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APOSTILA - GEOGRAFIA - EM - 1 ANO_GSD

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Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 5 
 
UNIDADE 1 – TRABALHO, CULTURA, SOCIEDADE E OS ELEMENTOS AMBIENTAIS 
 
As relações de trabalho e a sociedade 
 
As relações de trabalho 
estão ligadas às nossas 
relações sociais e à 
nossa realidade material. 
O trabalho é a atividade 
por meio da qual o ser 
humano produz sua 
própria existência. Essa 
afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx 
quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser 
humano exista em função do trabalho, mas é por meio 
dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito 
isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem 
grande influência na construção do sujeito. Assim, 
existem áreas do conhecimento dedicadas apenas a 
estudar as diferentes formas em que se constituem as 
relações de trabalho e seus desdobramentos na vida de 
cada um de nós. 
 
Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as 
relações de trabalho se alteram no fluxo de nossa 
história, as nossas estruturas sociais também são 
alteradas, principalmente a forma como se 
estruturavam nossas relações, posições na hierarquia 
social, formas de segregação e, em grande parte, 
aspectos culturais erguidos em torno das relações de 
trabalho. 
 
O trabalho no decorrer da história 
 
Tomemos como exemplo o rápido processo de 
mudança que atingiu os países europeus no início do 
século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira 
Revolução Industrial. As relações de trabalho, 
anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas 
dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era 
geralmente passado aos filhos, o que garantia a 
construção de uma forte identidade ligada ao labor a 
que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava ligado à 
terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A 
economia baseava-se na troca de serviços ou de 
produtos concretos, e não no valor fictício agregado a 
uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também 
estava agregado à obtenção direta de bens de 
consumo, e não a um valor variável de um salário pago 
com uma moeda de valor igualmente variável. A 
estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma 
mobilidade para os sujeitos, ou seja, um camponês 
nascia e morria camponês da mesma forma que um 
nobre nascia e morria nobre. 
 
As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria 
alteraram profundamente o sentido estabelecido para o 
trabalho e para a relação do sujeito com ele. 
A impessoalidade nas linhas de montagem que a 
adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de 
pessoas amontoavam-se diante de uma atividade 
repetitiva em uma linha de montagem, sem muitas 
vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou 
a ser a principal característica do trabalho industrial. 
O trabalho presente e futuro 
 
As transformações de nossas relações de trabalho não 
pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o 
caráter de nossas atividades modifica-se. Contudo, as 
forças que motivam essas mudanças são outras. 
A globalização é um dos fenômenos mais significativos 
da história humana e, da mesma forma que modificou 
nossas relações sociais mais íntimas, modificou 
também nossas relações de trabalho. A possibilidade 
de estarmos interconectados a todo momento encurtou 
distâncias e alongou nosso período de trabalho. O 
trabalho formal remunerado, que antes estava recluso 
entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos 
persegue até em casa e demanda parte de nosso 
tempo livre, haja vista a crescente competitividade 
inerente ao mercado de trabalho. 
 
A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de 
obra cada vez mais especializada fazem com que o 
trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida 
para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das 
origens das grandes desigualdades sociais da 
sociedade contemporânea, uma vez que apenas 
aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-
se ao processo de formação profissional, caro e 
exigente, conseguem subir na hierarquia social e 
econômica. 
 
A introdução da automação na produção de bens de 
consumo tornou, em grande parte, a mão de obra 
humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército 
de trabalhadores e diminuindo o valor da força de 
trabalho nos países que dispõem de grande população, 
mas com baixa especialização. Como resultado, a 
situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o 
bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção 
que prioriza o lucro monetário, não é um investimento 
que garanta renda imediata. 
 
A Cultura e a Sociedade 
 
A diversidade da vida e da cultura humana e os vários 
tipos de sociedade em que os homens vivem. O 
conceito que damos ao nome cultura está entre as 
noções mais usadas na sociologia. A “cultura” pelo que 
conhecemos pode ser conceitualmente diferenciada de 
“sociedade”, mas há conexões muito próximas entre 
essas noções. Uma sociedade é um sistema de inter-
relações que conecta os indivíduos uns com os outros. 
A Grã-Bretanha, a França e os Estados Unidos são 
sociedades nesse sentido. Incluem milhões de 
pessoas. Outras, como as primeiras sociedades de 
caçadores e coletores, podem ser tão pequenas quanto 
30 ou até 40 pessoas. Todas as sociedades são unidas 
pelo fato de que seus membros são organizados em 
relações sociais estruturadas, de acordo com uma 
cultura única. Porém, acima de todo o conhecimento 
histórico da humanidade, nenhuma cultura poderia 
existir sem cultura. Sem cultura, não seriamos nem 
sequer “humanos”, no sentido em que comumente 
entendemos esse termo. Não teríamos línguas em que 
nos expressar, nenhuma noção de autoconsciência e 
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Escola CENED – EJA: Ensino Fundamental e Médio – Cursos Técnicos de Nível Médio pág. 6 
 
nossa habilidade de pensar e raciocinar seria 
severamente limitada. 
 
Esses elementos culturais são compartilhados por 
membros da sociedade e tornam possível a cooperação 
e a comunicação, formando o contexto comum em que 
os indivíduos numa sociedade vivem suas vidas. Há 
valores e normas fundamentais a todas as culturas que 
são ideias que definem o que é considerado importante, 
válido e desejável. Essas ideias abstratas ou valores 
dão sentido e fornecem direção aos humanos enquanto 
estes interagem com o mundo social. As normas são 
regras de comportamento que refletem ou incorporam 
os valores de uma cultura. Os valores e as normas 
trabalham em conjunto para moldar a forma como os 
membros de uma cultura se comportam dentro de seus 
limites. Os valores e as normas variam enormemente 
através das culturas. Algumas culturas valorizam 
altamente o individualismo, enquanto outras podem 
colocar maior ênfase em necessidades em comum. 
Mesmo dentro de uma sociedade ou comunidade, os 
valores podem ser contraditórios: alguns grupos ou 
indivíduos podem valorizar crenças religiosas 
tradicionais, enquanto outros podem enfatizar o 
progresso da ciência, assim como há pessoas que 
preferem conforto material e sucesso, e outras que 
podem preferir a simplicidade e uma vida tranquila. 
 
Os valores culturais e as normas frequentemente 
mudam através do tempo. Muitas normas que 
consideramos naturais em nossas vidas pessoais, 
como relações sexuais pré-matrimoniais e casais 
vivendo juntos sem estarem casados, contradiziam 
valores sustentados há poucas décadas. No ano 2000, 
uma comissão do governo japonês publicou um 
relatório que resumiu as principais metas para o Japão 
no século XXI. As principais descobertas da comissão 
surpreenderam muitas pessoas: os cidadãos japoneses 
precisam perder seu apego a alguns de seus valores 
principais se o país quiser enfrentar as suas atuais 
mazelas sociais com sucesso. Normas e valores 
culturais são profundamente incrustados e é muito cedo 
para dizer se um mandato governamental terá sucesso 
em alterar os valores japoneses tradicionais. Muitos de 
nossos comportamentos e hábitos cotidianos sãofundados em normas culturais. Um exemplo claro disso 
pode ser visto na forma como as pessoas sorriem, 
particularmente em contextos públicos através de 
diferentes culturas. 
 
 
 
A diversidade cultural não convém apenas as crenças 
culturais que diferem através das culturas. A 
diversidade das práticas e do comportamento humano 
é também notável. Formas aceitáveis de 
comportamento variam amplamente de cultura para 
cultura e, com frequência, contrastam drasticamente 
com o que as pessoas das sociedades ocidentais 
consideram “normais”. No Ocidente, comemos ostras, 
mas não comemos gatinhos ou cães de estimação, 
sendo que ambos são considerados especiarias em 
algumas partes do mundo. Os judeus não comem carne 
de porco, enquanto os indianos comem porco e evitam 
carne de gado. As pequenas sociedades, como as 
sociedades primitivas de caçadores e coletores, 
tendem a ser culturalmente uniformes ou 
monoculturais. 
 
O Japão, por exemplo, tem se mantido bastante 
monocultural e são também marcados por altos índices 
de homogeneidade cultural. A maioria das sociedades 
industrializadas, contudo, está tornando-se 
culturamente mais diversa, ou multicultural. Nas outras 
cidades mais modernas, por exemplo, muitas 
comunidades subculturais vivem lado a lado, indianos 
ocidentais, paquistaneses, indianos, bangladeshianos, 
italianos, gregos e chineses podem todos hoje ser 
encontrados no centro de Londres. As subculturas não 
se referem somente a grupos étnicos ou linguísticos 
dentro de uma sociedade maior que tem como âmbitos 
muito amplos e podem incluir naturalistas, góticos, 
hackers, hippies, rastafáris, fãs de hip-hop ou 
torcedores de times de futebol. 
 
É importante lembrar que toda cultura tem seus 
próprios padrões de comportamento, os quais parecem 
estranhos às pessoas de outras formações culturais. 
 
A cultura faz parte daqueles aspectos da sociedade que 
são aprendidos mais do que herdados. O processo pelo 
qual as crianças, ou outros novos membros da 
sociedade, aprendem o modo de vida de sua sociedade 
é chamado socialização. A socialização conecta 
diferentes gerações umas com as outras. O nascimento 
de uma criança altera as vidas daqueles que são 
responsáveis pela criação, portanto, passam por novas 
experiências de aprendizado. Os cuidados dos pais 
ligam comumente as atividades dos adultos às crianças 
para o restante de suas vidas. 
 
Através do processo de socialização, os indivíduos 
aprendem sobre os papéis sociais na expectativa 
sociais de uma pessoa segue numa posição social. Os 
cenários culturais em que nascemos e amadurecemos 
influenciam nosso comportamento, mas isso não 
significa que os humanos são privados de sua 
individualidade ou do seu livre-arbítrio. No decorrer da 
socialização, cada um de nós desenvolve um sentido 
de identidade e a capacidade para o pensamento e a 
ação independentes. No mundo atual, temos 
oportunidades sem precedentes de moldar a nós 
mesmos e de criar nossas próprias identidades. Somos 
nosso melhor recurso para definir o que somos, de onde 
viemos e para onde vamos. 
 
Em um determinado período curto de nossa existência 
neste planeta, os seres humanos viveram em 
sociedades caçadoras e coletoras. Os caçadores e os 
coletores ganharam seu sustento da caça, da pesca e 
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da coleta de plantas comestíveis que crescem na 
natureza. Essas culturas continuam a existir em 
algumas partes do mundo, como em umas poucas 
partes áridas da África e das florestas do Brasil e da 
Nova Guiné. 
 
Há cerca de 20 mil anos, alguns grupos de caçadores e 
coletores voltaram-se à criação de animais domésticos 
e ao cultivo de áreas fixas de terra como meio de 
sustento. As sociedades pastoris são as que tiram seu 
sustento principalmente de animais domesticados, 
enquanto as sociedades agrárias são aquelas que 
praticam a agricultura. 
 
As primeiras civilizações desenvolveram-se no Oriente 
Médio, comumente em áreas fluviais férteis. O império 
chinês originou-se cerca de 2000 anos Antes da Era 
Comum, quando estados poderosos foram também 
fundados onde hoje são Índia e o Paquistão. O que 
aconteceu que destruiu as formas da sociedade que 
dominaram a história até dois séculos atrás? A reposta, 
numa palavra, seria a industrialização. 
 
Do século XVII até o século XX, os países ocidentais 
estabeleceram colônias em inúmeras áreas antes 
ocupadas por sociedades tradicionais, usando sua 
força militar superior quando necessário. O processo de 
colonialismo, foi crucial, como sabemos, para moldar o 
mapa social do globo terrestre. Muitas sociedades em 
desenvolvimento estão em áreas antes submetidas ao 
domínio colonial na Ásia, África e América do Sul. 
 
Os países em desenvolvimento não são uma unidade, 
a maioria dos países menos desenvolvidos está 
economicamente bastante atrasado em relação às 
sociedades ocidentais, algumas partes ingressaram em 
um processo de industrialização e experimentaram um 
dramático crescimento econômico. 
 
Porém, a mudança social como vimos, os modos de 
vida e as instituições sociais características do mundo 
moderno são radicalmente diferentes mesmo das dos 
passado recente. Durante um período de apenas dois 
ou três séculos, uma fração de minuto no contexto da 
história humana, a vida social humana, foi arrancada 
dos tipos de ordem social em que as pessoas viveram 
por milhares de anos. E isso é difícil de definir, pois há 
uma percepção de que tudo muda, o tempo muda, o 
tempo todo. 
 
Assim as mudanças que ocorrem a cada dia, estão indo 
no curso da história humana, e do mundo, tornando 
diferentes cada vez mais as culturas e a sociedade 
independentemente do que jamais foram. À medida que 
o ritmo do mundo acelera, a mudança persiste, segue, 
caminha, transforma um ponto ou um lugar do planeta 
afetando diretamente outras regiões. 
 
Agentes Transformadores do Relevo 
 
O relevo terrestre, apesar de aparentemente estático, é 
dinâmico e está em constante transformação. Tal 
dinâmica deve-se aos processos internos e externos 
que contribuem para que essa dinâmica aconteça, são 
os agentes transformadores do relevo. 
Os agentes transformadores do relevo são 
classificados conforme a origem de suas ações, 
aqueles que atuam abaixo dos solos são chamados 
de agentes endógenos ou internos e aqueles que 
atuam sobre a superfície são chamados de agentes 
exógenos ou externos. 
 
Agentes Internos 
 
Os agentes internos ou endógenos também são 
chamados de modeladores e costumam ser 
subdivididos em três grupos: o tectonismo, os abalos 
sísmicos e o vulcanismo. Vejamos, abaixo, algumas 
características gerais de cada um. 
 
Tectonismo: Também chamado de diastrofismo, é 
todo e qualquer movimento realizado a partir de 
pressões advindas da região localizada sobre o magma 
da Terra. Aqueles processos de duração longa (sob o 
ponto de vista do tempo geológico) são chamados de 
epirogênese e aqueles de curta duração são chamados 
de orogênese. 
 
Dentre as paisagens formadas pelo tectonismo, temos 
as montanhas, as cordilheiras, os vulcões e todas as 
paisagens que, posteriormente, são novamente 
modificadas pelos agentes externos de transformação 
do relevo. 
 
 
Cordilheira do Himalaia – conjunto de cadeias montanhosas onde se 
encontram as maiores altitudes do mundo. 
 
Abalos sísmicos: estão diretamente ligados à 
dinâmica tectônica. São gerados pelo movimento 
agressivo das massas da crosta interior da Terra ou do 
manto terrestre, resultante de abruptas acomodações 
das camadas rochosas. Podem ser resultantes do 
choque entre duas placas que se encontram 
(movimentos convergentes), do afastamento entre elas 
(movimentos divergentes) ou quando placas vizinhas 
se movimentam lateralmente, raspando uma na outra 
(movimentos transformantes). 
 
 
Exemplo da consequência de um abalo sísmico. 
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Vulcanismo: são atividades de erupção do magma 
localizado no interior da Terra em direção à superfície. 
Esse material quente e pastoso costuma encontrar 
brechas para a sua ascensão nas zonas de encontro 
entre duas placas tectônicas, onde existem falhas e 
fraturas que permitem a sua passagem. 
 
Dos agentes endógenos de transformação do relevo, o 
vulcanismo é o que provoca mudanças na superfície de 
forma mais rápida, através da ação do magma sobre os 
solos, mas também atua de forma lenta, durante a 
formação dos próprios vulcões, o que leva milhares de 
anos para acontecer. 
 
 
Nyiragongo (erupção efusiva) vulcanismo de vale de rifte. 
 
Geralmente, os solos localizados em regiões 
vulcânicas, ou cuja origem remonta a atividades 
vulcânicas em tempos pretéritos, costumam ser 
extremamente férteis, em virtude da quantidade de 
minerais que são liberados durante as erupções. 
 
Agentes externos 
 
Os Agentes externos ou exógenos, também chamados 
de esculpidores, são responsáveis pela erosão 
(desgaste) e sedimentação (deposição) do solo. Eles 
são ocasionados pela ação de elementos que se 
encontram sobre a superfície, como os ventos, as 
águas e os seres vivos. 
 
O agente externo mais atuante sobre a transformação 
dos solos é a água, seja de origem pluvial (chuvas), 
seja de origem fluvial (rios e lagos), ou até de origem 
nival (derretimento do gelo). A ação das águas também 
pode ser dividida em fluvial, marinha e glacial. A água 
provoca transformação e modelagem dos solos e 
contribui para a formação de processos erosivos. 
 
A erosão pluvial ocorre pela ação das águas da chuva, 
que contribuem para o processo de lixiviação (lavagem 
da camada superficial) dos solos. Forma também 
alguns “caminhos” ocasionados pela força das 
enxurradas. Quando mais profundos, esses caminhos 
podem contribuir para a formação de ravinas (erosões 
mais profundas) e voçorocas (quando a erosão é muito 
grande ou quando ela atinge o lençol freático). 
 
A erosão fluvial acontece pela ação dos cursos d’água 
sobre a superfície, modelando a paisagem e 
transportando sedimentos. Podemos dizer que são os 
próprios rios que constroem os seus cursos, pois ao 
longo dos anos, as correntes de água vão desgastando 
o solo e formando os seus próprios caminhos, que vão 
se aprofundando conforme a força dos cursos dos rios 
vai erodindo o solo. 
 
 
Os cursos d’água provocam o desgaste dos solos, formando os 
seus próprios cursos. 
 
A erosão fluvial é causada, também, quando a retirada 
da mata ciliar provoca danos sobre as encostas dos 
rios, que ficam mais frágeis e cedem à pressão das 
águas. 
 
A erosão marinha é aquela provocada pela ação das 
águas do mar sobre a superfície, provocando o 
desgaste das formações rochosas litorâneas. Tal 
processo é lento e gradual, contribuindo para a erosão 
das costas altas (abrasão marinha) e pela deposição de 
sedimentos nas costas mais baixas. Contribui também 
para a modelagem do relevo litorâneo, com as falésias, 
restingas, tômbolas e praias. 
 
A erosão glacial é provocada pelo derretimento de 
geleiras localizadas em regiões montanhosas e de 
elevadas altitudes, que formam cursos d’água que 
modelam a superfície por onde passam. Outra forma de 
ação é o congelamento dos solos, que se rompem com 
a “quebra” das geleiras. 
 
Outro importante agente externo são os ventos, que 
atuam no relevo também em um processo lento e 
gradual, esculpindo as formações rochosas e 
transportando os sedimentos presentes no solo em 
forma de poeira. A ação dos ventos sobre o relevo é 
também chamada de erosão eólica. 
 
 
Exemplo de formação rochosa esculpida pela ação dos ventos. 
 
Além dos processos erosivos, há também 
o intemperismo, que é resultante da ação de 
transformações físicas, químicas e biológicas sobre os 
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solos. Esse processo também é conhecido como 
meterorização e é responsável pela desintegração e 
decomposição dos solos e das rochas. 
 
O intemperismo físico é causado pelas variações 
climáticas, que podem provocar a desintegração das 
rochas, algo comum em regiões extremamente secas 
ou desérticas. Observe na imagem abaixo um exemplo 
de intemperismo físico. 
 
 
Intemperismo causado pela ação do clima. 
 
Já o intemperismo químico ocorre em função da ação 
das águas e da umidade sobre a superfície, 
ocasionando a destruição da base original dos solos. 
Vejamos na imagem abaixo um exemplo de 
intemperismo químico. 
 
 
Dissolução do calcário em contato com a água. 
Exercícios de aprendizagem 
 
01. A teoria da Tectônica de Placas explica como a 
dinâmica interna da Terra é responsável pela 
estrutura da litosfera. Diante do exposto, 
marque a alternativa INCORRETA. 
(A) A litosfera é a parte rígida que compõe a crosta 
terrestre; é segmentada em placas que flutuam 
em várias direções sobre o manto. 
(B) O movimento das placas pode ser convergente 
ou divergente, aproximando-as ou afastando-
as, ou ainda deslizando-as uma em relação à 
outra. 
(C) A tectônica é responsável por fenômenos como 
formação de cadeias montanhosas, deriva dos 
continentes, expansão do assoalho oceânico, 
erupções vulcânicas e terremotos. 
(D) As placas continentais e oceânicas possuem 
semelhante composição mineralógica básica, 
uma vez que essas placas compõem a crosta 
terrestre. 
 
02. Com relação à constituição interna da Terra, 
suas camadas e características gerais, marque 
a alternativa CORRETA. 
(A) A tectônica é responsável por fenômenos como 
formação de cadeias montanhosas, deriva dos 
continentes, expansão do assoalho oceânico, 
erupções vulcânicas e terremotos. 
(B) O núcleo interno, constituído, principalmente, 
de ferro e níquel, encontra-se em estado líquido 
devido às altas temperaturas ali reinantes. 
(C) O núcleo externo encontra-se em estado sólido 
e apresenta uma constituição rochosa. Nele, 
são geradas correntes elétricas que imantam o 
núcleo interno e criam o campo magnético da 
Terra. 
(D) As placas continentais e as oceânicas possuem 
semelhante composição mineralógica básica, 
uma vez que essas placas compõem a crosta 
terrestre. 
 
03. O bloco diagrama representa o processo de 
formação de um fenômeno natural de grande 
magnitude, decorrente da movimentação de 
placas tectônicas. 
(A) No fundo do oceano, com terremoto em 
profundidade, sem deslocamento do solo e 
propagação de ondas gigantes; tsunami. 
(B) Em superfície, sem deslocamento do solo 
oceânico e propagação de ondas gigantes; 
maremoto. 
(C) No fundo do oceano, com deslocamento do solo 
sem propagação de ondas; terremoto. 
(D) No fundo do oceano, com terremoto em 
profundidade, deslocamento do solo e 
propagação de ondas gigantes; tsunami. 
 
04. A teoria da “tectônica de placas”, hoje mais do 
que comprovada empiricamente, explica 
fenômenos como vulcões, terremotos e 
tsunamis. Segundo essa teoria, as placas 
tectônicas: 
(A) Atritam entre si nas extremidades da Terra, 
derretendo as calotas polares. 
(B) Movem-se porque flutuam debaixo dos solos 
dos oceanos, causando abalos no continente. 
(C) Deslizam sobre o magma do interior da Terra e 
chocam-se em alguns pontos da crosta. 
(D) Movimentam-se em conjunto, desenvolvendo 
abalos sísmicos coordenados e previsíveis. 
 
05. Podemos considerar agentes internos e 
externos do Globo Terrestre respectivamente: 
(A) Tectonismo e intemperismo. 
(B) Vento e vulcanismo. 
(C) Águas correntes e intemperismo. 
(D) Vento e águas correntes. 
 
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06. Terremotos são gerados pelos movimentos 
naturais das placas tectônicas da Terra, que 
causam ajustes na crosta terrestre, afetando aorganização das sociedades. Em relação aos 
sismos naturais, é correto afirmar que eles são 
causados por: 
(A) Forças endógenas incontroláveis. 
(B) Energias exógenas excepcionais. 
(C) Forças antrópicas descontroladas. 
(D) Energias antrópicas excepcionais. 
 
07. Como desenvolvimento da Teoria da Tectônica 
de Placas, fenômenos como a formação das 
cadeias montanhosas e das fossas submarinas 
foram melhor compreendidos. Com isso, sabe-
se que a Cordilheira dos Andes se encontra em 
uma região da crosta terrestre que: 
(A) Apresenta uma área de colisão de placas 
tectônicas. 
(B) Forma margem continental do tipo passiva. 
(C) Se situa em uma área de expansão do assoalho 
oceânico. 
(D) Coincide com limites divergentes de placas. 
 
08. O processo que gerou a atual configuração dos 
continentes na superfície do planeta Terra 
resultou da fragmentação e do afastamento das 
terras emersas que, no princípio, constituíam 
um único bloco chamado Pangeia. Duas teorias 
tentam explicar esse processo, são elas: 
(A) A das placas tectônicas e a da descontinuidade 
de Mohorovicic. 
(B) A da deriva continental e a da descontinuidade 
de Gutemberg. 
(C) A das placas tangenciais e a das placas 
continentais. 
(D) A das placas tectônicas e a da deriva 
continental. 
 
Minhas anotações 
 
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UNIDADE 2 – AS RELAÇÕES COTIDIANAS NO ESPAÇO GEOGRAFICO 
 
Paisagem, tempo, espaço geográfico e sua 
construção 
 
O espaço geográfico é a superfície terrestre na qual os 
seres humanos vivem e produzem constantemente 
medicações. É o resultado da ação humana sobre a 
natureza. É o espaço produzido e apropriado pela 
sociedade, composta pela inter-relações entre sistema 
de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas 
de ações – relações sociais, culturais e econômicas. 
 
Deve ser considerado como algo que participa 
igualmente da condição do social e do físico, um misto, 
um híbrido; constituído por lugares, por paisagens, por 
regiões, por territórios e territorialidades. Tudo o que 
existe vem da natureza, como os materiais utilizados na 
construção de uma ponte, de um edifício, de uma 
hidrelétrica etc., mas esses materiais já não são apenas 
elementos da natureza em sua forma pura, ou seja, não 
são mais aquilo que chamamos de primeira natureza. 
Eles passaram por processos de transformação e 
adaptação aos diversos usos da sociedade humana. 
 
O ferro, por exemplo, dos pregos e das vigas da 
construção civil foi extraído do subsolo (como visto nas 
imagens anteriores) e precisou ser bastante 
modificado. É a transformação da primeira natureza em 
uma segunda natureza. A transformação das matérias-
primas em materiais utilizados nas diversas atividades 
humanas é realizada por meio do trabalho. Assim, por 
meio do trabalho, as pessoas estabelecem relações 
entre si (o trabalho é uma atividade social, realizada 
pelas pessoas em conjunto e de forma 
interdependente) e com a natureza (é dela que vêm 
todas as coisas que utilizamos que transformamos). 
 
Logo, o ser humano cria ou produz o seu próprio 
ambiente, o seu próprio espaço geográfico, 
modificando constantemente. Atualmente, o espaço 
geográfico é global, mundial, uma vez que a 
humanidade ocupa ou provoca modificações em toda a 
superfície terrestre, e todos os seus lugares são 
interligados e interdependentes. O lugar pode ser, a um 
só tempo, espaço do singular e de realização do global, 
onde ocorrem as relações de consenso e de conflitos, 
de dominação e de resistência, base da (re) produção 
da vida, em que o trivial e o familiar revelam as 
transformações do mundo e servem de referência para 
identificá-las e explicá-las. 
 
É o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a 
identidade parecem presentes, revelando 
especificidades, subjetividades e racionalidades; é no 
lugar que as empresas negociam seus interesses, de 
onde querem se instalar ou de onde vão se retirar, o 
que afeta a organização soco espacial dos locais 
envolvidos pela sua presença/ausência. Se, por um 
lado, o conceito de lugar guarda uma dimensão 
objetiva, por outro, guarda uma dimensão subjetiva, 
sendo a porção do espaço apropriável para a vida, que 
faz parte do cotidiano, que é vivido, reconhecido e no 
qual se cria identidade espacial; é onde a vida acontece 
de fato. 
A paisagem é materialização de um instante da 
sociedade, de um momento histórico, formada por 
objetos materiais (visíveis) e não materiais (invisíveis). 
Está relacionada a tudo que os sentidos humanos 
podem perceber e aprender da realidade de 
determinado espaço geográfico ou parte dele – 
relacionado à sensibilidade humana. Embora a visão 
seja o principal sentido com o qual se observa a 
realidade, outros sentidos também podem participar da 
identificação da paisagem, introduzindo-se informações 
como sons e odores em sua descrição. 
 
A paisagem pretérita apresentava um conjunto de 
muitos elementos naturais, no entanto a paisagem 
humanizada (artificial) tem se expandido, à medida que 
o homem altera a natureza. A paisagem artificial é a 
paisagem construída e transformada pelo homem a 
partir do trabalho e das técnicas. Se, no passado, havia 
a predominância de paisagens naturais, hoje essamodalidade praticamente não existe mais. Sendo que 
quanto mais complexo e desenvolvido for o meio 
técnico-científico, mais afastado de um mundo natural 
estaremos emergindo em um mundo artificial. 
 
Para que a paisagem possa ser analisada e 
compreendida, ela precisa ser vista para além de sua 
aparência; deve-se buscar sua explicação para aquilo 
que está por detrás, isto é, deve-se ir além da descrição 
e enumeração dos fatos, compreendendo os processos 
de sua constituição. Pois a paisagem faz parte de uma 
totalidade sócio espacial, que é determinada por 
interesses econômicos e políticos, definidos em 
diferentes escalas geográficas; atendendo a funções 
sociais diferentes – heterogêneas –, pois é um conjunto 
de objetos com diferentes datações e em constante 
processo de transformação, um híbrido de espaço e 
tempo. 
 
O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo 
homem ao longo da história. Que contém um passado 
histórico e foi transformado pela organização social, 
técnica e econômica daqueles que habitaram ou 
habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o 
palco das realizações humanas”). 
 
Um conceito bastante presente na geografia em geral, 
o espaço geográfico apresenta definição bastante 
complexa e abrangente. Outros conceitos também 
relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão 
contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um 
local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, 
e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão 
alcança e é produto da percepção. 
 
A primeira definição de “espaço” foi feita pelo 
filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do 
vazio e lugar como posição de um corpo entre outros 
corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte 
do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto 
importante da estrutura do espaço geográfico, a 
localização. 
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Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o 
espaço como sendo algo não passível de percepção, 
porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant 
introduziu a ideia de que o espaço é algo separado dos 
demais elementos espaciais. Entretanto, suas ideias 
não permitem concebê-lo como algo constituído de 
significado ou estrutura própria. 
 
Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um 
componente essencial para a compreensão do espaço, 
com ser que cria e modifica espaços de acordo com 
suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a 
concepção filosófica de espaço proposta por Maurice 
Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) 
onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a 
posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são 
concepções filosóficas do espaço que, entretanto, 
diferem um pouco da concepção geográfica. 
 
A concepção geográfica de espaço que predominou de 
1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse 
considerado como objeto de estudo, foi a introduzida 
por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de 
“espaço vital” se confundia com a de território a medida 
em que era atrelado a ele uma relação de poder. 
Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o 
espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos 
que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e 
tempo são desprezados. 
 
A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à 
noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as 
mesmas propriedades físicas em todas as direções, 
homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente 
econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, 
etc.). 
 
Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à 
geografia crítica, que tem como base os pensamentos 
marxistas e para a qual o espaço é definido como o 
locus da reprodução das relações sociais de produção. 
Nesta concepção espaço e sociedade estão 
intimamente ligados. 
 
Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica 
para geografia que passa a encarar o espaço como 
fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES 
(1999), o espaço “é produto das relações entre homens 
e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é 
fator que interfere nas mesmas relações que o 
constituíram. O espaço é, então, a materialização das 
relações existentes entre os homens na sociedade.”. 
 
Não há, no entanto, um consenso entre os geógrafos 
sobre o que seria, exatamente, o espaço geográfico, 
haja vista que muitos deles orientam-se a partir de 
diferentes correntes de pensamento que apresentam 
diferentes perspectivas. Por exemplo, para a corrente 
Nova Geografia, o espaço geográfico corresponde à 
organização da sociedade e seus elementos sobre o 
meio. 
 
Há autores, como Richard Hartshorne, que defendem 
que o espaço geográfico é apenas uma construção 
intelectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, 
nesse caso, uma concepção da forma como nós 
enxergamos a realidade no sentido de apreender como 
acontece a espacialização da sociedade e tudo o que 
por ela foi construído. 
 
Já Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um 
conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens 
e elementos artificiais e as ações humanas que 
manejam tais instrumentos no sentido de construir e 
transformar o meio, seja ele natural ou social. 
Para os geógrafos humanistas, porém, o conceito de 
espaço geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, 
cultural e individual. Nesse sentido, o espaço é o local 
de morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o 
meio de vivência onde as pessoas imprimem suas 
marcas cotidianamente, proporcionando novas leituras 
à medida que a compreensão do mundo se modifica. 
 
Portanto, se consideramos apenas algumas das várias 
definições existentes, podemos perceber que o 
conceito em questão possui várias visões conflitantes 
entre si. O que, no entanto, pode ser estabelecido como 
consenso é que o espaço geográfico representa a 
intervenção do homem sobre o meio, ou seja, um 
produto (que, dependendo da abordagem, pode 
também ser um produtor) das relações humanas e suas 
práticas sobre o substrato natural. 
 
Se ao longo de um rio, por exemplo, constrói-se uma 
ponte, estamos provocando a alteração das paisagens 
locais, o que representa a expressão do espaço 
geográfico. Se em uma cidade adotam-se medidas de 
revitalização de áreas degradadas, temos aí a 
transformação do espaço. Portanto, tudo o que é 
construído pelo homem é, notadamente, geográfico: 
hidrelétricas, cidades, campos agrícolas, sistemas de 
irrigação, entre outros elementos, são as construções 
mais visíveis do espaço geográfico. 
 
 
 
Quando observamos um lugar, podemos descrever os 
elementos que formam a paisagem deste lugar: 
florestas, campos, indústrias, vilas etc., no entanto, 
para que a paisagem possa ser vista como dado 
geográfico, temos que estabelecer as relações 
econômicas e sociais, responsáveis pelo retrato de um 
lugar no espaço geográfico (a paisagem). 
 
Como consequência, as paisagens modicam-se, 
conforme as relações econômicas e sociais que 
ocorrem nesse espaço. A região é a busca por 
fragmentos do espaço geográfico que apresentam 
internamente características semelhantes, de acordo, 
sobretudo, com os critérios e elementos elencados por 
quem está regionalizando – o processo de 
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http://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/richard-hartshorne.htm
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/milton-santos.htm
 
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regionalização é o que dá origem às regiões. Os 
elementos internos de uma região não são idênticos, 
mas, quando comparados aos elementos de outra 
região, percebe-se certa homogeneidade interna. Para 
se empreender um processo de regionalização, é 
preciso estabelecer um conjunto de objetivos e critérios 
segundoos quais o espaço será dividido, podendo 
esses critérios ser de ordem natural, política, 
econômica, social, cultural etc. Vários tipos de 
regionalização para o mesmo espaço podem ser 
propostos, seguindo objetivos e critérios específicos. 
 
Atualmente, o desenvolvimento e a aceleração de uma 
economia que se tornou mundializada, sobretudo pelos 
progressos realizados no domínio dos transportes e das 
comunicações, faz com que nenhum espaço do planeta 
escape ao processo de globalização e fragmentação, 
isto é, individualização e regionalização. Sendo assim, 
as diversas regiões tornam-se resultado da combinação 
de elementos que agem em diferentes escalas 
geográficas (local, regional, nacional e mundial) 
impactando ao mesmo tempo, ou seja, não é possível 
compreender a regionalização de qualquer espaço sem 
levar em consideração vetores que acontecem fora 
dela. 
 
A compreensão do termo território não se restringe, à 
sua situação de conceito geográfico, pois faz parte do 
uso corrente de outras ciências, em que é adotado com 
significados diferentes. Portanto, na geografia, o 
significado de território está relacionado ao domínio 
social sobre o espaço, que se constitui em relações de 
poder que derivam da ação combinada do ato de 
ocupar a área, de utilizá-la e de delimitá-la, ou seja, é o 
meio geográfico apropriado por uma determinada 
sociedade e, delimitado por uma ação intencional de 
fechar o espaço e, assim, torná-lo exclusivo para o 
grupo que o ocupou. Nem sempre estas relações, que 
constituem e desfazem os vínculos dos grupos 
humanos com os seus territórios, são harmoniosas, 
gerando, ora ou outra, conflitos entre grupos que 
possuem interesses sobre o mesmo espaço. 
 
Da mesma forma que ocorre com as outras categorias 
espaciais, o território pode ser identificado em vários 
níveis escalares, como, por exemplo, em escala 
mundial, nacional, regional e local. As discussões a 
respeito da territorialidade destacam a possibilidade de 
que as relações de poder não necessariamente 
efetivem áreas de ocupação e controle de 
determinados agentes, em que as fronteiras podem se 
manifestar instáveis. 
 
A territorialidade se mantém associada às relações de 
poder, de gestão, de controle e se apresenta como 
tentativa de constituir um território, nem sempre 
materializável, por meio de fronteiras bem delimitadas. 
As disputas de grupos rivais pelo controle do tráfico de 
drogas nas favelas, as áreas de prostituição em 
diversas regiões das cidades e as ocupações dos 
movimentos de trabalhadores sem-terra são exemplos 
de como a territorialidade pode se constituir. 
 
Atualmente, a nova economia mundial, baseada nos 
avanços dos meios de comunicação e nos meios de 
transportes, provocou o surgimento das chamadas 
redes geográficas. Essas redes adquirem cada vez 
mais importância no contexto atual e são o meio pelo 
qual se desenvolvem e se manifestam os diferentes 
tipos de -fluxos, conforme o tipo de rede e de seus nós. 
 
O desenvolvimento da tecnologia da informação 
favoreceu a base material para a expansão das redes 
em toda estrutura social, a ponto de que a tendência 
seja que, cada vez mais, a sociedade se organize em 
forma de redes geográficas materiais e não materiais. 
 
Entender o conceito e a materialização dessas diversas 
redes é precípuo para compreender a organização 
espacial da economia capitalista em seu estágio atual. 
A rede urbana é uma forma simples de compreender a 
organização em redes. Nesse caso, identifica- se uma 
hierarquia de cidades conforme sua importância 
socioeconômica, sendo seus nós compostos por 
cidades globais, metrópoles nacionais, metrópoles 
regionais, centros regionais, sub-centros regionais e 
cidades locais. Há uma interligação, a partir dos meios 
de transportes e comunicação, dos nós da rede urbana, 
entre os quais se estabelecem -fluxos de mercadorias, 
pessoas, serviços etc. 
 
Quanto maior a qualidade e a quantidade de bens e 
serviços disponibilizados nesses centros urbanos, 
maior sua importância na rede. Os conceitos 
geográficos até aqui discutidos tiveram o objetivo de 
servir como instrumento para a compreensão do 
mundo. O estudo dos conceitos não deve, no entanto, 
ser realizado de forma isolada e esgotar-se em si 
mesmo, pois somente adquirem real significado quando 
associados às realidades humanas. Faremos isso ao 
longo dos nossos estudos. 
 
A Terra no espaço 
 
 
 
O Planeta Terra está situado na via Láctea e faz parte 
do sistema solar, de todos os planetas integrantes 
somente a Terra possui temperaturas favoráveis ao 
desenvolvimento e proliferação da vida, isso por que 
nosso planeta não é muito quente e nem muito frio. 
 
Em circunstâncias normais a temperatura média da 
Terra é de 15ºC. 
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A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol. É o quinto 
maior e mais massivo dos oito planetas do Sistema 
Solar, sendo o maior e o mais massivo dos quatro 
planetas rochosos. Além disso, é também o corpo 
celeste mais denso do Sistema Solar. A Terra também 
é chamada de Mundo ou Planeta Azul. 
 
Abrigo de milhões de espécies de seres vivos, que 
incluem os humanos, a Terra é o único lugar no 
universo onde a existência de vida é conhecida. O 
planeta formou-se há 4,54 biliões (ou bilhões em 
português do Brasil) de anos atrás, e as primeiras 
evidências de vida surgiram um bilião de anos depois. 
 
Desde então, a biosfera terrestre alterou de forma 
significativa a atmosfera do planeta, permitindo a 
proliferação de organismos aeróbicos, bem como a 
formação de uma camada de ozono. Esta, em conjunto 
com o campo magnético terrestre, absorve as ondas do 
espectro eletromagnético perigosas à vida (raios gama, 
X e a maior parte da radiação ultravioleta), permitindo 
assim a vida no planeta. As propriedades físicas do 
planeta, bem como sua história geológica e sua órbita, 
permitiram que a vida persistisse durante este período. 
Acredita-se que a Terra poderá suportar vida durante 
mais 1,5 biliões de anos. Após este período, o brilho do 
Sol terá aumentado, aumentando a temperatura no 
planeta, tornando o suporte da biosfera insuportável. 
 
A crosta terrestre é dividida em vários segmentos 
rígidos, chamados de placas tectónicas, que migram 
gradualmente ao longo da superfície terrestre com o 
tempo. Cerca de 71% da superfície da Terra está 
coberta por oceanos de água salgada, consistindo os 
restantes 29% em continentes e ilhas. A água no estado 
líquido, necessária para a manutenção da vida como se 
conhece, não foi descoberta em nenhum outro corpo 
celeste no universo. O interior da Terra permanece 
ativo, com um manto espesso relativamente sólido, um 
núcleo externo líquido, e um núcleo interno sólido, 
composto primariamente de ferro e níquel. 
 
A Terra interage com outros objetos no espaço, 
incluindo o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o 
Sol uma vez para cada 366,26 rotações. Isto é o 
chamado ano sideral, que equivale a 365,26 dias 
solares. O eixo de rotação da Terra possui uma 
inclinação de 23,4°, em relação ao seu plano orbital, 
produzindo as estações do ano. A Lua é o único satélite 
natural conhecido da Terra, orbitando o planeta há já 
4,53 bilhões de anos. A Lua é a responsável pelas 
marés, e estabiliza a inclinação do eixo terrestre, além 
de diminuir gradualmente a rotação do planeta. Há 
cerca de 4,1 a 3,8 bilhões de anos atrás, durante o 
intenso bombardeio tardio, impactos de asteroides 
causaram mudanças significativas na superfície 
terrestre. 
 
Os recursos minerais da Terra, em conjunto com os 
produtos da biosfera, fornecem recursos que são 
utilizados para suportar uma população humana em 
escala global. Os habitantes da Terra estão agrupados 
em cerca de 200 estados soberanos, que interagem 
entre si. 
A estrutura da Terra 
 
O interior da Terra, assim como o interior de outros 
planetas telúricos, é divididopor critérios químicos 
numa camada externa de silício, denominada crosta, 
um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste 
numa porção sólida envolvida por uma pequena 
camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um 
campo magnético devido à convecção de seu material, 
eletricamente condutor. 
 
O material do interior da Terra encontra frequentemente 
a possibilidade de chegar à superfície, através de 
erupções vulcânicas e fendas oceânicas. 
 
Grande parte da superfície terrestre é relativamente 
nova, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes 
mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhões 
de anos. 
 
 
 
As camadas terrestres, a partir da superfície são: 
 
Crosta (de 0 a 30/35 km) 
Litosfera (de 0 a 60,2 km) 
Astenosfera (de 100 a 700 km) 
Manto (de 60 a 2900 km) 
Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km) 
Núcleo interno (sólido - mais de 5100 km) 
 
No seu todo, a Terra possui, aproximadamente, a 
seguinte composição em massa: 
 
• 34,6% de Ferro; 
• 30,2% de Oxigénio; 
• 15,2% de Silício; 
• 12,7% de Magnésio; 
• 2,4% de Níquel; 
• 1,9% de Enxofre; 
• 0,05% de Titânio. 
 
O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O 
calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante 
sua formação, e calor adicional é constantemente 
gerado pelo decaimento de elementos radioativos como 
urânio, tório e potássio. O fluxo de calor do interior para 
a superfície é pequeno se comparado à energia 
recebida pelo Sol (a razão é de 1/20 000). 
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Núcleo 
 
A massa específica média da Terra é de 5,515 
toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta 
mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa 
específica do material superficial da Terra é apenas 
cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se 
concluir que materiais mais densos existem nas 
camadas internas da Terra (devem ter uma densidade 
de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em 
seus primeiros momentos de existência, há cerca de 
4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais 
líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os 
objetos muito densos foram sendo empurrados para o 
interior do planeta (o processo é conhecido como 
diferenciação planetária), enquanto que materiais 
menos densos foram trazidos para a superfície. Como 
resultado, o núcleo é composto em grande parte por 
ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. 
Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são 
muitos raros para serem considerados, ou tendem a se 
ligar a elementos mais leves, permanecendo então na 
crosta. 
 
O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, 
interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo 
líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é 
composto, segundo se acredita, primariamente por 
ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o 
núcleo interno pode estar na forma de um único cristal 
de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro 
líquido e níquel líquido (a combinação é chamada 
NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que 
realmente seja líquido, pois não tem capacidade de 
transmitir certas ondas sísmicas. A convecção desse 
núcleo líquido, associada a agitação causada pelo 
movimento de rotação da Terra, seria responsável por 
fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de 
um processo conhecido como teoria do dínamo. O 
núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para 
manter um campo magnético (veja temperatura Curie), 
mas provavelmente estabiliza o campo magnético 
gerado pelo núcleo líquido. Evidências recentes 
sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais 
rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus 
por ano. Tanto entre a crosta e o manto como entre o 
manto e o núcleo existem zonas intermediárias de 
separação, as chamadas descontinuidades. 
 
Manto 
 
O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma 
profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior 
do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É 
composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. 
Também apresenta características físicas diferentes da 
crosta. O material de que é composto o manto pode 
apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta 
viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao 
contrário do que se possa imaginar, a tendência em 
áreas de alta pressão é que as rochas se mantenham 
sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que 
os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de 
cada camada do manto tem seu papel na determinação 
do estado físico local. 
O manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As 
temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius 
(na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus 
Celsius (na parte que faz interface com o núcleo). 
 
Crosta 
 
A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma 
extensão variável de acordo com a posição geográfica. 
Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas 
geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de 
profundidade. É composta basicamente por silicatos de 
alumínio. 
 
A superfície terrestre 
 
O terreno da superfície terrestre varia 
significativamente de região para região. Cerca de 
70,8% da superfície terrestre é coberta por água, com 
muito da plataforma continental localizado abaixo do 
nível do mar. A superfície submergida possui 
características montanhosas, incluindo um sistema 
dorsal oceânica global, bem como vulcões oceânicos, 
fossas oceânicas, vales oceânicos, planaltos oceânicos 
e planícies abissais. Os 29,2% restantes não coberto 
por água consistem de montanhas, desertos, planícies, 
planaltos e outras geomorfologias. 
 
O formato da superfície da Terra muda gradualmente 
ao longo de períodos geológicos, devido aos efeitos da 
erosão e das placas tectónicas. Características 
geológicas criadas ou deformadas pelas placas 
tectónicas estão sujeitos a condições tais como 
precipitação, ciclos termais e efeitos químicos, bem 
como a geleiras, erosão litoral, recifes de corais e 
impactos de grandes meteoritos, que constantemente 
modelam o terreno da superfície terrestre. 
 
A pirosfera é a camada mais externa da Terra que é 
composta por solo, e é sujeita a piogênese. A pirosfera 
é modelada através da interação da litosfera, da 
atmosfera, da hidrosfera e da biosfera. No presente, 
cerca de 13,31% da superfície de terra firme do planeta 
é arável, com apenas 4,71% de área cultivável 
permanentes. Cerca de 40% da terra firme é utilizada 
para a agricultura e a pastagem dos animais, com 
3,4×107 km² utilizados como pastagens e 1,3×107 km² 
utilizados como terrenos agrícolas. 
 
As elevações dos terrenos em terra firme variam a um 
mínimo de -418 m no Mar Morto para 8848 m no topo 
do Monte Evereste. A altura média da superfície 
localizada acima do nível do mar é de 840 m. 
 
A formação do planeta Terra 
 
O planeta poderá ter-se formado pela agregação de 
poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por 
meio de violentas reações químicas. O aumento da 
massa agregada e da gravidade catalisou impactos de 
corpos maiores. Essa mesma força gravitacional 
possibilitou a retenção de gases constituindo uma 
atmosfera primitiva. Os processos de formação do 
planeta Terra são a careçam, diferenciação e 
desintegração radioativa. O envoltório atmosférico 
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primordial atuou como isolante térmico, criando o 
ambiente na qual se processou a fusão dos materiais 
terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como 
o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais 
leves localizaram-se nas proximidades da superfície. 
Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do 
planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta 
(litosfera). O conhecimento dessa estruturadeve-se à 
propagação de ondas sísmicas geradas pelos 
terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, 
variam de velocidade ao longo do seu percurso até a 
superfície, o que prova que o planeta possui estrutura 
interna heterogénea, ou seja, as camadas internas 
possuem densidade e temperatura distintas. 
 
A partir do arrefecimento superficial do magma, 
consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas 
magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura 
geológica denominados escudos cristalinos ou maciços 
antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta 
terrestre. A libertação de gases decorrente da 
volatizarão da matéria sólida devido a altas 
temperaturas e também, posteriormente, devido ao 
resfriamento, originou a atmosfera, responsável pela 
ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de 
lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se 
o processo de intemperismo (decomposição das 
rochas) responsável pela formação dos solos e 
consequente início da erosão e da sedimentação. 
 
As partículas minerais que compõem os solos, 
transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do 
tempo, para as depressões que foram preenchidas com 
esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias 
sedimentares (bacias sedimentares são depressões da 
crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de 
preenchimento, por material de natureza sedimentar), 
e, com a sedimentação (compactação), as rochas 
sedimentares. No decorrer desse processo, as 
elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram 
enorme desgaste pela ação dos agentes externos, 
sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam 
altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa 
erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil 
como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, e, 
em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os 
Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes 
Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços 
antigos apresentam disponibilidade de minerais 
metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, 
bastante explorados economicamente. 
 
Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo 
de minério. O carvão mineral e o petróleo são 
frequentemente encontrados nas bacias sedimentares. 
Já os dobramentos modernos são os grandes 
alinhamentos montanhosos que se formaram no 
contato entre as placas tectónicas em virtude do seu 
deslocamento a partir do período Terciário da era 
Cenozoica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na 
Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovénia, Itália, 
Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a 
oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do 
subcontinente indiano), e as Montanhas Rochosas. 
Rotação e translação, dias e noites e as estações do 
ano 
 
Embora pareça que o Planeta Terra permaneça sempre 
imóvel, ele, assim como os outros planetas do Sistema 
Solar, realiza vários movimentos. Os dois principais 
movimentos realizados pela Terra são: rotação e 
translação. Vale ressaltar que estes dois movimentos 
ocorrem simultaneamente. 
 
Movimento de rotação 
 
É o movimento que a Terra faz em volta de seu próprio 
eixo. É um movimento feito no sentido anti-horário, ou 
seja, de oeste para leste. Por isso, o Sol parece nascer 
no Leste e se pôr no Oeste (esta posição varia no 
decorrer do ano, por isso não é uma posição fixa). O 
movimento completo tem a duração de 23 horas e 56 
minutos. 
 
Graças ao movimento de rotação, existe o dia e a noite. 
Enquanto a superfície de metade do nosso planeta fica 
voltada para o Sol temos o dia nesta parte (com 
presença da luz solar). Já a noite ocorre quando a outra 
parte do planeta não recebe a luz solar, ficando no 
escuro. 
 
Movimento de Translação 
 
É o movimento que o Planeta Terra faz ao redor do Sol. 
Chamado de órbita terrestre, este movimento é elíptico 
(forma de elipse). A translação completa tem a duração 
de 365 dias, 5 horas e, aproximadamente, 48 minutos. 
Chamamos de ano a volta completa que nosso planeta 
dá ao redor do Sol. A velocidade da Terra neste 
movimento é de 107 mil quilômetros por hora. 
 
Outros movimentos 
 
- Mutação: oscilação pequena e periódica no eixo de 
rotação da Terra. É gerada pela força de atração 
gravitacional entre a Lua e o Sol com a Terra. Este 
movimento tem um ciclo de 18,6 anos. 
 
- Revolução: deslocamento no nosso planeta em 
relação ao centro da Via Láctea. 
 
- Precessão dos Equinócios: lenta mudança na 
direção do eixo de rotação da Terra. É exercida pelas 
forças da maré da Lua e Sol sobre a protuberância 
equatorial da Terra. 
 
Não se sabe exatamente quando o ser humano 
descobriu que a Terra é esférica. Os antigos gregos, 
observando a sombra da Terra sobre a Lua durante os 
eclipses, já tinham certeza da esfericidade de nosso 
planeta. O desaparecimento progressivo das 
embarcações que se distanciavam no horizonte do mar 
também fornecia argumentos aos defensores dessa 
ideia. Erastóstenes (276 a.C.-194 a.C.), astrônomo e 
matemático grego, foi o primeiro a calcular, há mais de 
2 mil anos, com uma precisão impressionante, a 
circunferência da Terra. 
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A diferença entre a circunferência calculada por 
Erastóstenes (40 000 quilômetros) e a determinada 
hoje, com o auxílio de métodos muito mais precisos (40 
075 quilômetros, no equador), como se vê, é bem 
pequena. 
 
A esfericidade de nosso planeta é responsável pela 
existência das diferentes zonas climáticas (polares, 
temperadas e tropicais), porque os raios solares 
atingem a Terra com diferentes inclinações e 
intensidades. Próximo ao equador, os raios solares 
incidem perpendicularmente sobre a superfície 
terrestre, porém, quanto mais nos afastamos dessa 
linha, mais inclinada é essa incidência. 
Consequentemente, a mesma quantidade de energia 
se distribui por uma área cada vez maior, diminuindo, 
portanto, sua intensidade. Esse fato torna as 
temperaturas progressivamente mais baixas à medida 
que nos aproximamos dos polos. 
 
O eixo da Terra é inclinado em relação ao plano de sua 
órbita ao redor do Sol (movimento de translação). Uma 
consequência desse fato é a ocorrência das estações 
do ano. 
 
 
 
Em 21 ou 22 de dezembro, o hemisfério sul recebe os 
raios solares perpendicularmente ao trópico de 
Capricórnio; dizemos, então, que está ocorrendo o 
solstício de verão. 
 
O solstício (do latim solstitium, ‘Sol estacionário’) define 
o momento do ano em que os raios solares incidem 
perpendicularmente ao trópico de Capricórnio, dando 
início ao verão no hemisfério sul. Depois de incidir 
nessa posição, parecendo estacionar por um momento, 
o Sol inicia seu movimento em direção ao norte. Esse 
mesmo instante marca o solstício de inverno no 
hemisfério norte, onde os raios estão incidindo com 
inclinação máxima. 
 
Seis meses mais tarde, em 20 ou 21 de junho, quando 
metade do movimento de translação já se completou, 
as posições se invertem: o trópico de Câncer passa a 
receber os raios solares perpendicularmente (solstício), 
dando início ao verão no hemisfério norte e ao inverno 
no. Em 20 ou 21 de março e em 22 ou 23 de setembro, 
os raios solares incidem sobre a superfície terrestre 
perpendicularmente ao equador. Dizemos então que 
estão ocorrendo os equinócios (do latim aequinoctium, 
‘igualdade dos dias e das noites’), ou seja, os 
hemisférios estão iluminados por igual. 
Nesses momentos, iniciam-se, respectivamente, o 
outono e a primavera no hemisfério sul, ocorrendo o 
inverso no hemisfério norte. O dia e a hora do início dos 
solstícios e dos equinócios mudam de ano para ano; 
consequentemente, a duração de cada estação 
também varia. 
 
Os raios solares só incidem perpendicularmente em 
pontos localizados entre os trópicos (a chamada zona 
tropical), que, por isso, apresentam temperaturas mais 
elevadas. Nas zonas temperadas (entre os trópicos e 
os círculos polares) e polares, o Sol nunca ficaa pino, 
porque os raios sempre incidem obliquamente. 
 
Outra consequência da inclinação do eixo terrestre, 
associada ao movimento de rotação da Terra, é a 
desigual duração do dia e da noite ao longo do ano. Nos 
dois dias de equinócio, quando os raios solares incidem 
perpendicularmente ao equador, o dia e a noite têm 12 
horas de duração em todo o planeta, com exceção dos 
polos, que têm 24 horas de crepúsculo. No dia de 
solstício de verão, ocorrem o dia mais longo e a noite 
mais curta do ano no respectivo hemisfério; já no 
solstício de inverno, acontecem a noite mais longa e o 
dia mais curto. 
 
Coordenadas geográficas: paralelos, meridianos 
latitude, longitude e fusos horários 
 
Os paralelos e meridianos são linhas imaginárias 
traçadas para definir cartograficamente os diferentes 
pontos da Terra. A principal função dessas linhas é 
estabelecer as latitudes e as longitudes para assim 
precisar as coordenadas geográficas dos diferentes 
lugares do planeta. Trata-se, portanto, de círculos ou 
semicírculos que circundam a Terra nos sentidos norte-
sul e Leste-Oeste. 
 
Os paralelos são os eixos que circundam 
imaginariamente o planeta no sentido horizontal. A 
partir deles, são medidas, em graus, as latitudes, que 
variam de -90º a 0º para o sul e de 0º a 90º para o norte. 
 
Existem alguns paralelos “especiais”, como é o caso 
da Linha do Equador. Essa linha imaginária possui o 
mérito de possuir uma igual distância em relação aos 
dois polos do planeta. 
 
Desse modo, tudo que está acima dela representa 
o hemisfério norte, também chamado de boreal ou 
setentrional, e tudo o que está abaixo representa o 
hemisfério sul, também chamado de austral ou 
meridional. 
 
O Equador também é importante por ser a zona da 
Terra que mais recebe os raios solares no sentido 
perpendicular, quando eles são mais fortes. 
 
Existem outros importantes paralelos: os trópicos. 
O Trópico de Câncer, localizado ao norte na latitude de 
23º 27º (23 graus e 27 minutos), é a linha que indica o 
limite máximo em que os raios solares incidem 
verticalmente sobre a Terra durante os solstícios. 
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http://brasilescola.uol.com.br/geografia/coordenadas-geograficas.htm
 
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O Trópico de Capricórnio, por sua vez, possui a mesma 
função em relação ao hemisfério sul, com latitude de -
23º27'. 
 
Os meridianos representam as linhas imaginárias 
traçadas verticalmente sobre o globo terrestre. Nesse 
sentido, ao contrário do que acontece com a Linha do 
Equador, não existe uma zona de iluminação mais 
acentuada, não havendo, portanto, um “centro” da 
Terra. Eles são utilizados para medir as longitudes, que 
variam de -180º a 0º a oeste e de 0º a 180º a leste. 
 
No final do século XIX, por convenção, foi criado 
o Meridiano de Greenwich, com longitude de 0º. Esse 
meridiano divide a Terra no sentido vertical, originando, 
dessa forma, o hemisfério leste ou oriental, com 
longitudes positivas, e o hemisfério oeste ou ocidental, 
com longitudes negativas. 
 
O Meridiano de Greenwich “corta” a cidade de Londres 
ao meio, representando, de certa forma, a visão de 
mundo na época de seu estabelecimento, nitidamente 
eurocêntrica, ou seja, com a Europa colocada no cerne 
principal do mundo. 
 
Acrescenta-se a isso a função dos meridianos em 
relação aos fusos horários, igualmente contados a partir 
de Greenwich. Assim, dividiram-se 24 eixos (12 a leste 
e 12 a oeste), em que cada um representa a alteração 
de uma hora em relação ao meridiano mencionado, 
com horários somados quando se desloca para o leste 
e diminuídos quando se desloca para o oeste. 
 
Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que 
cortam o planeta Terra nos sentidos horizontal e 
vertical, servindo para a localização de qualquer ponto 
na superfície terrestre. 
 
As distâncias das coordenadas geográficas são 
medidas em graus, minutos e segundos. Um grau 
corresponde a 60 minutos, e um minuto corresponde a 
60 segundos. 
 
 
 
Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas 
geográficas: 
 
- Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no 
sentido horizontal, também conhecidas como paralelas. 
O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é 
chamado de Equador. O Equador corresponde à 
latitude 0°, dividindo o planeta em hemisférios Norte e 
Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte 
quanto ao Sul. 
 
A latitude, além de servir para localização geográfica, é 
uma variável importante para estudar os tipos de clima 
da Terra, pois a incidência de raios solares no planeta 
é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais 
próximas à linha do Equador. 
 
- Longitude: São as coordenadas geográficas que 
cortam a Terra no sentido vertical, também conhecidas 
como Meridianos. A distância das longitudes varia de 0° 
a 180°, nos sentidos Leste e Oeste. Como 
padronização internacional, adotou-se o Meridiano de 
Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°. 
Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a 
Oeste) e oriental (a leste). 
 
Foi a partir das longitudes que se criaram os fusos 
horários. Todos os meridianos se encontram e se 
cruzam nos polos Norte e Sul. 
 
Por causa do movimento de rotação da Terra, em um 
mesmo momento, diferentes pontos longitudinais da 
superfície do planeta têm horários diversos. Para adotar 
um sistema internacional de marcação do tempo foram 
criados os fusos horários. 
 
Dividindo-se os 360 graus da esfera terrestre pelas 24 
horas de duração aproximada do movimento de rotação 
3, resultam 15 graus. Portanto, a cada 15 graus que a 
Terra gira, passa-se uma hora, e cada uma dessas 24 
divisões recebe o nome de fuso horário. Observe a 
figura. Em 1884, 25 países se reuniram na Conferência 
Internacional do Meridiano, realizada em Washington, 
capital dos Estados Unidos. Nesse encontro ficou 
decidido que as regiões situadas num mesmo fuso 
adotariam o mesmo horário. Foi também acordado pela 
maioria dos delegados dos países participantes (a 
República Dominicana votou contra, a França e o Brasil 
se abstiveram) que o meridiano de Greenwich seria a 
linha de referência para definir as longitudes e acertar 
os relógios em todo o planeta. 
 
Para estabelecer os fusos horários, definiu-se o 
seguinte procedimento: o fuso de referência se estende 
de 7º30’ para leste a 7º30’ para oeste do meridiano de 
Greenwich, o que totaliza uma faixa de 15 graus. 
Portanto, a longitude na qual termina o fuso seguinte a 
leste é 22º30’ E (e, para o fuso correspondente a oeste, 
22º30’ W). Somando continuamente 15º a essas 
longitudes, obteremos os limites teóricos dos demais 
fusos do planeta. As horas mudam, uma a uma, à 
medida que passamos de um fuso a outro. 
 
No entanto, como as linhas que os delimitam 
atravessam várias unidades político-administrativas, os 
países fizeram adaptações estabelecendo, assim, os 
limites práticos dos fusos, na tentativa de manter, na 
medida do possível, um horário unificado num 
determinado território. 
 
No caso dos fusos teóricos, bastaria, para se 
determinar a diferença de horário entre duas 
localidades, saber a distância Leste-Oeste entre elas, 
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em graus, e dividi-la por 15 (medida de cada fuso). 
Porém, com a adoção dos limites práticos, em alguns 
locais os fusos podem medir mais ou menos que os 
tradicionais 15º. Observe o mapa da página ao lado. O 
mapa-múndi de fusos mostra que as horas aumentam 
para leste e diminuem para oeste, a partir de qualquer 
referencial adotado. Isso ocorre porque a Terra gira de 
oeste para leste. 
 
Como o Sol nasce a leste, à medida que nos 
deslocamos nessa direção, estamos indo para um local 
onde o Sol nasce antes; portanto nesse lugar as horas 
estão “adiantadas” em relação ao localde onde 
partimos. Quando nos deslocamos para oeste, 
entretanto, estamos nos dirigindo a um local onde o Sol 
nasce mais tarde; logo, nesse lugar as horas estão 
“atrasadas” em relação ao nosso ponto de partida. 
 
Além da mudança das horas, tornou-se necessário 
definir também um meridiano para a mudança da data 
no mundo. Na Conferência de 1884 ficou estabelecido 
que o meridiano 180º, conhecido como antimeridiano 
porque está exatamente no extremo oposto a 
Greenwich, seria a Linha Internacional de Mudança de 
Data (ou simplesmente Linha de Data). 
 
O fuso horário que tem essa linha como meridiano 
central tem uma única hora, como todos os outros, 
entretanto em dois dias diferentes. A metade situada a 
oeste desta linha estará sempre um dia adiante em 
relação à metade a leste. Com isso, ao se atravessar a 
Linha de Data indo de leste para oeste é necessário 
aumentar um dia. 
 
Por exemplo, numa hipotética viagem de São Paulo 
(Brasil) para Tóquio (Japão) via Los Angeles (Estados 
Unidos), um avião partiu às 19 horas de um domingo e 
entrou no fuso horário da Linha de Data às 10 horas 
desse mesmo dia; imediatamente após cruzar essa 
linha, ainda no mesmo fuso, continuarão sendo 10 
horas, mas do dia seguinte, uma segunda- -feira 
(identifique essa rota no mapa acima). Ao contrário, a 
viagem de volta será de oeste para leste e quando o 
avião cruzar a Linha de Data deve-se diminuir um dia. 
Esse exemplo pode causar certa estranheza: estamos 
acostumados a observar, no planisfério centrado em 
Greenwich, o Japão situado a leste, mas como o 
planeta é esférico, podemos ir a esse país voando para 
oeste. 
 
 
 
Como observamos no mapa de fusos horários, a partir 
do meridiano de Greenwich, as horas vão aumentando 
para leste e diminuindo para oeste. Entretanto, 
diversamente do que muitas vezes se pensa, ao 
atravessar a Linha de Data indo para leste deve-se 
diminuir um dia e, ao contrário, para oeste, aumentar 
um dia. 
 
Mapas e seus elementos 
 
O mapa é uma das mais antigas formas gráficas de 
comunicação, precedendo a própria escrita. Na história 
humana, parafraseando Paulo Freire, a leitura do 
mundo (e sua representação gráfica) precedeu a leitura 
da palavra. Mesmo hoje, a leitura do mundo, em sentido 
amplo, muitas vezes precede a leitura de textos escritos 
sobre ele. Em Geografia, como vimos na introdução, a 
observação da paisagem é o primeiro procedimento 
para a compreensão do espaço geográfico, seguido do 
registro do que foi observado – daí a importância do 
mapa. 
 
Em um mapa, os elementos que compõem o espaço 
geográfico são representados por pontos, linhas, 
texturas, cores e textos, ou seja, são usados símbolos 
próprios da Cartografia. Diante da complexidade do 
espaço geográfico, algumas informações são sempre 
priorizadas em detrimento de outras. 
 
Seria impossível representar todos os elementos – 
físicos, econômicos, humanos e políticos – num único 
mapa. Seu objetivo fundamental é permitir o registro e 
a localização dos elementos cartografados é facilitar a 
orientação no espaço geográfico. 
 
Portanto, qualquer mapa será sempre uma 
simplificação da realidade para atender ao interesse do 
usuário. Além das coordenadas geográficas ou 
alfanuméricas (localização) e da indicação do Norte 
(orientação), que vimos no capítulo anterior, um mapa 
precisa ter: 
 
• Título, que nos informa quais são os fenômenos 
representados; 
• Legenda, que nos mostra o significado dos 
símbolos utilizados; 
• Escala, que indica a proporção entre a 
representação e a realidade e permite calcular as 
distâncias no terreno a partir de medidas feitas no 
mapa. 
 
 
 
Os primeiros mapas eram modelados em pedra ou 
argila. Depois passaram a ser desenhados em tecido, 
couro, pergaminho ou papiro. Com a invenção da 
imprensa, começaram a ser gravados em originais de 
pedra ou metal e em seguida impressos em papel. Hoje, 
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são processados em computador e podem ser 
analisados diretamente na tela. 
 
O aprimoramento dos satélites e dos computadores 
permitiu grandes avanços nas técnicas de coleta, 
processamento, armazenamento e representação de 
informações da superfície terrestre, causando grande 
impacto nos processos de elaboração de mapas e nos 
conceitos da Cartografia. 
 
Numa conceituação de 1994, Fraser Taylor, professor 
do Departamento de Geografia e Estudos Ambientais 
da Universidade Carleton, em Ottawa (Canadá), 
considerou que esses recentes avanços tecnológicos já 
foram incorporados pela Cartografia, definida por ele 
como a “disciplina que trata da organização, 
apresentação, comunicação e utilização da 
desinformação nas formas gráfica, digital ou tátil”. 
 
Os mapas podem ser classificados em topográficos (ou 
de base) e temáticos. Num mapa topográfico, procura-
se representar a superfície terrestre o mais próximo 
possível da realidade, dentro das limitações impostas 
pela escala pequena. Já numa carta topográfica, feita 
em escala média ou grande, há mais precisão entre a 
representação e a realidade. 
 
Na carta topográfica, as variáveis da superfície da Terra 
são representadas com maior grau de detalhamento e 
a localização é mais precisa. Isso torna possível 
identificar a posição planimétrica – fenômenos 
geográficos representados no plano, na horizontal: 
cidades, campos agrícolas, florestas, etc. – e a 
altimetria – representação vertical, altitude do relevo – 
de alguns elementos visíveis do espaço. Mapas e 
cartas topográficas são resultantes de levantamentos 
sistemáticos feitos por órgãos governamentais, como o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do 
governo federal, o Instituto Geográfico e Cartográfico 
(IGC), do governo do estado de São Paulo, o Instituto 
de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), do 
governo do estado do Paraná, ou por empresas 
privadas. Os mapas topográficos servem de base para 
outras representações de temas selecionados da 
realidade: os mapas temáticos. 
 
Os mapas temáticos contêm informações selecionadas 
sobre determinado fenômeno ou tema do espaço 
geográfico: naturais – geologia, relevo, vegetação, 
clima, etc. – ou sociais – população, agricultura, 
indústrias, urbanização, etc. 
 
Inicialmente é importante fazer uma distinção entre 
escala geográfica e escala cartográfica, embora haja 
uma correspondência entre elas. A primeira define a 
escala da análise geográfica, o recorte espacial. Uma 
análise do espaço geográfico pode ser feita em escala 
local, estadual, regional, nacional, continental ou 
mundial. A segunda define a escala de representação, 
ou seja, indica a relação entre o tamanho dos objetos 
representados na planta, carta ou mapa e o tamanho 
deles na realidade. 
 
A seguir, ao estudarmos a escala cartográfica e suas 
relações matemáticas, vamos perceber sua 
permanente relação com a escala geográfica. Por 
exemplo, a análise de fenômenos em escala local 
necessita de plantas em escala grande, já a análise de 
fenômenos mundiais exige mapas em escala pequena. 
Para a representação da realidade no mapa ou na 
planta, é necessário estabelecer uma correspondência 
entre as dimensões dos objetos representados e as do 
papel. Essa relação é feita por meio de uma escala 
cartográfica, que expressa quanto os elementos do 
espaço foram reduzidos para caberem em uma folha de 
papel ou tela de computador (veja indicação de sites, 
no final do capítulo, nos quais é possível observar 
representações em diversas escalas). Por exemplo, é 
impossível encontrarmos uma rua de qualquer cidade 
brasileira em um mapa-múndi ou no mapa político do 
Brasil (a escala utilizada nessa representação – 1: 37 
000 000 – é pequena, nela até mesmo uma metrópole 
se torna apenas um ponto;). Para representar uma rua, 
é preciso usar uma escala grande, na qual seja possível 
visualizar os quarteirões, como a de 1: 10 000 
 
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