Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ensino de Língua Inglesa e Literaturas Ensino de Língua Inglesa e Literaturas São Paulo, 2012 Orison Marden Bandeira de Melo Júnior 2012 © CEaD: Centro de Educação a Distância da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - UNICID Chanceler: Paulo Eduardo Soares de Oliveira Naddeo Reitor: Rubens Lopes da Cruz Vice Reitor: Sérgio Augusto Soares de Oliveira Naddeo Pró Reitora Acadêmica: Ester Regina Vitale Pró Reitora Adjunta de Ensino: Denise Aparecida Campos CEaD - CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID PRODUÇÃO EDITORIAL - AGÊNCIA UNIVERSITÁRIA DE COMUNICAÇÃO (agencia@unicid.br) Coordenação: Edson Roberto de Jesus Coordenação de Projeto Editorial: Maria Bernardete Toneto Secretaria Editorial: Ellen Velozo Aguiar Oliveira Produção: Aline Domaschi Almeida Carla Cruz Rossi Dionísio Sérgio Moreira Dias Robson Aloisio Bravo e Silva Thamires Castro de Sousa Revisão de Português: Luciana Gimenes Parada dos Santos M528e Melo Júnior, Orison Marden Bandeira de. Ensino de língua inglesa e literaturas. / Orison Marden Bandeira de Melo Júnior. --- São Paulo: UNICID, 2012. 169 p. CEaD – Centro de Educação a Distância Inclui bibliografia ISBN 978-85-88285-49-1 1. Língua inglesa – estudo e ensino. 2. Literatura. I. Título. CDD 425 Sobre o Autor ORISON MARDEN BANDEIRA DE MELO JÚNIOR Mestre em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP, 2007), especialista em Ensino-aprendizagem de Língua Inglesa (UNISA, 2005) e em Educação a Distância (UGF, 2010) e graduado em Letras (Português-Inglês) (UnG, 2004). Atualmente é aluno do programa de doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC-SP e bolsista CNPq. Começou a lecionar inglês em cursos de idiomas em 1992, depois de morar três anos nos Estados Unidos. Essa vivência com a língua inglesa e a experiência em escolas de idiomas têm contribuído para um ensino mais comunicativo do inglês no ensino superior. http://lattes.cnpq.br/1809881374621615 Orientador Didático Pedagógico: Profa Ms. Eliane dos Santos Pascoal SUMÁRIO Aula1 - O ensino da língua inglesa O inglês no Brasil........................................................................................................................ 13 O ensino de inglês geral (general English).............................................................................. 16 O ensino de inglês para propósitos específicos (inglês instrumental).............................. 20 Aula 2 - O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira A aprendizagem e os fatores que contribuem nesse processo........................................... 26 A visão behaviorista, cognitivista e interacionista de aprendizagem................................ 33 Aula 3 - Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Método e abordagem no ensino............................................................................................. 43 O Método Gramática-Tradução................................................................................................ 45 O Método Audiolingual............................................................................................................. 47 A Abordagem Comunicativa.................................................................................................... 50 Aula 4 - Abordagens pós-comunicativas de ensino de Língua Estrangeira Abordagem baseada em conteúdo (Content-based approach)......................................... 61 Abordagem baseada em tarefa (Task-based approach)...................................................... 63 Inteligências múltiplas.............................................................................................................. 64 Pedagogia baseada em projetos............................................................................................. 67 Aula 5 - Competência comunicativa e o aluno de Língua Estrangeira ESL (English as a second language – Inglês como segunda língua) e EFL (English as a foreign language – Inglês como língua estrangeira)........................................................... 74 Reflexões sobre o conceito de competência......................................................................... 75 Competência Comunicativa e suas subcompetências......................................................... 77 Aula 6 - A operação global no ensino de Língua Estrangeira O papel do professor................................................................................................................. 87 Competências inerentes ao papel do professor.................................................................... 90 Operação global do ensino de línguas................................................................................... 93 Aula 7 - Inglês instrumental As razões do ESP....................................................................................................................... 101 ESP – Inglês para propósitos específicos............................................................................. 102 Leitura instrumental................................................................................................................ 105 Estratégias de leitura............................................................................................................... 107 Aula 8 - Produção e avaliação de material didático Avaliação de livros didáticos.................................................................................................. 118 Avaliação de material extra.................................................................................................... 122 Produção de material para a sala de aula............................................................................ 127 Aula 9 - Concepções de língua e o ensino Concepções de língua............................................................................................................. 133 A concepção estruturalista..................................................................................................... 134 A concepção funcional............................................................................................................ 137 A concepção funcional-pragmática...................................................................................... 139 A concepção dialógica............................................................................................................ 141 Aula 10 - O ensino de língua e de literatura Língua e literatura.................................................................................................................... 148 Visão formalista da literatura................................................................................................. 149 Visão dialógica da literatura.................................................................................................. 151 O ensino de literatura.............................................................................................................. 152 O ensino dialógico de literatura............................................................................................ 155 O ensino de língua e de literatura......................................................................................... 159 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO Caro(a) Aluno(a), Iniciamos mais uma etapa de estudos. Nessa nova Unidade Curricular, Ensino e aprendizagem de língua in- glesa e literaturas, vamos juntos estudar temas relevantes à sua formação profissional como professor de Língua Estrangeira (LE). Para tal, em primeiro lugar, buscaremos teorias que nos expliquem como se dá o processo de aquisição de LE para, assim, compreendermos as várias metodologias de ensinodo Inglês. Se você visitar diferentes escolas de idiomas na sua cidade, verificará, por exemplo, que, em algumas, os alunos fazem mais práticas de repetição do que em outras; umas abominam a tradução para o português em sala de aula; outras usam a tradução como instrumento de ensino. Tudo isso é marca da metodologia de ensino que utilizam. Após o entendimento de variadas metodologias, buscaremos refletir sobre o papel do professor que precisa criar o seu curso, quer seja de inglês geral ou instrumental, buscando a competência comunicativa dos seus alunos. Isso envolve não só a noção dos elementos metodológicos, mas, acima de tudo, a própria concepção de língua que norteia não apenas o tipo de curso que o docente criará, mas, também, a própria seleção e/ou produção de material didático. Por fim, após a compreensão das principais concepções de língua, buscaremos entender os limites entre língua e literatura e como se dá o ensino de literatura de língua estrangeira a partir da própria concepção da língua. Através desses temas, que serão divididos em dez aulas, cremos que teremos uma visão mais ampla do papel do professor de língua estrangeira e, no nosso caso, de língua inglesa, quer você venha a atuar como professor em escolas públicas, particulares, escolas de idiomas e/ou em aulas particulares. O mapa conceitual abaixo apresenta os grandes temas dessa Unidade Curricular e a sua distribuição em 10 aulas. Desejamos-lhe bons estudos! Ensino e aprendizagem de língua inglesa e literaturas Aprendizagem/ aquisição de LE Aula 1: O ensino de língua inglesa Aula 2: O processo de aprendizagem/ aquisição de LE Metodologias Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de LE Aula 4: Abordagens pós-comunicativas de ensino de LE Aula 5: Competência comunicativa e o aluno de LE O Professor de LE Aula 6: A operação global no ensino de LE Aula 7: Inglês instrumental Aula 8: Preparação e avaliação de materal didático Concepções de línguagem Aula 9: Concepções de língua e o ensino Ensino de literatura Aula 10: Ensino de língua e de literatura 13 O inglês no Brasil O ensino de inglês geral (general English) O ensino de inglês para propósitos específicos (inglês instrumental) Objetivos de aprendizado: Nesta aula, estudaremos sobre o crescimento do ensino de língua inglesa no Brasil, o que resulta na necessidade de você, futuro professor de inglês, conhecer como se dá o ensino dessa língua estrangeira. Verificaremos a diferença entre o inglês geral e o inglês instrumental para, assim, pensarmos como se dá o ensino de inglês geral e o ensino de inglês para propósitos específicos. É necessário a menção de que, como estamos estudando uma unidade curricular, alguns dos tópicos que são vistos na Aula 1 serão retomados em aulas posteriores de forma mais aprofundada. O ensino da língua inglesa O inglês no Brasil Ao falarmos sobre o inglês no Brasil, não podemos pensar apenas nas inúme- ras palavras da língua inglesa que usamos no dia a dia, como mouse, cheeseburger, business etc., mas no crescimento do ensino dessa língua estrangeira no nosso país. Já em 2001, o jornalista Paulo Moreira Leite, em seu artigo A febre de aprender inglês (http://veja.abril.com.br/idade/educacao/281098/p_072.html), afirmava que havia cerca de 20 milhões de brasileiros que estudavam inglês naquele ano. Havia, também, Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 14 cerca de 3.150 escolas que funcionam pelo sistema de franquias além das escolas in- dependentes. Se formos ao site da Associação Brasileira de Franchising (http://www. portaldofranchising.com.br/), verificaremos que havia, em 2007, mais unidades da es- cola Wizard, com 1210 unidades no Brasil, do que a L’Acqua di Fiori, com 908 unidades, ou o McDonalds, com 544. O que tudo isso representa? Representa o crescente número de alunos de língua in- glesa no nosso país. Por que há, então, uma busca maior pela aprendizagem do inglês e, não, do francês ou do alemão, por exemplo? A mestre em Letras Florinda Marques, autora da obra Ensinar e aprender inglês: o processo comunicativo em sala de aula (2011), explica que a língua inglesa é aceita como língua franca global, ou seja, como o idioma usado para a comunicação entre pessoas cuja língua materna não é o inglês. Dessa forma, para nós, brasileiros, o conhecimento dessa língua estrangeira permite maior inserção no mundo dos estudos, dos negócios e do turismo. O mestre em Letras Jeferson Ferro, autor da obra Around the world: introdução à leitura em língua inglesa (2006), adiciona que o inglês se tornou língua hegemônica não só no mundo do business (negócios), mas também na esfera científica, já que mais de 80% dos trabalhos científicos são publicados nessa língua. Atividades 1. Vamos encontrar alguns periódicos (ou revistas acadêmicas) online cujos artigos são escritos em inglês? Vá ao Google e digite “Brazilian journal of”. Dos resultados ob- tidos, escolha três periódicos. Entre em cada um deles. Escreva o título do periódico, a língua principal de comunicação (monolíngue – artigos somente em inglês ou bilín- gue – artigos em inglês e português). Por fim, escolha um artigo em inglês e escreva o seu título. Título 1: Monolíngue ou bilíngue? Título de artigo: English: língua franca Stock.xchng 15 Aula 1: O ensino da língua inglesa Título 2: Monolíngue ou bilíngue? Título de artigo: Título 3: Monolíngue ou bilíngue? Título de artigo: Apesar do crescimento da língua inglesa no Brasil e do alto número de estudantes de inglês no país, a revista Exame, na reportagem “Brasil tem um dos piores índices de proficiência em inglês do mundo”, publicada em 31/03/2011 (http://exame.abril.com. br/carreira/noticias/brasil-tem-um-dos-piores-indices-de-proficiencia-em-ingles-do- -mundo?page=1&slug_name=brasil-tem-um-dos-piores-indices-de-proficiencia- -em-ingles-do-mundo), apresenta os resultados do Índice de Proficiência em Inglês (EPI) da escola e agência de intercâmbios Education First (EF) que indicam estar o Brasil no trigésimo primeiro (31º) lugar em um ranking de 44 países que não têm o inglês como língua oficial. Denilso de Lima, autor de várias obras sobre a língua inglesa, apon- ta, em seu blog Inglês na ponta da língua (http://denilsodelima.blogspot.com/), quatro possíveis razões para esse quadro: (1) escolas de idiomas marqueteiras cujo objetivo principal é vender livros e, não, ensinar inglês; (2) falta de políticas públicas para o ensino de inglês nas escolas e universidades; (3) falta de planejamento por parte de alunos que ou deixam a aprendizagem para última hora ou acham que podem levar o processo na brincadeira como se a aprendizagem acontecesse por passe de mágica, e (4) falta de preparo profissional de professores que acreditam ser o saber inglês o requisito básico para dar aulas de inglês. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 16 O que é? O dicionário Houaiss online define proficiência como “competência, capacidade, mes- tria; domínio num determinado campo; capacidade, habilitação”. Você concorda com as quatro razões apontadas por Denilso de Lima? Qual delas acredita ter maior peso na dificuldade de o brasileiro ser proficiente em inglês? Compartilhe o seu pensamento no Fórum da Aula 1. Trocando Ideias 2. Vamos a mais uma pesquisa na Internet? Dessa vez, gostaria que fizesse uma busca por cursos online, visando encontrar três que prometam um inglês fluente em um menor período de tempo. Na tabela abaixo, escreva o nome da escola e o período de duração do curso (em semanas, meses ou anos), conforme anunciado no site. Nome da Escola Período do curso, visando à fluência no inglês O ensino de inglês geral (general English) Através dessa última pesquisa, você percebeu que, assim como em qualquer área, o ensino da língua inglesa se dá, algumas vezes, puramente por razões mercadológicas. No entanto, não podemos generalizar, já que é possível verificar a existência de váriasescolas de idiomas comprometidas com o ensino de línguas estrangeiras no Brasil, e nós, como professores de língua inglesa, precisamos entender como se dá o processo de ensino-aprendizagem dessa língua estrangeira. Atividades 17 Aula 1: O ensino da língua inglesa Nesta primeira aula, buscaremos compreender a diferença que há entre o general English (inglês geral) e o English for specific purposes (inglês para propósitos específicos ou inglês instrumental) e as implicações que há no ensino de ambos. Studying English Dreamstime.com A enciclopédia online Encyclopedia.com (http://www.encyclopedia.com/utility/ printdocument.aspx?id=1O29:GENERALENGLISH) apresenta o seguinte conceito de general English, conforme encontrado no Concise Oxford Companion to the English Lan- guage: termo semi-técnico usado para cursos em língua inglesa que visam ao estu- do dessa língua estrangeira, buscando desenvolver as habilidades (skills) de listening, speaking, reading e writing. Vamos entender melhor essas skills? Marques (2011) explica que usamos as habilidades comunicativas (listening – ouvir, speaking – falar, reading – ler e writing – escrever) de forma integrada no nosso dia a dia. Por exemplo, ao recebermos uma mensagem por e-mail, fazemos a sua leitura (reading) e, às vezes, discutimos o seu conteúdo (speaking - listening) antes de respon- dermos à mensagem (writing). Para a autora, apesar de, nas últimas décadas, o “ensino” dessas habilidades ter sido feito separadamente, atualmente tem havido uma refor- mulação de currículos que leva à sua integralização, aproximando as situações de sala de aula às comunicações diárias. Vamos a algumas explicações da autora sobre cada habilidade? Speaking – habilidade de produção oral, cujo desafio decorre de duas característi- cas da fala: (1) acontece em tempo real e (2) exige coo- peração com o ouvinte, pois os interlocutores precisam gerenciar os turnos da fala e negociar significados. Speaking skill Dreamstime.com Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 18 Listening – habilidade de compreensão oral, cujo principal desafio de- corre da necessidade de o aprendiz da língua estrangeira aprender a de- senvolver estratégias para escutar de forma comunicativa. Para a autora, apesar da importância da compreensão auditiva, ela é negligenciada em sala de aula devido à dificuldade da obtenção de material oral autêntico e de boa qualidade, à dificuldade de se avaliar essa habilidade de forma adequada e à crença de que, como sabemos escutar na língua materna (L1 ou LM), dominamos a compreensão auditiva na língua estrangeira (L2 ou LE), o que não é verdadeiro, já que precisamos desenvolver estratégias para melhor compreendermos o sentido das mensagens ouvidas. Reading – habilidade de compreensão escrita, cujo pro- cesso é tão complexo quanto o da compreensão oral. Listening skill Dreamstime.com “Ler é uma atividade comunicativa, na qual o texto é o meio de comunicação entre o escritor e o leitor” (MARQUES, 2011, p. 199). Diálogo com o Autor Reading skill Dreamstime.com Writing – habilidade de produção escrita, cujo processo é tão complexo quanto o da compreensão escrita, já que envolve uma relação de cooperação entre autor e leitor. Para a autora, tanto o escritor quanto o leitor precisam com- partilhar conhecimentos que ajudarão na escrita/compreensão da mensagem: (1) conhecimento de mundo, (2) conhecimento sociolinguístico, (3) conheci- mento linguístico e (4) o conhecimento das estratégias de produção escrita. Vamos a um exemplo? Para que você escreva, em inglês, sobre a miscige- nação racial brasileira, precisará não apenas saber o vocabulário específico re- lacionado à miscigenação e as relações sintáticas entre as orações que criará (conhecimento linguístico), mas precisará conhecer o tópico em si. Antes de escrever sobre o tema, precisará conhecê-lo: o que é miscigenação racial? Que Writing skill Dreamstime.com 19 Aula 1: O ensino da língua inglesa elementos sócio-históricos são relevantes para o entendimento do tema? (conheci- mento de mundo). Precisará, ainda, saber quem lerá o texto, pois se o texto for publi- cado no jornal dos alunos da escola, ele será diferente daquele publicado no seu blog. Por quê? Porque o conhecimento do público-alvo influenciará a própria organização do texto, as escolhas lexicais, os gêneros textuais etc. (conhecimento sociolinguístico). Por fim, será necessário saber pesquisar sobre o tema, planejar a sua estrutura organi- zacional, revisá-lo, editá-lo etc. (conhecimento das estratégias de produção escrita) a fim de que o texto seja comunicativamente claro, relevante e informativo. Atividades 3. Analise a atividade Find someone who... encontrada no site Teachable Moment (http://www.teachablemoment.org/middle/findsomeonewho.html). Procedimento da atividade: Os alunos terão de preencher o questionário com o nome dos colegas que fazem (ou fizeram) as atividades descritas. Para tal, terão de transformar as orações em perguntas. Depois de preencherem o questionário, discuti- rão sobre o conhecimento que obtiveram sobre os colegas através da atividade. Essa atividade utilizou as quatro habilidades comunicativas dos alunos. Preencha o quadro abaixo, apresentando como a atividade desenvolveu cada uma delas. Skills Skill development Speaking Listening Reading Writing Para Pensar Hoje muitas pessoas precisam usar inglês no seu dia a dia, mas não necessaria- mente utilizando as quatro habilidades. Que tipo de curso você teria de criar se o aluno precisasse desenvolver o seu writing skill, já que trabalha com secretariado e precisa escrever e-mails em inglês? Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 20 O ensino de inglês para propósitos específicos (inglês instrumental) Refletiu sobre a situação acima? Será que esse aluno ganhará tempo se entrar numa escola de idiomas para estudar o general English? O que você faria se fosse o seu professor? Para entendermos melhor a situação, precisamos ler um pouco sobre o inglês ins- trumental, ou seja, o inglês para propósitos específicos (ESP – English for specific/special purposes). A enciclopédia online Encyclopedia.com (http://www.encyclopedia.com/ topic/Extrasensory_perception.aspx#2-1O29:ESP-full) apresenta o seguinte conceito de ESP conforme encontrado no Concise Oxford Companion to the English Language: originário nos cursos de inglês para negócios (business English), o ESP desenvolveu-se, em especial, a partir da década de 1960 com o objetivo de oferecer cursos cujos pro- pósitos fossem práticos e funcionais (ESP) ao invés de educacionais e culturais (general English). Diante disso, um curso de ESP inicia-se com a análise das necessidades dos alunos (needs analysis). A partir delas é que o professor criará o curso e escolherá e/ou adaptará o material didático. No site do British Council (http://www.britishcouncil.org/new/), há páginas que tanto alunos de língua inglesa (http://learnenglish.britishcouncil.org/en/) quanto pro- fessores dessa língua estrangeira (http://www.teachingenglish.org.uk/) devem explo- rar. Perceba que estamos utilizando livros que você pode encontrar em nossa biblio- teca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=3672) e sites que podem servir de apoio não só durante a nossa Unidade Curricular, mas, em especial, durante a sua vida profissional como professor de Língua Inglesa. Pois bem, no site do British Council (http://www.teachingenglish.org.uk/trans- form/teachers/specialist-areas/english-specific-purposes), descobrimos que o ESP é, muitas vezes, dividido em EAP (English for academic purposes – Inglês para propósitos acadêmicos) e EOP (English for occupational purposes – Inglês para propósitos ocupa- cionais). O EOP pode, ainda, ser subdividido em Business English (inglês para negócios), Professional English (Inglês para profissionais, como médicos, engenheiros, advogados etc.) e Vocational English (Inglêspara áreas profissionais, como inglês para turismo, para enfermagem etc.). Segundo o British Council, o linguista britânico Tony Dudley-Evans explica que a análise de necessidades é a característica que define o ESP, tendo em vista que a me- todologia de ensino e os materiais a serem utilizados pelo professor decorrem dessa análise. As perguntas essenciais, para o autor, são: 1. O que os alunos necessitam fazer com o uso da língua inglesa? 2. Que habilidades precisam dominar? 3. Precisam dominá-las bem? 4. Quais gêneros precisam dominar para os propósitos de compreensão ou produção? 21 Aula 1: O ensino da língua inglesa 4. Vamos a mais uma atividade de pesquisa? Imagine que um aluno procure você para dar aulas de inglês com o vocabulário específico da sua área (engenharia, medici- na, psicologia etc.). Ele já apresentou a sua necessidade. Agora você precisará encontrar material específico para dar aulas para esse aluno. Procure em livrarias online se há, no mercado, cursos de língua inglesa e/ou dicionários para essa área profissional. Atividades ESP – Inglês para ________________ Livro(s) Dicionário(s) 5. Certo aluno procura-o para que lhe dê aulas particulares. A primeira coisa que você faz é pedir que ele responda a um questionário sobre as suas necessidades de aprendizagem. Com a análise das respostas, você descobre que o aluno necessita fa- lar inglês ao telefone com mais fluência, já que trabalha como telefonista em uma empresa multinacional. Preencha o quadro abaixo, apresentando o seu planejamento para o curso. Necessidade do aluno Modalidade do ensino (general ou ESP) Habilidades comunicativas a serem desenvolvidas Modalidade de ensino (presencial ou a distância) Material a ser usado Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 22 Sugestão de Sites Além dos sites já utilizados nesta aula, convidaríamos você a fazer uma leitura mais detalhada do blog do Denilso de Lima (http://denilsodelima.blogspot.com/). Há várias páginas interessantes para professores de inglês. No início desta aula, apresentamos o pensamento do escritor Denilso de Lima sobre a baixa proficiência em língua inglesa do brasileiro. Entre elas, encontra- -se o posicionamento do aluno diante do processo de aprendizagem. Diante disso, sugerimos que assista ao filme Mentes perigosas (1995), dirigido por John N. Smith. Sugestão de vídeos MARQUES, Florinda Scremin. Ensinar e aprender inglês: o processo comunicativo em sala de aula. Curitiba: Ibpex, 2011. Este livro de menos de 300 páginas é um ótimo recurso para professores de língua inglesa. Ele será utilizado em várias lições da nossa Unidade. FERRO, Jefferson. Around the world: introdução à leitura em lingual inglesa. Curitiba: Ibpex, 2006. Este livro de 240 páginas é um ótimo recurso para quem quer aprofundar os seus conhecimentos sobre Inglês instrumental e/ou trabalhar com leitura para fins específicos. Leituras Sugeridas Nesta aula, buscamos entender alguns conceitos básicos relacionados ao ensino da língua inglesa. Em primeiro lugar, verificamos que a língua inglesa, nesse nosso mun- do globalizado, é a língua franca para comunicações internacionais, fato que leva milhares de brasileiros à busca pela aprendizagem dessa língua estrangeira. Percebe- mos, no entanto, que o alto número de alunos de inglês no Brasil não é diretamente proporcional ao nível de proficiência por eles obtido. Isso fez com que refletíssemos sobre a necessidade de conhecermos, como professores de inglês, as necessidades dos nossos alunos para o aprendizado do inglês, ou seja, se seus propósitos são práticos e funcionais (ESP) ou educacionais e culturais (general English). Ideias Chave 23 Aula 1: O ensino da língua inglesa Respostas esperadas Atividade 1 Há várias possibilidades de resposta. Atividade 2 Há várias possibilidades de resposta. Atividade 3 Skills Skill development Speaking Os alunos transformarão as orações em perguntas e praticá-las-ão com a entonação correta. Os alunos discutirão o que aprenderam sobre os colegas através da atividade. Listening Os alunos compreenderão as respostas dos colegas para preencher o questionário. Além disso, no momento da discussão em grupo, precisarão compreender as respostas obtidas para participar da discussão. Reading Os alunos lerão as orações no questionário e compreenderão o seu sentido antes de fazer as perguntas aos colegas. Writing Os alunos, depois de ouvirem as respostas dos colegas, escreverão os seus nomes e comentários que queiram. Atividade 4 Há várias possibilidades de resposta. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 24 Atividade 5 Necessidade do aluno Conversar com fluência ao telefone Modalidade do ensino (general ou ESP) ESP Habilidades comunicativas a serem desenvolvidas Listening e Speaking Modalidade de ensino (presencial ou a distância) A distância (Acreditamos que a melhor maneira de o professor desenvolver essas habilidades do aluno é através de aulas ao telefone) Material a ser usado O professor poderá improvisar o material para que ele discuta diferentes temas com o aluno ao telefone. Anotações _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 25 Aula 1: O ensino da língua inglesa _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 26 A aprendizagem e os fatores que contribuem nesse processo A visão behaviorista, cognitivista e interacionista de aprendizagem Objetivos de aprendizado: Nesta aula, estudaremos alguns fatores que contribuem para o aprendizado de uma língua estrangeira. Verificare- mos, também, a visão das teorias behaviorista, cognitivista e interacionista de aprendizagem. É importante a men- ção de que, apesar de essa aula ser bastante teórica, esses conceitos permitirão a compreensão dos métodos e das abordagens de ensino de língua inglesa que estudaremos nas Aulas 3 e 4. Na aula anterior, verificamos que, apesar de haver muitos alunos de língua inglesa no Brasil, o nível de proficiência ainda é muito baixo. Isso nos faz pensar que há diversos fatores envolvidos no ensino/aprendizado de uma língua estrangeira que contribuem para o sucesso ou o fracasso do processo de ensino-aprendizagem do inglês em nosso país. Portanto, em primeiro lugar, é necessário que entendamos como se dá o processo de aprendizagem e quais os fatores que desempenham um importante papel nesse processo. A aprendizagem e os fatores que contribuem nesse processo Florinda Marques (2011) explica que o conceito de aprendizagem sofreu mudanças nos últimos anos devido às descobertas no campo da ciência e da psicologia sobre o funcionamento da mente humana. A partir desses estudos, a autora declara que hoje o conceito de aprendizagem parte de duas noções básicas: (1) o ser humano só aprende aquilo que lhe é significativo e (2) a aprendizagem e a mudança de comportamento gerada pelo conhecimento adquirido estão diretamente relacionados. O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira 27 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira Learning to walk Dreamstime.com Carlos Tasso Eira DeAquino, autor da obra Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem (2007, p. 6), define aprendizagem como a aquisição cognitiva, física e emo- cional e o “processamento de habilidades e conhecimentos em diversas profundidades, ou seja, o quanto uma pessoa é capaz de compreender, manipular, aplicar e/ou comunicar esse conhe- cimento e essas habilidades”. Diálogo com o Autor Segundo Marques (2011), para que essa aquisição ou esse processamento aconte- ça, alguns fatores precisam ser levados em consideração. Entre eles, o autor apresenta estilos de aprendizagem, motivação, interesse, transferência de experiências e intera- ção. 1. Estilos de aprendizagem – são as características individuais relacionadas à nossa personalidade (introversão, ansiedade, autoestima etc.) e ao nosso processo cognitivo. Relacionados aos estilos de aprendizagem, a autora destaca as modalidades de aprendizagem, as preferências sociais dos alunos, seus estilos cognitivos e suas inteligências. Vamos entender cada um? a) Modalidades de aprendizagem – são as modalidades que utilizamos para a re- cepção do input (insumo) externo: visual (aprendizagem por meio da visão), auditiva (aprendizagem por meio da audição) e cinestésica (aprendizagem por meio de intera- ção, realização e sensação). Cognitivo O dicionário Houaiss (http://houaiss. uol.com.br/buscar.jhtm?verbete=cogni tivo&cod+51309) online define cogniti- vo como “relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio”. Andragogia Ciência que estuda as melhores práti- cas para orientar adultos a aprender (conferir o site http://www.infoescola. com/educacao/andragogia/). O que é? O dicionário Houaiss online define input, no aprendizado de línguas, como o “conjunto de dados que o indivíduo recebe ao ouvir a língua sendo usada ao seu redor”. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 28 b) Preferências sociais – são as formas de interação dos alunos em sala de aula, tendo em vista que algumas pessoas preferem aprender sozinhas, outras, em pares e outras, em grupos. c) Estilos cognitivos – são as diferentes maneiras como processamos informações, como raciocinamos, como resolvemos problemas, como aprendemos e como usamos a língua. Por exemplo, ao resolvermos um problema, apresentamos flexibilidade ou inflexibilidade? Somos reflexivos ou impulsivos quando tomamos decisões? A nossa tolerância à ambiguidade é alta ou baixa? Todos esses exemplos estão relacionados aos estilos cognitivos. d) Inteligências múltiplas – Marques (2011) apresenta as diferentes dimensões da inteligência apresentadas pelo psicólogo cognitivo e educacional americano Howard Gardner: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, intra- pessoal, interpessoal e naturalista. Essas inteligências serão revisitadas na Aula 4; no entanto, é importante a menção aqui de que, segundo Marques (2011), a compreensão de quais inteligências imperam nas aulas do professor de idiomas e quais precisam ser desenvolvidas para melhor atingir diferentes alunos contribui para a seleção, por parte dos professores, de atividades e técnicas que facilitem a aprendizagem. 1. Vamos fazer uma pesquisa? É muito fácil encontrar, na internet ou em livros, a descrição das inteligências múltiplas. Complete o quadro abaixo e explique, com suas palavras, o que significa cada uma dessas inteligências. Aponte, também, a fonte da sua pesquisa. Por fim, reflita sobre quais inteligências são mais desenvolvidas em você. Atividades Inteligências Múltiplas Linguística Lógico-matemática Espacial Musical 29 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira Cinestésico-corporal Intrapessoal Interpessoal Naturalista Fonte da pesquisa Suas inteligências mais desenvolvidas 2. Motivação – “É o nosso motor propulsor, aquilo que nos mantém ‘ligados’ para que continuemos percorrendo o processo de aprender” (MARQUES, 2011, p. 32). Essa motivação pode ser intrínseca, ou seja, a que está dentro de nós, levando-nos a uma natural curiosidade, e extrínseca, ou seja, a que decorre de fatores externos que nos impul- sionam a agir. Entre os fatores externos, a autora menciona a vontade de obter novidades, aprimoramento, poder e aprovação. 3. Interesse – o interesse pela aprendizagem leva-nos a permanecer focados no objeto de estudo. 4. Transferência de experiências – quando aprendemos algo novo, esse novo conhecimento precisa estabele- cer relações com o nosso conhecimen- to prévio, ou o nosso acervo de conhe- cimentos (background knowledge). Se as novas experiências forem significa- tivas, mais facilmente elas serão trans- feridas ao background knowledge, pro- movendo, assim, a aprendizagem. Determined to win Dreamstime.com Meaningful learning Dreamstime.com Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 30 5. Interação com diferentes contextos – se o aluno é ex- posto a ambientes estimulantes variados, a sua mente ficará mais “aberta” para receber novos conceitos, promovendo, novamente, a aprendizagem. Open mind Freedigitalphotos.net Atividades 2. DeAquino (2007) apresenta um questionário em sua obra Como aprender: andra- gogia e as habilidades de aprendizagem (2007, p. 123-124) que visa a um diagnóstico dos seus domínios de aprendizagem (físico, cognitivo, emocional). Instruções: Escolha a alternativa que melhor represente a forma de você aprender. 1. Como você normalmente aprende melhor? a) Trabalhando sozinho e levando tanto tempo quanto necessário. b)Assistindo a uma aula. c) Por meio de um trabalho individualizado com o professor. d) Trabalhando com um pequeno grupo de pessoas com o qual eu me sinta confortável. e) Vendo uma aplicação prática daquilo que deve ser aprendido. f ) Seguindo orientações disponibilizadas por escrito. g) Trabalhando com um pequeno grupo de pessoas para o qual um instrutor esteja disponível para sanar dúvidas. 2. O que mais ajuda você a aprender? (Escolha quantas alternativas quiser, mas coloque-as em ordem de ajuda ou importância.) a) Ter a minha própria rotina. b) Conversar com outras pessoas durante o processo de aprendizagem. c) Ser capaz de levar o tempo que considero necessário. 31 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira d) Divertir-me enquanto aprendo. e) Ser capaz de praticar o que estou aprendendo. f ) Receber apoio e encorajamento por parte de meus instrutores e das pessoas de minha família. 3. Qual a primeira coisa que lhe ocorre quando você está aprendendo algo novo? a) Lembra-se de algo que você já fez antes e que era similar. b) Constrói em sua mente uma figura de como as coisas devem ser. c) Obtém toda informação que você pode sobre o tópico em questão. 4. Qual parte ou estágio do processo de aprendizagem é mais fácil para você? a) Começar algo. b) Trabalhar nos detalhes e na prática. c) Completar algo. 5. Qual parte ou estágio do processo de aprendizagem é mais difícil para você? a) Começar algo. b) Trabalhar nos detalhes e na prática. c) Completar algo. 6. Para montar alguma coisa que tem partes separadas você ... a) ...lê primeiro as instruções e então olha as partes existentes. b) ...olha as partes existentes, para então ler as instruções. c) ...fica alternando entre ler instruções e tentar juntar as partes de forma correta. d) ...dá uma olhada nas instruções, mas cria sua própria maneira de juntar as partes. e) ... tenta primeiro juntar as partes e, se não der certo, então dá uma olhada nas instruções. 7. Em que ordem as seguintes habilidades surgem durante o seu processo de aprendizagem? (Classifique-as na ordem 1-2-3.) a) Pensar. b) Avaliar. c) Fazer. 8. De que maneira você aprende melhor tarefas mecânicas ou técnicas? a) Fuçando. b) Se tiver alguém explicando como fazer. c) Lendo instruções. d) Observando outra pessoa fazer e então fazendo por conta própria. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 32 9. De que maneira você assimila melhor teorias e ideias? a) Conversando sobre elas. b) Trabalhando para aplicá-Ias. c) Lendo sobre o assunto. 10. Como você sabe que realmente aprendeu alguma coisa? a) Eu me sinto confortável em fazer isso de novo. b) Eu mostro ou digo a meus amigos e familiares o que aprendi. c) Eu quero continuar aprendendo outras coisas. Na página 124, DeAquino (2007) apresenta o seguinte gabarito. Veja em quantas questões há, em você, uma predominância do domínio físico, do domínio cognitivo ou do domínio emocional. Domínio Físico Cognitivo Emocional Questão 1 d,e a, f b, c, g Questão 2 d, f b a, c, e Questão 3 b c a Questão 4 b c a Questão 5 a b c Questão 6 b, d a, e c Questão 7 c a b Questão 8 c b, d a Questão 9 b c a Questão 10 a c b Pontuação Domínio físico Domínio cognitivo Domínio emocional 33 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira Agora, vá à nossa biblioteca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/ start.htm?sid=3672) e encontre a obra Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. Vá à página 7 do livro virtual. Lá entenderá melhor cada um desses domínios, lendo a sua descrição. O questionário da Atividade 2 diagnosticou uma predominância do domínio físico, cognitivo ou emocional? Você concorda com os resultados? Compartilhe o seu pensamento no Fórum da Aula 2. Trocando Ideias A visão behaviorista, cognitivista e interacionista de aprendizagem Para completarmos o nosso estudo sobre aprendizagem (antes de irmos às meto- dologias de ensino de língua estrangeira nas Aulas 3 e 4), é necessário entendermos que as teorias da Psicologia da Educação muito contribuíram para a compreensão do processo de aprendizagem de língua estrangeira. Entre elas, destacaremos o behavio- rismo, o cognitivismo e o interacionismo. O dicionário Houaiss online define Behaviorismo, dentro da linguística, como uma “doutrina [...] que busca explicar os fenômenos da comunicação linguística e da sig- nificação na língua em termos de estímulos observáveis e respostas produzidas pelos falantes em situações específicas”. Orison Melo Jr., em seu artigo A aprendizagem do inglês por meio de cursos CBT: uma análise do the English Teacher (2011), apresenta o pensamento da linguísta aplicada Marion Williams e do psicólogo da educação Robert Burden, na obra Psychology for language teachers, escrita em 1997. Para eles, a visão behaviorista de aprendizagem de línguas explica que ela acontece com a aquisição de hábitos linguísticos corretos. Para tal, no ensino, tornam-se necessárias a repetição e a imitação. A doutora em Linguís- tica e Filologia Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva, em sua obra A complexidade da aquisição de segunda língua (2008), confirma essa visão, no capítulo Teoria behaviorista (http://www.veramenezes.com/behaviorismo.pdf), explicando que, nessa perspecti- va, “a aprendizagem é um comportamento observável, adquirido de forma mecânica e automática através de estímulos e respostas”. Dessa forma, a aquisição de uma língua se dá pela aquisição de hábitos linguísticos automatizados por meio da repetição de estruturas básicas da língua. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 34 Quanto ao cognitivismo, Marques (2011) afirma que ele se contrapõe ao behavio- rismo ao afirmar que a aprendizagem não decorre de estímulos externos, mas de ativi- dades mentais internas. Diante disso, “o aprendiz é aquele que age, constrói e planeja, integrando as novas experiências às representações internas existentes” (MARQUES, 2011, p. 35). Para Williams e Burden (1997 apud MELO JR, 2011), as atividades no cog- nitivismo, diferentemente das do behaviorismo, que envolviam repetição e imitação, passam a exigir que o aluno observe, pense, categorize e faça hipóteses. O aprendizado de uma língua estrangeira, segundo Marques (2011), portanto, envolve os processos de conscientização (do mundo à volta), controle praticado (quando o aluno monitora, formula hipóteses, experimenta, acerta, erra), reestruturação (quando o aluno, através do controle praticado, integra o conhecimento novo aos esquemas de conhecimento já adquiridos) e automatização (quando o aluno não mais necessita concentração nos passos a serem tomados, simplificando os processos, combinando os passos e estabelecendo associações). Por fim, Marques (2011) apresenta a visão interacionista, que, diferentemente do behaviorismo e do cognitivismo, percebe a aprendizagem como um processo social. A autora explica que, na visão interacionista (ou sociointeracionista), é por meio da in- teração com o outro que o aprendiz (ou aprendente) percorre o caminho que o leva à autonomia. Segundo a autora, nessa pers- pectiva, o nosso conhecimento é desenvolvido através de ciclos de performance assistida, “nos quais um suporte temporário é oferecido para que o aprendizado seja co-construído colabora- tivamente” (MARQUES, 2011, p. 37). O processo de aprendizagem se dá, portanto, através de três princípios ou estágios: mediação do outro, apropriação e autonomia. No princípio da mediação, Marques (2011) explica que a mediação de outro “mais capaz” (um dos pais, um professor, um colega etc.) promove um suporte estrutural temporário (chamado de scaffold, em inglês), através do qual os novos conhecimentos são co-construídos. Essa media- ção permite que o aprendente consiga fazer atividades em um nível superior ao que ele conseguiria se estivesse sozinho. Interaction Freedigitalphotos.netAtividades 3. Vamos a mais uma pesquisa? Procure em livros ou em sites confiáveis da Internet o que é Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Explique o conceito, usando as suas próprias palavras. Não se esqueça de apontar a fonte da sua pesquisa. 35 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira ZDP Fonte da pesquisa Para Pensar Já foi possível perceber que essas três visões teóricas de como a aprendizagem acontece partem de princípios bem diferentes. Como você imaginaria o papel de um professor em uma escola behaviorista, cognitivista ou interacionista? Como ele conduziria a sua aula? Bem, voltemos aos princípios do interacio- nismo. Já entendemos o princípio da media- ção e você já complementou os estudos des- se princípio, pesquisando sobre a ZDP. Vamos agora entender o princípio da apropriação e da autonomia. Marques (2011) explica que o princípio da apropriação se dá quando passamos a contro- lar determinado objeto. Por exemplo, ao nos apropriarmos de uma das habilidades comu- nicativas que vimos na Aula 1, construímos o conhecimento necessário (com a mediação do outro mais hábil) para podermos controlá- -la de forma mais autônoma, levando-nos ao último estágio, o da autonomia. Esse se dá, segundo a autora, quando o suporte (scaffold) é retirado de forma gradativa e o aprendente passa a “trabalhar” de forma independente. Support Dreamstime.com Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 36 4. Até o momento, temos discutido as três concepções principais de como se dá o processo de aprendizagem. No entanto, em nenhum momento, paramos para falar sobre os expoentes de cada concepção. Nesta atividade, vamos pesquisar sobre os au- tores representativos de cada teoria? Faça a sua pesquisa na internet e/ou em livros, não se esquecendo de apresentar as fontes da pesquisa. Atividades Behaviorismo Expoente Nacionalidade Formação acadêmica Obras Fonte da pesquisa Cognitivismo Expoente Nacionalidade Formação acadêmica Obras Fonte da pesquisa 37 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira (Socio)interacionismo Expoente Nacionalidade Formação acadêmica Obras Fonte da pesquisa 5. Nesta aula, verificamos que existem diferentes maneiras de se perceber a apren- dizagem (teorias de aprendizagem) e diferentes maneiras através das quais cada um de nós aprende (estilos de aprendizagem). No entanto, não discutimos ainda as es- tratégias de aprendizagem, ou seja, as estratégias que usamos para auxiliar a apren- dizagem. Complete o quadro abaixo com as informações encontradas na página da linguista Vera Menezes de Oliveira Paiva Refletindo sobre estilos, inteligências múltiplas e estratégias de aprendizagem, encontrada em http://www.veramenezes.com/estilo. htm. Lembre-se de que esse texto disponibilizado na página pessoal da autora faz par- te do livro Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia (2005). O que significam as estratégias abaixo? Estratégias diretas Memória Cognitiva Compensação Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 38 Estratégias indiretas Organização Afetiva Social 6. Após o entendimento dessas estratégias, escreva quais estratégias você mais utiliza quando está estudando. Veja as subdivisões que a autora apresenta para cada estratégia direta e indireta na mesma página (www.veramenezes.com/estilo.htm). Estratégias diretas Memória (1-9) Cognitiva (10-23) Compensação (24-29) Estratégias indiretas Organização (30-38) Afetiva (39-44) Social (45-50) 39 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira Sugestão de Sites Além dos sites já utilizados nesta aula, convidaríamos você a fazer uma leitura mais detalhada da página da Dr.ª Vera Menezes. Clique em publicações (http://www.vera- menezes.com/publicacoes.html). Em especial, leia os artigos O outro na aprendizagem de línguas e Como o sujeito vê a aquisição de segunda língua. Há vários vídeos no YouTube que podem servir de auxílio ao nosso processo de aprendizagem dos conceitos estudados nesta aula. Sugerimos os seguintes: Estilos de aprendizagem - http://youtu.be/48pbtV05YWU Tipos de Aprendizagem - http://youtu.be/88I8ku7XkmI Sugestão de Vídeo Leituras Sugeridas MELO JR, Orison Marden Bandeira de. A aprendizagem do inglês por meio de cursos CBT: uma análise do “the English teacher”. Revista Educação, v. 6, n. 1, 2011. Disponível em: <http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/563>. Acesso em: 04 jan. 2012. Este artigo traz uma análise de um curso em CD-ROM que afirma ensinar a língua inglesa fluentemente. O artigo traz fundamentos teóricos cujo conhecimento é neces- sário ao professor de língua inglesa. DEAQUINO, Carlos Tasso Eira. Como aprender: andragogia e as habilidades de apren- dizagem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. Este livro é uma leitura imprescindível ao professor de adultos. Se você planeja dar aulas na EJA e/ou em escolas de idiomas e/ou dar aulas particulares, precisa saber sobre a educação de adultos (ou a andragogia). Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 40 Nesta aula, buscamos entender alguns conceitos básicos relacionados à aprendi- zagem. Em primeiro lugar, discutimos o conceito de aprendizagem e verificamos que alguns fatores contribuem para o sucesso ou o fracasso desse processo. Entre esses fatores, estudamos os estilos de aprendizagem, a motivação intrínseca e extrín- seca, o interesse pelo objeto de estudo, a transferência dos novos conhecimentos ao esquema de conhecimento que criamos e a interação com diferentes contextos que estimulem a aprendizagem. Por fim, verificamos que, teoricamente, a aprendiza- gem é concebida de forma diversa. Para aprofundarmos esse conhecimento, busca- mos entender a visão de aprendizagem do behaviorismo, do cognitivismo e do sociointeracionismo. Respostas esperadas Atividade 1 Existem vários sites que explicam as inteligências múltiplas. Entre eles, destacamos o site da Dr.ª Vera Menezes http://www.veramenezes.com/estilo.htm e da Dr.ª Maria Clara S. Salgado Gama http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html. Atividade 2 Há várias possibilidades de resposta. Atividade 3 Existem vários sites que explicam a ZDP. Entre eles, destacamos o site da Nova Esco- la http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-concei- to-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=0. Atividade 4 Há vários sites que apresentam informações sobre os expoentes do behaviorismo, do cognitivismo e do interacionismo. Os sites abaixo são nossas sugestões. Behaviorismo – http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per07.htm Cognitivismo – http://penta.ufrgs.br/~marcia/piaget.htm Ideias Chave 41 Aula 2: O processo de aprendizagem/aquisição de Língua Estrangeira Interacionismo - http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/lev- -vygotsky-307440.shtml Atividade 5 As respostas desta atividade são encontradas na página http://www.veramenezes. com/estilo.htm. Estratégias diretas Memória Estratégias para o armazenamento e lembrança de informações Cognitiva Estratégias para a compreensão e produção de enunciados Compensação Estratégias para a compensação de dificuldades Estratégias indiretas Organização Estratégias para o planejamento, o controle e a avaliação da aprendizagem Afetiva Estratégias relacionadas a emoções, atitudes, valores e motivação Social Estratégias de interação e cooperação Atividade 6 Há várias possibilidades de resposta. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 42 Anotações _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 43 Método e abordagem no ensino O Método Gramática-Tradução O Método Audiolingual A Abordagem Comunicativa Objetivos de aprendizado: Nesta aula, verificaremos como as teorias de aprendizagem vistas na aula anterior são colocadas em prática em ter- mos metodológicos. Entenderemos, assim, a diferença que há entre método e abordagem e passaremos a conhecer os métodos Gramática-Tradução , Audiolingualismo e a Abordagem Comunicativa. Nessas três maneiras diferentes de se ensinar e aprender, pensaremos como se dá o papel do professor e do aluno no processo. Método e abordagem no ensino Na aula anterior, verificamos que a aprendizagem é um processo que envolve não apenas o estilo de aprendizagem do aluno, mas também a sua motivação, o seu in- teresse pela aprendizagem, o seu acervo de conhecimento etc. Verificamos, também, que a própria maneira de se ensinar e aprender depende das teorias de aprendizagem subjacentes ao processo de ensino-aprendizagem. Nesta aula, portanto, verificaremos como essas teorias estão presentes nos métodos de ensino de língua estrangeira e, no nosso caso, de língua inglesa. Antes, porém, de iniciarmos a nossa investigação dos diferentes métodos e abordagens do ensino de LE, é necessário, em primeiro lugar, entendermos a diferença entre método e abordagem. Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 44 As mestres em Letras Ivete Morosov e Juliana Zeggio Martinez, em sua obra A didáti- ca do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira (2008), explicam que, em relação ao ensino, o método refere-se à forma como se conduz o ensino. As autoras apresentam a definição de Douglas H. Brown, em sua obra Teaching by principles, escri- ta em 1997, de que o método “é entendido como um conjunto generalizado de ações ocorridas em sala de aula com o intuito de atingir objetivos linguísticos” (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 23). As autoras exemplificam a definição, declarando que, ao seguir determinado método, o professor utiliza uma sequência de técnicas que, aplicadas de forma correta e seguidas criteriosamente, levam à obtenção dos resultados almejados. Dessa forma, os métodos independem dos contextos nos quais estão sendo aplicados. Morosov e Martinez (2008) definem abordagem, no ensino, como um termo mais amplo, pois ele engloba tanto a teoria como a prática e incorpora tanto o currículo quanto o método. Diante disso, as autoras afirmam que, diferentemente do método, a abordagem refere-se a princípios (e não técnicas) que “refletem questões sobre a natureza da própria abordagem e sobre a natureza do processo de aprendizagem” (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 23). A abordagem, portanto, está relacionada à escolha do conteúdo e dos procedimentos em sala de aula apropriados a determinado con- texto. Veja o quadro abaixo, que resume os termos currículo, método e abordagem: o currículo explica o conteúdo a ser ensinado; o método, a forma como o currículo é ensinado, e a abordagem, a razão pela qual o currículo e os procedimentos são usados em determinado contexto. Currículo O quê? Método Como? Abordagem Por quê? O que a abordagem? O dicionário Houaiss online define o verbete como “visão de um assunto; ponto de vista sobre uma questão”. O que é método? O dicionário Houaiss online define método como “procedimento, técnica ou meio de se fazer alguma coisa, específica de acordo com um plano”. 45 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira 1. Há várias escolas de idiomas que publicam o seu método ou a sua abordagem de ensino em seu site. Faça uma pesquisa na Internet e escolha 3 (três) escolas de idiomas. Escreva o nome da escola e o seu site. Procure no site qual é o método ou a abordagem que eles afirmam usar. Atividades Escola: Site: Método ou abordagem: O Método Gramática-Tradução Morosov e Martinez (2008) afirmam que esse é considerado o método mais antigo na história do ensino e aprendizagem de língua estrangeira. Basicamente, o método consiste de: Escola: Site: Método ou abordagem: Escola: Site: Método ou abordagem: Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 46 1. Tradução de textos da LE para a L1 2. Estudo de regras gramaticais que compõem o sistema da LE 3. Estudo comparativo das regras gramaticais da L1 e da LE As autoras explicam que as aulas nas quais esse método é adotado são dadas na L1, sendo o uso da LE exclusivo para as atividades de tradução. A principal razão disso, para as autoras, é que a comunicação oral em LE não é o objetivo desse método: “o objetivo desse método é fazer com que o aluno seja capaz de ler a literatura escrita da cultura da LE, sendo este considerado um objetivo nobre e um bom exercício para o desenvolvimento mental” (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 24). Dessa forma, as habili- dades que o professor procura desenvolver em seus alunos são a compreensão escrita (reading) e a produção escrita (writing). Reading Stock.xchng Writing Dreamstime.com Como vimos no começo da nossa aula, Brown (1997 apud MOROSOV; MARTINEZ, 2008) explica que o método é um conjunto de técnicas usadas em sala de aula. Se a Gramática-Tradução é um método, quais são, portanto as técnicas que o método usa? 47 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Atividades 2. Faça uma pesquisa na internet ou procure a obra A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008) na nossa biblio- teca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=3672). Escreva sobre as principais técnicas utilizadas pelo Método Gramática-Tradução. Lembre-se de que as técnicas são as ações utilizadas pelo professor em sala de aula. Não se esqueça de mencionar a fonte da sua pesquisa. Método Gramática-tradução Técnicas Fonte da pesquisa Que tal compartilharmos as nossas experiências? Você se lembra como se deu o ensino de língua inglesa durante o ensino fundamental na escola onde estudou? O(a) professor(a) usava as técnicas do Método Gramática-Tradução? Se sim,como essas técnicas ajudaram você (ou não) no aprendizado da língua ingle- sa? Se não, quais técnicas o(a) professor(a) utilizava? Elas ajudaram você no aprendizado da língua inglesa? Escreva sobre a sua experiência de aprendizagem de Língua Inglesa no Fórum da Aula 3. Trocando Ideias O Método Audiolingual Morosov e Martinez (2008) explicam que, com o início da segunda Guerra Mundial, percebeu-se que a concepção advinda do Método Gramática-Tradução de que não havia necessidade de se desenvolver habilidades orais na LE começou a mudar. Para as autoras, os soldados estadunidenses precisavam, durante a guerra, falar a língua dos aliados e dos próprios inimigos. Para tal, foram criados cursos intensivos de LE que enfatizavam as habilidades orais cujas aulas tinham como característica comum atividades com foco na pronúncia e na prática de diálogos por meio de repetição. Esse método passou a ser conhecido como o Método Audiolingual ou o Audiolingualismo. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 48 Morosov e Martinez (2008) afirmam que o Audiolingualismo tem, como base teóri- ca, tanto a linguística quanto a psicologia, tendo em vista que os linguistas estrutura- listas da década de 1940 e 1950, com ideias behavioristas, estabeleceram uma relação entre a aprendizagem de LE e a repetição. Acreditavam, dessa forma, que, por meio de repetição, reforço e memorização, o aprendizado se tornava realidade. 3. Vamos conhecer o que é estruturalismo? Você pode até dizer que estruturalis- mo está relacionado à estrutura. Está correto, mas o que mais? Por ser este um curso acadêmico, temos de ir além do senso comum ou do que acreditamos ser tal conceito. Diante disso, vamos fazer outra pesquisa? Vá, novamente, à nossa biblioteca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=3672) e procure a obra Ma- nual de linguística [MARTELOTTA (ORG.), 2010]. A partir do capítulo Estruturalismo, de Marcos Antonio Costa, preencha o quadro abaixo. Leia as páginas 113 a 115. Atividades Escola Linguística Estruturalismo Precursor Ideia-chave Concepção de linguagem Consequência dessa concepção Voltando ao Audiolingualismo, a linguista Diane Larsen-Freeman, em sua obra Te- chniques and principles in language teaching (2000 apud MELO JR, 2011), explica que essa visão da língua enquanto estrutura (sistema), aliada ao behaviorismo (estudado na aula passada), leva o método a entender que o aluno só é capaz de usar a LE se ele formar novos hábitos linguísticos nessa língua estrangeira. Perceba que a autora está falando de hábitos. Por essa razão, entende-se perfeitamente a necessidade de repeti- ção e imitação. A linguista americana declara, ainda, que, em uma sala de aula na qual o professor segue o Audiolingualismo, a L1 não deve ser usada, pois ela pode interferir na formação dos hábitos linguísticos novos na LE. 49 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira O linguista Vilson Leffa, em seu texto Metodologia do ensino de línguas (1998 apud MOROSOV; MARTINEZ, 2008) afirma haver cinco premissas que sustentam o Audiolin- gualismo. Essas premissas, para o autor, eram seguidas como doutrinas durante muitos anos no ensino de LE e são: 1. Língua é fala (e não escrita); 2. A língua é um conjunto de hábitos; 3. O ensino deve ser da língua e, não, sobre a língua; 4. A língua é o que os seus falantes nativos dizem (e não o que eles deveriam dizer); 5. As línguas são diferentes. Morosov e Martinez (2008) adicionam que os exercícios mais frequentes em sala de aula eram os drills (exercícios de repetição) devido à crença de que, pela repetição exaustiva da LE, os alunos passariam a usá-la de forma automática. Dessa forma, nesse processo de automatização, o erro passava a ser visto como um vilão e deveria ser combatido – não depois da aula, por meio de reflexão, mas no momento em que ele ocorresse. 4. Faça uma pesquisa na internet ou procure a obra A didática do ensino e a ava- liação da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008) na nossa biblioteca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=3672). Escreva sobre as principais técnicas utilizadas pelo Audiolingualismo. Lembre-se de que as técnicas são as ações utilizadas pelo professor em sala de aula. Não se esqueça de mencionar a fonte da sua pesquisa. Atividades Método Audiolingualismo Técnicas Fonte da pesquisa Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 50 Para Pensar Você percebeu que o método Audiolingual se contrapõe ao método Gramática- Tradução em vários aspectos? Você seguiria um dos dois em sua aula de inglês? Usaria algumas das técnicas usadas pelos métodos em sua aula? A Abordagem Comunicativa Pensou na situação acima? Se pensou assim: “Ah, eu usaria a tradução da Gramá- tica-Tradução e a repetição do Audiolingualismo porque os meus alunos...”, veja que já está pensando nos seus alunos, ou seja, pensando de forma contextual, o que nos permite concluir que está pensando em adotar uma abordagem e, não, um método de ensino de LE. No caso dos métodos, as técnicas têm de ser usadas, quer o aluno queira ou necessite, ou não. Vamos, então, conhecer a Abordagem Comunicativa? Morosov e Martinez (2008) afirmam que a Abordagem Comunicativa (ou o Comu- nicativismo) surgiu no final da década de 1970 e início de 1980 com a intenção de resolver problemas deixados pelo declínio do Audiolingualismo, tendo em vista a in- satisfação dos educandos em adquirir uma eficácia na comunicação oral. De acordo com Larsen-Freeman (2000 apud MOROSOV; MARTINEZ, 2008), essa abordagem fundamentou-se, em especial, nos estudos dos linguistas Henry Widdowson, em sua obra Teaching language as communication (1978), David Wilkins, em sua obra Notional syllabuses (1976) e Dell Hymes, em sua obra Competence and per- formance in linguistic theory (1971). Morosov e Martinez (2008) explicam que esses es- tudiosos preocupavam-se não apenas com a competência linguística, mas com o uso da LE de maneira contextualizada, ou seja, apropriada ao contexto de uso, não esque- cendo o papel dos falantes durante as trocas linguísticas (um diálogo, por exemplo). Dell Hymes, em seu texto The communicative approach to language teaching (1979 apud MOROSOV; MARTINEZ, 2008), apresentou, em seus estudos, a diferença que há entre competência linguística e competência comunicativa. Na Aula 5, estudaremos, com mais profundidade, a competência comunicativa e as suas diferentes subcompe- tências (Competência sociocultural, Competência gramatical, Competência discursiva e Competência estratégica). Por enquanto, é importante a menção de que, ao pensar em competência comunicativa, Hymes “demonstrou estar preocupado com o uso real da língua, pois apenas usar a fonologia, a sintaxe e o léxico não são características suficientes para considerar um falante competente em termos comunicativos” (MO- ROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 42). 51 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Morosov e Martinez (2008) explicam, ainda, que algumas das ideias de Widdowson apresentadas na sua obra Teaching language as communication (1978) tornaram-se basilares para a Abordagem Comunicativa, tendo em vista que, para o linguista, saber uma língua é muito mais do que entender, falar, ler e escrever orações (veja o que es- tudamos na Aula 1 sobre habilidades comunicativas); saber uma língua significa saber usar as orações de maneira apropriada ao contexto e ao propósito de comunicação. Diante disso, Larsen-Freeman (2000 apud MELO JR, 2011) esclarece que o objetivo dos professores passa a ser a competência comunicativa dos seus alunos, o que os leva a enfatizar, em sala de aula, não a gramática e o vocabulário, mas os significados e as funções das estruturas. Assim, os professores são vistos como facilitadores desse pro- cesso comunicativo. Morosov e Martinez (2008) adicionam que os professores, como facilitadores, promovem situações de comunicaçãopróximas à realidade em sala de aula, privilegiando, portanto, materiais autênticos e não pedagogicamente criados (vamos estudar um pouco sobre produção e avaliação de material didático na Aula 8). Como facilitadores, eles delegam responsabilidade pelo aprendizado aos alunos, que precisam estar engajados nas atividades de comunicação. Larsen-Freeman (2000 apud MELO JR, 2011) menciona que uma das consequências imediatas desse pensamento é que a LE passa a ser usada sempre que possível: tanto durante as atividades comunicativas quanto durante as instruções que os professores dão aos alunos. Os erros (ou inadequações linguísticas) são tolerados em atividades que promovem a fluência da comunicação, tendo em vista que eles são vistos como o resultado natural do desenvolvimento das habilidades comunicativas. Para finalizar, Marques (2011) resume alguns princípios da Abordagem Comunica- tiva: 1. Princípio comunicativo 1: o aprendizado do idioma é promovido por ativi- dades que suscítem a comunicação; 2. Princípio comunicativo 2: o educando aprende a se comunicar, comunican- do-se; 3. Princípio da significância: os alunos aprendem quando há o uso autêntico e significativo da língua, ou seja, o que eles ouvem, falam ou praticam precisa fazer sentido para eles; 4. Princípio da contextualização: a língua precisa ser ensinada de forma con- textualizada; 5. Princípio das tarefas comunicativas: as tarefas comunicativas semelhan- tes à vida real promovem a aprendizagem da LE. 6. Princípio da criatividade: a aprendizagem acontece melhor e mais rapida- mente quando os alunos usam a LE de forma criativa; 7. Princípio da autonomia: o processo de ensino-aprendizagem deve promo- ver situações nas quais os alunos monitorem o seu próprio aprendizado por meio da interação com os outros (veja a influência do interacionismo - estudado na Aula 2 - nesta abordagem) e desenvolvam estratégias necessárias para a comunicação. Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 52 5. Faça uma pesquisa na internet ou procure a obra A didática do ensino e a avalia- ção da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008) na nossa bi- blioteca virtual (http://www.unicid.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=3672). Escre- va sobre as principais técnicas utilizadas pela Abordagem Comunicativa. Lembre-se de que as técnicas são as ações utilizadas pelo professor em sala de aula. Não se esqueça de mencionar a fonte da sua pesquisa. Atividades Método Abordagem Comunicativa Técnicas Fonte da pesquisa 6. Veja as figuras na tabela abaixo e correlacione-as com o Método Gramática-Tra- dução, o Audiolingualismo e a Abordagem Comunicativa. Lembre-se de que a figura está relacionada ao papel do professor e, consequentemente, ao do aluno. Posterior- mente, explique o que entendeu como sendo o papel do professor e do aluno em cada método/abordagem. Atividades Maestro Figura Ilustrativa Método/Abordagem St oc k. xc hn g 53 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Monitor Tradicional Papel do professor e do aluno em cada método/abordagem. Método/Abordagem Papel do professor Papel do aluno Gramática-Tradução Audiolingualismo Abordagem Comunicativa St oc k. xc hn g Dr ea m st im e. co m Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 54 Morosov e Martinez (2008) indicam a leitura da crônica Aula de inglês escrita por Rubem Braga em 1945. Vá ao site http://www.releituras.com/rubembraga_aula.asp. Perceba que, já em 1945, o cronista já criticava a metodologia utilizada. Sugestão de Sites Há vários vídeos no YouTube que fazem apresentações de aulas que usam dife- rentes métodos ou abordagens. Veja alguns deles: Grammar-Translation Method: pros & cons - http://youtu.be/mtpAQ5iFp9c Audiolingualism - http://youtu.be/NKV1CR-LxIY Communicative Language Teaching - http://youtu.be/0OE6tJ9aWrc Sugestões de Vídeos MARQUES, Florinda Scremin. Ensinar e aprender inglês: o processo comunicativo em sala de aula. Curitiba: Ibpex, 2011. (Este livro de menos de 300 páginas é um ótimo re- curso para professores de língua inglesa. O capítulo 1 está relacionado aos conteúdos estudados nesta aula.) Leituras Sugeridas Nesta aula, buscamos entender alguns conceitos básicos relacionados ao ensino da língua inglesa. Em primeiro lugar, verificamos a diferença que há entre método e abor- dagem a fim de não usarmos esses temos de forma aleatória. A partir desse entendi- mento dos conceitos, passamos a estudar três formas diferentes de se pensar o ensino de língua estrangeira, em especial de língua inglesa. Estudamos as diferenças entre o Método Gramática-Tradução, o Método Audiolingual e a Abordagem Co- municativa. Verificamos que, por partirem de bases teóricas diferentes, não somente as atividades usadas em sala de aula são distintas, mas os próprios papéis executados Ideias Chave 55 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira pelos professores e pelos alunos partem de concepções diversas: enquanto o profes- sor é visto como o detentor do saber no Método Gramática-Tradução, ele é percebido como um maestro no Audiolingualismo e como um facilitador na Abordagem Comu- nicativa. Respostas esperadas Atividade 1 Há várias possibilidades de resposta. Atividade 2 Método Gramática-tradução Técnicas 1. Tradução de passagens literárias da LE para a L1 2. Exercícios de compreensão de texto 3. Atividades de vocabulário com exercícios de sinônimos, antônimos e identificação de cognatos 4. Exercícios de gramática ensinados dedutivamente 5. Exercício de lacunas em sentenças isoladas 6. Listas de vocabulário para memorização 7. Exercícios para formação de oração com palavras recém- -aprendidas 8. Atividade de produção escrita a partir do tópico dado pelo professor Fonte da pesquisa A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 25) Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 56 Atividade 3 Escola Linguística Estruturalismo Precursor Saussure Ideia-chave A língua é um sistema. Concepção de linguagem A língua é forma (estrutura) e não substância (a matéria a partir da qual ela se manifesta). Consequência dessa concepção A língua deve ser estudada em si mesma e por si mesma. Atividade 4 Método Audiolingualismo Técnicas Memorização de diálogos Dramatização de diálogos memorizados Diferentes exercícios de drills Fonte da pesquisa A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 32) 57 Aula 3: Panorama das metodologias de ensino de Língua Estrangeira Atividade 5 Método Abordagem Comunicativa Técnicas Jogos Resolução de problemas em grupos Discussão de ideias e posições Dramatizações Roleplays Fonte da pesquisa A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira (MOROSOV; MARTINEZ, 2008, p. 43-44) Atividade 6: Maestro Audiolingualismo Monitor Abordagem comunicativa Figura Ilustrativa Método/Abordagem St oc k. xc hn g St oc k. xc hn g Unidade Curricular: Ensino de Língua Inglesa e Literaturas 58 Tradicional Gramática - Tradução Papel do professor e do aluno em cada método/abordagem. Método/Abordagem Papel do professor Papel do aluno Gramática-Tradução Tradicional (detentor do saber) Tradicional (“retentor do saber”) Audiolingualismo Maestro (dá os comandos para os alunos seguirem) Imitador (imita, por meio da repetição, os comandos do professor) Abordagem Comunicativa Coordenador/facilitador (coorde- na as atividades de comunicação entre os alunos) Comunicador (engaja-se nas ativi- dades de comunicação coordenadas pelo professor) Anotações _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
Compartilhar