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REVISÃO TÉCNICA 
Victor Luccas Nóbrega 
Professor e Líder de Projeto do Centro de Ensino e Pesquisa em 
Inovação da FGV DIREITO SP. Advogado em São Paulo. Doutor e 
mestre em Filosofia do Direito pela FD/USP. Bacharel em Direito pela 
FGV DIREITO SP. 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO ........................................................................................ 1 
OBJETIVOS ........................................................................................................ 1 
Objetivo geral ............................................................................................ 1 
Objetivos específicos .................................................................................... 1 
AUTORES DA APOSTILA .......................................................................................... 2 
ESTRUTURA DO CURSO .......................................................................................... 3 
BIBLIOGRAFIA COMENTADA ..................................................................................... 4 
INICIANDO O ESTUDO ................................................................................................ 7 
UNIDADE I – DEMOCRACIA DIGITAL .............................................................................. 9 
UNIDADE II – COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 13 
UNIDADE III – MOBILIZAÇÃO ....................................................................................... 15 
UNIDADE IV – PARTICIPAÇÃO ..................................................................................... 19 
RECAPITULANDO .................................................................................................... 23 
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 25 
 
file://cl0002/Producao/Textos_manual_pdf/Modelagem%203.0/_CORPORATIVO/NIC.BR/Democracia%20Digital/diagramado/democracia_digital_2.docx#_Toc30669255
 
 
 
 
 
 
1 
 
Você já parou para pensar em quantas vezes conseguiu utilizar a internet para acessar um 
serviço público? Ou em quantas vezes pegou o celular para pesquisar sobre algum candidato à 
eleição? Quase sempre, usamos as mídias digitais para exercer a nossa cidadania de diferentes 
formas e não nos damos conta disso. 
Dessa forma, como em outros segmentos da vida em sociedade, as práticas democráticas 
sofreram e provocaram mudanças a partir do aproveitamento de tecnologias. São ideias, ações e 
iniciativas que buscam facilitar práticas essenciais para a democracia. Reconfigurando a mobilização 
e a transformação social, as tecnologias chegaram para tensionar as relações entre pessoas e 
instituições e o modo pelo qual estamos no mundo como cidadãos. 
OBJETIVOS 
OBJETIVO GERAL 
Compreender como as práticas de mobilização e de transformação social se alteraram com a 
integração das tecnologias digitais ao cotidiano. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• compreender o cenário da democracia digital no Brasil e como as relações sociais se 
reconfiguram nesse contexto; 
• identificar possibilidades de ação política a partir de ferramentas digitais e 
• verificar soluções existentes para problemas do cotidiano. 
 
APRESENTAÇÃO 
DO CURSO 
 
 
 
 
 
2 
 
 
AUTORES DA APOSTILA 
 
 Guilherme Forma Klafke 
Líder de projetos e pesquisador do Centro de Ensino e 
Pesquisa em Inovação da FGV Direito SP. Doutorando 
(2019) e mestre (2015) em Direito Constitucional pela 
Universidade de São Paulo. Bacharel (2011) em Direito pela 
Universidade de São Paulo. É colaborador da Sociedade 
Brasileira de Direito Público desde 2011, na qual coordenou 
a Escola de Formação Pública (2017). Foi professor de 
Filosofia do Direito da Faculdade de Direito de São Bernardo 
do Campo (2017-2018). Coordena e desenvolve pesquisas 
nas áreas de Direito Constitucional, Jurisdição 
Constitucional, Ensino Jurídico, Ensino Participativo, 
Direitos Humanos Digitais e Filosofia do Direito. 
 
Jéssica Tainah da Silva Botelho 
Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade 
Federal do Amazonas. 
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela 
Universidade Federal do Amazonas. 
Colaboradora no Centro Popular do Audiovisual/Núcleo de 
Estudos e Práticas em Cibercultura. 
 
 
 
 
 Stephane Hilda Barbosa Lima 
Pesquisadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação 
da FGV Direito SP. Doutoranda em Teoria do Estado pela 
Universidade de São Paulo. Mestre (2018) em Direito 
Constitucional e graduada (2014) em Direito, ambos pela 
Universidade Federal do Ceará, além de especialista (2016) 
em Direito Tributário e Processo Tributário pela Escola 
Jurídica Juris. Desenvolve pesquisas e atividades de ensino 
nas áreas de Ensino Jurídico, Metodologias Participativas, 
Direitos Humanos Digitais, Direito Educacional, Educação 
Digital e Regulação. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Tatiane Guimarães 
Pesquisadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da 
FGV Direito SP. Graduada (2019) pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 
 
 
ESTRUTURA DO CURSO 
Neste curso, abordaremos a Democracia Digital por meio da seguinte estrutura: 
 
• Iniciando o estudo 
Primeiramente, apresentaremos alguns casos hipotéticos para que você compreenda como 
a democracia se adapta ao contexto das tecnologias digitais. 
 
• Unidade 1 – Democracia digital 
Iniciaremos o estudo sobre democracia digital buscando entender a extensão do 
significado do termo com base em exemplos de usos da internet para o exercício da 
democracia. 
 
• Unidade 2 – Comunicação 
Estudaremos um dos aspectos da democracia digital, que é a comunicação. Verificaremos 
os riscos e os benefícios da internet para a comunicação como um fator decisivo e 
significativo a ser estudado. 
 
• Unidade 3 – Mobilização 
Vamos pensar juntos em maneiras de exercer a democracia digital com o fim de 
mobilização social. Com isso, iremos compreender o universo de possibilidades de 
organização e realização de mobilizações sociais dentro e fora da internet, mas todas 
possíveis apenas com a existência do ambiente virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
• Unidade 4 – Participação 
Veremos como a participação na vida em sociedade é fundamental para a democracia. 
Apenas a partir dessa compreensão é que será possível entendermos como essa 
participação é o terceiro pilar da democracia digital, percebendo como ela se dá na prática, 
por meio do contato com iniciativas trazidas na unidade. 
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 
LOPES, C. P. Diálogos na rede: a conversação no site de redes sociais Facebook. In: CONGRESSO 
DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE, 15., 2013, Mossoró. Anais... 
Mossoró: Intercom, 2013. p. 1-12. Disponível em: http:// 
portalintercom.org.br/anais/nordeste2013/resumos/R37-0660-1.pdf. Acesso em: 21 abr. 2019. 
O artigo explora o estabelecimento de relações interpessoais em redes sociais para 
demonstrar como a comunicação tem se alterado na sociedade em razão da assimilação 
das mídias digitais. A autora explica como funcionam as redes sociais e como a 
interação é mediada nessas plataformas. 
 
CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de 
Janeiro: Zahar, 2017. 
O autor apresenta movimentos insurgentes em diferentes contextos, como a Primavera 
Árabe e Ocuppy, entre outros, para demonstrar como a internet se tornou central nas 
mobilizações sociais modernas, com características próprias que provocam uma 
reconfiguração da democracia e dos movimentos sociais tradicionais. 
 
GINDRE, G. Internet e redes sociais como ferramentas de mobilização. 2016. Disponível em: 
http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2016/01/Cartilha-Redes-Sociais-e-
Mobilizacao.pdf. Acesso em: 21 abr. 2019. 
Neste material pedagógico, o autor percorre o panorama do estabelecimento da 
internet e das redes sociais como instrumentos para mobilização e transformação 
social, riscos e características.É um conteúdo significativo em conceitos e perspectivas, 
trazendo para o leitor um entendimento amplo sobre possibilidade e potencialidade 
de ações a partir da tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
ONU. Organização das Nações Unidas. Estudo sobre governo eletrônico da Organização das Nações 
Unidas. 2018. Disponível em: 
https://publicadministration.un.org/publications/content/PDFs/UN%20E-
Government%20Survey%202018%20Portuguese.pdf. Acesso em: 21 abr. 2019. 
Esta pesquisa mede os níveis de desenvolvimento do governo eletrônico, identificando 
as tendências globais e os impactos gerados por tecnologias digitais e inovações no 
setor público e na sociedade. Busca-se, ainda, examinar o aprimoramento de processos 
institucionais para garantir serviços públicos por meio do princípio da inclusão. 
 
CAETANO, B. P.; DE OLIVEIRA, G. W.; DE PAULA, M. M. V.; DE SOUZA, J. M. 
Democracia digital: uma análise sobre recursos e aceitação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SBSI), 12., 2016, Florianópolis. Anais... Porto Alegre: 
Sociedade Brasileira de Computação, 2016. p. 128-135. Disponível em: 
https://sol.sbc.org.br/index.php/sbsi/article/view/5954/5852. Acesso em: 21 abr. 2019. 
No artigo, os autores investigam como o avanço tecnológico tem influenciado as 
práticas de participação política e a relação entre governo e cidadão. Além disso, 
verificam o grau de assimilação da democracia digital e de uma proposta de governo 
representativo para participativo. 
 
DE FREITAS, C. S.; LIMA, F. F.; LIMA, F. Q. Desafios ao desenvolvimento de um ambiente 
para participação política digital: o caso de uma comunidade virtual legislativa do projeto e-
Democracia no Brasil. Organizações & Sociedade, v. 22, n. 75, 2015. Disponível em: 
https://rigs.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/9296. Acesso em: 21 abr. 2019. 
No artigo, as autoras apresentam e discutem resultados de pesquisa que analisam o portal 
do e-Democracia, lançado em 2009, por iniciativa da Câmara dos Deputados do 
Congresso Nacional brasileiro. O intuito é verificar o alcance efetivo das propostas iniciais 
de democratização do acesso à informação e da ampliação da participação política 
popular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Democracia é um termo que ouvimos quase sempre, principalmente em períodos eleitorais. 
Vamos considerar as situações hipotéticas a seguir para verificarmos como ela se adapta ao contexto 
de intenso uso de tecnologias digitais: 
 Voto, um bem precioso - o período eleitoral aproxima-se. Alguns candidatos começam 
a ganhar visibilidade; pessoas próximas a você começam a comentar um ou outro nome, 
mas você não os conhece. Ao mesmo tempo, políticos antigos buscam reeleger-se, mas 
você não confia mais em nenhum deles. Você entende que o seu voto tem importância e 
tenta, ao máximo, valorizá-lo ao votar em candidatos que estejam alinhados com o que 
você acredita que é justo e necessário para a sociedade. 
 Mobilizando o bairro - alguns pontos de acúmulo de lixo estão aparecendo no bairro 
onde você mora. Você percebe que a situação representa riscos maiores para a saúde das 
pessoas, pois o descarte incorreto desses rejeitos atrai bichos e insetos que podem provocar 
doenças. Você percebeu que é preciso mobilizar os moradores para buscar uma solução 
antes que todos sejam e se sintam mais prejudicados. 
 Protagonismo nas soluções das dificuldades escolares - a escola em que você trabalha 
está enfrentando dificuldades na oferta da merenda e, às vezes, ela falta ou a qualidade 
nutricional deixa a desejar. Já houve algumas reuniões com a comunidade escolar para 
explicar a situação, mas não se chegou a uma solução efetiva para resolver a questão. Você 
não sabe o que fazer ou a quem recorrer, mas sente que algo precisa ser feito para oferecer 
melhores condições de alimentação na escola. 
 
Guarde essas situações na memória e reflita sobre elas. Ao longo do texto, usaremos diversos 
exemplos que demonstram como a internet pode ser utilizada para o exercício da democracia por 
meio das variadas situações apresentadas acima. 
INICIANDO O ESTUDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
O que é democracia digital? Vivemos um tempo em que as mudanças na sociedade são 
provocadas ou mediadas pelas tecnologias: o modo como nos relacionamos, como consumimos, 
como trabalhamos, como aprendemos, entre outras ações do cotidiano, não é mais o mesmo. 
Inteligência artificial e robôs, ciência de dados, algoritmos e big data, plataformas, aplicativos e 
dispositivos são conceitos e ferramentas que estamos aprendendo a entender ao mesmo tempo em 
que usufruímos das facilidades que nos proporcionam. O modo como organizamos a vida em 
sociedade passa a ser remodelado pelo intenso uso das tecnologias de informação e comunicação 
(TIC). Esse cenário possibilita, por exemplo, o desenvolvimento da economia de compartilhamento 
(de carros, bicicletas, patinetes), aplicativos de transporte público, alertas de chuvas e enchentes, 
transações bancárias, entre tantas outras facilidades que surgem a partir da digitalização da vida 
(GOMES, 2018). 
Da mesma forma, a vida pública também passa a ser mediada pelas tecnologias digitais. As 
práticas relacionadas aos rumos da vida em sociedade são afetadas. Ou seja, a democracia encontra 
novas possibilidades nos ambientes digitais - sejam canais de diálogo, recurso ou instrumentos. 
 
IMPORTANTE: Em cada segmento social (governo, empresas, sociedade civil e academia), existe 
uma quantidade diversa de atores que podem ser organizados ou não, institucionalizados ou 
não, agrupados ou não. Por exemplo, são atores: 
• qualquer órgão governamental; 
• empresas (pequeno, médio ou grande porte); 
• indivíduos (como eu e você); 
• políticos; 
• ativistas; 
• organizações sociais (movimentos sociais, associações, sindicatos) e 
• grupos sociais que se identificam por algum elemento em comum, etc. 
UNIDADE I – DEMOCRACIA DIGITAL 
 
 
 
 
 
10 
 
 
É essencial compreender que o aproveitamento de tecnologias digitais como ferramentas para 
fortalecer as práticas democráticas não é uma ação instantânea, mas um processo. As inovações que 
se apresentam na área são respostas a situações que dependem de uma análise conjuntural, que deve 
levar em consideração passado, presente e futuro. Para que você entenda melhor, vamos conectar o 
que você acabou de ler com as situações que apresentamos no começo da apostila. 
Na Situação 1, Voto, um bem precioso, o voto é um direito, e exercê-lo é um princípio 
democrático fundamental nas sociedades modernas. No Brasil, utilizando a tecnologia, você pode 
obter uma versão digital do título de eleitor pelo aplicativo para dispositivos móveis (celular ou 
tablet); utilizar a biometria como instrumento para aumentar a segurança da sua identificação no 
momento da votação e evitar fraudes nas urnas; pesquisar o perfil de candidatos e os 
posicionamentos deles em temas importantes ou acompanhar a atuação do candidato em quem 
você votou. Essas são algumas ferramentas que surgiram da necessidade de facilitar a vida do eleitor 
brasileiro, de otimizar a busca por um representante que esteja de acordo com as nossas convicções 
e de fazer com que essa escolha não se encerre no dia da votação. 
Na Situação 2, Mobilizando o bairro, resolver um problema no seu bairro com apoio de 
toda a comunidade é uma prática democrática porque demonstra que a mobilização e a organização 
coletiva são caminhos para conviver em sociedade e reivindicar direitos básicos. Imagine que você 
precisa organizar uma reunião para falar sobre um projeto de lei sobre saneamento básico que afetará 
o seu bairro, mas as pessoas são resistentes porque dizem que é complicado entender o projeto de 
lei e todas as implicações dele. Nesse cenário de democracia exercida via plataformas digitais, você 
pode usar um aplicativo para realizar um bate-papo mais descontraído ou, ainda, organizar a sua 
comunidade para engajar-se nos processos de orçamento participativo, pautandoos problemas do 
seu bairro, a exemplo do Orçamento Participativo Digital de Belo Horizonte. 
Por fim, na Situação 3, Protagonismo nas soluções das dificuldades escolares, a partir da 
sua preocupação com as condições da alimentação oferecida pela escola e diante da falta de soluções 
práticas visíveis, você decide desabafar em uma rede social sobre as dificuldades que enfrenta e como 
a nutrição da comunidade escolar deveria ser pensada com mais cuidado. Rapidamente, o seu 
desabafo ganha visibilidade porque outros docentes se identificam com a situação1. A repercussão é 
tanta que pais e responsáveis, nutricionistas e produtores de alimentos orgânicos resolvem se unir 
para encontrar uma solução e mostrar que a escola pode ser um exemplo de alimentação saudável. 
Com os resultados alcançados pela mobilização e a partir dos seus relatos, a Secretaria de Educação 
da sua cidade decide atender às demandas da sua escola. 
 
 
1 Foi o que uma estudante de 13 anos fez em 2012, quando criou a página Diário de Classe. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
O aprimoramento da democracia está diretamente ligado à garantia da liberdade de exercício 
da nossa cidadania. Usufruir dela é usufruir os direitos fundamentais em todos os segmentos da 
vida, seja no nível individual, seja no coletivo: saúde, educação, meio ambiente, trabalho e cultura, 
entre outros. Por isso, devemos aproveitar as facilidades e possibilidades que surgem com as 
tecnologias digitais porque viabilizam a oportunidade de sermos agentes da democracia no sentido 
de tomar iniciativa na ação política. Podemos explorar as tecnologias como instrumentos para: 
• reivindicação e garantia de direitos; 
• debate sociopolítico; 
• elaboração de projetos conectados a novos discursos, vivências e práticas sociais; 
• fiscalização do poder público e 
• facilitação e ofertas de serviços públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
O diálogo como princípio democrático é respaldado por diferentes dispositivos jurídicos, 
como o direito à informação e à comunicação; a proteção à liberdade de expressão; a Lei de Acesso 
à Informação, entre outros. O debate público é fundamental para que possamos evoluir como 
sociedade. Porém, é preciso atentar para a qualidade dessas interações; buscar meios para que esse 
debate seja pautado por informações que condizem com a realidade e para diminuir as 
possibilidades de manipulação da opinião pública. 
A tecnologia é usada também para influenciar o debate público com o intuito de direcioná-
lo favoravelmente para um ou outro grupo político. Nos últimos anos, ouvimos falar muito sobre 
notícias falsas (fake news)2 e sobre o uso intenso de bots em redes sociais para falsear e até confundir 
a opinião pública. Isso representa um risco para a sociedade na medida em que decisões importantes 
e apoio ou rejeição de projetos políticos passaram a ser manipulados sem que a qualidade do debate 
público estivesse garantida. 
Essas tensões que vão surgindo – para o bem ou para o mal – são também o que propicia a 
criação de soluções. Por exemplo: existe um bot que identifica bots para que você saiba se está 
discutindo ou sendo influenciado por um robô nas redes sociais: o PegaBot. A tecnologia também 
vem sendo usada para influenciar o debate público com o intuito de esclarecimento, como tem feito 
o jornalismo, para garantir a produção e a circulação de notícias pautadas por princípios éticos. A 
checagem de fatos, por exemplo, busca verificar as falas dos políticos e as notícias falsas para 
construir uma cultura de discurso público comprometido com a realidade dos fatos e para que a 
sociedade entenda que não é saudável para a democracia acreditar cegamente em toda informação 
que circula na internet, independentemente de quem a produz. 
 
2 Para entender as características das notícias falsas e ajudar a combatê-las, acesse o nosso curso Acesso à Informação. 
UNIDADE II – COMUNICAÇÃO 
 
 
 
 
 
14 
 
 
O diálogo proporcionado pelas tecnologias digitais também foi fator fundamental para que a 
sociedade começasse a ouvir vozes que foram historicamente silenciadas, abrindo espaço para a 
produção e a circulação de narrativas de grupos sociais marginalizados. Esse contato com a 
diversidade de vivências e perspectivas é essencial para que consigamos fortalecer a nossa 
democracia. 
 
IMPORTANTE: Para além da comunicação entre pessoas, o diálogo direto entre sociedade civil e 
poder público deve ser meta de uma sociedade democrática e, portanto, facilitado pelas 
tecnologias digitais. Por exemplo, você pode assistir, na sua casa, às audiências públicas (são 
transmitidas em tempo real pela TV e pela internet) e se posicionar em relação aos projetos de lei 
apresentados, propor uma ideia para ser avaliada ou fazer perguntas sobre o tema de debates que 
ocorrem na Câmara e no Senado pela plataforma on-line E-cidadania). 
 
 
 
 
 
15 
 
 
É preciso mobilização para resolver problemas sociais. Por exemplo, na Situação 2, 
Mobilizando o bairro, você e os seus vizinhos tentam resolver um problema de saneamento básico 
no bairro em que moram. Suponha que você decidiu mobilizar a comunidade para discutir a situação, 
mas em um cenário no qual não existe a internet como hoje. O mais apropriado seria bater de porta 
em porta, conversando com os seus vizinhos, explicando o problema e a necessidade de se organizar 
para resolvê-lo. A primeira dificuldade na qual você esbarra é conciliar um momento em que todos 
possam estar presentes em uma reunião inicial. Em seguida, você percebe que nem todos estão 
preocupados como deveriam, e isso provoca certa indiferença. Imaginou o trabalho que você teria? 
Vamos pensar algumas possibilidades a 
partir da tecnologia? 
Muitas organizações sociais e iniciativas independentes (como o 
grupo que você mobilizou no seu bairro para resolver o problema do lixo) 
esbarram na falta de recursos financeiros para seguir em frente com a 
mobilização e a transformação social. Além disso, projetos novos e 
pontuais também enfrentam o mesmo desafio. Uma solução para 
problemas dessa ordem, que parte da mobilização de pessoas que se 
identificam com determinada causa, é o financiamento coletivo – a famosa vaquinha. São 
campanhas com tempo determinado para mobilizar doações para curto, médio ou longo prazo. 
Atualmente, existem várias plataformas específicas para campanhas financeiras, como: Catarse, 
Benfeitoria, Kickstarter, entre outros.3 
 
3 Você pode acessar uma lista com os 10 sites mais utilizados para criar vaquinhas on-line em: https://www.crowdfundingnobrasil.com.br/ 
UNIDADE III – MOBILIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Hoje em dia, quando precisamos conversar com outras pessoas, 
logo recorremos às redes sociais. Aqueles sites e aplicativos que usamos 
para compartilhar as nossas experiências do cotidiano, para manter-nos 
atualizados sobre a vida de pessoas próximas, para saber as últimas 
notícias. Nas redes sociais, podemos encontrar pessoas, organizações e 
instituições e conseguimos ter acesso a informações e serviços. 
Como sociedade, precisamos estabelecer relações para que consigamos evoluir. As redes 
sociais chegaram para facilitar esse processo de comunicação, mediando relacionamentos. Claro, 
isso também envolve as práticas democráticas, uma vez que a política faz parte do nosso cotidiano. 
Existe uma diversidade significativa de tipos de redes sociais: plataformas de vídeo, mensageiros, 
microblogs, aplicativos de fotografias, entre outros. 
 
IMPORTANTE: Apesar de ser um espaço que promove o contato e o diálogo, a rede social pode ser 
um ambiente que gera atritos entre as pessoas, por haver diversidade de visões de mundo e 
discordâncias políticas, comuns em uma democracia. O que torna esse tipo de conflito perigoso no 
âmbito digital é a sensação de anonimato que as pessoas têm na internet– ainda que seja uma 
falácia, pois é possível identificar o usuário pelas redes e sistemas de internet. Isso abre espaço 
para discursos preconceituosos, agressivos e, algumas vezes, criminosos. Foi o que aconteceu com 
uma estudante catarinense quando criou a página Diário de Classe. Ao mesmo tempo em que 
recebeu bastante apoio e relatos parecidos com os que publicava, ela era atacada e sofria 
ameaças na rede social. 
A solução para uma convivência democrática nas redes sociais é um uso responsável e seguro da 
internet, pautado por uma comunicação não violenta que preze o respeito e a empatia à 
diversidade de ideias, vivências e opiniões. O jogo #ChamaPraConversa, elaborado pelo Saferlab, 
um projeto da ONG Safernet Brasil, é uma lição de como podemos conversar respeitosamente 
sobre temas difíceis da e na internet. Além disso, a ONG também criou uma lista com 14 táticas 
para melhorar a qualidade do diálogo on-line. Veja a seguir uma das dicas: 
Figura 1 – #chamapraconversa 
 
Fonte: SAFERLAB, s. d. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
As redes sociais também constituem ferramentas catalisadoras de mobilizações em torno de 
causas. Diversas plataformas são usadas tanto para denunciar situação de violação de direitos quanto 
para divulgar e organizar atos públicos, manifestações e protestos. Uma possibilidade dentro das 
redes sociais que facilita a mobilização social é o uso das hashtags, pois você pode reunir em torno 
de um termo (que represente uma situação específica) uma série de comunicações e postagens que 
serão agrupadas por meio desse mecanismo. Para termos uma ideia de como a tecnologia tem 
remodelado o modo como a sociedade se comporta4, é interessante observar, por exemplo, o 
surgimento de alguns movimentos e organizações a partir da viralização de hashtags. Nas últimas 
eleições, por exemplo, a hashtag #MeRepresenta possibilitou que eleitores com proximidade de 
interesses identificassem candidatos em quem poderiam votar. Posteriormente, uma plataforma 
com o mesmo nome foi criada com o objetivo de reunir candidaturas preocupadas com a temática 
dos Direitos Humanos. 
O uso das redes sociais no debate público é tão importante para a democracia que iniciativas 
de análise do que é discutido nas plataformas foram criadas nos últimos anos para interpretar como 
a opinião pública tem se comportado, quais fatores têm influenciado esse processo e quais seriam 
as consequências para o contexto político em que vivemos. Por exemplo, na Situação 2, 
Mobilizando o bairro, em que você quer resolver um problema de saneamento básico no seu 
bairro, um caminho seria explorar o que as pessoas têm discutido sobre a responsabilidade de 
governos diante de acidentes ambientais, como o que ocorreu em Brumadinho. 
Outra forma de aproveitarmos a democracia digital a nosso favor é 
usá-la para fiscalizar o poder público. Muitas iniciativas que surgem estão 
relacionadas a esse segmento por entender que não há democracia sem que 
aqueles que ocupam cargos públicos não sejam cobrados ou acionados pelas 
suas agendas políticas, decisões e proposições. É uma forma de exercer um 
princípio básico da democracia: o controle social. Combinar mobilização 
social com exigência da garantia dos direitos por parte de quem assume um 
cargo público é uma estratégia há muito tempo utilizada pela sociedade civil. O Radar Legislativo, 
por exemplo, é uma plataforma para monitoramento de projetos sobre internet e tecnologias digitais 
que tramitam no Congresso Nacional. 
 
 
 
4 A sociedade também molda a tecnologia, os aplicativos, os sites etc. Há uma diversidade significativa de sistemas desenvolvidos com base nos 
comportamentos mais frequentes em um determinado momento histórico, seja por questões culturais, econômicas, políticas e até mesmo 
tecnológicas. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Robôs para o bem – o uso de inteligência artificial para a mobilização e a 
transformação sociais tem crescido nos últimos anos. É uma solução para 
digitalizar práticas importantes na democracia. Alguns exemplos da criação de 
robôs (sistemas que usam inteligência artificial para resolver algum problema) 
são a Fátima, a Betânia e a Rosie. 
A robô Fátima automatiza a checagem de notícias por meio de um mensageiro de rede social. 
Digamos que você começa a pesquisar notícias sobre saneamento básico para saber o que tem 
sido feito a respeito disso na sua cidade, conforme a Situação 2, Mobilizando o bairro. Você 
recebeu muitas informações no grupo de moradores da sua rua, mas você quer confirmar a 
veracidade delas. A Fátima ajuda você a encontrar dados confiáveis, a entender a diferença 
entre notícia e opinião e ainda o ensina a identificar indícios de credibilidade, para que você 
esteja bem informado sobre o tema que procura. Já a robô Betânia, ou simplesmente Beta, 
informa sobre votações legislativas relacionadas a questões de gênero e facilita o processo de 
pressão social sobre os parlamentares, para favorecer decisões que respeitam pesquisas, 
ativistas e instituições que trabalham diretamente com as pautas. A Beta é uma mediadora 
entre você e o parlamentar. Por fim, a Rosie analisa gastos de parlamentares no exercício da 
função e alerta quando identifica alguma suspeita. Ela faz parte da operação Serenata de Amor, 
que utiliza a inteligência artificial para incentivar o controle social da gestão pública. 
 
A democracia, na era das tecnologias, é configurada por dados5. Para além dos serviços 
públicos oferecidos via plataformas digitais, um governo preocupado em contribuir para a 
democracia digital deve prezar por uma cultura de dados abertos. Isso significa facilitar o acesso a 
qualquer tipo de informação produzida a partir do poder público, para que a sociedade possa 
usufruir dos dados para diferentes propósitos, inclusive para construir tecnologias de fiscalização do 
poder público. Dados abertos são fundamentais para a criação de ferramentas com o potencial de 
fortalecer a democracia, além de serem fonte para pesquisa, análises e investigação. 
 
IMPORTANTE: É igualmente significativo saber qual é o papel que cada ator social ocupa, pois as 
empresas também podem responder publicamente por violação de direitos da população e devem 
ser cobradas, fiscalizadas e denunciadas por organizações sociais e pelo poder público. É um pacto 
coletivo em que cada um representa um papel na construção da sociedade estando, portanto, 
respaldados por direitos e deveres. 
 
 
 
5 Para compreender o cenário mais amplo do uso de dados na sociedade atual, acesse os cursos Proteção de dados e Acesso à informação. 
 
 
 
 
19 
 
 
Um princípio básico da democracia é a participação. Para sermos sujeitos plenos em 
cidadania, precisamos participar da vida em sociedade. Cada indivíduo, cada grupo, cada instituição 
é um tipo de ator social, fundamental para que se estabeleçam relações por meio de processos 
participativos, como: eleições; reunião do condomínio ou da associação do bairro; organização da 
categoria profissional, entre outros. É a participação na vida política que nos apresenta a 
oportunidade de escolher aqueles que podem nos representar no poder público (executivo e 
legislativo) e nas organizações da sociedade civil (agrupamentos de pessoas em torno de um interesse 
comum) bem como sermos nós mesmos agentes de transformação ao participar diretamente da vida 
política – ocupando cargos de liderança e pleiteando mandatos políticos. 
 
DIVERSIDADE DE ATORES SOCIAIS NA INTERNET 
É importante reconhecer que alguns grupos sociais são historicamente marginalizados, de 
diferentes formas. São pessoas que sofrem com preconceito social ou institucional por questões de 
gênero, raça e classe, e que estão conquistando espaço na vida pública para fortalecer as suas 
vozes e reivindicar os seus direitos. Com as redes sociais, foi possível chamar atenção para essas 
vivências e para como elas sãotratadas em sociedade. Com outras plataformas, esses grupos têm 
potencializado a sua mobilização e a sua organização em torno de temas próprios. 
 
UNIDADE IV – PARTICIPAÇÃO 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Questão significativa para uma sociedade que busca fortalecer 
seus processos democráticos é a educação política. Incentivar uma 
cultura de conhecimento, consciência e responsabilidade acerca das 
práticas sociais na vida pública é fundamental para que o exercício da 
cidadania seja uma possibilidade. Por exemplo, saber o que significa 
cada etapa do processo eleitoral bem como os cargos políticos e pastas 
ministeriais, possibilidades de participação e controle social, noção de direitos e deveres, entre outras 
situações. A educação, além de ser um processo sociocultural, é uma ferramenta para o 
empoderamento das pessoas, isto é, para torná-las conscientes da importância que têm, individual 
e coletivamente, para a sociedade. 
Na Situação 3, Protagonismo nas soluções das dificuldades escolares, em que você recorre 
às redes sociais para denunciar as condições desfavoráveis da escola em que trabalha, você percebeu 
que reivindicar investimentos públicos não é suficiente para que haja um processo contínuo de 
mobilização para pleitear melhorias na escola, uma vez que é preciso saber a quem recorrer, de que 
órgão público exigir uma resposta, etc. Uma solução é incentivar a educação política da comunidade 
escolar por meio de ferramentas digitais acessíveis. A internet tornou-se um espaço propício para 
projetos que atuam no segmento da educação política, como a plataforma Politize, que disponibiliza 
conteúdos, cursos e projetos que buscam consolidar, por meio da educação, uma cultura democrática 
no País, baseada em valores como conhecimento, pluralidade, empatia e empoderamento. 
Outra possibilidade é levantar debates em sala de aula a partir de produções audiovisuais. A 
plataforma Videocamp, por exemplo, disponibiliza conteúdo organizado por temas. Além dela, a 
Taturana Mobi também trabalha na perspectiva de uso de filmes para a mobilização e a 
transformação social, partindo de reflexões provocadas pelas produções, as quais podem ser 
compartilhadas e debatidas com o intuito de aprendizagem coletiva. 
Em outros tempos, a única possibilidade de reverter decisões, reivindicar direitos ou 
denunciar situações era ocupando a rua – protestos, manifestações, atos públicos e ocupações, entre 
outros atos. Esse tipo de ação ainda continua válido e muito simbólico, pois produz narrativas de 
mobilização e transformação social que entram para a história. Atualmente, com a assimilação das 
tecnologias, surgem novas formas de mobilização e de ativismo em que a internet ocupa um papel 
central na reorganização desses processos. São práticas, valores e demandas que se manifestam à 
medida que a relação entre sociedade e instituições se desenvolve e se tensiona. 
Algumas plataformas facilitam a mobilização e o engajamento das pessoas, funcionando como 
um abaixo-assinado. Você, da sua casa, em qualquer parte do mundo, pode assinar uma reclamação, 
uma exigência ou uma apelação. São iniciativas que flexibilizam a mobilização social em torno de 
temas urgentes. Ainda que a validade desse tipo de mobilização seja discutida, isso não diminui a 
importância de um novo modo de mobilizar a coletividade. 
Com pequenas diferenças, essas plataformas promovem campanhas de pressão social em 
situações de crise, de decisões políticas ou mesmo de denúncias. Esse tipo de ação é realizado 
 
 
 
 
 
21 
 
 
também por organizações sociais (coletivos, movimentos sociais e ONGs), geralmente por meio de 
um e-mail aos apoiadores, chamando a atenção deles para o problema, com mutirões de 
compartilhamento pelos mais diversos canais: redes sociais, sites parceiros e outros. 
Lembra da Situação 3, Protagonismo nas soluções das dificuldades escolares, em que você 
buscou as redes sociais para desabafar sobre as dificuldades que enfrenta na escola em que trabalha? 
Imagine que os seus relatos chegaram a um nível de repercussão tão grande que um grupo de pais 
e professores da escola resolveu criar um abaixo-assinado on-line para pressionar a Secretaria de 
Educação a resolver os problemas da escola e, por causa disso, representantes da secretaria e a direção 
da escola se reuniram para dar uma resposta à comunidade. 
Em resumo, as tecnologias digitais podem ser aceleradoras de um cenário político em que 
emergem novas perspectivas de participação social nos processos decisórios. Nesse contexto, os 
espaços são rediscutidos e ampliados. 
 
Estamos vivendo um tempo em que as mudanças são aceleradas e 
protagonizadas, principalmente pelo uso das tecnologias digitais. Não seria 
diferente nas práticas democráticas. À medida que as situações ocorrem, 
novas possibilidades surgem. Atentar para a inovação política nesse cenário 
é imprescindível para que encontremos caminhos para a mobilização e para 
as transformação sociais em toda a pluralidade de aplicações. O Instituto 
Update, por exemplo, faz um mapeamento de iniciativas na América Latina 
que se propõem a potencializar processos de participação política. A iniciativa Porvir também se 
insere no campo da inovação, mas trabalha especificamente com educação, contribuindo para a 
comunicação e a mobilização social voltadas à discussão e ao incentivo de melhorias na 
qualidade da educação brasileira. 
 
Apresentamos até aqui muitos exemplos para diferentes objetivos, com o propósito de 
demonstrar como as tecnologias digitais colaboram para o fortalecimento da democracia. Para que 
você possa colocar a mão na massa e transformar um problema em ação política, sugerimos o 
seguinte passo a passo: 
1. identificar um problema; 
2. reunir o máximo de informações sobre o contexto do problema; 
3. conversar com mais pessoas; 
4. decidir qual o propósito da mobilização e a transformação que querem alcançar; 
5. verificar quais são as soluções possíveis; 
6. analisar de que modo as soluções podem ser desenvolvidas e 
7. traçar estratégias e dividir o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
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IMPORTANTE: Em todas as etapas, você pode utilizar tecnologias digitais como as que citamos, 
mas você também pode ir além, pesquisando na internet por outras ferramentas, ou mesmo 
reinventando o uso das que já são muito conhecidas. 
Na sala de aula, você pode auxiliar os alunos a criarem uma atitude proativa e mostrar outras 
formas de usar as mídias digitais, aproveitando o fato de que adolescentes são usuários intensivos 
de internet (dados da pesquisa TIC Kids Online 2017). É uma oportunidade para estimular a 
criatividade, o exercício da cidadania e o trabalho em equipe. 
 
 
23 
 
 
• Tecnologia para mobilização e transformações sociais – diante de muitas frustrações 
com o poder público, o senso comum costuma indicar um cenário de desesperança na 
política - tudo está corrompido, e não há solução à vista no horizonte. Compreender que a 
política não depende somente dos poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário), 
mas, sim, de cada um de nós é o primeiro passo para transformar, em alguma medida, a 
sociedade em que vivemos. Claro, mudanças estruturais levam tempo e demandam mais 
esforços. No entanto, com o auxílio da tecnologia, podemos facilitar e promover mudanças 
sociais nas comunidades em que estamos inseridos. 
• Possibilidades e potencialidades – a democracia está relacionada às práticas que buscam 
garantir os direitos, a processos participativos, ação direta e direcionada para a solução de 
problemas do cotidiano. Com a internet, você é capaz de encontrar pessoas com as mesmas 
questões, iniciativas bem-sucedidas, informações e muitos instrumentos para ajudar você a 
exercer a sua cidadania por meio das tecnologias. 
• Uma sociedade que preza por práticas democráticas – de modo geral, a democracia 
digital faz parte do nosso cotidiano. Ela não é algo a que você recorre ou tem que praticar 
uma vez ou outra – nas eleições, porexemplo. A democracia é fundamental para que 
possamos reivindicar direitos básicos, para que possamos encontrar soluções para problemas 
a curto, médio e longo prazo. Mas a democracia é um processo, demanda tempo e esforço 
e, por isso, depende de vontades coletivas, de pessoas que se engajam por uma causa ou 
interesse em comum. 
 
24 
 
 
CAETANO, B. P.; DE OLIVEIRA, G. W.; DE PAULA, M. M. V.; DE SOUZA, J. M. 
Democracia digital: uma análise sobre recursos e aceitação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE 
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CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de 
Janeiro: Zahar, 2017. 
 
DE FREITAS, C. S.; LIMA, F. F.; LIMA, F. Q. Desafios ao desenvolvimento de um ambiente 
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GINDRE, G. Internet e redes sociais como ferramentas de mobilização. 2016. Disponível em: 
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GOMES, W. A democracia no mundo digital: história, problemas e temas. São Paulo: Sesc, 2018. 
 
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Government%20Survey%202018_Portuguese.pdf. Acesso em: 21 abr. 2019..
 
25 
 
 
Algoritmos – processos matemáticos usados para automatizar funções. São muito comentados 
atualmente por serem a estrutura que organiza grande parte do conteúdo das redes sociais, com base 
em informações coletadas por usuários. 
 
Bot – técnica de rotinas de automatização instalada em serviços on-line. Um bot é criado para 
simular algum comportamento, podendo ser algum tipo de assistente em grupos e fóruns on-line, 
ou até perfis automatizados em redes sociais. 
 
Ciberativismo – ativismo voltado para questões da internet. Em geral, ciberativistas buscam a 
garantia dos direitos básicos no ambiente on-line, assim como movimentos sociais e ativistas 
tradicionais o fazem no cotidiano da vida em sociedade. 
 
Dados abertos – princípio de transparência cobrado de governos e figuras públicas. A ideia é 
facilitar o acesso e o controle social de informações de interesse público. 
 
Fact checking – narrativa e conjunto de técnicas jornalísticas para a apuração do discurso público, 
em geral de autoridades mas também podendo ser aplicado à verificação de boatos. 
 
Hashtag – forma de indexação de temas dentro de determinados ambientes on-line, sobretudo nas 
redes sociais. Em geral, é precedida do símbolo #. 
 
 
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	OBJETIVOS
	Objetivo geral
	Objetivos específicos
	AUTORES DA APOSTILA
	ESTRUTURA DO CURSO
	BIBLIOGRAFIA COMENTADA
	INICIANDO O ESTUDO
	UNIDADE I – DEMOCRACIA DIGITAL
	UNIDADE II – COMUNICAÇÃO
	UNIDADE III – MOBILIZAÇÃO
	UNIDADE IV – PARTICIPAÇÃO

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