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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL NATÁLIA KEYSSIMY FERNANDES PEREIRA ASSÉDIO MORAL E SEXUAL CONTRA A MULHER NO AMBIENTE DE TRABALHO: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UMA REVISÃO DE LITERATURA Campina Grande-PB 2022 NATÁLIA KEYSSIMY FERNANDES PEREIRA ASSÉDIO MORAL E SEXUAL CONTRA A MULHER NO AMBIENTE DE TRABALHO: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UMA REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Pitágoras – UNOPAR, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Solange Guelere Favoreto Campina Grande-PB 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................. 7 3. OBJETIVOS ............................................................................................... 9 3.1 GERAL ..................................................................................................... 9 3.2 ESPECÍFICOS .......................................................................................... 9 4. JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 10 5. METODOLOGIA ....................................................................................... 11 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 12 7. CRONOGRAMA DA PESQUISA ............................................................. 17 8. ORÇAMENTO .......................................................................................... 17 9. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................. 18 10. CARACTERÍSTICAS QUE TORNAM AMBIENTES MAIS PROPENSOS À PRÁTICA ABUSIVA ................................................................................. 19 11. PROTEÇÃO LEGAL .............................................................................. 20 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 24 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 25 5 1 INTRODUÇÃO O assédio moral e sexual contra a mulher no ambiente de trabalho é uma questão social universal, devido às desigualdades nas relações entre homem e mulher e também da discriminação de gênero presente tanto na sociedade, como no âmbito familiar e profissional, entre as quais se faz mais presente e de maneira expressiva a violência doméstica contra a mulher. Essa problemática é considerada uma questão de saúde pública, já que não só a vítima, mas também a sociedade independentemente do nível socioeconômico, cultural e a escolaridade, se encontram suscetíveis a esse tipo de situações de assédio. Nesse sentido, vale mencionar que o assédio moral e sexual, na maioria das vezes, pode se expressar devido às relações de poder existentes dentro das empresas, entretanto, podem existir exceções. A esse respeito, Salvador (2012) considera que “o fenômeno assédio vinha sendo tratado e confundindo com outros problemas do mundo do trabalho, com isso identificar os casos de assédio dentro das organizações são tarefas árduas para os gestores”. Sendo assim, o assédio moral e assédio sexual passaram a ser um fenômeno relativamente comum dentro das organizações, refletindo de maneira negativa em indicadores como produtividade para a empresa e acarretar aspetos negativos as vítimas dessa violência. Diante disso, é válido mencionar que a abordagem dessa temática traz uma relação entre as situações de assédio e o ambiente de trabalho, propondo-nos um amplo debate acerca da importância da discussão sobre esse assunto bem como, da compreensão desse fenômeno e sua evidência nas empresas, visando promover um ambiente de trabalho favorável e acolhedor no qual práticas de assédio sexual e moral sejam banidas. Com isso, busca-se nesse trabalho analisar o comportamento das mulheres quando submetidas ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho e as principais consequências para sua vida profissional e pessoal. Não excluindo a necessidade de também se mensurar, os abusos circunscritos aos ambientes educacionais, e como fatos sociais deveras significante, ser averiguado e estudado por assistentes sociais responsáveis, unidos a demais profissionais comumente qualificados para atuarem na problemática, na apuração, e 6 no tratamento, dos alarmantes casos de despudor da mesma natureza, que acometem crianças e adolescentes, dentro de escolas, sejam instituições privadas ou públicas. O encorajamento das vítimas, a facilitação em saber com quem abordar a violência, a elucidação e disseminação de quais medidas de punição o abusador terá de enfrentar, sobre a ótica constitucional e das legislações federias específicas, bem como das diretrizes e normas da empresa, e, o repúdio a tal prática algoz, precisa ser uma bandeira claramente erguida, por todos os colegas do Serviço Social. Validando perante tão oportuna pauta, a importância da contratação de Assistentes Sociais nas grandes empresas corporativas e em qualquer instituição de ensino, independentemente, do nível ou ramo, e da faixa etária dos seus usuários. 7 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O assédio sexual e moral no trabalho pode ser praticado com ou sem superioridade hierárquica, sendo praticado entre colegas ou até mesmo pelo empregado ao empregador. Entretanto, para o crime de assédio no trabalho é necessária uma hierarquização entre assediador e vítima, sendo ela individual ou coletiva, da mesma forma a vítima pode ser uma ou muitas (BRASIL, 2017). Diante do contexto apresentado, apresenta-se a seguinte questão de pesquisa: Como as mulheres se comportam quando submetidas ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho e quais as principais consequências para sua vida pessoal e profissional? O assédio sexual é definido, de forma geral, como o constrangimento com conotação sexual no ambiente de trabalho, em que, como regra, o agente utiliza sua posição hierárquica superior ou sua influência para obter o que deseja. O assédio sexual pode ser de duas categorias: por chantagem e por intimidação. Por chantagem é quando a aceitação ou a rejeição de uma investida sexual é determinante para que o assediador tome uma decisão favorável ou prejudicial para a situação de trabalho da pessoa assediada. Já o assédio por intimidação abrange todas as condutas que resultem num ambiente de trabalho hostil, intimidativo ou humilhante. No Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal como “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. A pena prevista é de detenção de um a dois anos. De acordo com a lei, o assédio é crime quando praticado por superior hierárquico ou ascendente. Há duas interpretações em relação à prática do ato: o assédio pode ocorrer pelo simples constrangimento da vítima ou pela prática contínua de atos constrangedores. O gênero da vítima não é determinante para a caracterização do assédio como crime. “A tipificação específica é de 2001, quando se introduziu o artigo 216-A no Código Penal, e a prática é punível independentemente do gênero”, explica a presidente do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi. No entanto, estatisticamente, a prática se dá preponderantemente em relação às mulheres.8 De outra banda, a prática do assédio sexual também impõe reflexos na esfera trabalhitas, e que são tutelados pelo direito do trabalho. Ela se enquadra, por exemplo, nas hipóteses de não cumprimento das obrigações contratuais (artigo 483, alínea “e”, da CLT) ou de prática de ato lesivo contra a honra e boa fama (artigo 482, alínea “b”). Nessa situação, a vítima pode obter a rescisão indireta do contrato de trabalho, motivada por falta grave do empregador, e terá o direito de extinguir o vínculo trabalhista e de receber todas as parcelas devidas na dispensa imotivada (aviso prévio, férias e 13º salário proporcional, FGTS com multa de 40%, etc). Caracterizado o dano e configurado o assédio sexual, a vítima tem direito também a indenização para reparação do dano (artigo 927 do Código Civil). Nesse caso, a competência é da Justiça do Trabalho, pois o pedido tem como origem a relação de trabalho (artigo 114, inciso VI, da Constituição da República). Embora, no Direito Penal, a relação hierárquica faça parte da caracterização do crime, a Justiça do Trabalho pode reconhecer o dano e o direito à reparação, ainda que a vítima não seja subordinada ao assediador. São os casos de assédio horizontal, entre colegas de trabalho. A responsabilidade pela reparação é da empresa (artigo 932, inciso III, do Código Civil), e o empregador poderá ajuizar ação de regresso (ressarcimento) contra o agente assediador. Os assédios moral e sexual representam violação à dignidade da pessoa humana, assim como aos direitos fundamentais ao trabalho e à saúde, previstos na Constituição Federal, sendo, pois, dever do Ministério Público, enquanto defensor da ordem jurídica, agente de transformação social e indutor de políticas públicas, atuar para combatê-lo, preventiva e repressivamente, em qualquer âmbito. E é nesse contexto que o Serviço Social se enquadrará. 9 3. OBJETIVOS 3.1 GERAL Analisar o comportamento das mulheres quando submetidas ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho ou de estudos, evidenciando as principais consequências para sua vida profissional e pessoal. 3.2 ESPECÍFICOS • Reconhecer o assédio moral ou sexual contra a mulher muito presente dentro das empresas e ambientes de trabalho; • Destacar o comportamento adotado pelas mesmas, após serem submetidas ao assédio moral e sexual; • Relacionar semelhanças/diferenças em relação ao assédio moral e assédio sexual; • Perceber as principais consequências do assédio moral e sexual na vida profissional e pessoal das mulheres vitimadas. 10 4. JUSTIFICATIVA É importante ressaltar que o assédio moral e sexual contra a mulher representa um verdadeiro fator de risco ao processo de desenvolvimento, sendo que pode trazer sérias consequências para a vítima, implicando na perturbação da noção de identidade e outros distúrbios de personalidade e de adaptação social. Nesse sentido, é importante salientar que esse fenômeno infringe a dignidade humana e os direitos fundamentais, onde a vítima, se sente extirpada de sua liberdade, da intimidade, da vida privada, da honra, da igualdade de tratamento, do valor social do trabalho e do direito ao meio ambiente de trabalho sadio e seguro. A esse respeito, sendo determinado assédio sexual ou moral no ambiente de trabalho ou de ensino, algum comportamento de natureza sexual, por meio físico, palavras, gestos ou propostas impostas a pessoas contra sua vontade, levando a constrangimento e violando a sua liberdade sexual (BRASIL, 2017). Este trabalho é de grande relevância, uma vez que se propõe a descrever sobre o assédio sexual e moral contra a mulher no ambiente de trabalho, uma temática tão presente e que possui uma emergente necessidade de buscar alternativas cabíveis e necessárias para se trabalhar contra a presença ainda tão vida desse problema no trabalho feminino. Sendo assim o tema foi escolhido em virtude do crescimento de casos no Brasil envolvendo o assédio moral e sexual contra a mulher nos ambiente laborais, expondo trabalhadoras, e meninas, a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e no exercício de suas funções e/ou direitos, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias, onde predomina condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração. 11 5. METODOLOGIA Este trabalho partirá de uma pesquisa bibliográfica, ou seja, uma revisão de literatura. A pesquisa bibliográfica, na visão de Lakatos e Marconi (2013, p. 66), classifica-se como aquela que “trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo”, baseada em teóricos como Freitas (2001), Gherini (2020), Maggio (2013), Passos (2018), Salvador (2012), entre outros. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 12 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A mulher vem se destacando e ganhando notoriedade, deixando de ser coadjuvante para fazer o papel de protagonista da história, haja vista que atualmente ela vem exercendo importantes cargos econômicos, político e social. Contudo, o seu passado recente, ainda guarda máculas dos sofrimentos vivenciados na sociedade patriarcal. Com as transformações sociais, os movimentos feministas, às lutas promovidas em defesa da igualdade entre os sexos, ou melhor, gêneros, a mulher vem conseguindo ampliar o seu lugar nas composições sociais, abandonando a função de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho, cargos importantes em empresas e até na política, exercendo os cargos: de vereadora, prefeita, governadora, senadora e presidente da república. A situação da mulher no mercado de trabalho é uma realidade para muitas mulheres brasileiras, uma vez que elas tem conseguido romper com os paradigmas tradicionais que se perpetuaram ao longo da história, transformações que se fizeram atuantes a partir de 1980, quando alavancou o processo de crescimento e industrialização no Brasil, que ávido por mão de obra especializada e mais barata começa a inserir a mulher no campo de trabalho e no cenário econômico, além de ocorrem as transformações industriais, nesse período ocorriam também transformações políticas e econômicas devido ao movimento das “Diretas já”, que clamava pelo fim da Ditadura Militar e o restabelecimento da democracia (MAGGIO, 2013). Esse período também foi marcado pelo processo de urbanização e a transformação da estrutura produtiva, que foi o grande responsável pela redução das taxas de fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. Entretanto, no ambiente de trabalho, o assédio é determinado por uma conduta sexual e/ou não desejada, não sendo considerando como um simples flerte ou paquera recíproca, a vítima assediada sexualmente deve buscar expressar sua rejeição, como forma de fazer cessar o assédio ou impedir que se agrave. No entanto, importa estabelecer, com vistas a retirar o conteúdo preconceituoso do dispositivo penal, que o assédio sexual não decorre da conduta da vítima, ou de sua vestimenta 13 ou comportamento, mas do comportamento do agressor, de suas intenções, repelidas ou não expressamente pela outra parte (BRASIL, 2017). Para Passos (2018, p.67) o assédio “é uma mazela que precisa ser eliminada das relações profissionais, visando dar efetividade ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”.Ele também ressalta que a definição da OIT em relação ao assédio, ele descreve um cenário que expõe os trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, prolongadas e repetitivas no exercício das funções, levando a vítima a se desestabilizar emocionalmente (PASSOS, 2018). Essas manifestações de assédio no ambiente de trabalho traz consequências graves a essas mulheres vítimas, desde problemas emocionais como depressão, ansiedade, pânico, dificuldades para se alimentar, dormir e se concentrar, vergonha, frustração, baixa autoestima, entre outros fatores como as marcas físicas que ficam no corpo dessas vítimas. Assim, na visão de Gherini (2020) o assédio é considerado “uma problemática de momento que envolve o futuro, diante do crescimento feminino em várias frentes trabalhistas, numa sociedade mais aberta”. Nesse sentido, debater sobre esse tema é tentar ampliar as discussões sobre a presença e seu crescimento no ambiente de trabalho, desenvolvimento práticas de convivência não saudáveis, comprometendo assim a vivência das mulheres vitimas de assédio no ambiente de trabalho. Para Oliveira et al (2019) o assédio sexual e moral denigrem a imagem da empresa, deteriorando o ambiente de trabalho. “Os gestores têm a principal função em promover respeito e dignidade humana, monitorando para prevenir que situações que levem a um constrangimento ou algo mais intenso possa ocorrer no ceio de seus colaboradores”. Dessa forma, é necessária uma preparação da parte das empresas para investigar e comprovar condutas inadequadas para tomar as medidas jurídicas prudentes, como advertências, suspensão ou até dispensa por justa causa, a depender da gravidade do assédio identificado. Com isso, Oliveira et al (2019. p.18) ressalta que é primordial que as empresas forneça subsídios para que não aja o assédio sexual dentro de sua organização, medidas como: 14 oferecer informação sobre o assédio sexual; fazer constar do código de ética do servidor ou das convenções coletivas de trabalho medidas de prevenção do assédio sexual; incentivar a prática de relações respeitosas no ambiente de trabalho; avaliar constantemente as relações interpessoais no ambiente de trabalho, atentando para as mudanças de comportamento; dispor de instância administrativa para acolher denúncias de maneira objetiva; apurar e punir as violações denunciadas. Além disso, é importante salientar que o assédio moral contra a mulher no ambiente trabalho, denigre a imagem, ocasionando algum transtorno, temporário ou permanente. Não muito diferente do assédio moral, o assédio sexual também proporciona um grande transtorno a sua vítima, contudo, consiste na abordagem frequente a outra pessoa na intenção de obter favores sexuais sem o consentimento da mesma, chegando a denegrir sua imagem e recorrer a chantagens (SALVADOR, 2012). Entretanto, aos poucos as mulheres vão se consolidando no mercado de trabalho e vão deixando sua marca de bons serviços, as estatísticas comprovam que as mulheres têm conseguido assumir as vagas de trabalho com mais facilidade que os homens, uma vez que elas se mostram mais dinâmicas e conseguem se desenvolver com naturalidade diante das adversidades, além de serem mais estratégicas. Ainda somam outros pontos a seu favor, uma vez que são mais sensíveis o que permite a construção de uma equipe heterogênea, e com uma atuação mais sinérgica, apontando as mais diversas e criativas soluções. Daí a importância de se discutir sobre a temática em estudo. Sob essa ótica, o assédio moral no trabalho é um conjunto de atitudes causadas por alguém no ambiente de trabalho com o intuito de constranger ou humilhar um trabalhador. Para ser considerado assédio moral, as atitudes que causam a humilhação à vítima são repetitivas e, quando não combatido, podem causa perda do emprego do trabalhador (FETHESP, 2017). O assédio moral e sexual no ambiente de trabalho/estudo, se tornou um problema organizacional bastante complexo para as empresas, já que se trata de humilhações e constrangimentos repetitivos e prolongados dentro do ambiente de trabalho, onde a vítima em questão muitas vezes é pressionada e exposta pelo seu agressor durante toda a jornada. A esse respeito, Hirigoyen (2002, p. 65) aponta que o assédio moral se trata de “toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, 15 palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa.” O assédio moral no trabalho caracteriza-se como uma violência contra o colaborador, onde o não combate a essa prática dentro das organizações pode gerar uma cultura inebriante, prejuízos as empresas e aos colaboradores, além disso não combater essa prática pode fazer com que outros membros da empresa sintam-se à vontade para praticar o assédio. Lopes (2001, p.15.) destaca que o assédio sexual “ocorre no ambiente de trabalho e pressupõe uma intimidação por parte de um superior contra um subordinado, exigindo favores que podem até chegar a exigências sexuais, muitas vezes sob a ameaça de dispensar ou de prejudicar a vítima na carreira”. Pode-se dizer que é um abuso de poder e uma forma inadequada de resolver conflitos resultantes de um sistema social que subordina a mulher como ser inferior ao homem incapaz de desenvolver suas atividades, levando-as a um isolamento, redução da autoestima, depressão que geram sequelas que podem perdurar por toda a vida. O assédio sexual e moral no trabalho seria uma condição que a trabalhadora em questão é posto, onde ele venha a se deparar com comportamentos indesejáveis de um superior ou colega de trabalho, onde esses comportamentos tornam-se cada vez piores devido os avanços com interesses sexuais. Pinto (2000, p. 21) destaca que “as mulheres são as principais vítimas do assédio sexual, enfrentando o problema dentro e fora do trabalho.” Ainda segundo Pinto, raramente elas denunciam o crime, como medo de represarias e ainda mais perseguições dos agressores. Entretanto, a consequência da prática do assédio sexual e moral nas empresas é a criação de um ambiente de trabalho hostil, humilhante e nefasto, deixando a vítima exposta a todos além do agravamento de problemas profissionais como queda na produtividade e pessoais como a depressão. Por fim, Freitas (2001, p.16) menciona que o assédio sexual e moral provocam tristeza, revolta e indignação. Entristece pelo seu lado patético, pequeno, mortal, miserável, revolta pela facilidade com que ocorre e provoca indignação pela impunidade que o cerca. 16 A questão do assédio moral e sexual contra a mulher no ambiente de trabalho no Brasil, constituem-se, segundo as pesquisas de opinião pública, em uma das maiores preocupações da população nas grandes cidades, sobretudo, no momento em que afligem ainda muitas mulheres que sofrem caladas no trabalho, situações de assédio simplesmente pelo fato de necessitarem do vínculo empregatício para sustento da família, onde muitas delas aguentam caladas essa situação, para não perderem seus empregos. Nesse sentido, a questão social representa uma perspectiva de análise crítica para toda a sociedade. Sendo assim, ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão social, estamos realizando uma análise na perspectiva da situação em que se encontra a maioria da população – aquela que só tem na venda de sua força de trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. A compreensão da Assistência Social como área de Política de Estado coloca o desafio de concebê-la em interação com o conjunto das políticas sociais e com as características do Estado Social que as opera. Assim, um primeiro eixo de análise a ser desenvolvido, refere-se ao enquadramento desta Política Social na contemporaneidade, enquanto política públicade responsabilidade estatal. Diante disso, a Assistência Social deve se responsabilizar por prevenir situações de risco e vulnerabilidade pessoal e social, igualmente ampliar o acesso aos direitos sociais, construindo estratégias que visam o enfrentamento das demandas vivenciadas pelos usuários, como também erradicar a fragilidade e fragmentação das políticas públicas, em especial, aquelas direcionadas à temática abordada nesse estudo. 17 7. CRONOGRAMA DA PESQUISA METAS/ETAPAS Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Elaboração do Projeto X X X X X X Revisão de literatura X X X Apresentação do Projeto X Coleta de Dados X X X X Conclusão da redação X X Correção Ortográfica X X Entrega X 8. ORÇAMENTO Todas as despesas provenientes da pesquisa, relacionadas a coleta de informação, locomoção, material, serão custeadas pelo próprio pesquisador. 18 9. RESULTADOS ESPERADOS A preocupante realidade dos casos de assédio sexual e moral contra a mulher no ambiente de trabalho leva-nos a discussão de como os profissionais de diversas áreas que estão inseridas na sociedade devem lutar por políticas públicas para garantir a aplicabilidade da legislação vigente e a qualidade de vida das mulheres vitimadas, visto que, a qualidade dos serviços prestados e oferecidos no ambiente de trabalho depende da correlação harmoniosa com fatores que perfazem todo o contexto social da mulher, como sua relação e interação no meio do qual faz parte. O assédio moral e sexual contra a mulher no ambiente de trabalho é um problema que atinge a sociedade em geral e está presente em todas as fases da história, pois é um comportamento que consiste em ocasionar algum tipo de dano aos seres humanos e também pode afetar a integridade física, mental ou moral das pessoas e em casos mais graves pode haver a perda do maior bem do ser humano a vida. A compreensão e capacitação dos profissionais trabalham nas empresas ou em instituições de atendimento social tornam-se, cada vez mais, instrumentos de importância ímpar para uma prática com qualidade e responsável por atender as mulheres vítimas de assédio moral e sexual de uma forma acolhedora e eficiente. Existem várias medidas para solucionar e precaver o assédio sexual contra a mulher no ambiente de trabalho, por exemplo, o diálogo direto com o funcionário, apresentando a política de benevolência zero para este ou outros tipos de conduta abusivas. Finalizando que as empresas, tem que opinar publicamente sobre a questão em pauta, no sentido de defesa a favor das mulheres ou a favor de qualquer pessoa. Com isso, a temática abordada nesse estudo relaciona a proposta do curso de Serviço Social, pois apresenta os conhecimentos necessários sobre como dirigir, planejar, administrar e supervisionar as políticas sociais de saúde, sempre objetivando a qualidade da saúde da sociedade, a luta pela promoção de uma sociedade mais justa e igualitária, bem como, a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. A temática abordada nesse estudo é uma problemática grave e que, embora exista uma ênfase frequente na grande mídia de casos de abusos e importunações morais e carnais, no país, ainda assim, muitas mulheres são vitimadas a todo instante em seus ambientes de ofício e instrutivos. 19 10. CARACTERÍSTICAS QUE TORNAM AMBIENTES MAIS PROPENSOS À PRÁTICA ABUSIVA Na administração pública, de setores e salas de aula, algumas características que tornam o ambiente mais propício à prática de assédio: • Estrutura hierarquizada; • Burocracia excessiva; • Regulamentação insuficiente; • Falta de fiscalização; • Falta de agentes do Serviço Social, para identificar vestígios dessas violências. Sob o ponto de vista mais comum, sendo esse o hierárquico, o assédio pode ocorrer nas seguintes formas: • Vertical descendente - de cima para baixo: do superior para o trabalhador; • Vertical ascendente - de baixo para cima: do trabalhador para o superior; • Horizontal - na mesma hierarquia: entre os colegas de trabalho; • Misto - horizontal e vertical Embora a situação mais comum seja a de o assédio moral partir de um superior para um subordinado, muitas vezes pode ocorrer entre colegas de mesmo nível hierárquico, ou mesmo partir de subordinados para um superior, sendo este último caso, entretanto, mais difícil de ocorrer. O que é importante para configurar o assédio moral, dessa forma, não é o nível hierárquico do assediador ou do assediado, mas sim as características da conduta: a prática de situações constrangedoras e humilhantes no ambiente de trabalho, de forma reiterada. 20 11. PROTEÇÃO LEGAL O assédio moral ainda não faz parte, precisamente, do ordenamento jurídico brasileiro, quanto às empresas de iniciativa privada, contudo, existem projetos de lei em diferentes cidades, a fim de fundamentá-lo, a exemplo do Projeto de Lei nº 4.591/01, que incide sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral por servidores públicos da União, Autarquias e Fundações Públicas Federais em desfavor de seus funcionários, alterando o Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei nº 8.112/90). Já em se tratando do âmbito dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e distrital, o Governo Federal vigente, editou Medida Provisória 1.140/2022 BRASIL, 2022), que acresce o Programa de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual. O Programa “visa prevenir e combater o assédio sexual por intimidação ou ambiental, que ocorre quando o agente pratica provocação sexual inadequada e constrangedora, que tenha o efeito de prejudicar o desempenho de um indivíduo ou criar uma situação ofensiva, de forma intimidadora ou humilhante, no intuito obter alguma forma de satisfação sexual”. Garante a Secretaria Geral da Presidência da República. Outro objetivo é capacitar equipes pedagógicas completas, para o desenvolvimento e a implementação de atitudes destinadas à discussão, prevenção, esclarecimento e solução do problema, nas instituições de ensino. Abaixo, na figura 1, é possível observar a íntegra do texto legal trazido pela Medida Provisória, em riste: Figura 1: Medida provisória nº 1.140/2022. 21 22 Fonte: Diário Oficial da União, 2022. Deste modo, é imprescindivel o olhar de percepção e acolhimento do Assitente Social, para com as vitimas de assedio sexual, quer seja no ambiente escolar, quer seja no ambiente externo, uma vez que o desiderato da legislação é criar um rede protetora para as vitimas,e repodiar tais atos de assédio, tornando assim a Escola como ambiente ideal para proteção e repúdio de tais atos. 23 Pois bem ainda que os atos de assédio sexual, tenha sido cometidos fora do ambiente escolar, a equipe pedagógica deve em especial o assistente social, devem estar preparados para indentificar as mudanças de comportamento das possíveis vítimas dentro da escola, e assim fornece-lhes a ajuda devida. 24 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, conclui-se que cabe muitos estudos sobre o assunto abordado, com o intuito de compreender como esse tipo de violência afeta as milhares de mulheres estudantes, jovens ou não, mães de família ou não, independentemente de nível social, cor da pele ou orientação sexual, de todo o Brasil. Exemplos de casos de assédios morais e sexuais contra mulheres e garotas menores de idade, já são mais comuns do que não gostaríamos de registrar. É preciso cooperação multidisciplinar entre gestores de crise como assistentes sociaise psicólogos, trabalhando em conjunto sempre, com equipes pedagógicas e juntas empresariais sensíveis, para que com o esclarecimento acerca de cada caso, o melhor estudo social seja elaborado, para combatermos tais práticas ultrajantes e destrutivas. 25 REFERÊNCIAS BRASIL. Assédio sexual: violência contra a trabalhadora. Polícia Civil do Estado de Goiás. 2020. 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