 
 
 
 
Conclusão 
Neste bloco foi possível compreender a importância da padronização na execução das 
atividades profissionais. Essa padronização deve ocorrer por meio da implantação de 
procedimentos operacionais padrão para as diversas atividades, incluindo as 
adequações necessárias para redução do nível do risco de exposição ocupacional 
mapeado no Mapa de Riscos. Tais procedimentos também devem atender os requisitos 
legais e técnicos de modo a compor o Manual de Biossegurança da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
BARSANO, Paulo Roberto, BARBOSA, Rildo Pereira, GONÇALVES, Emanoela, SOARES, 
Suerlane Pereira Sil. Biossegurança: Ações Fundamentais para Promoção da Saúde. 
Érica, 2014. 
Brasil. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação. 
Brasília, 2010. 
HIRATA, Mario Hiroyuki, HIRATA, Rosario Crespo, MANCINI FILHO, Jorge (eds.). Manual 
de Biossegurança, 2. edição. Manole, 2012. 
SILVA, José da, BARBOSA, Silene Miranda, DUARTE, Suélen Ribeiro Miranda Pontes. 
Biossegurança no Contexto da Saúde. IÁTRIA, 2014.

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