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Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 5 
 
UNIDADE 1 – TRABALHO, CULTURA, SOCIEDADE E OS ELEMENTOS AMBIENTAIS 
 
As relações de trabalho e a sociedade 
 
As relações de trabalho 
estão ligadas às nossas 
relações sociais e à 
nossa realidade material. 
O trabalho é a atividade 
por meio da qual o ser 
humano produz sua 
própria existência. Essa 
afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx 
quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser 
humano exista em função do trabalho, mas é por meio 
dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito 
isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem 
grande influência na construção do sujeito. Assim, 
existem áreas do conhecimento dedicadas apenas a 
estudar as diferentes formas em que se constituem as 
relações de trabalho e seus desdobramentos na vida de 
cada um de nós. 
 
Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as 
relações de trabalho se alteram no fluxo de nossa 
história, as nossas estruturas sociais também são 
alteradas, principalmente a forma como se 
estruturavam nossas relações, posições na hierarquia 
social, formas de segregação e, em grande parte, 
aspectos culturais erguidos em torno das relações de 
trabalho. 
 
O trabalho no decorrer da história 
 
Tomemos como exemplo o rápido processo de 
mudança que atingiu os países europeus no início do 
século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira 
Revolução Industrial. As relações de trabalho, 
anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas 
dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era 
geralmente passado aos filhos, o que garantia a 
construção de uma forte identidade ligada ao labor a 
que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava ligado à 
terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A 
economia baseava-se na troca de serviços ou de 
produtos concretos, e não no valor fictício agregado a 
uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também 
estava agregado à obtenção direta de bens de 
consumo, e não a um valor variável de um salário pago 
com uma moeda de valor igualmente variável. A 
estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma 
mobilidade para os sujeitos, ou seja, um camponês 
nascia e morria camponês da mesma forma que um 
nobre nascia e morria nobre. 
 
As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria 
alteraram profundamente o sentido estabelecido para o 
trabalho e para a relação do sujeito com ele. 
A impessoalidade nas linhas de montagem que a 
adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de 
pessoas amontoavam-se diante de uma atividade 
repetitiva em uma linha de montagem, sem muitas 
vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou 
a ser a principal característica do trabalho industrial. 
O trabalho presente e futuro 
 
As transformações de nossas relações de trabalho não 
pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o 
caráter de nossas atividades modifica-se. Contudo, as 
forças que motivam essas mudanças são outras. 
A globalização é um dos fenômenos mais significativos 
da história humana e, da mesma forma que modificou 
nossas relações sociais mais íntimas, modificou 
também nossas relações de trabalho. A possibilidade 
de estarmos interconectados a todo momento encurtou 
distâncias e alongou nosso período de trabalho. O 
trabalho formal remunerado, que antes estava recluso 
entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos 
persegue até em casa e demanda parte de nosso 
tempo livre, haja vista a crescente competitividade 
inerente ao mercado de trabalho. 
 
A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de 
obra cada vez mais especializada fazem com que o 
trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida 
para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das 
origens das grandes desigualdades sociais da 
sociedade contemporânea, uma vez que apenas 
aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-
se ao processo de formação profissional, caro e 
exigente, conseguem subir na hierarquia social e 
econômica. 
 
A introdução da automação na produção de bens de 
consumo tornou, em grande parte, a mão de obra 
humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército 
de trabalhadores e diminuindo o valor da força de 
trabalho nos países que dispõem de grande população, 
mas com baixa especialização. Como resultado, a 
situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o 
bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção 
que prioriza o lucro monetário, não é um investimento 
que garanta renda imediata. 
 
A Cultura e a Sociedade 
 
A diversidade da vida e da cultura humana e os vários 
tipos de sociedade em que os homens vivem. O 
conceito que damos ao nome cultura está entre as 
noções mais usadas na sociologia. A “cultura” pelo que 
conhecemos pode ser conceitualmente diferenciada de 
“sociedade”, mas há conexões muito próximas entre 
essas noções. Uma sociedade é um sistema de inter-
relações que conecta os indivíduos uns com os outros. 
A Grã-Bretanha, a França e os Estados Unidos são 
sociedades nesse sentido. Incluem milhões de 
pessoas. Outras, como as primeiras sociedades de 
caçadores e coletores, podem ser tão pequenas quanto 
30 ou até 40 pessoas. Todas as sociedades são unidas 
pelo fato de que seus membros são organizados em 
relações sociais estruturadas, de acordo com uma 
cultura única. Porém, acima de todo o conhecimento 
histórico da humanidade, nenhuma cultura poderia 
existir sem cultura. Sem cultura, não seriamos nem 
sequer “humanos”, no sentido em que comumente 
entendemos esse termo. Não teríamos línguas em que 
nos expressar, nenhuma noção de autoconsciência e 
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nossa habilidade de pensar e raciocinar seria 
severamente limitada. 
 
Esses elementos culturais são compartilhados por 
membros da sociedade e tornam possível a cooperação 
e a comunicação, formando o contexto comum em que 
os indivíduos numa sociedade vivem suas vidas. Há 
valores e normas fundamentais a todas as culturas que 
são ideias que definem o que é considerado importante, 
válido e desejável. Essas ideias abstratas ou valores 
dão sentido e fornecem direção aos humanos enquanto 
estes interagem com o mundo social. As normas são 
regras de comportamento que refletem ou incorporam 
os valores de uma cultura. Os valores e as normas 
trabalham em conjunto para moldar a forma como os 
membros de uma cultura se comportam dentro de seus 
limites. Os valores e as normas variam enormemente 
através das culturas. Algumas culturas valorizam 
altamente o individualismo, enquanto outras podem 
colocar maior ênfase em necessidades em comum. 
Mesmo dentro de uma sociedade ou comunidade, os 
valores podem ser contraditórios: alguns grupos ou 
indivíduos podem valorizar crenças religiosas 
tradicionais, enquanto outros podem enfatizar o 
progresso da ciência, assim como há pessoas que 
preferem conforto material e sucesso, e outras que 
podem preferir a simplicidade e uma vida tranquila. 
 
Os valores culturais e as normas frequentemente 
mudam através do tempo. Muitas normas que 
consideramos naturais em nossas vidas pessoais, 
como relações sexuais pré-matrimoniais e casais 
vivendo juntos sem estarem casados, contradiziam 
valores sustentados há poucas décadas. No ano 2000, 
uma comissão do governo japonês publicou um 
relatório que resumiu as principais metas para o Japão 
no século XXI. As principais descobertas da comissão 
surpreenderam muitas pessoas: os cidadãos japoneses 
precisam perder seu apego a alguns de seus valores 
principais se o país quiser enfrentar as suas atuais 
mazelas sociais com sucesso. Normas e valores 
culturais são profundamente incrustados e é muito cedo 
para dizer se um mandato governamental terá sucesso 
em alterar os valores japoneses tradicionais. Muitos de 
nossos comportamentos e hábitos cotidianos sãofundados em normas culturais. Um exemplo claro disso 
pode ser visto na forma como as pessoas sorriem, 
particularmente em contextos públicos através de 
diferentes culturas. 
 
 
 
A diversidade cultural não convém apenas as crenças 
culturais que diferem através das culturas. A 
diversidade das práticas e do comportamento humano 
é também notável. Formas aceitáveis de 
comportamento variam amplamente de cultura para 
cultura e, com frequência, contrastam drasticamente 
com o que as pessoas das sociedades ocidentais 
consideram “normais”. No Ocidente, comemos ostras, 
mas não comemos gatinhos ou cães de estimação, 
sendo que ambos são considerados especiarias em 
algumas partes do mundo. Os judeus não comem carne 
de porco, enquanto os indianos comem porco e evitam 
carne de gado. As pequenas sociedades, como as 
sociedades primitivas de caçadores e coletores, 
tendem a ser culturalmente uniformes ou 
monoculturais. 
 
O Japão, por exemplo, tem se mantido bastante 
monocultural e são também marcados por altos índices 
de homogeneidade cultural. A maioria das sociedades 
industrializadas, contudo, está tornando-se 
culturamente mais diversa, ou multicultural. Nas outras 
cidades mais modernas, por exemplo, muitas 
comunidades subculturais vivem lado a lado, indianos 
ocidentais, paquistaneses, indianos, bangladeshianos, 
italianos, gregos e chineses podem todos hoje ser 
encontrados no centro de Londres. As subculturas não 
se referem somente a grupos étnicos ou linguísticos 
dentro de uma sociedade maior que tem como âmbitos 
muito amplos e podem incluir naturalistas, góticos, 
hackers, hippies, rastafáris, fãs de hip-hop ou 
torcedores de times de futebol. 
 
É importante lembrar que toda cultura tem seus 
próprios padrões de comportamento, os quais parecem 
estranhos às pessoas de outras formações culturais. 
 
A cultura faz parte daqueles aspectos da sociedade que 
são aprendidos mais do que herdados. O processo pelo 
qual as crianças, ou outros novos membros da 
sociedade, aprendem o modo de vida de sua sociedade 
é chamado socialização. A socialização conecta 
diferentes gerações umas com as outras. O nascimento 
de uma criança altera as vidas daqueles que são 
responsáveis pela criação, portanto, passam por novas 
experiências de aprendizado. Os cuidados dos pais 
ligam comumente as atividades dos adultos às crianças 
para o restante de suas vidas. 
 
Através do processo de socialização, os indivíduos 
aprendem sobre os papéis sociais na expectativa 
sociais de uma pessoa segue numa posição social. Os 
cenários culturais em que nascemos e amadurecemos 
influenciam nosso comportamento, mas isso não 
significa que os humanos são privados de sua 
individualidade ou do seu livre-arbítrio. No decorrer da 
socialização, cada um de nós desenvolve um sentido 
de identidade e a capacidade para o pensamento e a 
ação independentes. No mundo atual, temos 
oportunidades sem precedentes de moldar a nós 
mesmos e de criar nossas próprias identidades. Somos 
nosso melhor recurso para definir o que somos, de onde 
viemos e para onde vamos. 
 
Em um determinado período curto de nossa existência 
neste planeta, os seres humanos viveram em 
sociedades caçadoras e coletoras. Os caçadores e os 
coletores ganharam seu sustento da caça, da pesca e 
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da coleta de plantas comestíveis que crescem na 
natureza. Essas culturas continuam a existir em 
algumas partes do mundo, como em umas poucas 
partes áridas da África e das florestas do Brasil e da 
Nova Guiné. 
 
Há cerca de 20 mil anos, alguns grupos de caçadores e 
coletores voltaram-se à criação de animais domésticos 
e ao cultivo de áreas fixas de terra como meio de 
sustento. As sociedades pastoris são as que tiram seu 
sustento principalmente de animais domesticados, 
enquanto as sociedades agrárias são aquelas que 
praticam a agricultura. 
 
As primeiras civilizações desenvolveram-se no Oriente 
Médio, comumente em áreas fluviais férteis. O império 
chinês originou-se cerca de 2000 anos Antes da Era 
Comum, quando estados poderosos foram também 
fundados onde hoje são Índia e o Paquistão. O que 
aconteceu que destruiu as formas da sociedade que 
dominaram a história até dois séculos atrás? A reposta, 
numa palavra, seria a industrialização. 
 
Do século XVII até o século XX, os países ocidentais 
estabeleceram colônias em inúmeras áreas antes 
ocupadas por sociedades tradicionais, usando sua 
força militar superior quando necessário. O processo de 
colonialismo, foi crucial, como sabemos, para moldar o 
mapa social do globo terrestre. Muitas sociedades em 
desenvolvimento estão em áreas antes submetidas ao 
domínio colonial na Ásia, África e América do Sul. 
 
Os países em desenvolvimento não são uma unidade, 
a maioria dos países menos desenvolvidos está 
economicamente bastante atrasado em relação às 
sociedades ocidentais, algumas partes ingressaram em 
um processo de industrialização e experimentaram um 
dramático crescimento econômico. 
 
Porém, a mudança social como vimos, os modos de 
vida e as instituições sociais características do mundo 
moderno são radicalmente diferentes mesmo das dos 
passado recente. Durante um período de apenas dois 
ou três séculos, uma fração de minuto no contexto da 
história humana, a vida social humana, foi arrancada 
dos tipos de ordem social em que as pessoas viveram 
por milhares de anos. E isso é difícil de definir, pois há 
uma percepção de que tudo muda, o tempo muda, o 
tempo todo. 
 
Assim as mudanças que ocorrem a cada dia, estão indo 
no curso da história humana, e do mundo, tornando 
diferentes cada vez mais as culturas e a sociedade 
independentemente do que jamais foram. À medida que 
o ritmo do mundo acelera, a mudança persiste, segue, 
caminha, transforma um ponto ou um lugar do planeta 
afetando diretamente outras regiões. 
 
Agentes Transformadores do Relevo 
 
O relevo terrestre, apesar de aparentemente estático, é 
dinâmico e está em constante transformação. Tal 
dinâmica deve-se aos processos internos e externos 
que contribuem para que essa dinâmica aconteça, são 
os agentes transformadores do relevo. 
Os agentes transformadores do relevo são 
classificados conforme a origem de suas ações, 
aqueles que atuam abaixo dos solos são chamados 
de agentes endógenos ou internos e aqueles que 
atuam sobre a superfície são chamados de agentes 
exógenos ou externos. 
 
Agentes Internos 
 
Os agentes internos ou endógenos também são 
chamados de modeladores e costumam ser 
subdivididos em três grupos: o tectonismo, os abalos 
sísmicos e o vulcanismo. Vejamos, abaixo, algumas 
características gerais de cada um. 
 
Tectonismo: Também chamado de diastrofismo, é 
todo e qualquer movimento realizado a partir de 
pressões advindas da região localizada sobre o magma 
da Terra. Aqueles processos de duração longa (sob o 
ponto de vista do tempo geológico) são chamados de 
epirogênese e aqueles de curta duração são chamados 
de orogênese. 
 
Dentre as paisagens formadas pelo tectonismo, temos 
as montanhas, as cordilheiras, os vulcões e todas as 
paisagens que, posteriormente, são novamente 
modificadas pelos agentes externos de transformação 
do relevo. 
 
 
Cordilheira do Himalaia – conjunto de cadeias montanhosas onde se 
encontram as maiores altitudes do mundo. 
 
Abalos sísmicos: estão diretamente ligados à 
dinâmica tectônica. São gerados pelo movimento 
agressivo das massas da crosta interior da Terra ou do 
manto terrestre, resultante de abruptas acomodações 
das camadas rochosas. Podem ser resultantes do 
choque entre duas placas que se encontram 
(movimentos convergentes), do afastamento entre elas 
(movimentos divergentes) ou quando placas vizinhas 
se movimentam lateralmente, raspando uma na outra 
(movimentos transformantes). 
 
 
Exemplo da consequência de um abalo sísmico. 
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Vulcanismo: são atividades de erupção do magma 
localizado no interior da Terra em direção à superfície. 
Esse material quente e pastoso costuma encontrar 
brechas para a sua ascensão nas zonas de encontro 
entre duas placas tectônicas, onde existem falhas e 
fraturas que permitem a sua passagem. 
 
Dos agentes endógenos de transformação do relevo, o 
vulcanismo é o que provoca mudanças na superfície de 
forma mais rápida, através da ação do magma sobre os 
solos, mas também atua de forma lenta, durante a 
formação dos próprios vulcões, o que leva milhares de 
anos para acontecer. 
 
 
Nyiragongo (erupção efusiva) vulcanismo de vale de rifte. 
 
Geralmente, os solos localizados em regiões 
vulcânicas, ou cuja origem remonta a atividades 
vulcânicas em tempos pretéritos, costumam ser 
extremamente férteis, em virtude da quantidade de 
minerais que são liberados durante as erupções. 
 
Agentes externos 
 
Os Agentes externos ou exógenos, também chamados 
de esculpidores, são responsáveis pela erosão 
(desgaste) e sedimentação (deposição) do solo. Eles 
são ocasionados pela ação de elementos que se 
encontram sobre a superfície, como os ventos, as 
águas e os seres vivos. 
 
O agente externo mais atuante sobre a transformação 
dos solos é a água, seja de origem pluvial (chuvas), 
seja de origem fluvial (rios e lagos), ou até de origem 
nival (derretimento do gelo). A ação das águas também 
pode ser dividida em fluvial, marinha e glacial. A água 
provoca transformação e modelagem dos solos e 
contribui para a formação de processos erosivos. 
 
A erosão pluvial ocorre pela ação das águas da chuva, 
que contribuem para o processo de lixiviação (lavagem 
da camada superficial) dos solos. Forma também 
alguns “caminhos” ocasionados pela força das 
enxurradas. Quando mais profundos, esses caminhos 
podem contribuir para a formação de ravinas (erosões 
mais profundas) e voçorocas (quando a erosão é muito 
grande ou quando ela atinge o lençol freático). 
 
A erosão fluvial acontece pela ação dos cursos d’água 
sobre a superfície, modelando a paisagem e 
transportando sedimentos. Podemos dizer que são os 
próprios rios que constroem os seus cursos, pois ao 
longo dos anos, as correntes de água vão desgastando 
o solo e formando os seus próprios caminhos, que vão 
se aprofundando conforme a força dos cursos dos rios 
vai erodindo o solo. 
 
 
Os cursos d’água provocam o desgaste dos solos, formando os 
seus próprios cursos. 
 
A erosão fluvial é causada, também, quando a retirada 
da mata ciliar provoca danos sobre as encostas dos 
rios, que ficam mais frágeis e cedem à pressão das 
águas. 
 
A erosão marinha é aquela provocada pela ação das 
águas do mar sobre a superfície, provocando o 
desgaste das formações rochosas litorâneas. Tal 
processo é lento e gradual, contribuindo para a erosão 
das costas altas (abrasão marinha) e pela deposição de 
sedimentos nas costas mais baixas. Contribui também 
para a modelagem do relevo litorâneo, com as falésias, 
restingas, tômbolas e praias. 
 
A erosão glacial é provocada pelo derretimento de 
geleiras localizadas em regiões montanhosas e de 
elevadas altitudes, que formam cursos d’água que 
modelam a superfície por onde passam. Outra forma de 
ação é o congelamento dos solos, que se rompem com 
a “quebra” das geleiras. 
 
Outro importante agente externo são os ventos, que 
atuam no relevo também em um processo lento e 
gradual, esculpindo as formações rochosas e 
transportando os sedimentos presentes no solo em 
forma de poeira. A ação dos ventos sobre o relevo é 
também chamada de erosão eólica. 
 
 
Exemplo de formação rochosa esculpida pela ação dos ventos. 
 
Além dos processos erosivos, há também 
o intemperismo, que é resultante da ação de 
transformações físicas, químicas e biológicas sobre os 
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solos. Esse processo também é conhecido como 
meterorização e é responsável pela desintegração e 
decomposição dos solos e das rochas. 
 
O intemperismo físico é causado pelas variações 
climáticas, que podem provocar a desintegração das 
rochas, algo comum em regiões extremamente secas 
ou desérticas. Observe na imagem abaixo um exemplo 
de intemperismo físico. 
 
 
Intemperismo causado pela ação do clima. 
 
Já o intemperismo químico ocorre em função da ação 
das águas e da umidade sobre a superfície, 
ocasionando a destruição da base original dos solos. 
Vejamos na imagem abaixo um exemplo de 
intemperismo químico. 
 
 
Dissolução do calcário em contato com a água. 
Exercícios de aprendizagem 
 
01. A teoria da Tectônica de Placas explica como a 
dinâmica interna da Terra é responsável pela 
estrutura da litosfera. Diante do exposto, 
marque a alternativa INCORRETA. 
(A) A litosfera é a parte rígida que compõe a crosta 
terrestre; é segmentada em placas que flutuam 
em várias direções sobre o manto. 
(B) O movimento das placas pode ser convergente 
ou divergente, aproximando-as ou afastando-
as, ou ainda deslizando-as uma em relação à 
outra. 
(C) A tectônica é responsável por fenômenos como 
formação de cadeias montanhosas, deriva dos 
continentes, expansão do assoalho oceânico, 
erupções vulcânicas e terremotos. 
(D) As placas continentais e oceânicas possuem 
semelhante composição mineralógica básica, 
uma vez que essas placas compõem a crosta 
terrestre. 
 
02. Com relação à constituição interna da Terra, 
suas camadas e características gerais, marque 
a alternativa CORRETA. 
(A) A tectônica é responsável por fenômenos como 
formação de cadeias montanhosas, deriva dos 
continentes, expansão do assoalho oceânico, 
erupções vulcânicas e terremotos. 
(B) O núcleo interno, constituído, principalmente, 
de ferro e níquel, encontra-se em estado líquido 
devido às altas temperaturas ali reinantes. 
(C) O núcleo externo encontra-se em estado sólido 
e apresenta uma constituição rochosa. Nele, 
são geradas correntes elétricas que imantam o 
núcleo interno e criam o campo magnético da 
Terra. 
(D) As placas continentais e as oceânicas possuem 
semelhante composição mineralógica básica, 
uma vez que essas placas compõem a crosta 
terrestre. 
 
03. O bloco diagrama representa o processo de 
formação de um fenômeno natural de grande 
magnitude, decorrente da movimentação de 
placas tectônicas. 
(A) No fundo do oceano, com terremoto em 
profundidade, sem deslocamento do solo e 
propagação de ondas gigantes; tsunami. 
(B) Em superfície, sem deslocamento do solo 
oceânico e propagação de ondas gigantes; 
maremoto. 
(C) No fundo do oceano, com deslocamento do solo 
sem propagação de ondas; terremoto. 
(D) No fundo do oceano, com terremoto em 
profundidade, deslocamento do solo e 
propagação de ondas gigantes; tsunami. 
 
04. A teoria da “tectônica de placas”, hoje mais do 
que comprovada empiricamente, explica 
fenômenos como vulcões, terremotos e 
tsunamis. Segundo essa teoria, as placas 
tectônicas: 
(A) Atritam entre si nas extremidades da Terra, 
derretendo as calotas polares. 
(B) Movem-se porque flutuam debaixo dos solos 
dos oceanos, causando abalos no continente. 
(C) Deslizam sobre o magma do interior da Terra e 
chocam-se em alguns pontos da crosta. 
(D) Movimentam-se em conjunto, desenvolvendo 
abalos sísmicos coordenados e previsíveis. 
 
05. Podemos considerar agentes internos e 
externos do Globo Terrestre respectivamente: 
(A) Tectonismo e intemperismo. 
(B) Vento e vulcanismo. 
(C) Águas correntes e intemperismo. 
(D) Vento e águas correntes. 
 
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06. Terremotos são gerados pelos movimentos 
naturais das placas tectônicas da Terra, que 
causam ajustes na crosta terrestre, afetando aorganização das sociedades. Em relação aos 
sismos naturais, é correto afirmar que eles são 
causados por: 
(A) Forças endógenas incontroláveis. 
(B) Energias exógenas excepcionais. 
(C) Forças antrópicas descontroladas. 
(D) Energias antrópicas excepcionais. 
 
07. Como desenvolvimento da Teoria da Tectônica 
de Placas, fenômenos como a formação das 
cadeias montanhosas e das fossas submarinas 
foram melhor compreendidos. Com isso, sabe-
se que a Cordilheira dos Andes se encontra em 
uma região da crosta terrestre que: 
(A) Apresenta uma área de colisão de placas 
tectônicas. 
(B) Forma margem continental do tipo passiva. 
(C) Se situa em uma área de expansão do assoalho 
oceânico. 
(D) Coincide com limites divergentes de placas. 
 
08. O processo que gerou a atual configuração dos 
continentes na superfície do planeta Terra 
resultou da fragmentação e do afastamento das 
terras emersas que, no princípio, constituíam 
um único bloco chamado Pangeia. Duas teorias 
tentam explicar esse processo, são elas: 
(A) A das placas tectônicas e a da descontinuidade 
de Mohorovicic. 
(B) A da deriva continental e a da descontinuidade 
de Gutemberg. 
(C) A das placas tangenciais e a das placas 
continentais. 
(D) A das placas tectônicas e a da deriva 
continental. 
 
Minhas anotações 
 
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UNIDADE 2 – AS RELAÇÕES COTIDIANAS NO ESPAÇO GEOGRAFICO 
 
Paisagem, tempo, espaço geográfico e sua 
construção 
 
O espaço geográfico é a superfície terrestre na qual os 
seres humanos vivem e produzem constantemente 
medicações. É o resultado da ação humana sobre a 
natureza. É o espaço produzido e apropriado pela 
sociedade, composta pela inter-relações entre sistema 
de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas 
de ações – relações sociais, culturais e econômicas. 
 
Deve ser considerado como algo que participa 
igualmente da condição do social e do físico, um misto, 
um híbrido; constituído por lugares, por paisagens, por 
regiões, por territórios e territorialidades. Tudo o que 
existe vem da natureza, como os materiais utilizados na 
construção de uma ponte, de um edifício, de uma 
hidrelétrica etc., mas esses materiais já não são apenas 
elementos da natureza em sua forma pura, ou seja, não 
são mais aquilo que chamamos de primeira natureza. 
Eles passaram por processos de transformação e 
adaptação aos diversos usos da sociedade humana. 
 
O ferro, por exemplo, dos pregos e das vigas da 
construção civil foi extraído do subsolo (como visto nas 
imagens anteriores) e precisou ser bastante 
modificado. É a transformação da primeira natureza em 
uma segunda natureza. A transformação das matérias-
primas em materiais utilizados nas diversas atividades 
humanas é realizada por meio do trabalho. Assim, por 
meio do trabalho, as pessoas estabelecem relações 
entre si (o trabalho é uma atividade social, realizada 
pelas pessoas em conjunto e de forma 
interdependente) e com a natureza (é dela que vêm 
todas as coisas que utilizamos que transformamos). 
 
Logo, o ser humano cria ou produz o seu próprio 
ambiente, o seu próprio espaço geográfico, 
modificando constantemente. Atualmente, o espaço 
geográfico é global, mundial, uma vez que a 
humanidade ocupa ou provoca modificações em toda a 
superfície terrestre, e todos os seus lugares são 
interligados e interdependentes. O lugar pode ser, a um 
só tempo, espaço do singular e de realização do global, 
onde ocorrem as relações de consenso e de conflitos, 
de dominação e de resistência, base da (re) produção 
da vida, em que o trivial e o familiar revelam as 
transformações do mundo e servem de referência para 
identificá-las e explicá-las. 
 
É o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a 
identidade parecem presentes, revelando 
especificidades, subjetividades e racionalidades; é no 
lugar que as empresas negociam seus interesses, de 
onde querem se instalar ou de onde vão se retirar, o 
que afeta a organização soco espacial dos locais 
envolvidos pela sua presença/ausência. Se, por um 
lado, o conceito de lugar guarda uma dimensão 
objetiva, por outro, guarda uma dimensão subjetiva, 
sendo a porção do espaço apropriável para a vida, que 
faz parte do cotidiano, que é vivido, reconhecido e no 
qual se cria identidade espacial; é onde a vida acontece 
de fato. 
A paisagem é materialização de um instante da 
sociedade, de um momento histórico, formada por 
objetos materiais (visíveis) e não materiais (invisíveis). 
Está relacionada a tudo que os sentidos humanos 
podem perceber e aprender da realidade de 
determinado espaço geográfico ou parte dele – 
relacionado à sensibilidade humana. Embora a visão 
seja o principal sentido com o qual se observa a 
realidade, outros sentidos também podem participar da 
identificação da paisagem, introduzindo-se informações 
como sons e odores em sua descrição. 
 
A paisagem pretérita apresentava um conjunto de 
muitos elementos naturais, no entanto a paisagem 
humanizada (artificial) tem se expandido, à medida que 
o homem altera a natureza. A paisagem artificial é a 
paisagem construída e transformada pelo homem a 
partir do trabalho e das técnicas. Se, no passado, havia 
a predominância de paisagens naturais, hoje essamodalidade praticamente não existe mais. Sendo que 
quanto mais complexo e desenvolvido for o meio 
técnico-científico, mais afastado de um mundo natural 
estaremos emergindo em um mundo artificial. 
 
Para que a paisagem possa ser analisada e 
compreendida, ela precisa ser vista para além de sua 
aparência; deve-se buscar sua explicação para aquilo 
que está por detrás, isto é, deve-se ir além da descrição 
e enumeração dos fatos, compreendendo os processos 
de sua constituição. Pois a paisagem faz parte de uma 
totalidade sócio espacial, que é determinada por 
interesses econômicos e políticos, definidos em 
diferentes escalas geográficas; atendendo a funções 
sociais diferentes – heterogêneas –, pois é um conjunto 
de objetos com diferentes datações e em constante 
processo de transformação, um híbrido de espaço e 
tempo. 
 
O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo 
homem ao longo da história. Que contém um passado 
histórico e foi transformado pela organização social, 
técnica e econômica daqueles que habitaram ou 
habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o 
palco das realizações humanas”). 
 
Um conceito bastante presente na geografia em geral, 
o espaço geográfico apresenta definição bastante 
complexa e abrangente. Outros conceitos também 
relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão 
contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um 
local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, 
e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão 
alcança e é produto da percepção. 
 
A primeira definição de “espaço” foi feita pelo 
filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do 
vazio e lugar como posição de um corpo entre outros 
corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte 
do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto 
importante da estrutura do espaço geográfico, a 
localização. 
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Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o 
espaço como sendo algo não passível de percepção, 
porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant 
introduziu a ideia de que o espaço é algo separado dos 
demais elementos espaciais. Entretanto, suas ideias 
não permitem concebê-lo como algo constituído de 
significado ou estrutura própria. 
 
Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um 
componente essencial para a compreensão do espaço, 
com ser que cria e modifica espaços de acordo com 
suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a 
concepção filosófica de espaço proposta por Maurice 
Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) 
onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a 
posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são 
concepções filosóficas do espaço que, entretanto, 
diferem um pouco da concepção geográfica. 
 
A concepção geográfica de espaço que predominou de 
1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse 
considerado como objeto de estudo, foi a introduzida 
por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de 
“espaço vital” se confundia com a de território a medida 
em que era atrelado a ele uma relação de poder. 
Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o 
espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos 
que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e 
tempo são desprezados. 
 
A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à 
noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as 
mesmas propriedades físicas em todas as direções, 
homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente 
econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, 
etc.). 
 
Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à 
geografia crítica, que tem como base os pensamentos 
marxistas e para a qual o espaço é definido como o 
locus da reprodução das relações sociais de produção. 
Nesta concepção espaço e sociedade estão 
intimamente ligados. 
 
Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica 
para geografia que passa a encarar o espaço como 
fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES 
(1999), o espaço “é produto das relações entre homens 
e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é 
fator que interfere nas mesmas relações que o 
constituíram. O espaço é, então, a materialização das 
relações existentes entre os homens na sociedade.”. 
 
Não há, no entanto, um consenso entre os geógrafos 
sobre o que seria, exatamente, o espaço geográfico, 
haja vista que muitos deles orientam-se a partir de 
diferentes correntes de pensamento que apresentam 
diferentes perspectivas. Por exemplo, para a corrente 
Nova Geografia, o espaço geográfico corresponde à 
organização da sociedade e seus elementos sobre o 
meio. 
 
Há autores, como Richard Hartshorne, que defendem 
que o espaço geográfico é apenas uma construção 
intelectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, 
nesse caso, uma concepção da forma como nós 
enxergamos a realidade no sentido de apreender como 
acontece a espacialização da sociedade e tudo o que 
por ela foi construído. 
 
Já Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um 
conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens 
e elementos artificiais e as ações humanas que 
manejam tais instrumentos no sentido de construir e 
transformar o meio, seja ele natural ou social. 
Para os geógrafos humanistas, porém, o conceito de 
espaço geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, 
cultural e individual. Nesse sentido, o espaço é o local 
de morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o 
meio de vivência onde as pessoas imprimem suas 
marcas cotidianamente, proporcionando novas leituras 
à medida que a compreensão do mundo se modifica. 
 
Portanto, se consideramos apenas algumas das várias 
definições existentes, podemos perceber que o 
conceito em questão possui várias visões conflitantes 
entre si. O que, no entanto, pode ser estabelecido como 
consenso é que o espaço geográfico representa a 
intervenção do homem sobre o meio, ou seja, um 
produto (que, dependendo da abordagem, pode 
também ser um produtor) das relações humanas e suas 
práticas sobre o substrato natural. 
 
Se ao longo de um rio, por exemplo, constrói-se uma 
ponte, estamos provocando a alteração das paisagens 
locais, o que representa a expressão do espaço 
geográfico. Se em uma cidade adotam-se medidas de 
revitalização de áreas degradadas, temos aí a 
transformação do espaço. Portanto, tudo o que é 
construído pelo homem é, notadamente, geográfico: 
hidrelétricas, cidades, campos agrícolas, sistemas de 
irrigação, entre outros elementos, são as construções 
mais visíveis do espaço geográfico. 
 
 
 
Quando observamos um lugar, podemos descrever os 
elementos que formam a paisagem deste lugar: 
florestas, campos, indústrias, vilas etc., no entanto, 
para que a paisagem possa ser vista como dado 
geográfico, temos que estabelecer as relações 
econômicas e sociais, responsáveis pelo retrato de um 
lugar no espaço geográfico (a paisagem). 
 
Como consequência, as paisagens modicam-se, 
conforme as relações econômicas e sociais que 
ocorrem nesse espaço. A região é a busca por 
fragmentos do espaço geográfico que apresentam 
internamente características semelhantes, de acordo, 
sobretudo, com os critérios e elementos elencados por 
quem está regionalizando – o processo de 
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http://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/richard-hartshorne.htm
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/milton-santos.htm
 
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regionalização é o que dá origem às regiões. Os 
elementos internos de uma região não são idênticos, 
mas, quando comparados aos elementos de outra 
região, percebe-se certa homogeneidade interna. Para 
se empreender um processo de regionalização, é 
preciso estabelecer um conjunto de objetivos e critérios 
segundoos quais o espaço será dividido, podendo 
esses critérios ser de ordem natural, política, 
econômica, social, cultural etc. Vários tipos de 
regionalização para o mesmo espaço podem ser 
propostos, seguindo objetivos e critérios específicos. 
 
Atualmente, o desenvolvimento e a aceleração de uma 
economia que se tornou mundializada, sobretudo pelos 
progressos realizados no domínio dos transportes e das 
comunicações, faz com que nenhum espaço do planeta 
escape ao processo de globalização e fragmentação, 
isto é, individualização e regionalização. Sendo assim, 
as diversas regiões tornam-se resultado da combinação 
de elementos que agem em diferentes escalas 
geográficas (local, regional, nacional e mundial) 
impactando ao mesmo tempo, ou seja, não é possível 
compreender a regionalização de qualquer espaço sem 
levar em consideração vetores que acontecem fora 
dela. 
 
A compreensão do termo território não se restringe, à 
sua situação de conceito geográfico, pois faz parte do 
uso corrente de outras ciências, em que é adotado com 
significados diferentes. Portanto, na geografia, o 
significado de território está relacionado ao domínio 
social sobre o espaço, que se constitui em relações de 
poder que derivam da ação combinada do ato de 
ocupar a área, de utilizá-la e de delimitá-la, ou seja, é o 
meio geográfico apropriado por uma determinada 
sociedade e, delimitado por uma ação intencional de 
fechar o espaço e, assim, torná-lo exclusivo para o 
grupo que o ocupou. Nem sempre estas relações, que 
constituem e desfazem os vínculos dos grupos 
humanos com os seus territórios, são harmoniosas, 
gerando, ora ou outra, conflitos entre grupos que 
possuem interesses sobre o mesmo espaço. 
 
Da mesma forma que ocorre com as outras categorias 
espaciais, o território pode ser identificado em vários 
níveis escalares, como, por exemplo, em escala 
mundial, nacional, regional e local. As discussões a 
respeito da territorialidade destacam a possibilidade de 
que as relações de poder não necessariamente 
efetivem áreas de ocupação e controle de 
determinados agentes, em que as fronteiras podem se 
manifestar instáveis. 
 
A territorialidade se mantém associada às relações de 
poder, de gestão, de controle e se apresenta como 
tentativa de constituir um território, nem sempre 
materializável, por meio de fronteiras bem delimitadas. 
As disputas de grupos rivais pelo controle do tráfico de 
drogas nas favelas, as áreas de prostituição em 
diversas regiões das cidades e as ocupações dos 
movimentos de trabalhadores sem-terra são exemplos 
de como a territorialidade pode se constituir. 
 
Atualmente, a nova economia mundial, baseada nos 
avanços dos meios de comunicação e nos meios de 
transportes, provocou o surgimento das chamadas 
redes geográficas. Essas redes adquirem cada vez 
mais importância no contexto atual e são o meio pelo 
qual se desenvolvem e se manifestam os diferentes 
tipos de -fluxos, conforme o tipo de rede e de seus nós. 
 
O desenvolvimento da tecnologia da informação 
favoreceu a base material para a expansão das redes 
em toda estrutura social, a ponto de que a tendência 
seja que, cada vez mais, a sociedade se organize em 
forma de redes geográficas materiais e não materiais. 
 
Entender o conceito e a materialização dessas diversas 
redes é precípuo para compreender a organização 
espacial da economia capitalista em seu estágio atual. 
A rede urbana é uma forma simples de compreender a 
organização em redes. Nesse caso, identifica- se uma 
hierarquia de cidades conforme sua importância 
socioeconômica, sendo seus nós compostos por 
cidades globais, metrópoles nacionais, metrópoles 
regionais, centros regionais, sub-centros regionais e 
cidades locais. Há uma interligação, a partir dos meios 
de transportes e comunicação, dos nós da rede urbana, 
entre os quais se estabelecem -fluxos de mercadorias, 
pessoas, serviços etc. 
 
Quanto maior a qualidade e a quantidade de bens e 
serviços disponibilizados nesses centros urbanos, 
maior sua importância na rede. Os conceitos 
geográficos até aqui discutidos tiveram o objetivo de 
servir como instrumento para a compreensão do 
mundo. O estudo dos conceitos não deve, no entanto, 
ser realizado de forma isolada e esgotar-se em si 
mesmo, pois somente adquirem real significado quando 
associados às realidades humanas. Faremos isso ao 
longo dos nossos estudos. 
 
A Terra no espaço 
 
 
 
O Planeta Terra está situado na via Láctea e faz parte 
do sistema solar, de todos os planetas integrantes 
somente a Terra possui temperaturas favoráveis ao 
desenvolvimento e proliferação da vida, isso por que 
nosso planeta não é muito quente e nem muito frio. 
 
Em circunstâncias normais a temperatura média da 
Terra é de 15ºC. 
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A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol. É o quinto 
maior e mais massivo dos oito planetas do Sistema 
Solar, sendo o maior e o mais massivo dos quatro 
planetas rochosos. Além disso, é também o corpo 
celeste mais denso do Sistema Solar. A Terra também 
é chamada de Mundo ou Planeta Azul. 
 
Abrigo de milhões de espécies de seres vivos, que 
incluem os humanos, a Terra é o único lugar no 
universo onde a existência de vida é conhecida. O 
planeta formou-se há 4,54 biliões (ou bilhões em 
português do Brasil) de anos atrás, e as primeiras 
evidências de vida surgiram um bilião de anos depois. 
 
Desde então, a biosfera terrestre alterou de forma 
significativa a atmosfera do planeta, permitindo a 
proliferação de organismos aeróbicos, bem como a 
formação de uma camada de ozono. Esta, em conjunto 
com o campo magnético terrestre, absorve as ondas do 
espectro eletromagnético perigosas à vida (raios gama, 
X e a maior parte da radiação ultravioleta), permitindo 
assim a vida no planeta. As propriedades físicas do 
planeta, bem como sua história geológica e sua órbita, 
permitiram que a vida persistisse durante este período. 
Acredita-se que a Terra poderá suportar vida durante 
mais 1,5 biliões de anos. Após este período, o brilho do 
Sol terá aumentado, aumentando a temperatura no 
planeta, tornando o suporte da biosfera insuportável. 
 
A crosta terrestre é dividida em vários segmentos 
rígidos, chamados de placas tectónicas, que migram 
gradualmente ao longo da superfície terrestre com o 
tempo. Cerca de 71% da superfície da Terra está 
coberta por oceanos de água salgada, consistindo os 
restantes 29% em continentes e ilhas. A água no estado 
líquido, necessária para a manutenção da vida como se 
conhece, não foi descoberta em nenhum outro corpo 
celeste no universo. O interior da Terra permanece 
ativo, com um manto espesso relativamente sólido, um 
núcleo externo líquido, e um núcleo interno sólido, 
composto primariamente de ferro e níquel. 
 
A Terra interage com outros objetos no espaço, 
incluindo o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o 
Sol uma vez para cada 366,26 rotações. Isto é o 
chamado ano sideral, que equivale a 365,26 dias 
solares. O eixo de rotação da Terra possui uma 
inclinação de 23,4°, em relação ao seu plano orbital, 
produzindo as estações do ano. A Lua é o único satélite 
natural conhecido da Terra, orbitando o planeta há já 
4,53 bilhões de anos. A Lua é a responsável pelas 
marés, e estabiliza a inclinação do eixo terrestre, além 
de diminuir gradualmente a rotação do planeta. Há 
cerca de 4,1 a 3,8 bilhões de anos atrás, durante o 
intenso bombardeio tardio, impactos de asteroides 
causaram mudanças significativas na superfície 
terrestre. 
 
Os recursos minerais da Terra, em conjunto com os 
produtos da biosfera, fornecem recursos que são 
utilizados para suportar uma população humana em 
escala global. Os habitantes da Terra estão agrupados 
em cerca de 200 estados soberanos, que interagem 
entre si. 
A estrutura da Terra 
 
O interior da Terra, assim como o interior de outros 
planetas telúricos, é divididopor critérios químicos 
numa camada externa de silício, denominada crosta, 
um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste 
numa porção sólida envolvida por uma pequena 
camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um 
campo magnético devido à convecção de seu material, 
eletricamente condutor. 
 
O material do interior da Terra encontra frequentemente 
a possibilidade de chegar à superfície, através de 
erupções vulcânicas e fendas oceânicas. 
 
Grande parte da superfície terrestre é relativamente 
nova, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes 
mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhões 
de anos. 
 
 
 
As camadas terrestres, a partir da superfície são: 
 
Crosta (de 0 a 30/35 km) 
Litosfera (de 0 a 60,2 km) 
Astenosfera (de 100 a 700 km) 
Manto (de 60 a 2900 km) 
Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km) 
Núcleo interno (sólido - mais de 5100 km) 
 
No seu todo, a Terra possui, aproximadamente, a 
seguinte composição em massa: 
 
• 34,6% de Ferro; 
• 30,2% de Oxigénio; 
• 15,2% de Silício; 
• 12,7% de Magnésio; 
• 2,4% de Níquel; 
• 1,9% de Enxofre; 
• 0,05% de Titânio. 
 
O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O 
calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante 
sua formação, e calor adicional é constantemente 
gerado pelo decaimento de elementos radioativos como 
urânio, tório e potássio. O fluxo de calor do interior para 
a superfície é pequeno se comparado à energia 
recebida pelo Sol (a razão é de 1/20 000). 
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Núcleo 
 
A massa específica média da Terra é de 5,515 
toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta 
mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa 
específica do material superficial da Terra é apenas 
cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se 
concluir que materiais mais densos existem nas 
camadas internas da Terra (devem ter uma densidade 
de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em 
seus primeiros momentos de existência, há cerca de 
4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais 
líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os 
objetos muito densos foram sendo empurrados para o 
interior do planeta (o processo é conhecido como 
diferenciação planetária), enquanto que materiais 
menos densos foram trazidos para a superfície. Como 
resultado, o núcleo é composto em grande parte por 
ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. 
Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são 
muitos raros para serem considerados, ou tendem a se 
ligar a elementos mais leves, permanecendo então na 
crosta. 
 
O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, 
interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo 
líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é 
composto, segundo se acredita, primariamente por 
ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o 
núcleo interno pode estar na forma de um único cristal 
de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro 
líquido e níquel líquido (a combinação é chamada 
NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que 
realmente seja líquido, pois não tem capacidade de 
transmitir certas ondas sísmicas. A convecção desse 
núcleo líquido, associada a agitação causada pelo 
movimento de rotação da Terra, seria responsável por 
fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de 
um processo conhecido como teoria do dínamo. O 
núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para 
manter um campo magnético (veja temperatura Curie), 
mas provavelmente estabiliza o campo magnético 
gerado pelo núcleo líquido. Evidências recentes 
sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais 
rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus 
por ano. Tanto entre a crosta e o manto como entre o 
manto e o núcleo existem zonas intermediárias de 
separação, as chamadas descontinuidades. 
 
Manto 
 
O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma 
profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior 
do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É 
composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. 
Também apresenta características físicas diferentes da 
crosta. O material de que é composto o manto pode 
apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta 
viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao 
contrário do que se possa imaginar, a tendência em 
áreas de alta pressão é que as rochas se mantenham 
sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que 
os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de 
cada camada do manto tem seu papel na determinação 
do estado físico local. 
O manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As 
temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius 
(na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus 
Celsius (na parte que faz interface com o núcleo). 
 
Crosta 
 
A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma 
extensão variável de acordo com a posição geográfica. 
Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas 
geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de 
profundidade. É composta basicamente por silicatos de 
alumínio. 
 
A superfície terrestre 
 
O terreno da superfície terrestre varia 
significativamente de região para região. Cerca de 
70,8% da superfície terrestre é coberta por água, com 
muito da plataforma continental localizado abaixo do 
nível do mar. A superfície submergida possui 
características montanhosas, incluindo um sistema 
dorsal oceânica global, bem como vulcões oceânicos, 
fossas oceânicas, vales oceânicos, planaltos oceânicos 
e planícies abissais. Os 29,2% restantes não coberto 
por água consistem de montanhas, desertos, planícies, 
planaltos e outras geomorfologias. 
 
O formato da superfície da Terra muda gradualmente 
ao longo de períodos geológicos, devido aos efeitos da 
erosão e das placas tectónicas. Características 
geológicas criadas ou deformadas pelas placas 
tectónicas estão sujeitos a condições tais como 
precipitação, ciclos termais e efeitos químicos, bem 
como a geleiras, erosão litoral, recifes de corais e 
impactos de grandes meteoritos, que constantemente 
modelam o terreno da superfície terrestre. 
 
A pirosfera é a camada mais externa da Terra que é 
composta por solo, e é sujeita a piogênese. A pirosfera 
é modelada através da interação da litosfera, da 
atmosfera, da hidrosfera e da biosfera. No presente, 
cerca de 13,31% da superfície de terra firme do planeta 
é arável, com apenas 4,71% de área cultivável 
permanentes. Cerca de 40% da terra firme é utilizada 
para a agricultura e a pastagem dos animais, com 
3,4×107 km² utilizados como pastagens e 1,3×107 km² 
utilizados como terrenos agrícolas. 
 
As elevações dos terrenos em terra firme variam a um 
mínimo de -418 m no Mar Morto para 8848 m no topo 
do Monte Evereste. A altura média da superfície 
localizada acima do nível do mar é de 840 m. 
 
A formação do planeta Terra 
 
O planeta poderá ter-se formado pela agregação de 
poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por 
meio de violentas reações químicas. O aumento da 
massa agregada e da gravidade catalisou impactos de 
corpos maiores. Essa mesma força gravitacional 
possibilitou a retenção de gases constituindo uma 
atmosfera primitiva. Os processos de formação do 
planeta Terra são a careçam, diferenciação e 
desintegração radioativa. O envoltório atmosférico 
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primordial atuou como isolante térmico, criando o 
ambiente na qual se processou a fusão dos materiais 
terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como 
o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais 
leves localizaram-se nas proximidades da superfície. 
Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do 
planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta 
(litosfera). O conhecimento dessa estruturadeve-se à 
propagação de ondas sísmicas geradas pelos 
terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, 
variam de velocidade ao longo do seu percurso até a 
superfície, o que prova que o planeta possui estrutura 
interna heterogénea, ou seja, as camadas internas 
possuem densidade e temperatura distintas. 
 
A partir do arrefecimento superficial do magma, 
consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas 
magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura 
geológica denominados escudos cristalinos ou maciços 
antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta 
terrestre. A libertação de gases decorrente da 
volatizarão da matéria sólida devido a altas 
temperaturas e também, posteriormente, devido ao 
resfriamento, originou a atmosfera, responsável pela 
ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de 
lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se 
o processo de intemperismo (decomposição das 
rochas) responsável pela formação dos solos e 
consequente início da erosão e da sedimentação. 
 
As partículas minerais que compõem os solos, 
transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do 
tempo, para as depressões que foram preenchidas com 
esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias 
sedimentares (bacias sedimentares são depressões da 
crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de 
preenchimento, por material de natureza sedimentar), 
e, com a sedimentação (compactação), as rochas 
sedimentares. No decorrer desse processo, as 
elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram 
enorme desgaste pela ação dos agentes externos, 
sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam 
altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa 
erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil 
como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, e, 
em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os 
Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes 
Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços 
antigos apresentam disponibilidade de minerais 
metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, 
bastante explorados economicamente. 
 
Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo 
de minério. O carvão mineral e o petróleo são 
frequentemente encontrados nas bacias sedimentares. 
Já os dobramentos modernos são os grandes 
alinhamentos montanhosos que se formaram no 
contato entre as placas tectónicas em virtude do seu 
deslocamento a partir do período Terciário da era 
Cenozoica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na 
Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovénia, Itália, 
Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a 
oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do 
subcontinente indiano), e as Montanhas Rochosas. 
Rotação e translação, dias e noites e as estações do 
ano 
 
Embora pareça que o Planeta Terra permaneça sempre 
imóvel, ele, assim como os outros planetas do Sistema 
Solar, realiza vários movimentos. Os dois principais 
movimentos realizados pela Terra são: rotação e 
translação. Vale ressaltar que estes dois movimentos 
ocorrem simultaneamente. 
 
Movimento de rotação 
 
É o movimento que a Terra faz em volta de seu próprio 
eixo. É um movimento feito no sentido anti-horário, ou 
seja, de oeste para leste. Por isso, o Sol parece nascer 
no Leste e se pôr no Oeste (esta posição varia no 
decorrer do ano, por isso não é uma posição fixa). O 
movimento completo tem a duração de 23 horas e 56 
minutos. 
 
Graças ao movimento de rotação, existe o dia e a noite. 
Enquanto a superfície de metade do nosso planeta fica 
voltada para o Sol temos o dia nesta parte (com 
presença da luz solar). Já a noite ocorre quando a outra 
parte do planeta não recebe a luz solar, ficando no 
escuro. 
 
Movimento de Translação 
 
É o movimento que o Planeta Terra faz ao redor do Sol. 
Chamado de órbita terrestre, este movimento é elíptico 
(forma de elipse). A translação completa tem a duração 
de 365 dias, 5 horas e, aproximadamente, 48 minutos. 
Chamamos de ano a volta completa que nosso planeta 
dá ao redor do Sol. A velocidade da Terra neste 
movimento é de 107 mil quilômetros por hora. 
 
Outros movimentos 
 
- Mutação: oscilação pequena e periódica no eixo de 
rotação da Terra. É gerada pela força de atração 
gravitacional entre a Lua e o Sol com a Terra. Este 
movimento tem um ciclo de 18,6 anos. 
 
- Revolução: deslocamento no nosso planeta em 
relação ao centro da Via Láctea. 
 
- Precessão dos Equinócios: lenta mudança na 
direção do eixo de rotação da Terra. É exercida pelas 
forças da maré da Lua e Sol sobre a protuberância 
equatorial da Terra. 
 
Não se sabe exatamente quando o ser humano 
descobriu que a Terra é esférica. Os antigos gregos, 
observando a sombra da Terra sobre a Lua durante os 
eclipses, já tinham certeza da esfericidade de nosso 
planeta. O desaparecimento progressivo das 
embarcações que se distanciavam no horizonte do mar 
também fornecia argumentos aos defensores dessa 
ideia. Erastóstenes (276 a.C.-194 a.C.), astrônomo e 
matemático grego, foi o primeiro a calcular, há mais de 
2 mil anos, com uma precisão impressionante, a 
circunferência da Terra. 
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A diferença entre a circunferência calculada por 
Erastóstenes (40 000 quilômetros) e a determinada 
hoje, com o auxílio de métodos muito mais precisos (40 
075 quilômetros, no equador), como se vê, é bem 
pequena. 
 
A esfericidade de nosso planeta é responsável pela 
existência das diferentes zonas climáticas (polares, 
temperadas e tropicais), porque os raios solares 
atingem a Terra com diferentes inclinações e 
intensidades. Próximo ao equador, os raios solares 
incidem perpendicularmente sobre a superfície 
terrestre, porém, quanto mais nos afastamos dessa 
linha, mais inclinada é essa incidência. 
Consequentemente, a mesma quantidade de energia 
se distribui por uma área cada vez maior, diminuindo, 
portanto, sua intensidade. Esse fato torna as 
temperaturas progressivamente mais baixas à medida 
que nos aproximamos dos polos. 
 
O eixo da Terra é inclinado em relação ao plano de sua 
órbita ao redor do Sol (movimento de translação). Uma 
consequência desse fato é a ocorrência das estações 
do ano. 
 
 
 
Em 21 ou 22 de dezembro, o hemisfério sul recebe os 
raios solares perpendicularmente ao trópico de 
Capricórnio; dizemos, então, que está ocorrendo o 
solstício de verão. 
 
O solstício (do latim solstitium, ‘Sol estacionário’) define 
o momento do ano em que os raios solares incidem 
perpendicularmente ao trópico de Capricórnio, dando 
início ao verão no hemisfério sul. Depois de incidir 
nessa posição, parecendo estacionar por um momento, 
o Sol inicia seu movimento em direção ao norte. Esse 
mesmo instante marca o solstício de inverno no 
hemisfério norte, onde os raios estão incidindo com 
inclinação máxima. 
 
Seis meses mais tarde, em 20 ou 21 de junho, quando 
metade do movimento de translação já se completou, 
as posições se invertem: o trópico de Câncer passa a 
receber os raios solares perpendicularmente (solstício), 
dando início ao verão no hemisfério norte e ao inverno 
no. Em 20 ou 21 de março e em 22 ou 23 de setembro, 
os raios solares incidem sobre a superfície terrestre 
perpendicularmente ao equador. Dizemos então que 
estão ocorrendo os equinócios (do latim aequinoctium, 
‘igualdade dos dias e das noites’), ou seja, os 
hemisférios estão iluminados por igual. 
Nesses momentos, iniciam-se, respectivamente, o 
outono e a primavera no hemisfério sul, ocorrendo o 
inverso no hemisfério norte. O dia e a hora do início dos 
solstícios e dos equinócios mudam de ano para ano; 
consequentemente, a duração de cada estação 
também varia. 
 
Os raios solares só incidem perpendicularmente em 
pontos localizados entre os trópicos (a chamada zona 
tropical), que, por isso, apresentam temperaturas mais 
elevadas. Nas zonas temperadas (entre os trópicos e 
os círculos polares) e polares, o Sol nunca ficaa pino, 
porque os raios sempre incidem obliquamente. 
 
Outra consequência da inclinação do eixo terrestre, 
associada ao movimento de rotação da Terra, é a 
desigual duração do dia e da noite ao longo do ano. Nos 
dois dias de equinócio, quando os raios solares incidem 
perpendicularmente ao equador, o dia e a noite têm 12 
horas de duração em todo o planeta, com exceção dos 
polos, que têm 24 horas de crepúsculo. No dia de 
solstício de verão, ocorrem o dia mais longo e a noite 
mais curta do ano no respectivo hemisfério; já no 
solstício de inverno, acontecem a noite mais longa e o 
dia mais curto. 
 
Coordenadas geográficas: paralelos, meridianos 
latitude, longitude e fusos horários 
 
Os paralelos e meridianos são linhas imaginárias 
traçadas para definir cartograficamente os diferentes 
pontos da Terra. A principal função dessas linhas é 
estabelecer as latitudes e as longitudes para assim 
precisar as coordenadas geográficas dos diferentes 
lugares do planeta. Trata-se, portanto, de círculos ou 
semicírculos que circundam a Terra nos sentidos norte-
sul e Leste-Oeste. 
 
Os paralelos são os eixos que circundam 
imaginariamente o planeta no sentido horizontal. A 
partir deles, são medidas, em graus, as latitudes, que 
variam de -90º a 0º para o sul e de 0º a 90º para o norte. 
 
Existem alguns paralelos “especiais”, como é o caso 
da Linha do Equador. Essa linha imaginária possui o 
mérito de possuir uma igual distância em relação aos 
dois polos do planeta. 
 
Desse modo, tudo que está acima dela representa 
o hemisfério norte, também chamado de boreal ou 
setentrional, e tudo o que está abaixo representa o 
hemisfério sul, também chamado de austral ou 
meridional. 
 
O Equador também é importante por ser a zona da 
Terra que mais recebe os raios solares no sentido 
perpendicular, quando eles são mais fortes. 
 
Existem outros importantes paralelos: os trópicos. 
O Trópico de Câncer, localizado ao norte na latitude de 
23º 27º (23 graus e 27 minutos), é a linha que indica o 
limite máximo em que os raios solares incidem 
verticalmente sobre a Terra durante os solstícios. 
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http://brasilescola.uol.com.br/geografia/coordenadas-geograficas.htm
 
Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 18 
 
O Trópico de Capricórnio, por sua vez, possui a mesma 
função em relação ao hemisfério sul, com latitude de -
23º27'. 
 
Os meridianos representam as linhas imaginárias 
traçadas verticalmente sobre o globo terrestre. Nesse 
sentido, ao contrário do que acontece com a Linha do 
Equador, não existe uma zona de iluminação mais 
acentuada, não havendo, portanto, um “centro” da 
Terra. Eles são utilizados para medir as longitudes, que 
variam de -180º a 0º a oeste e de 0º a 180º a leste. 
 
No final do século XIX, por convenção, foi criado 
o Meridiano de Greenwich, com longitude de 0º. Esse 
meridiano divide a Terra no sentido vertical, originando, 
dessa forma, o hemisfério leste ou oriental, com 
longitudes positivas, e o hemisfério oeste ou ocidental, 
com longitudes negativas. 
 
O Meridiano de Greenwich “corta” a cidade de Londres 
ao meio, representando, de certa forma, a visão de 
mundo na época de seu estabelecimento, nitidamente 
eurocêntrica, ou seja, com a Europa colocada no cerne 
principal do mundo. 
 
Acrescenta-se a isso a função dos meridianos em 
relação aos fusos horários, igualmente contados a partir 
de Greenwich. Assim, dividiram-se 24 eixos (12 a leste 
e 12 a oeste), em que cada um representa a alteração 
de uma hora em relação ao meridiano mencionado, 
com horários somados quando se desloca para o leste 
e diminuídos quando se desloca para o oeste. 
 
Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que 
cortam o planeta Terra nos sentidos horizontal e 
vertical, servindo para a localização de qualquer ponto 
na superfície terrestre. 
 
As distâncias das coordenadas geográficas são 
medidas em graus, minutos e segundos. Um grau 
corresponde a 60 minutos, e um minuto corresponde a 
60 segundos. 
 
 
 
Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas 
geográficas: 
 
- Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no 
sentido horizontal, também conhecidas como paralelas. 
O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é 
chamado de Equador. O Equador corresponde à 
latitude 0°, dividindo o planeta em hemisférios Norte e 
Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte 
quanto ao Sul. 
 
A latitude, além de servir para localização geográfica, é 
uma variável importante para estudar os tipos de clima 
da Terra, pois a incidência de raios solares no planeta 
é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais 
próximas à linha do Equador. 
 
- Longitude: São as coordenadas geográficas que 
cortam a Terra no sentido vertical, também conhecidas 
como Meridianos. A distância das longitudes varia de 0° 
a 180°, nos sentidos Leste e Oeste. Como 
padronização internacional, adotou-se o Meridiano de 
Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°. 
Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a 
Oeste) e oriental (a leste). 
 
Foi a partir das longitudes que se criaram os fusos 
horários. Todos os meridianos se encontram e se 
cruzam nos polos Norte e Sul. 
 
Por causa do movimento de rotação da Terra, em um 
mesmo momento, diferentes pontos longitudinais da 
superfície do planeta têm horários diversos. Para adotar 
um sistema internacional de marcação do tempo foram 
criados os fusos horários. 
 
Dividindo-se os 360 graus da esfera terrestre pelas 24 
horas de duração aproximada do movimento de rotação 
3, resultam 15 graus. Portanto, a cada 15 graus que a 
Terra gira, passa-se uma hora, e cada uma dessas 24 
divisões recebe o nome de fuso horário. Observe a 
figura. Em 1884, 25 países se reuniram na Conferência 
Internacional do Meridiano, realizada em Washington, 
capital dos Estados Unidos. Nesse encontro ficou 
decidido que as regiões situadas num mesmo fuso 
adotariam o mesmo horário. Foi também acordado pela 
maioria dos delegados dos países participantes (a 
República Dominicana votou contra, a França e o Brasil 
se abstiveram) que o meridiano de Greenwich seria a 
linha de referência para definir as longitudes e acertar 
os relógios em todo o planeta. 
 
Para estabelecer os fusos horários, definiu-se o 
seguinte procedimento: o fuso de referência se estende 
de 7º30’ para leste a 7º30’ para oeste do meridiano de 
Greenwich, o que totaliza uma faixa de 15 graus. 
Portanto, a longitude na qual termina o fuso seguinte a 
leste é 22º30’ E (e, para o fuso correspondente a oeste, 
22º30’ W). Somando continuamente 15º a essas 
longitudes, obteremos os limites teóricos dos demais 
fusos do planeta. As horas mudam, uma a uma, à 
medida que passamos de um fuso a outro. 
 
No entanto, como as linhas que os delimitam 
atravessam várias unidades político-administrativas, os 
países fizeram adaptações estabelecendo, assim, os 
limites práticos dos fusos, na tentativa de manter, na 
medida do possível, um horário unificado num 
determinado território. 
 
No caso dos fusos teóricos, bastaria, para se 
determinar a diferença de horário entre duas 
localidades, saber a distância Leste-Oeste entre elas, 
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em graus, e dividi-la por 15 (medida de cada fuso). 
Porém, com a adoção dos limites práticos, em alguns 
locais os fusos podem medir mais ou menos que os 
tradicionais 15º. Observe o mapa da página ao lado. O 
mapa-múndi de fusos mostra que as horas aumentam 
para leste e diminuem para oeste, a partir de qualquer 
referencial adotado. Isso ocorre porque a Terra gira de 
oeste para leste. 
 
Como o Sol nasce a leste, à medida que nos 
deslocamos nessa direção, estamos indo para um local 
onde o Sol nasce antes; portanto nesse lugar as horas 
estão “adiantadas” em relação ao localde onde 
partimos. Quando nos deslocamos para oeste, 
entretanto, estamos nos dirigindo a um local onde o Sol 
nasce mais tarde; logo, nesse lugar as horas estão 
“atrasadas” em relação ao nosso ponto de partida. 
 
Além da mudança das horas, tornou-se necessário 
definir também um meridiano para a mudança da data 
no mundo. Na Conferência de 1884 ficou estabelecido 
que o meridiano 180º, conhecido como antimeridiano 
porque está exatamente no extremo oposto a 
Greenwich, seria a Linha Internacional de Mudança de 
Data (ou simplesmente Linha de Data). 
 
O fuso horário que tem essa linha como meridiano 
central tem uma única hora, como todos os outros, 
entretanto em dois dias diferentes. A metade situada a 
oeste desta linha estará sempre um dia adiante em 
relação à metade a leste. Com isso, ao se atravessar a 
Linha de Data indo de leste para oeste é necessário 
aumentar um dia. 
 
Por exemplo, numa hipotética viagem de São Paulo 
(Brasil) para Tóquio (Japão) via Los Angeles (Estados 
Unidos), um avião partiu às 19 horas de um domingo e 
entrou no fuso horário da Linha de Data às 10 horas 
desse mesmo dia; imediatamente após cruzar essa 
linha, ainda no mesmo fuso, continuarão sendo 10 
horas, mas do dia seguinte, uma segunda- -feira 
(identifique essa rota no mapa acima). Ao contrário, a 
viagem de volta será de oeste para leste e quando o 
avião cruzar a Linha de Data deve-se diminuir um dia. 
Esse exemplo pode causar certa estranheza: estamos 
acostumados a observar, no planisfério centrado em 
Greenwich, o Japão situado a leste, mas como o 
planeta é esférico, podemos ir a esse país voando para 
oeste. 
 
 
 
Como observamos no mapa de fusos horários, a partir 
do meridiano de Greenwich, as horas vão aumentando 
para leste e diminuindo para oeste. Entretanto, 
diversamente do que muitas vezes se pensa, ao 
atravessar a Linha de Data indo para leste deve-se 
diminuir um dia e, ao contrário, para oeste, aumentar 
um dia. 
 
Mapas e seus elementos 
 
O mapa é uma das mais antigas formas gráficas de 
comunicação, precedendo a própria escrita. Na história 
humana, parafraseando Paulo Freire, a leitura do 
mundo (e sua representação gráfica) precedeu a leitura 
da palavra. Mesmo hoje, a leitura do mundo, em sentido 
amplo, muitas vezes precede a leitura de textos escritos 
sobre ele. Em Geografia, como vimos na introdução, a 
observação da paisagem é o primeiro procedimento 
para a compreensão do espaço geográfico, seguido do 
registro do que foi observado – daí a importância do 
mapa. 
 
Em um mapa, os elementos que compõem o espaço 
geográfico são representados por pontos, linhas, 
texturas, cores e textos, ou seja, são usados símbolos 
próprios da Cartografia. Diante da complexidade do 
espaço geográfico, algumas informações são sempre 
priorizadas em detrimento de outras. 
 
Seria impossível representar todos os elementos – 
físicos, econômicos, humanos e políticos – num único 
mapa. Seu objetivo fundamental é permitir o registro e 
a localização dos elementos cartografados é facilitar a 
orientação no espaço geográfico. 
 
Portanto, qualquer mapa será sempre uma 
simplificação da realidade para atender ao interesse do 
usuário. Além das coordenadas geográficas ou 
alfanuméricas (localização) e da indicação do Norte 
(orientação), que vimos no capítulo anterior, um mapa 
precisa ter: 
 
• Título, que nos informa quais são os fenômenos 
representados; 
• Legenda, que nos mostra o significado dos 
símbolos utilizados; 
• Escala, que indica a proporção entre a 
representação e a realidade e permite calcular as 
distâncias no terreno a partir de medidas feitas no 
mapa. 
 
 
 
Os primeiros mapas eram modelados em pedra ou 
argila. Depois passaram a ser desenhados em tecido, 
couro, pergaminho ou papiro. Com a invenção da 
imprensa, começaram a ser gravados em originais de 
pedra ou metal e em seguida impressos em papel. Hoje, 
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são processados em computador e podem ser 
analisados diretamente na tela. 
 
O aprimoramento dos satélites e dos computadores 
permitiu grandes avanços nas técnicas de coleta, 
processamento, armazenamento e representação de 
informações da superfície terrestre, causando grande 
impacto nos processos de elaboração de mapas e nos 
conceitos da Cartografia. 
 
Numa conceituação de 1994, Fraser Taylor, professor 
do Departamento de Geografia e Estudos Ambientais 
da Universidade Carleton, em Ottawa (Canadá), 
considerou que esses recentes avanços tecnológicos já 
foram incorporados pela Cartografia, definida por ele 
como a “disciplina que trata da organização, 
apresentação, comunicação e utilização da 
desinformação nas formas gráfica, digital ou tátil”. 
 
Os mapas podem ser classificados em topográficos (ou 
de base) e temáticos. Num mapa topográfico, procura-
se representar a superfície terrestre o mais próximo 
possível da realidade, dentro das limitações impostas 
pela escala pequena. Já numa carta topográfica, feita 
em escala média ou grande, há mais precisão entre a 
representação e a realidade. 
 
Na carta topográfica, as variáveis da superfície da Terra 
são representadas com maior grau de detalhamento e 
a localização é mais precisa. Isso torna possível 
identificar a posição planimétrica – fenômenos 
geográficos representados no plano, na horizontal: 
cidades, campos agrícolas, florestas, etc. – e a 
altimetria – representação vertical, altitude do relevo – 
de alguns elementos visíveis do espaço. Mapas e 
cartas topográficas são resultantes de levantamentos 
sistemáticos feitos por órgãos governamentais, como o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do 
governo federal, o Instituto Geográfico e Cartográfico 
(IGC), do governo do estado de São Paulo, o Instituto 
de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), do 
governo do estado do Paraná, ou por empresas 
privadas. Os mapas topográficos servem de base para 
outras representações de temas selecionados da 
realidade: os mapas temáticos. 
 
Os mapas temáticos contêm informações selecionadas 
sobre determinado fenômeno ou tema do espaço 
geográfico: naturais – geologia, relevo, vegetação, 
clima, etc. – ou sociais – população, agricultura, 
indústrias, urbanização, etc. 
 
Inicialmente é importante fazer uma distinção entre 
escala geográfica e escala cartográfica, embora haja 
uma correspondência entre elas. A primeira define a 
escala da análise geográfica, o recorte espacial. Uma 
análise do espaço geográfico pode ser feita em escala 
local, estadual, regional, nacional, continental ou 
mundial. A segunda define a escala de representação, 
ou seja, indica a relação entre o tamanho dos objetos 
representados na planta, carta ou mapa e o tamanho 
deles na realidade. 
 
A seguir, ao estudarmos a escala cartográfica e suas 
relações matemáticas, vamos perceber sua 
permanente relação com a escala geográfica. Por 
exemplo, a análise de fenômenos em escala local 
necessita de plantas em escala grande, já a análise de 
fenômenos mundiais exige mapas em escala pequena. 
Para a representação da realidade no mapa ou na 
planta, é necessário estabelecer uma correspondência 
entre as dimensões dos objetos representados e as do 
papel. Essa relação é feita por meio de uma escala 
cartográfica, que expressa quanto os elementos do 
espaço foram reduzidos para caberem em uma folha de 
papel ou tela de computador (veja indicação de sites, 
no final do capítulo, nos quais é possível observar 
representações em diversas escalas). Por exemplo, é 
impossível encontrarmos uma rua de qualquer cidade 
brasileira em um mapa-múndi ou no mapa político do 
Brasil (a escala utilizada nessa representação – 1: 37 
000 000 – é pequena, nela até mesmo uma metrópole 
se torna apenas um ponto;). Para representar uma rua, 
é preciso usar uma escala grande, na qual seja possível 
visualizar os quarteirões, como a de 1: 10 000 
 
Representaçõesem escala pequena mostram áreas 
muito extensas, com poucos detalhes, e são 
geralmente chamadas de mapas; já representações em 
escala grande ou média mostram áreas menores, 
porém com maior grau de detalhamento, e são 
chamadas de cartas. Representações em escalas 
muito grandes e com alto grau de detalhamento são 
chamadas de plantas. Veja o boxe na página 41 com a 
definição do IBGE para diferentes tipos de 
representação cartográfica. 
 
Globo – representação cartográfica sobre uma 
superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos 
naturais e artificiais de uma figura planetária, com 
finalidade cultural e ilustrativa. Mapa (características): 
 
• Representação plana; 
• Geralmente em escala pequena; 
• Área delimitada por acidentes naturais (bacias, 
planaltos, chapadas, etc.), [limites] político-
administrativos; 
• Destinação a fins temáticos, culturais ou 
ilustrativos. 
 
A partir dessas características pode-se generalizar o 
conceito: “Mapa é a representação no plano, 
normalmente em escala pequena, dos aspectos 
geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área 
tomada na superfície de uma figura planetária, 
delimitada por elementos físicos, político-
administrativos, destinada aos mais variados usos 
temáticos, culturais e ilustrativos. ” Carta 
(características): 
 
• Representação plana; 
• Escala média ou grande; 
• Desdobramento em folhas articuladas de maneira 
sistemática; 
• Limites das folhas constituídos por linhas 
convencionais, destinada à avaliação precisa de 
direções, distâncias e localização de pontos, áreas 
e detalhes. 
 
Da mesma forma que dá conceituação de mapa, pode-
se generalizar: “Carta é a representação no plano, em 
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escala média ou grande, dos aspectos artificiais e 
naturais de uma área tomada de uma superfície 
planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas 
convencionais – paralelos e meridianos – com a 
finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, 
com grau de precisão compatível com a escala. ” Planta 
– a planta é um caso particular de carta. 
 
A representação se restringe a uma área muito limitada 
e a escala é grande, consequentemente o número de 
detalhes é bem maior. “Carta que representa uma área 
de extensão suficientemente restrita para que a sua 
curvatura não precise ser levada em consideração, e 
que, em consequência, a escala possa ser considerada 
constante. ” 
IBGE. Noções básicas de Cartografia. Rio de Janeiro, 1999. p. 21. 
(Manuais técnicos em Geociências; 8). 
 
Projeções cartográficas 
 
Uma projeção cartográfica é o resultado de um conjunto 
de operações que permite representar no plano, tendo 
como referência paralelos e meridianos, os fenômenos 
que estão dispostos na superfície esférica. Quando 
vista do espaço sideral, a Terra parece ser uma esfera 
perfeita, mas nosso planeta apresenta uma superfície 
irregular e é levemente achatado nos polos. Por isso os 
cartógrafos, geógrafos e outros profissionais que 
produzem mapas fazem seus cálculos utilizando uma 
elipse, que ao girar em torno de seu eixo menor forma 
um volume, o elipsoide de revolução. Segundo o IBGE, 
“o elipsoide é a superfície de referência utilizada nos 
cálculos que fornecem subsídios para a elaboração de 
uma representação cartográfica” 
 
Ao fazerem a transferência de informações do elipsoide 
para o plano, os cartógrafos se deparam com um 
problema insolúvel: qualquer que seja a projeção 
adotada, sempre haverá algum tipo de distorção nas 
áreas, nas formas ou nas distâncias da superfície 
terrestre. 
 
Só não há distorção perceptível em representações de 
escala suficientemente grande, como é o caso das 
plantas, nas quais não é necessário considerar a 
curvatura da Terra. As projeções podem ser 
classificadas em conformes, equivalentes, 
equidistantes ou alifáticas, dependendo das 
propriedades geométricas presentes na relação globo 
terrestre/mapa-múndi. Além disso, podem ser 
agrupadas em três categorias principais, dependendo 
da figura geométrica empregada em sua construção: 
cilíndricas (as mais comuns), cônicas ou azimutais 
(também chamadas de planas). 
 
Projeção de Mercador 
 
 
Nessa projeção, muito utilizada nos dias atuais, há uma 
preocupação em se manter as formas dos continentes, 
no entanto, as suas áreas são alteradas. Trata-se, 
portanto, de uma projeção conforma. Repare que, por 
exemplo, a Groelândia está maior que o Brasil, sendo 
que, na verdade, ela é bem menor do que ele. 
 
Mapa-múndi na projeção de Mercator. 
 
Projeção de Peters 
 
Ao contrário da anteriormente citada, essa projeção 
sacrifica as formas em benefício da conservação da 
proporção das áreas. É, portanto, um tipo de projeção 
equivalente. Os meridianos e os paralelos também são 
linhas retas. 
 
 
Mapa-múndi na projeção de Peters. 
 
Projeção de Robinson 
 
Essa é a mais utilizada atualmente para representar o 
mapa-múndi. Ela altera tanto as formas quanto as áreas 
dos continentes, entretanto, nem as áreas e nem as 
formas são tão distorcidas quanto nas duas projeções 
anteriores, ficando em uma espécie de “meio-termo”. 
Nela, os paralelos são retos, mas os meridianos são 
curvados, como se acompanhassem a esfera terrestre. 
 
 
Mapa-múndi na projeção de Robinson. 
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Exercícios de aprendizagem 
 
01. O geógrafo Milton Santos deixou como um dos 
seus principais legados teóricos um meio que 
corresponde à evolução dos processos de 
produção e reprodução do meio geográfico. 
Esse legado é o: 
(A) Meio cibernético digital. 
(B) Meio organizativo estrutural. 
(C) Espaço das tecnologias digitais. 
(D) Meio técnico-científico-informacional. 
 
02. A paisagem ajuda a construir os momentos e 
sentimentos que estão correlacionados a 
vivência dos seres humanos; ela cria uma 
atmosfera que convém aos momentos fortes da 
vida, às festas, às comemorações ao luto 
dentre eles várias emoções. 
No texto, é apresentada uma forma de 
integração da paisagem geográfica com a vida 
social. Nesse sentido, a paisagem, além de 
existir como forma concreta, apresenta uma 
dimensão: 
(A) Simbólica de relação subjetiva do indivíduo com 
o espaço. 
(B) Política de apropriação efetiva do espaço. 
(C) Econômica de uso de recursos do espaço. 
(D) Natural de composição por elementos físicos do 
espaço. 
 
03. “São mapas que representam a produção do 
espaço econômico, isto é, as atividades 
econômicas de uma determinada área, bem 
como a distribuição de dados estatísticos, por 
exemplo: a receita financeira dos estados 
brasileiros, o índice de População 
Economicamente Ativa (PEA) de uma região 
etc.” 
O fragmento acima refere-se a um mapa: 
(A) Histórico. (C) Econômico. 
(B) Político. (D) Demográfico. 
 
04. Entre todos os movimentos realizados pela 
Terra, a rotação e a translação são 
consideradas como os dois mais importantes, 
pois são os que exercem maior influência no 
cotidiano das sociedades. As consequências 
principais da rotação e da translação da Terra 
são, respectivamente, a: 
(A) Intercalação das atividades solares e a variação 
cíclica dos climas. 
(B) Ocorrência das estações do ano e a sucessão 
dos dias e noites. 
(C) Sucessão dos dias e noites e a ocorrência das 
estações do ano. 
(D) Existência dos solstícios e equinócios e a 
duração do ano em 365 dias. 
05. É um aparelho de orientação que usa uma rede 
de satélites artificiais que permite localizar, 
precisamente, um objeto em qualquer lugar da 
terra. Estamos falando de: 
(A) Rosa-dos-ventos. (C) GPS. 
(B) Astrolábio. (D) Bússola. 
 
06. Acerca das estações do ano, marque a 
alternativa CORRETA. 
(A) As estações do ano são bem definidas em todo 
o planeta.(B) O outono é a estação do ano que recebe maior 
quantidade de radiação solar. 
(C) O movimento de translação, juntamente com a 
inclinação do eixo da Terra em relação ao plano 
orbital, é responsável pelas estações do ano. 
(D) O verão é a estação do ano que começa com o 
término do outono e antecede a primavera. 
 
07. Sobre o sistema de coordenadas de 
localização, julgue as assertivas abaixo como 
CERTAS (C) ou ERRADAS (E) e, em seguida, 
marque a sequência CORRETA. 
I. A Linha do Equador não exerce função sobre os 
sistemas de localização, sendo irrelevante para 
se precisar os graus de latitude. 
II. As longitudes são equivalentes aos meridianos 
e as latitudes são equivalentes ao paralelos. 
III. O ponto situado nas coordenadas Latitude -15º 
e Longitude -20º encontra-se nos hemisférios 
austral e ocidental. 
IV. O território brasileiro encontra-se em dois 
hemisférios diferentes. 
(A) E – C – C – E (C) E – C – E – C 
(B) C – E – E – C (D) C – C – C – E 
 
Minhas anotações 
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UNIDADE 3 – GEOGRAFIA FÍSICA E O MEIO AMBIENTE 
 
Sistemas naturais do planeta Terra: Litosfera, 
Atmosfera, Hidrosfera e Biosfera 
 
O planeta Terra está em constante transformação, tanto 
em seu interior quanto na superfície. Durante sua 
formação, como se pode ver nas ilustrações do 
infográfico anterior, a configuração da crosta terrestre 
era completamente diferente da que observamos hoje. 
Essas transformações continuam acontecendo porque 
o planeta possui muita energia em seu interior e a 
superfície da crosta terrestre sofre a ação permanente 
de forças externas, como a chuva ou o vento, e do 
próprio ser humano, que constrói cidades, desmata, 
refloresta, extrai minérios, faz aterros e represas, 
desvia rios, etc. 
 
Algumas mudanças de origem natural são facilmente 
percebidas. Por exemplo, terremotos e erupções 
vulcânicas são fenômenos que podem provocar 
alterações imediatas na paisagem. Outras mudanças, 
como o afastamento dos continentes ou o processo de 
formação das grandes cadeias montanhosas, 
denominada orogênese (do grego oros, que significa 
‘montanha’, e genesis, ‘origem’), ocorrem em um 
intervalo de tempo tão longo que não conseguimos 
percebê-las em nosso curto período de vida. Por isso 
falamos em tempo geológico, que é medido em milhões 
de anos. 
 
A história geológica da Terra é dividida em éons, que 
são subdivididos em eras, que se subdividem em 
períodos, que por sua vez são subdivididos em épocas. 
Observe a tabela da escala geológica do tempo na 
página anterior. Para entendermos melhor os 4,6 
bilhões de anos de idade da Terra, utilizaremos um 
quadro em que o tempo geológico é comparado, 
proporcionalmente, aos meses de um ano. Nele é feita 
uma comparação entre o tempo geológico, medido em 
milhões de anos, como vimos, e o tempo histórico, que 
utilizamos para situar os fatos da História e de nosso 
cotidiano, medido em anos, décadas, séculos ou 
milênios. 
 
 
 
Embora os seres humanos tenham surgido há muito 
pouco tempo quando pensamos na escala geológica, 
alguns cientistas consideram que as transformações 
provocadas na superfície do planeta, principalmente 
após a Revolução Industrial, justificariam a criação de 
uma nova época, denominada Antropoceno. 
 
A criação dessa nova época e sua inserção na escala 
do tempo geológico depende da IUGS (sigla em inglês 
da União Internacional de Ciências Geológicas), que 
criou uma comissão que estuda essa possibilidade 
desde 2008. 
 
Tipos de rochas 
 
As rochas são agregadas sólidos naturais compostos 
de um ou mais minerais e podem ser classificadas, 
segundo sua formação, em magmáticas (ou ígneas), 
metamórficas e sedimentares. Há cerca de 3,8 bilhões 
de anos, a matéria incandescente da qual era formada 
a Terra começou a esfriar e a se solidificar, formando a 
crosta terrestre. 
 
Consolidaram-se, assim, as primeiras rochas, 
chamadas magmáticas ou ígneas. O termo magmático 
vem de magma, massa natural fluida com temperatura 
elevada, encontrada no interior da Terra. O termo ígneo 
vem da palavra latina ignis, ‘fogo’. Existem vários tipos 
de rocha magmática, dependendo da constituição 
química do magma e de como ele se consolidou. Essa 
consolidação pode acontecer lentamente, quando o 
magma esfria e se solidifica dentro da crosta terrestre, 
dando origem às chamadas rochas intrusivas (o prefixo 
in-, do latim, quer dizer ‘no interior’, ‘em’). Nelas, os 
minerais se agrupam e formam cristais visíveis a olho 
nu, como na maioria dos granitos utilizados na 
construção civil, nos quais conseguimos ver três 
componentes: quartzo, feldspato e cristais de mica. 
Quando atinge a superfície terrestre em forma de lava 
pela erupção de um vulcão, o magma esfria 
rapidamente, originando as chamadas rochas 
extrusivas (o prefixo ex-, do grego, quer dizer ‘fora de’). 
Sempre que isso ocorre, não conseguimos distinguir, a 
olho nu, os minerais componentes de uma rocha. Este 
é o caso do basalto. 
 
As rochas metamórficas, assim como as magmáticas, 
formam-se no interior da crosta terrestre. A pressão e a 
temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou a 
combinação química de dois ou mais minerais 
transformam a estrutura das rochas já formadas, o que 
dá origem às rochas metamórficas, como o mármore, a 
ardósia, o quartzito e o gnaisse. Esse processo não 
deve ser confundido com a fusão de rochas, que só 
ocorreria no manto, camada abaixo da crosta em que 
as temperaturas são mais elevadas. 
 
Nos primórdios da história geológica do planeta, a 
crosta terrestre era formada por rochas magmáticas e 
metamórficas. Os minerais que as compõem, no 
processo de consolidação, formaram cristais. Por isso 
essas rochas também são, em conjunto, chamadas 
cristalinas. É preciso lembrar que esse processo de 
formação de rochas continua acontecendo, pois faz 
parte da dinâmica da Terra. Mas, com exceção das 
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erupções vulcânicas, em que a solidificação da lava 
ocorre na superfície, não podemos observá-lo, já que é 
lento e ocorre no interior da crosta. 
 
O terceiro tipo de rocha presente na crosta terrestre são 
as sedimentares. Conforme a superfície da Terra se 
resfriava, gases como nitrogênio, oxigênio, hidrogênio 
e outros foram liberados e formaram a atmosfera. A 
partir de então começaram a ocorrer as chuvas, e com 
elas iniciou-se o processo de intemperismo ou 
decomposição química das rochas. 
 
O intemperismo propiciou a formação dos solos, que 
com o tempo passaram a ser erodidos, principalmente 
pela chuva e pelo vento. Ao longo de milhões de anos, 
as partículas de rocha e solo foram transportadas pelo 
vento e pelas águas e depositadas em depressões, 
formando grandes depósitos sedimentares. Em muitas 
dessas depressões formaram-se, posteriormente, 
lagos e oceanos. A compactação física e a 
transformação química das partículas dos sedimentos 
deram origem às rochas sedimentares,como o arenito 
e o calcário. Grande parte dos fósseis é encontrada 
aprisionada nas rochas sedimentares. Vale lembrar que 
as rochas metamórficas se originam de transformações 
sofridas pelas rochas magmáticas e também pelas 
sedimentares. 
 
Atmosfera é o nome dado à camada gasosa que 
envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre ela 
é composta por inúmeros gases que ficam retidos por 
causa da força da gravidade e do campo magnético que 
envolve a Terra. 
 
No início da formação do planeta Terra a atmosfera era 
composta basicamente por gases (Metano, amônia, 
nitrito, vapor de água e dióxido de carbono) resultantes 
das constantes erupções e colisões na superfície 
inóspita da terra primitiva, além dos que eram expelidos 
por rachaduras na crosta terrestre. 
 
Então, em uma segunda fase, surgem os primeiros 
organismos vivos que realizam fotossíntese (processo 
bioquímico que transforma dióxido de carbono 
em oxigênio com o auxílio da luz solar, realizado pelos 
vegetais e algumas algas), absorvendo o gás carbônico 
da atmosfera e transformando-o em oxigênio. Com isso 
acontece uma das maiores transformações causadas 
no planeta por algum organismo vivo: a atmosfera 
torna-se saturada de oxigênio. Ironicamente, os 
primeiros organismos a realizar a fotossíntese eram 
anaeróbios (organismo que vivem sem oxigênio e 
morrem na presença dele), e são extintos. Alguns 
organismos, entretanto, continuam evoluindo e se 
adaptam a nova atmosfera cheia de oxigênio. 
 
Atualmente, o nitrogênio e o oxigênio juntos, somam 
cerca de 99% dos gases que compõem a atmosfera 
terrestre. O oxigênio é consumido pelos seres vivos 
através do processo de respiração e transformado em 
dióxido de carbono e vapor de água que serão depois 
reabsorvidos pelos organismos. O dióxido de carbono 
será consumido no processo de fotossíntese, e o vapor 
de água, responsável, por redistribuir a energia na terra 
através da troca de energia de calor latente, produzir 
o efeito estufa e causar as chuvas, será novamente 
consumido pelos organismos vivos na sua forma 
líquida. 
 
Outros gases que compõem a atmosfera terrestre são: 
dióxido de carbono, argônio, metano, óxido nitroso, 
monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido e 
dióxido de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, ozônio, e 
outros que integram o 1% restante da atmosfera. 
 
Para fins de estudos a atmosfera terrestre é dividida em 
algumas camadas de acordo com a variação das 
transições de temperatura: 
 
A troposfera, que geralmente se estende a 12 km (entre 
20 km no equador e 8 km nos pólos). É nesta camada 
que acontecem praticamente todos os fenômenos que 
influenciam o tempo. 
 
A estratosfera, estende-se até aproximadamente 50 km 
com temperaturas parecidas com as da troposfera até 
o limite de 20km. Esta camada é mais quente por causa 
do ozônio que se acumula e que absorve os raios 
ultravioletas. 
 
Na mesosfera, a temperatura novamente diminui. Esta 
camada vai até cerca de 80 km. A esta altura, a 
temperatura chega a -90ºC! 
 
E a termosfera, que não possui um limite inferior muito 
bem definido. Aqui as moléculas se agitam com uma 
velocidade enorme, o que significaria uma temperatura 
altíssima. Entretanto, a concentração dessas moléculas 
é muito baixa o que diminui drasticamente a quantidade 
de energia que essas moléculas poderiam transmitir 
para qualquer corpo que se encontrasse ali, anulando, 
de certa forma, a temperatura. A termosfera, por sua 
vez, compreende uma camada situada entre 80 a 900 
km, chamada de ionosfera. 
 
A ionosfera, como o próprio nome já diz, é composta 
por uma infinidade de íons criados a partir da radiação 
solar que incide nas moléculas de oxigênio e nitrogênio, 
liberando elétrons. A ionosfera é composta por três 
camadas (da mais próxima a mais distante) D, E e F 
que possuem concentrações diferentes de íons. 
Durante a noite as camadas D e E praticamente 
desaparecem, porque não há incidência de raios 
solares e, consequentemente, não há formação de 
íons. Ou seja, durante a noite, os íons se recombinam 
formando novamente as moléculas de oxigênio e 
nitrogênio. Mas, à noite ainda há incidência de raios 
solares, mesmo que de menor intensidade, o que 
explica porque a camada F não se extingue também. 
 
A parte externa do Planeta Terra é recoberta por água 
em aproximadamente 70% de sua extensão. Esta 
superfície delineia sobre o globo um estrato sem 
solução de continuidade. A hidrosfera é justamente a 
totalidade desta esfera povoada por água de toda 
qualidade, sólida, líquida e gasosa. Assim, ela é 
composta por águas marinhas, muitas delas salgadas, 
pelas que se convertem em gelo, por substâncias 
gasosas úmidas, águas que percorrem a camada 
subterrânea, além de rios, lagoas, lagos e mares. De 
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http://www.infoescola.com/sistema-solar/terra/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/metano/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/amonia/
http://www.infoescola.com/quimica/vapor-dagua/
http://www.infoescola.com/quimica/dioxido-de-carbono/
http://www.infoescola.com/biologia/fotossintese/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/
http://www.infoescola.com/biologia/algas/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/nitrogenio/
http://www.infoescola.com/geografia/efeito-estufa/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/argonio/
http://www.infoescola.com/quimica/oxido-nitroso/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/dioxido-de-enxofre/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/ozonio/
http://www.infoescola.com/fisica/temperatura/
 
Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 25 
 
todo este reservatório, os oceanos contribuem com a 
maior parcela - 97,3% do conjunto da hidrosfera. 
Aparentemente o Homem tem a sua disposição um 
potencial hidrográfico substancial, mas é preciso 
lembrar que somente 0,007% dele é passível de ser 
consumido pelo ser humano. 
 
A expressão 
 
O termo Biosfera começou a ser empregado por volta 
de 1920. A palavra é formada por Bio = vida e esfera = 
camada, espaço, esfera; sendo assim, a biosfera é o 
espaço que possui vida na Terra. Esse termo está 
relacionado aos componentes abióticos do nosso 
planeta que são: 
 
- Hidrosfera: espaço ocupado por água (hidro). Os 
oceanos, mares, lagos e rios ocupam ¾ da Terra. 
Abaixo do solo temos os lençóis freáticos que estão 
localizados desde poucos a milhares de metros 
subterrâneos. 
 
- Litosfera: espaço formado por solo, rochas (litos). 
 
É formada por uma grande variedade de rochas que em 
sua maioria está coberta por solo e hidrosfera provém 
do grego ‘hidro’ mais ‘esfera’, sendo traduzida como 
esfera da água. Ela constitui um dos ramos da biosfera, 
soma de todos os ecossistemas terrestres. Os seres 
vivos que residem na água ou, de alguma forma, 
necessitam essencialmente dela, bem como todos os 
recantos aquáticos, integram igualmente a hidrosfera. 
 
Ela elaborou, em conjunto com a atmosfera, os 
combustíveis fósseis mais significativos do Planeta o 
petróleo e o carvão. Não se sabe ao certo como se 
originou no globo terrestre a hidrosfera, mas os 
cientistas estão cientes de que há nele mais camadas 
de água do que em outros elementos do sistema solar. 
 
Hoje predomina a crença na participação de cometas e 
asteroides, astros abundantes em gelo, na composição 
de tamanha quantidade de substâncias aquáticas. 
Apesar da água doce ser de extrema utilidade para os 
seres humanos, no que tange à preservação da 
existência, os oceanos, com uma dose aproximada de 
3,5% de sais, particularmente cloreto de sódio, 
contribuem mais profundamente para a manutenção 
vital, pois abrandam o efeito estufa, através da 
assimilação de um alto teor de dióxido de carbono 
presente na atmosfera. 
 
Também no oceano se dissemina o fito plâncton, uma 
das expressões vitais mais significativas do Planeta, 
algas minúsculas que boiam na superfície da água, 
impulsionadas pelas correntesmarítimas. Estas plantas 
têm o papel de preservar o equilíbrio das temperaturas 
na Terra, por meio da assimilação de gás carbônico e 
elaboração de oxigênio. 
 
Quase todas as esferas de água propiciam o 
nascimento e a evolução da vida. A depuração 
espontânea das superfícies doces e salgadas ocorre 
por meio da emissão de vapores, que, assim, extraem 
a maior cota de substâncias poluentes que vicejam na 
atmosfera. O Homem concentra sua maior atenção, 
porém, na água potável, própria para a sobrevivência 
humana. Outros depósitos de sedimentação. 
 
Atmosfera: espaço formado por gás (atmos). É 
constituída por nitrogênio (78%), oxigênio (21%), gás 
carbônico (0,03%), gases nobres e vapor d´água. 
 
O conjunto desses componentes com os seres vivos é 
que forma a biosfera. 
 
A biosfera compreende desde o topo das mais altas 
montanhas até as profundezas dos oceanos, ela é 
delimitada de acordo com a presença de seres vivos. 
 
O limite superior da Biosfera está em torno de 7000 m 
e seu limite inferior em 11.000 m, totalizando uma faixa 
de, aproximadamente, 18 Km. 
 
A maioria dos seres vivos terrestres se encontra até 
5000 m acima do nível do mar e nos oceanos, algumas 
bactérias, já foram encontradas a mais de 9000 m de 
profundidade, sendo que também a maioria se encontra 
até 150m de profundidade. 
 
A diversidade de características que existe nesses 
ambientes se traduz na diversidade de espécies e na 
quantidade de seres vivos que habitam determinadas 
regiões. Por exemplo, nos extremos superior e inferior 
da biosfera, poucos seres vivos conseguem viver. As 
condições ambientais mais favoráveis estão nos limites 
intermediários dessa faixa. 
 
Devido a essa interação entre seres vivos e biótopo da 
biosfera, percebemos que essa camada de nosso 
planeta é modificada o tempo todo, tornando-a um 
espaço heterogêneo. Com a atuante presença do 
homem no ambiente e muitas vezes de maneira 
transformadora, a fragilidade da Biosfera se evidencia, 
entretanto, essa faixa também se mostra auto 
reguladora, dinâmica, capaz de resistir, ao menos 
dentro de certos limites, às modificações do meio 
ambiente. 
 
Como esses limites vêm sendo extrapolados ao longo 
das últimas décadas e as consequências têm sido 
desastrosas para os diferentes ecossistemas de nosso 
planeta, a UNESCO em 1970, lançou o “Programa 
Homem e Biosfera”, que consiste em designar áreas 
em diferentes regiões do planeta para serem 
preservadas, estudadas e se tornarem ecologicamente 
sustentáveis. Essas áreas são denominadas “Reservas 
da Biosfera”. 
 
Estrutura geológica 
 
Vimos os tipos de rocha que formam a crosta terrestre, 
que é apenas uma pequena parte do planeta. 
Didaticamente o planeta Terra pode ser comparado a 
um ovo, não em termos de forma, mas de proporção de 
suas estruturas: sua casca, extremamente fina, seria a 
crosta terrestre; a clara seria o manto; e a gema, o 
núcleo. 
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http://www.infoescola.com/geografia/hidrosfera/
http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/
http://www.infoescola.com/geologia/litosfera/
http://www.infoescola.com/biologia/biosfera/
http://www.infoescola.com/biologia/ecossistema/
http://www.infoescola.com/geografia/atmosfera/
http://www.infoescola.com/astronomia/asteroides/
http://www.infoescola.com/geografia/efeito-estufa/
http://www.infoescola.com/biologia/fitoplancton/
http://www.infoescola.com/biologia/algas/
http://www.infoescola.com/geografia/atmosfera/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/nitrogenio/
http://www.infoescola.com/quimica/vapor-dagua/
 
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A crosta terrestre possui uma espessura média de 25 
km (por volta de 6 km em algumas partes do assoalho 
oceânico e de 70 km nas regiões de cadeias 
montanhosas). O manto, com 2 900 km de espessura 
média, é formado por magma pastoso e denso, em 
estado de fusão. O núcleo é formado 
predominantemente por níquel e ferro. É subdividido 
em duas partes: o núcleo externo, em estado de fusão, 
e o núcleo interno (a parte mais densa do planeta, 
também chamado de nife). Este, apesar das elevadas 
temperaturas, está em estado sólido graças à alta 
pressão no centro da Terra. Vamos imaginar agora que 
o “ovo” de nossa comparação foi cozido e acabamos de 
retirá-lo do fogo. Nós o batemos, muito quente e cheio 
de energia em seu interior, numa mesa. A casca fica 
totalmente rachada, mas continua presa à clara. 
 
Assim é a crosta terrestre. Ela não é inteiriça como a 
casca de um ovo cru, mas rachada como a de um ovo 
cozido batido numa mesa. Os vários pedaços de casca 
rachada seriam as placas tectônicas. Seus limites 
disformes, as A Paleontologia é uma especialidade 
interdisciplinar que faz uso de qualquer evidência, 
direta ou indireta, de organismos extintos em rochas 
sedimentares, para compreender a história geológica 
da vida e da Terra. Ainda contribui, de maneira 
fundamental, para nosso entendimento dos ambientes, 
arranjos geográficos, biodiversidade e ecossistemas do 
passado e permite ordenar e correlacionar 
temporalmente rochas estratificadas no mundo inteiro. 
Às vezes, o leigo confunde a Arqueologia com a 
Paleontologia, duas ciências-irmãs, que utilizam as 
mesmas técnicas de investigação, mas que diferem nos 
objetos que estudam. Os paleontólogos concentram-se 
no registro fóssil de organismos extintos, geralmente do 
passado remoto, enquanto os arqueólogos investigam 
evidências das culturas humanas e civilizações, bem 
mais recentes, principalmente dos últimos 10 mil anos. 
O limite de 10 mil anos adotado para distinguir entre 
objetos arqueológicos e paleontológicos é uma escolha 
de conveniência, pois existem exceções tanto na 
Arqueologia – as belas pinturas em cavernas da Europa 
– como na Paleontologia – ossadas de animais extintos 
em cavernas e cacimbas [poços] no Brasil. Mesmo 
assim, esta data reveste-se de grande significância 
temporal porque coincide, aproximadamente, com o 
advento do Holoceno, a mais recente época geológica, 
que se iniciou no término da última fase glacial do 
Pleistoceno. A melhora no clima global do Holoceno 
favoreceu a expansão demográfica que desencadeou 
grandes transformações culturais, culminando na 
civilização globalizada do presente [...]. 
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Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 27 
 
O registro arqueológico da grande jornada humana, ao 
contrário do registro paleontológico, compreende, 
comumente, artefatos e ossos humanos associados a 
restos de animais e plantas comuns até hoje 
preservados em materiais pouco consolidados (solos, 
sedimentos, escombros, etc.). Essa associação 
frequente facilita a reconstituição não somente das 
relações entre os homens da época, mas entre o 
homem e a natureza também. 
 
A litosfera (do grego lithos, que significa ‘pedra’, ‘rocha’) 
compreende as rochas da esfera terrestre, da crosta 
(continental e oceânica), e é formada por placas rígidas 
e móveis, as placas tectônicas. Logo abaixo dela 
encontramos a astenosfera (do grego sthenos, ‘sem 
força’, ‘fraco’), que é constituída por rochas 
parcialmente fundidas. Ao contrário da litosfera, é uma 
camada menos rígida e com temperaturas mais 
elevadas. Essas características dão mobilidade às 
placas tectônicas. 
 
Teoria das placas tectônicas 
 
As placas tectônicas são as grandes formadoras 
da crosta terrestre, elas são divididas em porções que 
preenchem todo o mundo. Cada parte do planeta tem a 
sua placa específica e que causa diferentes ações aos 
países e continentes. Elas estão localizadas na litosfera 
terrestre, que é a camada mais externa de um planeta 
rochoso, que pode ser mais ou menos espessa. Isso 
dependerá do encontro de placas tectônicas, formando 
cadeias montanhosas. A litosfera possui mais ou 
menos150 km de espessura, ainda muito longe do 
centro da Terra que tem cerca de 6 mil km 
de distância em relação ao solo em que nós pisamos. 
 
 
 
Impulsionadas pelo magma do interior do planeta Terra, 
as placas tectônicas se movem constantemente 
causando terremotos e formando vulcões, estes últimos 
se originam de uma fenda, ou seja, um buraco na 
gigantesca placa, que pode ou não entrar em erupção. 
Isso dependerá da atividade geológica que a placa 
tectônica está inserida. 
 
Seus movimentos podem consistir em afastamento ou 
aproximação de uma placa com a outra e move cerca 
de poucos milímetros por ano. Resultado disso são os 
continentes do planeta Terra, pois há milhões de anos 
eles eram todos juntos, mas com este movimento 
constante, foram se afastando ou agrupando, sendo 
separados por mar ou unidos por cadeias 
montanhosas, como o Everest. Os terremotos tendem 
a acontecer nas bordas das placas tectônicas ou 
próximo a elas, pois é onde o movimento mais se 
encontra, assim o centro da placa fica imune (ou quase 
isso) de possíveis tragédias naturais. 
 
Os tsunamis, por exemplo são resultado da 
movimentação das placas tectônicas existentes no 
meio do mar. Quando a crosta se mexe nos oceanos 
deveria causar um terremoto, porém seu efeito na água 
é a criação de ondas gigantescas, que podem 
simplesmente engolir cidades inteiras. Os tsunamis 
acontecem o tempo todo no mar, mas apenas alguns 
têm força suficiente para chegar até a costa marítima 
dos continentes. 
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https://www.resumoescolar.com.br/geografia/resumo-das-placas-tectonicas/
https://www.resumoescolar.com.br/literatura/crosta-terrestre/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/estrutura-interna-da-terra-e-placas-tectonicas-manto-crosta-sima-e-sial/
https://www.resumoescolar.com.br/fisica/variacao-de-espaco-e-distancia-percorrida-na-fisica/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/a-terra-no-espaco-movimentos-estacoes-do-ano-orientacao-e-coordenadas-geograficas/
https://www.resumoescolar.com.br/fisica/resolvendo-problemas-que-envolvem-forca/
 
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A geologia por trás do “chão subterrâneo” 
 
As zonas de divergência são onde as placas se 
afastam, e as zonas de convergência são onde elas se 
encontram. As placas tectônicas estão divididas entre 
as dez principais e a partir disso há também uma 
subdivisão muito específica para cada uma. As dez 
mais importantes são: 
 
- Placa do Pacífico: com cerca de 70 milhões de 
quilômetros quadrados, é a maior do mundo. O Havaí 
está dentro desta placa e sua região tem muitos vulcões 
causados pelos magmas do centro da Terra, formando 
ilhas vulcânicas. 
 
- Placa de Nazca: ela tem cerca de 10 milhões de 
quilômetros quadrados e fica menor a cada ano com a 
convergência com a Placa sul-americana, que se eleva 
na de Nazca, aumentando o tamanho da Cordilheira 
dos Andes. A placa Sul-Americana por ser mais “leve” 
desliza por cima da outra gerando também muitos 
vulcões. 
 
- Placa Sul-Americana: o Brasil está bem ao centro 
dela, por isso não sente seus tremores. A placa tem 
cerca de 32 milhões de quilômetros quadrados e 200 
quilômetros de espessura. 
 
- Placa da América do Norte e Caribe: abrange todo 
o resta do continente americano e tem cerca de 70 
milhões de quilômetros quadrados. Tem uma falha 
na Califórnia, região de San Andreas, com terremotos 
devastadores para a população. 
 
- Placa da África: formava um continente único com a 
Sul-Americana há 135 milhões de anos. A partir de uma 
falha geológica no meio do oceano Atlântica, foi se 
afastando progressivamente da placa Sul-Americana e 
sua tendência é continuar crescendo e divergindo. 
Hoje, a placa tem um total de 65 milhões de quilômetros 
quadrados. 
 
- Placa da Antártida: dá suporte à Antártida, localizada 
no Polo Sul do planeta. Há 200 milhões de anos, a placa 
estava junto da Indo-Australiana, mas foi se afastando 
e chocando com outras placas. Ela tem cerca de 25 
milhões de quilômetros quadrados. 
 
- Placa Indo-Australiana: compreende a Austrália, 
Índia e Nova Zelândia, é muito turbulenta e fonte de 
vários terremotos e tsunamis, pois segue um caminho 
divergente em sentido ao norte do planeta. Choca-se 
com a placa das Filipinas criando novas ilhas 
turbulentas por lá também. 
 
- Placa Euro Asiática Ocidental: placa que sustenta a 
Europa, parte da Ásia, do Atlântico Norte e do Mar 
Mediterrâneo. 
 
Compreende as cadeias montanhosas do Himalaia, a 
partir de uma convergência com a placa Indo-
Australiana. Sua extensão territorial chega a 60 milhões 
de quilômetros quadrados. 
- Placa Euro Asiática Oriental: esta placa se choca 
com outras duas: a das Filipinas e do Pacífico, na região 
onde fica o Japão. Com o encontro das três placas, o 
local tem muitas ocorrências de terremotos, vulcões e 
cadeias montanhosas. 
 
- Placa das Filipinas: é também uma das mais 
violentas, já que ela é pequena perto das outras (7 
milhões de quilômetros quadrados) concentra grande 
atividade de vulcões, terremotos e Tsunamis. 
 
Que forças eram essas, capazes de movimentar 
os continentes? 
 
Wegener encontrou algumas evidências que 
comprovaram sua teoria, mesmo assim sua teoria foi 
combatida e esquecida. No final da década de 1950, no 
entanto, a sua teoria foi finalmente aceita e 
estudada. Assim, com a evolução nas pesquisas, a 
teoria foi finalmente aceita a partir do final da década de 
1950, onde ela foi modificada, passando a ser chamada 
de Teoria das Placas Tectônicas. Veja na imagem 
como é impressionante a demarcação exata das Placas 
Tectônicas Norte-americana; do Pacífico; do Caribe; 
Sul americana; Placa de Nazca (à esquerda da América 
do Sul, ao lado da Cordilheira dos Andes); Africana; 
Euroasiática; da Arábia; Antártica. 
 
- Placa Indo australiana: Wegener foi muito astuto e 
promissor em sua pesquisa, mas ele não conseguia 
responder a principal pergunta, que era como esses 
continentes se movimentavam? Que forças estavam 
por trás disso? 
 
Hoje, sabemos que quem realiza esses movimentos 
são as placas tectônicas, que são feitos não só pelos 
continentes, mas também pelo fundo dos oceanos. 
Essas placas se movimentam lentamente sobre o 
manto, afastando-se ou aproximando-se. A litosfera ou 
crosta terrestre é a parte mais externa, e fica acima do 
manto, parte mais viscosa que se encontra 
superaquecida e faz com que a crosta se desloque. 
 
Como comprovar esses movimentos? 
 
Esses movimentos 
são comprovados por 
técnicas e estudos e a 
utilização de satélites 
que com o auxílio de 
raio laser são capazes 
de identificar e medir o 
deslocamento das 
placas tectônicas e o 
movimento dos 
continentes. Veja na imagem um satélite orbitando a 
terra. Ele coleta as informações que identificam os 
movimentos. 
 
Temos nomeadas hoje as seguintes placas tectônicas: 
Placa Norte-americana; Placa do Pacífico, Placa do 
Caribe, Placa Sul americana, Placa de Nazca, Placa 
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https://www.resumoescolar.com.br/geografia/resumo-america/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/resumo-do-continente-americano/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/resumo-california/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/populacao-distribuicao-estrutura-populacao-ativa-e-inativa-e-idh/
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/demografia-e-ocupacao-da-antartida/
 
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Africana, Placa Euroasiática, Placa da Arábia, Placa 
Antártica e Placa Indo australiana. 
 
Movimentos e limites entre as placas 
 
Os limites entre as placas tectônicas são áreas onde 
ocorrem intensas atividades geológicas, tais como 
falhas, vulcões, abalos sísmicos, cadeias de 
montanhas, construção de novas placase crosta, bem 
como sua destruição. São nessas áreas que ocorrem 
os movimentos das placas tectônicas. Com base nisso, 
existem três limites entre as placas: 
 
- Limites transformantes ou conservativos: ocorre 
quando uma placa se desliza horizontalmente em 
relação a outra. Nesse tipo de falha, não há criação e 
nem destruição da litosfera, mas apenas um 
afastamento que pode gerar grandes rachaduras. 
Podem ser encontradas dentro dos oceanos ou em 
continentes como a Falha de San Andreas, na 
California, onde há um deslize entre a Placa do Pacífico 
e a Norte-Americana; 
 
- Limites divergentes: ocorre um afastamento entre 
placas que forma uma nova litosfera. Ou seja, nesses 
limites ocorrem tensões que provocam o afastamento 
das placas, quando o magma é ‘empurrado’ para a 
superfície dá origem a uma nova crosta. Existem dois 
tipos de limites divergentes: 
 
 
 
- Separação de placas nos continentes: quando há 
essa separação ocorrem atividades vulcânicas, 
terremotos ou vales em rifte. Um grande exemplo de 
riftes podem ser observados no Mar Vermelho e no 
Golfo da Califórnia. 
 
- Separação de placas nos oceanos: no oceano, essa 
separação é verificada por meio de uma dorsal meso-
oceânica que causa a expansão do fundo oceânico. A 
partir dela, podem surgir vulcões ativos, riftes ou 
terremotos. 
 
- Limites convergentes: ocorre a colisão frontal, onde 
uma desliza para baixo, sendo ‘sugada’ para o manto. 
As consequências irão depender da densidade das 
placas. Normalmente, uma placa que possui uma 
densidade maior mergulha por cima da outra. Assim, 
existem três tipos de convergência: oceano-oceano, 
oceano-continente e continente-continente. 
Desastres naturais causados pelo movimento das 
placas 
 
 
 
Com o movimento das placas tectônicas diversos 
desastres podem deixar pessoas feridas, causar mortes 
ou arrasar lugares. Dentre os desastres mais comuns 
estão a ocorrência de erupções vulcânicas, terremotos 
e tsunamis. 
 
Após 1900 houve o surgimento de escalas de medição 
para terremotos e umas das mais famosas é a Escala 
Richter. Ela foi criada pelo americano Charles Richter, 
e possui uma medida que varia de 0 a 9,5 ou mais, 
dependendo do último terremoto ocorrido. Ela é 
responsável por medir a intensidade dos tremores. Um 
dos abalos mais violentos ocorreu no Chile, em 1960, 
que chegou a magnitude de 9.5, na escala. As regiões 
mais suscetíveis à terremotos são aquelas que estão 
nos limites das placas tectônicas. 
 
Hidrografia, clima, vegetação e relevo 
 
Hidrografia 
 
A água é fundamental para a vida dos animais e das 
plantas. Para os seres humanos, além de fonte de 
sobrevivência é também um importante recurso 
econômico. Há tanta água na Terra que muitas pessoas 
a consideram inesgotável. Setenta e três por cento da 
superfície do planeta é cobertos por água nos estados 
líquido e sólido. Porém, há regiões onde sua escassez 
é um sério problema. Vejamos algumas razões. Há uma 
distribuição desigual das reservas de água no planeta. 
Por exemplo: o índice de chuvas chega próximo de zero 
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em alguns desertos e supera 3 mil milímetros por ano 
em algumas regiões tropicais. 
 
Além disso, 97,5% dessas reservas estão nos oceanos 
e mares e, portanto, só podem ser utilizadas após 
dessalinização, o que aumenta muito seu custo. Dos 
2,5% que restam – a água doce – somente cerca de 1/3 
está disponível na superfície e no subsolo, o restante é 
constituído por geleiras e neves, portanto, de difícil 
utilização. 
 
 
 
Esses números nos mostram a importância do uso 
racional da água doce para que não haja escassez. A 
propósito, como podemos, com medidas simples em 
nosso dia a dia, economizar água e evitar sua poluição? 
Neste módulo veremos temas importantes para 
compreender a distribuição e a disponibilidade de água 
na superfície da Terra: o que são aquíferos e como eles 
se formam? Quais são os impactos ambientais que 
estão ocorrendo sobre eles? Como se formam e quais 
as características dos rios e das bacias hidrográficas? 
Vamos começar estudando a disponibilidade de água 
no mundo e no Brasil. 
 
Pode faltar água doce? 
 
O crescimento da população mundial é acompanhado 
por um correspondente aumento de demanda por água. 
Em muitas regiões do planeta, o consumo per capita de 
água também cresce em ritmo acelerado devido à 
melhoria do padrão de vida. Em 1900, cerca de 13% da 
população mundial vivia nas cidades; em 2011, 
segundo a ONU, os habitantes urbanos tinham atingido 
a marca de 52%. Esse aumento da população urbana 
se reflete num substancial acréscimo de consumo de 
água, porque nas cidades o uso doméstico per capita 
é, em geral, superior ao da zona rural. As fontes de 
água doce, as mais vitais para os seres humanos, são 
justamente as que mais recebem poluentes. Muitos 
lugares do planeta, como cidades e zonas agrícolas, 
correm sério risco de ficar sem água. Quando a água 
precisa ser trazida de outros lugares seu custo eleva-se 
bastante. 
 
O território brasileiro possui a maior disponibilidade de 
água doce do planeta, distribuída por uma densa rede 
hidrográfica que drena especialmente as regiões de 
climas mais úmidos. Essa disponibilidade é bastante 
desigual entre as regiões do país. A Amazônia possui 
68,5% da água doce disponível em território brasileiro e 
o Centro-Oeste 15,7%, enquanto as regiões 
densamente povoadas têm uma participação bem mais 
reduzida: o Sul possui 6,5%, o Sudeste 6,0% e o 
Nordeste 3,3%. 
 
Quando observamos a disponibilidade per capita de 
água no mapa abaixo, percebemos que muitas regiões 
em que esse recurso é naturalmente abundante 
acabam sofrendo com escassez em períodos de 
estiagem. É o caso, principalmente, das regiões 
metropolitanas e grandes cidades densamente 
povoadas. Observe no mapa que no Vale do Rio Tietê 
(SP), uma região de clima tropical onde se concentram 
várias cidades de médio e grande porte e há 
predomínio de agricultura irrigada, a disponibilidade per 
capita de água é semelhante à encontrada em regiões 
de clima semiárido. 
 
 
 
Águas subterrâneas 
 
No estudo das águas correntes, paradas, oceânicas e 
subterrâneas, é importante considerar, de início, a água 
que provém da atmosfera. Ao entrar em contato com a 
superfície, a água das chuvas pode seguir três 
caminhos: escoar, infiltrar no solo ou evaporar. Por 
meio da evaporação, ela retorna à atmosfera. Já a água 
que se infiltra no solo e a que escoa pela superfície 
dirigem-se, pela ação da gravidade, às depressões ou 
às partes mais baixas do relevo, alimentando córregos, 
rios, lagos, oceanos ou aquíferos. 
 
A água que se infiltra no solo alimenta os aquíferos – 
zonas do subsolo saturadas de água (encharcadas), ou 
seja, camadas de solo cujos poros encontram-se 
preenchidos por água (podem ser profundas ou mais 
próximas da superfície). Nos períodos mais chuvosos, 
o nível freático, que é o limite dessa zona encharcada, 
se eleva, e na época de estiagem, abaixa. Ao cavar um 
poço, encontra-se água assim que o nível freático é 
atingido. 
 
Quando o nível freático atinge a superfície, aparecem 
as nascentes dos rios. Em algumas regiões, 
principalmente nas tropicais semiúmidas e nas 
temperadas, o lençol freático abastece os rios em 
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época de estiagem (neste caso os rios são chamados 
efluentes). Em outras, como nas regiões 
semidesérticas, são os rios que abastecem de água o 
solo quando chega a época da estiagem (rios 
influentes). 
 
A água subterrânea também é muito importante para a 
manutenção da umidade do solo, que garante sua 
disponibilidade para a vegetação e para o 
abastecimento humano. Em regiões de clima árido e 
semeia rido, ela pode ser o principal recurso hídricodisponível para a população e, às vezes, o único. 
Estima-se que metade da população mundial utilize a 
água subterrânea para suas necessidades diárias de 
consumo. 
 
Por exemplo, segundo a Agência Nacional de Águas 
(ANA) * a população da Arábia Saudita, Dinamarca e 
Malta é abastecida exclusivamente por águas 
subterrâneas, enquanto França, Itália, Alemanha, 
Suíça, Áustria, Holanda, Marrocos e Rússia têm 70% 
de seu abastecimento humano obtido dessa forma. No 
Brasil, em Ribeirão Preto (SP), Maceió (AL), Mossoró 
(RN) e Manaus (AM), entre vários outros municípios, as 
águas subterrâneas também são amplamente 
utilizadas. A maior disponibilidade de água subterrânea 
do Brasil é encontrada no aquífero Guarani, um dos 
maiores reservatórios de água doce do mundo. Ele 
possui uma área de 1,2 milhão de km² e abrange vários 
estados brasileiros, além de partes dos territórios do 
Paraguai, Argentina e Uruguai. Observe o mapa. 
 
 
 
Com o crescimento das cidades e aumento da 
demanda por água, tanto em ambiente urbano quanto 
rural, os problemas envolvendo a manutenção da 
qualidade e da quantidade das águas superficiais e 
subterrâneas tendem a se agravar. Neste contexto, é 
importante lembrar que tudo que afeta as águas 
subterrâneas pode também afetar as águas 
superficiais, já que estas possuem uma forte relação. 
 
No Brasil, os problemas mais comuns das águas 
subterrâneas estão relacionados com a 
superexplotação, impermeabilização do solo e com a 
poluição. 
 
a) Superexplotação a superexplotação, ou seja, quando 
a extração de água ultrapassa o volume infiltrado, pode 
afetar o escoamento básico dos rios, secar nascentes, 
influenciar os níveis mínimos dos reservatórios, 
provocar subsidência (afundamento) dos terrenos, 
induzir o deslocamento de água contaminada, salinizar, 
provocar impactos negativos na biodiversidade e até 
mesmo exaurir completamente o aquífero. Em áreas 
litorâneas, a superexplotação de aquíferos pode 
provocar a movimentação da água do mar no sentido 
do continente, ocupando os espaços deixados pela 
água doce (processo conhecido como intrusão da 
cunha salina). 
 
b) Poluição das águas subterrâneas [...] as fontes mais 
comuns de poluição e contaminação direta das águas 
subterrâneas são: 
 
 Deposição de resíduos sólidos no solo: descarte de 
resíduos provenientes das atividades industriais, 
comerciais ou domésticas em depósitos a céu 
aberto, conhecidos como lixões. Nessas áreas, a 
água de chuva e o líquido resultante do processo 
de degradação dos resíduos orgânicos 
(denominado chorume) tendem a se infiltrar no 
solo, carreando substâncias potencialmente 
poluidoras, metais pesados e organismos 
patogênicos (que provocam doenças). 
 Esgotos e fossas: o lançamento de esgotos 
diretamente sobre o solo ou na água, os 
vazamentos em coletores de esgotos e a utilização 
de fossas construídas de forma inadequada 
constituem as principais causas de contaminação 
da água subterrânea. 
 Atividades agrícolas: fertilizantes e agrotóxicos 
utilizados na agricultura podem contaminar as 
águas subterrâneas com substâncias como 
compostos orgânicos, nitratos, sais e metais 
pesados. A contaminação pode ser facilitada pelos 
processos de irrigação mal manejados em que, ao 
se aplicar água em excesso, tende-se a facilitar 
que estes contaminantes atinjam os aquíferos. 
 Mineração: a exploração de alguns minérios, com 
ou sem utilização de substâncias químicas em sua 
extração, produz rejeitos líquidos e/ou sólidos que 
podem contaminar os aquíferos. 
 Vazamento de substâncias tóxicas: vazamentos de 
tanques em postos de combustíveis, oleodutos e 
gasodutos, além de acidentes no transporte de 
substâncias tóxicas, combustíveis e lubrificantes. 
 Cemitérios: fontes potenciais de contaminação da 
água, principalmente por microrganismos. As 
formas mais comuns de poluição/contaminação 
indireta são: 
 Filtragem vertical descendente: poluição de um 
aquífero mais profundo pelas águas de um 
aquífero livre superior (situado acima do primeiro). 
 Contaminação natural: provocada pela 
transformação química e dissolução de minerais, 
podendo ser agravada pela ação antrópica (aquela 
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Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 32 
 
provocada pelos seres humanos), por exemplo, a 
salinização, presença de ferro, manganês, 
carbonatos e outros minerais associados a 
formação rochosa. 
 Poços mal construídos e/ou abandonados: poços 
construídos sem critérios técnicos, com 
revestimento corroído/rachado, sem manutenção e 
abandonados sem o fechamento adequado 
(tamponamento), podem constituir vias 
importantes de contaminação das águas 
subterrâneas. 
 
c) Impermeabilização o crescimento das cidades causa 
diversos impactos ao meio ambiente, refletindo 
diretamente na qualidade e quantidade da água. A 
impermeabilização do solo a partir da construção de 
casas, prédios, do asfaltamento de ruas, da ausência 
de jardins e parques, entre outros, reduz a capacidade 
de infiltração da água no solo. Como a água não 
encontra locais para infiltrar, acaba escoando pela 
superfície, adquirindo velocidade nas áreas de declive 
acentuado, em direção às partes baixas do relevo. 
 
Os resultados desse processo são bastante 
conhecidos: redução do volume de água na recarga dos 
aquíferos, erosão dos solos, enchentes e 
assoreamento dos cursos de água. Normalmente os 
rios possuem dois leitos, o menor (onde a água escoa 
na maior parte do tempo), e o maior, que é naturalmente 
inundado em períodos de chuvas intensas. 
 
A ocupação do leito maior pelos seres humanos 
potencializa os impactos das enchentes. As enchentes 
causam grandes prejuízos à população, não só 
materiais, como de saúde (doenças de veiculação 
hídrica). Em locais sem redes pluviais e/ou coleta de 
lixo, o escoamento superficial tende a carregar grande 
quantidade de sedimentos e de lixo para os rios, 
aumentando o risco de enchente e comprometendo 
ainda mais a qualidade destas águas. 
 
 
 
Redes de drenagem e bacias hidrográficas 
 
Os maiores rios nas proximidades de suas nascentes 
são pequenos córregos. À medida que avançam para a 
foz, isto é, de seu alto curso (ou montante) para o baixo 
curso (ou jusante), vão recebendo água de seus 
afluentes. Com isso ocorre um aumento gradativo no 
volume de água, aprofundando e/ou alargando o leito 
do rio. 
 
A variação na quantidade de água no leito do rio ao 
longo do ano recebe o nome de regime. Em 
determinada época do ano o nível de água do rio está 
baixo: é a chamada vazante; quando o volume de água 
é elevado, ocorre a cheia e, se as águas subirem muito, 
alagando grandes áreas, ocorrem as enchentes. Se a 
variação do nível das águas depende exclusivamente 
da chuva, dizemos que o rio tem regime pluvial; se 
depende do derretimento de neve, o regime é nível; se 
de geleiras, é glacial. 
Muitos rios apresentam regime misto ou complexo, 
como no Japão, onde são alimentados pela chuva e 
pelo derretimento da neve das montanhas. No Brasil, 
apenas o rio Solimões-Amazonas tem esse regime, 
pois uma pequena quantidade de suas águas provém 
do derretimento de neve da cordilheira dos Andes, no 
Peru, onde se localiza sua nascente. 
 
Todos os demais rios brasileiros possuem regime 
pluvial simples, associado aos tipos climáticos 
regionais. No período das cheias, a calha de muitos rios 
não suporta o escoamento de um volume maior de 
chuvas e as águas passam a ocupar um leito maior, a 
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várzea, também chamada planície de inundação. A 
várzea pertence ao rio tanto quanto suas margens. 
Portanto, ocupar uma área de várzea com casas, 
fábricas, armazéns, etc. significa construir sobre uma 
parte integrante do rio onde podem ocorrer inundações 
periódicas. 
 
As baciashidrográficas são importantes para a 
irrigação agrícola e o fornecimento de água potável à 
população. Os rios de planalto que apresentam grande 
desnível ao longo de seu curso podem ser aproveitados 
para a produção de hidroeletricidade. 
 
Nesse caso, por causa da construção das barragens, a 
navegação depende da construção de eclusas para que 
as embarcações possam passar de um nível a outro. 
Veja a foto abaixo. Os rios de planície, bem como os 
lagos, são facilmente navegáveis, desde que não se 
formem bancos de areia em seu leito (comum em áreas 
onde o solo está exposto à erosão) e não ocorra grande 
diminuição do nível das águas. Essas condições 
desfavoráveis podem impedir a navegação de 
embarcações com maior calado (a parte da 
embarcação que fica abaixo do nível da água). 
 
 
 
Os lagos são depressões do relevo preenchidas por 
água (observe a foto abaixo). Podem ser temporários 
ou permanentes e ter diversas origens: movimentos 
tectônicos provocando o surgimento de depressões, 
movimento de geleiras escavando vales, meandros que 
ficaram isolados do curso de um rio, pequenas 
depressões de várzeas, crateras de vulcões, etc. Em 
regiões de estrutura geológica antiga, como no território 
brasileiro, a maioria das depressões já foi preenchida 
por sedimentos e tornaram-se bacias sedimentares. 
 
Hidrografia Brasileira 
 
O Brasil, em razão de sua grande extensão territorial e 
da predominância de climas úmidos, possui uma 
extensa e densa rede hidrográfica. Os rios brasileiros 
têm diversos usos, como o abastecimento urbano e 
rural, a irrigação, o lazer, e a pesca. 
 
O transporte fluvial, embora ainda pouco utilizado, vem 
adquirindo cada vez mais importância no país. Em 
regiões planálticas, nossos rios apresentam um enorme 
potencial hidrelétrico (capacidade de geração de 
energia), bastante explorado no Centro-Sul e nos rios 
São Francisco e Tocantins, com tendência de 
crescimento na Amazônia e Centro-Oeste. 
 
A seguir, veja as características da hidrografia 
brasileira. 
 
 O Brasil não possui lagos tectônicos, pois as 
depressões tornaram-se bacias sedimentares. Em 
nosso território só há lagos de várzea (temporários, 
muito comuns no Pantanal) e lagunas ou lagoas 
costeiras (como a dos Patos, no Rio Grande do Sul, 
e a Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, ambas 
formadas por restingas, como estudamos no 
capítulo 6), além de centenas de represas e açudes 
resultantes da construção de barragens; 
 Todos os rios brasileiros, com exceção do 
Amazonas, possuem regime simples pluvial; 
 Todos os rios do país são exorei-os (exo, ‘fora’ em 
grego), possuem drenagem que se dirige ao 
oceano, para fora do continente. Mesmo os 
endereços (endo, ‘dentro’ em grego) que correm 
para o interior do continente têm como destino final 
de suas águas o oceano, como acontece com o 
Tietê, o Paranaíba e o Iguaçu, entre outros 
afluentes do rio Paraná, que deságuam no mar (no 
estuário do rio da Prata, entre o Uruguai e a 
Argentina); 
 Considerando-se os rios de maior porte, só 
encontramos regimes temporários no Sertão 
nordestino, onde o clima é semiárido. No restante 
do país, os grandes rios são perenes; 
 Predominam os rios de planalto, muitos dos quais 
escoam por áreas de elevado índice pluviométrico. 
A existência de muitos desníveis no relevo e o 
grande volume de água proporcionam grande 
potencial hidrelétrico; 
 Em vários pontos do país há corredeiras, cascatas 
e, em algumas áreas, rios subterrâneos 
(atravessando cavernas), o que favorece o turismo. 
As cataratas do Iguaçu (‘água grande’, em tupi-
guarani), situadas no rio de mesmo nome na 
fronteira Brasil-Argentina, nas proximidades da 
cidade de Foz do Iguaçu (PR), atraem visitantes de 
todo o mundo. Outras quedas-d’água do mesmo 
porte desapareceram nos últimos 40 anos com a 
construção de represas de hidrelétricas, como as 
cataratas de Sete Quedas, no rio Iguaçu, que foi 
inundada com a construção da usina de Itaipu; 
 Na região amazônica os rios têm grande 
importância como vias de transporte. Neles há 
barcos de todo tipo e tamanho, transportando 
pessoas e mercadorias. Nas demais regiões a 
navegação vem crescendo nos últimos anos, 
sobretudo na bacia Platina, onde uma sequência 
de eclusas já permite a navegação em um trecho 
de 1 400 quilômetros. É a hidrovia Tietê-Paraná. 
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Principais bacias hidrográficas do Brasil e 
fenômenos climáticos 
 
 
 
Veja a seguir os principais fatores que determinam o 
clima de um lugar ou região: 
 
Latitude de forma geral, quanto maior a latitude – ou 
seja, quanto mais nos afastamos da linha do equador 
em direção aos polos, menores são as temperaturas 
médias anuais. Como vimos no capítulo 1, por ser 
esférica, a superfície terrestre é iluminada de diferentes 
formas pelos raios solares, porque eles a atingem com 
inclinações distintas. Nos locais próximos ao equador, 
a inclinação é menos acentuada e os raios incidem 
sobre uma área menor, portanto com maior 
intensidade. 
 
Em contrapartida, conforme aumenta a latitude, mais 
acentuada se torna a inclinação com que os raios 
incidem, abrangendo uma área maior, com menos 
intensidade. Essa diferença na intensidade de luz 
incidente sobre a superfície faz com que a temperatura 
média tenda a ser maior quanto mais próximo ao 
equador e menor quanto mais próximo aos polos. 
Assim, a variação latitudinal é o principal fator de 
diferenciação das zonas climáticas – polar, temperada 
e tropical. Porém, em cada uma dessas zonas 
encontramos variados tipos de clima, explicados pelas 
diferentes associações entre os demais fatores 
climáticos. 
 
A grande extensão latitudinal do território brasileiro é 
um importante fator de diferenciação climática. 
Observe, no mapa e no gráfico da página seguinte, a 
variação das temperaturas médias em cidades situadas 
ao nível do mar, mas em diferentes latitudes. 
 
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Note que à medida que aumenta a latitude diminuem as 
temperaturas médias e aumenta a amplitude térmica 
anual, que é a diferença entre a maior temperatura 
média mensal ao longo do ano e a menor. 
 
Altitude quanto maior a altitude, menor a temperatura 
média do ar. No alto de uma montanha a temperatura é 
menor do que a registrada no nível do mar no mesmo 
instante e na mesma latitude. No topo de um edifício 
muito alto a temperatura também é menor que em sua 
base (veja a foto ao lado). Isso porque quanto maior a 
altitude, menor a pressão atmosférica, o que torna o ar 
mais rarefeito, ou seja, há uma menor concentração de 
gases, umidade e materiais particulados. Como há 
menor densidade de gases e partículas de vapor de 
água e poeira, diminui a retenção de calor nas camadas 
mais elevadas da atmosfera e, em consequência, a 
temperatura é menor. Além disso, nas maiores 
altitudes, a área de superfície que recebe e irradia calor 
é menor. 
 
Massas de ar 
 
São grandes porções da atmosfera que possuem 
características comuns de temperatura, umidade e 
pressão e podem se estender por milhares de 
quilômetros. Formam-se quando o ar permanece 
estável por um tempo sobre uma superfície homogênea 
(o oceano, as calotas polares ou uma floresta) e se 
deslocam por diferença de pressão, levando consigo as 
condições de temperatura e umidade da região em que 
se originaram. À medida que se deslocam, vão se 
transformando pela interação com outras massas, com 
as quais trocam calor e/ou umidade. De maneira geral, 
podemos distinguir as massas de ar da seguinte forma: 
 
 Oceânicas: são massas de ar úmidas; 
 Continentais: são massas de ar secas, embora 
haja também continentais úmidas, como as que se 
formam sobre grandes florestas; 
 Tropicais e equatoriais: são massas de arquentes; 
 Temperadas e polares: são massas de ar frias. 
 
Continentalidade e Maritimidade 
 
A maior ou menor proximidade de grandes corpos de 
água, como oceanos e mares, exerce forte influência 
não só sobre a umidade relativa do ar, mas também 
sobre a temperatura. Em áreas que sofrem influência 
da continentalidade (localização no interior do 
continente, distante do litoral), a amplitude térmica 
diária, ou seja, a diferença entre as temperaturas 
máxima e mínima registradas durante um dia, é maior 
do que em áreas que sofrem influência da maritimidade 
(proximidade de oceanos e mares). Isso ocorre porque 
a água retém calor por mais tempo, demora mais para 
irradiar a energia absorvida. Os continentes, por sua 
vez, esfriam com maior rapidez quando a incidência de 
luz solar diminui ou cessa. Em consequência, os 
oceanos demoram mais para se aquecer e para se 
resfriar do que os continentes. 
 
Correntes Marítimas 
 
São grandes volumes de água que se deslocam pelo 
oceano, quase sempre nas mesmas direções, como se 
fossem larguíssimos “rios” dentro do mar. As correntes 
marítimas são movimentadas pela ação dos ventos e 
pela influência da rotação da Terra, que as desloca para 
oeste – no hemisfério norte as correntes circulam no 
sentido horário, e no hemisfério sul, anti-horário. 
Diferenciam-se em temperatura, salinidade e direção 
das águas do entorno dos continentes. Causam forte 
influência no clima, principalmente porque alteram a 
temperatura atmosférica, e são importantes para a 
atividade pesqueira: em áreas de encontro de correntes 
quentes e frias, aumenta a disponibilidade de plâncton, 
que atrai cardumes porque lhes serve de alimento. 
 
A corrente do Golfo, por ser quente, impede o 
congelamento do mar do Norte e ameniza os rigores 
climáticos do inverno em toda a faixa ocidental da 
Europa. 
 
A corrente de Humboldt, no hemisfério sul, e a da 
Califórnia, no hemisfério norte, ambas frias, causam 
queda da temperatura nas áreas litorâneas, 
respectivamente, do norte do Chile e do sudoeste dos 
Estados Unidos. Isso provoca condensação do ar e 
chuvas no oceano, fazendo que as massas de ar 
percam a umidade. Ao atingirem o continente, as 
massas de ar estão secas e originam assim, desertos, 
como o de Atacama (Chile) e o da Califórnia (Estados 
Unidos). Já as correntes quentes do Brasil (no leste da 
América do Sul), das Agulhas (no sudeste da África) e 
Leste-Australiana estão associadas a massas de ar 
quente e úmido, que aumentam a pluviosidade e 
provocam fortes chuvas de verão no litoral, fato que se 
acentua quando há presença de serras no continente, 
que retêm a umidade vinda do mar. 
 
Vegetação - Os diferentes tipos de cobertura vegetal – 
tundra, floresta tropical, campos, etc. – apresentam 
grande variação de densidade, o que influencia 
diretamente a absorção e irradiação de calor, além da 
umidade do ar. Numa região florestada, as árvores 
impedem que os raios solares incidam diretamente 
sobre o solo, diminuindo a absorção de calor e a 
temperatura. 
 
As plantas, por sua vez, retiram umidade do solo pelas 
raízes e a transferem para a atmosfera através das 
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folhas (transpiração), aumentando a umidade do ar. 
Isso ajuda a transferir parte da energia solar ao 
processo de evaporação, diminuindo a quantidade de 
energia que aquece a superfície e, consequentemente, 
o ar. Quando ocorre um desmatamento de grandes 
proporções, há acentuada diminuição da umidade e 
elevação significativa das temperaturas médias por 
causa do aumento da absorção e irradiação de calor 
pelo solo exposto. Relevo- Além de estar associado à 
altitude, que é um fator climático, o relevo influi na 
temperatura e na umidade ao facilitar ou dificultar a 
circulação das massas de ar. Na Europa, por exemplo, 
as planícies existentes no centro do continente facilitam 
a penetração das massas de ar oceânicas (ventos do 
Oeste), provocando chuvas e reduzindo a amplitude 
térmica anual. 
 
Nos Estados Unidos, as cadeias montanhosas do 
Oeste (serra Nevada, cadeias da Costa) impedem a 
passagem das massas de ar vindas do oceano 
Pacífico, o que explica as chuvas que ocorrem na 
vertente voltada para o mar e a aridez no lado oposto. 
 
No Brasil, a disposição longitudinal das serras no 
centro-sul do país forma um “corredor” que facilita a 
circulação da Massa Polar Atlântica e dificulta a 
circulação da Massa Tropical Atlântica, vinda do 
oceano. Não por acaso a vertente da serra do Mar 
voltada para o Atlântico, em São Paulo, apresenta um 
dos mais elevados índices pluviométricos do Brasil. 
Como veremos a seguir, nessa região predominam as 
chuvas de relevo. 
 
Atributos ou elementos do clima - Os três atributos 
climáticos mais importantes são a temperatura, a 
umidade e a pressão atmosférica. A temperatura é a 
intensidade de calor existente na atmosfera. Como 
vimos na explicação sobre o fator altitude, o Sol não 
aquece o ar diretamente. Se não incidirem sobre uma 
partícula em suspensão (como poeira e vapor de água), 
os raios solares atravessam a camada da atmosfera 
sem aquecê-la e atingem a superfície do planeta. Só 
depois de aquecidas, as terras, as águas e os demais 
elementos presentes na superfície – prédios, calçadas, 
áreas agrícolas, etc. – irradiam o calor para a 
atmosfera. 
 
A umidade é a quantidade de vapor de água presente 
na atmosfera num determinado momento, resultado do 
processo de evaporação das águas da superfície 
terrestre e da transpiração nas plantas. É comum 
ouvirmos um apresentador de telejornal ou um locutor 
de rádio dizer que a umidade relativa do ar é, por 
exemplo, de 70%. Passadas algumas horas, ele diz que 
a umidade relativa subiu para 90%. O que significa 
isso? A umidade relativa, expressa em porcentagem, é 
uma relação entre a quantidade de vapor existente na 
atmosfera num dado momento (umidade absoluta, 
expressa em g/m3) e a quantidade de vapor de água 
que essa atmosfera comporta. 
 
Quando este limite é atingido, a atmosfera atinge seu 
ponto de saturação e ocorre a chuva. Se ao longo do 
dia a umidade relativa estiver aumentando, chegando 
próximo a 100%, há grande possibilidade de ocorrer 
precipitação, pois a atmosfera está atingindo seu ponto 
de saturação. Para chover, o vapor de água tem de se 
condensar, passando do estado gasoso para o líquido, 
o que acontece com a queda de temperatura. Em 
contrapartida, se a umidade relativa for constante ou 
estiver diminuindo, dificilmente choverá. 
 
É importante destacar que a capacidade de retenção de 
vapor de água na atmosfera também está associada à 
temperatura. Quando a temperatura está elevada, os 
gases estão dilatados e aumenta sua capacidade de 
retenção de vapor; ao contrário, com temperaturas 
baixas, os gases ficam mais adensados e é necessária 
uma menor quantidade de vapor para atingir o ponto de 
saturação. 
 
As condições de umidade relativa do ar são importantes 
para a saúde e a sensação de conforto ou desconforto 
térmico. Nos dias quentes e úmidos, nosso organismo 
transpira mais, enquanto nos dias secos se agravam os 
problemas respiratórios e de irritação de pele. O gráfico 
da página ao lado nos mostra a relação entre 
temperatura e umidade do ar para a saúde das 
pessoas. Em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e 
várias outras cidades sujeitas ao clima tropical e 
distantes do oceano, durante alguns dias do inverno, a 
umidade relativa do ar pode ficar muito baixa (15% a 
30%, índice semelhante aos do deserto do Saara, no 
norte da África), ameaçando a saúde da população. 
 
No Distrito Federal isso ocorre quase todos os anos e o 
governo chega a suspender as aulas de educação 
física nas escolas. O desconforto obriga as pessoas a 
colocar toalhas molhadas e bacias com água em seus 
quartos, durante a noite, para que o ar fique menos 
seco. 
 
A precipitação pode ocorrer de várias formas,dependendo das condições atmosféricas. Além da 
chuva, existem outros tipos de precipitação, como a 
neve e o granizo. A neve é característica de zonas 
temperadas e frias, quando a temperatura do ar está 
abaixo de zero. Quando isso ocorre, o vapor de água 
contido na atmosfera se congela e os flocos de gelo, 
formados por cristais, precipitam-se. Já o granizo é 
constituído por pedrinhas formadas pelo congelamento 
das gotas de água contidas em nuvens que atingem 
elevada altitude, chamadas cúmulos-nimbos, que 
também estão associadas aos temporais com a 
ocorrência de raios. Esse congelamento acontece 
quando uma nuvem carregada de gotículas de água 
encontra uma camada de ar muito fria. 
 
Os tipos de chuvas 
 
Os três principais tipos de chuva que ocorrem no Brasil 
são: 
 
Chuva frontal: nas frentes, que são zona de contato 
entre duas massas de ar de características diferentes, 
um quente e outra fria, ocorre a condensação do vapor 
e a precipitação da água na forma de chuva. A área de 
abrangência (em quilômetros quadrados) e o volume de 
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água precipitada estão relacionados com a intensidade 
das massas, variável no decorrer do ano. 
 
Chuva de relevo ou orográfica (oro = ‘montanha’): 
barreiras de relevo levam as massas de ar a atingir 
elevadas altitudes, o que causa queda de temperatura 
e condensação do vapor. Esse tipo de chuva costuma 
ser localizada, intermitente e fina, e é muito comum nas 
regiões Sudeste, Nordeste e Sul do Brasil, onde as 
serras e chapadas dificultam o deslocamento das 
massas úmidas de ar provenientes do oceano Atlântico 
para o interior do continente (serra do Mar, no Sudeste; 
chapadas da Borborema, Ibiapaba e Apodi, no 
Nordeste; e serra Geral no Sul). 
Chuva de convecção ou de verão: em dias quentes, 
o ar próximo à superfície fica menos denso e sobe para 
as camadas superiores da atmosfera, carregando 
umidade. Ao atingir altitudes maiores, a temperatura 
diminui e o vapor se condensa em gotículas que 
permanecem em suspensão. O ar fica mais denso e 
desce frio e seco para a superfície, iniciando 
novamente o ciclo convectivo. Ao fim da tarde, a nuvem 
(cúmulo-nimbo) resultante está enorme, provocando 
chuvas torrenciais rápidas e localizadas. Após a 
precipitação, o céu costuma ficar claro novamente. São 
as principais responsáveis por alagamentos, sobretudo 
em grandes centros urbanos, onde há extensas áreas 
impermeabilizadas.
 
 
 
Tipos de climas 
 
 Polar (ou glacial): ocorre em regiões de latitudes 
elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e 
Antártico, onde, por causa da inclinação do eixo 
terrestre, há grande variação na duração do dia e 
da noite e, consequentemente, na quantidade de 
radiação absorvida ao longo do ano. Aí também os 
raios solares sempre incidem de forma oblíqua. 
São climas que se caracterizam por baixas 
temperaturas o ano inteiro, atingindo no máximo 
10 ºC nos meses de verão, em regiões em que a 
camada de neve e gelo que recobre o solo derrete 
e o dia é muito mais longo que a noite. 
 Temperado frio: é apenas nas zonas climáticas 
temperadas e frias desta classificação que 
encontramos uma definição clara das quatro 
estações do ano: primavera, verão, outono e 
inverno. Há uma nítida distinção entre as 
localidades que sofrem influência da maritimidade 
ou da continentalidade. No clima temperado 
oceânico a amplitude térmica é menor e a 
pluviosidade, maior. No clima temperado 
continental as variações de temperatura diária e 
anual são bastante acentuadas e os índices 
pluviométricos são menores. 
 Mediterrâneo: regiões que apresentam esse clima 
têm verões quentes e secos, invernos amenos e 
chuvosos. Observe sua distribuição nas médias 
latitudes, em todos os continentes. 
 Tropical: as áreas de clima tropical apresentam 
duas estações bem definidas: inverno, geralmente 
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ameno e seco; e verão, geralmente quente e 
chuvoso. 
 Equatorial: ocorre na zona climática mais quente 
do planeta. Caracteriza-se por temperaturas 
elevadas (médias mensais em torno de 25 ºC), com 
pequena amplitude térmica anual, já que as 
variações de duração entre o dia e a noite e de 
inclinação de incidência dos raios solares são 
mínimas. Quanto ao regime das chuvas, não é 
possível generalizar como no caso da temperatura. 
Nas áreas mais chuvosas o índice supera os 3 000 
mm/ano e não há ocorrência de estação seca, mas 
nas regiões menos chuvosas o índice cai para 
1500 mm/ano com três meses de estiagem. 
 Subtropical: característico das regiões localizadas 
em médias latitudes, como Buenos Aires, nas 
quais já começam a se delinear as quatro estações 
do ano. Tem chuvas abundantes e bem 
distribuídas, verões quentes e invernos frios, com 
significativa amplitude térmica anual. 
 Árido (ou desértico): por causa da falta de 
umidade, caracteriza-se por elevada amplitude 
térmica diária e sazonal. Os índices pluviométricos 
são inferiores a 250 mm/ano. 
 Semiárido: clima de transição, caracterizado por 
chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do 
ano. Ocorre tanto em regiões tropicais, onde as 
temperaturas são elevadas o ano inteiro, quanto 
em Zonas temperadas, onde os invernos são frios. 
 
Desde sua origem a Terra sempre sofreu mudanças 
climáticas. Como vimos, o planeta era uma esfera 
incandescente que foi se resfriando lentamente e há 
cerca de 250 milhões de anos os continentes formavam 
um único bloco, com condições climáticas muito 
diferentes das atuais. Vários fenômenos naturais 
provocam alterações climáticas em diversas escalas de 
tempo, por exemplo: 
 
 No transcorrer da história geológica, o planeta 
passou por vários períodos glaciais – o último 
terminou há cerca de 11 mil anos; 
 Em anos de ocorrência do fenômeno El Niño a 
dinâmica das massas de ar é alterada, provocando 
secas em algumas regiões e enchentes em outras; 
 Erupções vulcânicas lançam imensas quantidades 
de partículas sólidas na atmosfera e chegam a 
interferir no clima em escala planetária. Entretanto, 
recentemente foram detectados alguns fenômenos 
provocados pela ação humana que têm alterado o 
clima no planeta bem mais rapidamente do que os 
acontecimentos naturais. Entre eles se destacam: 
 
 A poluição atmosférica, que provoca aumento 
da temperatura, redução da camada de ozônio 
e ocorrência de chuvas ácidas; 
 O desmatamento, que provoca aumento da 
temperatura média e redução da umidade do ar, 
entre outros impactos. 
 
A poluição atmosférica é provocada por fontes: 
 
 Estacionárias, como indústrias, usinas 
termelétricas e incineradores; 
 Móveis, como caminhões, ônibus e carros; 
 Esporádicas, como incêndios em fontes diversas. 
 
É um dos grandes problemas de saúde pública, 
principalmente nas grandes aglomerações urbanas. Na 
zona rural brasileira, a prática de queimadas em 
canaviais e os incêndios em florestas e outras 
formações vegetais são os principais responsáveis pela 
poluição atmosférica. Com o lançamento de gases e 
partículas sólidas na atmosfera, tanto pode ocorrer um 
desequilíbrio nas proporções de gases que já a 
compõem (caso da elevação da concentração de 
dióxido de carbono ou gás carbônico), quanto a 
presença de gases estranhos a ela, como é o caso do 
dióxido de enxofre, dos óxidos de nitrogênio e do 
monóxido de carbono. Ocorre também o aumento de 
elementos ou partículas que naturalmente não 
aparecem na composição atmosférica, como o chumbo, 
as poeiras industriais, os aerossóis, as fumaças negras, 
os hidrocarbonetos, os solventes, etc. 
 
A elevação dos níveis de poluentes na atmosfera traz 
uma série de desconfortos às pessoas, tais como 
irritação nos olhos e na garganta – os mais imediatos – 
e problemas respiratórios, principalmentepara os que 
já têm predisposição a eles, como aqueles que têm 
doenças crônicas (asma e bronquite, por exemplo). 
Alguns fenômenos naturais, como a ocorrência de 
inversões térmicas, os longos períodos de estiagem ou 
a própria configuração do relevo, aumentam a 
concentração de poluentes na atmosfera ou dificultam 
sua dispersão. 
 
O efeito estufa é um fenômeno natural e fundamental 
para a vida na Terra. Ele consiste na retenção do calor 
irradiado pela superfície terrestre nas partículas de 
gases e de água em suspensão na atmosfera, evitando 
que a maior parte desse calor se perca no espaço 
exterior. A consequência é a manutenção do equilíbrio 
térmico do planeta e a sobrevivência das várias 
espécies vegetais e animais que compõem a biosfera. 
Sem esse fenômeno, seria impossível a vida na Terra 
como a conhecemos hoje. 
 
O fenômeno tem esse nome porque se assemelha 
àquilo que ocorre nas estufas de plantas, 
frequentemente utilizadas nos países de clima 
temperado para abrigar determinadas espécies durante 
o inverno. Uma estufa é uma construção com paredes 
e teto de vidro ou plástico transparente, a qual tem a 
capacidade de reter calor, mantendo a temperatura 
interna mais elevada que a externa. 
 
Você pode perceber o efeito estufa no cotidiano. Por 
exemplo, num dia ensolarado os motoristas procuram 
estacionar seus veículos em uma vaga na sombra 
porque o interior de um carro exposto ao sol fica quente 
e abafado. Um carro funciona como se fosse uma 
estufa: os raios solares entram pelo vidro, mas depois 
o calor não consegue sair. 
 
A crescente emissão de certos gases que têm 
capacidade de absorver calor, como o metano, os 
clorofluorcarbonos (CFCs) e, principalmente, o dióxido 
de carbono, faz com que a atmosfera retenha mais calor 
do que deveria em seu estado natural. O problema, 
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portanto, não está no efeito estufa, mas em sua 
intensificação, causada pelo desequilíbrio da 
composição atmosférica. A intensa e permanente 
queima de combustíveis fósseis e de florestas tem 
elevado os níveis de dióxido de carbono na atmosfera 
desde a Primeira Revolução Industrial, com efeitos 
cumulativos. 
 
A mudança climática decorrente do aquecimento global 
provocado pela intensificação do efeito estufa levaram 
a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma) a criar, em 1988, o Painel Intergovernamental 
de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), um 
grupo formado por 2500 cientistas de 130 países. 
 
Segundo o relatório de 2007 do IPCC, poderá ocorrer 
um aumento entre 1,4 e 5,8 ºC na temperatura do 
planeta entre 1990 e 2100. Nesse mesmo período o 
nível do mar poderá subir de 10 a 90 centímetros por 
causa da fusão do gelo do topo das montanhas, do 
derretimento da camada que recobre as terras polares 
e da dilatação da água dos mares. 
 
Outra possível consequência do aquecimento global é 
a alteração nos climas e na distribuição das plantas 
pela superfície do planeta. O aumento da temperatura 
modifica o metabolismo das plantas e a transpiração, 
alterando a quantidade de água necessária ao seu 
desenvolvimento. Disso deve decorrer o aumento da 
produtividade agrícola em algumas regiões e a 
diminuição em outras. 
 
Vegetação 
 
A natureza não faz nada em vão. Aristóteles (384 a.C.-
322 a.C.), filósofo grego. 
 
As formações vegetais são tipos de vegetação 
facilmente identificáveis na paisagem e que ocupam 
extensas áreas. É o elemento mais evidente na 
classificação dos biomas. Estes, por sua vez, são 
sistemas em que solo, clima, relevo, fauna e demais 
elementos da natureza interagem entre si formando 
tipos semelhantes de cobertura vegetal, como as 
Florestas Tropicais, as Florestas Temperadas, as 
Pradarias, os Desertos e as Tundras. Em escala 
planetária, os biomas são unidades que evidenciam 
grande homogeneidade nas características de seus 
elementos. 
 
Há Florestas Tropicais na América, África, Ásia e 
Oceania que, embora semelhantes, possuem 
comunidades ecológicas com exemplares distintos. 
 
Alguns desses exemplares são chamados de 
endêmicos, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra 
área do mundo. 
 
No mundo há climas secos, úmidos e alternadamente 
úmidos e secos ao longo do ano, que interagem com 
climas quentes, frios e alternadamente quentes e frios. 
 
Esses diferentes climas interferem na cobertura 
vegetal, definindo a altura das plantas, a forma das 
folhas, a espessura dos caules, a fisionomia geral da 
vegetação, etc. Eles servem de base para a seguinte 
classificação de plantas: 
 
Perenes (do latim perenne, ‘perpétuo, imperecível’): 
plantas que apresentam folhas durante o ano todo; 
Caducifólias, decíduas (do latim deciduus, ‘que cai, 
caduco’) ou estacionais: plantas que perdem as folhas 
em épocas muito frias ou secas do ano; 
 
Esclerófilas (do grego sklerós, ‘duro, seco, difícil’): 
plantas com folhas duras, que têm consistência de 
couro (coriáceas); 
 
Xerófilas (do grego xêrós, ‘seco, descarnado, magro’): 
plantas adaptadas à aridez; 
 
Higrófilas (do grego hygrós, ‘úmido, molhado’): 
plantas, geralmente perenes, adaptadas a muita 
umidade; 
 
Tropófitas (do grego trópos, ‘volta, giro’): plantas 
adaptadas a uma estação seca e outra úmida; 
 
Aciculifoliadas (do latim acicula, ‘alfinete, agulhinha’): 
possuem folhas em forma de agulhas, como os 
pinheiros. Quanto menor a superfície das folhas, menos 
intensa é a transpiração e maior é a retenção de água 
pela planta; 
 
Latifoliadas (do adjetivo lato, ‘largo, amplo’): plantas de 
folhas largas, que permitem intensa transpiração; são 
geralmente nativas de regiões muito úmidas. 
 
Principais características das formações vegetais 
 
A formação vegetal é o elemento mais evidente na 
classificação dos ecossistemas e biomas, o que torna 
importante a observação da escala usada em sua 
representação, pois os mapas e planisférios que os 
delimitam trazem grandes generalizações. Observe 
novamente o mapa de climas brasileiros elaborado pelo 
IBGE, na página 155, e veja que ele delimita doze 
diferentes regimes de temperaturas e chuvas em nosso 
país. 
 
Como sabemos, os elementos climáticos, em especial 
a temperatura e a umidade, são determinantes para o 
tipo de vegetação de uma área. Esses índices termo 
pluviométricos, associados a outros fatores de variação 
espacial menor e que também influem no tipo de 
vegetação, como maior ou menor proximidade de 
cursos de água, os diferentes tipos de solo, a topografia 
e as variações de altitude, determinam a existência de 
diferentes ecossistemas não contemplados nos mapas-
múndi. Há diversas formações vegetais no planeta, 
tantas quanto a diversidade de climas e solos permite. 
 
Há formações florestais muito densas, como as 
florestas tropicais, além daquelas com menor 
densidade e diversidade de espécies. É o caso das 
florestas temperadas, além da taiga, cujas espécies são 
relativamente homogêneas. Há também formações 
herbáceas, como as pradarias e os campos; formações 
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complexas, como as savanas de climas tropicais; e 
aquelas adaptadas a climas rigorosos, como a tundra, 
em regiões de clima subpolar. Todas as formações 
vegetais têm grande importância para a preservação 
dos variados biomas e ecossistemas da Terra. 
Estudaremos a seguir as mais expressivas.
 
 
 
 Tundra: vegetação rasteira, de ciclo vegetativo 
extremamente curto. Por encontrar-se em regiões 
subpolares, desenvolvem-se apenas durante os 
três meses de verão, nos locais onde ocorre o 
degelo. As espécies típicas são os musgos, nas 
baixadas úmidas, e os liquens, nas porções mais 
elevadas do terreno, onde o solo é mais seco, 
aparecendo raramente pequenos arbustos. Floresta boreal (taiga): formação florestal típica 
da zona temperada. Ocorre nas altas latitudes do 
hemisfério norte, em regiões de climas temperados 
continentais, como Canadá, Suécia, Finlândia e 
Rússia. Neste último país, cobre mais da metade 
do território e é conhecida como taiga. É uma 
formação bastante homogênea, na qual 
predominam coníferas do tipo pinheiro. Foi 
largamente explorada com a retirada de madeira 
para ser usada como lenha e para a fabricação de 
papel e móveis. Atualmente a madeira é obtida de 
árvores cultivadas (silvicultura). 
 Floresta subtropical e temperada: 
diferentemente das coníferas, esta formação 
florestal caducifólia, típica dos climas temperados 
e subtropicais, é encontrada em latitudes mais 
baixas e sob maior influência da maritimidade. Isso 
permitiu o desenvolvimento de atividades 
agropecuárias: seu desmatamento resultou da 
incorporação de novas áreas para a agricultura 
mecanizada de grãos. Estendia-se por grandes 
porções da Europa centro-ocidental. Atualmente 
subsiste na Ásia, na América do Norte e em 
pequenas extensões da América do Sul e da 
Oceania. Na Europa, restam apenas pequenas 
extensões, como a floresta Negra, na Alemanha, e 
a floresta de Sherwood, na Inglaterra. 
 Mediterrânea: desenvolve-se em regiões de clima 
mediterrâneo, que apresentam verões quentes e 
secos e invernos amenos e chuvosos. É 
encontrada em pequenas porções da Califórnia 
(Estados Unidos), do Chile, da África do Sul e da 
Austrália. As maiores ocorrências estão no sul da 
Europa – onde foi largamente desmatada para o 
cultivo de oliveiras (espécie nativa dessa formação 
vegetal) e videiras (nativas da Ásia) – e no norte da 
África. 
 Pradarias: compostas basicamente de gramíneas, 
são encontradas principalmente em regiões de 
clima temperado continental. Desenvolvem-se na 
Rússia e Ásia central, nas Grandes Planícies 
americanas, nos Pampas argentinos, no Uruguai, 
na região Sul do Brasil e na Grande Bacia 
Artesiana (Austrália). Muito usada como pastagem, 
essa formação é importante por enriquecer o solo 
com matéria orgânica. Um dos solos mais férteis 
do mundo, denominado tchernozion (‘terras 
negras’, em russo), é encontrado sob as pradarias 
da Rússia e da Ucrânia. 
 Estepes: nessas formações a vegetação é 
herbácea, como nas Pradarias, porém mais 
esparsa e ressecada. Desenvolve-se em uma faixa 
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de transição entre climas tropicais e desérticos, 
como na região do Sahel, na África, e entre climas 
temperados e desérticos, como na Ásia central. O 
cultivo de alfafa em antiga área de pradaria (Dakota 
do Sul, estados Unidos), em 2011. Antigamente as 
pradarias constituíam pastagens naturais; 
atualmente, porém, são quase sempre cultivadas 
tanto para alimentação do gado quanto para 
produção de grãos. 
 Deserto: bioma cujas espécies vegetais estão 
adaptadas à escassez de água em regiões de 
índice pluviométrico inferior a 250 mm anuais. 
Apresenta espécies vegetais xerófilas, 
destacando-se as cactáceas. Algumas dessas 
plantas são suculentas (armazenam água no 
caule) e não possuem folhas ou evoluíram para 
espinhos, reduzindo a perda de água pela 
evapotranspiração. Essas plantas aparecem nos 
desertos da América, África, Ásia e Oceania – 
todos os continentes, com exceção da Europa. No 
Saara, em lugares em que a água aflora à 
superfície, surgem os oásis, onde há palmeiras. 
 Savana: em regiões onde o índice de chuvas é 
elevado, porém concentrado em poucos meses do 
ano, podem desenvolver-se as savanas, formação 
vegetal complexa que apresenta estratos arbóreo, 
arbustivo e herbáceo. As savanas são encontradas 
em grandes extensões da África, na América do 
Sul (no Brasil, corresponde ao domínio dos 
Cerrados) e em menores porções na Austrália e na 
Índia. Sua área de abrangência tem sido muito 
utilizada para a agricultura e a pecuária, o que 
acentuou sua devastação, como tem ocorrido no 
Brasil central. 
 Floresta equatorial e tropical: nas regiões 
tropicais quentes e úmidas encontramos florestas 
que se desenvolvem graças aos elevados índices 
pluviométricos. São, por isso, formações hidrófilas 
e latifoliadas, extremamente heterogêneas, que se 
localizam em baixas latitudes na América, na África 
e na Ásia. Nessas regiões predominam climas 
tropicais e equatoriais e espécies vegetais de 
grande e médio porte, como o mogno, o jacarandá, 
a castanheira, o cedro, a imbuia e a peroba, além 
de palmáceas, arbustos, briófitas e bromélias. 
 Vegetação de altitude: em regiões montanhosas 
há uma grande variação latitudinal da vegetação. À 
medida que aumenta a altitude e diminui a 
temperatura, os solos ficam mais rasos e a 
vegetação, mais esparsa. Nessas condições, 
surgem as florestas nas áreas mais baixas e, nas 
mais altas, os campos de altitude. 
 
A vegetação e o impacto do desmatamento 
 
Impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pela 
ação dos seres humanos sobre o meio ambiente. Pode 
resultar também de acidentes naturais: a erupção de 
um vulcão pode provocar poluição atmosférica; o 
choque de um meteoro, destruição de espécies animais 
e vegetais; um raio, incêndio numa floresta, etc. 
Quando os ecossistemas sofrem impactos ambientais, 
geralmente a vegetação é o primeiro elemento da 
natureza a ser atingido, pois é reflexo das condições 
naturais de solo, relevo e clima do lugar em que ocorre. 
Observe, no mapa acima, como era a distribuição das 
formações vegetais pelo planeta antes das 
intervenções humanas. Perceba como atualmente 
todas elas, em maior ou menor grau, encontram-se 
modificadas. Em muitos casos, sobraram apenas 
alguns redutos em que a vegetação original é 
encontrada, nos quais, embora com pequenas 
alterações, ainda preserva suas características 
principais. Essa devastação deve-se basicamente a 
fatores econômicos. Suas principais causas são: 
 
 Extração de madeira; 
 Instalação de projetos agropecuários; 
 Implantação de projetos de mineração; 
 Instalação ou expansão de garimpos 
 Construção de usinas hidrelétricas; 
 Urbanização; 
 Incêndios; 
 Queimadas (técnica de cultivo rudimentar usada 
sobretudo em países e regiões pobres). 
 
A primeira consequência do desmatamento é o 
comprometimento da biodiversidade, por causa da 
diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies 
vegetais e animais. As florestas tropicais têm uma 
enorme biodiversidade e, por isso, possuem uma 
importância incalculável para a preservação das 
condições naturais e para a busca do desenvolvimento 
sustentável. Muitas espécies, hoje ainda 
desconhecidas da sociedade urbano-industrial, podem 
vir a ser a solução para a cura de doenças, e poderão 
ser usadas na alimentação ou como matérias-primas. 
Com o desmatamento, há o risco de essas espécies 
serem destruídas antes de serem descobertas e 
estudadas. Na floresta Amazônica há uma enorme 
quantidade de espécies endêmicas. Parte desse 
patrimônio genético é conhecido pelas várias etnias 
indígenas que ali habitam. No entanto, a maioria dessas 
comunidades nativas está sofrendo um processo de 
integração à sociedade urbano-industrial que tem 
levado à perda do patrimônio cultural desses povos, 
dificultando a preservação dos seus conhecimentos. 
 
Outro ponto importante que afeta os interesses 
nacionais dos países onde há florestas tropicais, 
incluindo o Brasil, é a biopirataria, por meio da qual 
muitas empresas assumem práticas ilegais para 
garantir o direito de explorar, futuramente, uma possível 
matéria-prima para a indústria farmacêutica e de 
cosméticos, entre outras. 
 
Relevo 
 
O relevo da superfície terrestre apresenta elevações e 
depressões de diversas formas e altitudes. É constituí- 
do por rochas e solos de diferentes origens, e vários 
processos os modificam ao longo do tempo. A disciplina 
que estuda a dinâmica das formas do relevo terrestre é 
a geomorfologia(‘estudo das formas da Terra’). 
 
O relevo resulta da atuação de agentes internos e 
externos na crosta terrestre. 
 
 Agentes internos, também chamados endógenos, 
são aqueles impulsionados pela energia contida no 
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interior do planeta – as forças tectônicas, ou 
tectonismo, que movimentam as placas e 
provocam dobramentos, falhamentos, terremotos e 
vulcanismo. Como vimos, esses fenômenos deram 
origem às grandes formações geológicas 
existentes na superfície terrestre – as cadeias 
orogênicas, os escudos cristalinos, as escarpas, as 
montanhas de origem vulcânica – e continuam a 
atuar em sua transformação. 
 Agentes externos, também chamados exógenos, 
atuam na modelagem da crosta terrestre, 
transformando as rochas, erodindo os solos e 
dando ao relevo o aspecto que apresenta 
atualmente. Os principais agentes externos são 
naturais – a temperatura, o vento, as chuvas, os 
rios e oceanos, as geleiras, os microrganismos, a 
cobertura vegetal –, mas há também a ação 
crescente dos seres humanos. 
 
As forças externas naturais são, portanto, modeladoras 
e atuam de forma contínua ao longo do tempo 
geológico. Ao agirem na superfície da crosta, provocam 
a erosão e alteram o relevo por meio de suas três fases: 
intemperismo, transporte e sedimentação. 
 
Intemperismo: é o processo de desagregação 
(intemperismo físico) e decomposição (intemperismo 
químico) sofrido pelas rochas. O principal fator de 
intemperismo físico é a variação de temperatura (dia e 
noite; verão e inverno), que provoca dilatação e 
contração das rochas, fragmentando-as em formas e 
tamanhos variados. Outro exemplo é o congelamento 
de água nas fissuras das rochas, fato comum em 
regiões polares e de altitudes elevadas – ao congelar, 
a água dilata as fissuras das rochas e provoca sua 
fragmentação. Já o intemperismo químico resulta 
sobretudo da ação da água sobre as rochas, 
provocando, com o passar do tempo, uma lenta 
modificação na composição química dos minerais. O 
intemperismo físico e o intemperismo químico atuam ao 
mesmo tempo, mas dependendo das características 
climáticas um pode atuar de maneira mais intensa que 
o outro. Por exemplo, em regiões onde há escassez de 
água, as rochas sofrem mais intemperismo físico do 
que químico. 
 
Transporte e sedimentação: o material intemperado 
os fragmentos de rocha decomposta e o solo que dela 
se origina– está sujeito à erosão. Nesse processo, as 
águas e o vento desgastam a camada superficial de 
solos e rochas, removendo substâncias que são 
transportadas para outro local, onde se depositam ou 
se sedimentam. O material removido provoca 
alterações nas formas do relevo – por exemplo, 
aplainamento e rebaixamento, mudança na forma das 
encostas e alargamento das margens de um rio. O 
material que se deposita também modifica o relevo, 
formando ambientes de sedimentação: fluvial (rios), 
glaciário (gelo e neve), eólico (vento), marinho (mares 
e oceanos) e lacustre (lagos), entre outros. 
A atuação do intemperismo é acentuada ou atenuada 
conforme características do clima, da topografia, da 
biosfera, do tipo de material que compõe as rochas – os 
minerais – e do tempo de exposição delas às 
intempéries. Os diferentes minerais apresentam maior 
ou menor resistência à ação do intemperismo e da 
erosão. 
 
Rochas com quantidades significativas de quartzo, por 
exemplo, têm mais resistência. Já as sedimentares, 
como o calcário e o arenito, são mais suscetíveis ao 
intemperismo e à erosão. Em ambientes mais quentes 
e úmidos, o intemperismo químico é mais intenso, 
enquanto em ambientes mais secos predomina o 
intemperismo físico. As rochas que compõem os 
escudos cristalinos, por serem de idades geológicas 
remotas, sofreram por mais tempo a ação do 
intemperismo e da erosão, o que se reflete em suas 
formas. As altitudes modestas e as formas 
arredondadas, como nos montes Apalaches (Estados 
Unidos), nos alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), 
na serra do Espinhaço (Brasil) e nos montes Urais 
(Rússia), mostram a ação desses processos 
modeladores nas formas do relevo. 
 
Relevo Brasileiro 
 
O território brasileiro possui uma grande diversidade de 
formas e estruturas de relevo, como serras, escarpas, 
planaltos, planícies, depressões, chapadas, tabuleiros, 
cestas e muitas outras. 
 
Apesar de tentativas anteriores, somente na década de 
1940 foi criada uma classificação dos compartimentos 
do relevo brasileiro considerada mais coerente com a 
geomorfologia do nosso território. Ela foi elaborada por 
um dos primeiros professores do Departamento de 
Geografia da Universidade de São Paulo (USP), o 
geógrafo e geomorfologia Aroldo de Azevedo (1910-
1974), que, considerando as cotas altimetrias, definiu 
planaltos como terrenos levemente acidentados, com 
mais de 200 metros de altitude, e planícies como 
superfícies planas, com altitudes inferiores a 200 
metros. Essa classificação divide o Brasil em sete 
unidades de relevo, com os planaltos ocupando 59% do 
território e as planícies, os 41% restantes – veja a tabela 
com os dados isométricos de acordo com esses 
intervalos de altitude. 
 
Em 1958, Aziz Ab’Sáber (1924-2012), também 
professor e pesquisador do Departamento de Geografia 
da USP, publicou um trabalho propondo uma alteração 
nos critérios de definição dos compartimentos do 
relevo. A partir de então, foram consideradas as 
seguintes definições: 
 
 Planalto: área em que os processos de erosão 
superam os de sedimentação. 
 Planície: área mais ou menos plana em que os 
processos de sedimentação superam os de 
erosão, independentemente das cotas altimetrias. 
 
Adotando-se essa classificação geomorfológica, o 
Brasil apresenta não sete, mas dez compartimentos de 
relevo: os planaltos correspondem a 75% da superfície 
do território; e as planícies, a 25%. Observe nos mapas 
a seguir que em ambas as classificações o Brasil 
apresenta dois grupos de planaltos. O maior deles foi 
subdividido de acordo com as diferenciações de 
estrutura geológica e de formas de relevo encontradas 
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em seu interior. A planície do Pantanal se mantém nas 
duas classificações. Já a chamada planície Costeira 
pela classificação de Azevedo é denominada planícies 
e terras baixas Costeiras pela de Ab’Sáber. 
 
O mesmo acontece com a planície Amazônica, que 
passa a ser denominada planícies e terras baixas 
amazônicas (o termo planície se refere às várzeas dos 
rios, onde a sedimentação é intensa, e a expressão 
terras baixas, aos baixos planaltos ou platôs de 
estrutura geológica sedimentar). Em 1989, Jurandyr 
Ross, outro professor e pesquisador do Departamento 
de Geografia da USP, ainda na ativa em 2012, divulgou 
uma nova classificação do relevo brasileiro, com base 
nos estudos de Aziz Ab’Sáber e na análise de imagens 
de radar obtidas no período de 1970 a 1985 pelo Projeto 
Radam Brasil. 
 
 
 
 
Note que o planalto Central, o planalto Atlântico e planalto 
Meridional na classificação de Azevedo correspondem ao planalto 
Brasileiro na classificação de Ab’Saber. 
Esse projeto consistiu num mapeamento completo e 
minucioso do país, no qual se desvendam as 
potencialidades naturais do território, como minérios, 
madeiras, solos férteis e recursos hídricos. 
 
Observe no mapa a seguir que, além dos planaltos e 
planícies, foi detalhado mais um tipo de compartimento: 
 
 Depressão: relevo aplainado, rebaixado em 
relação ao seu entorno; nele predominam 
processos erosivos. 
 
 
 
 
Os cortes esquemáticos referentes às linhas AB, CD e EF, aqui 
indicadas, são apresentadas nos perfis topográficos abaixo. 
 
É importante destacar que cada nova classificação não 
substitui completamente a anterior. Note, comparando 
os mapas,que os limites dos compartimentos não são 
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muito diferentes entre si. Os recursos tecnológicos 
disponíveis em 1989 permitiram a Ross fazer um 
levantamento muito mais detalhado e preciso que os 
anteriores. Porém, os mapas de Azevedo e Ab’Sáber 
são simplificações didáticas. 
 
Ambos fizeram muitas observações in loco de boa parte 
do território brasileiro, munidos apenas de máquinas 
fotográficas e auxiliados por poucas imagens aéreas. 
Aziz Ab’Sáber, por exemplo, elaborou mapas de relevo 
com finalidade científica bem mais complexos que o 
apresentado com fins didáticos. 
 
Nas três classificações do relevo brasileiro, que vimos 
anteriormente, as áreas de sedimentação situadas em 
maiores altitudes, ou seja, as planícies encaixadas em 
compartimentos de planalto, não aparecem. Isso ocorre 
porque a escala utilizada para retratar o país inteiro num 
único mapa é muito pequena e, portanto, não permite 
um detalhamento que mostre planícies pouco extensas. 
Por isso, o Vale do Paraíba, uma bacia sedimentar 
localizada entre as serras do Mar e da Mantiqueira, não 
aparece nessas classificações, tratando-se assim de 
uma planície encaixada no planalto Atlântico 
(Azevedo), nas serras e planaltos do leste e sudeste 
(Ab’Sáber) ou nos Planaltos e Serras do Atlântico 
Leste-Sudeste (Ross). O mesmo ocorre com algumas 
outras formas de relevo, como as escarpas e as 
cuestas, que estudaremos a seguir. 
 
Ao estudarmos as formas do relevo brasileiro, 
encontramos ainda outras categorias: 
 
Escarpa: declive acentuado que aparece em bordas de 
planalto. Pode ser gerada por um movimento tectônico, 
que forma escarpas de falha, ou ser modelada pelos 
agentes externos, que geram escarpas de erosão. 
 
Cuesta: forma de relevo que possui um lado com 
escarpa abrupta e outro com declive suave. Essa 
diferença de inclinação ocorre porque os agentes 
externos atuaram sobre rochas com resistências 
diferentes. 
 
Chapada: tipo de planalto cujo topo é aplainado e as 
encostas são escarpadas. Também é conhecido como 
planalto tabular. 
 
Morro: em sua acepção mais comum é uma pequena 
elevação de terreno, uma colina. Em sua classificação 
dos domínios morfoclimáticos, Ab’Sáber destacou os 
“mares de morros. 
 
Montanha: cadeia orogênica, como a cordilheira dos 
Andes, do Cenozoico. Na estrutura do atual território 
brasileiro existiram, há milhões de anos, montanhas 
que ao longo do tempo geológico foram modeladas 
pelos processos exógenos, constituindo o que hoje 
conhecemos como serras e planaltos. No dia a dia, 
costuma-se chamar de montanha qualquer grande 
elevação do relevo. 
 
Serra: esse nome é utilizado para designar um conjunto 
de formas variadas de relevo, como dobramentos 
antigos e recentes, escarpas de planalto e cestas. Sua 
definição e uso não são rígidos, sofrendo variação de 
uma região para outra do país. 
 
Inselberg (‘monte ilha’, em alemão): saliência no relevo 
encontrada em regiões de clima árido e semiárido. Sua 
estrutura rochosa foi mais resistente à erosão que o 
material que estava em seu entorno. 
 
População: conceito, estrutura das populações, 
teorias populacionais e crescimento das 
populações 
 
O conceito de população vem do termo latim populatĭo. 
Na sua acepção mais habitual, a palavra faz referência 
ao conjunto de pessoas que habitam a Terra ou 
qualquer divisão geográfica desta. Também permite 
referir-se ao conjunto de edifícios e espaços de uma 
cidade e à ação e ao efeito de povoar. 
 
Convém ressaltar que o estudo das populações 
costuma ser regido pelas leis da probabilidade, pelo 
que as conclusões desses trabalhos podem não ser 
aplicáveis a certos indivíduos. A disciplina que estuda 
as populações humanas é a demografia. 
 
Existem diversas teorias que explicam o crescimento da 
população humana em diferentes países do mundo. 
 
A relação entre o número de pessoas e a quantidade 
de recursos disponíveis para alimentá-las e satisfazer o 
seu nível de consumo sempre foi motivo de grande 
preocupação. Afinal, os recursos naturais disponíveis 
serão capazes de, no futuro, atender aos sucessivos 
crescimentos populacionais? 
 
Essas questões já foram há muito tempo formuladas, e 
diferentes respostas surgiram. Trata-se das teorias 
demográficas, também chamadas de teorias do 
crescimento demográfico. A primeira delas foi a 
proposta por Thomas Malthus, conhecida como 
Malthusianismo. 
 
Malthusianismo 
 
Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista 
liberal e historiador inglês, elaborou ao final do século 
XVIII uma teoria populacional que apontava para o 
desequilíbrio existente entre os crescimentos 
demográficos e a disponibilidade de recursos na Terra. 
Em seu livro Ensaio sobre o princípio da população, ele 
afirmava categoricamente que o planeta, em pouco 
tempo, não seria capaz de atender ao número de 
habitantes existentes. 
 
De acordo com a Teoria Malthusiana, as populações 
aceleravam sempre o seu ritmo de crescimento, que 
seguia a linha de uma progressão geométrica (1, 2, 4, 
8, 16, 32, 64, 128, 256, …), enquanto a disponibilidade 
de recursos e de alimentos aumentaria conforme 
uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, …), 
sendo menor, portanto. 
 
Como solução, Malthus apontava para o controle moral 
da população. Em virtude de sua filiação religiosa, ele 
era contra a adoção de qualquer tipo de método 
contraceptivo, dizendo que os casais só deveriam 
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procriar caso houvesse condições para sustentar seus 
filhos. Além disso, Malthus também dizia que os 
trabalhadores mais pobres deveriam apenas receber o 
mínimo para o seu sustento, pois acreditava que a 
melhoria nas condições sociais elevaria ainda mais o 
número de nascimentos. 
 
Apesar de suas previsões serem fundamentadas em 
dados demográficos de sua época, Malthus errou em 
subestimar os avanços tecnológicos nos processos de 
produção, que fizeram com que a oferta de recursos e 
alimentos se ampliasse muito acima do previsto. Além 
disso, observa-se atualmente que a tendência é que as 
sociedades mais desenvolvidas gerem menos filhos, ao 
contrário do que o economista inglês imaginava. 
 
Teoria reformista ou marxista 
 
Muitas contestações foram feitas ao pensamento de 
Malthus, frequentemente acusado de legitimar os 
efeitos perversos da economia capitalista sobre a 
desigualdade social e favorecer os ideais da burguesia. 
Afinal, a teoria malthusiana sugeria que a miséria e a 
disseminação de doenças, catástrofes e guerras 
ajudariam a conter o crescimento populacional 
acentuado. 
 
O socialista utópico do século XIX, Pierre-Joseph 
Proudhon, afirmava: “Há somente um homem 
excedente na Terra: Malthus”. E nessa mesma linha 
seguiam muitos teóricos que acreditavam que a 
desigualdade na relação entre recursos naturais, 
alimentos e o crescimento populacional não estava no 
número de habitantes, mas na distribuição de renda. 
Em geral, muitas dessas ideias aproximavam-se dos 
ideais defendidos por Karl Marx, sendo então 
relacionadas com o que se chamou de Teoria Marxista 
ou Reformista da população. 
 
Assim, para essa concepção, não é o “controle moral” 
da população o necessário para combater a ocorrência 
da fome e da miséria, mas a adoção de políticas sociais 
de combate à pobreza, com a aplicação de leis 
trabalhistas que assegurem a melhoria na renda do 
trabalhador. A democratização dos meios sociais e de 
produção também é considerada uma estratégia nesse 
mesmo sentido. 
 
Teoria neomalthusiano 
 
Logo após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), os principais países desenvolvidos do mundo 
iniciaram um processo de explosão demográfica, com 
um aumento rápido e repentino de sua população. Da 
mesma forma, nosanos seguintes, muitos países 
subdesenvolvidos (incluindo o Brasil) passaram pelo 
mesmo processo, sobretudo porque nesses países, 
com históricos de altas natalidades e mortalidades, o 
número de óbitos foi reduzido e a expectativa de vida, 
elevada. Por isso, a população do planeta novamente 
começou a crescer, por isso as teorias de Malthus 
ganharam um novo eco entre muitos pensadores e 
governantes. 
 
O Neomalthusianismo é, pois, a retomada desse 
pensamento, com diferenças no que diz respeito às 
formas de controle do crescimento populacional. 
Para o neomalthusianismo, as populações, sobretudo 
as de baixa renda, deveriam ter os seus índices de 
natalidade controlados. Para isso, a difusão dos 
métodos contraceptivos tornou-se fundamental. Em 
alguns países, governos adotaram medidas de 
esterilização em massa sobre pessoas pobres, além de 
distribuírem anticoncepcionais gratuitamente e 
promover campanhas de conscientização. Difundem-
se, até os dias atuais, muitas campanhas ou imagens 
publicitárias com o modelo ideal de família formado 
pelos pais e dois filhos apenas. 
 
Transição demográfica 
 
A concepção da transição demográfica é uma 
proposição mais atual que afirma que todos os países, 
cedo ou tarde, apresentarão padrões gerais no que diz 
respeito à ordem do crescimento demográfico. 
 
A transição demográfica considera que a explosão 
demográfica é um fenômeno transitório, geralmente 
causado pelo desenvolvimento econômico e social das 
nações, o que resulta na queda imediata das taxas de 
mortalidade, o que eleva o número de habitantes. Por 
outro lado, a natalidade também diminui, mas em um 
ritmo mais lento, o que faz com que a explosão 
demográfica inicial seja substituída gradativamente por 
uma diminuição no ritmo de crescimento do número de 
habitantes. Foi assim, por exemplo, que ocorreu na 
Europa, que hoje apresenta baixíssimos crescimentos 
populacionais. No Brasil também não foi diferente, pois 
a população aumentou rapidamente ao longo do século 
XX, mas teve seu crescimento diminuído nas últimas 
décadas. O principal efeito disso – e também o principal 
motivo de preocupações – é o envelhecimento 
populacional. 
O Brasil, até pouco tempo atrás, 
era considerado um país jovem, 
com boa parte da população 
com média de idades baixas. 
Atualmente, passou a ser 
considerado um país adulto, 
com potencial para tornar-se um 
país idoso nas próximas décadas. Na Europa, o 
envelhecimento populacional já é uma realidade, o que 
ocasiona uma série de problemas relacionados com a 
previdência social e com a diminuição da PEA 
(população economicamente ativa). 
 
Ironicamente, no continente europeu, o problema atual 
é exatamente o contrário imaginado por Malthus, pois 
não é o crescimento acelerado da população a principal 
tônica da questão, mas o crescimento moderado além 
da conta. Em países como França e Alemanha, 
políticas de incentivos à natalidade são realizadas, 
incluindo o pagamento de bolsas e benefícios para 
casais que tiverem um terceiro filho. 
 
A estrutura da população 
 
A estrutura da população deve ser analisada 
considerando sua distribuição por gênero (sexo), 
número, idade, renda, educação, saúde e outros 
indicadores que expressam os aspectos quantitativos e 
qualitativos da organização social importantes para as 
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http://brasilescola.uol.com.br/geografia/explosao-demografica.htm
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/explosao-demografica.htm
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-populacao-europa-esta-envelhecendo.htm
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-populacao-europa-esta-envelhecendo.htm
 
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ações de planejamento, tanto governamental quanto 
privado. Para fins didáticos vamos dividir o estudo da 
estrutura da população em quatro categorias: gênero e 
faixa etária; atividades econômicas, distribuição de 
renda e desenvolvimento social. 
 
Pirâmide etária 
 
A pirâmide etária é um gráfico que expressa o número 
de habitantes e sua distribuição por gênero e faixa 
etária. Pode retratar dados da população mundial, de 
um país, um estado, uma cidade, etc. Sua simples 
visualização nos permite tirar algumas conclusões 
referentes à taxa de natalidade e a expectativa de vida 
da população. 
 
Se a pirâmide apresentar um aspecto triangular com a 
base larga, quer dizer que a população jovem no 
conjunto da população é alta, assim como a sua taxa 
de natalidade; o topo será estrito indicando uma 
pequena participação da população idosa, portanto, 
com baixa expectativa de vida. Esse tipo de pirâmide 
etária é característica dos países subdesenvolvidos e 
pobres. Já se a pirâmide não apresentar grande 
diferença da base ao topo, podemos concluir que a 
população apresenta baixa taxa de natalidade e alta 
expectativa de vida, com uma população adulta 
predominante. Isso são características de países 
desenvolvidos e de alguns países emergentes. Como 
podemos perceber uma pirâmide etária divide a 
população por idade (população jovem, população 
adulta e população idosa); também está indicado 
neste tipo de gráfico a divisão de sexo (números de 
mulheres e homens), como a população total do local 
analisado. 
 
O exemplo ao lado: a África indica um exemplo de 
pirâmide etária de locais subdesenvolvidos; já a Europa 
representa um exemplo de locais desenvolvidos. 
 
 
 
No Brasil, o aumento da expectativa de vida da 
população, acompanhado da queda das taxas de 
natalidade e mortalidade, vem promovendo uma 
mudança na pirâmide etária brasileira. 
 
Está ocorrendo um significativo estreitamento em sua 
base, que corresponde aos jovens e, um alargamento 
do meio para o topo, por causa do aumento da 
participação percentual da população de adultos e 
idosos. De 1992 para 2008, a participação dos menores 
de 10 anos na população total do país caiu de 22,1% 
para 15,5%, enquanto a de pessoas acima de 60 anos 
aumentou de 7,9% para 11,1%. Quanto à distribuição 
da população brasileira por gênero, o país se enquadra 
nos padrões mundiais: nascem cerca de 106 homens 
para cada 100 mulheres; entretanto a taxa de 
mortalidade masculina, tanto infantil, juvenil e adulta é 
maior e a expectativa de vida, por isso menor. Assim, 
embora nasçam mais homens que mulheres, a 
população feminina é ligeiramente maior. A mulher tem 
maior expectativa de vida, além disso, as mortes 
violentas vitimam mais homens jovens. Segundo o 
IBGE a população de homens no Brasil corresponde a 
48,6% do total da população; e das mulheres, 51,4%. 
 
Um aspecto demográfico da população brasileira que 
vem se tornando cada vez mais preocupante é o 
aumento das mortes de adolescentes e adultos jovens 
do sexo masculino por causas externas, como 
assassinatos e acidentes automobilísticos causados 
por excesso de velocidade, imprudência e uso de 
álcool. Isso provoca impactos na distribuição etária da 
população e na proporção entre os sexos, além de 
trazer implicações socioeconômicas. Segundo o IBGE, 
se não ocorresse morte prematura da população 
masculina, a esperança de vida média dos brasileiros 
seria maior. Como resultado dessa realidade, vem 
aumentando o predomínio de mulheres na população 
total. Em 1980 havia 98,7 homens para um grupo de 
100 mulheres. Em 2010 esse número baixou de 96,3 
homens para cada grupo de 100 mulheres. 
 
População e atividades econômicas 
 
Tradicionalmente, é comum classificar as atividades 
secundárias (industriais e construção civil) e terciárias 
(comércio, serviços) como urbanas; e as atividades 
primárias (agropecuária) como rurais. Hoje, em dia, 
porém, devido à modernização dos sistemas de 
transportes e comunicações, verificada em várias 
regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de 
industrialização e a oferta de serviços no campo. Por 
exemplo, nas modernas agroindústrias localizadas na 
zona rural, é maior o número de pessoas que trabalham 
operando ecuidando da manutenção de máquinas 
diversas, organizando a administração e informatizando 
a empresa que o número de pessoas que trabalham em 
atividades tipicamente primárias, como o preparo do 
solo, cultivo e colheita. Em outras palavras, nas 
modernas agroindústrias, as atividades industriais e de 
serviços empregam mais pessoas do que as atividades 
agrícolas ou primárias. Também, o setor industrial 
(secundário) passou por muitas transformações nas 
últimas décadas. 
 
O processo de automação nas linhas de montagem e 
produtiva tem elevados índices de robotização, 
reduzindo o número de operários. Já as atividades 
administrativas, jurídicas, de publicidade, vendas, 
alimentação, segurança, limpeza e vários outros 
empregam um número crescente de trabalhadores. 
Assim, a maioria dos empregados das indústrias de 
ponta migraram para o setor terciário, ocupando 
atividades no comércio ou em serviços. 
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Dessa forma, a PEA (população economicamente 
ativa) de um país indica de certa forma o seu nível de 
desenvolvimento. O país desenvolvido possui a maior 
parte da sua PEA no setor terciário, principalmente o de 
serviços. 
Já o país mais atrasado e pobre tem maior participação 
da sua população economicamente ativa no setor 
primário. 
 
Veja a tabela abaixo:
 
PAÍS PEA – SETOR PRIMÁRIO PEA – SETOR SECUNDÁRIO PEA – SETOR TERCIÁRIO 
Alemanha 2,4% 29,7% 67,8% 
China 43,0% 25,0% 32,0% 
Estados Unidos 1,2% 19,2% 79,6% 
Inglaterra 1,4% 18,2% 80,4% 
Índia 60,0% 12,0% 28,0% 
Uganda 82,0% 5,0% 13,0% 
A população economicamente ativa no Brasil se 
distribuiu de maneira bem irregular: 42,3% estão nos 
serviços; 17,4% trabalham no comércio, mesmo índice 
dos trabalhadores nas atividades agropecuárias 
(17,4%); já a indústria possui 15,1% dos trabalhadores 
ativos e a construção emprega 7,5%. Os índices 
demonstram que uma parcela significativa da 
população brasileira trabalha em atividades 
agropecuárias. Embora esse número venha diminuindo 
devido à modernização e a mecanização do campo, em 
algumas localidades, nas regiões mais pobres a 
agricultura é praticada de forma tradicional e ocupa 
muita mão-de-obra. 
 
O setor secundário brasileiro absorve 22,6% da PEA, 
valor comparável à de países desenvolvidos. A partir da 
abertura econômica que se iniciou na década de 1990 
houve grande modernização do parque industrial 
brasileiro. Hoje o Brasil possui multinacionais como a 
Petrobras, a Vale, a Gerdau e a Embraer. Já as 
atividades terciárias apresentam mais problemas, por 
englobar os maiores níveis de subemprego. 
 
No Brasil 59,7% da PEA exercem atividades terciárias. 
No entanto, na maioria das vezes, essas pessoas estão 
apenas em busca de sobrevivência, de 
complementação da renda familiar, ou tentando 
“driblar” o desemprego em atividades informais, como a 
de camelo, guardador de carro nas ruas ou vendedor 
ambulante. 
 
Mesmo no setor formal de serviços como escolas, 
hospitais, repartições públicas, transportes, etc.; as 
condições de trabalho e nível de renda são muito 
contrastantes: há instituições avanças 
tecnologicamente e com boas condições de trabalho e 
salários, ao lado de outra bastante atrasada. 
 
Outro, problema, mas especificamente no setor de 
serviços (em algumas funções) que exige alta 
qualificação, é que não se encontra facilmente no 
mercado brasileiro devido à baixa formação da 
população. 
 
Quanto à composição da PEA por gênero, nota-se no 
Brasil certa desproporção: 42,4% dos trabalhadores 
são do sexo feminino. Nos países desenvolvidos a 
participação é mais igualitária, com índices próximos a 
50%. Mesmo assim, referente às décadas passadas, 
houve um grande crescimento da participação da 
mulher no mercado de trabalho. 
 
Esse aumento ganhou grande impulso com os 
movimentos feministas das décadas e 1970 e 1980, 
que passaram a reivindicar igualdade de gênero no 
mercado de trabalho, nas atividades políticas e demais 
esferas da vida social. Além disso, a perda de poder 
aquisitivo dos salários em geral fez com que as 
mulheres cada vez mais entrassem no mercado de 
trabalho para complementar a renda familiar. As 
mulheres muitas vezes se sujeitam a salários menores 
do que dos homens, mesmo quando exercem função 
idêntica, com o mesmo nível de qualificação e na 
mesma empresa. Embora, ainda seja minoritária, isto 
tem feito que parte dos empresários prefira a mão-de-
obra feminina. 
 
Distribuição de renda 
 
Se o planejamento governamental de um país não 
considerar a distribuição da renda nacional, suas 
políticas de educação, saúde, habitação, transporte, 
abastecimento, lazer, etc., estarão condenadas ao 
fracasso. 
 
A análise dos indicadores da distribuição da riqueza 
mostra que nos países subdesenvolvidos e emergentes 
há grande concentração da renda nacional em mãos de 
pequena parcela da população., enquanto nos países 
desenvolvidos ela está mais bem distribuída. O que 
ocasiona isso? Além dos baixos salários que vigoram 
nos países pobres e alguns emergentes e de 
dificuldade de acesso à propriedade regular urbana e 
rural, há basicamente dois fatores que explicam a 
concentração de renda: o sistema tributário – os 
impostos pesam mais para os pobres; e a inflação – 
quase sempre não repassada aos salários, que faz 
diminuir o poder de compra de quem ganha menos. O 
sistema tributário de um país constitui o modo como são 
arrecadados os impostos – que podem ser diretos e 
indiretos -, além de ser um poderoso mecanismo de 
distribuição de renda, principalmente na forma de 
serviços públicos. 
 
O imposto direto é aquele que recai diretamente sobre 
a renda ou sobre a propriedade dos cidadãos. É 
considerado mais justo, pois é cobrado de maneira 
progressiva e proporcional, ou seja, quem recebe 
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salários maiores obtém mais renda (imóveis, 
automóveis, etc.) paga parcelas mais elevadas, 
enquanto os que tem menos rendimentos e poucas 
posses pagam menos ou até ficam isentos. 
 
O governo que arrecada de forma diferenciada parte da 
renda nacional pode distribui-la na forma de escolas e 
hospitais eficientes, financiando a aquisição da casa 
própria, subsidiando setores econômicos que gerem 
empregos, investindo em saneamento básico, etc. ou 
criando mecanismos de transferência direta de renda. 
Já os impostos indiretos são incluídos no preço das 
mercadorias e dos serviços que a população consome. 
Podem ser considerados injustos quando assumem 
proporções elevadas, já que é cobrado sempre o 
mesmo valor do consumidor, não importando a sua 
faixa de rendimento. 
 
Por exemplo, um operário que ganha três salários 
mínimos e compra um litro de leite paga o mesmo valor 
de impostos que um profissional liberal que compra o 
mesmo litro de leite e ganha 60 salários mínimos. É, por 
isso, um imposto que pesa mais no bolso de quem 
ganha menos, pois não há possibilidade de aplicar a 
progressividade na arrecadação e, portanto, de 
distribuir renda. 
 
Em muitos países pobres e em desenvolvimento, a 
carga de impostos indiretos é elevada, enquanto nos 
países desenvolvidos o maior volume de recursos 
arrecadados pelo governo recai sobre os impostos 
diretos. Outro fator preponderante é que, nos países 
pobres e emergentes, os serviços públicos são muito 
precários, prevalecendo um mecanismo perverso de 
reprodução da pobreza. 
 
Filhos de trabalhadores de baixa renda dificilmente tem 
acesso a sistemas eficientes de educação, 
constituindo, na maioria dos casos, mão-de-obra sem 
qualificação e, como consequência, mal remunerada.
 
 
Ano 
 
10%+ pobres 
 
20%+pobres 
 
60%intermediários 
 
20%+ricos 
 
10%+ricos 
1999 0,70% 2,10% 30,40% 67,50% 51,30% 
2007 1,1% 3,00% 38,30% 58,70% 43,00% 
Quantoà distribuição de renda, o Brasil apresenta um 
dos piores índices do mundo. A tabela mostra que a 
participação dos mais pobres na renda nacional é muito 
pequena e a dos mais ricos é muito expressiva. Esse 
mecanismo de concentração de renda, com resultados 
perversos para a maioria da população, foi construído 
principalmente no processo inflacionário de preços. 
 
Os reajustes da inflação nunca foram totalmente 
repassados aos salários. Além disso, no sistema 
tributário brasileiro a carga de impostos indiretos 
(ICMS, IPI, ISS), que não distinguem faixas de renda, 
chega a 50% da arrecadação. 
 
Ao longo do tempo, sucessivos governos agravaram o 
processo de concentração de renda ao aplicar seus 
recursos em benefícios de setores ou atividades 
privadas, em detrimento dos investimentos em 
educação, saúde, transporte coletivo, habitação, 
saneamento e outros serviços públicos. Entretanto, 
como podemos observar na tabela, embora a 
participação dos mais pobres seja muito baixa, o índice 
vem apresentando lenta melhora. A partir de 1994, com 
a estabilização da moeda (o real) e os programas 
assistenciais, os mais pobres vêm lentamente 
aumentando a sua participação na renda nacional. 
 
Crescimento econômico e desenvolvimento social 
 
O grande crescimento do PIB mundial ocorrido nas 
últimas décadas é resultado do desenvolvimento de 
novas tecnologias aplicadas à produção agrícola, 
industrial e de serviços. Embora o PIB apresente um 
crescimento superior ao da população, o aumento da 
renda mundial raramente beneficia os habitantes das 
regiões e dos países mais pobres do planeta, assim 
como não beneficia por igual à população dos países 
mais ricos. Entre outubro de 2008, quando eclodiu uma 
crise econômica mundial e o final de 2009, em muitos 
países houve recessão e em outros ocorreu queda do 
PIB e o aumento nos índices do desemprego, mas no 
início de 2010 já havia sinais de recuperação na 
economia mundial. 
 
O crescimento econômico e o desenvolvimento social 
estão intimamente ligados. O que mede a qualidade de 
vida de uma população é denominado de IDH (Índice 
de Desenvolvimento Humano). Este índice criado pela 
ONU leva em conta três variáveis (longevidade, 
educação e renda). O IDH é medido de 0 a 1; quanto 
mais próximo do 1 melhor é a qualidade de vida da 
população analisada. 
 
Países com melhores IDH 
 
País IDH 
Noruega 0,955 
Austrália 0,938 
EUA 0,937 
Holanda 0,921 
Alemanha 0,920 
Nova Zelândia 0,919 
Irlanda 0,916 
Suécia 0,913 
Suíça 0,912 
Japão 0,911 
 
Os países que possui IDH a partir acima de 0,800 são 
considerados muito elevados; a partir de 0,700 é 
elevado; a partir de 0,500 é médio e, inferior a isso é 
considerado como baixo desenvolvimento humano. 
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Apesar de ser considerado como elevado o Brasil 
ocupava em 2012 a 85º, com um IDH de 0,730. 
 
Levando em conta que o Brasil possui um dos dez 
maiores PIBs do mundo, o índice de desenvolvimento 
humano brasileiro deixa muito a desejar, lembrando 
que a distribuição de renda do nosso país é uma das 
mais desiguais do planeta. Por outro lado, duas 
variáveis contribuíram para a elevação do IDH 
brasileiro: a expectativa de vida que em 1975 era de 
59,5 anos passou para 72,02 anos atualmente. 
 
Os índices de analfabetismo também baixaram 
sensivelmente, na década de 1980 ele girava em torno 
dos 17%; hoje ele chega a 10% da população, o que 
ainda é considerado alto. 
 
Apesar do número de analfabetos ter diminuído a 
educação no Brasil ainda peca pela média de estudo, 
apenas 15,6% da população apresenta mais do que 11 
anos de estudo; a grande maioria, 48,9% estudo no 
máximo entre 5 a 11 anos (o que correspondo no 
máximo à conclusão do ensino médio, aos que chegam 
há 11 anos de estudo); e 33,1% estudam no máximo de 
1 a 4 anos, o que hoje não conclui nem o ensino 
fundamental séries iniciais. 
 
Cabe aqui lembrar que os números, principalmente 
aqueles que podem ser considerados positivos não 
refletem a qualidade do estudo, apenas a quantidade 
de anos estudada. Mas a variável que mais 
compromete o IDH brasileiro sem dúvida nenhuma é a 
renda. Enquanto no DF a renda per capta gira em torno 
de R$1.665,00; no Maranhão ela de R$348,00. A média 
nacional fica em torno de R$767,00, o que é uma renda 
baixa, um pouco mais que o salário mínimo. 
 
Índices socioeconômicos no Brasil por região – 
Ano base 2012 - IBGE 
 
REGIÃO PIB R$ 
RENDA PER 
CAPTA R$ 
% DE 
POBREZA 
% DE 
ANALFABETOS 
% CURSO 
SUPERIOR 
EXPECTATIVA 
DE VIDA 
(ANOS) 
IDH 
CENTRO-
OESTE 
350.000.000 992,00 4,1 6,4 10,3 73,6 0,818 
NORDESTE 507.000.000 456,00 15,4 17,6 5,0 71,2 0,716 
NORTE 201.000.000 543,00 18,3 10,6 5,1 70,8 0,764 
SUDESTE 2.100.000.000 889,00 3,9 5,1 9,7 75,4 0,816 
SUL 623.000.000 926,00 2,5 4,7 9,3 75,8 0,830 
MÉDIA 
BRASIL 
 761,00 8,8 8,9 7,9 73,3 0,730 
O crescimento populacional no mundo 
 
É caracterizado como o aumento do número de 
habitantes no planeta. Esse fenômeno é consequência 
do crescimento vegetativo, obtido através do saldo 
entre as taxas de natalidade (nascimentos) e de 
mortalidade (mortes). 
 
Quando a taxa de natalidade é superior à taxa de 
mortalidade, temos um crescimento vegetativo positivo, 
caso contrário, a taxa é negativa. 
 
Somente no final do século XVII e início do século XVIII, 
o crescimento populacional no mundo se intensificou, 
visto que antes desse período a expectativa de vida era 
muito baixa, fato que elevava as taxas de mortalidade. 
Em 1930, a Terra era habitadas por cerca de 2 bilhões 
de pessoas e, em 1960, esse número atingiu a marca 
de 3 bilhões, com média de crescimento populacional 
de 2% ao ano. Durante a década de 1980, a população 
mundial ultrapassou a marca de 5 bilhões de pessoas. 
 
Atualmente, a taxa de crescimento populacional 
mundial, inferior a 1,2% ao ano, está em constante 
declínio. Porém, a expectativa de vida está em 
ascensão em virtude dos avanços na 
medicina, saneamento ambiental, maiores 
preocupações com a saúde, entre outros fatores. 
Sendo assim, o número de habitantes no mundo 
continua aumentando. 
 
De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Fundo 
de População das Nações Unidas (Fnuap), a população 
mundial é de 6,908 bilhões de habitantes. 
 
Segundo estimativas da Organização das Nações 
Unidas (ONU), o contingente populacional do planeta 
atingirá a marca de 9 bilhões de habitantes em 2050, 
ou seja, um acréscimo de aproximadamente 2,1 
milhões de habitantes, sendo a taxa de crescimento de 
0,33% ao ano. 
 
É importante ressaltar que o aumento populacional 
ocorre de forma distinta conforme cada continente do 
planeta. A África, por exemplo, registra crescimento 
populacional de 2,3% ao ano. A Europa, por sua vez, 
apresenta taxa de 0,1% ao ano. América e Ásia 
possuem taxa de 1,1% ao ano e a Oceania, 1,3% ao 
ano. 
 
Distribuição e movimentos populacionais: 
questões afrodescendentes e indígenas 
 
O Brasil se formou da união de diferentes povos, raças 
e culturas. As de origem africana chegaram através da 
escravidão. Trouxeram com eles uma infinidade de 
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http://brasilescola.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
 
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costumes e saberes que contribuíram com o 
desenvolvimento de nossa sociedade. Entretanto, 
sabemos que tudo isso ocorreu por práticas de 
dominação europeia. 
 
Ao longo da história, os mantiveram em condição de 
servidão. Somos marcados pela produção de profundas 
desigualdades e preconceitos. É preciso entender os 
elementos que contribuíram com a construção de nossa 
sociedade, das relações sociais que se fizeram ao 
longo do tempo. 
 
Todo momento, pessoas deixam sua cidade de origem 
rumo a outras para ficar permanentemente ou só morarpor um tempo (determinado ou não). São os migrantes, 
que aqui, no Brasil, representam 40% da população, 
segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (Pnad) de 2007, feita pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). Embora os fluxos 
migratórios tenham sido mais intensos nas décadas de 
1960 e 70, a circulação ainda é grande: recentemente, 
10 milhões de brasileiros (5,4% da população) se 
mudaram para outro lugar. 
 
Os movimentos migratórios estão relacionados com as 
dinâmicas demográficas dos locais e são motivados por 
fatores de atração e repulsão. Ao longo da história do 
Brasil, vários movimentos migratórios foram 
importantes e eles continuam ocorrendo 
constantemente, seja em âmbito internacional ou 
interno. 
 
O que são migrações? 
 
Os fenômenos migratórios são, basicamente, 
deslocamentos populacionais. Existem duas categorias 
principais para definição da pessoa que migra: o 
imigrante (aquele que chega em um determinado local) 
e o emigrante (aquele que deixa um local). As 
migrações podem ser de diferentes tipos, dependendo 
da forma como estes deslocamentos são feitos. 
Existem as migrações internacionais, ou seja, quando 
os indivíduos migram de um país para outro. Elas 
podem também ser internas, ou seja, quando o 
indivíduo se desloca dentro do mesmo país, mudando 
apenas de região ou estado. 
 
Além disso, existem ainda as migrações rural-urbanas, 
quando as pessoas deixam o meio rural para viverem 
nos espaços urbanos. Este fenômeno ficou bastante 
conhecido no Brasil como êxodo rural, e foi intenso no 
contexto da industrialização brasileira. Destacam-se 
também as migrações pendulares, que são aquelas que 
os sujeitos efetuam diariamente com a finalidade de 
trabalhar ou estudar em um local diferente de sua 
moradia. 
 
Os movimentos migratórios dinamizam as sociedades, 
pois com a saída ou a chegada de pessoas, há uma 
mudança na configuração social. Podem ocorrer 
processos de hibridização cultural, miscigenação da 
população, mas também desestabilização econômica e 
de oferta de trabalho. Além disso, os fenômenos 
migratórios estão relacionados com preconceitos 
étnicos, religiosos e culturais. Além de perseguições de 
cunho político, fuga das escassezes alimentares, 
econômicas e sociais, buscando melhores acessos à 
alimentação, empregos e desenvolvimento social. 
 
Migrações no Brasil 
 
Mesmo antes da chegada dos europeus para a 
colonização das Américas (aliás, que também não 
passou de uma migração), já havia um dinâmico fluxo 
migratório no que hoje denotamos como o território 
nacional brasileiro, mas estendendo ao espaço 
continental americano entre os povos indígenas, 
possibilitando trocas culturais, material e econômicas 
entres as civilizações pré-colombianas e tribos 
indígenas. 
 
Após o século XVI, o território hoje compreendido pelo 
Brasil, passa a receber imigrantes portugueses (em 
toda faixa litorânea do Sudeste ao Norte) e espanhóis 
(ao Sul e Oeste) no sentido de explorar e colonizar o 
continente. Além destes, há uma migração francesa, no 
sentido de disputar territórios com as nações ibéricas 
(Portugal e Espanha) no Sudeste brasileiro e no Norte 
(Amapá). Ainda, no período colonial há migração 
holandesa no Nordeste, disputando a região com os 
portugueses. 
 
Migrações forçadas 
 
Em todo período de colonização, por parte dos 
europeus, do território brasileiro, são realizadas as 
“migrações forçadas”, de negros oriundos de várias 
partes do continente africano e de indígenas do interior 
do continente sul-americano como mão de obra 
escrava, no âmbito do desenvolvimento colonial. 
 
Imigrantes estrangeiros 
 
Após a independência, o Brasil passou por um intenso 
processo de imigração entre os anos de 1850 até 1934, 
quando o Estado brasileiro incentivava a vinda de 
imigrantes ao Brasil para trabalharem nas lavouras 
cafeeiras. Esse período teve como ponto central o fim 
da escravidão de africanos, o que gerou uma 
necessidade maior de mão-de-obra nas lavouras 
brasileiras. Muitos países estavam desestabilizados 
com o contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) e não haviam empregos suficientes para toda 
população. Mesmo com a reestruturação após a guerra, 
começava também um processo de industrialização e 
urbanização, o que expulsou do campo muitas 
pessoas, que vieram para o Brasil para continuar 
trabalhando no campo. 
 
Êxodo Rural 
 
Um segundo momento importante em relação às 
migrações no Brasil, foram as migrações internas, 
também chamadas de inter-regionais. Estas já vinham 
acontecendo durante toda história do Brasil, mas 
tiveram uma intensificação expressiva após 1934, 
quando há também registros de queda nas imigrações. 
Naquele contexto, a indústria paulista já possuía 
prestígio e se tornava um atrativo para pessoas de 
outras regiões do Brasil, principalmente nordestinos, 
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que buscavam melhores condições de vida nos 
grandes centros. 
 
No mesmo sentido, destacam-se também no Brasil as 
migrações rural-urbano, também chamadas de êxodo 
rural, as quais aceleraram-se após a década de 1950, 
com a crescente modernização do campo, 
industrialização e urbanização brasileira. Vários fatores 
influenciam este tipo de migração, como o crescimento 
demográfico maior do que as áreas cultiváveis, o que 
ocorre tanto pela diminuição das áreas físicas 
disponíveis, quanto pela monopolização das terras 
(formação de latifúndios). 
 
Migrações pendulares 
 
Também desde a década de 1950 vem se destacando 
no Brasil as migrações pendulares, as quais são 
caracterizadas como o movimento diário de pessoas 
nos grandes centros urbanos. Ou seja, é o movimento 
dos trabalhadores ou estudantes para que possam 
trabalhar ou estudar em outros municípios. Esse tipo de 
migração é mais comum de municípios menores, com 
menos infraestrutura e serviços, para municípios 
maiores, onde a oferta de serviços e as oportunidades 
de trabalho são maiores. 
 
O Brasil no contexto das migrações recentes 
 
Diante dos conflitos mundiais mais recentes, bem como 
das catástrofes naturais que assolaram alguns países 
ao redor do mundo, os fenômenos migratórios têm se 
intensificado na atualidade. As migrações são movidas 
por elementos de repulsão e elementos de atração. Nos 
casos mais recentes, como dos Sírios, os conflitos 
violentos têm sido caracterizados como fenômenos de 
repulsão das pessoas na Síria. Do mesmo modo, 
entende-se que o terremoto que atingiu o Haiti em 
2010, foi um forte fator de repulsão da população local. 
 
Imigração brasileira 
 
Atrelado a isso, existem fatores de atração, ou seja, 
elementos que atraem os imigrantes. Exemplos disso 
são melhores condições de vida, ofertas de emprego, 
segurança contra conflitos internos, guerras civis e 
governos ditatoriais. As oportunidades de uma vida 
mais digna têm atraído pessoas para países como o 
Brasil, que se constitui enquanto um país emergente. 
No Brasil, principalmente os frigoríficos de abate de 
aves na região Sul do país têm tido boa parte de suas 
vagas de emprego ocupadas por imigrantes. 
 
Há uma diferença grande entre o imigrante que migra 
por questões econômicas e aquele que migra 
forçadamente. Muitas pessoas sofrem perseguições 
políticas, religiosas e culturais e são vítimas de 
violências diversas. 
 
Estas pessoas são amparadas por legislações 
específicas, e caracterizadas como refugiados. Elas 
são amparadas em outros países e não podem ser 
encaminhadas forçadamente de volta para seus países 
de origem. Basicamente, são consideradas pessoas 
que precisam de proteção. 
Emigração brasileira 
 
O Brasil é hoje um país que recebe uma significativa 
parcela de imigrantes, mas também são importantes os 
índices de emigração no caso brasileiro, embora não 
mais tão expressivos como nas décadas de 1980 e 
1990. O que acontecem neste período foi muito 
semelhanteao que acontece no Brasil hoje. Os Estados 
Unidos eram o principal alvo dos brasileiros, onde 
haviam empregos que exigiam baixa qualificação e nos 
quais os estadunidenses já não tinham mais interesse. 
 
Hoje verifica-se fenômeno parecido no Brasil, 
especialmente com o uso de mão de obra estrangeira 
nos frigoríficos. Canadá, Japão e Paraguai também 
foram países para os quais muitos brasileiros migraram. 
 
Migrações de retorno 
 
Apesar da expressividade das migrações 
internacionais, no Brasil os fenômenos migratórios 
internos, dentro de uma mesma região, ou 
interestaduais são bastante comuns. Estes geralmente 
são motivados por fatores econômicos, ou seja, uma 
busca pela melhoria das condições de vida. Destacam-
se ainda as migrações de retorno, as quais ocorrem 
quando os indivíduos voltam para seus locais de 
origem, seja pela saudade dos familiares ou por não 
adaptação no novo local de moradia, ou ainda, pela 
melhoria das condições no local em que habitavam 
anteriormente. 
 
De volta ao passado 
 
Milhares de famílias africanas foram separadas durante 
o período de escravidão no Brasil. 
 
Outros povos já viviam em nosso país. Essa mistura 
resultou numa imensa pluralidade étnica e cultural. 
Ainda mantiveram suas práticas, crenças, tradições e 
saberes. Esse longo período foi marcado por 
resistências e lutas contra a escravidão. Não impediu, 
mais tarde, o desenvolvimento de atitudes racistas. 
 
Existe preconceito na medida em que tratamos 
desigualmente pessoas de diferentes etnias. Mesmo 
com todas as conquistas obtidas nos últimos anos, 
persistimos no mito da inferioridade do negro e do índio 
em relação ao branco. Atualmente essa questão 
aparece nos discursos de muitas pessoas, charges, 
textos, na mídia (ataque a artistas negros que se 
destacam profissionalmente) e até mesmo nos livros. 
 
Reconhecer as desigualdades 
 
A partir da abolição da escravidão no Brasil, os 
afrodescendentes têm trilhado um longo caminho com 
o objetivo de promover maior igualdade no país, através 
de manifestações de reconhecimento dessas 
desigualdades, a valorização da diversidade e de 
afirmação das identidades afro-brasileiras. 
 
Reconhecendo que o racismo é um crime sujeito à 
prisão, dessa forma o país deu o direito de dignidade 
aos cidadãos negros e índios. 
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Recentemente, vimos na mídia o crime de racismo 
cometido por uma adolescente de 14 anos contra a filha 
adotiva de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. 
Depois que o ator fez a denúncia, a investigação 
conseguiu encontrar o culpado, ou seja, a garota usou 
o perfil de outra pessoa para cometer o crime. 
 
Onde está a educação moral que deve ser dada dentro 
da família numa fase importante do ser humano? 
 
Desde as origens de nossa sociedade, fomos marcados 
pela discriminação racial e a exclusão dos negros. Mais 
do que um problema, é uma herança deixada pelos 
nossos antepassados. Depois que a escravidão se 
estabeleceu em nosso país, instituiu-se uma ideia - que 
dura até os dias de hoje - de que os negros nasceram 
para os trabalhos braçais, sendo subalternos dos 
brancos civilizados. 
 
Valorizar a contribuição das culturas 
 
Nossa sociedade precisa dar atenção à identidade 
étnico-cultural e ampliar sua compreensão em todos os 
setores. 
 
A finalidade deste debate é construir um país que 
valoriza seu passado, sua cultura e realidade social, 
encontrando em sua diversidade a integração dos 
diferentes, autor espeitando e respeitando o outro, 
independente de características físicas ou sociais. 
 
Destacamos a contribuição dos povos africanos, 
indígenas e europeus, na formação da nação brasileira, 
não somente nos conhecimentos rudimentares, mas, 
sobretudo, nos conhecimentos tradicionais milenares 
transmitidos de geração em geração, notadamente os 
respeitantes à preservação e o respeito à natureza e ao 
meio ambiente. 
 
Exercícios de aprendizagem 
 
01. Nos limites convergentes, as placas tectônicas 
colidem dando origem às grandes cadeias de 
montanhas. A esse fenômeno damos o nome 
de: 
(A) Chocamentos. (C) Empacotamentos. 
(B) Batimentos. (D) Dobramentos. 
 
02. Sobre a hidrosfera terrestre, assinale a 
alternativa INCORRETA. 
(A) A hidrosfera forma um sistema biológico e 
geográfico amplo, dinâmico, rico em espécies e 
autônomo. 
(B) As águas presentes na Terra atuam sobre os 
demais sistemas terrestres, como na 
modelagem do relevo e na distribuição dos 
seres vivos. 
(C) A água presente na atmosfera em forma de 
vapor interfere no clima por meio das chuvas e 
da umidade. 
(D) A hidrosfera terrestre encontra-se em uma 
relação de equilíbrio com a atmosfera, a 
litosfera e a biosfera. 
Ver Resposta 
 
 
03. Dentre os elementos abaixo enumerados, 
assinale aquele que NÃO é um fenômeno 
atmosférico. 
(A) Variação de temperatura. 
(B) Índice de umidade. 
(C) Formação de nuvens. 
(D) Derretimento de geleiras. 
 
04. Todo o planeta Terra é envolvido por uma 
camada de ar. Essa camada gasosa que 
envolve a Terra é chamada de: 
(A) Hidrosfera. (C) Biosfera. 
(B) Atmosfera. (D) Litosfera. 
 
05. Sobre a teoria das placas tectônicas, marque a 
alternativa CORRETA. 
(A) A atmosfera compõe-se de placas rochosas, 
denominadas placas tectônicas ou placas 
litosféricas. Essas placas flutuam sobre o manto 
e movem-se muito lentamente cerca de alguns 
centímetros por ano, ora se aproximando, ora 
se afastando uma da outra. 
(B) A litosfera compõe-se de placas rochosas, 
denominadas placas tectônicas ou placas 
litosféricas. Essas placas flutuam sobre o manto 
e movem-se muito lentamente cerca de alguns 
centímetros por ano, ora se aproximando, ora 
se afastando uma da outra. 
(C) A hidrosfera compõe-se de placas rochosas, 
denominadas placas tectônicas ou placas 
litosféricas. Essas placas flutuam sobre o manto 
e movem-se muito lentamente cerca de alguns 
centímetros por ano, ora se aproximando, ora 
se afastando uma da outra. 
(D) A biosfera compõe-se de placas rochosas, 
denominadas placas tectônicas ou placas 
litosféricas. Essas placas flutuam sobre o manto 
e movem-se muito lentamente cerca de alguns 
centímetros por ano, ora se aproximando, ora 
se afastando uma da outra. 
 
06. A crosta terrestre é a camada superior e sólida 
da Terra onde se encontram as rochas e as 
formas de relevo em geral. Os três tipos de 
rochas, classificadas conforme a gênese, que 
constituem essa camada são: 
(A) Ígneas, magmáticas e vulcânicas. 
(B) Sedimentares, metamórficas e magmáticas. 
(C) Metamórficas, fósseis e minerais. 
(D) Superficiais, intrusivas e extrusivas. 
 
07. A população do Brasil é: 
(A) Regularmente distribuída no território. 
(B) Irregularmente distribuída no território. 
(C) De elevado crescimento vegetativo. 
(D) De crescimento vegetativo nulo ou negativo. 
 
Respostas dos exercícios de aprendizagem 
 
Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 
1D 2A 3D 1D 2A 3C 1D 2A 3D 
4C 5A 6A 4C 5C 6C 4B 5B 6B 
7A 8D 7A 7B 
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http://br.blastingnews.com/porto-alegre/2016/03/jovens-criam-revista-para-divulgar-cultura-afro-no-brasil-e-lutar-contra-preconceitos-00832541.html
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http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-hidrosfera.htm#questao-3
 
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