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Ação Monitória nos Contratos de Representação de Seguros

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
 
 
 
 
ISABELLE FERNANDES RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A AÇÃO MONITÓRIA NOS CONTRATOS DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
POR TÉRMINO ANTECIPADO 
 
 
 
 
 
 
 
SANTANA DE PARNAÍBA 
2023 
ISABELLE FERNANDES RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
A AÇÃO MONITÓRIA NOS CONTRATOS DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
POR TÉRMINO ANTECIPADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Direito da 
Universidade Paulista – UNIP, como requisito 
para obtenção do título Bacharel em Direito. 
Orientador: Prof. Dr. Emerson Bortolozi 
 
 
 
 
 
SANTANA DE PARNAÍBA 
2023 
ISABELLE FERNANDES RODRIGUES 
 
 
 
A AÇÃO MONITÓRIA NOS CONTRATOS DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
POR TÉRMINO ANTECIPADO 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à 
obtenção do título bacharel em Direito e aprovado em sua 
forma final pelo Curso de Direito da Universidade Paulista – 
UNIP. 
 
 
Banca Examinadora: 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. Emerson Bortolozi 
Orientador 
 
______________________________________ 
 
 
______________________________________ 
 
 
 
À minha família que acreditou no meu potencial 
e, com muito amor e incentivo me permitiram e 
trilharam comigo esta jornada vitoriosa. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças, fé e saúde para continuar na 
trilha certa durante a elaboração deste projeto. 
Aos meus pais, Glicério e Maria de Lourdes (“in memory”) que oraram constantemente 
por mim, me incentivaram e me ajudaram no que fosse possível para que esse dia 
chegasse. Especialmente meu pai que auxiliou no desenvolvimento do projeto com sua 
vasta experiência como advogado. 
Ao meu esposo Filipe pela compreensão e companheirismo demonstrado durante o 
período do projeto, bem como pelas palavras de incentivo. 
Agradeço meu orientador Prof. Dr. Emerson Bortolozi por aceitar conduzir o meu trabalho 
de pesquisa. 
A todos os meus professores do Curso de Direito da Universidade Paulista – UNIP pela 
excelência da qualidade técnica de cada um. 
Também agradeço minhas colegas de trabalho Keiny e Caroline que me ajudaram com 
suas experiências desde o início deste projeto de pesquisa. 
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho monográfico tem como tema central a ação monitória nos contratos 
de representação de seguros. O objetivo geral foi analisar a possibilidade ou não da 
utilização da ação monitória como meio para exigir o pagamento de multa contratual pelo 
representante que deu fim ao contrato antecipadamente. 
Para obtenção do objetivo foram realizadas pesquisas bibliográficas junto à doutrina e a 
legislação de forma a aprofundar o entendimento mediante a um estudo de caso. 
Apresenta-se um breve histórico dos seguros além de sua esquematização até os 
contratos de representação de seguros atuais, bem como o conceito de representação 
de seguros diferenciando-a da comercial, definição dos elementos contratuais da 
rescisão e da multa contratual, os elementos presentes no contrato de representação de 
seguros que o caracterizam como um título executivo, concisa evolução da ação 
monitória e os requisitos para sua propositura, visando a avaliação da possibilidade de 
se utilizar da ação monitória para os contratos de representação de seguros no caso de 
término antecipado pelo representante. Através da pesquisa, concluiu-se que não é o 
entendimento absoluto utilizar-se a ação monitória neste caso uma vez que o contrato 
possui os requisitos de título executivo, não sendo, portanto, aplicável a utilização da 
monitória, entretanto há exceções que entendem que há tal possibilidade pelos princípios 
da economia processual, ampla defesa e acesso à justiça. 
 
 
Palavras-chave: Ação Monitória. Seguros. Contrato de Representação de Seguros. Título 
Executivo. Rescisão. Cláusula Penal. Multa Contratual. Término Antecipado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present monographic work has as it’s central theme the monitoring action in insurance 
representation contracts. The general objective was to analyze the possibility or not of 
using the monitoring action as a means to demand the payment of a contractual fine by 
the representative who terminated the contract in advance. 
To obtain the objective, bibliographical research was carried out with the doctrine and 
legislation in order to deepen the understanding through a case study. A brief history of 
insurance is presented, in addition to its schematization of the current insurance 
representation contracts, as well as the concept of insurance representation, 
differentiating it from the commercial one, definition of the contractual elements of 
termination and contractual fine, the elements present in the insurance representation 
contract that characterize it as an enforceable title, concise evolution of the monitoring 
action and the requirements for its filing, aiming at evaluating the possibility of using the 
monitoring action for insurance representation contracts in the event of early termination 
by the representative . Through the research, it was concluded that it is not the absolute 
understanding to use the monitoring action in this case since the contract has the 
requirements of an enforceable title, therefore, the use of monitoring is not applicable, 
however there are exceptions that understand that there is such a possibility by the 
principles of procedural economy, ample defense and access to justice. 
 
Keywords: Monitoring Action. Insurance. Insurance Representation Agreement. 
Executive title. Termination. Penalty Clause. Contractual Fine. Early Termination. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
CPC – Código de Processo Civil 
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 
CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados 
STJ – Supremo Tribunal de Justiça 
CC – Código Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................10 
1. DOS SEGUROS ..............................................................................................12 
1.1. HISTÓRIA DO SEGURO .................................................................................12 
1.2. O SEGURO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ..................................................12 
2. DOS CONTRATOS ..........................................................................................14 
2.1. DA RESCISÃO .................................................................................................14 
2.2. DA CLÁUSULA PENAL ....................................................................................15 
2.2.1. DIFERENCIAÇÃO ENTRE A CLÁUSULA PENAL E PERDAS E DANOS ......17 
3. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS .....................................17 
3.1. DEFINIÇÃO .......................................................................................................17 
3.2. DIFERENCIAÇÃO ENTRE CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
 E CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL .....................................18 
3.3. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE 
 SEGUROS ........................................................................................................19 
4. DA CLÁUSULA PENAL / MULTA CONTRATUAL NOS CONTRATOS DE 
 REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS .................................................................21 
5. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS COMO TÍTULO 
 EXECUTIVO ......................................................................................................23 
6. DA AÇÃO MONITÓRIA .....................................................................................24 
6.1. EVOLUÇÃO DA AÇÃOMONITÓRIA .................................................................26 
6.2. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PARA PROPOSITURA DA AÇÃO 
 MONITÓRIA .......................................................................................................29 
7. AJUIZAMENTO DA AÇÃO MONITÓRIA NOS CONTRATOS DE 
 REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS POR TÉRMINO ANTECIPADO ..............31 
CONCLUSÃO ...............................................................................................................36 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo tem como foco principal abordar a Ação Monitória nos 
Contratos de Representação de Seguros por término antecipado. 
O contrato de representação de seguros, é um instrumento celebrado entre uma 
seguradora e um representante que fará a oferta de seguro ao consumidor final em nome 
da seguradora 
Sendo um contrato bilateral, o Contrato de Representação de Seguros possui 
instrumentos que visa obrigações para as partes, entre elas, a obrigação de compensar 
a parte que ficou em desvantagem econômica pelo término antecipado do contrato. 
Ao observar a estrutura deste contrato, notou-se a necessidade de realizar um 
estudo aprofundado do assunto para auxiliar na compreensão dos instrumentos 
processuais cabíveis ou não neste tipo de contrato. 
A ação monitória, anteriormente prevista no antigo Código de Processo Civil de 
1973 em seus artigos 1.102.a à 1.102.c, por advento da Lei n° 9.079/95 e, posteriormente 
modificada pelo Novo Código de Processo Civil de 2015, é um procedimento especial 
que traz a possibilidade de o credor obter seu crédito ou bem pelo seu devedor, de forma 
menos onerosa, ou seja, sem que haja a necessidade de uma ação de execução judicial. 
Visando abordar a problemática sobre a possibilidade ou não da Ação Monitória 
poder ser ajuizada em face dos Contratos de Representação de Seguros por término 
antecipado, esse trabalho justifica-se por levar em consideração qual o meio eficaz do 
credor utilizar o contrato como prova escrita com a finalidade de exigir o cumprimento 
forçado das obrigações ali previstas, no caso, como tema deste trabalho, das cláusulas 
penais previstas pelo término antecipado imotivadamente por uma das partes. 
O interesse neste estudo surgiu mediante o período de estágio realizado em uma 
empresa do ramo de seguros, onde houve contato direto com os processos da empresa 
que envolviam seus contratos de representação de seguros. 
Observou-se a necessidade de aprofundar o estudo para buscar compreender o 
papel da ação monitória nos contratos e em especial, nos de representação de seguros, 
a fim de satisfazer o desejo do credor de maneira efêmera através do procedimento de 
cobrança. 
Diante o exposto, o estudo implica em demonstrar a possibilidade ou não do 
ajuizamento da ação monitória, bem como de respaldar a importância da utilização de 
instrumentos processuais cabíveis objetivando favorecer a economia processual. 
Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é analisar a Ação Monitória nos 
Contratos de Representação de Seguro por término antecipado. De forma mais 
específica, buscou-se a definição de seguros bem como sua evolução histórica até a 
celebração destes em contratos, reunir e definir os elementos contratuais relevantes para 
criação do raciocínio deste trabalho no que tange a rescisão contratual e a cláusula penal, 
a diferenciação da cláusula penal e perdas e danos, conceituação o contrato de 
representação de seguros além de apresentar a diferença deste do contrato de 
representação comercial, expor a estrutura do contrato de representação de seguros 
mediante o extrato do contrato, apontar quais as penalidades aplicáveis pelo término 
antecipado do contrato, relacionar o contrato de representação de seguros como título 
executivo, conceituar a ação monitória no Código de Processo Civil, tão logo sua 
evolução histórica, verificar os requisitos para propositura da ação monitória e, em 
conclusão, avaliar a possibilidade do ajuizamento de ação monitória por término 
antecipado nos Contratos de Representação de Seguros. 
 
 
 
 
 
 
 
1. DOS SEGUROS 
A sociedade, desde os primórdios da civilização busca por alternativas de 
prognosticar eventos futuros em qualquer campo da vida humana para os quais consiga 
prevenir ou minorar os riscos e danos. 
 
1.1. HISTÓRIA DO SEGURO 
Nos séculos V e XV, houve aumento significativo no volume de roubos e acidentes 
às embarcações. Diante disso, os comerciantes marítimos mesopotâmicos e fenícios 
viram a oportunidade de criação de um negócio que amenizasse a ocorrência destes 
problemas durante os percursos, criou-se o seguro. 
Aos poucos, conseguiam estudar as probabilidades dos acontecimentos 
envolvendo acidentes e por assim, estabeleciam as alíquotas referente ao contrato de 
seguro. No caso de uma rota marítima ter um alto índice de acidentes ou roubos, o preço 
dessa alíquota cobrada seria acima da média estipulada. 
Com o passar do tempo, o seguro evoluiu ao ponto de trazer segurança para as 
pessoas que o contratavam no sentido de que poderiam minorar os riscos e danos de 
eventos futuros que não podem ser previstos, almejando desta forma proteção aos seus 
bens, patrimônio, vida e família. 
 
1.2. O SEGURO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
Diante desta evolução e da necessidade de trazer a devida regulação do seguro 
ao Brasil, os seguros foram inseridos no Código Civil 1916 e mais tarde, o Código Civil 
de 2002 trouxe distinção entre os ramos de seguro: os seguros de dano e os seguros de 
pessoa. 
Anteriormente no Código Civil de 1916, o contrato de seguros estava caracterizado 
como indenizatório, conforme seu artigo 1.432, que dispõe: 
“Art. 1.432 - Considera-se contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes 
 se obriga para com a outra, mediante a paga de um prêmio, a indenizá-la do 
 prejuízo resultante de riscos futuros (grifo nosso), previstos no contrato.”1
 
A partir da vigência do Código Civil de 2002, a natureza do contrato de seguro, 
apresenta característica de garantia de interesse, senão vejamos: 
“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento 
 do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado (novo grifo nosso), relativo 
 à pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.”2 
Posto isto, o Código Civil de 2002, traz um capítulo regulando as tratativas acerca 
dos seguros, incluindo os seguros de dano e os seguros de pessoas. Tais artigos estão 
enumerados do art. 757 ao 852 do nosso Código Civil. 
Além da regulação pelo Código Civil, instituiu-se o CNSP – Conselho Nacional de 
Seguros Privados com a finalidade de fixar diretrizes e norma da política de seguros 
privados em conjunto com representantes do Ministério da Economia, do Ministério da 
Justiça, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Banco Central e da 
Comissão de Valores Mobiliários. Em complemento, a criação da a SUSEP - 
Superintendência de Seguros Privados como autarquia vinculada ao Ministério da 
Economia, é responsável por todo controle e fiscalização dos mercados de seguro, 
previdência privada aberta, capitalização e resseguro. 
Atualmente, apenas 20% da população brasileira possui algum tipo de seguro, 
seja seguro para roubo e furto de celular, seguro de vida, acidentes pessoais, entre 
outros, o que mostra a necessidade de ações para alavancar o mercado de seguros. 
Entre essas oportunidades, surge forma eficaz e rápida para que um consumidor 
possa contratar um seguro sem a necessidade de ter que fazer o contrato com uma 
seguradora do seu interesse, ou seja, o consumidor tem conhecimento do seguro de um 
determinado produto no mesmo ato de sua compra, através de um representante de 
 
1 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICACASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. LEI nº 3071, 
de 1 de janeiro de 1916. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. Brasil, ano 1916, 1 jan. 1916. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm. Acesso em: 1 mar. 2023. 
 
2 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Lei nº 10406, 
de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 10 jan. 2002. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 5 fev. 2023. 
seguro. Diante deste negócio jurídico, surge a necessidade de regular essas operações 
através dos contratos. 
 
2. DOS CONTRATOS 
De acordo com Maria Helena Diniz, o contrato é um acordo de duas (bilateral) ou 
mais vontades (plurilateral), conforme a ordem jurídica, com o objetivo de estabelecer 
uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar 
ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. 
Para a celebração e validade de um contrato, são primordiais alguns elementos 
constitutivos como a existência de duas ou mais pessoas, capacidade dos contratantes, 
consentimento, objeto lícito, possível, certo, determinável e economicamente apreciável, 
além da sua forma prescrita ou não defesa em lei. 
Além destes elementos, observamos em complemento, os princípios 
fundamentais dos contratos, segundo a orientação de Maria Helena Diniz: 
“à autonomia de vontade, observância das normas de ordem pública, 
obrigatoriedade das convenções (pacta sunt servanda), relatividade dos efeitos 
do negócio jurídico, boa-fé objetiva, função social do contrato e onerosidade 
excessiva.”3 
 
2.1. DA RESCISÃO 
A rescisão é um dos efeitos dos contratos, através desta uma das partes poderá 
anular o romper a relação contratual que até então existia, ou seja, ocorrerá a extinção 
do contrato. Nessa situação, a parte lesada pelo inadimplemento das obrigações 
pactuadas pela outra, poderá exigir a rescisão com perdas e danos. 
 
3 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro, v.III, Teoria das obrigações contratuais e 
extracontratuais. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 7.v. 9786555597431. 
Tendo a rescisão do contrato, a mesma pode se dar através da resolução, quando 
ocorre a extinção do contrato por descumprimento, ou pela resilição com a dissolução 
por vontade, podendo ser bilateral ou unilateral (quando admissível). 
As hipóteses dessas causas supervenientes são: a resolução por inexecução 
voluntária, a resolução por inexecução involuntária, resolução por onerosidade 
excessiva, resilição bilateral ou distrato, resilição unilateral e a morte por um dos 
contratantes. 
A rescisão unilateral imotivada ou resilição por mera conveniência, que também é 
uma hipótese de rescisão contratual, conceitua-se pelo encerramento de um contrato 
sem que uma das partes tenha inadimplido com alguma das obrigações contratuais ou 
legais. Desta forma, não há elementos que justifiquem o encerramento da relação 
contratual. 
Dentro desta hipótese de rescisão, poderá a parte que se sentiu lesada exigir uma 
indenização de forma a compensar as perdas e danos sofridos e, diante dessa 
possiblidade, faz-se necessária a cláusula penal para prever as possíveis penalidades 
nestas situações. 
 
2.2. DA CLÁUSULA PENAL 
A cláusula penal ou multa contratual é uma penalidade imposta pela inexecução 
parcial ou total da obrigação, ou ainda, pela mora no cumprimento da obrigação. 
As partes pactuam essa cláusula para o caso de violação do contrato, portanto, 
trata-se de obrigação acessória que visa garantir o cumprimento da obrigação principal, 
bem como fixar o valor das perdas e danos em caso de descumprimento. 
Diante desta obrigação contratual, as partes garantem as funções da coerção, no 
sentido em que intimida o devedor a liquidar a obrigação principal para não ter de pagar 
a acessória (caráter preventivo), além do ressarcimento, na qual haverá a prefixação das 
perdas e danos no caso de inadimplemento da obrigação (caráter repressivo). 
A cláusula penal possui duas espécies: (i) compensatória, que de acordo com o 
art. 410 do Código Civil, é estipulada para a hipótese de total inadimplemento da 
obrigação e, (ii) moratória, com previsão no art. 411 do Código Civil, que será destinada 
a evitar o retardamento culposo de uma obrigação, ou seja, atraso tanto por parte do 
devedor que não efetuar o pagamento, ou que for notificado à realizá-lo e mesmo assim 
não o fizer, quanto por parte do credor que se recusar a receber o pagamento no tempo, 
lugar e forma convencionados pelas partes. A moratória, é destinada, ainda, em 
segurança especial de outra cláusula determinada. 
Contudo, há um limite para a cláusula penal e este limite deverá ser o valor da 
obrigação principal (art. 412 do CC). Portanto, tal valor não poderá ser excedido e, se o 
for, o juiz determinará a sua redução. Se houver cumprimento parcial, a pena poderá ser 
reduzida proporcionalmente, conforme previsto no art. 413 do Código Civil: 
 “Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a 
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade 
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do 
negócio.” 
Pela consequência de o Código Civil deixar em aberto a negociação desta cláusula 
de forma livre, apenas devendo respeitar o disposto no art. 412: "O valor da cominação 
imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal", houve a 
consagração de uma prática contratual ao lado das multas compensatórias, tornando-se 
uma nova modalidade de multa contratual: a chamada multa não compensatória. 
A multa não compensatória não se trata apenas da estipulação pelas situações 
previstas quanto ao inadimplemento contratual. Quando há a sua previsão no contrato 
demonstra-se que a ocorrência trará prejuízos às partes além da obrigação inadimplida. 
Diante dessa possibilidade, faz-se necessário que as partes descrevam de forma 
detalhada como alcançaram o valor estipulado, atestando que reconhecem a multa como 
justa e não abusiva, suficiente para a violação, com a finalidade de ser válida para que o 
Poder Judiciário ou tribunal arbitral a invalide ou faça a sua redução aplicando o art. 413 
do CC. 
 
2.2.1. DIFERENCIAÇÃO ENTRE A CLÁUSULA PENAL E PERDAS E DANOS 
Na visão de Lauro Ribeiro Escobar Júnior: “A cláusula penal o valor é previamente 
pactuado pelos contratantes. Já na hipótese de perdas e danos, o valor é fixado pelo juiz 
com base nos prejuízos alegados e provados (dano emergente e lucro cessante).”4 
 
3. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
3.1. DEFINIÇÃO 
O contrato de representação de seguros, é um instrumento celebrado entre uma 
seguradora e um representante que fará a oferta de seguro ao consumidor final em nome 
da seguradora. Segundo acórdão em recurso especial proferido no Supremo Tribunal de 
Justiça, pela ministra relatora Nancy Andrighi: 
“(…) o contrato de representação de seguro é uma espécie de contrato de 
agência por meio do qual o agente, em sua região, assume a obrigação de 
promover a realização de contratos em nome de determinada empresa – no caso, 
a seguradora –, repassando-lhe as propostas que obtiver.”5 
O representante de seguros, é considerada a pessoa jurídica que assume a 
obrigação de promover, ofertar ou distribuir produtos de seguro, os quais ocorrerão em 
caráter não eventual e sem nenhum tipo de vínculo de dependência, por conta e nome 
da seguradora (grifo nosso). 
 
4 ESCOBAR JUNIOR, Lauro Ribeiro. Direito Civil. São Paulo: Barros, Fischer & Associados, 2005. Para 
aprender direito 2. P.111 
5 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial. Civil e processual civil. Natureza do contrato. 
Representação de contrato de seguro. Competência. Cláusula de eleição de foro. Validade e eficácia. 
Inaplicabilidade do art. 39 da Lei 4886/65. Hipossuficiência.Ausência. Acórdão em Recurso Especial n. 
1.897.114 – PA. Assurant Seguradora S/A e Leolar Móveis e Eletrodomésticos Ltda. Relatora Min. Nancy 
Andrighi. DJ, 10 ago. 21. Acórdão. RECURSO ESPECIAL. Documento 132868102 – Dje. Recurso Especial 
Provido. Disponível em: 
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/05102021Turmaafastahipossuficienciae
confirmavalidadedeeleicaodeforopactuadaemcontratoderepresentacaodeseg.aspx#:~:text=A%20relatora
%20do%20recurso%2C%20ministra,%E2%80%93%2C%20repassando%2Dlhe%20as%20propostas. 
Acesso em 12 de janeiro de 2023. 
Além disso, para que o representante possa fazer essa oferta e distribuição, é 
imprescindível que seja um agente autorizado da sociedade seguradora. Ele é 
considerado um intermediário dos produtos da seguradora. 
O órgão fiscalizador destes contratos e das operações de seguro entre 
seguradoras e representantes é a SUSEP - Superintendência de Seguros Privados. A 
Susep é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia e é responsável por todo 
controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização 
e resseguro. 
Através de resoluções, a Susep busca regular a disciplinar as operações das 
sociedades seguradoras por meio de seus representantes de seguro. Diante disso, 
vemos que por meio destes normativos, em mais recente a resolução CNSP Nº 431 de 
12 de novembro de 2021, são abordados: o escopo de atuação do representante, a 
remuneração do representante, os aspectos operacionais e disposições quanto as 
organizações varejistas. 
 
3.2. DIFERENCIAÇÃO ENTRE CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE 
 SEGUROS E CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL 
Para a melhor construção deste raciocínio, cabe uma breve diferenciação do 
contrato de representação de seguros para o contrato de representação comercial. 
O contrato de representação comercial é regulado pela Lei 4.886/1965 e sua 
aplicabilidade não é reconhecida nem mesmo por analogia aos contratos de 
representação de seguros. Este último é regulado pelas diretrizes da Superintendência 
de Seguros Privados (Susep) através de atos normativos próprios, bem como pelo 
Código Civil no que couber. 
Em complemento, constatamos a seguinte afirmação no acórdão em recurso 
especial proferido também no Supremo Tribunal de Justiça, pelo ministro relator Paulo 
de Tarso Sanseverino (“in memory”): 
“O contrato de representação de seguro não se confunde com a representação 
comercial, pois, enquanto o representante comercial deve transmitir as propostas 
e obter aprovação do representado, o representante de seguros atua sem vínculo 
de dependência, realizando contratos de seguro em nome da sociedade 
seguradora sem ter que lhe apresentar as propostas recebidas.”6 
O ministro destaca ainda um trecho de parecer do saudoso Min. Ruy Rosado 
constante nos autos: 
“A atividade do varejista na intermediação do seguro é regulada por um contrato 
atípico, não previsto na lei, subespécie do contrato de agência, submetido à 
normatização administrativa, que a distingue da agência e da representação. O 
intermediário que oferece o seguro, seja corretor profissional, seja o lojista da 
mercadoria, não é um representante comercial submetido à Lei 4.886/65, mas o 
representante de seguros regulados pela legislação própria acima 
mencionada, que dispõe sobre o sistema securitário.” 
 
3.3. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
Neste capítulo, abordaremos algumas características presentes nos contratos de 
representação de seguros, bem como aspectos importantes que devam ser levados em 
consideração para o objetivo deste trabalho. 
Com base nos extratos dos contratos de representação de seguro disponíveis das 
empresas AXA Seguros S/A, Tokio Marine Seguradora S.A, Zurich Minas Brasil Seguros 
S.A e Assurant Seguradora, encontramos o que se segue com base em um extrato de 
contrato de representação da Assurant Seguradora S.A. 
Partes do Contrato: Seguradora, na qualidade de Representada, e 
Representante de Seguros; 
Objeto do Contrato: Oferta e distribuição de seguros da Seguradora pelo 
Representante; 
Obrigações do Representante: Promover a oferta dos seguros aos seus Clientes 
com informações claras e ostensivas sobre as coberturas e exclusões do Seguro; 
 
6 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. Direito civil e processo civil. Competência. 
Cláusula de eleição de foro. Natureza do contrato. Representação do contrato de seguro. Oferta de seguro 
pelo varejista ao consumidor. Ausência de hipossuficiência. Cláusula mantida. Inaplicabilidade da Lei 
4.886/65, disciplinadora da representação comercial, ao contrato de representação de seguro. Acórdão em 
Recurso Especial n. 1.761.045 – DF. Assurant Seguradora S/A e Leolar Móveis e Eletrodoméstico Ltda. 
Relator Min. Paulo de Tarso Sanseverino. Dje 10 nov. 19. Ementa/Acórdão. RECURSO ESPECIAL. 
Documento 103041874 – Dje. Recurso Especial Provido. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-
dez-06/lei-representante-comercial-nao-vale-representante-seguro. Acesso em 12 de janeiro de 2023. 
Emissão dos bilhetes; Faturar e recolher os prêmios de seguro em nome da Seguradora; 
Receber aviso de sinistro e repassá-los à Seguradora; Receber pedido de cancelamento 
do seguro e emitir comprovante ao segurado; Processar e pagar reembolso do prêmio 
conforme orientações da Seguradora; Obter o preenchimento e assinatura pelo Segurado 
do Termo de Autorização de Cobrança de Prêmio de Seguro, quando aplicável; Orientar 
os Segurados e seus beneficiários sobre a oferta e vigência do seguro, e atos em caso 
de sinistro; Garantir o direito de arrependimento do cliente/segurado no prazo de até 7 
(dias) a contar da adesão da emissão do bilhete de seguro; Divulgar ao público sua 
condição de Representante da Seguradora, os números de SAC e Ouvidoria da 
Seguradora, por meio de painel visível mantido nos locais onde sejam vendidos os 
Seguros. 
Vedações ao Representante: Cobrar dos segurados ou de seus beneficiários 
quaisquer outros valores que não os prêmios do seguro; oferecer os Seguros em 
condições mais vantajosas para quem adquire seu produto ou seu serviço; vincular a 
contratação de Seguro à concessão de desconto ou à aquisição compulsória de qualquer 
outro produto seu ou serviço fornecido pelo mesmo; realizar, por sua própria conta, sem 
autorização da Seguradora, operações privativas da Seguradora. 
Deveres da Seguradora: Assumir as garantias previstas no Seguro; Auxiliar em 
treinamentos, capacitação e campanhas de incentivo junto à equipe do Representante; 
Manter um serviço de atendimento ao cliente (SAC); Monitorar e supervisionar as 
atividades do Representante no atendimento de Segurados e beneficiários; Manter em 
sua própria página na rede mundial de computadores, acessível a todos os interessados 
as seguintes informações: (I) razão social, nome fantasia, endereço da sede e número 
de inscrição no CNPJ do Representante; (II) endereços de todos os pontos de 
atendimento do Representante ao público e respectivos nomes e números de inscrição 
no CNPJ; (III) relação dos serviços que o Representante está autorizado a prestar em 
seu nome; e (IV) relação dos ramos de Seguro cuja oferta o Representante está 
autorizado a promover em nome da Seguradora; Prestar informações claras, precisas e 
adequadas acerca de direitos e obrigações relacionados ao Plano de Seguro ofertado. 
Exclusividade do Representante: O Representante é contratado em caráter de 
exclusividade, pelo prazo de vigência do Contrato, na forma definida em Contrato. 
Indenizações e Responsabilidades das Partes: Quaisquer das Partes 
indenizará a outra, contra eventuais danos causados a terceiros e entre si. 
Obrigações existentes após o término do contrato: O Representante abster-
se-á de promover novas vendas dos Seguros e as Partes deverão observar os direitos e 
obrigações existentes após o término do Contrato. 
Com as revogações e alteraçõestrazidas pela Res. CNSP Nº 431/2021, o extrato 
do contrato de representação de seguros deixou de ser obrigatório, portanto, o material 
acessado refere-se aos anos anteriores a vigência da resolução. 
O que constatamos neste extrato, são informações que o representante 
disponibilizava ao consumidor em relação aos poderes que lhe foram conferidos pela 
sociedade seguradora, tanto no local da venda do seguro, quanto na rede mundial de 
computadores quando se tratava da venda por meios remotos. 
 
4. DA CLÁUSULA PENAL/MULTA CONTRATUAL NOS CONTRATOS DE 
REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS 
Diante das inúmeras possiblidades das quais possam ocorrer a rescisão 
contratual, abordaremos especificamente a do término antecipado imotivadamente pelo 
representante. 
Conforme já abordado anteriormente, o contrato de representação de seguros é 
celebrado entre uma seguradora e um representante que fará a oferta de seguro ao 
consumidor final em nome da seguradora. 
Para que ocorra a possibilidade do término antecipado, é necessário que o 
contrato tenha vigência por prazo determinado e que, em sua grande maioria, é realizado 
um estudo financeiro e atuarial pela seguradora quanto aos valores que terá de receber 
durante aquele período de vigência. 
Este estudo, por sua vez, ocorre mediante a métodos matemáticos, estatísticos, 
de probabilidade, financeiros e outros. Tão logo, mensurará as chances de ocorrência de 
sinistro em um determinado produto/serviço, bem como o quanto a seguradora arcará 
com os pagamentos das indenizações além do valor que ela reterá de lucro com o 
presente contrato. 
De acordo com a Universidade de São Paulo – USP, a ciência atuarial e as 
indústrias de seguros fazem-se necessária pela necessidade de gestão de riscos desta 
última, diante disso: 
“Contudo, atualmente, entende-se que o atuário é muito mais do que um técnico, 
mas um gestor de riscos, apto a inserir-se em qualquer instância do ciclo de 
Gestão dos Riscos. Na graduação, o aluno é preparado para ser um profissional 
qualificado para identificar, analisar, mensurar/quantificar, eliminar, prevenir, 
mitigar, transferir, monitorar eventos que possam ter alguma consequência 
financeira adversa para pessoas ou empresas. 
Os estudos da atuária dividem-se em dois principais ramos: (i) vida, e (ii) não-
vida. O primeiro trata das questões de longo prazo envolvendo os seguros de 
pessoas, como morte precoce, aposentadoria, pensões e saúde. Já o segundo 
envolve temas ligados à modelagem de ativos (físicos ou financeiros), 
gerenciamento financeiro de empresas, desenhos de produtos e apreçamento de 
apólices de seguros patrimoniais, empresariais, financeiros, de responsabilidade 
e de capitalização.”7 
Nestas situações, os contratos de representação de seguros, preveem as 
possibilidades de multa compensatória ou não compensatória mediante o término 
antecipado pelo representante de forma imotivada. A seguradora possui formas de 
mensurar os ganhos que deveria ter recebido durante o período contratual, diante da 
gestão de riscos pela criação de fórmulas matemáticas criadas pelo atuarial, já que foi 
lesada e isso acarretará grandes perdas e danos para o seu negócio. 
Na hipótese de multa compensatória, não há valores de investimentos envolvidos, 
sendo assim, o estipulado na multa fará jus ao valor da obrigação principal. 
No caso da multa não compensatória, onde ocorre investimentos pela seguradora 
em prol do representante, a fim de que esses investimentos sejam amortizados durante 
um período mínimo de vigência do contrato assinado. Por assim, os investimentos 
 
7 USP (São Paulo). FEA. Contabilidade e Atuária: Bacharelado em Ciências Atuariais. In: O que são as 
Ciências Atuariais (Atuária). São Paulo, Brasil, 2005. Disponível em: 
https://www.fea.usp.br/contabilidade-e-atuaria/graduacao/bacharelado-em-atuaria/o-que-e-atuaria. 
Acesso em: 21 maio 2023. 
realizados acabaram por não serem amortizados, sendo gerados prejuízos em função da 
rescisão por mera conveniência, onde que apenas a estipulação da obrigação principal 
não será suficiente. 
Diante de decisão proferida pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, em 
recurso especial que tratava da rescisão unilateral e aplicabilidade da cláusula contratual, 
entendeu-se que mesmo na hipótese de um contrato que contenha cláusula permitindo 
rescisão injustificada por qualquer das partes, o rompimento deverá ser feito de forma 
responsável, com a avaliação dos investimentos promovidos por força do acordo e com 
base nos princípios da boa-fé e finalidade social do contrato. 
 
5. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS COMO TÍTULO 
EXECUTIVO 
O Código de Processo Civil, em seu art. 783, apresenta requisitos necessários 
para que um documento seja passível de execução (título executivo): 
 “Art. 783 - A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
 obrigação certa, líquida e exigível.” 
Em complemento, o art. 784 traz os títulos executivos extrajudiciais, entre eles “o 
documento particular assinado pelo devedor e 2 (duas) testemunhas”. 
No que diz respeito a obrigação certa, esta deverá estar estipulada no contrato e, 
ainda que não esteja expressamente mencionada, a obrigação preenche o requisito da 
certeza desde que quando da leitura do título for possível verificar a sua existência. 
Quanto a liquidez, trata-se da materialização da obrigação, neste caso, o seu 
objeto. Uma vez que for possível determinar o objeto daquela obrigação, esta será 
líquida, vale ressaltar o que se apresenta no art. 786 do CPC: “A necessidade de simples 
operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação 
constante do título". 
Por último, a exigibilidade é verificada pela data de vencimento da obrigação, por 
conseguinte, a obrigação deve estar vencida para ser passível de objeto de processo 
executivo. 
O art. 787 do CPC, faz menção a necessidade de o credor armazenar e ter sob 
seu controle o comprovante ou recibo em relação a quantia devidamente mutuada que o 
devedor recebeu, sob pena de extinção do processo: 
 "Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a 
 contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a 
 execução, sob pena de extinção do processo". 
Além disso, a previsão do art. 784, III do CPC, ao mencionar o instrumento 
particular assinado por duas testemunhas, preenche todos os requisitos da certeza, 
liquidez e exigibilidade, bem como da executividade. 
Mediante o exposto, temos no contrato de representação de seguros todos os 
requisitos preenchidos para que este seja um título executivo: (i) a obrigação é certa nos 
contratos dentro das obrigações previstas ao representante no contrato (ii) bem como o 
seu objeto está materializado, como podemos ver no extrato do contrato: “Objeto do 
Contrato: Oferta e distribuição de seguros da Seguradora pelo Representante” e, por 
último (iii) sua exigibilidade poderá ser verificada pela vigência do contrato. 
 
6. DA AÇÃO MONITÓRIA 
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base 
em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor 
capaz: 
I - O pagamento de quantia em dinheiro; 
II - A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.” 
A ação monitória está inserida dentro do contexto das tutelas jurisdicionais 
diferenciadas, onde estas objetivam propiciar maior efetividade ao processo, tendo em 
vista que o processo comum seria ineficaz para o mérito pretendido. 
Nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco a “tutela jurisdicional diferenciada é 
a proteção concebida em via jurisdicional mediante meios processuais particularmente 
ágeis e com fundamento em uma cognição sumária.” 8Assim entendida como àquela que 
busca a efetividade do processo de maneira mais completa possível,onde os 
instrumentos tradicionais não são capazes de promover os efeitos desejados. 
Em complementação, como anota Cruz e Tucci: “(...)dentre essas espécies de 
tutela jurisdicional diferenciada, visando, em última análise, à obtenção de prestação 
jurisdicional eficaz, tem granjeado acentuado relevo na atualidade o emprego da técnica 
de procedimento monitório ou injuntivo (...)” e ainda, “ (...) porque o procedimento 
monitório responde ao reclamado de tutelar prontamente o direito subjetivo do credor 
desprovido de título executivo, sem que seja necessária a submissão de sua pretensão 
a prévio processo de conhecimento.” 9 
Em síntese, a ação monitória opera como um atalho dentro do âmbito judicial, 
permite que um credor de um bem ou de uma determinada quantia em dinheiro possa 
cobrar o que lhe é devido sem a necessidade de recorrer pelo trâmite de uma ação de 
execução judicial. Em suma, trata-se de um procedimento especial de cobrança 
destinado a abreviar a formação de título executivo. 
Posto isto, nos deparamos com um instrumento que objetiva agilizar a satisfação 
ao autor quanto ao seu direito de recebimento de crédito, entrega do bem ou obrigação 
de fazer ou não fazer, uma vez que apresentada a prova escrita, sem eficácia de título 
judicial, o juiz entende ser válida reconhecendo o direito do autor. 
Tão logo com o intuito de gerar menos custas processuais tornando a ação mais 
vantajosa para as partes, nos deparamos com a possibilidade mais ágil do credor em 
exigir o pagamento de quantia em dinheiro prevista em contrato, no qual, a parte 
devedora anuiu com as obrigações ali previstas, tornando o contrato uma prova escrita e 
explícita para o autor exigir seu adimplemento. 
 
 
8 DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 4ª edição. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1994. 90-164 p. 
9 CRUZ E TUCCI, José Rogério. Ação Monitória: Lei 9.079, de 14.7.1995. 3. ed. rev. atual. e aum. São 
Paulo, Brasil: Revista dos Tribunais, 2001. 142 p. ISBN 8520320678. 
6.1. EVOLUÇÃO DA AÇÃO MONITÓRIA 
Dentro do direito medieval italiano, havia a possibilidade, para determinados 
créditos não constantes em documentos, o uso de não citar em juízo o devedor, mas sim 
de obter diretamente do juiz a ordem de prestação que ensejava a execução (mandatum; 
praeceptum de solvendo), conforme informa Chiovenda, citado por Carreira Alvim. Diante 
isso, o instrumento era justificado e acompanhado pela cláusula de que, “se o devedor 
se propusesse a alegar exceções, podia opô-las dentro de certo prazo.” 10 
Haveria por assim, a possibilidade da ação “Decendiária” ou da “Assinação de dez 
dias”. Neste processo, o devedor era citado para comprovar o pagamento da dívida ou 
ainda efetuar o seu pagamento, bem como apresentar embargos. 
Nas palavras do desembargador Wilson Marques: “A ação de assinação de dez 
dias, ou ação decendiária, introduzida no velho direito português, pelas Ordenações 
Manoelinas, e no direito brasileiro, pelo Regulamento 737, de 25 de outubro de 1.850, 
descende desse procedimento monitório medieval italiano. Nesta ação - de assinação ou 
decendiária - o réu era citado para, em dez dias, pagar ou apresentar quitação da dívida, 
ou, então, apresentar embargos que o relevassem da condenação.”11 
Em seus embargos, poderia o devedor alegar qualquer meio de defesa que 
tivesse, além do pagamento, como a falsidade, nulidade do instrumento, ilegitimidade da 
parte, compensação, simulação, prescrição, etc. 
Na hipótese de sentença proferida na assinação de dez dias, não caberia apelação 
com efeito suspensivo, apenas devolutivo, exceto no caso de os embargos serem 
recebidos sem condenação e, ao final, fossem julgados não provados. 
Pelo direito moderno, podemos entender que tais processos monitórios dividem-
se em (i) processo monitório documental, que possui a exigência do autor se fundar em 
 
10 DA SILVA, Cristiane Zanardo Lourenço; PECCIN, Cristiane. Ação Monitória. 2001. ed. Curitiba, JM: [s. 
n.], 2001. 111 p. ISBN 8586269288. 
11 MARQUES, Wilson. A Ação Monitória: (Artigo 1.102 a. b. e c. do Código de Processo Civil, introduzido 
pela Lei n° 9.079, de 14.07.95). Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ: Revista 
doutrinária destinada ao enriquecimento da cultura jurídica do País., Rio de Janeiro, ano 1998, v. 1, ed. 1, 
p.84-100, 1998. Disponível em: 
https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista01/revista01_84.pdf. Acesso em: 5 abr. 
2023. 
documentos (Mandatsverfahrem, do direito austríaco) e, (ii) processo monitório não 
documental (Mahnverfahrem, do direito austríaco e Rechtsbot, do direito suíço), o que 
não se exige que o autor se funde em prova documental. 
Outrossim, o processo monitório no modelo austríaco, baseia-se apenas em atos 
públicos ou escrituras particulares autenticadas, já no modelo italiano e brasileiro, este 
processo poderá fundar-se em “qualquer prova escrita”, alargando, por assim, o seu 
campo de atuação. 
O nosso direito já reconhecia o Procedimento Decendiário (assinação de dez 
dias), o qual fora introduzido à legislação através das Ordenações Filipinas com vigência 
de 1603 a 1643. 
Mesmo após a independência, passamos por anos seguindo os mesmos tipos de 
procedimentos de Portugal, razão pela qual o regime jurídico da ação decendiária 
perdurou por anos. 
Posteriormente, o art. 246 do Regulamento n° 737 de 1850, trouxe em sua redação 
a assinação de dez dias, prevendo: “Conste esta ação na assinação judicial de dez dias 
para o réu pagar, ou dentro deles alegar e comprovar os embargos que tiver”. 
Diante da Carta Constitucional de 1891, por meio da qual, foi transferida aos 
Estados a competência quanto a legislar sobre matéria processual, os estados de São 
Paulo, através do Código de Processo Civil e Comercial, bem como a Bahia, em seu 
Código de Processo, passaram a regulamentar a ação decendiária. 
Contudo, com o advento do Código de Processo Civil de 1939, não houve menção 
a ação de assinação, permanecendo por assim a indiferença na Codificação de 1973, 
deixando por assim, o Direito Processual Brasileiro sem qualquer procedimento 
semelhante por mais de cinquenta anos. 
Houve, por assim, a necessidade de um procedimento que viabilizasse o fácil 
acesso do credor ao judiciário, sem a exigência de um longo trâmite processual. Mediante 
isso, a Ação Monitória foi reintroduzida ao Direito Processual. 
Por fim, a ação monitória, também denominada de “procedimento monitório” ou de 
“procedimento de injunção”, foi acrescentada ao Código de Processo Civil de 1973, em 
1995 pela Lei n° 9079 de 14 de julho de 1995 e, trazia suas disposições nos artigos 
1.102a, 1.102b e 1.103c e seus parágrafos, da seguinte forma: 
 
“Art. 1.102-A - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova 
escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega 
de coisa fungível ou de determinado bem móvel. 
Art. 1.102-B - Estando a petição inicial devidamente instruída, o Juiz deferirá de 
plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo 
de quinze dias. 
Art. 1.102-C - No prazo previsto no art. 1.102-B, poderá o réu oferecer embargos, 
que suspenderão a eficácia do mandado inicial. Se os embargos não forem 
opostos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-
se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo-se na forma do Livro 
I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei. 
§ 1º - Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de custas e honorários 
advocatícios. 
§ 2º - Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão 
processados nos próprios autos, pelo procedimento ordinário. 
§ 3º - Rejeitados os embargos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo 
judicial, intimando-se o devedor e prosseguindo-se na forma prevista no Livro I, 
Título VIII, Capítulo X, desta Lei.” 
 
Quanto ao procedimento, explica Nelson Nery Júniore Rosa Maria de Andrade 
Nery: “(...) o procedimento utilizado na ação monitoria é um rito especial que é 
denominado procedimento de cognição sumária, sendo assim este procedimento não 
possui a delonga do processo de conhecimento onde é necessária que seja a sentença 
de mérito transitada em julgando para se obter o processo executivo, sendo que este 
procedimento tem como objetivo a celeridade do andamento processual.”12 
Na visão de Humberto Theodoro Júnior, à época da vigência do antigo Código de 
Processo Civil, ressaltou: “O procedimento ora examinado, recebe as denominações de 
monitório ou injuntivo, justamente porque em vez de iniciar-se por uma citação do réu 
para defender-se, inicia-se por uma ordem expedida pelo magistrado determinando ao 
devedor que pague a dívida em prazo determinado.” 13 
 
12 NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil comentado e 
legislação extravagante. 7. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. 
13 THEODORO JÚNIOR, Humberto. O processo civil brasileiro: no limiar do novo século. 1999. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 1999. 291 p. v. VII. ISBN 853090835x. 
Por conseguinte, a ação monitória prevaleceu sem novas alterações nos anos 
posteriores, trazendo consigo o amparo judicial aos credores para a sua propositura, mas 
que ainda assim, apresentava oportunidades de melhoria conforme o desenvolvimento 
das relações comerciais. 
Com o advento do CPC/2015, houve modificações importantes neste 
procedimento, como por exemplo, a possibilidade de o credor comprovar o direito por 
meio de prova oral documentada, o que antes não era possível pelo CPC/73, apenas a 
prova escrita, bem como a admissibilidade da ação monitória em face da Fazenda Pública 
(art. 700, § 6°) e a conversão automática da ação em título executivo extrajudicial, se o 
devedor não apresentar embargos monitórios (art. 701, § 2°). Além de súmulas do 
Supremo Tribunal de Justiça com a finalidade de garantir embasamentos, doutrinas e 
jurisprudências a este procedimento – Súmulas n° 247, 282, 292, 299, 339, 384, 503, 504 
e 531 do STJ. 
 
6.2. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PARA PROPOSITURA DA AÇÃO 
MONITÓRIA 
Conforme dispõe o artigo 700 do Código de Processo Civil, há três pré-requisitos 
que se fazem necessários para que a ação monitória possa ser ajuizada, são eles: a 
capacidade do devedor, a existência de uma prova escrita e que a mesma não tenha 
eficácia de título executivo. Não obstante a isso, o autor deverá demonstrar na petição 
inicial o valor que lhe é devido, corrigido e/ou o conteúdo patrimonial ou o proveito 
econômico, conforme parágrafo 2° do art. 700. 
No que diz respeito a capacidade do devedor, este deverá ser totalmente capaz 
perante a lei. Se o devedor for incapaz, não há a possibilidade do ajuizamento da ação 
uma vez que ensejaria discussão quanto a proteção deste perante o processo. 
Pela existência de prova escrita, é imprescindível para o credor comprovar que 
pode cobrar o devedor. Mediante a isso, há o reconhecimento por parte do devedor, 
podendo ser o pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou 
infungível ou de bem móvel e, ainda, o adimplemento de obrigação de fazer ou de não 
fazer. 
Como uma das principais mudanças trazidas pelo Código de Processo Civil de 
2015, há, atualmente, a possibilidade também da flexibilização da prova escrita, que de 
acordo com parágrafo 1° do art. 700, poderá ser uma prova oral documentada: 
“§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos 
do art. 381”. 
O art. 381, por sua vez, regula a produção antecipada de provas: 
“Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: 
I – Haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a 
verificação de certos fatos na pendência da ação; 
II – A prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou 
outro meio adequado de solução de conflito; 
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de 
ação”. 
Por último, quanto a não ter a eficácia de título executivo, trata-se da prova da qual 
se possa extrair o reconhecimento da pretensão posta em juízo. 
Segundo em acórdão proferido pela relatora Sandra Galhardo Esteves, no 
Tribunal de Justiça de São Paulo, “a prova escrita sem eficácia de título executivo, é 
aquela situada num campo intermediário entre a prova documenta exigida para a 
execução e a prova meramente indiciária, suficiente ao ajuizamento de uma ação pelo 
procedimento comum; deve ser apta para persuadir o julgador quanto a verossimilhança 
das alegações do autor.”14 
Na hipótese de o credor possuir uma prova escrita com eficácia de título executivo, 
como no caso dos contratos desde que devidamente assinados, caberá a execução 
 
14 BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Monitória. Autor que não dispõe de prova escrita 
sem eficácia de título executivo. Cheque emitido por terceiro (pai do autor) em favor do réu (irmão do autor). 
Pretensão dirigida ao credor em valor estampado na cártula. Ausência de interesse processual. Recurso 
de Apelação. Apelação não provida. Apelante: Luiz Fernandes Gonçalves Neto. Apelado: Márcio Leandro 
Vaz Fernandes Siqueira. Relatora Desembargadora Sandra Galhardo Esteves. Dje 08 jan. 18. 
Ementa/Acórdão. Recurso de Apelação. Apelação não provida. Disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-sp/534495214/inteiro-teor-534495232. Acesso em 22 de 
maio de 2023. 
judicial e não a ação monitória. Em suma, a monitória consiste em um processo de 
conhecimento, não propriamente de execução. 
 
7. AJUIZAMENTO DA AÇÃO MONITÓRIA NOS CONTRATOS DE 
REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS POR TÉRMINO ANTECIPADO 
Diante da possibilidade de a seguradora exigir do representante o pagamento ao 
que diz respeito a multa contratual compensatória ou não compensatória, pelo término 
antecipado do contrato, dependendo dos investimentos realizados ou não, seria cabível 
a ação monitória com o único intuito da seguradora receber o que lhe é devido sem a 
necessidade de ocorrer um processo de conhecimento? 
Perante a construção de raciocínio demostrada no presente trabalho, podemos 
citar que em regra, não é possível a exigência do credor quanto ao pagamento de quantia 
em dinheiro, entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel ou, ainda, 
o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer se a prova escrita (o “Contrato”) 
possuir caráter de título executivo. 
Conforme expõe Luiz Rodrigues Wambier, no caso de o credor pretender a via 
monitória, com um título executivo, este estaria esgueirando-se da finalidade da proposta 
ao adotar esta via processual: “Além disso, a prova escrita apresentada não pode, em si 
mesma, ter força de título executivo. Sendo a finalidade do processo monitório a geração 
de um título executivo rapidamente, seu emprego é inútil por aqueles que já detém tal 
título. Por isso, a lei expressamente vedou o uso do procedimento monitório nesses 
casos.” 15 
Mediante a isso, entende-se que os contratos de representação de seguros 
cumprem todos os requisitos cabíveis de fazê-lo um título executivo, portanto, as 
possibilidades para o ajuizamento da ação com a finalidade de exigir o 
 
15 WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil Processo Cautelar e 
Procedimentos Especiais. Volume III. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. 347 p. 
cumprimento/pagamento de quantia certa seria através da ação de execução ou da ação 
de cobrança. 
Entretanto, durante a pesquisa deste assunto para aprofundamento do trabalho a 
fim de chegar à conclusão da possibilidade ou não da ação monitória nos contratos de 
representação de seguros pelo término antecipado, verificou-se o caso abaixo que 
discorre de uma situação prática do que fora teoricamente abordado nesta pesquisa. 
Trata-se de uma ação monitória ajuizadapor uma seguradora em face de um 
representante de seguros em face do término antecipado do contrato, uma vez que o 
contrato celebrado entre as partes de “Seguro Garantia Estendida” teria o prazo de 
vigência de 5 (cinco) anos. 
A seguradora apresentou a multa contratual ao representante que estabelece que 
a parte que requerer o seu término imotivado ficaria obrigada a notificar a parte contrária 
com antecedência mínima de 90 (noventa) dias, bem como arcaria com o pagamento de 
multa não compensatória em valor equivalente a 3 (três) vezes a medida do faturamento 
dos 12 (doze) meses anteriores a sua rescisão. 
Por assim, nos deparamos com um contrato de representação de seguros, 
celebrado entre as partes, o qual previa o objeto a comercialização do Seguro de Garantia 
Estendida através da oferta e promoção do seguro garantido pela seguradora. 
Para segurança das partes, o contrato previa a cláusula penal ou multa contratual 
pelo término imotivado do contrato através da aplicação de multa não compensatória a 
parte que desse fim ao instrumento. 
Foram apresentados os devidos embargos monitórios pelo representante no 
sentido de que o término não teria sido imotivado e sim que ocorreram diversas inúmeras 
falhas da seguradora durante a execução do contrato, bem como considerava a multa 
manifestamente excessiva, devendo ser reduzida sob alegação de ter cumprido as 
obrigações contratuais por 4 (quatro) anos, com base no art. 413 do Código Civil, que 
dispõe: 
“Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a 
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade 
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do 
negócio.” 
Diante disso, foi dada sentença que julgou o pedido pela seguradora parcialmente 
procedente, nos seguintes termos: 
“1. (...) JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES o pedido do Requerente, para 
o fim de constituir, de pleno direito, o título executivo judicial, no valor de 30% 
(trinta por cento) do valor correspondente à (três) vezes a média do valor do 
faturamento dos últimos 12 (doze) meses anteriores ao mês da rescisão, valor 
este que deverá ser apurado através de liquidação de sentença, nos termos do 
art. 509, inciso I do CPC. 
1.1. O valor deverá ser corrigido monetariamente, pela média dos índices do IGP-
M/INPC, desde a data da citação, bem como de juros de mora à razão de 1% ao 
mês (art. 406 do Código Civil, c/c art. 161, § 1º do Código Tributário Nacional), 
contados a partir da citação. 
2. Por fim, considerando que os litigantes foram reciprocamente sucumbentes, 
condeno-os ao pagamento das custas e despesas processuais, na proporção de 
50% para cada uma das partes (art. 86, do CPC/2015). 
2.1. Condeno, ainda, a parte autora ao pagamento de honorários advocatícios 
em favor da parte adversa, estes arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor 
atualizado da causa, tendo em vista a simplicidade da demanda e o tempo exigido 
para o serviço, nos termos do disposto no art. 85, §2º, do Código de Processo 
Civil/2015, atentando-se aos benefícios da justiça gratuita deferidos. 
2.2. Considerando a sucumbência recíproca, condeno, ainda, a parte ré ao 
pagamento de honorários advocatícios em favor da parte adversa estes 
arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, tendo em 
vista a simplicidade da demanda e o tempo exigido para o serviço, nos termos do 
disposto no art. 85, §2º, do Código de Processo Civil/2015. 
2.3. Deixo de compensar os honorários de sucumbência com fundamento no art. 
85, § 14, do CPC/2015.3. 
3.Transitada em julgado, certifique-se e cumpra-se o disposto na parte final do 
art.1.102, “c”, § 3º, do CPC. “§ 3º. Rejeitados os embargos, constituir-se-
á, de pleno direito, o título executivo judicial, intimando-se o devedor e 
prosseguindo-se na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, desta 
Lei”.16 
 
16 BRASIL. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE 
REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS. SEGURO GARANTIA ESTENDIDA. RESCISÃO ANTECIPADA 
ANTES DO TERMO PACTUADO. PRETENSÃO DE COBRANÇA DE MULTA CONTRATUAL. 
EMBARGOS MONITÓRIOS ACOLHIDOS EM PARTE PARA REDUZIR O VALOR DA MULTA COM 
FUNDAMENTO NO ART. 413 DO CC. INSURGÊNCIA DE AMBAS AS PARTES. APELAÇÃO DA RÉ (01): 
PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA SOB A ALEGAÇÃO DE QUE A RESCISÃO FOI 
MOTIVADA. DESCABIMENTO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL ENVIADA QUE NÃO FAZ QUALQUER 
ALUSÃO SOBRE A RESCISÃO SER MOTIVADA. ALEGAÇÃO DE FALHAS DA EXECUÇÃO DO 
CONTRATO. NÃO COMPROVAÇÃO. SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM DESCUMPRIMENTO 
CONTRATUAL DA SEGURADORA. REDUÇÃO DA MULTA. CABIMENTO. INTELIGÊNCIA DO ART. 413 
DO CÓDIGO CIVIL. ALEGAÇÃO DE DESCABIMENTO DA MULTA EM RAZÃO DA SUA 
EXCESSIVIDADE. NÃO ACOLHIMENTO. REDUÇÃO JÁ EFETIVADA QUE AFASTA QUALQUER 
EXCESSIVIDADE. INADEQUAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA MULTA. NÃO CONSTATADA. ISENÇÃO 
Da sentença, as partes interpuseram embargos de declaração, os quais foram 
rejeitados. E, posteriormente ambas interpuseram recurso de apelação. 
Diante dos recursos de apelações postulados por ambas as partes, foi proferida 
sentença que julgou o recurso parcialmente provido quanto a apelação da ré 
(representante) no sentido de “reduzir a multa para 17% do valor correspondente a (três) 
vezes a média do valor do faturamento dos últimos 12 (doze) meses anteriores ao mês 
da rescisão, cujo valor deverá ser apurado em liquidação sentença, nos termos da 
fundamentação, com readequação da sucumbência. Por outro lado, voto no sentido de 
conhecer e negar provimento ao recurso interposto pela autora.” 
Mediante a sentença, a seguradora entrou com agravo em recurso especial no 
Superior Tribunal de Justiça e, antes de ter a decisão, foi apresentado perante o tribunal 
o acordo entre as partes e o mesmo fora homologado pelo STJ. 
Ora, nos deparamos com um processo que teve toda a sua tramitação baseada 
no ajuizamento de ação monitória em um contrato que preenche o requisito para ser um 
título executivo, o que não ocorreu através de uma ação de execução ou de cobrança, 
tão pouco foi mencionado pelos magistrados a impossibilidade deste, tendo a ação 
seguido mesmo que com a homologação do acordo entre as partes. 
 
DA SUCUMBÊNCIA. DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. READEQUAÇÃO 
DA SUCUMBÊNCIA CONFORME O PROVEITO ECONÔMICO OBTIDO NA DEMANDA. RECURSO 
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA AUTORA (02): PRETENSÃO DE 
CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DO VALOR INTEGRAL DA MULTA. INVOCAÇÃO DA 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. NÃO ACOLHIMENTO. POSSIBILIDADE DE 
REDUÇÃO DA MULTA CONTRATUAL CASO A OBRIGAÇÃO TENHA SIDO PARCIALMENTE 
ADIMPLIDA, OU CASO A PRESTAÇÃO SEJA MANIFESTAMENTE EXCESSIVA. INTELIGÊNCIA DO 
ARTIGO 413 DO CÓDIGO CIVIL. CASO CONCRETO EM QUE O VALOR INTEGRAL DA MULTA É 
EXCESSIVA CONSIDERANDO O TEMPO EM QUE O CONTRATO FOI EXECUTADO E O VOLUME DE 
TRANSAÇÕES MENSAIS QUE BENEFICIARAM A AUTORA DURANTE A EXECUÇÃO DO CONTRATO. 
ACERTO DA SENTENÇA EM REDUZIR A MULTA, SALVO QUANTO O SEU PERCENTUAL. 
HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Acórdão em 
Recurso de Apelação - PR. Móveis Romera Ltda. E AIG Seguros Brasil S/A. Relator Ministro Marco Antônio 
Antoniasi. 12 de nov. 2020. Ementa/Acórdão. RECURSO DE APELAÇÃO. Disponível 
em:https://consulta.tjpr.jus.br/projudi_consulta/processo/consultaPublica.do?_tj=8a6c53f8698c7ff76db304
7d195cb6a50a1e92401abc5a7846c8e7c78e914c1bb9d3b598230995f6ef7258927ce445650e5c13d2fb3b
a1436b5502aca29ec9fa. Acesso em 13 de fevereiro de 2023. 
Pode-se dizer que o juízo realizado foi o da oportunidade e conveniência, 
acarretando por assim, um ato discricionário adotado pelo juiz que deixou prosseguir pela 
ação monitória no que se apresentou. 
Não obstante a limitação de estudo deste caso em concreto, verifica-se que em 
julgamento ao recurso especial n° 981.440, o Superior Tribunal de Justiça, estruturou o 
entendimento deque a opção de escolha de procedimento não deverá ser impedida 
enquanto não trouxer qualquer tipo de prejuízo a parte contrária. 
Ante o exposto, dizemos em síntese que se o autor opta por seguir em um rito 
mais célere, o qual lhe permitirá maior gasto probatório e em nada o réu será prejudicado, 
portanto não caberá razão para obrigá-lo a utilizar outro procedimento, nesse sentido: 
“Assim como a jurisprudência da Casa é firme acerca da possibilidade de 
propositura de ação de conhecimento pelo detentor de título executivo - uma vez 
não existir prejuízo ao réu em procedimento que lhe franqueia ampliados meios 
de defesa -, pelos mesmos fundamentos o detentor de título executivo 
extrajudicial poderá ajuizar ação monitória para perseguir seus créditos, não 
obstante também o pudesse fazer pela via do processo de execução.” 17 
Posto isto, há de se levar em consideração que mesmo que o contrato 
(documento) contenha os requisitos que o tornem uma eficácia executiva, poderá este 
servir para o ingresso da ação monitória, porque consiste em uma faculdade colocada a 
favor do credor. Não restará por assim, justificativa que impeça a pretensão do titular de 
documento hábil a execução, uma vez que não haverá prejuízo ao réu. 
Não obstante a isso, a escolha do rito é garantida com base nos princípios da 
ampla defesa e do acesso à justiça, de forma que conferem ao autor a possibilidade de 
optar pelo melhor rito que lhe possa atender. 
 
17 BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
MONITÓRIA APARELHADA POR NOTAS PROMISSÓRIAS NÃO PRESCRITAS. ADEQUAÇÃO DA VIA 
ELEITA, EMBORA POSSÍVEL O AJUIZAMENTO DE PROCESSO DE EXECUÇÃO. Assim como a 
jurisprudência da Casa é firme acerca da possibilidade de propositura de ação de conhecimento pelo 
detentor de título executivo - uma vez não existir prejuízo ao réu em procedimento que lhe franqueia 
ampliados meios de defesa -, pelos mesmos fundamentos o detentor de título executivo extrajudicial poderá 
ajuizar ação monitória para perseguir seus créditos, não obstante também o pudesse fazer pela via do 
processo de execução. Precedentes. Recurso especial parcialmente provido. Recurso Especial n° 981.440. 
Companhia Zaffari Comércio e Indústria e Xantomy Modas e Acessórios Ltda. Relator Min. Luis Felipe 
Salomão, publicado em 12 de abr. de 2012. Disponível 
em:https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipoPesquisa=tipoPesquisaNumeroRegistro&termo=200
701999490&totalRegistrosPorPagina=40&aplicacao=processos.ea. Acesso em: 15 de maio de 2023. 
CONCLUSÃO 
Mediante a necessidade de compreender um pouco melhor a aplicabilidade da 
ação monitória em casos práticos, especificamente nos contratos de representação de 
seguro, que ainda são pouco explorados e conceituados, verificou-se a existência de 
vários procedimentos passíveis de serem adotados à luz do que apresenta o Código de 
Processo Civil, bem como dos procedimentos que visam a pretensão das partes na 
resolução de uma lide que necessite da prestação jurisdicional célere e efetiva. 
Procedimentos estes, instaurados partes e pelo judiciário com a finalidade de 
resolução de conflitos. Tais procedimentos estão classificados em (i) procedimento 
comum, o qual poderá ser ordinário e sumário e, (ii) os procedimentos especiais, os quais 
poderão ser de jurisdição voluntaria ou contenciosa, nesta última prevista a ação 
monitória. 
Verificou-se por assim, a possibilidade do ajuizamento da ação monitória nos 
contratos de representação de seguros na ocasião do término antecipado, ainda que não 
seja um entendimento absoluto, mas que para algumas demandas haveria a capacidade 
de se adequar a ritos diferentes. 
Parte da doutrina entende que o procedimento utilizado deverá ser o demostrado 
na legislação para a situação ser julgada com fundamentação. Por assim, entende-se 
que caberá o estudo em isolado do caso partindo-se dos princípios da economia 
processual, uma vez que deverá ser escolhida a menos onerosa às partes e ao Estado, 
além da ampla defesa e do acesso à justiça. 
Haja vista que, uma vez que o credor obtenha o título executivo apenas é de seu 
direito o cumprimento daquela obrigação contratualmente prevista e demonstrado o 
interesse de um rito mais célere que não ponha prejuízos a parte contrária, não seria 
razoável obrigar o pretendente a utilizar esta ou àquela forma de procedimento a título 
de nulidade. 
Contudo, este procedimento encontra objeção por grande parte da doutrina, no 
sentido de a ação monitória ser exclusiva aos documentos escritos sem força executiva, 
o que a torna um ato vinculado e não discricionário, ou seja, a autoridade a aplicará 
quando preenchidos os requisitos legais, na qual não há a realização de um juízo de 
conveniência e oportunidade, o que é estabelecido aos atos discricionários. 
Portanto, ainda que pouco explorada é passível um prévio estudo do ajuizamento 
de ação monitória nos contratos de representação de seguro pelo término antecipado, 
observada a necessidade de o réu não correr em algum tipo de prejuízo, além de expandir 
as possibilidades para resolução da lide no que tange ao princípio da efetividade e da 
adequação, bem como quanto a atos discricionários aplicados em juízo, como diz 
Marinoni: “a compreensão desse direito depende da adequação da técnica processual a 
partir das necessidades do direito material. Se a efetividade requer a adequação e a 
adequação deve trazer efetividade, o certo é que os dois conceitos podem ser 
decompostos para melhor explicar a necessidade de adequação da técnica às diferentes 
situações de direito substancial.” 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 MARIONI, Luiz Guilherme. O direito à tutela jurisdicional efetiva na perspectiva da teoria dos direitos 
fundamentais. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 9, n.378, 20 jul. 2004. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/5281/o-direito-a-tutela-jurisdicional-efetiva-na-perspectiva-da-teoria-dos-
direitos-fundamentais. Acesso em 05 de maio de 2023. 
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Hipossuficiência. Ausência. Acórdão em Recurso Especial n. 1.897.114 – PA. Assurant 
Seguradora S/A e Leolar Móveis e Eletrodomésticos Ltda. Relatora Min. Nancy Andrighi. 
DJ, 10 ago. 21. Acórdão. RECURSO ESPECIAL. Documento 132868102 – Dje. Recurso 
Especial Provido. Disponível em: 
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/05102021Turmaafast
ahipossuficienciaeconfirmavalidadedeeleicaodeforopactuadaemcontratoderepresentaca
odeseg.aspx#:~:text=A%20relatora%20do%20recurso%2C%20ministra,%E2%80%93%
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. Direito civil e processo civil. 
Competência. Cláusula de eleição de foro. Natureza do contrato. Representação do 
contrato de seguro. Oferta de seguro pelo varejista ao consumidor. Ausência de 
hipossuficiência. Cláusula mantida. Inaplicabilidade da Lei 4.886/65, disciplinadora da 
representação comercial, ao contrato de representação de seguro. Acórdão em Recurso 
Especial n. 1.761.045 – DF. Assurant Seguradora S/A e Leolar Móveis e Eletrodoméstico 
Ltda. Relator Min. Paulo de Tarso Sanseverino. Dje 10 nov. 19. Ementa/Acórdão. 
RECURSO ESPECIAL. Documento 103041874 – Dje. Recurso Especial Provido. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-dez-06/lei-representante-comercial-nao-
vale-representante-seguro. Acesso em 12 de janeiro de 2023. 
 
 
 
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Monitória. Autor que não dispõe 
de prova escrita sem eficácia de título executivo. Cheque emitido por terceiro (pai do 
autor) em favor do réu (irmão do autor).Pretensão dirigida ao credor em valor estampado 
na cártula. Ausência de interesse processual. Recurso de Apelação. Apelação não 
provida. Apelante: Luiz Fernandes Gonçalves Neto. Apelado: Márcio Leandro Vaz 
Fernandes Siqueira. Relatora Desembargadora Sandra Galhardo Esteves. Dje 08 jan. 
18. Ementa/Acórdão. Recurso de Apelação. Apelação não provida. Disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-sp/534495214/inteiro-teor-534495232. 
Acesso em 22 de maio de 2023. 
 
BRASIL. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. AÇÃO MONITÓRIA. 
CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO DE SEGUROS. SEGURO GARANTIA 
ESTENDIDA. RESCISÃO ANTECIPADA ANTES DO TERMO PACTUADO. 
PRETENSÃO DE COBRANÇA DE MULTA CONTRATUAL. EMBARGOS MONITÓRIOS 
ACOLHIDOS EM PARTE PARA REDUZIR O VALOR DA MULTA COM FUNDAMENTO 
NO ART. 413 DO CC. INSURGÊNCIA DE AMBAS AS PARTES. APELAÇÃO DA RÉ (01): 
PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA MULTA SOB A ALEGAÇÃO DE QUE A 
RESCISÃO FOI MOTIVADA. DESCABIMENTO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
ENVIADA QUE NÃO FAZ QUALQUER ALUSÃO SOBRE A RESCISÃO SER 
MOTIVADA. ALEGAÇÃO DE FALHAS DA EXECUÇÃO DO CONTRATO. NÃO 
COMPROVAÇÃO. SITUAÇÕES QUE NÃO CONFIGURAM DESCUMPRIMENTO 
CONTRATUAL DA SEGURADORA. REDUÇÃO DA MULTA. CABIMENTO. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 413 DO CÓDIGO CIVIL. ALEGAÇÃO DE DESCABIMENTO 
DA MULTA EM RAZÃO DA SUA EXCESSIVIDADE. NÃO ACOLHIMENTO. REDUÇÃO 
JÁ EFETIVADA QUE AFASTA QUALQUER EXCESSIVIDADE. INADEQUAÇÃO DA 
BASE DE CÁLCULO DA MULTA. NÃO CONSTATADA. ISENÇÃO DA SUCUMBÊNCIA. 
DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. READEQUAÇÃO DA 
SUCUMBÊNCIA CONFORME O PROVEITO ECONÔMICO OBTIDO NA DEMANDA. 
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA AUTORA (02): 
PRETENSÃO DE CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DO VALOR INTEGRAL DA 
MULTA. INVOCAÇÃO DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. 
NÃO ACOLHIMENTO. POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DA MULTA CONTRATUAL 
CASO A OBRIGAÇÃO TENHA SIDO PARCIALMENTE ADIMPLIDA, OU CASO A 
PRESTAÇÃO SEJA MANIFESTAMENTE EXCESSIVA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 
413 DO CÓDIGO CIVIL. CASO CONCRETO EM QUE O VALOR INTEGRAL DA MULTA 
É EXCESSIVA CONSIDERANDO O TEMPO EM QUE O CONTRATO FOI EXECUTADO 
E O VOLUME DE TRANSAÇÕES MENSAIS QUE BENEFICIARAM A AUTORA 
DURANTE A EXECUÇÃO DO CONTRATO. ACERTO DA SENTENÇA EM REDUZIR A 
MULTA, SALVO QUANTO O SEU PERCENTUAL. HONORÁRIOS RECURSAIS. 
CABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Acórdão em Recurso de 
Apelação - PR. Móveis Romera Ltda. E AIG Seguros Brasil S/A. Relator Ministro Marco 
Antônio Antoniasi. 12 de nov. 2020. Ementa/Acórdão. RECURSO DE APELAÇÃO. 
Disponível 
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8698c7ff76db3047d195cb6a50a1e92401abc5a7846c8e7c78e914c1bb9d3b598230995f
6ef7258927ce445650e5c13d2fb3ba1436b5502aca29ec9fa. Acesso em 13 de fevereiro 
de 2023. 
 
BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA APARELHADA POR NOTAS PROMISSÓRIAS NÃO 
PRESCRITAS. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA, EMBORA POSSÍVEL O AJUIZAMENTO 
DE PROCESSO DE EXECUÇÃO. Assim como a jurisprudência da Casa é firme acerca 
da possibilidade de propositura de ação de conhecimento pelo detentor de título 
executivo - uma vez não existir prejuízo ao réu em procedimento que lhe franqueia 
ampliados meios de defesa -, pelos mesmos fundamentos o detentor de título executivo 
extrajudicial poderá ajuizar ação monitória para perseguir seus créditos, não obstante 
também o pudesse fazer pela via do processo de execução. Precedentes. Recurso 
especial parcialmente provido. Recurso Especial n° 981.440. Companhia Zaffari 
Comércio e Indústria e Xantomy Modas e Acessórios Ltda. Relator Min. Luis Felipe 
Salomão, publicado em 12 de abr. de 2012. Disponível 
em:https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipoPesquisa=tipoPesquisaNumeroRe
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Acesso em: 15 de maio de 2023. 
 
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2023. 
 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS 
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Acesso em: 14 maio 2023. 
 
DA SILVA, Jeniffer Elaine.

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