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Aula 04 AS POLÍTICAS SOCIAIS E A FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO

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POLÍTICA SOCIAL I
AS POLÍTICAS SOCIAIS E A FORMAÇÃO DO 
ESTADO BRASILEIRO
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer a origem do capitalismo no Brasil;
2. entender como surgiu a política social no Brasil.
Olá! Vamos iniciar a aula 4? Como vimos nas aulas anteriores, cada sociedade se organiza de acordo com as suas
necessidades, buscando soluções frente aos problemas que surgem.
Dessa forma é fácil presumir que em cada organização de sociedade distinta houve uma maneira e um momento
distinto para implantação das políticas sociais, sempre impulsionadas pelas necessidades vividas por aquele
grupo social.
Até agora estudamos sobre o surgimento de políticas sociais no mundo e o que motivou esse surgimento. Nessa
aula, enfocaremos o Brasil e suas medidas de proteção à sociedade, como surgiram e o que motivou o seu
surgimento. Vamos em frente!
Em grande parte do mundo a criação de políticas sociais foi motivada pela implantação de um sistema capitalista
de organização.
No Brasil também não foi diferente, porém levando-se em consideração que o país sofreu uma industrialização
tardia em relação ao resto do mundo, suas medidas de políticas sociais também datam de um período mais
recente.
A revolução industrial, que ocorrera na Europa em meados do século XVIII, só aconteceu no Brasil no século XX,
mais precisamente nos anos de 1930 à 1956, porém seus impactos na estruturação da sociedade também
causaram desigualdades sociais.
No Brasil a desigualdade social foi ainda mais latente tendo em vista que se tratava de uma sociedade
extremamente voltada para a agricultura e que não se tornou totalmente industrializada de uma hora para outra,
passando por um período de transição em que as atividades agrárias e industriais se dividiam.
Mas o que levou um país com a economia voltada para a agricultura a se industrializar?
Um dos principais motivos que fez com que o Brasil entrasse no ramo das indústrias foi à crise da bolsa de
valores de 1929, nos Estados Unidos.
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Nessa época, o Brasil era um dos principais exportadores de café e sua economia estava em alta, no entanto, com
a crise mundial a exportação de café foi ficando precária e o país sentiu a necessidade de produzir outros bens.
Com isso surgem as indústrias.
Como sabemos, a desigualdade social é algo que remota de tempos primórdios.
Principalmente na sociedade brasileira não podemos afirmar que a divisão social se deu a partir da implantação
do capitalismo quando temos ainda no período de Brasil colônia, um sistema de escravidão em que negros e
índios são submetidos a trabalho sem remuneração e sem condições de vida consideradas básicas.
Portanto o capitalismo no Brasil acentuou as desigualdades sociais, mas não foi o seu causador.
Diferentemente dos países da Europa, as políticas sociais e os pensamentos ao seu respeito não foram tão
imediatos no Brasil.
“Questões de saúde pública eram tratadas pelas autoridades locais, não havendo por parte do
governo central um programa de ação no sentido de atendê-las. A atuação do Estado restringia-se a
situações emergenciais, como a epidemias em centros urbanos. A educação era atendida por uma
rede escolar muito reduzida, de caráter elitista e acadêmico, que visava preparar alunos para a
formação superior. As reformas da época (escola nova) ocorriam regionalmente e de forma parcial,
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ou seja, não faziam parte de uma política global de educação. A previdência era predominantemente
privada, organizada por empresas e categorias profissionais, e a questão habitacional não era
considerada objeto de política pública.” (BARCELLOS,1983, p. 17)
No entanto, sem ligações diretas com o governo, algumas medidas de políticas sociais filantrópicas surgiram no
período entre 1930 e 1980 e tinham como princípio a tradição católica de caridade.
Essas medidas eram desenvolvidas principalmente pela igreja católica e, muitas vezes, tinham o objetivo de
cristianizar a sociedade e, devido ao crescimento industrial e o grande êxodo rural – que causou um aumento na
população da cidade – a necessidade de controlar a massa operária de alguma maneira.
“Essa atitude visava principalmente o interesse do Estado e das classes dominantes de atrelar as
classes subalternas ao Estado, facilitando sua manipulação e dominação.” Iamamoto (1998).
Algumas instituições privadas de apoio a pessoas pobres surgem nesse período e contam com o financiamento
do governo, como a:
Legião Brasileira de Assistência (LBA) 
que tinha por objetivo ajudar as famílias cujo chefe tivesse na segunda guerra mundial.
Conselho Nacional de Serviço (CNSS) 
que foi criado em 1938 e tinha como objetivo centralizar todas as manifestações, públicas ou privadas, de
assistência à população.
É importante ressaltar que, apesar de receberem financiamento Estatal, essas empresas não eram consideradas
como ações de políticas sociais feitas pelo governo brasileiro, tendo em vista que seu desenvolvimento não era
de sua responsabilidade.
Na próxima aula veremos como se consolidou a política social no Brasil, enquanto dever do Estado e não tendo
por objetivo o controle da massa, mas sim a assistência social propriamente dita e, como a Constituição Federal
de 1988 contribuiu para essa regulamentação.
Até lá!
O que vem na próxima aula
• Consolidação das Políticas Sociais no Brasil;
• constituição de 1988.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conheceu como se deu a formação do capitalismo no Brasil;
• entendeu como surgiram as primeiras manifestações de política social no Brasil.
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	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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